Por que devemos praticar a Caridade?

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27º Simpósio Espírita “A LUZ DIVINA”
Por que devemos praticar a Caridade?
Leonardo Kurcis
17/04/2013
O palestrante trouxe para reflexão o tema “Por que devemos praticar a
caridade?”.
Para praticar a caridade é necessário amar e fazer o bem.
A caridade, às vezes, dá uma ideia restritiva que está mais voltada para uma
ajuda material. Este não é o real significado, mas entendemos a amplitude quando
encaramos a caridade como uma proposta de amar e atender ao ensinamento
maior de Jesus, quando nos diz para amar a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a nós mesmos.
Há uma série de questões que, às vezes, dificultam o pleno engajamento na
prática do bem, porque através de ensinamentos de vários séculos, acabou-se
estabelecendo algumas referências que para fazer o bem precisamos nos
sacrificar.
Muitos exemplos que nos são apresentados, de espíritos que tiveram
notabilidade na prática do bem e na prática do amor, e muitos deles, foram
representados em figuras de santos. Se observarmos o semblante dessas
representações, daquilo que conhecemos da vida dessas pessoas, o que o
semblante reflete?
Na maior parte das vezes nós percebemos que estão transmitindo uma ideia
de sofrimento, que estão atravessando uma dor, quem sabe naquele momento, foi
tomada por quem resolveu esculpir aplicando dor na sua figura.
Quando nos apresentam uma imagem de Jesus é muito frequente que
tenhamos para nossa apreciação, Jesus sofrendo, Jesus na cruz, Jesus sangrando.
Justamente Jesus que é o símbolo maior do ensinamento, para que façamos o
bem, para que nos amemos uns aos outros.
As pessoas podem, inconscientemente, entender que fazer o bem e praticar
a caridade é uma proposta de sofrimento,
Será que, realmente, é dessa forma que devemos entender?
Para que possamos nos lançar, com todo empenho, na prática do bem,
precisamos entender qual é o benefício que colhemos.
Ouvimos expressões: “Temos que fazer o bem sem esperar nenhum tipo de
recompensa”.
Então, devo fazer o bem por quê? Se não recebo alguma recompensa, para
que serve fazer o bem?
A visão que se tem é que o bem é importante para aquele que recebe,
enquanto para aquele que faz não recebe nenhum tipo de recompensa.
Será que Deus criou uma citação para ficarmos na dependência, para
termos o benefício do amor, na prática do bem? O que buscamos na vida? Qual é
o propósito da vida?
Depois de longas encarnações isso vai se refletindo na nossa evolução
espiritual.
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Temos informações daqueles que já chegaram a conquistar o seu propósito
de vida, que é segundo eles alcançar a felicidade. Porém, o conceito de felicidade
é difícil de entendermos.
Que tal falarmos de tranquilidade? De seguridade? De paz interior?
Satisfação? Realização?
São detalhes que podemos apresentar e existem muitos outros, mas a
síntese de tudo isso é a felicidade. Esta é a proposta da vida.
Quando nos aproximamos da conquista dessa realização em plenitude,
temos a possibilidade de uma convivência plena com Deus. Na verdade, essa
possibilidade sempre existiu, mas da nossa parte, ainda é necessário que
realizemos várias experiências que irão nos capacitar para podermos entrar nessa
condição.
O que devemos buscar na vida é a felicidade. Como chegamos nesse
patamar?
O que é necessário ser para que possamos dizer: “agora estou plenamente
integrado desse propósito de ser feliz”? Só tem uma forma: é pela prática do
amor, é pela prática do bem.
Como é que fica essa estória que nós não devamos esperar nenhum tipo de
recompensa para fazermos o bem?
Ora, não só há algo de fundamental que nós queremos como recompensa,
como nós queremos a recompensa máxima, que é a de ser feliz.
Mas para não deixar sem considerar alguma utilidade na expressão que “de
que devemos fazer o bem sem esperar nenhuma recompensa”, talvez possamos
particularizar essa recomendação da seguinte forma:
“Se ajudar uma determinada pessoa ou um conjunto de pessoas, não devo
alimentar nenhuma expectativa de receber alguma coisa que possa me preencher,
que possa me beneficiar”.
“Se ajudei a A, B ou C, não é porque eu aguardo algum reconhecimento,
que as pessoas fiquem gratas por aquilo que estou fazendo”.
Às vezes, nos propomos a fazer alguma coisa que possa ser benéfica e não
somos compreendidos, não há receptividade com relação àquilo que estamos
fazendo.
Jesus destacou que nos será dado segundo nossas próprias ações. Colhemos
aquilo que semeamos. Então, o que aproveitamos desse ensinamento?
