alerta sonoro para auxiliar deficientes visuais a controlar

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ALERTA SONORO PARA AUXILIAR DEFICIENTES VISUAIS A CONTROLAR
NÍVEIS DE LÍQUIDOS EM RECIPIENTES
Alessandra de Oliveira1, Lilian Rosana Kremer Schultz 2
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ALUNA/UNIDADE INTEGRADA SESI SENAI GUARAPUAVA - PARANÁ
Rua Coronel Lustosa, nº 1736, bairro Batel
85015-340 – Guarapuava – PR
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TÉCNICA DE ENSINO/UNIDADE INTEGRADA SESI SENAI GUARAPUAVA - PARANÁ
Rua Coronel Lustosa, nº 1736, bairro Batel
85015-340 – Guarapuava – PR
Resumo A ideia do projeto começou a ser elaborada a partir da
necessidade de desenvolver um produto que auxiliasse pessoas
com deficiências. Segundo a Organização Mundial de Saúde,
deficiência é o substantivo atribuído a toda a perda ou
anormalidade de uma estrutura ou função psicológica,
fisiológica ou anatómica. Refere-se, portanto, à biologia do ser
humano. Neste caso, o projeto busca proporcionar
acessibilidade aos deficientes visuais, os quais possuem
limitações em diversas de suas ações diárias. O projeto deste
dispositivo proporcionará ao deficiente visual a percepção de
quanto líquido está sendo colocado em um recipiente, obtendo
uma maior independência em resolver uma tarefa que, para
muitos é simples, como por exemplo, encher uma xícara com
café. Foram realizadas pesquisas bibliográficas e entrevistas
junto a entidades que trabalham com estas pessoas. A etapa
seguinte foi o desenvolvimento de um protótipo do dispositivo
e agora se está na etapa de testes probatórios.
Palavras Chaves: Educação, Eletroeletrônica, Qualidade de
Vida, Deficiências, Desenvolvimento Tecnológico e Meio
Ambiente.
Abstract: The idea for the project began to be developed from
the need to develop a product that could help people with
disabilities. According to the World Health Organization,
disability is the noun assigned to any loss or abnormality of
structure or function of psychological, physiological or
anatomical. It refers therefore to human biology. In this case,
the project seeks to provide accessibility to the visually
impaired, which have limitations in many of their daily actions.
The design of this device will provide the visually impaired
perception of how much fluid is being placed in a container,
achieving greater independence in solving a task that for many
is simple, for example, fill a cup with coffee. Were conducted
literature searches and interviews with organizations that work
with these people. The next step was the development of a
prototype of the device and is now in the stage of testing
evidence.
Keywords: Education, Electrical and Electronics, Quality of
Life, Disability, Technological Development and Environment.
1
INTRODUÇÃO
A visão (a vista) é um dos cinco sentidos que permite aos seres
vivos dotados de órgãos adequados, aprimorarem a percepção
do mundo. É um dos sentidos que nos ajuda a compreender o
mundo à nossa volta, ao mesmo tempo em que nos dá
significado para os objetos, conceitos e ideias [Gregory, 1997].
Os graus de visão abrangem um amplo espectro de
possibilidades: desde a cegueira total, até a visão perfeita,
também total. A expressão ‘deficiência visual’ se refere ao
espectro que vai da cegueira até a visão subnormal [Gil, 2000].
Chama-se visão subnormal (ou baixa visão, como preferem
alguns especialistas) à alteração da capacidade funcional
decorrente de fatores como rebaixamento significativo da
acuidade visual, redução importante do campo visual e da
sensibilidade aos contrastes e limitação de outras capacidades
[Braga, 1997].
Em 2000, a ONU – Organização das Nações Unidas, ao
analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu 8
Objetivos do Milênio – ODM, que no Brasil são chamados de 8
Jeitos de Mudar o Mundo – que devem ser atingidos por
todos os países até 2015[PNUD, 2010]. A Instituição por ser
integrada SESI/SENAI trabalha com questões sociais e
industriais, e participa de projetos para alcançar os oitos
objetivos do milênio. Nesta parceria foi proposto que
SESI/SENAI desenvolvesse projetos para alcançar esta meta.
