CASALINHO-Helvio.-Monitoramento-da-qualidade-do

Propaganda
c
o
MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO
SOLO EM AGROECOSSISTEMAS
BASE ECOLOGICA
- a percep~ao do agricultor -
MINISTERIO DA EDUCA<;Ao
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE AGRONOMIA ELiSEU MACIEL
DEPARTAMENTO DE SOLOS
DE
Reitora: Prof. Dra. Inguelore Scheunemann de Souza
Vice-Reitor: Prof. Dr. Andre Luiz Haack
Pro-Reitor de Extensiio e Cultura: Prof. Francisco Elifalete Xavier
Pro-Reitor de Gradua{:iio: Profa. Anne Marie Moor Mc Culloch
Pro-ReitOl' de Pesquisa e Pos-Gradua{:iio: Prof. Odir Antonio Dellagostinn
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Editora e Grafica Universitaria
R Lobo da Costa,447 -Pelotas, RS - CEP 96010-150
Fone/fax:(53)2273677
e-mail: [email protected]
Layout e Editora{:iio Eletronica: Helvio Debli Casalinho
o
manejo dos agroecossistemas objetivando
sua sustentabilidade constitui-se num dos principais
desafios das ciencias agrarias e ambientais, tanto para
os profissionais do mundo academico, como para
produtores, formuladores de polfticas publicas e
0
conjunto da sociedade. A cada dia se propoe novas
alternativas de atividades agrfcolas promissoras da
Capa: GilneiTavares
preservagao do meio ambiente e de maiores ganhos
Impresso no Brasil
Primeira Edi{:iio: 2004
econ6micos para
Tiragem: 300 exemplares
praticas de manejo para alcangar estes objetivos sac
Dados de catalogalfao na fonte:
0
agricultor. Mas como saber se as
adequadas?
E no contexte desta pergunta que se enquadra
(Marlene Cravo Castillo - CRB-101744
o presente manual, construfdo num processo inovador
C334m Casalinho, Helvio Debli
Monitoramento da qualidade do solo em agroecossistemas de base
ecol6gica : a perceP9ao do agricultor I Helvio Debli Casalinho . Pelotas, Ed. e Grafica Universitaria/UFPEL, 2004.
47 p.
tanto no conteudo como na forma, com base na profunda
reflexao te6rica sobre
0
tema da sustentabilidade rural e,
na uniao entre os conhecimentos da ciencia agron6mica
produzidos pela pesquisa agrfcola e os conhecimentos
I. Solo 2. Ecologia 3. Agroecossistema
solo 5. Sustentabilidade 1. Titulo.
4. Monitoramento do
dos agricultores baseados na sua experiencia diaria de
trabalho.
A trajet6ria profissional
do autor dispensaria
A segunda, diz respeito a maneira diferenciada
qualquer apresentagao; por si s6, basta ria para instigar a
de construir
leitura do manual
fundamentais
elementos
permite
que, a partir de um conjunto
identificados
avaliar
se
pelos
os
pr6prios
manejos
de
agricultores
praticados
estao
transformagao
pessoas,
propriedades
monop6lio;
sustentabilidade
e contribuindo
dos agroecossistemas.
assim
para a
Entretanto,
convite que recebi para sua apresentagao
0
oportuniza
que
me sac
englobando
particularmente
premissas
caras:
0
pressuposto que a ciencia deva ser comprometida com a
efetivamente melhorando a qualidade do solo, de suas
agrfcolas
conhecimento
0
lugar
a
da realidade em prol da felicidade
sem
estar
atrelada
a
nenhum
e para que seja verdadeira
interagao entre 0 conhecimento
tipo
das
de
e legftima de
academico e 0
nao academico.
Outra pressupoe que seus resultados
fazer especial mengao a duas questoes que julgo de
sejam oferecidos
a sociedade
fundamental importancia.
de facil acesso e compreensao, produzidas com base na
A primeira e poder situa-Io como parte de um
premissa
anterior,
ensejando
sob forma de publicagoes
a produgao
de novos
estudo mais abrangente e detalhado sobre 0 assunto,
conhecimentos
qual seja a tese de doutoramento do Prof. Helvio Debli
melhoria
Casalinho
desde sempre e de maneira compartilhada com 0 amigo
- Qualidade
sustentabilidade
do solo
como
de agroecossistemas
indicador
de
- que tive a honra
e a privilegio de orientar. Esse trabalho, de exemplar
profundidade
e rigor cientffico
complementares
a compreensao
e 0 avango da pr6pria ciencia para a
de vida das pessoas: um sonho acalentado
e colega Casalinho.
As
premissas
apontadas
alicergaram
0
abre inumeras janelas
trabalho e estao presentes em todas as etapas de sua
dos aspectos te6ricos e
construgao:
concepgao,
planejamento
e execugao.
A
praticos do manual, e provocadoras de futuras perguntas
partirdessas
e respostas sobre a melhor maneira de avaliar a saude
construiu 0 presente manual, de forma singular e coletiva
dos solos.
com os agricultores.
0
autor
com dedicagao
e tenacidade
Nele 0 leitor encontrara exemplos
de praticas de manejo para sistemas de produgao de
base ecologica, fundamentais para a saude do solo, bem
como a percepg80
dos agricultores
- expressoes
e
significados - sobre os indicadores que melhor traduzem
sua qualidade. 0 manual apresenta ainda criterios para
avaliag80 da qualidade do solo bem como seus nlveis de
limitag80,
mediante
tarefa
e
co-responsavel
do
seu
resultado, registro minha convicg80 de que 0 presente
apoio
a
todos
aqueles
sustentabilidade dos agroecossistemas.
interessados
na
no
desenvolvimento
de
atributos do solo ao nlvel de propriedades agrfcolas.
