Geologia - Webnode

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Aula 01
Definições e conceitos de Geociência
Esta disciplina propõe a você uma viagem no tempo geológico, de contínua inquietação
e renovação, do interior à superfície do nosso planeta, fornecendo as primeiras pistas para você
conhecer a Terra.
Vamos começar conhecendo um pouco do que é a Geologia, quais são suas principais
subdivisões, o que fazem os geólogos e qual a aplicação desta ciência no nosso dia a dia.
A palavra geologia é definida como a ciência que estuda a Terra, desde sua formação,
passando por todos os processos evolutivos até os dias atuais, além de todos os processos
relacionados a esse sistema.
A Geologia estuda a estrutura da Terra, para compreender como se formam os diversos
tipos de rochas e sua distribuição desde a superfície até o interior das profundezas do planeta.
A Terra se formou há aproximadamente 4,6 bilhões de anos.
O entendimento de todo o processo de formação e evolução do nosso planeta pelo
homem, no entanto, surgiu há cerca de “apenas” dez mil anos.Essa temporalidade transcende a
dimensão humana.
Os continentes nem sempre estiveram onde estão hoje, os mares formaram e secaram;
assim como diversas formas de vida surgiram e desapareceram ao longo da história geológica.
Todos esses eventos deixaram pistas para que o homem conseguisse desvendar essa história.
Por conta de todas essas mudanças que o planeta sofreu ao longo da história geológica,
existem registros que ficaram guardados nas rochas.
É através desses registros que conseguimos entender essas transformações.
Os registros de todos esses processos evolutivos ficam registrados nas rochas, nos
minerais e nos fósseis, que são peças essenciais para desvendar o quebra-cabeça das
transformações do planeta Terra ao longo da história geológica.
Essas peças, aos poucos, vão se encaixando e desvendando enigmas, ajudando-nos a
aprofundar o entendimento dessas mudanças.
Cada vez mais as pessoas têm se interessado pelos acontecimentos do passado
geológico, buscando compreender os fenômenos que ainda ocorrem e as possibilidades de
mudanças no futuro.
A evolução da Terra
De acordo com Teixeira, et al. (2003) a Terra é um sistema vivo, com uma dinâmica
evolutiva própria. Montanhas e oceanos nascem, crescem e desaparecem, em um processo
cíclico.
Esse planeta dinâmico, em contínua evolução, com suas complexidades através de seus
sistemas terrestres, é único em nosso sistema solar. Isto porque permite a ocorrência de vida,
presença de oceanos de água, uma atmosfera hospitaleira e uma variedade de climas. É através
desses sistemas que temos os recursos de onde tiramos proveito para melhor usufruir da nossa
vida neste planeta.
Enquanto vulcões e processos de soerguimento trazem novas rochas à superfície que
sofrem a ação dos ventos, das águas e das geleiras, causando desgaste e mobilizando
sedimentos de um lugar para outro, os rios mudam constantemente seus cursos.
Fenômenos climáticos alteram periodicamente as condições de vida e o balanço entre
as espécies.
Geologia e a Evolução Humana
Os recursos minerais foram fundamentais para a humanidade desde que ela começou
sua aventura na Terra, desde o tempo em que o homem pré-histórico trilhava enormes distâncias
atrás de sílex (um tipo de mineral) para a confecção de suas ferramentas.
Eles são tão importantes que a evolução da civilização costuma ser dividida em fases
cujos nomes se baseiam nos avanços na utilização de minerais para a confecção de
instrumentos.
Nos primórdios da humanidade, houve a Idade da Pedra.
Esta pode ser divida em:
●Idade da Pedra Lascada, quando os instrumentos não passavam de lascas de pedra;
● Idade da Pedra Polida, quando os homens aprenderam a polir pedras para dar-lhes formas,
de acordo com suas necessidades.
Quando o homem aprendeu a obter metais dos minérios, sucederam-se as Idades do
Ferro e Bronze.