Neste projeto trabalharam-se os eixos nº 7 – Qualidade de Vida
e Respeito ao Meio Ambiente e o nº 8 Todo Mundo
Trabalhando para o Desenvolvimento. Quando se escolheu o
tópico qualidade de vida, pensou-se no que poderia ser feito
para a construção de uma verdadeira sociedade inclusiva. Na
linguagem se expressa, voluntariamente ou involuntariamente,
o respeito ou a discriminação em relação às pessoas com
deficiências. Procurou-se utilizar a tecnologia, de forma a gerar
um produto que fosse de custo acessível e contribuísse para
melhoria da qualidade de vida de pessoas que se sentem à
margem da sociedade. No mercado existem muitos produtos e
pesquisas para desenvolvimento de produtos para pessoas com
deficiências, mas não se encontrou um produto para auxiliar
em tarefas cotidianas, daí a necessidade de desenvolver este
projeto.
Mostra Nacional de Robótica (MNR)
1
Este artigo encontra-se organizado da seguinte forma: a seção 2
apresenta as características principais do projeto. A seção 3
descreve o desenvolvimento do projeto. Na seção 4 são
apresentados os materiais e métodos utilizados no
desenvolvimento do projeto. Os resultados são apresentados na
seção 5, e as conclusões são apresentadas na seção 6.
2
PROJETO
O projeto consiste no desenvolvimento de um dispositivo
adaptável para controle de líquidos em recipientes..
2.1
Funcionamento
O dispositivo apresenta um sensor que é introduzido no
recipiente. O usuário regula o nível (através do sentido do tato)
na altura desejada. Após a regulagem do nível, o usuário liga o
dispositivo e o sistema estará pronto para receber o líquido.
Assim que o líquido alcançar o nível desejado, o dispositivo
disparará um alerta sonoro, avinsando o usuário, para
interromper o processo de despejo de líquido. . O sistema
funcionará com auxílio de baterias portáteis.
2.1.1
Circuito Eletrônico
recipientes sem que os mesmos transbordassem. Através de
pesquisas verificou-se que os deficientes utilizam os dedos para
saber se o líquido chegou ao ponto desejado, e quando o
líquido é quente, pelo aquecimento do recipiente. Com estas
informações desenvolveu-se um dispositivo que alertasse
através de som quando o líquido alcançasse o ponto desejado.
Foi montando em um protoboard um circuito com
componentes eletrônicos, tais como, resistores, circuitos
integrados, buzzer, etc. O dispositivo possui uma pequena
placa metálica que é introduzida dentro do recipiente, sendo
então o sensor do circuito. Enquanto o líquido não alcança a
região da placa o circuito entende a informação como chave
aberta e nenhum som é produzido. Quando o líquido alcança o
sensor, o circuito recebe a informação de fechamento da chave
e liga a saída de áudio, informando ao deficiente visual que o
líquido atingiu o limite desejado.
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MATERIAIS E MÉTODOS
Foram utilizados materiais recicláveis para o desenvolvimento
do protótipo, tais como, latinhas de alumínio, restos de
condutores e recipientes descartáveis. Os componentes
eletrônicos foram adquidiros em lojas especializadas. A Tabela
1 mostra a lista dos componentes empregados neste projeto.
A Figura 1 mostra o esquema elétrico do circuito desenvolvido
para o dispositivo.
Figura 1 – Esquema elétrico do dispositivo
O sensor de nível utilizado nada mais é que uma chave NA.
Acionando-se o sensor, a base do transistor Q1 é chaveada para
o terra. Assim a tensão no coletor será igual a tensão no
emissor do transistor. Esta tensão de coletor alimenta um
circuito oscilador utilizando o CI 555. Na saída deste circuito
tem-se uma forma de onda quadrada com uma frequência de
aproximadamente 500 Hz. Este sinal é enviado ao circuito
acionador do buzzer (alerta sonoro). Enquanto o sensor estiver
acionado, o buzzer emitirá um som, que pode ter sua
frequência ajustada por um potenciomêtro adaptado ao circuito
oscilador. O usuário então, poderá selecionar a frequência mais
adequada ao seu sistema auditivo. Para comodidade dos testes
foi incluído um LED indicador de funcionamento (ligado).
3
ALERTA SONORO
O primeiro passo foi escolher que tipo de necessidade do
deficiente visual seria atendida, pois nas entrevistas realizadas
nas entidades de apoio e conversas via internet, os deficientes
expuseram diversas necessidades. Foi escolhida a opção de
atender uma necessidade diária que é despejar líquidos em
Mostra Nacional de Robótica (MNR)
Tabela 1 - Componentes.