Vamos lembrar algo que costumamos ouvir: “Aquele que semeia vento
colhe tempestade”. Ou ouvirmos: “Aqui se faz, aqui se paga”.
Estamos descobrindo que para conquistarmos a felicidade é necessário
praticarmos o bem, então, podemos perguntar o seguinte: e que tal semearmos
sementes do bem? Qual será a colheita? A colheita será a conquista da felicidade.
Então, parece que nos ensinamentos de Jesus, a importância maior está,
justamente, em indicar como podemos chegar à felicidade e não tomá-la como
um corretivo.
Quando Jesus ensina que a cada um será dado segundo as suas obras, na
verdade, ele diz o seguinte: “Olha, vocês estão no controle. Vocês estão no
comando de suas vidas. Vocês podem fazer de suas vidas o que quiserem. Para
isso, é suficiente a boa semente”.
Se quisermos alcançar a felicidade temos que procurar sementes que nos
tragam como resultado a felicidade que tanto almejamos.
Mas como identificar essas sementes?
A princípio, achamos que aquilo que fazemos sempre tem uma boa
justificativa. “Então, não devo me incomodar em identificar com maior precisão
se é ou não uma boa semente. Se estou semeando, deve ser uma boa semente”.
Jesus nos deu outro ensinamento: “Fazer ao outro o mesmo que você quer
para si próprio”.
“Fazer ao outro” corresponde às nossas ações, propriamente ditas, naquilo
que falamos, que pensamos, porque na origem do que falamos e fazemos, está em
primeiro lugar, aquilo que pensamos.
Então, observar que o que fizermos vai influenciar as pessoas que estão a
nossa volta, e que gostaríamos que os outros nos fizessem também.
Devemos reconhecer esta condição também naquilo que falamos, porque o
discurso se manifesta de uma forma mais ampla. Nas ações, às vezes, nos
contemos e percebemos uma relação mais direta entre aquilo que fazemos e as
suas consequências. Em relação às palavras, já fica mais solta esta avaliação.
Não podemos parar e pensar sobre o que estamos falando para o outro, se
são coisas que eu gostaria que falassem ao meu respeito e me tocassem de alguma
forma. Essa simples colocação deve produzir uma fantástica forma de como
costumamos falar.
E no tocante aquilo que pensamos? Qual é a importância do pensamento?
O pensamento é o veículo pelo qual lançamos nossas energias. Onde? No
Universo. Quando pensamos, irradiamos energia.
Nas Casas Espíritas têm o momento das Vibrações. Vibramos em favor da
Terra, das pessoas que estão necessitando ajuda, em favor das crianças e dos
jovens.
Projetamos uma boa energia porque o propósito é ajudar as pessoas,
enviando a elas energia positiva. A nossa irradiação acontece constantemente, não
apenas quando nos reunimos na Casa Espírita e nos propomos a vibrar.
Você está pensando e projetando energia.
Qual será a energia que projetamos?
Temos que ficar muito atentos para a energia que projetamos porque temos
que nos perguntar se é o mesmo tipo de energia que gostaríamos de receber.
Observemos algumas situações do dia a dia. Tomamos uma fechada no
trânsito e fazemos o que? Alguém resolve furar a fila, qual é a vibração que
dirigimos a essa pessoa?
O que acontece com as energias que projetamos?
Se as energias são boas, iguais as que utilizamos nos momentos das
Vibrações, quando nos ligamos com as pessoas de uma forma positiva, quando
plantamos a semente da boa energia, o que nós colhemos?
É evidente que nos habilitamos a absorver as energias que nos cercam da
mesma qualidade.
Mas, por outro lado, se a minha energia não é boa, o que acontece?
Façamos um teste para ver se, de fato, quando fazemos o bem caminhamos
em direção da luz.
No momento em que fazemos o bem, como é que nos sentimos? Sentimonos bem, alegres, satisfeitos. Essa constatação é no ato. Não precisamos esperar
nada. É uma agricultura fantástica porque se planta e se colhe no mesmo
momento. É merecimento também.
Acontece que essa colheita não fica restrita ao momento que estamos
fazendo o bem. Acumulamos méritos ao longo da nossa vida e todo aquele que
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acumula mérito, se apresenta em condições de receber a contrapartida do mérito
que é a felicidade.
Para receber é necessário que haja mérito e, muitas vezes, cobramos
situações, imaginando que temos acumulado mérito.
Quando consideramos os ensinamentos de Jesus fica muito claro que o que
fazemos na vida tem um propósito de colheita. Isso deve nos tranquilizar porque
quando fazemos o bem, há, efetivamente, uma colheita.