Ao apresentar sua concepg80 sobre 0 que e
solo
sadie
ou
de
boa
qualidade,
mostra,
efetivamente, como e interdisciplinar seu conhecimento e
como
consegue
pensar
holisticamente
esse recurso
natural.
manual constitui-se num original e excelente instrumento
de
fundamental
ferramentas que visam avaliar integradamente diferentes
um
Deste modo, abstraindo 0 fato de sentir-me
nesta
elemento
a pro posta de um guia de facil
compreens80 e de grande utilidade pratica.
integrado
Pela sua experiencia de vida 0 agricultor e um
Quando
explicita em sua concepg80
que e
precise resgatar as relagoes existentes entre solo-aguaplanta para inferir 0 quanto e de boa qualidade 0 solo
utilizado
para desenvolver
sua atividade agricola,
com que aqueles que detem 0 conhecimento
faz
cientffico
passem a perceber 0 quanto e posslvel e necessario
pensar de forma
interdisciplinar
quanto e necessario
academico,
0 estudo do solo e
juntar 0 academico
com 0 n80
para produzir um novo conhecimento,
que
esteja adequado a realidade do agricultor.
A continua avaliag80 dos sistemas de manejo
que 0 agricultor utiliza, e de grande relevancia na medida
da sustentabilidade
do agroecossistema
e a Qualidade
e
do Solo, nesse contexto,
dessa sustentabilidade.
um importante
indicador
Sua avaliagao e monitoramento,
o
ao longo do tempo, podem ser feitos tanto em bases
cientfficas
quanto
por avaliagoes
fundadas
no saber
local mente desenvolvido pelo agricultor.
o
presente manual, resultado de um trabalho
desenvolvido associando 0 saber academico com 0 n80academico,
possibilita
ao
agricultor
acompanhar
presente manual tem como objetivo geral
apresentar um sistema de avaliag80 e monitoramento da
Qualidade
ou Saude do Solo, que possa subsidiar
agricultor
na avaliag80
•
Avaliar
e
monitorar,
desempenho
Solo das diferentes glebas de sua propriedade.
Qualidade do Solo;
isso
potencialidades
procurar
podera
do sistema
alternativas
realidade,
a fim
identificar
limitagoes
buscar
uma
atividade
a
conhecimento
enseja
em
seu
conteudo,
0
qualitativamente,
0
de um conjunto de indicadores da
Contribuir para a identificag80 de possiveis pontos
tanto a
desenvolvido pelo agricultor;
•
agricultores,
seu
Qualidade do Solo, quanto 0 sistema de manejo
agricola
Por ser uma ferramenta construida com e para
de
criticos que possam estar influenciando
sua
sustentavel.
os
•
de manejo que utiliza e
que melhor se adaptem
de
e
sustentabilidade
sistema de manejo. Seus objetivos especificos sac:
temporalmente, as variagoes ocorrentes na Qualidade do
Com
da
0
Subsidiar
possam
a adog80
contribuir
de medidas
para
0
praticas
que
aprimoramento
do
sistema de manejo utilizado.
e a percepg80 que esses tem sobre um
solo sadie ou de boa qualidade e de que indicadores se
utilizam para materializar esse conhecimento.
o
presente manual foi desenvolvido a partir da
percepg80 que um grupo de agricultores de base familiar
vinculados
a
Associag80
Regional
de
Produtores
Agroecologistas (denomina980 registrada nos estatutos
•
da associa980) da Zona Sui do Rio Grande do Sui
(ARPA-SUL) tem sobre um solo sadie ou de boa
culturas;
•
qualidade e do conhecimento por eles, localmente
desenvolvido.
ser
utilizada
•
preferencialmente por
e
para
uso de plantas de cobertura para fins de aduba980
verde e para prate980 da superffcie do solo;
Sua estrutura foi organizada e fundamentada
para
utiliza980 de pousio, rodfzio de areas e rota980 de
aduba980 com composto, preparado com esterco
bovino e restos culturas;
•
agricultores que estejam desenvolvendo sistemas de
aduba980 com esterco bovino, na forma s61ida e/ou
Ifquida;
pradu980 de base ecol6gica, constitufdos especialmente
•
aduba980 com biofertilizantes;
pelas seguintes praticas de manejo:
•
aduba980 com vermicomposto;
•
manejo de insetos, doen9as e plantas espontaneas
•
produ980 em ambiente natural (n80 prategido);
atraves de inimigos naturais, alelopatia, defensivos
•
preserva980 da vegeta980 nativa e plantio de
organicos, produtos e plantas repelentes, caldas
especies florestais ex6ticas;
sulfocalcica e bordalesa, sora de leite, extrato de
utiliza980 de policultivosl cultivos associados ou
fumo e capinas, manuais ou com capinadeiras
intercalados;
tracionadas por animais;
•
•
tra980 animal, manual e/ou mecanica no preparo do
•
contrale da eraS80 atraves a prate980 da superffcie
solo e plantio;
do solo com plantas espontaneas ou especies
ara980, gradagem e cultivo mfnimo, como praticas de
cultivadas e do contrale do escorrimento superficial
prepara do solo;
com
•
plantio direto na palha sem uso de dessecantes;
vegetados;
•
aplica980 de calcario;
•
•
terra90S de
base
usa da pratica de irriga98o.
estreita
e/ou
cord6es
Tres tipos de solos foram identificados nas
3.
Neossolo
Lit61ico Distr6fico
tfpico:
sac
solos
areas das propriedades dos agricultores participantes da
normalmente mais rasos que os argissolos, ocorrendo
pesquisa que originou
nas partes mais altas e movimentadas do relevo.
0
presente trabalho. Suas
A
camada aravel 'pode estar assentada sobre a rocha ou
principais caracterfsticas sac:
sobre um material ja em processo de desintegrac;ao.
1. Argissolo Amarelo Distr6fico planoss6lico: sac solos
Esses solos ocorrem em terrenos mais declivosos, com
medianamente profundos e mal drenados, apresentando
afloramento rochoso e possuem uma colorac;ao escura
uma camada aravel de colorac;ao escura e arenosa.
na camada aravel.
