Ref. 01-06lsm.doc Equipe de Pastoral Indigenista da Diocese de Parintins 22-25 de Junho 2001 Primeiro encontro de estudo da língua Satere-Mawe Prof. Dulce Franceschine Participantes: Dom Giuliano, David, Janderlan, Marcos, Rosangela, Dejanira, Arizete, Dulce (linguista) 21 / 06 / 01 09:00 hs Início. • Dom Giuliano motiva o encontro. Destaca a importância do aprendizado da língua SatereMawe como passo fundamental para o encontro com o coração do povo Satere-Mawe. Deus encarna-se para entrar em relação com nossas pessoas... A questão indígena é muito complexa. Exige que nos juntemos com dons diferentes para discernirmos juntos com eles o caminho. Nós não temos soluções. Estamos em um caminho de busca... O esforço do Pe. Henrique Uggé foi muito grande e muito importante... Temos que saber valorizar o esforço e superar as limitações. Aproveitar o bom desse trabalho. • Fernando: Este encontro é muito importante. O estudo da língua é o caminho que muitos equipes têm seguido para entrar no coração do povo. O esforço do Pe. Henrique Uggé e sua contribuição foi e é muito rica, no nível etnográfico e linguístico... Uma dedicação com muita paixão pelos Satere. • Marcos: Foi muito bom a viagem com Verônica. Encontramos o professor Edinelson que morou na casa do estudante em Maués. Convidamos ele para trabalhar com a gente. Vamos organizar um calendário e nos encontrar para estudar a língua sateré-Mawe. Com ele, também, tentar estruturar um catecismo em Satere, o canon da missa, etc. Vamos tentar falar a língua nas celebrações. Vai ser bom ainda que não saia bem no começo, mas depois vai melhorar. Também temos outras pessoas que podem nos ajudar... TEMAS VÁRIOS 1. Casa do Índio e estudantes Satere-Mawe na cidade. • Giuliano: Proposta de fazer da casa do índio uma casa dos estudantes Satere-Mawe. Bolsa de estudos para estudantes em um projeto que seja bem amplo. O tuxaua Donato ( comunidade Simão no Andirá), propôs um encontro de estudante no dia 5 de Julho com pais e outras pessoas interessadas.O objetivo é fortalecer a identidade, língua, relação entre eles... Formação espiritual (Tome). • Fernando: Vincular os tuxauas no acompanhamento dos estudantes indígenas na cidade é muito importante. Como ir articulando a pastoral indigenista da cidade... • Marcos: O choque para os estudantes indígenas entrando no mundo da cidade é muito forte: frustração, cachaça, etc. Foi pesado para Verônica e para Marcos ver que os jovens satere não participam na igreja... • Giuliano: Frente ao desafio da juventude... Temos que puxar para fora o que está dentro... Cristo puxa para fora o que está dentro de cada um de nós... Necessidade do tempo histórico para ir incorporando os novos valores... Autovaloração e autoestima... 1 2. Situação da WOMUPE e encontro com Manos Unidas. • Arizete: Em Maués encontramos com muitos professores e famílias sateré. Numa praça perto do s barcos, passamos os vídeos: “Ou vai ou racha” dos Makuxi e nossa experiência com os Yanomami, Roraima.Visita ao Marau. Encontro com os professores e com a diretoria da WOMUPE. Esclarecer o que é a SEMED-SEESM. Quais as funções de cada uma. • Fernando: Contato com as pessoas da “Manos Unidas.” Articulamos um encontro dos representantes da WOMUPE, com os responsáveis da Manos Unidas em Manaus. Foram Sidney e Bernardo (tesoureiro e coordenador). Ficou combinado que ao enviarem o projeto, será preciso