Atualmente podemos dizer que estamos em plena Idade do Alumínio, do Silício e das
Cerâmicas Semicondutoras.
Subdivisões da Geologia
Por ser tão ampla, a geologia necessita da interdisciplinaridade, envolvendo também
outros campos do conhecimento como a Biologia, a Geografia, a Meteorologia, a Oceanografia,
a Física, a Química e a Economia, promovendo um melhor entendimento e aproveitamento desta
ciência.
Atuação do Geólogo
O estudo da Geologia pode ser empregado em diferentes setores e contribui para o
desenvolvimento do país nas mais diversas dimensões. Mas como a sociedade percebe a
atuação desse ramo profissional?
É através do monitoramento, planejamento e execução de ações para a redução de
riscos que a atuação do geólogo pode trazer uma vida melhor para todos.
Além de ajudar a projetar e a construir, este profissional estuda os locais onde há maior
disponibilidade de material para a construção (pedra, areia e terra) e condições naturais do
terreno que permitam aproveitá-lo de forma mais econômica e segura.
Quando se fala em pesquisa e descoberta de bens minerais e produção de energia, não
há como esquecer a Geologia. Mais uma vez ela se faz presente me nossas vidas de forma
intensa!
Aplicação da Geologia
Pare para refletir como as rochas estão presentes em nossas vidas. Começando pelas
nossas casas, elas estão presentes em todas edificações que nos cercam.
As rochas são compostas de agregados minerais, constituídas por um ou mais
elementos químicos que se combinam de forma organizada na sua estrutura interna. O tijolo, a
areia, o cimento das paredes, as telhas, as ferragens, as esquadrias metálicas das janelas, o
piso cerâmico, os azulejos, os vidros, a pia de mármore ou granito, o fogão, a geladeira, os
talheres, a louça, as tintas, a cal e muitos outros objetos da nossa casa são produtos obtidos,
direta ou indiretamente, dos minerais.
OBS: Os minerais também estão presentes como matéria-prima: quase todos os
produtos inorgânicos que utilizamos, sejam naturais ou artificiais, são constituídos por minerais
que podem ser encontrados naturalmente na superfície da Terra. Ou então, por substâncias
produzidas pelas transformações naturais ou artificiais (induzidas pelo homem) desses minerais.
A areia, a argila e a brita são usadas nas estruturas de concreto em edifícios, pontes e
estradas. As rochas estão presentes em todas as edificações que nos cercam, nas residências,
pontes, prédios, barragens, portos ou usinas. São usadas ainda como pavimento nas rodovias,
ferrovias e aeroportos.
Os metais derivam de minerais encontrados nas rochas, como:
● Nióbio, utilizado na produção de ligas resistentes às altas temperaturas;
● A hematita, o mais abundante minério de ferro;
● A bauxita, o principal minério de alumínio, usado em tintas, chapas e tubos e peças fundidas,
utensílios domésticos e mobílias.
É importante que os materiais geológicos tenham qualidade comprovada para o uso nas
construções. Se esses materiais forem escolhidos de maneira inadequada, podem causar
acidentes. (FIM DA OBS)
Os processos evolutivos por que a Terra passou ao longo de alguns bilhões de anos
propiciaram as condições para a existência da vida. É sobre a Terra que vivemos, construímos
nossas edificações, e dela extraímos tudo que é necessário para a manutenção da espécie, tal
como a água, alimentos e matérias-primas para a produção de energia e fabricação de todos os
produtos que usamos e consumimos. Entretanto, também é nela que depositamos nossos
resíduos, tanto industriais como domésticos (Teixeira et al., 2003).
Agora que você já aprendeu um pouco sobre Geologia, percebeu como esta ciência esta
presente em nosso cotidiano?
E agora, você é capaz de se imaginar em um mundo sem o conhecimento geológico?