Logo abaixo dessa, ocorrem uma outra camada com
maior tear de argila que pode apresentar cores
A aplicac;ao desta ferramenta de trabalho por
acinzentadas, devido ao excesso de agua. Normalmente
agricultores que utilizam outros sistemas de manejo ou
ocorrem nas partes mais baixas do relevo.
que tenham percepc;oessobre um solo sadie ou de boa
qualidade diferentes daquelas aqui apresentadas, deve
2. Argissolo Vermelho Amarelo Distr6fico tfpico: sac
ser precedida de uma intervenc;ao tecnica capaz de
solos geralmente profundos, bem drenados e com a
adequa-Ia a uma nova realidade.
camada superficial mais arenosa do que
sub-solo.
Ainda que seja uma estrutura desenvolvida
Apresentam colorac;ao escura na camada superior e
com e para agricultores, sua utilizac;aosob a orientac;ao
amarela ou vermelha nas camadas mais profundas, com
tecnica
maior teor de argila. A agua infiltra-se mais rapidamente
proporcionando
na camada aravel e, posteriormente, com mais lentidao
resultados obtidos.
0
nas partes mais profundas. Ocorrem principalmente em
relevos ondulados.
qualifica
0
uma
processo
melhor
de
avaliac;ao,
compreensao
dos
qualidade e sobre que caracterlsticas
utilizam
para sua compreens80;
•
Alvamir Camargo - Cangugu
b) analise e sistematizag80 dos conteudos das
•
Alzir Bruscatto - Pelotas
entrevistas, identificando termos e significados
•
Carlos Scaglione - Pelotas
comuns
•
Claudino Ferreira Jung - Pelotas
entrevi stados;
•
Claudio Passos de Avila - Pelotas
c)
•
Enio Nilo Schiavon - Pelotas
empregada
•
IIvanei Nogueira Chaves - Pelotas
compreens80
•
Jurema Portelinha Schiller- Morro Redondo
•
Marcia Rodrigues Scheer - Morro Redondo
•
Marcio Bruscatto - Pelotas
•
Mauro Scaglione - Pelotas
•
Helvio
Debli
Casalinho
uniformizag80
da
terminologia
agricultores
para
do
significado
daquilo
melhor
que
boa Saude;
(Coordenag80
a
ordem
presente manual foi desenvolvido
e
a
como
os
Dirigida a fim de
agricultores
avaliam
os
indicadores selecionados' ,
atraves
f) sistematizag80
pelos
dos seguintes procedimentos:
a) identificag80, atraves 0 usa de entrevistas,
da percepg80 que os agricultores tem sobre 0
sadie ou de
cronol6gica
freqOencia de citag80;
e) aplicag80 de entrevista
de um solo
agricultores
pelos
considerando
0 processo de constru~ao do manual:
significado
minima
dos
consideram um solo de boa Qualidade ou de
verificar
o
percepg80
d) seleg80 de dez indicadores mais relevantes ,
Tecnica)
v.
a
boa
das informagoes
agricultores
para
prestadas
organizag80
e
uniformizag80 dos procedimentos de avaliag80
dos indicadores;
g) definig80 dos criterios para avaliag80 dos
indicadores selecionados' ,
h)definigao dos criterios para 0 monitoramento
3. terra rasa, presenga de saibro, profundidade raizes;
da Qualidade ou Saude do solo;
4. erosao, valeta, valo, cor da agua escorrida;
i) organizagao da estrutura de avaliagao;
5. presenga de minhocas;
j) apresentagao da proposta aos agricultores;
6. desenvolvimento,
k) verificagao do nivel de compreensao
dos
desenvolvimento
cor e vigo da planta, crescimento e
de raizes;
agricultores sobre 0 modelo proposto, atraves
7. organismos, fermentagao do solo, vida do solo;
da aplicagao de entrevista Dirigida;
8. facilidade de trabalhar, de arar, de manejar a terra;
I) revisao e reorganizagao da estrutura a partir
9. conservagao da umidade, drenagem do solo, solo
das sugestoes dos agricultores;
poroso, aerado, aproveitamento de agua, secamento
m) construgao e apresentagao da ferramenta
rapido;
final de trabalho.
10. cor do solo;
11. terra facH de desmanchar, infra-estrutura do solo;
12. tipo de ervas espontaneas;
VI.
Indicadores
da Qualidade
do Solo
mais
citados pelos agricultores.
13. presenga de N, P, K e micronutrientes;
14. cheiro.
Estes trinta e oito termos e expressoes foram
as
termos
agricultores
e expressoes
utilizados
pelos
uniformizados considerando as similaridades de seus
para expressar suas percepgoes sobre
significados,
um solo sadio ou de boa qualidade foram agrupados
indicadores:
resultando
da seguinte maneira:
1. terra solta, fofa, socada, abatumada, apertada,
compactada;
2. gordura do solo, materia organica;
1. compactagao do solo
2. materia organica do solo
3. profundidade do solo
no
seguinte
grupo
de
4. eros80
•
presenga de organismos no solo
5. populag80 de minhocas
•
porosidade
6. aparencia da planta
•
cor do solo
7. presenga de organismos
•
plantas indicadoras
8. facilidade de trabalhar a terra
9. porosidade do solo
VII.
10. cor do solo
Avalia9ao dos indicadores da qualidade do
solo: a visao dos agricultores
11. estrutura do solo
12. plantas indicadoras
A leitura e os procedimentos de avaliag80 de cada
13. nutrientes do solo
um dos indicadores, na percepg80 dos agricultores,
14. cheiro
foram
sistematizados
a
partir
do
conteudo
das
entrevistas e apresentam a seguinte descrig80:
Como um numero muito grande de atributos
1.
Compacta9ao do solo: avaliada pela maior ou
pode dificultar 0 trabalho e a interpretag80 do
menor facilidade de trabalhar a terra, pela
agricultor, selecionou-se, considerando a freqOencia
profundidade de penetrag80 do arado e da
de citag80 e a ordem cronol6gica com que foram
enxada,
apresentados, dez indicadores:
plantas espontaneas, materia organica e de
pela
presenga
de
determinadas
•
compactag80
residuos, pela facilidade com que a agua
•
materia organica
infiltra-se no solo e pela sensag80 dos pes
•
profundidade do solo
•
eros80
•
populag80 de minhocas na camada aravel
•
aparencia da planta
penetrando na terra quando caminhando pela
lavoura.
