Exibir - Humanas UFPR

Propaganda
Plano de Ensino
DISCIPLINA: Filosofia da Ciência III
PRÉ-REQUISITOS: HF 315
PROFESSOR: Ronei Clecio Mocellin
CÓDIGO: HF317
SEMESTRE: 2 / 2015
C.H. TOTAL: 60
C.H. SEMANAL: 04
EMENTA (parte permanente)
Estudo acerca das questões relativas à estrutura das teorias científicas: concepção
axiomática, semântica e estruturalista das teorias científicas.
PROGRAMA (parte variável)
O curso tem por objetivo analisar as relações entre filosofia e história das
ciências. Embora a bem conhecida expressão “a filosofia da ciência sem a história da
ciência é vazia; a história da ciência sem a filosofia da ciência é cega”
(Hanson/Lakatos adaptando uma frase de Kant), sugira uma interação complementar,
vista mais de perto esta relação resta em permanente tensão. Será justamente a análise
desta tensão o tema específico do curso. Ela será feita em três etapas sucessivas. Na
primeira (aulas 2-6), abordaremos a origem e a consolidação de diferentes tradições
filosóficas e historiográficas relativas à ciência e ao discurso científico. Na segunda
(aulas 7-11), passaremos em revista das principais tendências que consolidaram a
“virada histórica” da filosofia da ciência na segunda metade do século XX. Por fim,
concluiremos o curso (aula 12-13) com um estudo de caso. Trata-se aqui de analisar
pormenorizadamente as diferentes leituras históricas e filosóficas da chamada
“Revolução química” do final do século XVIII.
Conteúdo
Aula 1: Apresentação do curso.
Aula 2: O papel da história das ciências na filosofia positiva de A. Comte.
Aula 3: História epistemológica das ciências, um território de historiadores? O
caso Hélène Metzger.
Aula 4: História das ciências como território de exploração filosófica? O
caso Alexandre Koyré.
Aula 5: A epistemologia histórica de Gaston Bachelard.
Aula 6: Síntese da primeira parte do curso e discussão com os alunos sobre o
andamento do trabalho que serve de avaliação para a disciplina.
Aula 7: Filosofia e história das ciências, aproximação sem dissolução das
fronteiras disciplinares? As nuances de Thomas Kuhn.
Aula 8: “Reconstruções racionais” e história das ciências: o caso Imre Lakatos.
Aula 9: Filosofia e história social das ciências.
Aula 10: Estilos de raciocínio e seu uso por filósofos e historiadores das
ciências segundo Ian Hacking.
Aula 11: Síntese e discussão.
Aula 12 : Estudo de caso: história, historiografia e filosofia da “Revolução química”.
Aula 13: Estudo de caso (continuação).
Aula 14: Conclusão do curso, recebimento e discussão do trabalho entregue
pelos participantes do curso.
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
Aulas expositivas e discussão de textos.
FORMAS DE AVALIAÇÃO
Trabalho dissertativo. O tema será definido no início do curso
BIBLIOGRAFIA MÍNIMA
1. COMTE, A. Curso de filosofia positiva (cap. 1 e 2). Os Pensadores. São Paulo: Abril
Cultual, 1978.
2. METZGER, H. L’historien des sciences doit-il se faire le contemporain des savant
dont il parle ? La méthode philosophique en histoire des sciences. Paris: Fayard, 1987.
3. KOYRÉ, A. Sobre a influência das concepções filosóficas na evolução das teorias
científicas. Revista da Faculdade de Educação da USP, 5, 1979, p. 55-70.
4. BACHELARD, G. La actualidad de la historia de las ciencias. El
compromisso racionalista. Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 1973, p. 148-164.
5. CANGUILHEM, G. O objeto da história das ciências. Estudos de história e
de filosofia das ciências. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012, p. 1-16.
6. KUHN, T. O problema com a filosofia histórica da ciência. In O caminho desde a
Estrutura. São Paulo: Editora da Unesp, 2003, p. 133-151.
7. LAKATOS, I. History of Science and its Rational Reconstructions. Boston Studies in
the Philosophy of Science, v. 8, 1970, p. 91-133.
8. PESTRE, D. Pour une histoire sociale et culturelle des sciences.
Nouvelles définitions, nouveaux objets, nouvelles pratiques. Annales. Histoire,
Sciences Sociales, 50e année, 3, 1995, p. 487-522.
9. HACKING, I. Estilos para historiadores e filósofos. Ontologia histórica.
São Leopoldo: Editora Unisinos, 2002, 199-219.
10. BENSAUDE-VINCENT, B. Lavoisier: uma revolução científica. In Elementos para
uma História das Ciências. Lisboa: Terramar, 1996, p. 197-221.