Aula 02 - Composição e estrutura interna da Terra
O planeta Terra
Você já aprendeu que a Terra é um planeta dinâmico, que se formou há
aproximadamente 4,6 bilhões de anos, e que desde sua formação vem passando por
processos de transformação.
Essas mudanças estão relacionadas com o tamanho, o formato e a distribuição
geográfica dos continentes e das bacias oceânicas. Entretanto, a composição da atmosfera e
as formas de vida que existem diferem daquelas do passado. Também podemos visualizar
facilmente como as montanhas e os morros foram desgastados pela erosão e como as
paisagens foram mudadas pela força do vento, água e gelo.
“Erupções vulcânicas e terremotos revelam um interior ativo, e rochas fraturadas e
dobradas indicam o enorme poder das forças internas da Terra” (Wincander; Monroe, 2009).
O planeta Terra é um lugar único, onde milhões de organismos vivem, incluindo nós,
humanos. Este é o único corpo celeste onde é conhecida essa enorme diversidade e
adaptação da vida. Não existe nenhum outro lugar descoberto com o mesmo delicado
equilíbrio de condições para manter a vida como o nosso planeta.
A Terra trabalha como um sistema de muitos componentes interativos sobre a
superfície sólida, em sua atmosfera e em seus oceanos. Para conhecer esses sistemas,
devemos entender também como o sistema planetário evoluiu ao longo do tempo.
Lugar único no Universo
O planeta Terra é um lugar único, onde milhões de organismos vivem, incluindo nós,
humanos. Este é o único corpo celeste onde é conhecida essa enorme diversidade e
adaptação da vida. Não existe nenhum outro lugar descoberto com o mesmo delicado
equilíbrio de condições para manter a vida como o nosso planeta.
A Terra trabalha como um sistema de muitos componentes interativos sobre a
superfície sólida, em sua atmosfera e em seus oceanos. Para conhecer esses sistemas,
devemos entender também como o sistema planetário evoluiu ao longo do tempo.
Mecanismos Internos e Externos
Embora o planeta tenha se esfriado desde o seu início ardente, até hoje continua como
um planeta inquieto, mudando continuamente por meio de atividades geológicas, como
terremotos, vulcões e glaciações.
Essas atividades são governadas por mecanismos internos e externos.
O mecanismo interno da Terra é governado pela energia térmica aprisionada durante a origem
do planeta e gerada pela radioatividade em seus níveis mais profundos.
O calor interior controla os movimentos no manto e no núcleo, suprindo energia para
fundir rochas, mover continentes e soerguer montanhas.
Estrutura interna da Terra
Durante muito tempo, a estrutura interna da Terra era desconhecida devido às grandes
dificuldades em estudá-la.
Foi preciso muito tempo até se chegar a um modelo de estruturação, baseado em
evidências indiretas, principalmente nos dados sísmicos, já que, devido a limitações
tecnológicas, ainda não é possível ter acesso às camadas mais internas do planeta, pelas suas
condições de altas pressões e altas temperaturas, que aumentam com a profundidade.
Sabe-se que a Terra é uma esfera ligeiramente achatada, e que não é homogênea.
DICA: Sabe-se que a Terra é uma esfera ligeiramente achatada, e que não é
homogênea.
A perfuração de sondagem mais profunda realizada até hoje na Terra, em Kola, na
Rússia, tem 12 Km, um valor insignificante para um planeta que tem mais de 6.000 Km de
raio. (FIM DA DICA)
Análise das ondas sísmicas
Através da análise das ondas sísmicas, é possível deduzir várias características das
partes internas da Terra, atravessadas pelas ondas, fundamentado em alguns aspectos de
propagação e sua resposta quando atravessa o meio.
As ondas sísmicas sofrem reflexão e refração, e através da sua propagação e resposta
às camadas atravessadas, é possível compreender as propriedades de subsuperfície. As
ondas sísmicas mostram que nosso planeta é formado por três camadas de composição e
propriedades distintas: o núcleo, o manto e a crosta. Leia mais sobre as ondas sísmicas e
formação da camada terrestre.
