Aula 01 Definições e conceitos de Geociência Esta disciplina propõe a você uma viagem no tempo geológico, de contínua inquietação e renovação, do interior à superfície do nosso planeta, fornecendo as primeiras pistas para você conhecer a Terra. Vamos começar conhecendo um pouco do que é a Geologia, quais são suas principais subdivisões, o que fazem os geólogos e qual a aplicação desta ciência no nosso dia a dia. A palavra geologia é definida como a ciência que estuda a Terra, desde sua formação, passando por todos os processos evolutivos até os dias atuais, além de todos os processos relacionados a esse sistema. A Geologia estuda a estrutura da Terra, para compreender como se formam os diversos tipos de rochas e sua distribuição desde a superfície até o interior das profundezas do planeta. A Terra se formou há aproximadamente 4,6 bilhões de anos. O entendimento de todo o processo de formação e evolução do nosso planeta pelo homem, no entanto, surgiu há cerca de “apenas” dez mil anos.Essa temporalidade transcende a dimensão humana. Os continentes nem sempre estiveram onde estão hoje, os mares formaram e secaram; assim como diversas formas de vida surgiram e desapareceram ao longo da história geológica. Todos esses eventos deixaram pistas para que o homem conseguisse desvendar essa história. Por conta de todas essas mudanças que o planeta sofreu ao longo da história geológica, existem registros que ficaram guardados nas rochas. É através desses registros que conseguimos entender essas transformações. Os registros de todos esses processos evolutivos ficam registrados nas rochas, nos minerais e nos fósseis, que são peças essenciais para desvendar o quebra-cabeça das transformações do planeta Terra ao longo da história geológica. Essas peças, aos poucos, vão se encaixando e desvendando enigmas, ajudando-nos a aprofundar o entendimento dessas mudanças. Cada vez mais as pessoas têm se interessado pelos acontecimentos do passado geológico, buscando compreender os fenômenos que ainda ocorrem e as possibilidades de mudanças no futuro. A evolução da Terra De acordo com Teixeira, et al. (2003) a Terra é um sistema vivo, com uma dinâmica evolutiva própria. Montanhas e oceanos nascem, crescem e desaparecem, em um processo cíclico. Esse planeta dinâmico, em contínua evolução, com suas complexidades através de seus sistemas terrestres, é único em nosso sistema solar. Isto porque permite a ocorrência de vida, presença de oceanos de água, uma atmosfera hospitaleira e uma variedade de climas. É através desses sistemas que temos os recursos de onde tiramos proveito para melhor usufruir da nossa vida neste planeta. Enquanto vulcões e processos de soerguimento trazem novas rochas à superfície que sofrem a ação dos ventos, das águas e das geleiras, causando desgaste e mobilizando sedimentos de um lugar para outro, os rios mudam constantemente seus cursos. Fenômenos climáticos alteram periodicamente as condições de vida e o balanço entre as espécies. Geologia e a Evolução Humana Os recursos minerais foram fundamentais para a humanidade desde que ela começou sua aventura na Terra, desde o tempo em que o homem pré-histórico trilhava enormes distâncias atrás de sílex (um tipo de mineral) para a confecção de suas ferramentas. Eles são tão importantes que a evolução da civilização costuma ser dividida em fases cujos nomes se baseiam nos avanços na utilização de minerais para a confecção de instrumentos. Nos primórdios da humanidade, houve a Idade da Pedra. Esta pode ser divida em: ●Idade da Pedra Lascada, quando os instrumentos não passavam de lascas de pedra; ● Idade da Pedra Polida, quando os homens aprenderam a polir pedras para dar-lhes formas, de acordo com suas necessidades. Quando o homem aprendeu a obter metais dos minérios, sucederam-se as Idades do Ferro e Bronze. Atualmente podemos dizer que estamos em plena Idade do Alumínio, do Silício e das Cerâmicas Semicondutoras. Subdivisões da Geologia Por ser tão ampla, a geologia necessita da interdisciplinaridade, envolvendo também outros campos do conhecimento como a Biologia, a Geografia, a Meteorologia, a Oceanografia, a Física, a Química e a Economia, promovendo um melhor entendimento e aproveitamento desta ciência. Atuação do Geólogo O estudo da Geologia pode ser empregado em diferentes setores e contribui para