acompanhar uma carta de apoio do bispo local. Esclarecimento da necessidade do fortalecimento da WOMUPE como organização independente da SEESM. Relação digna e educativa: No contrato de 2 anos uma quota simbólica. Há que construir pouco a pouco com eles... • Giuliano: O apoio da igreja é importante. • Marcos: Há necessidade de rabalhar muito o sentido do serviço da WOMUPE ao povo. Algo assim teria que acontecer no Andirá... • Giuliano: Falar com Verônica e o Pe. Dinelli para o local da WOMUPE. • Fernando: Os Professores Satere participar no encontro de 3-4 de Setembro em Maués, da Pastoral Indigenista para fechar o tema do local. 3. Equipe Verônica-Marcos e agora a Ir. Rosangela • Fernando: muito positivo o processo de equipe que estão fazendo... Visitas as comunidades parando nelas, reunindo a comunidade, rezando com eles... • Marcos: Vamos visitar o Andirá junto com Verônica e agora Rosangela. 4. Visita no Andirá • Possibilidades de desenvolver a oficina “A Marcha continua nas aldeias”. Marcos porpõe: No mês de Maio à setembro de 2002. Introdução à língua Sateré-Mawé Dulce Francischini Quais são as espectativas de vocês? • David: Já gostei desse material, vai nos ajudar bastante. Quero compreender a estrutura da língua para aprender e saber construir frases. • Giuliano: Fico curioso com ver este mundo diferente do mundo linguistico greco-latino. Poder leer, colocar um som em uma grafia... • Marcos: Quero ter algumas bases sobre a lógica da língua Sateré-Mawé. Como se estrutura a língua Sateré-Mawé. Tenho tentado compreender muitas coisas, na hora de tirar as dúvidas as pessoas não conseguem explicar como a gente escreve as palavras. • Arizete: Na experiência no Marau eu perguntava como se escrevia uma frase e muitos não conseguiam...Quero aprender a estrutura da língua sateré para entender a escrita e ajudar-me na fala. • Rosangela: Para mim tudo o que eu aprender aqui, será ganho. Quero entender a estrutura e poder começar a falar um pouco. 2 • Dejanira: É uma coisa nova. Nunca tive uma oportunidade para aprender a escrever. Sei falar. Porém, não entendo a estrutura. O Pe. Enrique sempre me falou para eu falar a língua. Eu sempre falo com minha mãe e pessoas conhecidas. Quando eu comecei a estudar em Barreirinha, eu só tirava zero, nota baixa, mas eu fui em frente. • Janderlan: Para as crianças é fácil aprender uma língua pois não ficam perguntando se está certo ou errado. Nós os adultos complicamos... Quero saber como formar um pensamento em Satere. Conhecer a estrutura da língua. • Fernando: Quero compreender melhor a Fonética, grafia e estrutura da língua sateré. Aprender a falar a língua, para mim, é uma das principais portas para entrar na vida mais frofunda das pessoas. Grupos linguísticos principais no Brasil 1. Tronco Tupi. Formado por varias famílias linguísticas: - Família: Sateré-Mawé. Sistema bastante regular em relação ao tupi-guarani. - Família: Tupi-Guarani. - Outras. 