2.
Materia
orgamca
do
solo:
lavadas na superffcie e pela maior ou menor
avaliada pela
proximidade do saibro na superffcie do solo.
coloragao do solo, pelo cheiro da terra de mato,
pela maior ou menor facilidade de desmanchar
um pequeno torrao de terra, ao comprimi-Io
3.
5.
Popula~ao
de
avaliada
Minhocas:
entre os dedos, pela presenga de resfduos,
numericamente
pela capacidade de manter a umidade e pela
normalmente na profundidade da lavragao e
maior ou menor facilidade de cultivar a terra,
pela
nao formando torroes.
organicos no solo.
Profundidade
do
solo:
avaliada
pela
em
presenga ou
buracos
ausencia
de
abertos
resfduos
6. Popula~ao de organismos: corresponde a vida
E avaliada
espessura da camada do solo que e aravel,
do solo.
pela presenga de pequenos
pela espessura de camadas escuras, pela
insetos, aranhas e outros organismos maiores,
presenga de plantas indicadoras, de camadas
constatada visualmente no solo, revolvendo-se
compactadas e pela cor do solo, notadamente
a cobertura de material organico existente na
pela localizagao de camadas argilosas (saibro)
superffcie. Tambem pode ser observada pela
em relagao a sua proximidade com a superffcie
efervescencia ou formagao de bolhas que
e pela profundidade que as rafzes alcangam.
ocorrem no solo, quando se adiciona a esse,
agua oxigenada.
4.
Erosao: avaliada visualmente pela coloragao
da agua que escorre na superffcie, durante
7. Aparencia
da
planta:
essa
avaliagao
e
uma chuva, pela presenga de sulcos ou
importante, pois resume
valetas, pela presenga de cascalho e de pedras
indicadores da saude do solo. A avaliagao e
visual,
perceptiva,
do
0
efeito dos outros
estado
geral
de
crescimento e desenvolvimento da planta.
Tambem a coloragao, 0 vigo e a resistencia ao
ataque de pragas e doengas sac manifestagoes
indicativas da qualidade ou saude do solo.
10. Plantas indicadoras: a observagao e visual a
.partir da longa experiencia dos agricultores na
atividade agricola, alem de conhecimentos
8. Porosidade do solo: e avaliada pela presenga
adquiridos em cursos de formagao. A ocorrencia
da maior ou menor quantidade de materia
de determinadas especies indica uma ou mais
organica e de reslduos de cultivo no solo e pela
condigoes do solo, relacionadas
maior ou menor facilidade com que a agua se
acidez, compactagao, etc.
a
fertilidade,
infiltra. Tambem pelo tipo de solo, se e mais
pesado, solto ou pulverizado. A compactagao, a
VIII. Criterios para avalia~ao e niveis de limita~ao dos
formagao ou nao de pogas d'agua e a facilidade
indicadores da Qualidade do Solo
de se esboroar ou desmanchar entre os dedos,
um pequeno torrao, sac aspectos importantes a
considerar na avaliagao desse indicador.
A partir dos indicadores selecionados e ados
criterios de avaliagao estabelecidos pelos agricultores,
foram estabelecidos tres nlveis de limitagao para
9. Cor do solo: a observagao e visual e esta
expressar
0
desempenho dos
indicadores: ALTO,
relacionada fundamentalmente com a presenga
MEDia e BAIXO. Um nivel de limitagao retrata, segundo
de materia organica, com a proximidade do
o juizo de valor do usuario, as condigoes do solo no
subsolo (saibro), que na maioria dos solos da
momenta de sua avaliagao.
regiao objeto do estudo e de cor amarelada,
avermelhada ou acinzentada e com
de escorrimento superficial da agua.
0
processo
Assim ao avaliar Compactagao do Solo, por
exemplo,
0
nlvel de Iimitagao ALTO indica que ha uma
grande dificuldade de trabalhar a terra, estando
0
solo
duro,
compactado,
deixando
infiltrar
pouca
Os nfveis de Iimita~ao
agua,
para os indicadores
apresentando ra[zes pequenas e defeituosas. 0 n[vel de
selecionados foram assim estabelecidos:
limitaC;80
COMPACTA<;Ao:
MEDIO
sugere
condic;oes
razoaveis,
intermediarias, sempre comparando com a pior ou com a
Alto:
melhor condiC;80 do solo no momento da avaliac;80. Ja
arados, grades e enxadas praticamente n80 penetram no
quando n80 se observa qualquer tipo de perturbaC;80 no
solo; as ra[zes S80 poucas, superficiais e deformadas; a
solo que possa indicar problemas de compactaC;80 ou
agua praticamente
quando esta n80 e significativa,
e/ou escorrendo superficialmente e 0 solo e muito pobre
usa-se a express80
solos
com
camada
aravel
muito
endurecida;
n80 infiltra, formando muitas poc;as
BAIXO. Nesse caso, essa c1assificaC;80 expressa uma
em materia organica.
situaC;80 de solo bem estruturado, solto, fofo, onde as
Media: solos que apresentam
ra[zes podem crescer e se desenvolver livremente.
serem trabalhados, pois ja se encontram com certo grau
A avaliaC;80 de Plantas Indicadoras,
para
os
mais
experientes
subjetiva,
alem
de serem
oriundas do conhecimento
agricultores,
escassas
cientffico.
e
mesmo
bastante
as informac;oes
Para alguns dos
de
compactaC;80,
implementos;
crescimento
as
alguma dificuldade
dificultando
ra[zes
adequado
ainda
a
para
penetraC;80
n80 apresentam
e se desenvolvem
de
um
a pequena
profundidade; a agua infiltra-se no solo mais lentamente
agricultores entrevistados, 4 a 6 plantas/m2 constitui-se
que 0 normal, podendo
uma populaC;80 bem representativa,
pequena presenc;a de residuos organicos, minhocas e de
seja para inferir
sobre uma boa ou ma condiC;80 do solo.
No sentido de aprimorar a qualificaC;80 desse
formar algumas poc;as; ha uma
organismos no solo.
