2001-06 Relatorio encontro PIP

Propaganda
Ref. 01-06lsm.doc
Equipe de Pastoral Indigenista da Diocese de Parintins
22-25 de Junho 2001
Primeiro encontro de estudo da língua Satere-Mawe
Prof. Dulce Franceschine
Participantes: Dom Giuliano, David, Janderlan, Marcos, Rosangela, Dejanira, Arizete, Dulce
(linguista)
21 / 06 / 01
09:00 hs Início.
• Dom Giuliano motiva o encontro. Destaca a importância do aprendizado da língua SatereMawe como passo fundamental para o encontro com o coração do povo Satere-Mawe. Deus
encarna-se para entrar em relação com nossas pessoas... A questão indígena é muito complexa.
Exige que nos juntemos com dons diferentes para discernirmos juntos com eles o caminho. Nós
não temos soluções. Estamos em um caminho de busca... O esforço do Pe. Henrique Uggé foi
muito grande e muito importante... Temos que saber valorizar o esforço e superar as limitações.
Aproveitar o bom desse trabalho.
• Fernando: Este encontro é muito importante. O estudo da língua é o caminho que muitos equipes
têm seguido para entrar no coração do povo. O esforço do Pe. Henrique Uggé e sua contribuição
foi e é muito rica, no nível etnográfico e linguístico... Uma dedicação com muita paixão pelos
Satere.
• Marcos: Foi muito bom a viagem com Verônica. Encontramos o professor Edinelson que morou
na casa do estudante em Maués. Convidamos ele para trabalhar com a gente. Vamos organizar
um calendário e nos encontrar para estudar a língua sateré-Mawe. Com ele, também, tentar
estruturar um catecismo em Satere, o canon da missa, etc. Vamos tentar falar a língua nas
celebrações. Vai ser bom ainda que não saia bem no começo, mas depois vai melhorar. Também
temos outras pessoas que podem nos ajudar...
TEMAS VÁRIOS
1. Casa do Índio e estudantes Satere-Mawe na cidade.
• Giuliano: Proposta de fazer da casa do índio uma casa dos estudantes Satere-Mawe. Bolsa de
estudos para estudantes em um projeto que seja bem amplo. O tuxaua Donato ( comunidade
Simão no Andirá), propôs um encontro de estudante no dia 5 de Julho com pais e outras pessoas
interessadas.O objetivo é fortalecer a identidade, língua, relação entre eles... Formação espiritual
(Tome).
• Fernando: Vincular os tuxauas no acompanhamento dos estudantes indígenas na cidade é muito
importante. Como ir articulando a pastoral indigenista da cidade...
• Marcos: O choque para os estudantes indígenas entrando no mundo da cidade é muito forte:
frustração, cachaça, etc. Foi pesado para Verônica e para Marcos ver que os jovens satere não
participam na igreja...
• Giuliano: Frente ao desafio da juventude... Temos que puxar para fora o que está dentro... Cristo
puxa para fora o que está dentro de cada um de nós... Necessidade do tempo histórico para ir
incorporando os novos valores... Autovaloração e autoestima...
1
2. Situação da WOMUPE e encontro com Manos Unidas.
• Arizete: Em Maués encontramos com muitos professores e famílias sateré. Numa praça perto do
s barcos, passamos os vídeos: “Ou vai ou racha” dos Makuxi e nossa experiência com os
Yanomami, Roraima.Visita ao Marau. Encontro com os professores e com a diretoria da
WOMUPE. Esclarecer o que é a SEMED-SEESM. Quais as funções de cada uma.
• Fernando: Contato com as pessoas da “Manos Unidas.” Articulamos um encontro dos
representantes da WOMUPE, com os responsáveis da Manos Unidas em Manaus. Foram Sidney
e Bernardo (tesoureiro e coordenador). Ficou combinado que ao enviarem o projeto, será preciso
acompanhar uma carta de apoio do bispo local. Esclarecimento da necessidade do fortalecimento
da WOMUPE como organização independente da SEESM. Relação digna e educativa: No
contrato de 2 anos uma quota simbólica. Há que construir pouco a pouco com eles...
• Giuliano: O apoio da igreja é importante.
• Marcos: Há necessidade de rabalhar muito o sentido do serviço da WOMUPE ao povo. Algo
assim teria que acontecer no Andirá...
• Giuliano: Falar com Verônica e o Pe. Dinelli para o local da WOMUPE.
