Tempestade Fluvial

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Tempestade Fluvial
Pedro Morouço
Boa noite,
Certamente todos vocês já ouviram falar em dunas. Aliás, há até uma música bem famosa dos
GNR que fala delas… bem, mas isso da música fica reservado para mais logo lá fora na fonte.
Quando pensam em dunas o que é que vos vem à cabeça? A mim? Vem-me a praia… a bela
praia… mas com vento, pois sempre tive a ideia que era o vento o responsável pela sua
criação. De facto, pensava que só podia ser assim até que há dias li que havia um grupo de
investigadores a estudar as dunas subaquáticas na baía de Guanabara. Dunas subaquáticas?
Dunas debaixo de água? Não pode ser.
Fui de imediato ao Google e descobri que este módulo expositivo da Explora, explica isso
mesmo. Quem é que quer rodar a esfera? Mas tem de ser com força. Se assim for, vão animar
a água de velocidade. Conseguem adivinhar o que acontece a seguir? A areia começa a moverse também… correcto? Mas isso não explica a tudo. O que acontece é que ao atingirmos o
ponto crítico de velocidade da água, os grãos de areia que estão mais à superfície vão começar
a mover-se. E se os grãos de areia não forem todos do mesmo tamanho, quais é que se
começam a deslocar primeiro? Os grandes ou os pequenos? Os pequenos, claro. Agora
imaginem que são grãos pequeninos e que estão a deslocar-se a grande velocidade… ao
encontrarem um grão grande o que é que vos vai acontecer? Cabum... que grande tombo. Mas
a verdade é que tombo após tombo o grão maior vai-se deslocando. Ou então, sendo
pequeninos mas espertos, podem saltar-lhes para cima… e este deslocamento conjunto de
grãos pequenos a maior velocidade com grãos maiores a menor velocidade, faz com que estas
dunas sejam criadas. Ou seja, os grãos maiores são obstáculos ao movimento dos mais
pequenos, que perdem velocidade e acumulam-se.
Bem, e quando paramos a esfera o que é que acontece? A areia flutua? Ou vai para o fundo? É
que eu na escola aprendi que existe na água uma força de baixo para cima. Baseava-se no
princípio de Arquimedes. Sabem? Qualquer corpo mergulhado num líquido sofre uma força
vertical de baixo para cima e de intensidade igual ao peso do volume de líquido deslocado pelo
corpo. Perceberam? O meu pai ensinou-me uma maneira muito mais fácil do entender:
qualquer corpo mergulhado num líquido que ao fim de meia hora não vier ao de cima é
considerado afogado. Ou seja, quando estamos no meio terrestre só temos a força da
gravidade a actuar sobre nós. Uma força que nos empurra contra a terra. Se na água temos
uma que actua de baixo para cima, arriscamo-nos a ver os grãos de areia a saltar por essa água
fora. Ou não! Porque sendo a força da gravidade maior que a força de impulsão, os grãos de
areia (grandes e pequenos) irão deslocando-se para o fundo da esfera… como podem ver!
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