ENEM EM FASCÍCULOS - 2013 CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS 14 CARO ALUNO, Neste fascículo, estudaremos um fenômeno físico muito presente em nossa vida cotidiana: a Eletricidade, detalhando sobre a Eletrostática e Eletrodinâmica. Acompanharemos o trabalho de dois grandes cientistas da humanidade: James Maxwell, que determinou a relação entre a eletricidade e o magnetismo, desenvolvendo a Teoria do Eletromagnetismo, e Albert Einstein, com sua teoria do efeito fotoelétrico, que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Física. Ainda neste fascículo, buscaremos explicações científicas para as chuvas ácidas, o efeito estufa, o buraco na camada de ozônio por meio das funções e reações inogânicas. Para finalizar, veremos o que são e como são transmitidas as doenças contagiosas (programa de saúde), por meio de vírus, bactérias, protozoários, fungos e vermes. Chegamos a este último fascículo de Ciências da Natureza e suas Tecnologias certos de que trabalhamos grandes temas com os quais você irá se deparar na prova do Enem 2013. Sucesso em seus estudos! INTRODUÇÃO Com o objetivo de deixá-los inteirados no que tange ao conhecimento das tecnologias ligadas ao ramo da eletricidade e do magnetismo, apresentamos, neste fascículo, situações e fenômenos envolvendo este tão empolgante conteúdo da Física. O que seria de nossas vidas sem os aparelhos eletrodomésticos? Eles são efeitos diretos da eletricidade e do magnetismo. A tecnologia moderna avança fugazmente depois do domínio dos fenômenos eletromagnéticos, por isso sua importância em todos os exames de vestibulares. Tenham, todos, um ótimo proveito. OBJETO DO CONHECIMENTO Eletricidade e Magnetismo Eletricidade A eletricidade se origina da interação de certos tipos de partículas subatômicas. A partícula mais leve que leva carga elétrica é o elétron, que, assim como a partícula de carga elétrica inversa à do elétron, o próton, transporta a unidade fundamental de carga (1,60217646 × 10−19 C). Cargas elétricas de valor menor são tidas como existentes em subpartículas atômicas, como os quarks. Os átomos, em circunstâncias normais, contêm elétrons, e, frequentemente, os que estão mais afastados do núcleo se desprendem com muita facilidade. Em algumas substâncias, como os metais, proliferam-se os elétrons livres. Dessa maneira, um corpo fica carregado eletricamente graças à reordenação dos elétrons. Um átomo neutro tem quantidades iguais de carga elétrica positiva e negativa. A quantidade de carga elétrica transportada por todos os elétrons do átomo, que, por convenção, é negativa, está equilibrada pela carga positiva localizada no núcleo. Se um corpo contiver um excesso de elétrons, ficará carregado negativamente. Ao contrário, com a ausência de elétrons, um corpo fica carregado positivamente, devido ao fato de que há mais cargas elétricas positivas no núcleo. Bons condutores são, na grande maioria, da família dos metais: ouro, prata e alumínio, assim como alguns novos materiais, de propriedades físicas alteradas, que conduzem energia com perda mínima, denominados supercondutores. Já a porcelana, o plástico, o vidro e a borracha são bons isolantes. Isolantes são materiais que não permitem o fluxo da eletricidade. Eletrostática Disponível em: http://www.jornaldoalgarve.pt A eletricidade é um fenômeno físico originado por cargas elétricas estáticas ou em movimento e por sua interação. Quando uma carga se encontra em repouso, produz forças sobre outras situadas à sua volta. Se a carga se desloca, produz também campos magnéticos. Há dois tipos de cargas elétricas: positivas e negativas. As cargas de nome igual (mesmo sinal) se repelem e as de nomes distintos (sinais diferentes) se atraem. Disponível em: http://www.brasilescola.com Eletrostática é o ramo da eletricidade que estuda as propriedades e o comportamento de cargas elétricas em repouso, ou que estuda os fenômenos do equilíbrio da eletricidade nos corpos que, de alguma forma, tornam-se carregados de carga elétrica, ou eletrizados. Fascículo Enem em fascículos 2013 Histórico O estudo científico da eletrostática não é dividido em três partes como muita gente pensa: atrito, contato e indução. O fenômeno eletrostático mais antigo conhecido é o que ocorre com o âmbar amarelo no momento em que recebe o atrito e atrai corpos leves. Tales de Mileto, no século VI a.C., já conhecia o fenômeno e procurava descrever o efeito da eletrostática no âmbar. Também os indianos da Antiguidade aqueciam certos cristais que atraíam cinzas quentes atribuindo ao fenômeno causas sobrenaturais. O fenômeno, porém, permaneceu através dos tempos apenas como curiosidade. Benjamin Franklin, com sua experiência sobre as descargas atmosféricas, demonstrou o poder das pontas inventando o para-raios. Porém, foi Coulomb quem executou o primeiro estudo sistemático e quantitativo da estática, demonstrando que as repulsões e atrações elétricas são inversamente proporcionais ao quadrado da distância, em 1785. Descobriu ainda o cientista que a eletrização ocorrida nos condutores é superficial. Os resultados obtidos por Coulomb foram retomados e estudados por Laplace, Poisson, Biot, Gauss e Faraday. Princípios da eletrostática Segundo o Princípio da Conservação da Carga Elétrica, num sistema eletricamente isolado, é constante a soma algébrica das cargas elétricas. Já segundo o Princípio da Atração e Repulsão de Cargas, cargas de mesmos sinais se repelem e cargas de sinais opostos se atraem. Eletrodinâmica Eletrodinâmica é o ramo da eletricidade que estuda as propriedades e o comportamento das cargas elétricas em movimento. Não se imaginava que em condutores sólidos as cargas positivas estão fortemente ligadas aos núcleos dos átomos e, portanto, não pode haver fluxo macroscópico de cargas positivas em condutores sólidos. No entanto, quando a física subatômica estabeleceu esse fato, o conceito anterior já estava arraigado e era amplamente utilizado em cálculos e representações para análise de circuitos. Esse sentido continua a ser utilizado até os dias de hoje e é chamado sentido convencional da corrente. Em qualquer tipo de condutor, esse é o sentido contrário ao fluxo líquido das cargas negativas ou o sentido do campo elétrico estabelecido no condutor. Na prática, qualquer corrente elétrica pode ser representada por um fluxo de portadores positivos sem que disso decorram erros de cálculo ou quaisquer problemas práticos. O sentido real da corrente elétrica depende da natureza do condutor. Nos sólidos, as cargas cujo fluxo constitui a corrente real são os elétrons livres; nos líquidos, os portadores de corrente são íons positivos e íons negativos; enquanto que nos gases são íons positivos, íons negativos e elétrons livres. O sentido real é o sentido do movimento de deriva das cargas elétricas livres (portadores). Esse movimento se dá no sentido contrário ao campo elétrico se os portadores forem negativos, caso dos condutores metálicos, e, no mesmo sentido do campo, se os portadores forem positivos. Mas existem casos onde verificamos cargas se movimentando nos dois sentidos. Isso acontece quando o condutor apresenta os dois tipos de cargas livres, condutores iônicos por exemplo. É interessante notar que, nesses casos, onde portadores de carga dos dois tipos estão presentes, ambos contribuem para variações de carga com mesmo sinal em qualquer volume limitado do condutor, porque cargas positivas entrando no volume escolhido ou cargas negativas saindo do volume escolhido significam um aumento da quantidade de cargas positivas. Essa é a razão para ser necessário introduzir uma convenção de sentido para a corrente. Eletromagnetismo Corrente elétrica A corrente elétrica é o f l u x o o rd e n a d o d e partículas portadoras de carga elétrica. Sabe-se que, microscopicamente, as cargas livres estão em movimento Elétrons atravessando aleatório devido à agitação a seção reta de um fio t é r m i c a . A p e s a r d e s s e Disponível em: http://www.novafisica.net movimento desordenado, ao estabelecermos um campo elétrico na região das cargas, verifica-se um movimento ordenado que se