• Fernando: Os Professores Satere participar no encontro de 3-4 de Setembro em Maués, da
Pastoral Indigenista para fechar o tema do local.
3. Equipe Verônica-Marcos e agora a Ir. Rosangela
• Fernando: muito positivo o processo de equipe que estão fazendo... Visitas as comunidades
parando nelas, reunindo a comunidade, rezando com eles...
• Marcos: Vamos visitar o Andirá junto com Verônica e agora Rosangela.
4. Visita no Andirá
• Possibilidades de desenvolver a oficina “A Marcha continua nas aldeias”. Marcos porpõe: No
mês de Maio à setembro de 2002.
Introdução à língua Sateré-Mawé
Dulce Francischini
Quais são as espectativas de vocês?
• David: Já gostei desse material, vai nos ajudar bastante. Quero compreender a estrutura da língua
para aprender e saber construir frases.
• Giuliano: Fico curioso com ver este mundo diferente do mundo linguistico greco-latino. Poder
leer, colocar um som em uma grafia...
• Marcos: Quero ter algumas bases sobre a lógica da língua Sateré-Mawé. Como se estrutura a
língua Sateré-Mawé. Tenho tentado compreender muitas coisas, na hora de tirar as dúvidas as
pessoas não conseguem explicar como a gente escreve as palavras.
• Arizete: Na experiência no Marau eu perguntava como se escrevia uma frase e muitos não
conseguiam...Quero aprender a estrutura da língua sateré para entender a escrita e ajudar-me na
fala.
• Rosangela: Para mim tudo o que eu aprender aqui, será ganho. Quero entender a estrutura e
poder começar a falar um pouco.
2
• Dejanira: É uma coisa nova. Nunca tive uma oportunidade para aprender a escrever. Sei falar.
Porém, não entendo a estrutura. O Pe. Enrique sempre me falou para eu falar a língua. Eu sempre
falo com minha mãe e pessoas conhecidas. Quando eu comecei a estudar em Barreirinha, eu só
tirava zero, nota baixa, mas eu fui em frente.
• Janderlan: Para as crianças é fácil aprender uma língua pois não ficam perguntando se está certo
ou errado. Nós os adultos complicamos... Quero saber como formar um pensamento em Satere.
Conhecer a estrutura da língua.
• Fernando: Quero compreender melhor a Fonética, grafia e estrutura da língua sateré. Aprender a
falar a língua, para mim, é uma das principais portas para entrar na vida mais frofunda das
pessoas.
Grupos linguísticos principais no Brasil
1. Tronco Tupi. Formado por varias famílias linguísticas:
- Família: Sateré-Mawé. Sistema bastante regular em relação ao tupi-guarani.
- Família: Tupi-Guarani.
- Outras.
2. Arawak
3. Karib
4. Gê
• Tupinização da região cultural Tapajó-Madeira. Para Menendez:
- Antes de 1550 não tinha tupi na região.
- 1615, os franceses perdem a guerra e os tupi migram para a Ilha Tupinambarana.
- 1530, fogem da escravidão e descem o rio São Francisco e espalham-se
- Tupinamba / ran / a. “-ran” parecido mais não igual.
- 1637 Fritz: Mabué = Maraguazes e Andirazes. Nas cataratas do Tapajós.
Fonética e fonologia Sateré-Mawé
O homem produz uns 130 sons. Cada língua escolhe uns 30 ou 40 sons.
Transcrição fonética: colocar um símbolo a um son.
Ditongos:
waikiru
estrela
weita pássaro
moi
cobra
awyato
onça
waipaka
galinha
ariukere
preguiça
3
Cores:
ika’ay é amarelo
ihyryp é azul ou verde
ikytsig é branco
ihun
é preto
ihup
é vermelho
(hü
sangue
su sangue dele)
Acento mais marcado em Sateré-Mawé
A última sílaba é a mais acentuada (oxitona), porém sem grafá-la.
Alofones = variantes de un fonema.
- Alofones posicionais:
p, b, p implosiva. Mesma coisa com t / d / f ; k / g / k implosiva
wai / pa / ka
pay
inicio de silaba.
paca
i / mem / byt seu filho
- Alofones livres: dependen as variações por ração não linguistica e sim social, sexo, região.
[netap] ou [getap] casa.
A sílaba:
ut
lagarta
miat
caça
akuri kutia
kat
interrogativo, que?