2. Arawak 3. Karib 4. Gê • Tupinização da região cultural Tapajó-Madeira. Para Menendez: - Antes de 1550 não tinha tupi na região. - 1615, os franceses perdem a guerra e os tupi migram para a Ilha Tupinambarana. - 1530, fogem da escravidão e descem o rio São Francisco e espalham-se - Tupinamba / ran / a. “-ran” parecido mais não igual. - 1637 Fritz: Mabué = Maraguazes e Andirazes. Nas cataratas do Tapajós. Fonética e fonologia Sateré-Mawé O homem produz uns 130 sons. Cada língua escolhe uns 30 ou 40 sons. Transcrição fonética: colocar um símbolo a um son. Ditongos: waikiru estrela weita pássaro moi cobra awyato onça waipaka galinha ariukere preguiça 3 Cores: ika’ay é amarelo ihyryp é azul ou verde ikytsig é branco ihun é preto ihup é vermelho (hü sangue su sangue dele) Acento mais marcado em Sateré-Mawé A última sílaba é a mais acentuada (oxitona), porém sem grafá-la. Alofones = variantes de un fonema. - Alofones posicionais: p, b, p implosiva. Mesma coisa com t / d / f ; k / g / k implosiva wai / pa / ka pay inicio de silaba. paca i / mem / byt seu filho - Alofones livres: dependen as variações por ração não linguistica e sim social, sexo, região. [netap] ou [getap] casa. A sílaba: ut lagarta miat caça akuri kutia kat interrogativo, que? Toiro watemü’e hamo. Vamos estudar. 23 / 06 / 01 Comentário do artigo: “Aspectos socio-linguísticos dos sistemas ortográicos das línguas amazônicas do Peru” (Angel Corbera Mori). • Princípio biunívoco. Segundo Pike: Princípio biunívoco entre os fonemas e os grafemas. Variantes socio-linguística. Graficar a lingua vernácula com a grafia da língua de prestígio facilita o aprendizado da língua dominante (facilitar a passagem para a língua do país). O que está por tras é a política linguística de integração nacional do índio (SLI). • A escola deve ser crítica. Relação crítica com o mundo cultural próprio e com o mundo cultural externo. O exemplo dos professores é fundamental (professores bêbados no Marau!). • Privilegiar as pessoas monolingues, e não as bilingues, no processo de grafação da língua. • Pan-letal: Uma escrita acima de todos os dialetos. • A língua tem implicações políticas, econômicas, históricas, etc. • Desde o século XVII a divisão entre os Sateré é entre os Marawases e Andirases. Hoje continua. • Não há grandes diferenças de grafia entre os Sateré do Andirá e do Marau. Nossa função é de facilitadores de encontros entre eles para que possam ir discutindo seus problemas, semelhanças e diferenças. Superar o processo de municipalização, fragmentação das áreas indígenas... 4 Consonantes e vogais (pg.4-5). kurum hin menino pequeno nu hit pedra pequena areto ra’yn já vou ta’yn ou na’yn mi’i ti tu’u ele que comeu (katu) en getap pe -> en getap we você está em casa p + w -> m t + w -> n are + y’y + ’u -> a / re / ’y’u a + tu + ’u pira como peixe bebo água (intransitivo) Canção Waku, Waku kahato wa / tu / nug aiwat a / i / puap fazemos nosso caminho mi’i pote anumare hit te / ha’at a / he / wowi kat tupono watunug i / mi / ky’esat mi’i pote teha’at ahewowi Frases: a / ti / ky’esat u’i gap aru ehok eu quero farinha (ti clase de verbo) caba vai te ferrar (aru, futuro próximo). Gap aru uihok caba vai me ferrar mi’i tikytyt wawori ele amarrou o jabuti haki’i hekatu’u waipaka o morcego mordeu a galinha hirokat yt tu’u’i mi’u pu’i a criança não come carne pisana hekatup hapiri o gato espera o rato pira hewyry y‘y pe o peixe anda na agua (rio). uruto uruterüt u’i ëpe nós trazemos farinha para você. uito areine’en tawa pe we porto eu vivo (moro) na cidade (aiko) ewe atipy he / waikiru boca o céu está estrelado Negação Não yt ou nei Negação do verbo: yt + verbo + ‘i mi’i tum u’i ele da farinha eti’auka ytÿ você mata o viado Maria yt ety’i Maria não é tua mãe ny = mãe ety ny epo mo eko go 5 Ditado: koitywy en e / re / mü’e agora você estuda koity’i