apresenta superposto ao primeiro. Esse movimento recebe o nome de movimento de deriva das cargas livres. Raios são exemplos de corrente elétrica, bem como o vento solar, porém a mais conhecida, provavelmente, é a do fluxo de elétrons através de um condutor elétrico, geralmente metálico. A unidade padrão no SI para medida de intensidade de corrente é o ampère (A). Sentido da corrente No início da história da eletricidade, definiu-se o sentido da corrente elétrica como sendo o sentido do fluxo de cargas positivas, ou seja, as cargas que se movimentam do polo positivo para o polo negativo. Naquele tempo, nada se conhecia sobre a estrutura dos átomos. Disponível em: http://www.ifi.unicamp.br O eletromagnetismo é o nome da teoria unificada desenvolvida por James Maxwell para explicar a relação entre a eletricidade e o magnetismo. Essa teoria baseia-se no conceito de campo eletromagnético. O campo magnético é resultado do movimento de cargas elétricas, ou seja, é resultado de corrente elétrica. O campo magnético pode resultar em uma força eletromagnética quando associada a ímãs. A variação do fluxo magnético resulta em um campo elétrico (fenômeno conhecido por indução eletromagnética, mecanismo utilizado em geradores elétricos, motores e transformadores de tensão). Semelhantemente, a variação de um campo elétrico gera um campo magnético. Devido a essa interdependência entre campo elétrico e campo magnético, faz sentido falar em uma única entidade chamada campo eletromagnético. A Teoria do Eletromagnetismo foi o que permitiu o desenvolvimento da Teoria da Relatividade Especial por Albert Einstein, em 1905. Ciências da Natureza e suas Tecnologias 3 Enem em fascículos 2013 O efeito fotoelétrico A força eletromagnética A força que um campo eletromagnético exerce sobre cargas elétricas, chamada força eletromagnética, é uma das quatro forças fundamentais. As outras são: a força nuclear forte (que mantém o núcleo atômico coeso), a força nuclear fraca (que causa certas formas de decaimento radioativo) e a força gravitacional. Quaisquer outras forças provêm necessariamente dessas quatro forças fundamentais. A força eletromagnética tem a ver com praticamente todos os fenômenos físicos que se encontram no cotidiano, com exceção da gravidade. Isso porque as interações entre os átomos são regidas pelo eletromagnetismo, já que são compostos por prótons, elétrons, ou seja, por cargas elétricas. Do mesmo modo, as forças eletromagnéticas interferem nas relações intermoleculares, ou seja, entre nós e quaisquer outros objetos. Assim, podem-se incluir fenômenos químicos e biológicos como consequência do eletromagnetismo. Cabe ressaltar que, conforme a eletrodinâmica quântica, a força eletromagnética é resultado da interação de cargas elétricas com fótons. O eletromagnetismo clássico A Teoria do Eletromagnetismo foi desenvolvida por vários físicos durante o século XIX, culminando finalmente no trabalho de James Clerk Maxwell, o qual unificou as pesquisas anteriores em uma única teoria e descobriu a natureza eletromagnética da luz. No eletromagnetismo clássico, o campo eletromagnético obedece a uma série de equações conhecidas como equações de Maxwell, e a força Disponível em: http://www.icms.org eletromagnética, pela Lei de Lorentz. Uma das características do e l e t r o m a g n e t i s m o c l á s s i co é a dificuldade em associar com a mecânica clássica, compatível, porém, com a relatividade especial. Conforme as equações de Maxwell, a velocidade da luz é uma constante, depende apenas da permissividade elétrica e Disponível em: http://2.bp.blogspot.com permeabilidade magnética do vácuo. Isso, porém, viola a invariância de Galileu, a qual já era, há muito tempo, base da mecânica clássica. Em 1905, Albert Einstein resolveu o problema com a Teoria da Relatividade Especial, a qual abandonava as antigas leis da cinemática para seguir as transformações de Lorentz, as quais eram compatíveis com o eletromagnetismo clássico. A Teoria da Relatividade mostrou também que, adotando-se um referencial em movimento em relação a um campo magnético, tem-se, então, um campo elétrico gerado. Assim como também o contrário era válido, então, de fato, foi confirmada a relação entre eletricidade e magnetismo. Portanto, o termo eletromagnetismo estava consolidado. 4 Metal Luz – Electrão Disponível em: http://www.infopedia.pt Em outra publicação sua no mesmo ano, Einstein pôs em dúvida vários princípios do eletromagnetismo clássico. Sua Teoria do Efeito Fotoelétrico (pela qual ganhou o Prêmio Nobel em Física) afirmava que a luz tinha, em certo momento, um comportamento corpuscular, isso porque a luz demonstrava carregar corpos com quantidades discretas de energia. Esses corpos, posteriormente, passaram a ser chamados de fótons. Através de sua pesquisa, Max Planck mostrou que qualquer objeto emite radiação eletromagnética discretamente em pacotes, ideia que leva à Teoria de Radiação de Corpo Negro. Todos esses resultados estavam em contradição com a Teoria Clássica da Luz como uma mera onda contínua. As teorias de Planck e Einstein foram as causadoras da Teoria da Mecânica Quântica, a qual, quando formulada em 1925, necessitava ainda de uma Teoria Quântica para o Eletromagnetismo. Essa teoria só veio a aparecer em 1940, conhecida hoje como Eletrodinâmica Quântica; essa é uma das teorias mais precisas da Física nos dias de hoje. Tensão elétrica ou diferencial de potencial (ddp) É a diferença de potencial entre dois pontos. A tensão elétrica também pode ser explicada como a quantidade de energia gerada para movimentar uma carga elétrica. – – – – – – – – + – Movimento Ordenado dos Elétrons http://www.indicefloripa.com.br/eletronica/corel2.jpg Resistência elétrica de um resistor Representa a medida da dificuldade imposta à movimentação das cargas elétricas que o atravessam (corrente elétrica), e é definida como a razão entre a diferença de potencial (U) nos terminais do resistor e a intensidade da corrente elétrica (i) que o atravessa: i R + U – http://www.geocities.ws/saladefisica8/eletrodinamica/ohm20.gif A expressão acima é conhecida como Lei de Ohm. Ciências da Natureza e suas Tecnologias Enem em fascículos 2013 Um ohm (1 Ω) é o valor da resistência elétrica entre dois pontos P e Q de um condutor quando, sob diferença de potencial de 1 volt (1 V) é percorrido por uma corrente elétrica constante de 1 ampère (1 A). Representação simbólica Resumo teórico Eletricidade e Magnetismo • Correte elétrica (i) i= ∆q ∆t • Lei de Ohm Primeira Lei de Ohm i= Se a resistência elétrica de um resistor for constante, a diferença de potencial aplicada nos seus extremos é diretamente proporcional à intensidade da corrente elétrica, ou seja, U1/i1 = U2/i2 = ... = U/i = constante. Nesse caso, eles são chamados de resistores (ou condutores) ôhmicos e, como a relação R = U/i é uma função do primeiro grau o gráfico U × i tem o aspecto do gráfico da esquerda, da figura abaixo: I (mA) I (mA) V (v) U R Potência elétrica e energia elétrica Todos os aparelhos elétricos necessitam de energia elétrica para funcionar. Quando recebem essa energia, eles a transformam em outra forma de energia. Assim, um ventilador transforma energia elétrica em energia mecânica e energia térmica; uma lâmpada de filamento transforma energia elétrica em luminosa e térmica; um chuveiro elétrico transforma energia elétrica em térmica etc. V (v) Bipolo ôhmico ou linear Bipolo não ôhmico ou não linear Qualquer gráfico U × i diferente do gráfico da esquerda, da figura acima, não representa um resistor ôhmico, como por exemplo, o gráfico da direita. Segunda Lei de Ohm Considere um fio metálico condutor de mesmo material e mesma área de seção transversal A, submetido a uma diferença de potencial constante U. A L R= ρ L A Experimentalmente, constata-se que: 1. R é diretamente proporcional a L; 2. R é inversamente proporcional à área se seção reta transversal A; 3. depende do material de que é feito o resistor. Pode-se representar matematicamente os três fatores acima pela equação: L R =ρ. A Quanto maior for a quantidade de energia transformada numa dada unidade