Referência
Valor
Especificação
R1
22 kΩ
Resistor ¼ W
R2
2,2 kΩ
Resistor ¼ W
R7
220 Ω
Resistor ¼ W
P1
100 kΩ
Potenciômetro
C1
4,7 nF
Capacitor poliéster
C2
33 nF
Capacitor poliéster
Q1
BC558
Transistor bipolar PNP
B1
Bateria de 6 Vcc
LED
Cor diversa
555
S1
CI 555
Circuito Integrado
Chave NA
Tendo montando o protótipo foram realizados testes de
funcionamento. Nesta etapa foram feitos testes de ligar e
desligar o dispositivo várias vezes, colocar líquidos em vários
níveis para testar o acionamento do sensor e do dispositivo de
áudio, líquidos em temperaturas diferentes para verificar a
interferência destes no funcionamento do mesmo. Foram
realizados ainda testes com diferentes tipos de liquidos tais
como, água, leite, café e refrigerantes. Também foi solicitada a
ajuda de algumas pessoas para testarem o dispositivo. A
próxima etapa é desenvolver um design que seja ergonômico à
necessidades do deficiente visual e testar o funcionamento do
dispositivo nas entidades de assistência a pessoas com
deficiências visuais. Este será então o teste final de aprovação
ou não deste dispositivo.
5
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O levantamento das respostas dos questionários realizados
através de conversas com deficientes visuais (pessoalmente e
internet) foi de importância vital para a escolha da opção do
desenvolvimento do dispositivo, pois mostrou quantas
necessidades pessoas com deficiências apresentam para poder
se inserir na sociedade. Em seguida foram realizadas pesquisas
bibliográficas para desenvolvimento de circuitos que
atendessem a necessidade do projeto e desenvolvimento do
mesmo. Vários protótipos foram desenvolvidos até chegar-se a
um que atendesse as necessidades do projeto, desde
funcionamento adequado, tamanho do produto, necessidade de
alimentação elétrica, necessidade de vedação do circuito
elétrico, tendo em vista que o objeto principal do projeto são
líquidos. A Figura mostra um dos testes realizados durante o
desenvolvimento do protótipo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Braga, Ana Paula, Agosto 1997. Recursos ópticos para visão
subnormal – seu uso pela criança e adolescente. Revista
Con-tato. São Paulo.
Gil, Marta, 2000. Deficiência Visual. Brasília: MEC. Secretaria
de Educação à Distância.
Gregory, Richard L., 1997. Eye and Brain: The Psychology of
Seeing. Princeton University Press.
– Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento,
2010.
http://www.pnud.org.br/ODM.aspx.
(acessado
em
15/07/2013).
ODM,
Objetivos
do
Milênio,
2011.
http://www.objetivosdomilenio.org.br
(acesso
em
15/07/2013).
PNUD
Figura 2 – Testes com Protótipo do circuito.
Os resultados dos testes de funcionamento (liga/desliga) e
posicionamento do sensor de nível mostraram a funcionalidade
do projeto conforme o esperado. Já os testes com líquidos de
diferentes propriedades (água, leite, café) mostraram certa
dificuldade devido as diferentes propriedades químicas dos
produtos testados, devendo ser realizado um estudo mais
aprofundado desta etapa.
6
CONCLUSÕES
O projeto ainda não foi concluído, pois o objetivo é que
pessoas com defieciências dêem seu parecer sobre a
funcionalidade/aplicabilidade do projeto em suas vidas. A
próxima etapa é desenvolver o design ergonômico e de custo
acessível para produção. A ideia futura é adaptação do
dispositivo em produtos comercializados no mercado, tais com,
cafeteiras elétricas, filtros para armazenamento de água, entre
outros. Do ponto de vista educacional, o desenvolvimento do
projeto mostrou necessidades e preocupações sociais que
muitas vezes são mostradas, mas não são efetivadas ações para
melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência ou
não. Na educação profissional a aplicicabilidade de conteúdos
vistos em sala de aula e o senso do empreendedorismo foram
trabalhados de forma a mostrar aos jovens que é possível
construir soluções simples para problemas complexos.
Mostra Nacional de Robótica (MNR)
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