kurum toto miat pe tu / we / mü’e hawyi munki’ite hünete aito watuwat hempy pe hoje o menino vai caçar depois de estudar amanhã cedo nos vamos ??? ga’atpo hirokat to / ty wywo ipot’äm ontem a criança com a mãe (dela) subiou kiag aranha 24 / 06 / 01 Classes de verbo: a / re / to ensinar) eu vou; re = a ação da pessoa vai para dentro dela mesma (a / re / mü’e, a / ti / auka eu mato; ti = a ação da pessoa vai para fora dele. a / ti / mü’e eu ensino a / re / mü’e eu estudo (me ensino) Morfema = unidad mínima significativa. 1. Morfemas gramaticais = prefixos 2. Morfemas lexicais = verbo / nome Adjetivo: a função adjetival é desenvolvida pelos verbos i / ka’ay é amarelo i / wato é grande nu wato ikahu a pedra grande é bonita uity ipöro nu wato pedra grande minha mãe é velha Em Sateré os morfemas são prefixos e sufixos. Exercício: Separar os prefixos possessivos e os pronomes pessoais 1. i / ’atu / ty a mãe deles (i = terceira pessoa; ‘atu = pluralizador; -ty = raiz) 2. uru / mi’u nossa comida (exc.) 3. u / het meu nome 4. e / ’ywot teu pai 5. uru / set nosso nome (exc.) 6. e / ty tua mãe 7. u / i / ko minha roça 8. a / i / ty nossa mãe 9. u / i / ’ywot meu pai 10.a / het nosso nome 11.ë / / pira teu peixe (e / e / pira) 12.u / i / mi’u minha comida 6 13.e / he / pira o peixe de vocês 14.e / i / ko roça de vocês 15.mi’i / ria tu / wat ta / ’atu / ’yat contaminado) mi’i / ria tu / wat i / ’atu / ’yat 16.uito a / ti / pi’ig u / he / sokpe 17.en e / ti / koho ë / / sokpe eles vão para a casa deles (deles mesmos; to -> ta eles vão para a casa deles (de outras pessoas, não do sujeito) eu costuro minha roupa você lava tua roupa 18.hariporia to / ket to / ’yat pe a mulher dorme na casa dela (na propria casa) 19.aito wa / tu / nug a / he / ’yara nos fazemos nossa (inc.) canoa 20.pi’ag ti / koho to / e / sokpe a garota lavou a roupa dela (dela mesma) 21.eipe ewei / tek pira vocês cortaram o peixe 22.mi’i tu / nug i / ’yat eles fazem a casa dele (de um outro) 23.kurum to / to he / tawa o garoto vai para a comunidade dele (de um outro) 24.uruto uru / i / ’auka yty nós (exc.) matamos o veado 25.pira peixe 26.sokpe roupa 27.mi’u comida 28.-ty mãe 29.-’ywot pai 30.-ko roça Fraces ai’ywot set ete no nome do pai (ete = em ou sobre) imembyt set ete no nome do filho (da mãe) o än! sei lá! (fala a mulher) o paig! sei lá! (fala o homem) sari ehok’hok formiga vai te ferrar 7 Quadro: Possessivos e classes de substantivos. Possessivo Prefixo Relacional classe 1 Relacional classe 2 Relacional classe 3 possessivos -tawa; -yara (canoa); -yat; -ty; -’ywot; -ko; -set (nome); -apokuita (remo) -po; -py -hü (sangue) Variação: he – e Variação: i - Ø Variação: h - s 1s. meu: u- he – tawa i - ’ywot - het 2s. teu: e- e – tawa (ë) Ø - ’ywot - set 3s. dele: (ñ-cor.) Ø- he - tawa (ñ-cor.) i- (cor.) to - (ta-) e – tawa Ø - ’ywot - set 1p. nosso (exc.): Uru - e – tawa Ø - ‘ywot - set 1p. nosso (inc.): a- he - tawa i - ‘ywot - het 2p. vosso: e- he - tawa i - ‘ywot - het 3p. deles: (ñ-cor.) i’atu - e – tawa Ø - ‘ywot - set (cor.) e - tawa Ø - ‘ywot - set kahu i - ’ywot (ï) ta’atu - atu’u kähu - het eu terminei de comer (kähu = proceso verbal terminó) bonito ver pg. 7 Os VERBOS de ESTADO têm a mesma construção que os nomes u / i / we’ese estou contente u / i / py meu pé Classes de lexemas nominais (pgs. 8-12) Classe 1 (he~e): relação alienavel. Animais, coisas não consideradas