ELETRÔNICA DE POTÊNCIA II AULA 7 – CONVERSOR BUCK-BOOST Parte 2 Prof. Marcio Kimpara UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul FAENG – Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia BUCK-BOOST em modo de condução descontínuo (MCD) O conversor Buck-Boost operando no MCD apresenta três etapas de operação: 1ª Etapa (t0, t1) intervalo ton = t1-t0 No instante inicial, t=t0 o interruptor controlado “S” é comandado para a condução (on). A tensão sobre o indutor será igual a tensão de entrada (Vi). O indutor armazena energia e a corrente sobre ele irá crescer linearmente. O diodo é polarizado reversamente e mantém-se bloqueado. Durante toda a etapa a saída é alimentada pelo capacitor; 2ª Etapa (t1, t2) intervalo tD = t2-t1 No instante t=t1, com o desligamento da chave (off) a polaridade da tensão sobre o indutor é invertida para que seja mantido o fluxo da corrente iL. Com a inversão de polaridade de “VL” o diodo é polarizado diretamente e entra em condução. Assim, nesta etapa ocorre a transferência de energia armazenada no indutor para o capacitor e carga. 2 BUCK-BOOST em modo de condução descontínuo (MCD) 3ª Etapa (t2, t3) intervalo tx = t3-t2 A corrente no indutor se anula e assim a chave o diodo estão bloqueados. A carga é alimentada pelo capacitor. Esta etapa tem duração até o novo acionamento da chave em Ts. Tensão de comando Vg Se durante o tempo de abertura da chave a corrente IL se anular, significa que toda a energia armazenada no indutor L foi transferida a carga. t0 t1 t2 t I L (t ) ton t toff tD tX Ts 3 Análise do Conversor Buck-Boost – MCD (reg. Permanente) Iin = IS(t) VD(t) Chave fechada Vs(t) L ETAPA 1: ID(t) Intervalo: ton t1 t0 S: ON e D: OFF VL(t) IL(t) C VC(t) Ic(t) Io Tensões LOAD Vin D Vo Correntes Chave ligada vS (t ) 0 Elementos em série iS (t ) iL (t ) Diodo bloqueado vD (t ) Vin Vo Diodo bloqueado iD (t ) 0 Tensão no indutor Vin vL (t ) 0 (Lei de Kirchhoff) Malha saída iC (t ) io (t ) diL (t ) dt Corrente indutor iL (t ) vL (t ) Vin Tensão indutor vL (t ) L Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II Vin .t L 4 Análise do Conversor Buck-Boost – MCD (reg. Permanente) Iin = IS(t) VD(t) Chave aberta D Vs(t) ETAPA 2: Intervalo: t D t2 t1 S: OFF e D: ON ID(t) L C VC(t) Ic(t) Io VL(t) IL(t) LOAD Vin Vo Correntes Tensões Chave desligada vS (t ) Vin Vo Chave desligada iS (t ) 0 Diodo conduzindo vD (t ) 0 Diodo conduzindo iD (t ) iL (t ) Tensão no indutor vL (t ) Vo Lei dos nós iL (t ) iC (t ) iO Tensão indutor vL (t ) L diL (t ) dt Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Corrente indutor iL (t ) Eletrônica de Potência II Vo .t L 5 Análise do Conversor Buck-Boost – MCD (reg. Permanente) Iin = IS(t) VD(t) Chave aberta D Vs(t) ETAPA 3: ID(t) L VL(t) IL(t) C VC(t) Ic(t) Io LOAD Vin Vo Intervalo: t X TS t 2 S: OFF e D: OFF Correntes Tensões Indutor vL (t ) 0 iD (t ) iS (t ) 0 iL (t ) 0 0 Lei de Kirchhoff Vin vL (t ) vS (t ) 0 vS (t ) Vin Lei de Kirchhoff vD (t ) vL (t ) Vo 0 vD (t ) Vo iC (t ) iL (t ) iC (t ) vo (t ) R Vo R Nesta etapa, somente o capacitor fornece energia para a carga. Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 6 I L (t ) Formas de onda Correntes • Condução descontínua • Regime permanente • Componentes ideais I L _ máx I L t I S (t ) I L _ máx t I C (t ) IL_máx Io t Io I D (t) ton t toff tD tX Ts Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 7 Formas de onda Tensões • Condução descontínua • Regime permanente • Componentes ideais VL (t) Vin t Vo VS (t ) Vin Vo Vin t V D (t ) Vin Vo Vo ton t toff tD tX Ts Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 8 Cálculo do Ganho estático para o MCD O ganho estático de um conversor é a relação entre sua tensão de saída e entrada, em valores médios VL (t) Vin 0 Vo t ton toff tD Balanço volt.segundo no indutor (Tensão média no indutor) tX Ts VL _ med 0 Vin . t1 t0 Vo . t 2 t1 0 t D ton Vo D.Ts 0 Vin .ton Vo .t D Vin tD tD depende de alguns Eq. (1) Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG parâmetros do circuito Eletrônica de Potência II 9 Corrente no diodo I D (t) IL_ máx IL (t1) I L Em se tratando do BuckBoost, o valor médio da corrente no diodo é igual ao valor médio da corrente de saída. ton tD t tX toff Ts Io_méd Corrente de média: ID_méd Ts C Vo I D _ m ed Ic_méd I D _ méd I C _ méd I o _ méd , mas I C _ m éd 0 Logo: I D _ méd I o I o I D _ m éd 1 TS I o _ m éd I o 1 Vo 2 L tD tD 1 iD (t ).dt TS 0 Ts 1 Área → iD (t ).dt .i pico .t D 2 0 i pico I L 2 Vo Vo .t D Io R 2.L.TS Eq. (2) 10 tD 2.L.TS R Juntando (1) e (2), obtemos: Vo R D. Vin 2. f S .L OU Vo D Vin K Onde: 2L K R.TS Ganho estático do conversor Buck-Boost operando em MCD Para que o conversor opere no MCD é necessário que: t D toff tD Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG 1 D fS Eletrônica de Potência II 11 Ábaco É importante destacar que no modo descontínuo o ganho estático depende da carga (Io) e do indutor (L). Em outras palavras, sempre que a carga do conversor for alterada, tem-se um comportamento distinto em termos de ganho estático. Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 12 Características gerais do conversor Buck-Boost • No conversor buck-boost, a tensão média de saída pode ser maior, igual ou menor que a tensão de entrada, porém com a polaridade invertida • O conversor buck-boost combina as características de entrada de um conversor buck e as características de saída de um conversor boost; • A chave de potência pode ser utilizada para proteger a carga de curto-circuito; • Não isolado; • Elevada eficiência; • Problemas EMI; Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 13 Análise das topologias dos conversores Vcc Vo Vcc Vo Vcc Vo BUCK Vcc Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG BOOST Vo BUCK-BOOST Eletrônica de Potência II 14 Vcc Vo L L S S D Vcc Vcc Vcc D Vo BUCK Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG D S BOOST Vo L BUCK-BOOST Eletrônica de Potência II Vo 15 Comparação do Conversor Abaixador com o Abaixador - Elevador Para a mesma entrada e mesma carga (mesma potência) as solicitações elétricas no conversor Buck-Boost são maiores. Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 16 Comparação do Conversor Elevador com o Abaixador - Elevador Para a mesma entrada e mesma carga (mesma potência) as solicitações elétricas no conversor Buck-Boost são maiores. Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 17 Modos de Condução Os três conversores estudados podem operar tanto no modo contínuo quanto descontínuo. Ao variar io varia o valor médio de iL Importante: Considerando que uma vez montado, a indutância do conversor não é alterada e a frequência de operação seja mantida Observar a carga conectada para garantir o modo de operação projetado. Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 18 Cálculo do Ganho estático dos conversores CC-CC clássicos Modo de operação BUCK MODO DE CONDUÇÃO CONTÍNUO MODO DE CONDUÇÃO DESCONTÍNUO BOOST BUCK-BOOST Vo 1 Vin 1 D Vo D Vin 1 D 4.D 2 1 1 Vo K Vin 2 Vo D Vin K Vo D Vin Vo Vin 2 4.K 1 1 2 D 2L K R.TS Prof. Marcio Kimpara – UFMS/FAENG Eletrônica de Potência II 19