Baixo:
solos
fofos,
soltos,
que
apresentam
muita
indicador e de estabelecimento de criterios de avaliaC;80,
facilidade de serem trabalhados, tanto por implementos
acrescentaram-se
tracionados
algumas
informac;oes de Primavesi
por
animais
quanto
manualmente
(1980) e de Ministerio do Meio Ambiente, dos Recursos
enxadas; a agua infiltra-se adequadamente,
H[dricos e da Amazonia Legal (1997).
rapida, nem lenta demais;
por
nem muito
ha uma boa presenc;a de
materia organica, de minhocas e organismos; as rafzes
se desenvolvem Iivremente a boa profundidade.
PROFUNDIDADE
DO SOLO:
Alto: solos rasos, com menos de 20 centfmetros
de
MATERIA ORGANICA:
espessura de camada aravel; presenc;a do saibro muito
Alto: a camada aravel do solo apresenta cores claras ou
pr6ximo da superffcie; solos desgastados
parecidas com as do saibro; ausencia de resfduos tanto
solos com compactac;ao muito forte; ocorrencia do pe-de-
na superffcie, quanto no interior do solo; ausencia de
arado; presenc;a de rafzes muito pr6ximas da superffcie e
minhocas e de microorganismos;
mal formadas; presenc;a de rochas e pedras pr6ximas da
solo diffcil de trabalhar,
pela erosao;
nao retendo a agua e secando rapidamente.
superffcie.
Medio: a camada aravel ja se apresenta com cores mais
Medio: solos com profundidade de camada aravel entre
escuras,
20
tendendo
resfduos organlcos
ao preto;
presenc;a razoavel
no solo, de algumas
minhocas
de
e
e 40
centfmetros;
prejudica ainda
compactac;ao
que
nao
crescimento de rafzes.
outros organismos; a terra ja e trabalhada com alguma
Baixo:
facilidade.
centfmetros; rafzes bem desenvolvidas e profundas; nao
Baixo:
a
apresentando
camada
uma
aravel
e
escurecida
boa quantidade
(preta),
de resfduos
solos
0
leve
com
camada
aravel
superior
a
40
ocorre a formac;ao do pe-de-arado.
em
diferentes estagios de decomposic;ao; cheiro de terra de
ERosAo:
mato;
Alto: ocorrencia de muitos sulcos au valetas profundas,
0
solo e fofo, solto, facil de trabalhar, com pouco
esforc;o; pequenos torroes se desmancham
ao serem
que nao podem ser desmanchadas
com 0 preparo do
apertados entre os dedos; 0 solo retem boa umidade e a
solo; aparecimento
agua infiltra-se adequadamente.
ausencia completa de cobertura vegetal e de resfduos
organicos
de pedras e cascalho na superffcie;
na superffcie do solo; a colorac;ao da agua
que escorre ap6s uma chuva e igual
a cor do solo.
Media:
presenc;a de poucos
sulcos
ou valetas
de
quantidade
e superflcie
protegida;
aparecimento
de
pequena profundidade, que ainda podem ser desfeitas
passaros durante 0 preparo do solo; solos normalmente
com 0 preparo do solo; 0 solo apresenta algum tipo de
com bons teores de umidade.
cobertura vegetal e a agua escorrida
e levemente
da cor
do solo.
PRESEN<;A DE ORGANISMOS:
Baixo: solo sem a presenc;a de sulcos ou valetas,
Para avaliar a presenc;a de organismos no solo, deve ser
sempre com cobertura vegetal e reslduos organicos; a
adotado
agua infiltra-se bastante e a que escorre pela superflcie
e
0
seguinte procedimento:
a)coletar uma amostra de solo da gleba que esta sendo
clara, nao carregando partlculas de solo.
analisada, a uma profundidade de mais ou menos 5 a 10
POPULA<;Ao DE MINHOCAS:
b)adicionar
Alto: ocorrencia de no maximo duas minhocas por cada
umedece-Ia, sem encharca-Ia demasiadamente;
10000 cm3 de solo, medida correspondente a uma fatia
c)colocar algumas gotas de agua oxigenada 20 volumes
de solo retirada com uma pa-de-corte, medindo 20 cm de
sobre a amostra;
comprimento
x
d)verificar
profundidade;
ausencia
20
cm
de
largura
de canais,
e
25
cm
de dejetos
de
e de
um pouco de agua nessa amostra
a formac;ao de bolhas
para
(efervescencia)
na
superflcie da amostra;
reslduos organicos no solo; solos degradados.
e)fazer esse procedimento
Media: presenc;a de duas a quatro minhocas por 10000
coletado de areas de mata nativa, estrada, ou outras que
cm3; poucos canais, dejetos e reslduos organicos no
se diferenciem da gleba analisada;
solo; solos ja em processo de degradac;ao.
f)comparar
Baixo:
solos
com
abundancia
de
minhocas,
os
em outras amostras de solo
resultados
obtidos
com
relac;ao
a
formac;ao de bolhas.
normalmente com mais de cinco por 10000 cm3; muitos
Alto:
canais e dejetos no solo; reslduos organicos em grande
ausencia de cobertura vegetal e de reslduos organicos;
nao se observa
vida
no solo
ao revolve-Io;
ausencia
de
insetos
adicionar
agua
e
pequenas
oxigenada
numa
aranhas;
amostra
ao
de
se
solo,
ou esbranquic;adas; plantas doentes ou muito atacadas
por insetos.
levemente umedecida, nao se observa efervescencia ou
Medio: populac;ao de plantas ainda abaixo do normal,
formac;ao de bolhas.
poucas falhas na lavoura; plantas com crescimento ainda
Medio: ja e posslvel
observar
organismos
no
pela
organicos,
pal has
solo
e
alguma
presenc;a
cobertura
de
um tanto lento; as cores das plantas ainda nao sac
reslduos
naturais; plantas manchadas, ainda nao muito vic;osas;
atividade
de
vegetal;
ainda
que
algumas plantas doentes ou atacadas por insetos;
pequena, ja se observa a presenc;a de insetos e aranhas;
Baixo: plantas de crescimento rapido, vigoroso, normal,
fazendo-se
bem desenvolvidas,
0
teste
da agua
oxigenada,
verificar algum tipo de efervescencia
e posslvel
ou formac;ao de
com muito vic;o, sadias, resistentes
ao ataque de insetos e doenc;as; plantas verdejantes.
bo/has.