Toiro watemü’e hamo.
Vamos estudar.
23 / 06 / 01
Comentário do artigo: “Aspectos socio-linguísticos dos sistemas ortográicos das línguas
amazônicas do Peru” (Angel Corbera Mori).
• Princípio biunívoco. Segundo Pike: Princípio biunívoco entre os fonemas e os grafemas.
Variantes socio-linguística. Graficar a lingua vernácula com a grafia da língua de prestígio
facilita o aprendizado da língua dominante (facilitar a passagem para a língua do país). O que
está por tras é a política linguística de integração nacional do índio (SLI).
• A escola deve ser crítica. Relação crítica com o mundo cultural próprio e com o mundo cultural
externo. O exemplo dos professores é fundamental (professores bêbados no Marau!).
• Privilegiar as pessoas monolingues, e não as bilingues, no processo de grafação da língua.
• Pan-letal: Uma escrita acima de todos os dialetos.
• A língua tem implicações políticas, econômicas, históricas, etc.
• Desde o século XVII a divisão entre os Sateré é entre os Marawases e Andirases. Hoje continua.
• Não há grandes diferenças de grafia entre os Sateré do Andirá e do Marau. Nossa função é de
facilitadores de encontros entre eles para que possam ir discutindo seus problemas, semelhanças
e diferenças. Superar o processo de municipalização, fragmentação das áreas indígenas...
4
Consonantes e vogais (pg.4-5).
kurum hin
menino pequeno
nu hit pedra pequena
areto ra’yn
já vou ta’yn ou na’yn
mi’i ti tu’u
ele que comeu (katu)
en getap pe -> en getap we você está em casa
p + w -> m
t + w -> n
are + y’y + ’u ->
a / re / ’y’u
a + tu + ’u pira
como peixe
bebo água (intransitivo)
Canção
Waku, Waku kahato
wa / tu / nug aiwat a / i / puap
fazemos nosso caminho
mi’i pote anumare hit te / ha’at a / he / wowi
kat tupono watunug i / mi / ky’esat
mi’i pote teha’at ahewowi
Frases:
a / ti / ky’esat u’i
gap aru ehok
eu quero farinha (ti clase de verbo)
caba vai te ferrar (aru, futuro próximo).
Gap aru uihok caba vai me ferrar
mi’i tikytyt wawori
ele amarrou o jabuti
haki’i hekatu’u waipaka
o morcego mordeu a galinha
hirokat yt tu’u’i mi’u pu’i
a criança não come carne
pisana hekatup hapiri o gato espera o rato
pira hewyry y‘y pe
o peixe anda na agua (rio).
uruto uruterüt u’i ëpe nós trazemos farinha para você.
uito areine’en tawa pe
we
porto
eu vivo (moro) na cidade (aiko)
ewe
atipy he / waikiru
boca
o céu está estrelado
Negação
Não
yt ou nei
Negação do verbo:
yt + verbo + ‘i
mi’i tum u’i
ele da farinha
eti’auka ytÿ
você mata o viado
Maria yt ety’i Maria não é tua mãe
ny = mãe
ety ny
epo mo
eko go
5
Ditado:
koitywy en e / re / mü’e
agora você estuda
koity’i kurum toto miat pe tu / we / mü’e hawyi
munki’ite hünete aito watuwat hempy pe
hoje o menino vai caçar depois de estudar
amanhã cedo nos vamos ???
ga’atpo hirokat to / ty wywo ipot’äm ontem a criança com a mãe (dela) subiou
kiag
aranha
24 / 06 / 01
Classes de verbo:
a / re / to
ensinar)
eu vou; re = a ação da pessoa vai para dentro dela mesma (a / re / mü’e,
a / ti / auka
eu mato; ti = a ação da pessoa vai para fora dele.
a / ti / mü’e
eu ensino
a / re / mü’e
eu estudo (me ensino)
Morfema = unidad mínima significativa.
1. Morfemas gramaticais = prefixos
2. Morfemas lexicais = verbo / nome
Adjetivo: a função adjetival é desenvolvida pelos verbos
i / ka’ay
é amarelo
i / wato
é grande
nu wato ikahu
a pedra grande é bonita
uity ipöro
nu wato
pedra grande
minha mãe é velha
Em Sateré os morfemas são prefixos e sufixos.
