Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro Estudo 10 – Preceitos para

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Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro
Estudo 10 – Preceitos para a Vida Prática
Provérbios 23 a 31
Elaborado por Solange Livio
[email protected]
“Aplica o teu coração ao ensino, e
os teus ouvidos às palavras do
conhecimento” (Provérbios 23:12).
Mais do que um conselho, este
provérbio contém um apelo para que
se aplique o coração e os ouvidos às
palavras do conhecimento. Que se
preste completa atenção ao que o
ensino diz, para abrigá-lo no íntimo do
coração.
Quando o assunto é a instrução que
vem do Senhor, não basta a
compreensão intelectual do ensino. É
preciso mais que isso. Além da mente,
é necessário que o coração esteja
envolvido, melhor ainda, ocupado
pelos ensinos que a Bíblia contém.
Há razões para isso. A primeira delas
é porque a base do relacionamento do
homem com Deus só pode ser
encontrada no coração: o amor. O
amor de Deus pelo homem e do
homem por Deus, a ponto de ser esse
o primeiro de todos os mandamentos:
“Amarás, pois, o Senhor teu Deus de
todo o teu coração, de toda a tua alma,
e de toda a tua força”. E o texto
prossegue dizendo: “Estas palavras
que hoje te ordeno estarão no teu
coração (Deuteronômio 6:5-6; Mateus
22:37-38).
Se não estiverem no coração, o
homem fica sujeito à hipocrisia,
conforme Deus mesmo revelou por
meio do profeta Isaías: “O Senhor
disse: Este povo se aproxima de mim
e com os lábios e com a boca me
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honra, mas o coração deles está longe
de mim; o seu temor para comigo
consiste só em mandamentos de
homens,
aprendidos
de
forma
mecânica” (Isaías 29:13). Esta mesma
denúncia fez o Senhor Jesus, citando
Isaías: “Hipócritas! Bem profetizou
Isaías a vosso respeito dizendo: “Este
povo honra-me com os lábios, mas o
seu coração está longe de mim; em
vão me adoram, ensinando doutrinas
que são preceitos de homens” (Mateus
15:7-9).
Para ser autêntico diante do Senhor, o
procedimento do homem tem que vir
do coração porque “como na água o
rosto corresponde ao rosto, assim o
coração do homem ao homem”
(27:19). Então, o apelo: “Dá-me, filho
meu, o teu coração, e os teus olhos se
agradem dos meus caminhos” (23:26).
Outras razões se associam à primeira.
Ao fazer o apelo para que o homem
aplique o coração ao conhecimento, o
livro de Provérbios apresenta objetivos
específicos: Dois deles estão sendo
citados aqui:
1) “Para que a tua confiança esteja no
Senhor, quero dar-te hoje a
instrução, a ti mesmo” (22:19).
Quando guardados no fundo do
coração, os ensinos divinos
aprofundam a confiança no Senhor,
o que representa grande bênção
para quem a possui. A fé tem
origem no ouvir a Palavra de Deus
(Romanos 10:17).
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2) “Para mostrar-te a certeza da
verdade a fim de que possas
responder claramente aos que te
enviarem” (22:21). O conhecimento
que vem de Deus produz convicção
da verdade, capacitando-nos a
transmiti-la a outros.
Olhando para o Salmo 119:11,
encontramos outro precioso objetivo:
“Guardo no coração as tuas palavras,
para não pecar contra ti”. As
instruções da Palavra de Deus nos
guiam e sustentam no bom propósito
de não pecarmos contra o Senhor, se
guardadas no coração.
Duas coisas, então, são necessárias
para que se obtenha a instrução do
Senhor: a participação do coração e o
empenho por conhecer os preceitos de
Deus, registrados na Bíblia Sagrada.
O trecho do livro de Provérbios que
estamos focalizando neste estudo nos
oferece uma variedade de preceitos
voltados para a vida diária dos que
desejam andar com Deus. Certamente
que o tempo limitado não nos permite
examinar todos eles de uma só vez,
porém alguns estão sendo observados
nesta oportunidade.
Para aqueles que muitas vezes julgam
haver mais facilidade, e até felicidade,
pensam
alguns,
nos
caminhos
escusos trilhados por pecadores e
pessoas desprovidas do temor do
Senhor, a instrução que vem de Deus
é a seguinte: “Não tenha o teu coração
inveja dos pecadores; antes no temor
do Senhor perseverarás todo dia.