de tempo, maior será a potência do aparelho. Portanto, potência elétrica é uma grandeza que mede a rapidez com que a energia elétrica é transformada em outra (ou outras) forma de energia, numa dada unidade de tempo. Define-se potência elétrica (Po) como a razão entre a energia elétrica transformada ou transferida (W) e o intervalo de tempo (∆t) dessa transformação. Po = Po → potência – medida em watt ( W ) no SI W W → energia – medida em joule ( J) no SI ∆t ∆t → intervalo de tempo – medido em segundos (S ) no SI Observe na expressão acima que, quanto maior for a potência de um aparelho, maior será a quantidade de energia por ele dissipada. Quando uma dada quantidade de carga elétrica Q é transportada pela força elétrica de um ponto a outro, cuja diferença de potencial é U, a energia transferida W (trabalho da força elétrica) é fornecida pela expressão → W = Q · U → Po = W/∆t→ i = Q/∆t → Po = Q · U/∆t → Po = i · U Sendo o joule (J) uma unidade de energia elétrica muito pequena, para medir o consumo de energia elétrica de residências, prédios, fábricas etc., essa medida, em joules (J), é expressa por um número muito grande e, assim, na prática usa-se o quilowatt-hora (kWh), cuja relação com o joule é a seguinte: W = Po · ∆t. Po → potência – medida em watt ( W ) no SI Po = i · U i → intensidade da corrente elétrica – medida em ampère ( A ) no SI U → diferença de potencial ( t ensão ) – medida em volt ( V ) no SI Ciências da Natureza e suas Tecnologias 5 Enem em fascículos 2013 Transmissão de energia elétrica QUESTÃO COMENTADA A GERAÇÃO C-5 H-17 Compreendendo a Habilidade – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica. Transformador B TRANSMISSÃO Usina Hidroelétrica Subestação Transmissora Subestação Distribuidora E CONSUMIDORES COMERCIAIS E INDUSTRIAIS • Em 1990, transcorreu o cinquentenário da descoberta dos “chuveiros penetrantes” nos raios cósmicos, uma contribuição da física brasileira que alcançou repercussão internacional. C DISTRIBUIÇÃO D DISPOSITIVOS DE AUTOMAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO O Estado de São Paulo, 21/10/90, p. 30. No estudo dos raios cósmicos, são observadas partículas chamadas píons. Considere um píon com carga elétrica +e se desintegrando (isto é, se dividindo) em duas outras partículas: um múon com carga elétrica +e e um neutrino. De acordo com o Princípio de Conservação da Carga, o neutrino deverá ter carga elétrica: a) +e d) –2e b) –e e) nula c) +2e F CONSUMIDORES RESIDENCIAIS Força magnética (Fm) 1. Sobre partículas eletrizadas em movimento dentro de um campo magnético Fm = q · v · B · senθ 2. Comentário Nula, pois: Sobre fios condutores Qantes = Qdepois → +e = +e + Qneutrino → Qneutrino = (+ e ) – (+ e) → Qneutrino = 0 Fm = B · i · l · senθ Resposta correta: E Fm: módulo da força magnética Regra da mão direita (sobre partículas eletrizadas) F EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO B C-2 H-5 Compreendendo a Habilidade – Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano. v 01. Dois ferros de passar roupa consomem a mesma potência. O primeiro foi projetado para ser utilizado em uma tensão de 110 V, enquanto que o segundo para uma tensão de 220 V. Q (–) Regra da mão direita (sobre fios condutores) Força Magnética Campo Magnético Corrente Elétrica 6 Nas condições projetadas de utilização dos ferros, é correto afirmar que: a) o consumo de energia será maior para o primeiro ferro, e a corrente que percorrerá o primeiro será maior do que a corrente que percorrerá o segundo ferro. b) o consumo de energia será o mesmo para os dois ferros, e a corrente que percorrerá o primeiro será maior do que a corrente que percorrerá o segundo ferro. c) o consumo de energia será maior para o segundo ferro, e as correntes elétricas que percorrerão cada ferro serão iguais. d) o consumo de energia será o mesmo para os dois ferros e as correntes elétricas que percorrerão cada ferro também serão iguais e) o consumo de energia elétrica será menor no primeiro ferro e a corrente que o percorre também será menor. Ciências da Natureza e suas Tecnologias Enem em fascículos 2013 C-6 H-21 Compreendendo a Habilidade – Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo. 02. No interior de um acelerador de partículas, existe um campo magnético muito mais intenso que o campo magnético terrestre, orientado de tal maneira que um elétron lançado horizontalmente do sul para o norte, através do acelerador é desviado para o oeste. O campo magnético do acelerador aponta: L N S INTRODUÇÃO Nosso objetivo com este novo fascículo é mostrar mais uma relação da Química com o cotidiano. A grande maioria das substâncias químicas utilizadas no dia a dia apresenta propriedades bem definidas, caracterizando uma função química. Ácidos, bases, sais e óxidos representam algumas dessas funções. Quando usamos um comprimido efervescente para combater uma azia ou o excesso de acidez estomacal, estamos nos beneficiando da ação antiácida do bicarbonato de sódio (NaHCO3). Em relação aos fenômenos da chuva ácida, do efeito estufa, da degradação da camada de ozônio e do smog fotoquímico, temos a presença de diversas funções e reações inorgânicas. Esse tema apresenta uma riqueza teórica muito grande e será explanado a seguir. O a) b) c) d) e) do norte para o sul. do leste para o oeste. do oeste para o leste. de cima para baixo. de baixo para cima. OBJETO DO CONHECIMENTO Funções e Reações Inorgânicas DE OLHO NO ENEM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA O conjunto de substâncias que apresentam propriedades semelhantes é denominado função química. Na química inorgânica, podemos citar como mais importantes: ácidos, bases, sais e óxidos. Os membros dessas funções participam de diversas reações, denominadas reações inorgânicas. Algumas delas exigem condições específicas para ocorrerem. O detalhamento das funções e a classificação, bem como as condições de ocorrência das reações inorgânicas, serão mostradas a seguir. dióxido de enxofre óxidos de nitrogênio reações químicas no ar e nas nuvens óxidos de nitrogênio hidrocarbonetos Disponível em: http://3.bp.blogspot.com Ressonância magnética é uma técnica que permite determinar propriedades de uma substância através do correlacionamento da energia absorvida contra a frequência, na faixa de mega-hertz (MHz) do espectro magnético, caracterizando-se como sendo uma espectroscopia. Usa as transições entre níveis de energia rotacionais dos núcleos componentes das espécies (átomos ou íons) contidas na amostra. Isso se dá, necessariamente, sob a influência de um campo magnético e sob a concomitante irradiação de ondas de rádio na faixa de frequências acima citada. Reações envolvendo óxidos. Ciências da Natureza e suas Tecnologias Disponível em: http://guiadoestudante.abril.com.br 7 Enem em fascículos 2013 Ácidos b) Ácido clorídrico H Disponível em: http://ibiubi.com.br Segundo o conceito de Arrhenius, são substâncias que, em meio aquoso, sofrem ionização, gerando, como único cátion, o íon hidrônio (H3O+), representado, às vezes de forma simplificada, por H+. É considerado um ácido volátil, monoácido e forte. Dos hidrácidos (ácidos sem oxigênio), somente HC, HBr e HI, nessa ordem, são fortes. É o principal componente do suco gástrico, responsável por algumas reações que ocorrem no nosso estômago. Comercialmente, é conhecido como ácido muriático (ácido clorídrico impuro). É vendido em uma concentração de 30% em massa, mas as soluções de ácido muriático contêm de 10 a 12% em massa de HC. • As suas principais aplicações no cotidiano são: Tratamento de metais ferrosos; Na construção civil, é usado para remover respingos de cal (após a caiação) de pisos e azulejos. Neste caso, é mais conhecido como ácido muriático: agente de limpeza de alta potencialidade; É um reagente muito usado na indústria e no laboratório. c) Ácido fosfórico • • Equação geral: HX + H2O → H3O+ + X– Forma simplificada: HX → H+ + X– 152 pm Exemplos de ácidos no cotidiano a) C H Ácido sulfúrico O O H P 157 pm O O H Disponível em: http://knol.google.com H2SO4 O HO S OH O É o ácido mais importante para a indústria