O Brasil era considerado assísmico até pouco tempo atrás, pela ausência de
conhecimento de registros de sismos destrutivos, e os poucos abalos sentidos eram
interpretados como acomodações de camadas rochosas.
“A partir da década de 70, através de estudos sismológicos, foi evidenciado que a
atividade sísmica no Brasil, apesar de baixa, não pode ser desprezada e é resultado de forças
geológicas que atuam em toda a placa do continente sul-americano. Através desses abalos
sísmicos foi possível conhecer o interior da Terra” (Teixeira, et al., 2003).
As camadas Terrestres
Agora, vamos estudar separadamente cada camada constituinte do nosso planeta: o
núcleo, o manto e a crosta externa.
Crosta: A crosta é a camada mais externa da Terra. Consiste de material rochoso menos
denso que o manto. Sob os oceanos (crosta oceânica), tem uma espessura de cerca de 10
Km, enquanto que a crosta continental, varia de 20 a 70 km de espessura.
A crosta continental é formada por duas zonas:
● A superior, denominada de sial (graças à predominância de rochas graníticas, ricas em
silício e alumínio);
● A inferior, na qual há predominância de silicatos de magnésio e ferro, de onde vem o nome
de sima.
Tanto a crosta continental quanto a oceânica “flutuam” sobre o manto. O sial tem uma
densidade em torno de 2,7g/cm³, enquanto que o sima tem uma densidade de 3,2g/cm³.
Manto: Envolvendo o núcleo e separado deste pela Descontinuidade de Gutemberg,
encontra-se o manto. Todo o conhecimento sobre o manto vem de experimentos e pela análise
de material extrudido pela crosta oceânica.
Trata-se de uma espessa camada de material rochoso, formando 83% do volume da
Terra. É menos denso que o núcleo e mais denso do que a crosta.
Com base na velocidade das ondas P (prima, longitudinal ou sonora) e de testes em
laboratório com rochas comuns na crosta terrestre, pode-se inferir que o manto superior é
composto de peridotito (silicato com ferro e magnésio, 90% constituído por olivina e o restante
por minerais da família do piroxênio).
Nucleo: O núcleo é a camada mais densa da Terra. Trata-se de uma massa esférica,
dominantemente constituída por ferro metálico e uma mistura de níquel, enxofre, sílica e outros
elementos. A composição química do núcleo (Fe e Ni) foi estimada com base na densidade da
Terra (5,5 g/
).
Para contrabalançar a baixa densidade do manto e da crosta, o núcleo
necessariamente deveria ter uma densidade de pelo menos 10 ou 11 g/
. O ferro é o único
elemento que se aproxima deste valor.
Acreditando-se que os meteoritos metálicos sejam constituídos do mesmo material de
que a Terra foi formada, e pelo fato de a crosta e manto possuírem uma pequena percentagem
de ferro, presume-se que o núcleo da Terra seja assim constituído.
No núcleo, a porção mais interna (5.140 - 6.371 km) está sujeita a tão grande pressão,
que os metais tornam-se sólidos. Em torno deste (2.883 - 5.140 km), a temperatura e a pressão
estão mais equilibradas, fazendo com que os metais se fundam e a região fique líquida.
Subdivisões das camadas internas
As camadas internas possuem algumas variações quanto às suas propriedades físicas
e são subdividas em: núcleo interno, núcleo externo, manto inferior, manto superior e crosta
terrestre.
Isostasia
Antes de terminar essa aula, é preciso que você domine um conceito muito importante
para a formação da Terra, a Isostasia.
Você sabe o que é Isostasia?
A crosta terrestre está em equilíbrio sobre o manto, e este equilíbrio é explicado pelo
princípio da isostasia.