Exercício:
Separar os prefixos possessivos e os pronomes pessoais
1. i / ’atu / ty a mãe deles (i = terceira pessoa; ‘atu = pluralizador; -ty = raiz)
2. uru / mi’u nossa comida (exc.)
3. u / het
meu nome
4. e / ’ywot
teu pai
5. uru / set
nosso nome (exc.)
6. e / ty
tua mãe
7. u / i / ko
minha roça
8. a / i / ty
nossa mãe
9. u / i / ’ywot meu pai
10.a / het
nosso nome
11.ë / / pira
teu peixe (e / e / pira)
12.u / i / mi’u minha comida
6
13.e / he / pira o peixe de vocês
14.e / i / ko
roça de vocês
15.mi’i / ria tu / wat ta / ’atu / ’yat
contaminado)
mi’i / ria tu / wat i / ’atu / ’yat
16.uito a / ti / pi’ig u / he / sokpe
17.en e / ti / koho ë / / sokpe
eles vão para a casa deles (deles mesmos; to -> ta
eles vão para a casa deles (de outras pessoas, não do sujeito)
eu costuro minha roupa
você lava tua roupa
18.hariporia to / ket to / ’yat pe
a mulher dorme na casa dela (na propria casa)
19.aito wa / tu / nug a / he / ’yara
nos fazemos nossa (inc.) canoa
20.pi’ag ti / koho to / e / sokpe
a garota lavou a roupa dela (dela mesma)
21.eipe ewei / tek pira
vocês cortaram o peixe
22.mi’i tu / nug i / ’yat
eles fazem a casa dele (de um outro)
23.kurum to / to he / tawa
o garoto vai para a comunidade dele (de um outro)
24.uruto uru / i / ’auka yty
nós (exc.) matamos o veado
25.pira
peixe
26.sokpe
roupa
27.mi’u
comida
28.-ty
mãe
29.-’ywot
pai
30.-ko
roça
Fraces
ai’ywot set ete
no nome do pai (ete = em ou sobre)
imembyt set ete
no nome do filho (da mãe)
o än!
sei lá! (fala a mulher)
o paig!
sei lá! (fala o homem)
sari ehok’hok formiga vai te ferrar
7
Quadro: Possessivos e classes de substantivos.
Possessivo
Prefixo
Relacional classe 1 Relacional classe 2 Relacional classe 3
possessivos -tawa; -yara (canoa); -yat; -ty; -’ywot; -ko; -set (nome);
-apokuita (remo)
-po; -py
-hü (sangue)
Variação: he – e
Variação: i - Ø
Variação: h - s
1s. meu:
u-
he – tawa
i - ’ywot
- het
2s. teu:
e-
e – tawa (ë)
Ø - ’ywot
- set
3s. dele: (ñ-cor.)
Ø-
he - tawa
(ñ-cor.)
i-
(cor.)
to - (ta-)
e – tawa
Ø - ’ywot
- set
1p. nosso (exc.):
Uru -
e – tawa
Ø - ‘ywot
- set
1p. nosso (inc.):
a-
he - tawa
i - ‘ywot
- het
2p. vosso:
e-
he - tawa
i - ‘ywot
- het
3p. deles: (ñ-cor.) i’atu -
e – tawa
Ø - ‘ywot
- set
(cor.)
e - tawa
Ø - ‘ywot
- set
kahu
i - ’ywot (ï)
ta’atu -
atu’u kähu
- het
eu terminei de comer (kähu = proceso verbal terminó)
bonito
ver pg. 7
Os VERBOS de ESTADO têm a mesma construção que os nomes
u / i / we’ese estou contente
u / i / py
meu pé
Classes de lexemas nominais (pgs. 8-12)
Classe 1 (he~e): relação alienavel. Animais, coisas não consideradas vitais, alguns termos de
parentesco, as coisas introducidas de fora vão entrar nessa classe.
Classe 2 (i~Ø): relação inalienavel. Ex. u / i / py; u / i / po;
Poseido
-ty
-po
ko
-py
(pusuido oral)
‘yat
Não pussuido ny
mo
go
ny
(não pusuido nasal)
getap
Classe 3 (h~s; h~j): subclasse de nomes inalienaveis. Ex. u / het, u / hü, u / hyig, u / huwaipo
aware ihuruk suwaipo
o cachorro mexe seu rabo
<
8
Exercicio:
Pesquisar palavras de acordo as classes.