o desenvolvimento do país nas mais diversas dimensões. Mas como a sociedade percebe a atuação desse ramo profissional? É através do monitoramento, planejamento e execução de ações para a redução de riscos que a atuação do geólogo pode trazer uma vida melhor para todos. Além de ajudar a projetar e a construir, este profissional estuda os locais onde há maior disponibilidade de material para a construção (pedra, areia e terra) e condições naturais do terreno que permitam aproveitá-lo de forma mais econômica e segura. Quando se fala em pesquisa e descoberta de bens minerais e produção de energia, não há como esquecer a Geologia. Mais uma vez ela se faz presente me nossas vidas de forma intensa! Aplicação da Geologia Pare para refletir como as rochas estão presentes em nossas vidas. Começando pelas nossas casas, elas estão presentes em todas edificações que nos cercam. As rochas são compostas de agregados minerais, constituídas por um ou mais elementos químicos que se combinam de forma organizada na sua estrutura interna. O tijolo, a areia, o cimento das paredes, as telhas, as ferragens, as esquadrias metálicas das janelas, o piso cerâmico, os azulejos, os vidros, a pia de mármore ou granito, o fogão, a geladeira, os talheres, a louça, as tintas, a cal e muitos outros objetos da nossa casa são produtos obtidos, direta ou indiretamente, dos minerais. OBS: Os minerais também estão presentes como matéria-prima: quase todos os produtos inorgânicos que utilizamos, sejam naturais ou artificiais, são constituídos por minerais que podem ser encontrados naturalmente na superfície da Terra. Ou então, por substâncias produzidas pelas transformações naturais ou artificiais (induzidas pelo homem) desses minerais. A areia, a argila e a brita são usadas nas estruturas de concreto em edifícios, pontes e estradas. As rochas estão presentes em todas as edificações que nos cercam, nas residências, pontes, prédios, barragens, portos ou usinas. São usadas ainda como pavimento nas rodovias, ferrovias e aeroportos. Os metais derivam de minerais encontrados nas rochas, como: ● Nióbio, utilizado na produção de ligas resistentes às altas temperaturas; ● A hematita, o mais abundante minério de ferro; ● A bauxita, o principal minério de alumínio, usado em tintas, chapas e tubos e peças fundidas, utensílios domésticos e mobílias. É importante que os materiais geológicos tenham qualidade comprovada para o uso nas construções. Se esses materiais forem escolhidos de maneira inadequada, podem causar acidentes. (FIM DA OBS) Os processos evolutivos por que a Terra passou ao longo de alguns bilhões de anos propiciaram as condições para a existência da vida. É sobre a Terra que vivemos, construímos nossas edificações, e dela extraímos tudo que é necessário para a manutenção da espécie, tal como a água, alimentos e matérias-primas para a produção de energia e fabricação de todos os produtos que usamos e consumimos. Entretanto, também é nela que depositamos nossos resíduos, tanto industriais como domésticos (Teixeira et al., 2003). Agora que você já aprendeu um pouco sobre Geologia, percebeu como esta ciência esta presente em nosso cotidiano? E agora, você é capaz de se imaginar em um mundo sem o conhecimento geológico? Aula 02 - Composição e estrutura interna da Terra O planeta Terra Você já aprendeu que a Terra é um planeta dinâmico, que se formou há aproximadamente 4,6 bilhões de anos, e que desde sua formação vem passando por processos de transformação. Essas mudanças estão relacionadas com o tamanho, o formato e a distribuição geográfica dos continentes e das bacias oceânicas. Entretanto, a composição da atmosfera e as formas de vida que existem diferem daquelas do passado. Também podemos visualizar facilmente como as montanhas e os morros foram desgastados pela erosão e como as paisagens foram mudadas pela força do vento, água e gelo. “Erupções vulcânicas e terremotos revelam um interior ativo, e rochas fraturadas e dobradas indicam o enorme poder das forças internas da Terra” (Wincander; Monroe, 2009). O planeta Terra é um lugar único, onde milhões de organismos vivem, incluindo nós, humanos. Este é o único corpo celeste onde é conhecida essa enorme diversidade e adaptação da vida. Não existe nenhum outro lugar descoberto com o mesmo delicado equilíbrio de condições para manter