11. GOLINSKI, J. The Place of Production. Making Natural Knowledge. Cambridge:
Cambridge University Press, 1998, p. 79-102.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
Annales. Économies, Sociétés, Civilisations. Paris: Armand Colin, 30e année, n. 5,
1975.
Studies in History and Philosophy of Science. The special issue: Styles of thinking,
43, 2012.
BENSAUDE-VINCENT, B. LAVOISIER. Paris: Flammarion, 1993.
BRENNER, A. & GAYON, J. (Eds.) French Studies in the Philosophy of
Science. Dordrecht: Springer, 2009.
BRENNER, A. Quelle épistémologie historique ? Kuhn, Feyerabend, Hacking et
l’école bachelardienne. Revue de métaphysique et de morale, 49, 2006/1, p. 113-125.
CHIMISSO, C. Writing the History of the Mind: Philosophy and Sciences in
France, 1900 to 1960s. Aldershot: Ashgate, 2008.
CHRISTIE, J. R. Hélène Metzger et l’historiographie de la chimie du XVIIIe siècle.
In Études sur Hélène Metzger, Corpus Revue de philosophie, n. 8/9, 1988, p. 99-108.
CLAUZADE, L. Histoire des sciences et philosophie des sciences dans la
philosophie d’Auguste Comte. In L’Epistemologie française (1830-1970). Paris : PUF,
2006, p. 197-212.
COMTE, A. Cours de philosophie positive. Paris: Bachelier Imprimeur, 1839, tome
4, 49e Leçon, p. 471-536.
CONDÉ, M, L. & PENNA-FORTE (ORG.). Thomas Kuhn: A Estrutura das
Revoluções Científicas [50 anos]. Belo Horizonte: Fino Traço, 2013.
DEBUS, A. Ciência e história: o nascimento de uma nova área. In Escrevendo
a História da Ciência: tendências, propostas e discussões historiográficas. São
Paulo: Livraria da Física Editora, 2004, p. 13-39.
FEYERABEND, P. Contra o Método. São Paulo: Editora Unesp, 2011.
FLECK, L. Gênese e Desenvolvimento
Horizonte: Fabrefactum, 2010.
FREUDENTAHAL, G. Hélène Metzger
française (1830-1970), op. cit., p. 113-156.
de
um
Fato
(1888-1944).
In
Científico.
Belo
L’Epistemologie
GUERLAC, H. LAVOISIER- The Crucial Year. Ithaca: Cornell University Press, 1961.
HACKING, I. Representar e Intervir. Rio de Janeiro: Editora da UERJ, 2012.
HARTOG, F. Regimes de Historicidade: Presentismo e Experiências no Tempo.
Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.
HESSEN, B. As raízes sócio-econômicas dos Principia de Newton. In Ciência
e Técnica. São Paulo: Queiroz Editor, 1993.
JORLAND, G. La notion de révolution scientifique : le modèle de Koyré.
In L’Epistemologie française (1830-1970), op. cit., p. 157-171.
KOYRÉ, A. Perspectivas da história das ciências. In Estudos de história do
pensamento científico. Rio de Janeiro/Brasília: Forense-Universitária/Editora
Universidade de Brasília, 1982, p. 370-379.
KRAG, H. An Introduction to the historiography of science. Cambridge:
Cambridge University Press, 2003.
KUHN, T. A Estrutura
Perspectiva, 1975.
das
Revoluções
Científicas.
São
Paulo:
Editora
LAKATOS, I. História da ciência e suas reconstruções racionais. Lisboa: Edições
70, 1998.
LE GOFF, J. Histoire des sciences et histoire des mentalités. Revue de Synthèse, CIV,
n. 111/112, 1983, p. 407-415.
LECOURT, D. Georges Canguilhem. Paris: PUF, 2008. - L’épistemologie historique
de Gaston Bachelard. Paris: Vrin, 2002.
LEWOWICZ, L. A demarcation between good and bad constructivism: the case
of chemical substances as artifactual materials. Revista doispontos, 12, 1, 2015, p. 197206.
MAIA, C. A. História das Ciências: uma história de historiadores ausentes. Rio
de Janeiro: Editora da UERJ, 2013.
McEVOY, J. The Historiography of Chemical Revolution: Patterns of Interpretation
in the History of Science. London: Pickering & Chatto (Publishers), 2010.
ROSSI, P. Os Filósofos e as Máquinas. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
SALOMON, M (org.). Alexandre Koyré, historiador do pensamento. Goiânia:
Almeida & Clément, 2010.
SHAPIN, S. & SCHAFFER, S. Leviathan and the Air-Pump: Hobbes, Boyle, and
the Experimental Live. Princeton: Princeton University Press, 1985.
Download