Baixo: ha muita vida no solo, representada por muitos
POROSIDADE:
microorganismos,
Alto: solos com pouqufssima materia organica; solos em
insetos e pequenas aranhas; presenc;a
grande de reslduos organicos, pal has e material verde,
que a agua demora muito para infiltrar, permanecendo
na superffcie e no interior do solo, em diferentes fases de
muito tempo empoc;ada na superflcie ou que infiltra muito
decomposic;ao;
rapidamente, secando de modo bastante rapido.
0
teste
da
agua
oxigenada
mostra
grande efervescencia ou formac;ao de bolhas.
compactados,
pesados,
muito
pulverizados
Solos
ou solos
muito arenosos que nao conseguem reter a umidade.
APARENCIA DA PLANTA:
Medio:
Alto: populac;ao de plantas pequena, lavoura falhada,
organica, mas ainda nao retendo adequadamente a agua
plantas pouco desenvolvidas, raqulticas, de pouco vic;o e
da chuva ou ainda com infiltrac;ao um pouco lenta; solos
de crescimento
pouco compactados.
lento e muito ruim; plantas amareladas
solos
com
presenc;a
razoavel
de
materia
Baixo:
solos
organica
com
grande
e de reslduos
decomposigao;
presenga
verde, permanentemente
quantidade
em diferentes
de
materia
estagios
de
de palha ou de cobertura
na superflcie; a agua penetra
Alto: terras com presenga forte de guanxuma,
mole
e grama
carrapicho
seda
rasteiro
indicando
solos
e barba-de-bode
maria-
compactados;
indicando
solos
livremente no solo que consegue fazer uma boa retengao
pobres, com pequena quantidade de nutrientes; papua
de umidade, por varios dias; 0 solo nao e nem pesado,
indicando a formagao de compactagao superficial; erva
nem leve demais, e bem estruturado;
lanceta,
nao e um solo
pulverizado.
samambaia,
azedinha
e tiririca,
indicando
a
existencia de solos acidos, que necessitam de calcario.
Medio: presenga de picao preto e picao branco em boa
COR DO SOLO:
Alto:
quando
praticamente
acinzentadas;
quantidade,
a cor do solo
da
cor
ausencia
da camada
do saibro;
de
cores
materia
aravel
e
amareladas,
organica;
solos
sugerindo
solos
de
media
fertilidade;
nabisco ou nabo selvagem, indicando um nlvel medio de
fertilidade, mas com deficiencias de boro e manganes;
Baixo: terras com ocorrencia muito boa de beldroega,
esbranquigados pelo escorrimento superficial da agua.
indicando
Medio: a cor da camada aravel ja e mais escurecida,
umidade e com bom teor de materia organica; ocorrencia
diferente
da cor do saibro ou da greda; cores mais
de serralha, caruru e Ifngua-de-vaca, sugerindo solos de
pr6ximas
do preto pela maior
boa fertilidade e com bons teores de materia organica.
presenga
de materia
um solo bem estruturado,
que retem
boa
organica.
Baixo: solos escuros, pretos ou quase pretos, com muita
materia organica e reslduos em decomposigao.
A partir dos dez
descrigao
nlveis
apresentada
de limitagao
indicadores
selecionados,
pelos agricultores
estabelecidos,
da
e dos tres
organizou-se
uma
estrutura para avaliar e monitorar a Qualidade do Solo ao
nfvel
de
campo.
0
modelo
Maximo de duas
minhocas por
amostra; ausencia
de canais, dejetos e
residuos organicos.
Presen<;:a de
organlsmos
Nao ha vida no solo;
ausencia residuos,
cobertura vegetal e
de residuos
organicos e de
insetos; ao se
adicionar agua
oxigenada numa
amostra solo
umedecida nao ha
efervescencia ou
forma<;:ao de bolhas.
/\parencia da
planta
Popula<;:ao plantas
Pequena popula<;:ao
de plantas; lavoura
ainda abaixo do
falhada; crescimento
normal; plantas com
crescimento e
lento;
desenvolvimento
desenvolvimento
ainda lento; as cores
pequeno; plantas
das plantas ja sao
amareladas ou
esbranqui<;:adas,
mais naturais, pouco
vi<;:osas; algumas
doentes ou multo
atacadas por
doentes/atacadas
' por insetos.
insetos.
Cor do solo da
Cor da camada
camada aravel
aravel ja e mais
escurecida pela
semelhante a cor do
presen<;:a da materia
saibro; cores com
organica, diferentes
tons amarelados e
acinzentados;
da cor do saibro ou
ausencia de materia
subsolo; solos
pouco lavados pelo
organica; solos
lavados pelo
escorrimento agua.
escorrimento
superficial da aqua.
Pouca materia
Presen<;:a razoavel
organica, agua
de materia organica;
demora infiltrar,
infiltra<;:ao ainda e
forma<;:ao de po<;:as; lenta ou nao retem
secamento rapido;
adequadamente a
solo compactado,
agua da chuva.
pesado, pulverizado
ou arenoso.
apresentado no quadro 1.
Quadro
Qualidade
1. Guia
para
avalia~ao
do
desempenho
dos
indicadores
da
do Solo
Avaliador:
Data:
Gleba:
Niveis de limita<;:ao dos indicadores
Avalia<;:ao*
Assinalar
(A); (M); (B)
ALTO (A)
Compacta<;:ao
Materia
Organica
Profundidade
do solo
Erosao
MEDIO(M)
BAIXO (B)
Solo endurecido;
implementos nao
penetram solo; agua
nao infiltra; raizes
deformadas; solo
pobre em materia
oroanica.
Solo com alguma
dificuldade para
manejar; alguma
resistencia para
penetra<;:ao do
arado, enxada; agua
infiltra lentamente.
Solo fofo, solto, facil
trabalhar; agua
infillra de forma
adequada; rico em
materia org{mica,
minhocas e
oraanismos.