a vida como o nosso planeta. A Terra trabalha como um sistema de muitos componentes interativos sobre a superfície sólida, em sua atmosfera e em seus oceanos. Para conhecer esses sistemas, devemos entender também como o sistema planetário evoluiu ao longo do tempo. Lugar único no Universo O planeta Terra é um lugar único, onde milhões de organismos vivem, incluindo nós, humanos. Este é o único corpo celeste onde é conhecida essa enorme diversidade e adaptação da vida. Não existe nenhum outro lugar descoberto com o mesmo delicado equilíbrio de condições para manter a vida como o nosso planeta. A Terra trabalha como um sistema de muitos componentes interativos sobre a superfície sólida, em sua atmosfera e em seus oceanos. Para conhecer esses sistemas, devemos entender também como o sistema planetário evoluiu ao longo do tempo. Mecanismos Internos e Externos Embora o planeta tenha se esfriado desde o seu início ardente, até hoje continua como um planeta inquieto, mudando continuamente por meio de atividades geológicas, como terremotos, vulcões e glaciações. Essas atividades são governadas por mecanismos internos e externos. O mecanismo interno da Terra é governado pela energia térmica aprisionada durante a origem do planeta e gerada pela radioatividade em seus níveis mais profundos. O calor interior controla os movimentos no manto e no núcleo, suprindo energia para fundir rochas, mover continentes e soerguer montanhas. Estrutura interna da Terra Durante muito tempo, a estrutura interna da Terra era desconhecida devido às grandes dificuldades em estudá-la. Foi preciso muito tempo até se chegar a um modelo de estruturação, baseado em evidências indiretas, principalmente nos dados sísmicos, já que, devido a limitações tecnológicas, ainda não é possível ter acesso às camadas mais internas do planeta, pelas suas condições de altas pressões e altas temperaturas, que aumentam com a profundidade. Sabe-se que a Terra é uma esfera ligeiramente achatada, e que não é homogênea. DICA: Sabe-se que a Terra é uma esfera ligeiramente achatada, e que não é homogênea. A perfuração de sondagem mais profunda realizada até hoje na Terra, em Kola, na Rússia, tem 12 Km, um valor insignificante para um planeta que tem mais de 6.000 Km de raio. (FIM DA DICA) Análise das ondas sísmicas Através da análise das ondas sísmicas, é possível deduzir várias características das partes internas da Terra, atravessadas pelas ondas, fundamentado em alguns aspectos de propagação e sua resposta quando atravessa o meio. As ondas sísmicas sofrem reflexão e refração, e através da sua propagação e resposta às camadas atravessadas, é possível compreender as propriedades de subsuperfície. As ondas sísmicas mostram que nosso planeta é formado por três camadas de composição e propriedades distintas: o núcleo, o manto e a crosta. Leia mais sobre as ondas sísmicas e formação da camada terrestre. O Brasil era considerado assísmico até pouco tempo atrás, pela ausência de conhecimento de registros de sismos destrutivos, e os poucos abalos sentidos eram interpretados como acomodações de camadas rochosas. “A partir da década de 70, através de estudos sismológicos, foi evidenciado que a atividade sísmica no Brasil, apesar de baixa, não pode ser desprezada e é resultado de forças geológicas que atuam em toda a placa do continente sul-americano. Através desses abalos sísmicos foi possível conhecer o interior da Terra” (Teixeira, et al., 2003). As camadas Terrestres Agora, vamos estudar separadamente cada camada constituinte do nosso planeta: o núcleo, o manto e a crosta externa. Crosta: A crosta é a camada mais externa da Terra. Consiste de material rochoso menos denso que o manto. Sob os oceanos (crosta oceânica), tem uma espessura de cerca de 10 Km, enquanto que a crosta continental, varia de 20 a 70 km de espessura. A crosta continental é formada por duas zonas: ● A superior, denominada de sial (graças à predominância de rochas graníticas, ricas em silício e alumínio); ● A inferior, na qual há predominância de silicatos de magnésio e ferro, de onde vem o nome de sima. Tanto a crosta continental quanto a oceânica “flutuam” sobre o manto. O sial tem uma densidade em torno de 2,7g/cm³, enquanto que o sima tem uma densidade de 3,2g/cm³. Manto: Envolvendo o núcleo e separado deste pela Descontinuidade