Se essa colheita nos levar à realização da felicidade, por que não nos
entregamos nessa direção?
Podemos nos imaginar em uma situação em que, andando em uma terra
inóspita, como um deserto, caminhamos, olhando nessa e naquela direção e não
encontramos água. Sempre caminhando, a sede vai aumentando, até que, em dado
momento, encontramos uma parede de pedra de onde jorra uma bica de água
cristalina.
Existe alguma dúvida de que iremos em direção à bica d´água para aliviar a
nossa sede? Claro que não!
Da mesma forma decidida devemos caminhar em direção à prática do bem.
O bem, nada mais é do que a fonte que jorra água cristalina que pode nos saciar o
desejo de ser feliz.
Amar é aprender a compartilhar. Amar é realizar-se na vida e alcançar a
felicidade. A nossa essência tem esta condição. A nossa essência é amor, porque
representa a doação máxima de como Deus nos criou e nos concedeu esse dom.
A nossa busca faz com que possamos manifestar esse amor. Então, o que nos
cabe é intensificar a manifestação do amor, que constitui a nossa essência.
Examinemos algumas coisas que podem nos ajudar a agirmos mais
firmemente na direção da prática do bem.
Imaginemos uma situação em que estamos indo atender um compromisso
importante. Caminhamos apressados, já atrasados para o encontro, e encontramos
uma criança em condição de privação e ela nos pede um prato de comida.
Primeiro pensamento: “Estou atrasado, tenho um compromisso importante
e para dar a comida a essa criança vai levar tempo e vou me atrasar ainda mais.
Quando eu chegar ao meu compromisso farão comentários...”.
Mas alguma coisa nessa criança chama minha atenção. Volto e lhe digo que
tudo está bem e vou à busca de um prato de comida para ela.
O atendimento às pessoas necessitadas é a expressão verdadeira da prática
do amor. É algo que fazemos para nos libertar do nosso sofrimento, naquele
momento.
Jesus nos conta a situação das pessoas que iam ao templo para dar sua
contribuição, primeiro observavam se tinha alguém olhando e quantas pessoas
prestavam atenção quando iam depositar o dinheiro. Esse era o seu maior grau de
satisfação. Qual foi a recompensa que receberam? A recompensa foi aquela de ser
observado e isso não os fez chegar à felicidade.
Quantas vezes queremos nos obrigar a fazer o bem ou querem nos obrigar a
praticá-lo? Temos de chegar à prática do bem sem que haja qualquer sinal de
constrangimento. Esta atitude deve sempre representar algo que nos dê uma
profunda alegria. “Vou fazer isso porque me dá alegria, por que esta ação me
preenche”. Aos poucos, vamos superando as situações em que fazemos o bem por
constrangimento.
É conveniente passar a informação às crianças para que elas aprendam a
fazer o bem, sem ameaças: “Você precisa fazer isso porque Papai do Céu está
vendo o que você está fazendo”. Quando é feita esta observação, o que é que
estamos ensinando às crianças: “Papai do Céu está vendo o que você faz e vai te
mandar uma punição se você não fizer”.
Então, estimular a prática do bem pelo medo, pelo constrangimento, pela
imposição, não tem, absolutamente, nada a ver com a prática do bem.
Para que o bem possa estar presente naquilo que fazemos, em ações ou
palavras, precisa estar acompanhado de uma projeção energética correta que
represente o amor. Quando estamos nessa condição, nos valemos do grande
benefício que já nos ensinava Jesus.
O principal desafio que devemos encarar é sobre o exercício primordial a
ser realizado. Na base do que falamos, do que fazemos, está o nosso pensamento.
A grande realização é vibrar amor para as pessoas.
Jesus nos disse para amarmos o nosso próximo. Será que ele disse que
deveríamos vibrar negativamente para as pessoas?
Ele reforçou que amar é algo que devemos oferecer, inclusive, para as
pessoas com as quais encontramos dificuldade na convivência. Portanto, não há
nenhuma exclusão.
Há algumas considerações que podem facilitar o nosso empenho na prática
do bem. Quando Jesus recomenda amar ao próximo, ele se refere a amar as
pessoas ou amar aquilo que as pessoas podem nos oferecer?
Sempre sob a nossa avaliação o merecimento da pessoa receber o nosso
amor, o nosso carinho, a nossa dedicação tem a ver com aquilo que a pessoa faz,
não é mesmo?