química. É bom salientar que um dos indicadores econômicos de um país é a produção de ácido sulfúrico. Essa substância é obtida a partir das seguintes etapas: S(s) + O2(g) → SO2(g) 2SO2(g) + O2(g) → 2SO3(g) SO3(g) + H2O() → H2SO4(aq) É um triácido moderado e deliquescente (dissolve-se na própria água que absorve). Apresenta diversas aplicações no cotidiano: • Acidulante em refrigerantes, principalmente no tipo cola, geleias, doces e molhos para saladas; • Fabricação de fertilizantes para a agricultura; • Tratamento de efluentes; • Polimento de peças de alumínio. d) Ácido nítrico HNO3 O É fixo, ou seja, pouco volátil, e apresenta dois hidrogênios ionizáveis (diácido). • • • • • O ácido sulfúrico tem diversas aplicações: O maior consumo de ácido sulfúrico pela indústria química é na fabricação de fertilizantes, como os superfosfatos e o sulfato de amônio; É o ácido das baterias usadas nos automóveis; É consumido em enormes quantidades, em inúmeros processos industriais, como processos da indústria petroquímica, fabricação de papel, corantes etc.; O ácido sulfúrico concentrado é um dos desidratantes mais enérgicos. Assim, ele carboniza os hidratos de carbono, como os açúcares, o amido e a celulose; a carbonização é devido à desidratação desses materiais; O ácido sulfúrico concentrado tem ação corrosiva sobre os tecidos dos organismos vivos também devido à sua ação desidratante. Produz sérias queimaduras na pele. Por isso, é necessário extremo cuidado ao manusear esse ácido. Observação: As chuvas ácidas em ambientes poluídos com dióxido de enxofre contêm H2SO4 e causam grande impacto ambiental. 8 HO N O Disponível em: http://windows2universe.org É um monoácido forte e de alto poder oxidante. Sua obtenção, em escala industrial, pode ser feita a partir da oxidação da amônia: Pt 4 NH3 + 5O2 → 4 NO + 6 H2O 800° 2 NO + O2 → 2 NO2 3 NO2 + H2O → 2HNO3 + NO ∆ Quando misturado com o ácido clorídrico concentrado na proporção de 3(HC) : 1(HNO3), dá origem a uma solução denominada de água régia, capaz de oxidar o ouro e a platina (metais nobres). • A principal aplicação do ácido nítrico é na produção de fertilizantes. • O ácido nítrico, em várias concentrações, é utilizado para fabricação de corantes e explosivos (destacadamente a nitroglicerina, a nitrocelulose, além do ácido píctrico). Ciências da Natureza e suas Tecnologias Enem em fascículos 2013 d) Segundo a teoria de Arrhenius, são compostos que, em meio aquoso, sofrem dissociação, gerando, com o único ânion, o íon hidróxido (OH–). As bases de Arrhenius podem ser metálicas (NaOH, Ca(OH)2, A(OH)3 ...) ou não (NH3). A solubilidade dos hidróxidos varia de acordo com a tabela abaixo. Óxidos bases solúveis bases de metais alcalinos e amônia CsOH 2 Be(OH)2 pouco solúvel Mg(OH)2 pouco solúvel Ca(OH)2 Sr(OH)2 parcialmente solúveis Ba(OH)2 bases de metais alcalinoterrosos solubilidade aumenta 1 LiOH NaOH KOH RbOH Bases ou Hidróxidos Bicarbonato de sódio ou hidrogenocarbonato de sódio – NaHCO3 • É muito utilizado como antiácido estomacal (comprimidos efervescentes) e bucal (creme dental). • É utilizado como fermento de massas de bolos e pães. São compostos binários (2 elementos), dos quais o oxigênio é o elemento mais eletronegativo. Exemplos: Na2O, CaO, Fe2O3, ZnO, PbO2 ... Os óxidos são classificados de acordo com seu comportamento químico: demais bases CLASSIFICAÇÃO DOS ÓXIDOS solubilidade em água diminui Disponível em: http://agracadaquimica.com.br As bases mais usadas no cotidiano: a) Hidróxido de sódio (comercialmente conhecida como soda cáustica) – NaOH • É a base mais importante no laboratório e na indústria; • Usado na fabricação de sabão e glicerina (reação de saponificação); • Usado na limpeza doméstica (exige muita cautela durante o manuseio, pois é muito corrosivo); • Usado na fabricação de papel. b) c) Sais São compostos iônicos obtidos pela neutralização parcial ou total de ácidos com bases. Quando colocados em meio aquoso, liberam pelo menos um cátion diferente do H3O+ e um ânion diferente do OH–. Exemplos de sais: Disponível em: http:// a) Cloreto de sódio – NaC • É obtido pela evaporação da terrabrasilonline.blogspot.com água do mar, nas salinas. É o principal componente do sal de cozinha, usado na nossa alimentação. No sal de cozinha, além do NaC, existem outros sais, como iodetos de sódio e potássio (NaC e KI), cuja presença é obrigatória por lei. Sua falta pode acarretar a doença denominada bócio. b) Fluoreto de sódio – NaF • É um dos componentes dos cremes dentais, pois inibe a desmineralização dos dentes, tornando-os menos suscetíveis à cárie. c) Carbonato de sódio – Na2CO3 • É conhecido como barrilha ou soda e utilizado no tratamento de água de piscina, na fabricação de sabões, remédios, corantes, papel etc. Sua principal aplicação, no entanto, é na fabricação de vidro comum. Neutros Básicos Duplos Anfóteros Peróxidos Superóxidos Disponível em: http://profjoaoneto.com QUESTÃO COMENTADA Hidróxido de cálcio – Ca(OH)2 • É conhecido como cal hidratada ou cal extinta; • É obtido a partir da reação da cal (CaO) com água; • É muito utilizado na caiação (pintura com tinta de água). Amônia – NH3 • Sua solução aquosa é muito conhecida como amoníaco; • É utilizada na fabricação do ácido nítrico; • É utilizada na fabricação de sais de amônio, que agem como fertilizantes; • É utilizada na fabricação de produtos de limpeza. Ácidos C-5 H-17 Compreendendo a Habilidade – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica. • O mecanismo de formação e consumo de ozônio na atmosfera pode ser representado pelas reações representadas pelas equações seguintes: O2 + (hv) → O + O O + O2 → O3 O3 + (hv) → O + O2 O + O3 → O2 + O2 (1) (2) (3) (4) A molécula de oxigênio (O2) absorve luz ultravioleta e produz átomos de oxigênio. Esses átomos reagem com O2 para produzir ozônio (O3). A fotodissociação do ozônio por luz visível e ultravioleta produz oxigênio molecular (O2) e oxigênio atômico. O átomo de oxigênio reage com ozônio e produz oxigênio molecular. A reação (2) diminui a velocidade com o aumento da altitude, ao passo que a reação (3) aumenta a sua velocidade. Na estratosfera, as reações (2) e (3) são muito rápidas, comparadas com as reações (1) e (4). Portanto, a concentração de ozônio na atmosfera deveria ser relativamente constante. No entanto, a presença de poluentes influi nessa estabilidade. A decomposição do ozônio, que pode contribuir significativamente para a redução da concentração dessa espécie na estratosfera, é baseada no modelo de reação seguinte: X + O3 → XO + O2 (5) XO + O → X + O2 (6) O + O3 → 2O2 (global) Ciências da Natureza e suas Tecnologias ROCHA, J. C. Introdução à Química Ambiental. 9 Enem em fascículos 2013 De acordo com o texto, é correto afirmar: a) A espécie X, nas equações (5) e (6) que é o C–, atua como catalisador na conversão de ozônio em oxigênio. b) A camada de ozônio está na estratosfera, em uma região situada 20 e 40 quilômetros de altitude. c) Na ausência de poluentes, a camada de ozônio tem cerca de 50 metros de espessura. d) A radiação ultravioleta, que ajuda a converter ozônio em oxigênio, tem comprimento de onda variando entre 2,5 e 15 m. e) A estratosfera absorve cerca de 10% de toda a radiação ultravioleta, sendo o ozônio o maior responsável por essa absorção. Comentário a) Incorreta. A espécie X atua como catalisador, mas não é o C– Pode ser C atômico. b) Correta. A maior concentração de ozônio se encontra nessa camada. c) Incorreta. A camada de ozônio tem cerca de 15 km de espessura. d) Incorreta. A radiação ultravioleta tem comprimento de onda variando de 0,1 a 0,4 m. e) Incorreta. A estratosfera absorve cerca de 99% de toda a radiação ultravioleta. Resposta correta: B EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO C-7 H-25 Compreendendo a Habilidade – Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou produção. 