vitais, alguns termos de parentesco, as coisas introducidas de fora vão entrar nessa classe. Classe 2 (i~Ø): relação inalienavel. Ex. u / i / py; u / i / po; Poseido -ty -po ko -py (pusuido oral) ‘yat Não pussuido ny mo go ny (não pusuido nasal) getap Classe 3 (h~s; h~j): subclasse de nomes inalienaveis. Ex. u / het, u / hü, u / hyig, u / huwaipo aware ihuruk suwaipo o cachorro mexe seu rabo < 8 Exercicio: Pesquisar palavras de acordo as classes. Plural dos nomes 1. yi ko’i diferentes tipos de terra 2. ywa ko’i frutas 3. saware ko’i vassoras 4. awyato tig ko’i as panteras pintadas 5. hiroka / ria as crianças 6. tu’isa / ria os tuxauas 7. paigni / nia os pajés 8. hamu / nia os tios (irmãos da mãe) 9. aware / ria os cachorros + ko’i pluraliza coisas não individualizadas, não humanizados (grupos. Ex. aluno ko’i, folhas, flores) -tia, -ria, -nia (pakuptia~hirokaria~hamunia) pluraliza individuos, humaniza (Ex. tu’isaria, tora / nia) -ria + ko’i hirokaria ko’i grupos de crianças akuriria clã do akuri akuri ko’i kutias Nominalizador hat, we-, wo’owemü’e hat estudante, o que se ensina (guarani: mbo’e hara) wemü’e haria ko’i estudantes wo’o / mü’e hat professor, o que ensina os outros wo’o / mü’e haria ko’i professores Nominalizador hap (lugar) to-ket -> get + hap para lugar (hape) ele dorme -> lugar onde dorme (dormitorio) hap = nominalizador de verbos Colectivizadores: -’in pessoas + sok (ambiente nasal) + tok animados que moram juntos (formiga, cava) + sem animados que se agrupam (peixe, panteras) 1. uimempyt’in o grupo de meus filhos 2. mani sok um amontoado de mandioca 3. gäp tok uma colmeia 4. sari tok um formigueiro 5. nu sok um formigueiro 9 6. pira sem pirasema 7. aria’yp sok um amontoado de lenha 8. sukabe’in os do grupo familiar sukabe 9. awyato sem um bando de panteras mana hïn irmansinha mana’in grupo de irmãs 25 / 06 / 01 Pronomes possessivos (como na classe 2) o meu u / i / wat o teu e / Ø / wat o dele / a i / wat o nosso a / i / wat (inc.) o nosso uru / wat (exc.) o de vocês e / i / wat o deles i’atu / wat (não ref.) o deles ta’atu / wat mesmos (ref.) Afirmativo / Imperativo / Negação do Imperativo en erema’at yara ete você mexe na canoa (em uma coisa) en erema’at rei to yara ete Não mexa na canoa etät ro emi’u pega a comida comida Imperativa afirmativa verbo + to (~ro) (verbo termina em t) Imperativa negativo verbo + rei to eremü’e ro estude! ereü’e rei to não estude! eweimü’e ro estudem! eweimü’e rei to não estudem! 10 Demostrativos / pronomes demostrativos ( + wat) Divididos: 1. Objetos do mundo com existencia material. 2. As coisas que não tem existencia material. (Baruho): Divididas em dois: a) coisa singular: proximal e distal. b) parte de um grupo ou de uma coisa maior. Demostrativos Existencia material como um todo Existencia material como parte de um todo Proximal Distal Meiko mëke Mesup meipe Meiju meije mesup “lapi” uiwat esse lapi (deitado) é meu (mesup é adjetivo demostrativo) mëkewat epope ïwat esse, em tua mão, é dele (mëkewat é pronome demostrativo) meikowat uipo pe ewat mëke lapi este, na minha mão, é de você é aquele lápis mëkewat lapi Aquelo é o lápis en meiju etiky’esat Satere pusu você quer a lingua do Satere (posisão do interlocutor em pé) en mesup etiky’esat Satere pusu você quer a lingua do Satere (posição do interlocutor deitado) uimempyt’in meimue ïpoity te meus filhos distantes (parte dos filhos) son