De acordo com este princípio, a camada superficial menos densa da Terra (litosfera)
flutua sobre um substrato mais denso (astenosfera), que se comporta como um fluido viscoso,
no qual ocorrem deformações plásticas (na escala de tempo geológico).
O equilíbrio é atingido quando o acúmulo de carga na parte emersa é contrabalançado
pela perda de massa na parte submersa.
Você já deve ter percebido que, após esse aprendizado, sua ideia de tempo começará
a mudar. Os processos que envolvem as transformações do nosso planeta possuem um
escala, que, em comparação com a vida humana, é difícil de mensurar.
Aula 03 - Geologia e tempo geológico
O que é o tempo geológico?
O tempo geológico é um conceito usado em Geologia e Paleontologia para indicar o
tempo ocorrido entre a formação da Terra e o presente. É uma espécie de calendário, que ordena
os eventos geológicos.
As primeiras camadas a se depositarem em uma bacia sedimentar serão as mais
antigas, e as últimas, as mais novas. Portanto, sabendo-se de que camada provém um fóssil é
possível estimar a sua idade.
Com base nas diferentes faunas e floras fósseis, o tempo geológico é subdivido em eras,
que são subdivididos em períodos, que são subdivididos em épocas, que são subdivididos em
andares.
Conheça as três grandes eras geológicas, das quais falaremos mais adiante...
Paleozoica Mesozoica Cenozoica
Princípios do tempo geológico
O tempo geológico se baseia em dois princípios...
Analisar o conteúdo fossilífero: camadas contendo fósseis iguais, ainda que de regiões
diferentes, têm a mesma idade.
Reconstruir a sucessão de fenômenos em razão da sobreposição de camadas, onde as
camadas mais antigas estão embaixo e as mais jovens estão em cima.
As camadas da Terra e os fósseis nelas encontrados formam, assim, um registro
geológico, onde podemos estudar as mudanças ocorridas na Terra. Esse registro funciona
também como um relógio, marcando o “tempo geológico”.
Subdivisões do tempo geológico
Uma tabela do tempo geológico, de aspecto bastante simples, nada mais é do que a
subdivisão do tempo, desde a origem do planeta Terra até o tempo presente.
A evidência que temos pra caracterizar esses eventos são os fenômenos geológicos que
ocorreram no passado, e que evidenciam os diferentes intervalos tanto através de rochas como
de fósseis.
Apesar de seu aspecto aparentemente simples, a tabela do tempo geológico não é tão
simples assim. Isto porque não existem números para se realizar inferências absolutas dos quais
queremos ter certeza.
Não existe a possibilidade de viajarmos no tempo para observamos e registramos os
fatos no momento em que eles acontecem.
Desta forma, cada limite escolhido para determinar os intervalos no tempo geológico é
fruto de longos anos de pesquisa e discussão e de integração entre dados geológicos de
magnitudes distintas.
Relação entre o ambiente e vida
Estudando o registro geológico, podemos afirmar que nem sempre nosso planeta foi
igual ao que conhecemos hoje. Ao longo dos bilhões de anos de sua existência, a geografia e a
paisagem da Terra mudaram bastante.
Os seres vivos, sejam eles plantas, animais ou bactérias, não vivem isolados. Eles se
encontram reunidos em comunidades de organismos, que dependem uns dos outros para se
alimentarem.
Eras geológicas
Era Proterozoica; Paleozoica; Mesozoica; Cenozoica.
Atuação do Geólogo
Foi na Era Proterozoica que apareceram os primeiros traços de vida, há quase 3,5
bilhões de anos, no arqueano inferior.
Mas os fósseis claramente identificáveis são raros até o arqueano superior, quando os
estromatólitos se tornaram comuns como registros nas rochas. Sua importância para
compreender a vida proterozoica é enorme.
Os estromatólitos começaram a desaparecer há aproximadamente 700 milhões de anos.
Uma teoria diz que um protozoário (a primeira forma de vida animal) começou a se alimentar
extensivamente de estromatólitos, que se tornaram raros após aproximadamente 450 milhões
de anos.