03. O ozônio é gerado naturalmente na estratosfera por um processo no qual radiação UV dissocia o oxigênio molecular. Ao mesmo tempo, o O3 é convertido de volta a oxigênio molecular e atômico por reações químicas envolvendo substâncias presentes naturalmente na atmosfera. Assim sendo, a destruição do ozônio estratosférico ocorre devido a emissões de substâncias de caráter antropogênico, que alteram o ciclo natural de produção e consumo do O3. Os principais compostos de origem antrópica responsáveis pela destruição do O3 são: a) óxidos de enxofre. b) clorofluorcarbonetos. c) compostos de argônio. d) monóxido de carbono. e) todos os compostos citados anteriormente. 10 C-3 H-10 Compreendendo a Habilidade – Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e/ou destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais. 04. Muitas áreas urbanas no mundo sofrem ocorrências de poluição do ar, especialmente através de um fenômeno que é conhecido como smog fotoquímico, caracterizado pela presença do ozônio em níveis relativamente elevados de concentração. A palavra smog é uma combinação das palavras em inglês smoke (fumaça) e fog (neblina). Os principais precursores do smog fotoquímico são: a) aldeídos, hidrocarbonetos, luz solar. b) hidrocarbonetos, ozônio, óxidos de nitrogênio. c) hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio, luz solar. d) aldeídos, óxidos de nitrogênio, luz solar. e) hidrocarbonetos, luz solar, óxidos de enxofre. DE OLHO NO ENEM GASES EMITIDOS PELO GADO ESTÃO ASSOCIADOS AO AQUECIMENTO DA SUPERFÍCIE TERRESTRE Quem ouve falar em efeito estufa imediatamente relaciona a carros, edifícios… poluição. Engana-se quem pensa que só nas cidades se formam os gases nocivos que contribuem para esse fenômeno. A agricultura e a pecuária, atividades típicas Disponível em: http://arteandre.com.br do campo, têm uma parcela na emissão de tais gases, como metano (CH4), monóxido de carbono (CO), óxido nitroso (N 2 O) e outros óxidos de nitrogênio (NOx). De acordo com pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente, as principais fontes de emissões no setor agropecuário são o cultivo de arroz irrigado por inundação, a queima de resíduos agrícolas, o processo de fermentação entérica da pecuária ruminante e seus dejetos e o uso agrícola dos solos. A eructação, arrotos dos bois, é responsável pela liberação de gás metano. O alimento consumido, gramíneas, forma um caldo onde estão presentes bactérias. “Quando o animal respira, o gás é liberado juntamente com o gás carbônico”, explica a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Magda Aparecida Lima. Considerando cerca de 165 milhões de animais, somente no rebanho bovino brasileiro, produzindo anualmente uma média de 60 quilos de metano cada, pode-se imaginar as proporções mundiais da questão. Segundo ela, o metano possui um poder de aquecimento global vinte e uma vezes maior que o gás carbônico (CO2). Magda coordena a Rede Agrogases, fórum que reúne especialistas na discussão sobre temas relacionados às emissões. Um dos projetos integrantes da Rede, “Dinâmica de carbono e gases de efeito estufa em sistemas de produção agropecuária, florestal e agroflorestal brasileiros”, realiza pesquisas na agropecuária, para tentar quantificar os gases produzidos pelos rebanhos. Ciências da Natureza e suas Tecnologias Enem em fascículos 2013 Segundo a pesquisadora, os países em desenvolvimento realizam relatórios periódicos, a cada cinco anos aproximadamente, enquanto que os países desenvolvidos apresentam seus resultados anualmente. Em 2004, o Brasil apresentou seu primeiro relatório na COP-10, em Buenos Aires. Poucos conhecem os impactos ambientais causados pela criação de gado, o que dificulta ainda mais as ações para controle e redução dos gases emitidos. Magda diz que já estão sendo realizados alguns testes na alimentação dos animais. “Não é um cálculo simples, as pesquisas estão só começando”, diz ela, antecipando que, no próximo ano, deverão começar a ser quantificadas também as emissões de outros gases nocivos, como o óxido nitroso, presente nos dejetos dos animais. A etapa inicial da pesquisa tem o objetivo de inventariar os rebanhos. “Mas, primeiro, vamos aprofundar o conhecimento quanto ao potencial dos animais.” Diversos fatores podem influenciar as emissões, como o clima e o comportamento do rebanho, de modo a variar a quantidade de gás emitido. “O gado não pode ser visto como vilão, é preciso pensar em toda a cadeia produtiva”, alerta Magda, lembrando que outros processos também geram a emissão de gases. A Embrapa usa como referência nas pesquisas redes existentes em outros países, como as americanas CASMGS, Consortium for Agricultural Soils Mitigation of Greenhouse Gases, e a Gracenet. Condições de subdesenvolvimento, gerando organismos debilitados pela fome, e moradias de péssimas condições e sem saneamento básico abrem campo para a proliferação desses males, que constituem um verdadeiro flagelo da humanidade. No Brasil, dadas as disparidades de condições socioeconômicas verificadas nas várias regiões, as doenças contagiosas apresentam estatísticas desanimadoras. Podemos afirmar que uma respeitável parte da força de trabalho do país sofre dessas moléstias, estando os doentes incapacitados para o trabalho. Um dos resultados disso é uma grave crise social, gerada pelos dispêndios do Estado não só na manutenção dos enfermos como em campanhas de erradicação das doenças. Mesmo assim, nem todos os doentes chegam a receber a devida assistência, direito que possuem como cidadãos, dada a precariedade do sistema médico-hospitalar de nosso país, que se mantém em permanente crise por falta de recursos e de uma política de saúde compatível com as nossas reais necessidades. Taxa específica de mortalidade por doenças infecciosas segundo as regiões – Brasil, 2000 (por 100 mil habitantes) Danielle Jordan – Ambiente Brasil, 27 de julho de 2005. Disponível em: http://ambientebrasil.com.br INTRODUÇÃO Abordaremos neste fascículo o tema programa de saúde, com ênfase em doenças contagiosas ou transmissíveis. O assunto em voga está presente nas áreas biológicas de microbiologia e parasitologia, encontrando-se no tópico “Principais doenças que afetam a população brasileira” do programa do Exame Nacional do Ensino Médio – Enem. Devido à sua grande importância, traremos questões reflexivas e contextualizadas sobre esse assunto. OBJETO DO CONHECIMENTO Programa de Saúde – Doenças Contagiosas O que são doenças contagiosas ou transmissíveis? Chamam-se doenças contagiosas ou transmissíveis aquelas causadas por agentes capazes de se transferir de um ser vivo para outro. Esses agentes são os vírus, as bactérias, os protozoários, os fungos e os vermes. As moléstias transmissíveis têm enorme importância dado o grande número de pessoas que afetam e as consequências de ordem médica, social e econômica que acarretam. Constituem, por isso, um sério problema de saúde pública, exigindo dos governos constante vigilância e a adoção de medidas eficazes no seu combate. Infelizmente, a ocorrência dessas enfermidades é tanto maior quanto menores forem os recursos econômicos, alimentares, habitacionais e educacionais de uma população. Região/ UF 2000 Brasil Norte Nordeste 0a4 anos 60 a 69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais 90 e mais 41,7 52,0 61,0 58,2 49,0 50,5 108,6 120,5 90,6 230,2 232,3 196,6 95,6 92,1 85,0 Sudeste 29,0 62,2 117,0 248,4 101,7 Sul CentroOeste 27,9 46,0 80,0 195,3 73,4 38,7 103,7 213,9 406,0 167,3 SVS/MS. Disponível em: http://portal.saude.gov.br Quais são os conceitos mais importantes no estudo das doenças contagiosas? • Agente infeccioso É todo organismo, micro ou macroscópico, capaz de provocar infecção. São agentes infecciosos: vírus, bactérias, fungos, protozoários e vermes. • Infecção e infestação A infecção representa a invasão do corpo por microparasitos (vírus, bactérias, fungos e protozoários). Note-se que infecção não quer dizer doença, pois nem sempre está acompanhada de manifestações clínicas. A infestação representa a invasão do organismo por macroparasitos (vermes e artrópodes, por exemplo). • Vetor biológico e vetor mecânico Vetores biológicos são organismos capazes de transmitir agentes infecciosos. Estes desenvolvem uma fase de seu ciclo biológico no interior do corpo do vetor. Vários artrópodes se comportam