ASPECTOS BIOMÉTRICOS E MORFOLÓGICOS DE VARIEDADES

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64º Congresso Nacional de Botânica
Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013
ASPECTOS BIOMÉTRICOS E MORFOLÓGICOS DE VARIEDADES DE
Vigna unguiculata (FABACEAE), CULTIVADAS POR AGRICULTORES DO
ASSENTAMENTO NOVO SALVADOR/JACARAÚ-PB
Marilene V. Barbosa¹*; Aldilene Ferreira¹, Evelise Locatelli²; Zelma G. M. Quirino².
(1) Universidade Federal da Paraíba – UFPB, Curso de Bacharelado em Ecologia, Laboratório de Ecologia Vegetal LABEV,(2) Universidade Federal da Paraíba – UFPB, Laboratório de Ecologia Vegetal, *[email protected]
Introdução
Pertencente a família Fabaceae (Leguminosae), Vigna
unguiculata, conhecido popularmente como “feijão de
corda”, “macaçar”, é uma cultura de importante destaque
na economia nordestina e de amplo significado social [1]
contribuindo de forma significativa na alimentação e
geração da renda familiar. A variabilidade genética das
populações de espécies cultivadas é decorrente da
adaptação às condições locais combinada com o manejo
praticado pelos pequenos agricultores, o que origina as
variedades criolas [2], estas, caracterizadas pelas
diferentes combinações de cores e tamanho das
sementes, porte, tempo de produção e numero de cargas
produtivas por safra, e em alguns casos pela cor da flor.
Esta pesquisa teve por objetivo, realizar o estudo das
características morfológicas e biométricas de quatro
variedades de Vigna unguiculata, cultivadas por
agricultores do Assentamento Novo Salvador, no
município de Jacaraú, Litoral Norte da Paraíba.
Metodologia
Realizou-se pesquisa de campo, junto aos agricultores,
para elaboração do levantamento das variedades
cultivadas e suas características, assim como registros
fotográficos. Selecionou-se quatro variedades, estas
denominadas pelos agricultores de “cariri”, “viajante
rajado”,
“manteguinha”
e
“enramador”,
sendo
classificadas como precoces (produz em 40-45 dias) e
tardias (produz em 60-65 dias). As sementes foram
coletadas e no Laboratório de Ecologia Vegetal – LABEV
mensurou-se a largura e comprimento de 30 sementes,
de cada variedade, com auxilio de paquímetro digital.
Foram também realizadas analises da arquitetura floral
de cada variedade.
Resultados e Discussão
Vigna unguiculata, possui flores hermafrodita, zigomorfas,
diclamídeas, contendo um estandarte, duas asas e uma
quilha que protege os órgãos sexuais, contem 10
estames, sendo 9 fundidos e 1 livre, ovário supero,
unilocular pluriovulado. Foram mencionadas 26
variedades locais pelos agricultores, algumas destas,
objeto de estudo com inoculação [3]. As diferenças
morfológicas e biométricas, de acordo com as
observações de campo, análises do material no
laboratório e informações dos agricultores, são: a
variedade “enramador” possui flores e sementes de cor
violeta, enrama, é considerada tardia e inviável para o
comércio, a média do comprimento e largura é de 13,54
mm e 4,49 mm respectivamente; “manteguinha” possui
flores e sementes branca-amarelada, é considerada
precoce e viável para o comércio, a média do
comprimento e largura e é de 6,91 mm e 4,5 mm
respectivamente; “viajante” rajado, possui flores brancavioleta, sementes branca rajada com tons cinza, é
precoce e viável para o comércio, a média do
comprimento e largura é de 10,89 mm e 5,59 mm
respectivamente; “cariri” possui flores branca, sementes
branca com detalhe avermelhado-rosa, é precoce e viável
para o comércio, a média do comprimento e largura é de
10,89 mm e 5,59 mm respectivamente.
1
2
3
4
Figura: Arquitetura floral das variedades de Vigna unguiculata.
1-cariri;2-enramador;3-manteguinha;4-viajante rajado.
Conclusões
A morfologia das variedades locais de Vigna unguiculata
apresenta diferenças visíveis na biometria e coloração
das sementes, cor das flores, ciclo produtivo e porte das
plantas, sendo estas características detectadas com
facilidade pelos agricultores locais.
Agradecimentos
Aos agricultores do Assentamento Novo Salvador,
Paraíba, Brasil, pela disponibilidade em colaborar.
Referências Bibliográficas
[1] Teófilo, E. M.; Paiva, J. B.; Filho, S. M. 2001. Polinização
artificial em feijão caupi (Vigna unguiculata ( L.) Walp). Ciências
agrotécnica. Lavras, 25, (1): 220-223.
[2] Coradin, L. (Coord). 2009. Parentes silvestres das
espécies de plantas cultivadas. Mistério de Meio Ambiente
Brasília- DF, v.1, p 43.
[3] Vieira, C. L.; Freitas, A. D.; Silva A. F.; Sampaio E. V.; Araújo
M. do S. 2010. Inoculação de variedades locais de feijão
macassar com estirpes selecionadas de rizóbio. Revista
Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental.Campina
Grande-PB 14 (11): 1170–1.
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