Há 560 milhões de anos, as bactérias e as algas verdes eram comuns nos mares, com
o aparecimento da Fauna de Ediacara , com fósseis ainda não bem definidos e completamente
diferentes de qualquer forma de vida atual.
Era Paleozoica
Período Cambriano (543 a 490 milhões de anos)
O Período Cambriano foi um marco importante, pois foi onde a maioria dos principais
grupos de animais apareceram como registro fóssil. Durante este período, o mundo estava quase
todo coberto por mares, e os organismos existentes eram inteiramente marinhos.
Ao menos quatro grandes extinções ocorreram, afetando olnellids, trilobitas,
braquiópodes e conodontes.
Período Ordoviciano (490 a 443 milhões de anos)
No Período Ordoviciano, o norte do Trópico de Câncer era quase inteiramente um
oceano e a maioria da terra do mundo fazia parte do supercontinente Gondwana. O Período é
conhecido pela presença de diversos invertebrados marinhos.
A Terra experimentou um clima mais suave, com temperaturas amenas e atmosfera com
muita umidade. Mas quando o Gondwana se estabeleceu no polo sul, durante o Ordoviciano
inferior, as geleiras predominaram, causando extinções maciças.
Período Siluriano (443 a 417 milhões de anos)
O Siluriano foi um período em que a Terra se submeteu a mudanças consideráveis, tendo
repercussões importantes para o ambiente e a vida.
Neste Período, estabeleceu-se o clima geral na Terra e houve derretimento de grandes
geleiras, o que contribuiu para uma ascensão nos níveis dos mares. Os recifes de corais
apareceram e foi notável o aparecimento dos peixes.
Período Devoniano (417 a 354 milhões de anos)
Foi no Devoniano que apareceram as plantas vasculares mais antigas. A vegetação era
dominada por plantas pequenas, e no fim do Devoniano apareceram as primeiras plantas com
sementes e as primeiras florestas.
Surgiram os primeiros tetrápodes , insetos sem asas e aracnídeos. Nos oceanos,
dominavam os braquiópodas.
Havia três massas continentais principais. A América do Norte e Europa estavam unidas,
e ao norte, havia uma parte da atual Sibéria.
Período Carbonífero (354 a 290 milhões de anos)
Este período está relacionado aos depósitos de carvão que foram encontrados na
Inglaterra. Uma das principais evoluções desse período foi o ovo amniote, que permitiu a
reprodução em terra.
As colisões entre as placas continentais permitiram a formação das montanhas dos
Apalaches nos EUA e os Montes Urais na Europa Oriental.
Período Permiano (290 a 248 milhões de anos)
A distinção entre o Paleozoico e o Mesozoico é feita no fim do Permiano, quando
aconteceu uma extinção maciça, a maior gravada na história da vida na Terra. Foram afetados
diversos grupos de organismos em muitos ambientes diferentes.
O supercontinente Pangeia foi formado, e a área continental ficou ainda maior que a área
oceânica pela primeira vez na Terra.
Era Mesozoica
Período Triássico (248 a 206 milhões de anos) O Triássico foi um Período de transição:
havia o supercontinente Pangeia, alterando a variação global do clima e do oceano.
Os organismos deste período pertenciam a grupos sobreviventes da extinção PermoTriássica, a grupos novos que surgiram momentaneamente e a grupos novos que foram
dominantes.
Período Jurássico (206 a 144 milhões de anos) No Jurássico, os grandes dinossauros
herbívoros vagavam pela terra junto com dinossauros carnívoros menores. Nos oceanos,
dominavam os peixes, calamares, amonites, ichthyossaurus e plesiossaurus. Havia ainda os
pterossauros.
Foi neste Período que surgiram os primeiros pássaros.
Período Cretáceo (144 a 65 milhões de anos) É oficialmente citado como o último
Período de idade dos dinossauros. Foram encontrados fósseis de insetos, mamíferos modernos,
pássaros e as primeiras plantas com flores.