como vetores de agentes infecciosos. Como exemplo, temos o inseto barbeiro, vetor biológico da doença de Chagas. Quando um ser apenas transporta um agente infeccioso, sem que este durante o transporte se reproduza, não se fala em vetor biológico, mas em vetor mecânico, como exemplo, a barata transportando o vírus da hepatite A. Ciências da Natureza e suas Tecnologias 11 Enem em fascículos 2013 Hospedeiro e portador Hospedeiro é o ser em cujo corpo agentes infecciosos necessitam viver temporariamente. Distinguem-se dois tipos de hospedeiros: o definitivo e o intermediário. Os hospedeiros são ditos definitivos quando neles o parasito se reproduz sexuadamente. O homem é considerado o hospedeiro definitivo de muitos parasitos, como lombriga, tênia etc. São considerados intermediários quando neles o parasito ou não se reproduz ou o faz assexuadamente. O homem, por exemplo, é hospedeiro intermediário do sp, protozoário causador da malária. Dá-se o nome de portador ao homem ou animal que abriga um agente infeccioso, sem, contudo, evidenciar manifestações clínicas da moléstia provocada por ele, mas sendo capaz de transmiti-lo a outrem. • Períodos de incubação e transmissibilidade O período de transmissão representa o tempo decorrido entre a penetração do agente infeccioso no organismo e o aparecimento dos primeiros sintomas de doença. O período de transmissibilidade representa o intervalo de tempo durante o qual o agente infeccioso pode ser transmitido de um ser para outro. • Quais são as principais doenças contagiosas que acometem a população brasileira? Viroses: catapora, herpes simples labial e genital, rubéola, sarampo, varíola, poliomielite, raiva, dengue, febre amarela, mononucleose, gripe, resfriado comum, caxumba, hepatite, condiloma acuminado e Aids. Bacterioses: acne, erisipela, impetigo, botulismo, lepra, meningite, tétano, brucelose, febre maculosa, gangrena gasosa, peste bubônica, tifo, antraz, coqueluche, difteria, pneumonia, tuberculose, cárie, cólera, febre tifoide, salmonelose, cancro mole, leptospirose, gonorreia e sífilis. Protozooses: amebíase, giardíase, balantidiose, doença de Chagas, doença do sono, leishmaniose visceral, leishmaniose tegumentar, tricomoníase, malária e toxoplasmose. Micoses: tiníase, candidíase, blastomicose, histoplasmose, paracoccidioimicose, criptococose e aspergilose. Verminoses: teníase, cisticercose, hidatose, esquistossomose, ascaridíase, amarelão, oxiurose, estrongiloidíase, filariose, dracunculose e bicho geográfico. QUESTÃO COMENTADA Uma doença tem um número esperado de casos dentro de um determinado período de tempo. Quando o número verificado de casos corresponde estatisticamente ao número esperado, fala-se em endemia. Se o número observado de casos dentro de certo período de tempo for estatisticamente maior que o esperado, fala-se em epidemia. São muitas as doenças endêmicas no Brasil, podendo-se citar como exemplos a doença de Chagas, a malária, a hepatite viral, a esquistossomose e a tuberculose. Como exemplos de doenças que costumam apresentar epidemias, encontram-se a meningite meningocócica, a dengue e o sarampo. É útil lembrar que uma doença endêmica pode se tornar epidêmica, bastando para isso que haja um aumento do número de casos além do limite esperado. As pandemias são doenças contagiosas de caráter super alarmante que se alastram rapidamente por todo um país, por todo um continente ou, até mesmo, por todo o mundo. A história registra fatos dramáticos ocorridos com a propagação mundial da gripe espanhola, em 1918, quando morreram milhões de pessoas em todos os continentes, não havendo nem condição de sepultamento dos cadáveres. Também famoso ficou o surto da peste negra, denominação que celebrizou uma propagação pandêmica de peste bubônica na Ásia e na Europa, em meados do século XIV, e que, desastradamente, dizimou cerca de 1/3 de toda a população europeia. Mais recentes e menos calamitosos foram os surtos pandêmicos de variantes mais agressivas de gripe verificados dentro destes últimos 30 anos, quando a Medicina já contava com recursos terapêuticos mais adiantados, notadamente dos antivirais, específicos para combaterem vírus, e dos antibióticos, que combatem bactérias e que, apesar de não atuarem sobre os vírus, pelo menos destroem as bactérias que se aproveitam do enfraquecimento orgânico provocado pelas infecções viróticas. A seguir, procuraremos mostrar as principais doenças que ocorrem em nosso meio e cujo conhecimento deve ser necessário e compulsório para a formação global dos nossos educandos, quaisquer que sejam os rumos profissionais que venham a tomar. Só assim, estaremos preparando o caminho para o desenvolvimento de uma nova geração, mais capaz de compreender os meios de se alcançar uma sociedade mais sadia e construtiva. 12 C-5 H-17 Compreendendo a Habilidade Endemias, epidemias e pandemias – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica. • As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são consideradas como um dos problemas de saúde pública mais comum em todo o mundo. Em ambos os sexos, tornam o organismo mais vulnerável a outras doenças, inclusive à Aids, além de terem relação com a mortalidade materna e infantil. No Brasil, as estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) de infecções de transmissão sexual na população sexualmente ativa, a cada ano, estão representadas no gráfico a seguir: 250000 200000 Frequência • 150000 100000 50000 0 Sífilis Gonorreia Clamídia Herpes genital HPV DSTs Após a análise do gráfico e do conhecimento acerca das possíveis formas de contagio das DSTs apresentadas, pode-se afirmar: a) A frequência similar de herpes genital e de HPV está relacionada ao fato de ambas serem bacterianas e de serem transmitidas pelo contato sexual direto com pessoas contaminadas. b) A gonorreia, com frequência maior em relação à sífilis, HPV e herpes genital, é causada por um protozoário cujo doente pode ser tratado com o uso de antibióticos. c) A maior frequência de clamídia na população está relacionada às diversas mutações que ocorrem no vírus transmissor, o que dificulta o tratamento da doença e possibilita maior contágio. d) A menor frequência de sífilis em relação à gonorreia e à clamídia pode ser explicada pelo fato de a população humana utilizar frequentemente espermicidas e anticoncepcionais. e) A prevenção e o uso de camisinha poderia justificar a baixa incidência relativa de HPV na população, apesar de esta última não proteger totalmente da infecção por esse vírus. Ciências da Natureza e suas Tecnologias Enem em fascículos 2013 Comentário C-5 A prevenção contra a infecção pelo HPV baseada em visitas regulares das mulheres ao ginecologista, associado ao uso de camisinha, justificam os baixos índices de infecções relativas causadas por esse vírus. Apesar de o uso de preservativo (camisinha) durante todo contato sexual, com ou sem penetração, não proteger totalmente da infecção pelo HPV, pois não cobre todas as áreas passíveis de serem infectadas. Na presença de infecção na vulva, na região pubiana, perineal e perianal ou na bolsa escrotal, o HPV poderá ser transmitido, apesar do uso do preservativo. A camisinha feminina, que cobre também a vulva, evita mais eficazmente o contágio se utilizada desde o início da relação sexual. Vale também ressaltar que a sífilis, a gonorreia e a infecção por clamídia são doenças bacterianas podendo ser tratadas com antibióticos, já a herpes genital e a infecção por HPV são doenças virais nas quais apresentam tratamento com antivirais e sintomático. Vacinas contra o HPV já existem no mercado e contra o herpes genital estão sendo desenvolvidas. H-17 Compreendendo a Habilidade – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica. 06. A Tenia saginata e a Tenia solium são vermes prevalentes em comunidades humanas de várias partes do mundo. Considerando o ciclo de vida das tênias, ilustrado abaixo, é correto concluir que: 4 3 músculo 5 2 6 1 Resposta correta: E T. saginata Adaptado de www.dpd.cdc.gov/dpdx EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO C-5 H-17 Compreendendo a