de Gutemberg, encontra-se o manto. Todo o conhecimento sobre o manto vem de experimentos e pela análise de material extrudido pela crosta oceânica. Trata-se de uma espessa camada de material rochoso, formando 83% do volume da Terra. É menos denso que o núcleo e mais denso do que a crosta. Com base na velocidade das ondas P (prima, longitudinal ou sonora) e de testes em laboratório com rochas comuns na crosta terrestre, pode-se inferir que o manto superior é composto de peridotito (silicato com ferro e magnésio, 90% constituído por olivina e o restante por minerais da família do piroxênio). Nucleo: O núcleo é a camada mais densa da Terra. Trata-se de uma massa esférica, dominantemente constituída por ferro metálico e uma mistura de níquel, enxofre, sílica e outros elementos. A composição química do núcleo (Fe e Ni) foi estimada com base na densidade da Terra (5,5 g/ ). Para contrabalançar a baixa densidade do manto e da crosta, o núcleo necessariamente deveria ter uma densidade de pelo menos 10 ou 11 g/ . O ferro é o único elemento que se aproxima deste valor. Acreditando-se que os meteoritos metálicos sejam constituídos do mesmo material de que a Terra foi formada, e pelo fato de a crosta e manto possuírem uma pequena percentagem de ferro, presume-se que o núcleo da Terra seja assim constituído. No núcleo, a porção mais interna (5.140 - 6.371 km) está sujeita a tão grande pressão, que os metais tornam-se sólidos. Em torno deste (2.883 - 5.140 km), a temperatura e a pressão estão mais equilibradas, fazendo com que os metais se fundam e a região fique líquida. Subdivisões das camadas internas As camadas internas possuem algumas variações quanto às suas propriedades físicas e são subdividas em: núcleo interno, núcleo externo, manto inferior, manto superior e crosta terrestre. Isostasia Antes de terminar essa aula, é preciso que você domine um conceito muito importante para a formação da Terra, a Isostasia. Você sabe o que é Isostasia? A crosta terrestre está em equilíbrio sobre o manto, e este equilíbrio é explicado pelo princípio da isostasia. De acordo com este princípio, a camada superficial menos densa da Terra (litosfera) flutua sobre um substrato mais denso (astenosfera), que se comporta como um fluido viscoso, no qual ocorrem deformações plásticas (na escala de tempo geológico). O equilíbrio é atingido quando o acúmulo de carga na parte emersa é contrabalançado pela perda de massa na parte submersa. Você já deve ter percebido que, após esse aprendizado, sua ideia de tempo começará a mudar. Os processos que envolvem as transformações do nosso planeta possuem um escala, que, em comparação com a vida humana, é difícil de mensurar. Aula 03 - Geologia e tempo geológico O que é o tempo geológico? O tempo geológico é um conceito usado em Geologia e Paleontologia para indicar o tempo ocorrido entre a formação da Terra e o presente. É uma espécie de calendário, que ordena os eventos geológicos. As primeiras camadas a se depositarem em uma bacia sedimentar serão as mais antigas, e as últimas, as mais novas. Portanto, sabendo-se de que camada provém um fóssil é possível estimar a sua idade. Com base nas diferentes faunas e floras fósseis, o tempo geológico é subdivido em eras, que são subdivididos em períodos, que são subdivididos em épocas, que são subdivididos em andares. Conheça as três grandes eras geológicas, das quais falaremos mais adiante... Paleozoica Mesozoica Cenozoica Princípios do tempo geológico O tempo geológico se baseia em dois princípios... Analisar o conteúdo fossilífero: camadas contendo fósseis iguais, ainda que de regiões diferentes, têm a mesma idade. Reconstruir a sucessão de fenômenos em razão da sobreposição de camadas, onde as camadas mais antigas estão embaixo e as mais jovens estão em cima. As camadas da Terra e os fósseis nelas encontrados formam, assim, um registro geológico, onde podemos estudar as mudanças ocorridas na Terra. Esse registro funciona também como um relógio, marcando o “tempo geológico”. Subdivisões do tempo geológico Uma tabela do tempo geológico, de aspecto bastante simples, nada mais é do que a subdivisão do tempo, desde a origem do planeta Terra até o tempo presente. A evidência que temos pra caracterizar esses eventos são os fenômenos geológicos que ocorreram no passado, e que evidenciam os diferentes