Plural dos nomes
1. yi ko’i
diferentes tipos de terra
2. ywa ko’i
frutas
3. saware ko’i
vassoras
4. awyato tig ko’i
as panteras pintadas
5. hiroka / ria
as crianças
6. tu’isa / ria os tuxauas
7. paigni / nia os pajés
8. hamu / nia os tios (irmãos da mãe)
9. aware / ria os cachorros
+ ko’i pluraliza coisas não individualizadas, não humanizados (grupos. Ex. aluno ko’i, folhas,
flores)
-tia, -ria, -nia (pakuptia~hirokaria~hamunia) pluraliza individuos, humaniza (Ex. tu’isaria, tora /
nia)
-ria + ko’i
hirokaria ko’i grupos de crianças
akuriria
clã do akuri
akuri ko’i
kutias
Nominalizador hat, we-, wo’owemü’e hat
estudante, o que se ensina (guarani: mbo’e hara)
wemü’e haria ko’i
estudantes
wo’o / mü’e hat
professor, o que ensina os outros
wo’o / mü’e haria ko’i
professores
Nominalizador hap (lugar)
to-ket -> get + hap
para lugar (hape)
ele dorme -> lugar onde dorme (dormitorio) hap = nominalizador de verbos
Colectivizadores:
-’in
pessoas
+ sok (ambiente nasal)
+ tok animados que moram juntos (formiga, cava)
+ sem animados que se agrupam (peixe, panteras)
1. uimempyt’in
o grupo de meus filhos
2. mani sok
um amontoado de mandioca
3. gäp tok
uma colmeia
4. sari tok
um formigueiro
5. nu sok
um formigueiro
9
6. pira sem
pirasema
7. aria’yp sok
um amontoado de lenha
8. sukabe’in
os do grupo familiar sukabe
9. awyato sem
um bando de panteras
mana hïn
irmansinha
mana’in
grupo de irmãs
25 / 06 / 01
Pronomes possessivos (como na classe 2)
o meu
u / i / wat
o teu
e / Ø / wat
o dele / a
i / wat
o
nosso a / i / wat
(inc.)
o
nosso uru / wat
(exc.)
o de vocês e / i / wat
o
deles i’atu / wat
(não ref.)
o
deles ta’atu / wat
mesmos
(ref.)
Afirmativo / Imperativo / Negação do Imperativo
en erema’at yara ete você mexe na canoa (em uma coisa)
en erema’at rei to yara ete
Não mexa na canoa
etät ro emi’u pega a comida comida
Imperativa afirmativa
verbo + to (~ro) (verbo termina em t)
Imperativa negativo
verbo + rei to
eremü’e ro
estude!
ereü’e rei to
não estude!
eweimü’e ro
estudem!
eweimü’e rei to
não estudem!
10
Demostrativos / pronomes demostrativos ( + wat)
Divididos:
1. Objetos do mundo com existencia material.
2. As coisas que não tem existencia material. (Baruho): Divididas em dois:
a) coisa singular: proximal e distal. b) parte de um grupo ou de uma coisa maior.
Demostrativos Existencia
material
como um todo Existencia material como parte de um todo
Proximal
Distal
Meiko
mëke
Mesup
meipe
Meiju
meije
mesup “lapi” uiwat
esse lapi (deitado) é meu (mesup é adjetivo demostrativo)
mëkewat epope ïwat esse, em tua mão, é dele (mëkewat é pronome demostrativo)
meikowat uipo pe ewat
mëke lapi
este, na minha mão, é de você
é aquele lápis
mëkewat lapi Aquelo é o lápis
en meiju etiky’esat Satere pusu
você quer a lingua do Satere (posisão do interlocutor em pé)
en mesup etiky’esat Satere pusu
você quer a lingua do Satere (posição do interlocutor deitado)
uimempyt’in meimue ïpoity te
meus filhos distantes (parte dos filhos) son numerosos ainda
uimempyt’in meime ïpoity te
meus filhos próximos (parte dos filhos) son numerosos ainda
verbo + te
ainda
“Adjetivos” demostrativos
Tipos