Habilidade – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica. 05. A prevenção de doenças é um hábito essencial para a saúde humana. Existem alguns comportamentos simples e saudáveis que devemos cultivar sempre. Observe as figuras abaixo, que representam algumas medidas de prevenção contra doenças frequentes na população humana. a) ovos (1) depositados pelo homem, através das fezes, em solo ou vegetação, tornam-se a fonte de infecção de hospedeiros intermediários. b) animais mamíferos (2 e 3) são susceptíveis à doença, pois os ovos de tênia ingeridos eclodem no intestino causando infecção gastrintestinal. c) quando a infecção do hospedeiro intermediário se dá através do sangue, o cisticerco pode migrar para os tecidos musculares através da circulação. d) após o consumo de carne suína contaminada com a tênia adulta (5), o homem contrai a infecção e se torna o hospedeiro definitivo. e) os vermes adultos (6) migram do intestino humano para outros órgãos, produzindo uma infecção sistêmica que pode levar à morte. DE OLHO NO ENEM a b Com camisinha, a alegria continua durante e depois da festa DENGUE Não andar descalço VISTA-SE c d As figuras a, b, c e d indicam, respectivamente, medidas preventivas contra: a) giardíase, leishmaniose, amebíase e esquistossomose. b) amebíase, gripe H1N1, gonorreia e ancilostomose. c) gripe H1N1, malária, tricomoníase e ancilostomose. d) tricomoníase, dengue, giardíase e esquistossomose. e) gripe H5N1, leishmaniose, AIDS e teníase. A dengue é a enfermidade causada pelo vírus da dengue, um arbovírus da família Flaviviridae, gênero Flavivírus, que inclui quatro tipos imunológicos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três. A transmissão se faz pela picada da fêmea contaminada do mosquito Aedes aegypti ou Aedes albopictus, pois o macho se alimenta apenas de seiva de plantas. No Brasil, ocorre, na maioria das vezes, por Aedes aegypti. Após um repasto de sangue infectado, o mosquito está apto a transmitir o vírus, depois de 8 a 12 dias de incubação. A transmissão mecânica também é possível, quando o repasto é interrompido e o mosquito, imediatamente, se alimenta num hospedeiro suscetível próximo. Um único mosquito desses, em toda a sua vida (45 dias, em média), pode contaminar até 300 pessoas. Ciências da Natureza e suas Tecnologias 13 Enem em fascículos 2013 Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água ou alimento. Quando uma pessoa é infectada por um dos 4 sorotipos virais, torna-se imune a todos os tipos de vírus durante alguns meses e, posteriormente, mantém-se imune, pelo resto da vida, ao tipo pelo qual foi infectado. Se voltar a ter dengue, dessa vez um dos outros 3 tipos do vírus, há uma probabilidade maior que a doença seja mais grave que a anterior, mas não é obrigatório que aconteça. A classificação 1, 2, 3 ou 4 não tem qualquer relação com a gravidade da doença, diz respeito à ordem da descoberta dos vírus. Cerca de 90% dos casos de dengue hemorrágica ocorrem em pessoas anteriormente infectadas por um dos quatro tipos de vírus. Os sintomas iniciais são inespecíficos, como febre alta (normalmente entre 38° e 40 °C) de início abrupto, mal-estar, anorexia (pouco apetite), cefaleias, dores musculares e nos olhos. No caso da hemorrágica, após a febre baixar, pode provocar gengivorragias e epistáxis (sangramento do nariz), hemorragias internas e coagulação intravascular disseminada, com danos e enfartes em vários órgãos, que são potencialmente mortais. Ocorre frequentemente também hepatite e, por vezes, choque mortal devido às hemorragias abundantes para cavidades internas do corpo. Há ainda petéquias (manchas vermelhas na pele) e dores agudas das costas (origem do nome, doença “quebra-ossos”). C-6 H-21 Compreendendo a Habilidade – Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo. 02. As imagens, captadas por um aparelho de ultrassom, são visualizadas na tela de um monitor. O ponto imagem na tela é obtido pela deflexão de elétrons por bobinas, nas quais circulam correntes elétricas variáveis, conforme mostra a figura. bobinas para a deflexão vertical canhão eletrônico bobinas para a deflexão horizontal tela elétrons O ponto P, à direita da tela, acontece somente na situação em que os campos magnéticos, gerados pelas bobinas, estão orientados de acordo com a figura da alternativa. S a) d) P S N N N b) N S N N P S S N c) P N e) P S S P S Disponível em: http://pt.wikipedia.org N S EXERCÍCIOS PROPOSTOS C-2 C-2 H-5 Compreendendo a Habilidade – Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano. Compreendendo a Habilidade – Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano. 01. Um dos hábitos de higiene que proporciona uma vida saudável é o banho diário. Na possibilidade de se utilizar um chuveiro elétrico, esse hábito pode se tornar desagradável quando, nos dias frios, a água é pouco aquecida. Para melhorar o aquecimento sem alterar o fluxo de água e a posição da chave seletora, uma pessoa retira 1/6 do comprimento do resistor. Considerando que a tensão nos terminais do chuveiro se mantém constante, é correto afirmar que a razão entre as potências antes e após a redução do comprimento do resistor é: a) 6/1 b) 6/5 c) 1/6 d) 1/1 e) 5/6 14 H-5 03. Ao reformar o banheiro de sua casa, por recomendação do eletricista, o proprietário substituiu a instalação elétrica de sua casa e o chuveiro, que estava ligado em 110 V, foi trocado por outro chuveiro de mesma potência, ligado em 220 V. A vantagem dessa substituição está: a) no maior aquecimento da água que esse outro chuveiro vai proporcionar. b) no menor consumo de eletricidade desse outro chuveiro. c) na dispensa do uso de disjuntor para o circuito desse outro chuveiro. d) no barateamento da fiação do circuito desse outro chuveiro, que pode ser mais fina. e) no menor volume de água de que esse outro chuveiro vai necessitar. Ciências da Natureza e suas Tecnologias Enem em fascículos 2013 C-5 H-19 Compreendendo a Habilidade – Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental. 04. A chuva ácida, uma das formas de poluição mais agressivas ao meio ambiente, é capaz de destruir ecossistemas terrestres e aquáticos. Tal fenômeno ocorre, principalmente, quando vapores de água se combinam com os gases SO2 e NO2, liberados por indústrias que utilizam a queima de carvão como fonte de energia. Com relação à chuva ácida, é correto afirmar que: a) o baixo valor de pH é decorrente da formação de ácidos, tais como, H2SO4, H2SO3, HNO2 e HNO3. b) o pH é menor do que 7,0 devido à formação dos ácidos H2S, H2SO3, HN3 e HCN. c) o baixo valor de pH é decorrente da formação dos sais BaCO3 e Na2SO4. d) os ácidos presentes são substâncias que podem ser neutralizadas por sais, tais como NaCN e Na2SO4. e) o processo de formação da chuva ácida é caracterizado por uma reação de neutralização. C-7 H-25 C-5 H-24 – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica. BRASIL PARE AÍ MESMO! ESTE PAÍS JÁ T E M D O N O ! !! DENGUE GRIPE SUÍNA Disponível em: http://www.orkugifs.com/recado.php? titulo=dengue+vs+gripe+suina&gif=3079 Compreendendo a Habilidade Em relação às doenças apontadas na charge, é correto afirmar que: a) a dengue, doença respiratória aguda, é endêmica do Brasil, enquanto a gripe suína, doença infecciosa febril aguda, ocorre em todo o mundo. b) a gripe suína faz referência aos porcos por haver suspeitas de que esse novo subtipo de vírus da influenza os tenha acometido, portanto, há risco no contato e no consumo de produtos de origem suína. A dengue, por sua vez, é transmitida pela picada da fêmea do mosquito vetor, infectada com o vírus A (H1N1), transmissor da doença. c) em ambas as doenças, os sintomas são similares ao da gripe comum, contudo, na dengue, não há sintomas respiratórios, como coriza e tosse, e as dores no corpo podem ser mais pronunciadas. d) em locais onde ocorre dengue, não pode haver gripe suína, pois os vírus de ambas as doenças competem pelo mesmo vetor de transmissão. e) para evitar ambas as doenças, devem-se: lavar bem as mãos com água e sabão, não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável, ao tossir ou