Solo com cores
c1aras, sem residuos
organicos e dificil de
trabalhar; ausencia
de minhocas.
Solos rasos, com
menos de 20 cm de
espessura na
camada aravel;
compacta<;:ao forte
com raizes muito
pr6ximas superficie.
Presen<;:a sulcos ou
valetas que nao
podem ser
desmanchadas;
ausencia residuos e
de vegeta<;:ao; cor
da agua escorrida
igual a cor do solo;
superficie muito
ondulada.
Camada aravel mais
escurecida; poucos
residuos; pequena
presen<;:a minhocas,
oroanismos.
Solos com 20 a 40
cm de camada
aravel; compacta<;:ao
leve, sem ser muito
prejudicial as raizes.
Solo escuro com
presen<;:ade muitos
residuos, minhocas;
fofo e facil trabalhar.
Sulcos ou valetas
que podem ser
desmanchados com
preparo solo; cor
agua escorrida
pouco parecida com
a do solo; alguma
vegeta<;:ao e residuo
na superficie.
Ana
Ana
Ana
1
2
3
I
Cor do solo
Solos com camada
aravel maior que 40
cm; raizes bem
desenvolvidas e
profundas; sem pede-arado.
Inexistencia de
sulcos ou valetas;
agua escorrida e
limpa; boa presen<;:a
de vegeta<;:ao e
residuos na
superficie do solo;
glebas de superficie
POUCO ondulada.
Presen<;:ade duas a
quatro minhocas por
amostra; poucos
canais, dejetos e
residuos organicos
na superficie.
Ja e possivel
observar vida no
solo; presen<;:a
razoavel de material
organico e palha
tanto na superficie,
quanto no interior do
solo, em diferentes
estagios de
decomposi<;:ao; ha
forma<;:ao de bolhas
ao adicionar-se
agua oxigenada
numa amostra de
solo.
Popula<;:ao
minhocas
Porosidade
Mais de cinco
minhocas por
amostra; grande
quantidade canais,
dejetos e residuos
oraanicos no solo.
Ha muita vida no
solo, pequenos
insetos e aranhas,
grande quantidade
de residuos
organicos e palha
misturada ao solo,
em diferentes
estagios de
decomposi<;:ao;
muita efervescencia
ou forma<;:ao de
bolhas ao adicionarse a agua
oxigenada numa
amostra de solo.
Popula<;:ao de
plantas adequada;
plantas sadias, de
crescimento e
desenvolvimento
normais; vigorosas,
com muito vi<;:o;
resistentes ao
ataque de doen<;:as
e insetos.
Solos escurecidos
pela presen<;:aforte
da materia organica
e de residuos em
processo de
decomposi<;:ao; ha
uma boa separa<;:ao
de cores entre a
camada aravel e a
greda ou saibro.
Solo com bom teor
de materia organica
e residuos, palha ou
cobertura verde,
agua penetra facH
no solo, mas com
boa reten<;:ao;solo
bem estruturado.
Plantas
indicadoras
Terras com
presenl(a forte de
guanxuma pouco
desenvolvida, maria
mole e grama seda,
sugerindo solos
compactados;barbade-bode, carrapicho
rasteiro, sugerindo
solos pobres, com
disponibilidade
baixa de nutrientes;
papua, sugerindo a
presenl(a de solos
compactados; erva
lanceta, samambaia,
azedinha e tiririca,
sugerindo solos que
precisam de
calcario.
Presenl(a de picaopreto, picao-branco
ou nabo selvagem
em boa quantidade,
sugerindo solos de
media fertilidade.
Terras com caruru,
beldroega, serralha
e Hngua-de-vaca
sugerindo solos bem
estruturado, retendo
boa umidade e com
bom teor de materia
organica e boa
fertilidade.
Avaliar cada um dos indicadores da Qualidade do
I
Solo,
conforme
presente
descriQ80
manual
conhecimento
apresentada
(quadro1).
e experiencia
no
Use
para
seu
obter
uma
avaliaQ80 mais consistente posslve!.
Atribuir para cada indicador avaljado, em funQ80
da situaQ80 encontrada no momenta da avaliaQ80,
um dos tres nfveis de limitaQ80 estabelecidos,
ou
seja, ALTO, MEDia ou BAIXO (quadr01);
Marcar na ultima coluna da direita, na folha que
Tendencia
a urn solo de boa saude ou qualidade
Tendencia
a urn solo degradado
contem 0 quadro
(Medio) ou B (Baixo)
*(A) alto; (M) rnedio; (B) baixo
X. Procedimentos
para avaliar
os indicadores
de sua propriedade
de
acordo com 0 tempo de usa com sistema de base
Escolher um local que melhor represente a area
avaliaQoes;
que 0 solo analisado
para fazer as
tem
funQoes basicas no agroecossistema
para exercer
suas
e/ou para verificar
se existe uma tendencia quanto a essa capacidade estar
se mantendo,
ecol6gica;
da gleba que vai ser estudada
resultado de sua avaliaQ80;
como objetivo basico, a indicaQ80 sobre a capacidade
atual
as glebas
0
A avaliaQ80 e 0 monitoramento dos indicadores tem
e
monitorar a Qualidade do Solo:
Selecionar
1, com as letras A (Alto) M
sistema
agricultor
de
piorando ou melhorando,
manejo
(USDA,
que
1999).
esta
sendo
sob aQ80 do
utilizado
pelo
Nas avaliaQoes feitas
por
agricultores, normal mente n80 se considera uma funQ80
especlfica
do solo,
para a qual esse estara
sendo
A primeira utilizagao do modelo proposto fornecera
avaliado, mas sim um conjunto basico de fungoes,
interrelacionadas entre si, capazes de representar seu
as
informagoes
que
servirao
de
base
para
papel como elemento fundamental de um sistema de
acompanhamentos futuros, os quais mostrarao as
produgao de base ecol6gica.