Uma coisa que atrapalha muito é as pessoas insistirem em dizer que
“somos um poço de defeitos” e com isso, esquecemos que somos Espíritos
eternos, encarnados, filhos de Deus. Por enquanto, vamos encontrar a perfeição
somente em nosso Criador.
Então, surgem determinadas expressões de que “sois deuses” e Jesus até
concordou com essa colocação, e em seguida ele disse: “Sedes logo perfeitos,
pois perfeito é o vosso Pai” e, normalmente, tomamos isso como coisa futura, em
algum momento seremos perfeitos, pois perfeito é o nosso Pai.
Abrimos um parêntesis para esclarecer:
Para esta expressão “sois deuses”, vamos encontrar no Evangelho de João,
10:34, a explicação da concordância de Jesus.
Os judeus estavam decididos a matar Jesus. Eles apanharam pedras para
apedrejá-lo. Jesus, então, lhes disse: “Eu vos mostrei inúmeras boas obras, vindas
do Pai. Por qual delas quereis lapidar-me?” Os judeus responderam: Não te
lapidamos por causa de uma boa obra, mas por blasfêmia, porque, sendo apenas
homem, tu te fazes Deus. Jesus lhes respondeu:
Não está escrito em vossa Lei (Salmos): “Eu declarei: Sois deuses?” (João,
10:31-34). Esta expressão está no Salmo 82:6 e, realmente, Deus a aplicou se
referindo aos Príncipes e Juízes daquela época, e Deus concluiu: “Todos vós sois
filhos do Altíssimo, membros da corte divina, contudo, morrereis como um
homem qualquer, caireis como qualquer dos príncipes”.
Mas, em seguida, Jesus disse: “Portanto, deveis ser perfeitos como o vosso
Pai celeste é perfeito” (Mateus, 5:44-48).
O palestrante continuou:
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Jesus está dizendo para sermos perfeitos agora, porque não há outra
condição em nós a não ser essa. Mas, fazemos tantas bobagens, cometemos tantas
atrocidades! Basta ligar a televisão, ler os jornais, puxar pela memória. Essas são
as coisas imperfeitas que as pessoas fazem.
Por que será que não encontramos habilidade plena naquilo que fazemos?
Porque não há uma recompensa direta entre aquilo que fazemos e aquilo que é da
nossa essência.
Ao ver uma criança começando a andar, podemos perguntar: “Por que ela
não anda direito?” Porque existe um processo a ser observado.
Ao invés de procurarmos as coisas dentro de nós, pois a capacidade está em
nós, estamos sempre procurando as coisas fora de nós.
Aos poucos, a criança vai se superando e não demora muito está fazendo
aquilo que esperamos, porque o processo envolvido é sempre um processo
gradativo.
O que acontece nessa graduação do que estávamos fazendo? Estamos
manifestando as nossas virtudes. Em função de algum tipo de experiência que
estivéssemos realizando que não correspondesse à busca da manifestação da
nossa essência.
Jesus nos pediu que nos amássemos, e não nos pediu que aprovássemos ou
desaprovássemos aquilo que as pessoas fazem. São coisas distintas. Quando
consideramos isso, temos uma contradição sobre o ensinamento de Jesus, quando
ele diz para não julgar.
Vamos tomar como exemplo o seguinte: o instrutor está ensinando a
alguém a andar de bicicleta. O instrutor percebe que a pessoa não consegue nem
tirar os pés do chão, e muito menos pedalar. Dali a pouco, a pessoa faz isso de
uma forma atabalhoada. O instrutor se aborrece porque o aprendiz não consegue
fazer uma coisa tão simples, que é andar de bicicleta.
Em uma situação como essa, o que aconteceu? Era certa a atitude do
instrutor?
Em função do que a outra pessoa faz, nós a desqualificamos. “Você é
burro!”
Quando estamos diante da obra de Deus, o que é possível acrescentar ou
tirar da obra divina? Nada. Absolutamente nada.
Então, tanto para criticar como para qualificar são duas faces da mesma
moeda, que se chama julgamento. Não devemos observar, analisar e fazer
colocações daquilo que as pessoas estão fazendo. Estamos focando,
exclusivamente, naquilo que está sendo feito. Isso não nos dá condições de
desqualificar ou qualificar os filhos de Deus.
Não importa o que ela esteja fazendo. Vamos supor que na nossa avaliação
tenhamos a competência de descobrir que aquilo que a pessoa está fazendo, não é
adequado. Muitas vezes, não temos chance para fazer isso. Mas, vamos supor que
podemos estar certos em nosso julgamento. A pessoa poderia fazer melhor. Diante
de uma situação como essa, anunciamos a nossa disposição de ajudar.