ao espirrar. – Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou produção. Compreendendo a Habilidade – Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas. 06. (RPaiva) Um estudante do curso de Química da Universidade Federal do Ceará (UFC) iniciou sua carreira científica com um projeto sobre poluição. Ele sabe, por exemplo, que a chuva ácida resulta da produção de contaminantes liberados em processos industriais que, na atmosfera, reagem com o vapor de água e, consequentemente, reduzindo o pH. No distrito industrial, da cidade pesquisada, o estudante coletou para análise os seguintes óxidos: SO3, CO2, CO, Na2O, MgO e Na2O. Sendo assim, qual será o óxido que deveria ser o responsável por produzir um ambiente ácido na atmosfera? a) SO3 d) MgO b) CO e) CaO c) Na2O Compreendendo a Habilidade 07. Observe a charge a seguir: 05. (RPaiva) As chuvas ácidas podem ter diferentes composições dependendo do local onde são formadas, as mais nocivas são formadas em grandes centros industriais, onde há queima de combustíveis fósseis (gasolina, óleo diesel). Esse tipo de chuva é carregado de poluentes, marque a opção que traz os compostos que a torna nociva à saúde. a) Óxidos de carbono (CO, CO2). b) Óxidos de cálcio (CaO, CaO2). c) Óxidos de enxofre (SO2, SO3). d) Óxidos de nitrogênio (NO, NO2). e) Óxidos de ferro (FeO, Fe2O3). C-7 H-17 C-8 H-29 Compreendendo a Habilidade – Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias-primas ou produtos industriais. 08. Infecções hospitalares são eventos que ocorrem após a admissão hospitalar de um paciente, durante a internação ou após a alta, relacionados com a permanência hospitalar ou com procedimentos realizados nos hospitais. A ocorrência de infecção hospitalar não implica que o microrganismo causador da infecção seja de origem hospitalar, mas sugere que o hospital foi o local onde a infecção foi contraída. Ciências da Natureza e suas Tecnologias 15 Enem em fascículos 2013 As práticas de gestão e de manejo dos riscos de infecção nos ambientes hospitalares envolvem a conscientização de todos os envolvidos (pacientes, familiares, médicos, enfermeiros, técnicos, administradores etc.), já que estudos têm mostrado a importância da implementação de práticas de higienização das mãos na redução das taxas de infecções hospitalares. Mas uma recente pesquisa conduzida por profissionais de saúde da Universidade Federal do Ceará mostrou que o nível de contaminação bacteriana em amostras de sabão neutro líquido, coletadas em um hospital público brasileiro, é relativamente alto. Considerando as condições ambientais propícias para o desenvolvimento do Aedes aegypti, pode-se inferir que as áreas prioritárias para o combate à dengue no Brasil deverão ser as: a) regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, pois combinam grande concentração populacional em área de clima tropical úmido, com chuvas e calor concentrados no verão. b) comunidades ribeirinhas da Amazônia, devido ao clima tropical alternadamente úmido e seco, com chuvas abundantes durante o verão, invernos secos e rios perenes. c) áreas litorâneas do Nordeste brasileiro, em que predominam o clima mediterrâneo e a formação de muitos manguezais, ambiente ideal para a proliferação do Aedes aegypti. d) regiões metropolitanas de Porto Alegre e Curitiba, pois combinam concentração populacional em área de clima subtropical, com chuvas bem distribuídas ao longo de todo o ano. e) comunidades ribeirinhas do Pantanal matogrossense, pois o clima tropical de monções, caracterizado pela concentração de chuvas no inverno, deixa a região permanentemente inundada. Adaptado a partir dos seguintes textos: OLIVEIRA, Solange; GARRAFA, Volnei. Princípios éticos e a prevenção de infecções hospitalares. Brasília Med 48 (1:75-81, 2001). CAETANO, Joselany Afio et al. Identificação de contaminação bacteriana no sabão líquido de uso hospitalar. Rev esc enferme USP 45 (1:153-60, 2011). De acordo com o texto acima, a incorreto afirmar o seguinte: a) Algumas bactérias revestem a pele, as mucosas e o trato intestinal dos animais, estando intrinsecamente ligadas as vidas dos organismos e ambientes onde habitam. b) A maior parte das bactérias é inofensiva, mas, em determinados ambientes (como os hospitais, por exemplo), algumas espécies são capazes de causar doenças em pacientes com baixa imunidade. c) A lavagem das mãos pelos profissionais de saúde antes do contato com os pacientes é uma medida inócua e paliativa de controle de infecção hospitalar, apesar de serem as mãos o principal veículo de transmissão de microrganismos no ambiente hospitalar. d) Os hospitais são fontes de infecções, reunindo, em um mesmo ambiente, diversos agentes bacterianos – inclusive, aqueles resistentes a antibióticos. e) Alguns sabões contidos em saboneteiras hospitalares podem acabar virando caldos de cultivo de bactérias e de outros microrganismos. C-5 Compreendendo a Habilidade H-17 – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica. 09. Leia o texto abaixo. SAIBA MAIS SOBRE A DENGUE O que é? Doença viral transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, que vive perto do homem em busca de sangue para o desenvolvimento dos ovos. Da eclosão dos ovos à fase adulta levam-se dez dias. Onde e quando é mais frequente? A infestação é mais intensa no verão, devido à combinação de umidade e temperatura altas com a grande incidência de chuvas, que forma ambiente propício à reprodução do mosquito. Áreas onde há concentração de pessoas são as mais sujeitas ao ataque do Aedes aegypti e, por isso, deposita ovos apenas em recipientes que estejam dentro ou próximo de residências e escritórios. revistagloborural.globo.com 16 C-5 H-17 Compreendendo a Habilidade – Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica. 10. O homem pré-histórico se locomovia a uma velocidade média de 5 quilômetros por hora, enquanto que depois de domesticar os cavalos sua velocidade média passou para 18 quilômetros por hora. Atualmente, com um carro, os seres humanos podem viajar tranquilamente a 80 quilômetros por hora e, se for de avião, percorrerão grandes distâncias em um intervalo de tempo pequeno, já que sua velocidade, em média, é de 900 quilômetros por hora. A diminuição do tempo e as facilidades de viagem provocaram uma grande mobilidade das pessoas, de modo que há uma maior circulação entre elas. Porém, há algumas desvantagens. Uma pessoa que se infecta ao entrar em contato com um agente causador de doença pode levar o causador da doença de um lugar a outro sem que os sintomas iniciais da doença se manifestem, uma vez que os sintomas de algumas doenças demoram a aparecer. Hoje, com a facilidade dos transportes, é muito grande a probabilidade de uma pessoa levar um agente patogênico de um lugar a outro sem que a doença tenha se manifestado. É o que ocorre no caso da Influenza A (H1N1) – antes chamada de gripe suína. Ciências da Natureza e suas Tecnologias Enem em fascículos 2013 Com base nas considerações acima mencionadas, podemos afirmar que: a) o aumento da velocidade de locomoção melhorou a qualidade de vida das pessoas e não trouxe nenhum risco a elas. b) a tecnologia é ruim, pois facilitou a disseminação de doenças entre os continentes. c) a tecnologia é boa, pois fez o homem viajar mais rapidamente, independentemente do risco. d) apesar do risco maior da disseminação das doenças houve aumento da população, pois a melhoria da qualidade de vida e dos medicamentos aumentou também a expectativa de vida. e) todo avanço tecnológico é positivo. GABARITOS EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01 02 03 04 05 06 b e b c c a EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01 02 03 04 05 e a d a c 06 07 08 09 10 a c c a d ANOTAÇÕES Expediente Supervisão Gráfica: Andréa Menescal Supervisão Pedagógica: Marcelo Pena Gerente do SFB: Fernanda Denardin Coordenação Gráfica: Felipe Marques e Sebastião Pereira Projeto Gráfico: Joel Rodrigues e Franklin Biovanni Editoração Eletrônica: Antônio Nailton Ilustrações: Carlos Diogo Revisão: Káren Andrade OSG.: 73404/13 Ciências da Natureza e suas Tecnologias 17