I-A. Coisas que sõ singulares: Proximos
Pronomes demostrativos
Distantes
Proximos
Distantes
1. suspendidos
meiko
mëke
meiko-wat
mëke-wat
2. horizontal
mesup
meipe
mesu(p)-wat
meipe-wat
3. vertical
meiju
meije
meiju-wat
meije-wat
I-B. Coisas parte de um todo:
meime
meimue
meime-wat
meimue-wat
II. Não existencia material
mio
mio
mio
mio(-wat)
mio eipusu ti ra’yn ehedocumento
ti
essa lingua (idioma) de vocês (katu) já é o documento de vocês
“katu” do guarani
11
12
O verbo
Tipos de verbos
1. Verbos de estado: mesma construçã que o nome possuidos
1. Indice pessoal + indice relacional (he ~ e) + base verbal
2. Indice pessoal + indice relacional (i ~ Ø) + base verbal
3. Indice pessoal + indice relacional (h ~ s) + base verbal
2. Verbos de processo:
a) Verbos ativos: transitivos com objeto direto
1. Indice pessoal + indice relacional (ti ~ i) + base verbal -ti- ~ -i2. Indice relacional: ~ Ø
b) Verbos médios: intransitivos sem objeto direto (ação verbal sobre o sujeito)
1. Indice pessoal + indice relacional (re ~ to / tu ~ Ø) + base verbal
2. Base verbal + indice pessoal + indice relacional + auxiliar [‘e]
Ex. put’ok uru / tu / ’e
1. Classe:
nos chegamos
uei- ou Øuruaei’atu- ou ta’atu-
Verebos de estado:
2. Classe:
3. Classe:
1. Verbos ativos: a(transitivos)
eI. ti~i~Ø
Ø
13
II. he
uruwaeweta’atu-
Verbos de processo:
2. Verbos médios: a(intransitivos)
eI. re~to~Ø
ØII. auxiliar
uruwaeweiØ- ou te’ero-
Prefixos pessoais dos
verbos de estado
Prefixos pessoais dos
verbos ativos (transitivos)
Prefixos pessoais dos
verbos médios (intransitivos)
u-
a-
a-
e-
e-
e-
i-
Ø-
Ø-
uru-
uru-
uru-
a-
wa-
wa
e-
ewe-
ewei-
i’atu-
ta’atu-
Ø-
Ø-
ta’atu-
te’ero-
Médios II:
put’ok are(’e)
put’ok ere(’e)
put’ok ØØ’e
put’ok urutu’e
put’ok watu’e
14
put’ok eweiØ’e
put’ok i’atuØ’e’
put’ok ta’atuØé
Mergulhar ou afundar:
min are
min ere
min’e
min urutu’e
min watu’e
min ewei’e
min i’atu’e
min ta’atu’e
Exercicio (pg.14, n.1):
1. u / he / sy’at kahato estou com muita fome (C1)
2. a / he / saika
nós (inc.) somos fortes (C1)
3. e / i / tag
vocês estão crescidos (grandes) (C2)
4. ë / / sy’at
você está com fome (C1)
5. aware i / ku’uro
o cachorro morreu (C2)
6. e / tag
você está crescido (grande) (C2)
7. e / hesaika
vocês são fortes (C1)
8. u / hera
estou cansado (C3)
9. e / he / haigte
vocês estão com saúde (C1)
10.e / sera
você está cansado (C2)
Verbos de classe 1: (he ~ e)
uito
uhesaika
uhehaigte
uhesy’at
en
esaika
ehaigte
ehesy’at
mi’i
hesaika
aito
ahasaika
hehaigte
hesy’at
ahehaigte
ahesy’at
uruto uruesaika
uruehaigte
uruesy’at
eipe
ehehaigte
ehesy’at
i’atuehaigte
i’atuesy’at
ehesaika
mi’iria i’atuesaika
Verebos da classe 2: (i ~ Ø)
uito
uitag uiku’uro
en
etag
eku’uro
mi’i
itag
iku’uro
15
aito
aitag
aiku’uro
uruto urutag uruku’uro
eipe
eitag
eiku’uro
mi’iria i’atutag i’atuku’uro
Verbos da classe 3: (h ~ s) (poucos verbos)
uito
uhera
en
esera
mi’i
hera
aito
ahera
uruto urusera
eipe
ehera
mi’iria i’atuhera
Exercícios:
sy’at hap iwato kahato yi tote
a fome é muito grande sobre a terra
O correlacional (to = ele mesmo ~ ta’atu = eles mesmos) nos verbos de estados se utilizam ao contar
histórias.