numerosos ainda uimempyt’in meime ïpoity te meus filhos próximos (parte dos filhos) son numerosos ainda verbo + te ainda “Adjetivos” demostrativos Tipos I-A. Coisas que sõ singulares: Proximos Pronomes demostrativos Distantes Proximos Distantes 1. suspendidos meiko mëke meiko-wat mëke-wat 2. horizontal mesup meipe mesu(p)-wat meipe-wat 3. vertical meiju meije meiju-wat meije-wat I-B. Coisas parte de um todo: meime meimue meime-wat meimue-wat II. Não existencia material mio mio mio mio(-wat) mio eipusu ti ra’yn ehedocumento ti essa lingua (idioma) de vocês (katu) já é o documento de vocês “katu” do guarani 11 12 O verbo Tipos de verbos 1. Verbos de estado: mesma construçã que o nome possuidos 1. Indice pessoal + indice relacional (he ~ e) + base verbal 2. Indice pessoal + indice relacional (i ~ Ø) + base verbal 3. Indice pessoal + indice relacional (h ~ s) + base verbal 2. Verbos de processo: a) Verbos ativos: transitivos com objeto direto 1. Indice pessoal + indice relacional (ti ~ i) + base verbal -ti- ~ -i2. Indice relacional: ~ Ø b) Verbos médios: intransitivos sem objeto direto (ação verbal sobre o sujeito) 1. Indice pessoal + indice relacional (re ~ to / tu ~ Ø) + base verbal 2. Base verbal + indice pessoal + indice relacional + auxiliar [‘e] Ex. put’ok uru / tu / ’e 1. Classe: nos chegamos uei- ou Øuruaei’atu- ou ta’atu- Verebos de estado: 2. Classe: 3. Classe: 1. Verbos ativos: a(transitivos) eI. ti~i~Ø Ø 13 II. he uruwaeweta’atu- Verbos de processo: 2. Verbos médios: a(intransitivos) eI. re~to~Ø ØII. auxiliar uruwaeweiØ- ou te’ero- Prefixos pessoais dos verbos de estado Prefixos pessoais dos verbos ativos (transitivos) Prefixos pessoais dos verbos médios (intransitivos) u- a- a- e- e- e- i- Ø- Ø- uru- uru- uru- a- wa- wa e- ewe- ewei- i’atu- ta’atu- Ø- Ø- ta’atu- te’ero- Médios II: put’ok are(’e) put’ok ere(’e) put’ok ØØ’e put’ok urutu’e put’ok watu’e 14 put’ok eweiØ’e put’ok i’atuØ’e’ put’ok ta’atuØé Mergulhar ou afundar: min are min ere min’e min urutu’e min watu’e min ewei’e min i’atu’e min ta’atu’e Exercicio (pg.14, n.1): 1. u / he / sy’at kahato estou com muita fome (C1) 2. a / he / saika nós (inc.) somos fortes (C1) 3. e / i / tag vocês estão crescidos (grandes) (C2) 4. ë / / sy’at você está com fome (C1) 5. aware i / ku’uro o cachorro morreu (C2) 6. e / tag você está crescido (grande) (C2) 7. e / hesaika vocês são fortes (C1) 8. u / hera estou cansado (C3) 9. e / he / haigte vocês estão com saúde (C1) 10.e / sera você está cansado (C2) Verbos de classe 1: (he ~ e) uito uhesaika uhehaigte uhesy’at en esaika ehaigte ehesy’at mi’i hesaika aito ahasaika hehaigte hesy’at ahehaigte ahesy’at uruto uruesaika uruehaigte uruesy’at eipe ehehaigte ehesy’at i’atuehaigte i’atuesy’at ehesaika mi’iria i’atuesaika Verebos da classe 2: (i ~ Ø) uito uitag uiku’uro en etag eku’uro mi’i itag iku’uro 15 aito aitag aiku’uro uruto urutag uruku’uro eipe eitag eiku’uro mi’iria i’atutag i’atuku’uro Verbos da classe 3: (h ~ s) (poucos verbos) uito uhera en esera mi’i hera aito ahera uruto urusera eipe ehera mi’iria i’atuhera Exercícios: sy’at hap iwato kahato yi tote a fome é muito grande sobre a terra O correlacional (to = ele mesmo ~ ta’atu = eles mesmos) nos verbos de estados se utilizam ao contar histórias. Exercicio (pg. 14, n.3) 1. i’atu / ty to / to go kape a mãe deles vai para a roça 2. hariporia to / ket to’yat pe a mulher dorme na casa