A separação dos continentes continuou, e aconteceu a primeira invasão das
diatomáceas nos oceanos.
Era Cenozoica
A Cenozoica é a Era mais recente. Divide-se em:
- Terciário (65 a 1,8 milhão de anos);
- Quaternário (últimos 1,8 milhão de anos).
Além dessas divisões, a Era Cenozoica subdivide-se também em épocas.
Época do Paleoceno (65 a 54,8 milhões de anos).O mundo praticamente não tinha grandes
animais terrestres, o que foi importante para o sucesso da evolução dos grandes mamíferos.
Época do Eoceno (54,8 a 33,7 milhões de anos).Neste período, ocorreram as mais altas
temperaturas de todo o Cenozoico, baixa variações de temperatura de polo a polo e precipitação
elevada.
Época do Oligoceno (33,7 a 23,8 milhões de anos).Foi nesse período que apareceram
os primeiros elefantes com presas, os cavalos modernos e as gramíneas.
Época do Mioceno (23,8 a 5,3 milhões de anos).Esta época teve um clima mais morno
que o Oligoceno ou Plioceno, e foi onde surgiram os principais ecossistemas de florestas e
campos.
Época do Plioceno (5,3 a 1,8 milhões de anos).Houve um resfriamento global e as secas
contribuíram para a enorme propagação dos pastos e savanas. Ocorreram eventos tectônicos
significativos que criaram a paisagem como conhecemos hoje.
Época do Pleistoceno (1,8 milhão a 10 mil anos atrás).As biotas pleistocênicas eram
extremamente parecidas com as modernas, foi uma época caracterizada pela presença de
grandes mamíferos terrestres e de pássaros. Ocorreram os episódios mais recentes de
resfriamento global.
Época do Holoceno (os últimos 10 mil anos).A partir de então só ocorreram variações
climáticas em pequena escala; foi um período relativamente quente e testemunhou toda a
História da humanidade.
Aula 4 – Minerais
Nesta aula, trataremos dos minerais, sua composição, suas propriedades, processo de
formação e formas de ocorrência. Também estudaremos os minerais e minérios mais
abundantes e sua utilização comercial.
Toda a vida na Terra está fundamentada nos minerais: são eles que, associados entre
si, constituem as rochas, que são a base física para todas as formas de vida que se conhece,
incluindo a nossa própria, e que tornam possível seu desenvolvimento.
Além disso, os minerais, quando absorvidos pelas plantas, acabam por fazer parte da
cadeia alimentar e assim, fazem parte de toda a vida existente no planeta.
Os minerais também estão presentes no nosso dia a dia, como matéria-prima de quase
todos os produtos inorgânicos que utilizamos, sejam eles naturais ou artificiais.
Origem da palavra mineral
Nas aulas anteriores você já aprendeu a importância dos minerais, agora você vai
saber exatamente o que é um mineral.
O nome “mineral” vem do latim mina.
Os romanos utilizavam essa palavra para dar nome aos poços ou galerias de onde
extraíam as substâncias utilizadas em construções ou na confecção de instrumentos e
utensílios diversos, como ferramentas, vasos e objetos de adorno.
Assim, em uma primeira definição, pode ser considerado mineral tudo o que se extrai
de minas.
Atuação do Geólogo
Mineralogia é o ramo das Ciências da Terra que estuda os minerais. Este estudo está
ligado a outras ciências como a Geologia, a Física e a Química.
Sendo o mineral uma substância natural, de composição química e estrutura atômica
bem definidas, são as propriedades físicas e químicas que permitem sua identificação.
O estudo dos minerais possui particular importância porque sua utilização econômica
como matéria-prima é indispensável para a compreensão da sua origem e evolução das
rochas.