Porque deveras haverá bom futuro, e
não será frustrada a tua esperança”
(23:17-18). O justo sabe que a sua
esperança nas promessas de Deus
não é vã porque “fiel é o que
prometeu” (Hebreus 10:23); ele guarda
na mente e no coração o que o Salmo
37 diz a respeito do ímpio e do justo e
se lembra que “o Senhor firma os
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passos do homem bom e no seu
caminho se compraz”; que “vem do
Senhor a salvação dos justos, ele é a
sua fortaleza no dia da tribulação”; que
“o Senhor os ajuda e os livra; livra-os
dos ímpios e os salva, porque nele
buscam refúgio” (v.23,39,40). Ao
contrário disso, diz o livro de
Provérbios que “o homem mau não
terá bom futuro, e a lâmpada dos
ímpios se apagará” (24:20).
Nos encontros e desencontros da vida
diária, não são raras as vezes em que
alguém descobre ter sido prejudicado
pela maldade de outrem. É hora de
cuidado e vigilância íntima! O
momento é favorável, para não dizer
convidativo, a que o sentimento de
vingança venha bater à porta do
coração que se sente ferido por
deslealdades, traições, injúrias ou
injustiças várias.
A Palavra de Deus oferece ensinos
quanto ao que não devemos fazer
nessas
situações.
O
livro
de
Provérbios instrui: “Não digas: como
ele me fez a mim, assim lhe farei a ele”
(24:29). Seria uma vingança ativa, que
não nos compete exercer. Essa é da
alçada exclusiva do Senhor, que diz:
“A mim me pertence a vingança; eu
retribuirei” (Deuteronômio 32:35), de
modo que o apóstolo Paulo reitera
essa instrução aos crentes, em
Romanos 12:19, acompanhada da
advertência: “Não vos vingueis a vós
mesmos amados”. Mas, o perigo do
pecado da vingança não termina por
aí. Existe a forma passiva do
sentimento
vingativo,
igualmente
condenada pelo Senhor, conforme
registro no livro de Provérbios:
“Quando cair o teu inimigo, não te
alegres, e não se regozije o teu
coração quando ele tropeçar; para que
o Senhor não veja isso, e lhe
desagrade...” (24:17).
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Instruindo-nos quanto ao que não
devemos fazer diante da possibilidade
de vingança, a Bíblia ensina também o
que deve ser feito, nesses casos, por
aquele que teme ao Senhor. Está
escrito em Provérbios 25:21-22: “Se o
que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão
para comer; se tiver sede, dá-lhe água
para beber, porque assim amontoarás
brasas vivas sobre a sua cabeça; e o
Senhor te retribuirá”. Pagar o mal com
o bem é a maneira de incomodar a
consciência do inimigo, simbolizada
pela expressão “brasas vivas sobre a
sua cabeça”, deixando que o Espírito
de Deus faça a obra de persuasão que
julgar deva ser feita. Jesus amplia este
ensinamento, acrescentando detalhes
à forma de retribuir o mal com o bem:
“Eu, porém, vos digo: Amai os vossos
inimigos e orai pelos que vos
perseguem; para que vos torneis filhos
do vosso Pai celeste (Mateus 5:44-45);
fazei bem aos que vos odeiam;
bendizei aos que vos maldizem”
(Lucas 6:27-28).
Para os ímpios, este é um princípio
incompreensível,
muitas
vezes
inaceitável, porque “Os homens maus
não entendem o que é justo, mas os
que buscam o Senhor entendem tudo”
(28:5).
Por ter o entendimento que vem de
Deus, o justo prossegue sereno em
seu caminho de obediência ao Senhor,
observando confiantemente os demais
preceitos que Deus estabeleceu para a
vida diária dos homens. Ele é leal e
dedicado às suas amizades porque “o
amigo ama em todo o tempo” (17:17) e
o preceito para isso diz: “Não
abandones o teu amigo, nem o amigo
de teu pai” (27:10), mas ele também
sabe que deve ser comedido e usar de
bom
senso
na
prática
desse
relacionamento,
evitando,
por
exemplo, as hospedagens ou visitas
demasiadamente prolongadas: “Não
sejas frequente na casa do teu
próximo, para que não se enfade de ti,
e te aborreça” (25:17). Ele trabalha
com diligência e honestidade pelo seu
próprio sustento, sabendo que “o
homem fiel será cumulado de
bênçãos” e “o que lavra a sua terra
virá a fartar-se de pão, mas o que se
ajunta a vadios se fartará de pobreza”
(28:19-20).
Por ter em seu coração o princípio da
sabedoria – o temor do Senhor – o
justo conhece, entende e confia que
“na transgressão do homem mau há
laço, mas o justo canta e se regozija”
(29:6).
“Feliz o homem constante no temor de
Deus” (Provérbios 28:14).
Amém.
Consulta Bibliográfica
BÍBLIA VIDA NOVA. 16ª Ed.
São Paulo: Vida Nova, 1992.
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