tendencias de desempenho de cada indicador e da
A diregao da seta para a direita sugere que, quanto
qualidade do solo com um todo. A comparagao dos
o maior numero de indicadores apresentando nlveis de
resultados obtidos podera ser feita tambem com areas
limitagao baixos, maior e a possibilidade do solo ser
que estejam sob vegetagao nativa. Nesse caso,
considerado de boa saude ou qualidade, no momento da
prop6sito e comparar
avaliagao. Isso, consequentemente, e indicativo de que 0
gleba cultivada com
sistema de
gleba de vegetagao nativa. 0
manejo utilizado
pelo agricultor esta
Ao contrario, quanta maior 0 numero de indicadores
indicativo de que
0
0
solo nao esta com boa saude ou
qualidade. Nesse caso, a diregao da seta volta-se
esquerda, significando, que
0
0
desempenho dos indicadores da
desempenho dos indicadores da
desejavel e que a
qualidade do solo da area cultivada se aproxime
contribuindo para uma atividade agrIcola sustentavel.
enquadrado no nlvel de Iimitagao alto, maior sera
0
0
a
sistema de manejo
0
maximo posslvel da qualidade do solo que esta sob a
vegetagao natural. Isso significa que
0
sistema de
manejo utilizado esta contribuindo positivamente na
preservagao e melhoria do solo.
A
correta utilizagao desse
manual, face
as
utilizado pelo agricultor, apresenta problemas e que nao
caracterfsticas que apresenta, implica
esta contribuindo para uma agricultura sustentavel.
mesmo usuario, ao longo do tempo, minimizando, dessa
A avaliagao individual do desempenho de cada
indicador pode sugerir pontos crfticos do sistema de
0
envolvimento do
maneira, os criterios de subjetividade que caracterizam
0
modelo.
manejo, apontando medidas que permitirao restaurar,
Alem disso, as avaliagoes devem ser feitas,
manter ou melhorar a Qualidade ou Saude do Solo, ao
preferencialmente, num mesmo dia de trabalho, e na
longo do tempo.
mesma estagao do ano, a fim de minimizar a influencia,
principalmente de eventos climaticos que possam
limitagao pode tambem significar que esta havendo uma
mascarar os resultados das avaliagoes.
melhoria condigoes do indicador, se 0 agricultor tiver
emprego do modelo por outros usuarios deve ser
ini i do suas atividades no sistema de produgao de base
precedido de uma rigorosa avaliagao, a fim de se
016gica, a partir de areas degradadas ou se numa
verificar se ha ou nao necessidade de adaptagao do
avaliagao anterior 0 desempenho do indicador foi
modelo proposto.
considerado como de alta limitagao.
o
As adequagoes, quando pertinentes, devem ser
o
enquadramento do desempenho de um ou mais
coordenadas por um Engenheiro Agr6nomo e realizadas
indicadores no nfvel de limitagao ALTO sugere a
a partir dos conhecimentos localmente desenvolvidos,
necessidade de muita atengao por parte do agricultor. No
para que sejam mantidos seus princfpios e prop6sitos
caso da maioria dos indicadores ser qualificada com
basicos.
esse nfvel, ha indfcios claros que 0 solo e ou esta com
dos
ma qualidade ou degradado. Nesses casos, medidas
indicadores nao propicia, diretamente, uma avaliagao
urgentes do ponto de vista do manejo, devem ser
global da qualidade do solo. Essa inferencia podera ser
adotadas, para tentar restaurar as condigoes que sac
feita
prejudiciais a produgao agricola. Nesse caso, 0 sistema
A
performance individual
a partir
de
cada
um
de uma analise global dos nfveis de
qualificagao atribufdos a cada um dos indicadores.
o
solo sera tanto mais sadie ou de boa qualidade,
de manejo nao podera ser considerado sustentavel.
Exemplificando:
se
na avaliagao 0 agricultor
quanto maior for 0 numero de indicadores avaliados com
qualificou 0 indicador "compactagao do solo" no nfvel de
o nfvel de limitagao BAIXO. Nfveis de limitagao MEDIOS
limitagao "alto", devera, no menor tempo possfvel,
significam um alerta para 0 agricultor, que precisara
redimensionar as praticas de manejo que esta utilizando,
tomar os cuidados necessarios com 0 manejo que esta
no sentido de adotar um ou mais procedimentos que
sendo utilizado, principalmente com as praticas agrfcolas
possam, num curto espago de tempo, eliminar os efeitos
relacionadas ao indicador analisado. Esse nfvel de
desse processo. Entre essas medidas, poderia preparar
a terra, lavrando logo abaixo da camada compactada,
desempenhos
adicionar
vegetaC;80 nativa;
material
organico,
utilizar adubaC;80 verde,
passar um escarificador ou utilizar culturas que ten ham
um
sistema
radicular
vigoroso
e
profundo,
como
'~
dos indicadores obtidos em areas de
monitoramento
da Qualidade
feito, de preferencia,
do Solo deve ser
uma vez por ano. Havendo
pequena variaC;80 de informac;oes, 0 intervalo entre
leguminosas ou nabo forrageiro.
uma avaliaC;80 e outra podera ser aumentado.
a) A avaliaC;80 dos indicadores devera ser feita sempre
CASALINHO, H. D. Qualidade do Solo como indicador
pelo mesma pessoa;
b) As avaliac;oes devem ser feitas separadamente
por
glebas, em funC;80 do tempo de usa de cada uma'
delas com agricultura de base ecol6gica;
c) As avaliac;oes devem ser feitas sempre com 0 solo em
boas condic;oes de umidade;
c) As avaliac;oes devem ser feitas, preferencialmente, na
mesma epoca do ana;
d) Anotar sempre toda e qualquer alteraC;80 percebida
durante os procedimentos de avaliaC;80;
e) As referencias para comparaC;80 do desempenho dos
indicadores ser80 dadas pelos resultados obtidos no
primeiro ana de avaliaC;80 de cada gleba ou pelos
de
sustentabilidade
Pelotas,
2003.
de
192
ProduC;80 Vegetal)
-
f.
agroecossistemas.
Tese
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Acesso
em:
Helvio Debli Casalinho
Prof. Dr., Departamento Solos
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
Universidade Federal de Pelotas
[email protected]
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