Agora que você já sabe o que é a definição científica de um mineral, nós vamos
conhecer um pouco mais sobre os minerais. Para isso, precisamos detalhar alguns processos
e características.
Cristalização dos minerais
Ao longo dessa aula você já aprendeu que os minerais formam cristais.
Agora vamos aprender como os cristais se formam pelo processo de cristalização de
uma solução, de uma substância fundida ou de um gás.
Cristalização de uma solução
Pedra: Calcita
Ocorre por evaporação lenta e gradual ou diminuição da temperatura e/ou pressão.A calcita
representa um mineral que sofreu processo de cristalização de uma solução.
A partir de uma substância fundida
Pedra: Quartzo
Ocorre quando o magma esfria e os diferentes íons são atraídos uns pelos outros, formando
diferentes minerais.
Os exemplos mais comuns são os minerais silicatados, como o quartzo.
A partir de um gás ou vapor
Pedra: Enxofre
Este processo é menos frequente que os anteriores, embora os princípios fundamentais sejam
idênticos. Os átomos dos elementos agrupam-se lentamente quando se dá o resfriamento de
um gás, até formar um sólido com uma estrutura cristalina bem definida.
Um exemplo deste modo de cristalização são os cristais de enxofre, que se formam por
resfriamento dos vapores carregados e enxofre, nas regiões vulcânicas.
Características físico-químicas
A partir do conhecimento da cristalização dos minerais percebeu-se que estes podiam
ser classificados por tipos ou espécies, conforme as características físico-químicas que
apresentavam, não importando se vinham de um único local ou de locais diferentes.
Assim, minerais do mesmo tipo ou espécie eram os que apresentavam as mesmas
características: tipo de cristalização, dureza, densidade, resistência e propriedades ópticas.
Estrutura cristalina
A maioria dos minerais possui estrutura cristalina, ou seja, são formados por partículas
(átomos) que ocupam posições bem definidas e formam estruturas bem organizadas, dando
origem a belíssimos cristais, formas geométricas perfeitas, que apresentam simetria.
Existem seis tipos de organização de cristais, ou seja, seis tipos de cristalização,
dependendo do número, do comprimento e da posição de seus eixos.
Formação dos cristais
Os cristais são formados na natureza quando acontece o resfriamento de um material
sólido fundido. Ou ainda quando um líquido que contenha um mineral dissolvido se evapora
lentamente.
À medida que o líquido evapora, o mineral forma cristais. Quanto mais lentamente o
líquido se evapora, maior será o cristal formado.
Extração de minerais
Com a evolução da exploração de minerais, percebeu-se que alguns locais acumulam
grandes quantidades de certo tipo de mineral. Notou-se também que diferentes lugares, a
grandes distâncias uns dos outros, podiam conter os mesmos minerais.
Todos os metais que utilizamos, como o ferro, o manganês, o alumínio, o cobre, o ouro,
o chumbo e muitos outros, são extraídos dos minerais.
O mais interessante é que os metais úteis não são abundantes na crosta terrestre e
geralmente ocorrem em quantidades muito pequenas na estrutura dos minerais mais comuns
nas rochas. Isto porque eles dependem de raros fenômenos geológicos.
Depósitos minerais
Os locais onde são encontrados são chamados de depósitos minerais. Suas condições
favorecem seu acúmulo nas rochas em quantidades muito superiores à concentração média.
Assim, os depósitos minerais são concentrações de minerais na crosta terrestre a partir
dos quais é possível a extração de metais ou compostos úteis para a sociedade.
Principais tipos de minerais
O homem é um incansável classificador, e também para os minerais criou sistemas de
classificação. Eles são, em geral, agrupados em classes, de acordo com sua composição
química.
Principais minerais constituintes das rochas
Existem mais de três mil espécies de minerais no mundo, mas se você for analisar
quantas, desse total, são responsáveis pela constituição das rochas, da crosta terrestre, terá
uma surpresa.
Descobrirá que pouquíssimos minerais formam as rochas.
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