Exercicio (pg. 14, n.3)
1. i’atu / ty to / to go kape
a mãe deles vai para a roça
2. hariporia to / ket to’yat pe a mulher dorme na casa dela (na propria casa)
3. säri tu / ’u urumi’u
a formiga comeu nossa (exc.) comida
4. e’ywot ti / puenti ariukere teu pai encontrou a preguiça
5. ety tu / nug emi’u
tua mãe faz tua comida
6. uruto urui / ’auka yty
nós (exc.) matamos um viado
7. aria tu / ’u kahato uiko
o fogo comeu muito minha roça
8. ta’atu / ky’esat u’i
eles querem farinha
9. Uniawasap’i aiwat aity
Uniawasap’i é nossa (inc.) mãe
10.ui’ywot ti / ’auka wewato meu pai matou a anta (ou boi)
11.hapiri tu / ’u uimi’u
o rato comeu minha comida
12.eipe ewei / tek pira
vocês cortaram o peixe
13.mi’i tu / nug i’yat
ele faz a casa dele (de um outro) (to’yat, dele mesmo)
14.sari tok kahato eiko pe
tem muito formigueiro na roça de vocês
15.mi’iria tu / wat ta’atu’yat kape
eles vão para a casa deles (mesmos)
16.uito a / ti / pi’ig uhesokpe eu costuro minha roupa
17.en e / ti / koho ësokpe
você lava tua roupa
18.aito wa / tu / nug ahe’yara nós (inc.) fazemos nossa (inc.) canoa
16
19.uruesokpe hün kahato
nossa (exc.) roupa está muito suja
20.pi’ag ti / koho toesokpe
a garota lavou a roupa dela (mesma)
21.kurum to / to hetawa kape o garoto vai para a comunidade dele
Verbo IR irregular:
(indice pessoal / indice relacional / base verbal)
indice relacional (re ~ to ~ Ø)
uito
a / re / to
en
e / re / to
mi’i
Ø / to / to
uruto uru / tu / wat
aito
wa / tu / wat
eipe
ewei / Ø / wat
mi’iria Ø / tu / wat
Dormir
uito
areket
en
ereket
mi’i
toket
uruto urutoket
aito
watoket
eipe
eweiket
mi’iria te’eroket
Verbo costurar
atipi’ig
etipi’ig
tipi’ig
urupi’ig
watipi’ig
eweipi’ig
ta’atupi’ig
17
AVALIAçÃO
• Marcos: no tempo que tivemos foi bom para colocar as bases. Entendi muitas coisas que não
conseguia entender. O tempo foi pouco. Necessidade de uma próxima vez. Presente e / ou futuro
ver... Necessitamos tempo sentados para estudar e incorporar...
• Carlos: Foi rico. Deu para entender e relacionar as coisas que a gente escuta. Coletanea de
palavras ser trabalhado por cada um para um próximo encontro partir do material trabalhado por
cada um. Fazer uma fita com algum Sateré (Bernardo), de algumas palavras e frases mais usadas
para ir ouvindo. Quando um tem tempo a gente escuta. Lanzar-se a falar é importante, prem
sejam vesteras.
• Rosangela: Acho que todo o que consegui pegar foi bom. Agora da para se orientar. Da para
iniciar entendendo alguns porque. Agora escutando da para pegar alguma coisa.
• Davi: A pessar de minha cabeç ser dura, muitas coisas deu para entender. Agora o dessafio e
estudar. Um outro encontro para aprofundar e fixar o visto... Mais que para ir mais para frente.
Cada um de nos tem que buscar como desenvolver esso que vimos... Pesquisando e trocando de
experiencias. Cada um encontrar su modo de aprender.
• Arizete: Eu estou saindo muito animada. Ajudou a comprender. Vai devagar e esso ajuda.
Sistematización foi bom. Muito solto o encontro. Necessidade de aproveitar mais os encontros.
Muito corrido, entrando e saindo...
• Janderlan: Não deu para entender tudo. Me ajudou. Meu objetivo é falar a lingua, não entender
ela de forma linguistica... Agora se que KOI é plural e que tem outras palavras para o plural.
• Dulce: Ir identificando na escuta as particulas.
• Fernando: Muito bom como chute inicial
Como dar continuidad:
• Próximo encontro: 14-20 / 11 / 01
• Lugar do encontro: Parintins.
Marcos: [email protected]
Davi: [email protected]
Tf. Barrerinha: 531-7277. Contato: Junior
18
Download