Perguntamos: “Nesse caso se estabelece uma vibração positiva ou
negativa?”.
Quando vibramos a favor, envolvemos a pessoa em uma energia que pode
predispor na mudança de rumo daquilo que ela está fazendo, ter maior eficiência
e ser mais competente naquilo que está realizando.
Podemos e devemos vibrar sempre, indistintamente.
Na questão de colher resultado, o principal cenário que nos possibilita
semeaduras fantásticas é na convivência com as pessoas. Podemos fazer o bem,
amar qualquer coisa que encontramos na Natureza: plantas, animais, mas,
especialmente, na convivência com nossos familiares, com os colegas no local de
trabalho, com os companheiros de ideal na Casa Espírita, no sentido de fazermos
ao outro aquilo que queremos para nós mesmos.
É no cenário onde convivemos que temos as reais oportunidades para
lançar as sementes que nos traz a colheita da felicidade.
Falemos um pouco sobre habilidade e treinamento.
Desconhecemos alguém que tenha conquistado a habilidade, sem o
treinamento. É impossível termos domínio na habilidade de alguma coisa sem o
devido treinamento, como por exemplo: andar, falar, escrever, ler, andar de
bicicleta etc.
Habilidade se conquista pelo treinamento.
E qual é a principal habilidade que nos permite tirar o melhor resultado da
convivência?
É a nossa atividade de conviver com as pessoas e a vibração que emitimos
em sua direção. Este é o ponto fundamental.
Como semelhantes que somos ainda encontramos dificuldades a serem
vencidas. Adquirir habilidades requer tempo e, muitas vezes, se estende por vidas
e vidas. Não há problema nenhum, temos tempo suficiente para isso porque
somos criaturas eternas.
Fica aqui o convite para que nos juntemos nesse propósito de vibrar
positivamente a favor das pessoas.
Nas situações que começarmos a vibrar negativamente, nós iremos sentir e
perceber.
A vibração passa a ser um procedimento consciente. A partir do momento
que tomamos consciência, começamos a mudar aquilo que estamos fazendo. No
lugar da vibração negativa, iremos vibrar positivamente.
Tomemos como exemplo as personagens das novelas, na TV. Como
poderemos fazer com relação àquela personagem má, “maquiavélica”, da novela?
A personagem pode ser fantasia, mas, percebam que a energia negativa que
enviamos não é ficção. É realidade. Quando vibramos negativamente para essa
personagem fictícia, não é semeadura? Claro que é.
E o que queremos com essa vibração negativa em relação ao personagem
da novela? – “Ah, eu não faço nada a não ser assistir novela”. Mas por que é que
vibramos negativamente pelos personagens? Podemos apreciar a trama da novela,
porque, muitas vezes, há um desdobramento da história que pode nos trazer
ensinamentos interessantes.
Mas por que nos colocarmos em uma condição de antagonismo? Quando
ficamos nesta posição, como é que nos sentimos diante de uma “história do bem”
e de uma “história do mal”?
Pode ser que na nossa consciência se destaquem pessoas onde encontramos
grandes dificuldades. A primeira providência é não atribuir-lhes a
responsabilidade pela dificuldade. Esqueça isso. Lembre-se que agora você vai
vibrar em favor dessas pessoas. Escolha um determinado momento do dia em
que seja mais favorável, faça uma prece, e vibre positivamente. Então, podemos
melhorar nossa condição interior, mentalizando “luz branca”, na qual vamos
envolvendo a(s) pessoa(s).
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Quando percebemos que já temos a capacidade de vibrar positivamente por
elas, notamos uma mudança no seu comportamento quando estiverem em contato
conosco. Muitas pessoas dizem que é uma maravilha, porque a outra pessoa está
mudando, quando na verdade, somos nós que mudamos. Muitas vezes, em nossa
mudança temos a percepção melhorada em relação aos outros e descobrimos
qualidades que antes era impossível enxergarmos.
Entendam porque devemos fazer o bem. É fundamental. É essencial. É
vital. Fazer o bem nos dá a possibilidade de sermos felizes.
À medida que colocamos em ação a nossa capacidade de vibrar em favor
das pessoas, independente daquilo que elas fazem, o que vai acontecer com as
nossas palavras?
Elas também serão boas sementes.
E o que vai acontecer com as nossas ações?
Também serão boas sementes.
Estaremos alinhando o nosso pensamento, a nossa palavra e as nossas
ações ao ensinamento de Jesus que diz para fazer ao outro o mesmo que
queremos para nós mesmos.
Leonardo Kurcis
Palestra proferida em 17/04/2013,
na Instituição Beneficente “A Luz Divina”.
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