intervalos tanto através de rochas como de fósseis. Apesar de seu aspecto aparentemente simples, a tabela do tempo geológico não é tão simples assim. Isto porque não existem números para se realizar inferências absolutas dos quais queremos ter certeza. Não existe a possibilidade de viajarmos no tempo para observamos e registramos os fatos no momento em que eles acontecem. Desta forma, cada limite escolhido para determinar os intervalos no tempo geológico é fruto de longos anos de pesquisa e discussão e de integração entre dados geológicos de magnitudes distintas. Relação entre o ambiente e vida Estudando o registro geológico, podemos afirmar que nem sempre nosso planeta foi igual ao que conhecemos hoje. Ao longo dos bilhões de anos de sua existência, a geografia e a paisagem da Terra mudaram bastante. Os seres vivos, sejam eles plantas, animais ou bactérias, não vivem isolados. Eles se encontram reunidos em comunidades de organismos, que dependem uns dos outros para se alimentarem. Eras geológicas Era Proterozoica; Paleozoica; Mesozoica; Cenozoica. Atuação do Geólogo Foi na Era Proterozoica que apareceram os primeiros traços de vida, há quase 3,5 bilhões de anos, no arqueano inferior. Mas os fósseis claramente identificáveis são raros até o arqueano superior, quando os estromatólitos se tornaram comuns como registros nas rochas. Sua importância para compreender a vida proterozoica é enorme. Os estromatólitos começaram a desaparecer há aproximadamente 700 milhões de anos. Uma teoria diz que um protozoário (a primeira forma de vida animal) começou a se alimentar extensivamente de estromatólitos, que se tornaram raros após aproximadamente 450 milhões de anos. Há 560 milhões de anos, as bactérias e as algas verdes eram comuns nos mares, com o aparecimento da Fauna de Ediacara , com fósseis ainda não bem definidos e completamente diferentes de qualquer forma de vida atual. Era Paleozoica Período Cambriano (543 a 490 milhões de anos) O Período Cambriano foi um marco importante, pois foi onde a maioria dos principais grupos de animais apareceram como registro fóssil. Durante este período, o mundo estava quase todo coberto por mares, e os organismos existentes eram inteiramente marinhos. Ao menos quatro grandes extinções ocorreram, afetando olnellids, trilobitas, braquiópodes e conodontes. Período Ordoviciano (490 a 443 milhões de anos) No Período Ordoviciano, o norte do Trópico de Câncer era quase inteiramente um oceano e a maioria da terra do mundo fazia parte do supercontinente Gondwana. O Período é conhecido pela presença de diversos invertebrados marinhos. A Terra experimentou um clima mais suave, com temperaturas amenas e atmosfera com muita umidade. Mas quando o Gondwana se estabeleceu no polo sul, durante o Ordoviciano inferior, as geleiras predominaram, causando extinções maciças. Período Siluriano (443 a 417 milhões de anos) O Siluriano foi um período em que a Terra se submeteu a mudanças consideráveis, tendo repercussões importantes para o ambiente e a vida. Neste Período, estabeleceu-se o clima geral na Terra e houve derretimento de grandes geleiras, o que contribuiu para uma ascensão nos níveis dos mares. Os recifes de corais apareceram e foi notável o aparecimento dos peixes. Período Devoniano (417 a 354 milhões de anos) Foi no Devoniano que apareceram as plantas vasculares mais antigas. A vegetação era dominada por plantas pequenas, e no fim do Devoniano apareceram as primeiras plantas com sementes e as primeiras florestas. Surgiram os primeiros tetrápodes , insetos sem asas e aracnídeos. Nos oceanos, dominavam os braquiópodas. Havia três massas continentais principais. A América do Norte e Europa estavam unidas, e ao norte, havia uma parte da atual Sibéria. Período Carbonífero (354 a 290 milhões de anos) Este período está relacionado aos depósitos de carvão que foram encontrados na Inglaterra. Uma das principais evoluções desse período foi o ovo amniote, que permitiu a reprodução em terra. As colisões entre as placas continentais permitiram a formação das montanhas dos Apalaches nos EUA e os Montes Urais na Europa Oriental. Período Permiano (290 a 248 milhões de anos) A distinção entre o Paleozoico e o Mesozoico é feita no fim do Permiano, quando aconteceu uma extinção maciça, a maior gravada na história da vida na Terra. Foram