dela (na propria casa) 3. säri tu / ’u urumi’u a formiga comeu nossa (exc.) comida 4. e’ywot ti / puenti ariukere teu pai encontrou a preguiça 5. ety tu / nug emi’u tua mãe faz tua comida 6. uruto urui / ’auka yty nós (exc.) matamos um viado 7. aria tu / ’u kahato uiko o fogo comeu muito minha roça 8. ta’atu / ky’esat u’i eles querem farinha 9. Uniawasap’i aiwat aity Uniawasap’i é nossa (inc.) mãe 10.ui’ywot ti / ’auka wewato meu pai matou a anta (ou boi) 11.hapiri tu / ’u uimi’u o rato comeu minha comida 12.eipe ewei / tek pira vocês cortaram o peixe 13.mi’i tu / nug i’yat ele faz a casa dele (de um outro) (to’yat, dele mesmo) 14.sari tok kahato eiko pe tem muito formigueiro na roça de vocês 15.mi’iria tu / wat ta’atu’yat kape eles vão para a casa deles (mesmos) 16.uito a / ti / pi’ig uhesokpe eu costuro minha roupa 17.en e / ti / koho ësokpe você lava tua roupa 18.aito wa / tu / nug ahe’yara nós (inc.) fazemos nossa (inc.) canoa 16 19.uruesokpe hün kahato nossa (exc.) roupa está muito suja 20.pi’ag ti / koho toesokpe a garota lavou a roupa dela (mesma) 21.kurum to / to hetawa kape o garoto vai para a comunidade dele Verbo IR irregular: (indice pessoal / indice relacional / base verbal) indice relacional (re ~ to ~ Ø) uito a / re / to en e / re / to mi’i Ø / to / to uruto uru / tu / wat aito wa / tu / wat eipe ewei / Ø / wat mi’iria Ø / tu / wat Dormir uito areket en ereket mi’i toket uruto urutoket aito watoket eipe eweiket mi’iria te’eroket Verbo costurar atipi’ig etipi’ig tipi’ig urupi’ig watipi’ig eweipi’ig ta’atupi’ig 17 AVALIAçÃO • Marcos: no tempo que tivemos foi bom para colocar as bases. Entendi muitas coisas que não conseguia entender. O tempo foi pouco. Necessidade de uma próxima vez. Presente e / ou futuro ver... Necessitamos tempo sentados para estudar e incorporar... • Carlos: Foi rico. Deu para entender e relacionar as coisas que a gente escuta. Coletanea de palavras ser trabalhado por cada um para um próximo encontro partir do material trabalhado por cada um. Fazer uma fita com algum Sateré (Bernardo), de algumas palavras e frases mais usadas para ir ouvindo. Quando um tem tempo a gente escuta. Lanzar-se a falar é importante, prem sejam vesteras. • Rosangela: Acho que todo o que consegui pegar foi bom. Agora da para se orientar. Da para iniciar entendendo alguns porque. Agora escutando da para pegar alguma coisa. • Davi: A pessar de minha cabeç ser dura, muitas coisas deu para entender. Agora o dessafio e estudar. Um outro encontro para aprofundar e fixar o visto... Mais que para ir mais para frente. Cada um de nos tem que buscar como desenvolver esso que vimos... Pesquisando e trocando de experiencias. Cada um encontrar su modo de aprender. • Arizete: Eu estou saindo muito animada. Ajudou a comprender. Vai devagar e esso ajuda. Sistematización foi bom. Muito solto o encontro. Necessidade de aproveitar mais os encontros. Muito corrido, entrando e saindo... • Janderlan: Não deu para entender tudo. Me ajudou. Meu objetivo é falar a lingua, não entender ela de forma linguistica... Agora se que KOI é plural e que tem outras palavras para o plural. • Dulce: Ir identificando na escuta as particulas. • Fernando: Muito bom como chute inicial Como dar continuidad: • Próximo encontro: 14-20 / 11 / 01 • Lugar do encontro: Parintins. Marcos: [email protected] Davi: [email protected] Tf. Barrerinha: 531-7277. Contato: Junior 18