afetados diversos grupos de organismos em muitos ambientes diferentes. O supercontinente Pangeia foi formado, e a área continental ficou ainda maior que a área oceânica pela primeira vez na Terra. Era Mesozoica Período Triássico (248 a 206 milhões de anos) O Triássico foi um Período de transição: havia o supercontinente Pangeia, alterando a variação global do clima e do oceano. Os organismos deste período pertenciam a grupos sobreviventes da extinção PermoTriássica, a grupos novos que surgiram momentaneamente e a grupos novos que foram dominantes. Período Jurássico (206 a 144 milhões de anos) No Jurássico, os grandes dinossauros herbívoros vagavam pela terra junto com dinossauros carnívoros menores. Nos oceanos, dominavam os peixes, calamares, amonites, ichthyossaurus e plesiossaurus. Havia ainda os pterossauros. Foi neste Período que surgiram os primeiros pássaros. Período Cretáceo (144 a 65 milhões de anos) É oficialmente citado como o último Período de idade dos dinossauros. Foram encontrados fósseis de insetos, mamíferos modernos, pássaros e as primeiras plantas com flores. A separação dos continentes continuou, e aconteceu a primeira invasão das diatomáceas nos oceanos. Era Cenozoica A Cenozoica é a Era mais recente. Divide-se em: - Terciário (65 a 1,8 milhão de anos); - Quaternário (últimos 1,8 milhão de anos). Além dessas divisões, a Era Cenozoica subdivide-se também em épocas. Época do Paleoceno (65 a 54,8 milhões de anos).O mundo praticamente não tinha grandes animais terrestres, o que foi importante para o sucesso da evolução dos grandes mamíferos. Época do Eoceno (54,8 a 33,7 milhões de anos).Neste período, ocorreram as mais altas temperaturas de todo o Cenozoico, baixa variações de temperatura de polo a polo e precipitação elevada. Época do Oligoceno (33,7 a 23,8 milhões de anos).Foi nesse período que apareceram os primeiros elefantes com presas, os cavalos modernos e as gramíneas. Época do Mioceno (23,8 a 5,3 milhões de anos).Esta época teve um clima mais morno que o Oligoceno ou Plioceno, e foi onde surgiram os principais ecossistemas de florestas e campos. Época do Plioceno (5,3 a 1,8 milhões de anos).Houve um resfriamento global e as secas contribuíram para a enorme propagação dos pastos e savanas. Ocorreram eventos tectônicos significativos que criaram a paisagem como conhecemos hoje. Época do Pleistoceno (1,8 milhão a 10 mil anos atrás).As biotas pleistocênicas eram extremamente parecidas com as modernas, foi uma época caracterizada pela presença de grandes mamíferos terrestres e de pássaros. Ocorreram os episódios mais recentes de resfriamento global. Época do Holoceno (os últimos 10 mil anos).A partir de então só ocorreram variações climáticas em pequena escala; foi um período relativamente quente e testemunhou toda a História da humanidade. Aula 4 – Minerais Nesta aula, trataremos dos minerais, sua composição, suas propriedades, processo de formação e formas de ocorrência. Também estudaremos os minerais e minérios mais abundantes e sua utilização comercial. Toda a vida na Terra está fundamentada nos minerais: são eles que, associados entre si, constituem as rochas, que são a base física para todas as formas de vida que se conhece, incluindo a nossa própria, e que tornam possível seu desenvolvimento. Além disso, os minerais, quando absorvidos pelas plantas, acabam por fazer parte da cadeia alimentar e assim, fazem parte de toda a vida existente no planeta. Os minerais também estão presentes no nosso dia a dia, como matéria-prima de quase todos os produtos inorgânicos que utilizamos, sejam eles naturais ou artificiais. Origem da palavra mineral Nas aulas anteriores você já aprendeu a importância dos minerais, agora você vai saber exatamente o que é um mineral. O nome “mineral” vem do latim mina. Os romanos utilizavam essa palavra para dar nome aos poços ou galerias de onde extraíam as substâncias utilizadas em construções ou na confecção de instrumentos e utensílios diversos, como ferramentas, vasos e objetos de adorno. Assim, em uma primeira definição, pode ser considerado mineral tudo o que se extrai de minas. Atuação do Geólogo Mineralogia é o ramo das Ciências da Terra que estuda os minerais. Este estudo está ligado a outras ciências como a Geologia, a Física e a Química. Sendo o mineral uma substância natural, de composição química e estrutura atômica bem definidas, são as propriedades físicas e químicas que permitem sua identificação. O estudo dos minerais possui particular importância porque sua utilização econômica como matéria-prima é indispensável para a compreensão da sua origem e evolução das rochas. Agora que você já sabe o que é a definição científica de um mineral, nós vamos conhecer um pouco mais sobre os minerais. Para isso, precisamos detalhar alguns processos e características. Cristalização dos minerais Ao longo dessa aula você já aprendeu que os minerais formam cristais. Agora vamos aprender como os cristais se formam pelo processo de cristalização de uma solução, de uma substância fundida ou de um gás. Cristalização de uma solução Pedra: Calcita Ocorre por evaporação lenta e gradual ou diminuição da temperatura e/ou pressão.A calcita representa um mineral que sofreu processo de cristalização de uma solução. A partir de uma substância fundida Pedra: Quartzo Ocorre quando o magma esfria e os diferentes íons são atraídos uns pelos outros, formando diferentes minerais. Os exemplos mais comuns são os minerais silicatados, como o quartzo. A partir de um gás ou vapor Pedra: Enxofre Este processo é menos frequente que os anteriores, embora os princípios fundamentais sejam idênticos. Os átomos dos elementos agrupam-se lentamente quando se dá o resfriamento de um gás, até formar um sólido com uma estrutura cristalina bem definida. Um exemplo deste modo de cristalização são os cristais de enxofre, que se formam por resfriamento dos vapores carregados e enxofre, nas regiões vulcânicas. Características físico-químicas A partir do conhecimento da cristalização dos minerais percebeu-se que estes podiam ser classificados por tipos ou espécies, conforme as características físico-químicas que apresentavam, não importando se vinham de um único local ou de locais diferentes. Assim, minerais do mesmo tipo ou espécie eram os que apresentavam as mesmas características: tipo de cristalização, dureza, densidade, resistência e propriedades ópticas. Estrutura cristalina A maioria dos minerais possui estrutura cristalina, ou seja, são formados por partículas (átomos) que ocupam posições bem definidas e formam estruturas bem organizadas, dando origem a belíssimos cristais, formas geométricas perfeitas, que apresentam simetria. Existem seis tipos de organização de cristais, ou seja, seis tipos de cristalização, dependendo do número, do comprimento e da posição de seus eixos. Formação dos cristais Os cristais são formados na natureza quando acontece o resfriamento de um material sólido fundido. Ou ainda quando um líquido que contenha um mineral dissolvido se evapora lentamente. À medida que o líquido evapora, o mineral forma cristais. Quanto mais lentamente o líquido se evapora, maior será o cristal formado. Extração de minerais Com a evolução da exploração de minerais, percebeu-se que alguns locais acumulam grandes quantidades de certo tipo de mineral. Notou-se também que diferentes lugares, a grandes distâncias uns dos outros, podiam conter os mesmos minerais. Todos os metais que utilizamos, como o ferro, o manganês, o alumínio, o cobre, o ouro, o chumbo e muitos outros, são extraídos dos minerais. O mais interessante é que os metais úteis não são abundantes na crosta terrestre e geralmente ocorrem em quantidades muito pequenas na estrutura dos minerais mais comuns nas rochas. Isto porque eles dependem de raros fenômenos geológicos. Depósitos minerais Os locais onde são encontrados são chamados de depósitos minerais. Suas condições favorecem seu acúmulo nas rochas em quantidades muito superiores à concentração média. Assim, os depósitos minerais são concentrações de minerais na crosta terrestre a partir dos quais é possível a extração de metais ou compostos úteis para a sociedade. Principais tipos de minerais O homem é um incansável classificador, e também para os minerais criou sistemas de classificação. Eles são, em geral, agrupados em classes, de acordo com sua composição química. Principais minerais constituintes das rochas Existem mais de três mil espécies de minerais no mundo, mas se você for analisar quantas, desse total, são responsáveis pela constituição das rochas, da crosta terrestre, terá uma surpresa. Descobrirá que pouquíssimos minerais formam as rochas.