Mecanismo de infecção

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Mecanismo de infecção
Na HPV, quando o vírus atinge a camada basal através de microtraumatismos
no epitélio, este interage de com as células do hospedeiro de 2 maneiras,
provocando assim dois tipos de reacções: infecção epitelial e desenvolvimento de
neoplasias.
Infecção Epitelial
 Típica dos HPV de baixo risco;
 O virus é altamente replicado;
 Os genes do virus são expressos em 2 fases.
Os “early genes” (E1 e E2) são expressos numa fase inicial do contagio viral,
aquando da infecção das células da camada basal. As proteínas codificadas por estes
genes, E1 e E2, são as responsáveis pelo controlo da replicação e transcrição do
DNA. Nesta fase, as proteínas ligam-se ao DNA do HPV e este é inserido no núcleo
para ser copiado.
Por sua vez, os “late genes” são expressos após a célula migrar para longe da
camada basal, tornando-se uma célula diferenciada. Nesta fase, inicia-se a expressão
das proteínas L1 e L2 responsáveis pela formação da capsídeo viral.
Assim que termina a replicação do DNA, ocorre a sua inserção nos nos novos
capsídeos, que, através da lise celular, são libertados e irão afectar novas células
provocando o aparecimento de verrugas características desta infecção.
Nota: A replicação viral depende dos processos de transcrição e tradução das células
do do hospedeiro.
Desenvolvimento de Neoplasias
 Típico dos HPV de alto risco.
O DNA do HPV é integrado no genoma da célula hospedeira levando à
inactivação do gene E2 por corte ou deleção. Quando isto acontece, a expressão
deste gene ocorre descontroladamente.
O gene E2 codifica uma proteína responsável pela regulação da expressão
dos genes E6 e E7, genes esses responsáveis pela potencial oncogénico do vírus. As
proteínas codificadas por estes genes, interagem com as proteínas celulares p53 e
pRb levando à sua degradação pelo complexo ubiquitina- proteassoma.
A proteína p53 e pRb intervêm no ciclo celular impedindo a sua continuação
em casos de danos no DNA. A inactivação destas proteínas reguladoras impede os
processos de reparação do DNA ou mesmo a apoptose da célula em formação. Criase assim uma instabilidade genética e ainda a acumulação de mutações que evoluem
para neoplasias.
Os genes E6 e E7 foram classificados como oncogenes pela sua capacidade de
induzir a transformaçãoo maligna das células infectadas. Produzem proteínas que
impedem a acção das proteínas Rb e p53, proteínas codificadas por genes
supressores tumorais.
Nota: O Rb (gene do retinoblastoma) impede a célula de prosseguir a divisão celular,
ao bloquear o factor de transcrição E2F. A p53 tem o mesmo efeito ao aumentar a
expressão de p21, além disso, desencadeia a apoptose em casos de dano extenso ao
ADN. Basicamente, os genes E6 e E7 induzem a divisão celular e evitam a apoptose.
Artigo do pubmed (resumido)
HPV tem DNA de dupla cadeia. O vírus pode causar uma infecção presistente
apenas se for incorporado correctamente na replicação das células epiteliais e se as
defesas do hospedeiro estiverem comprometidas, impedindo a remoção das células
afectadas por apoptose.
As células saudáveis contem uma proteína supressora tumoral, p53, que
elimina as células com desenvolvimentos anormais.
HPV de alto-risco, estimula a formação de um complexo das proteína E6 e E7
com p53, permitindo ao vírus “escapar” do mecanismo de regulação. Apenas isto
não leva a formação de neoplasia, mas o processo de degradação pode ser
aumentado por outros factores como alteração no sistema imunitário do
hospedeiro, infecção crónica ou inflamação, ou ser fumador.
O DNA viral é replicado e os vírus infectam as células epiteliais do pénis,
células essas que normalmente teriam parado de se proliferar e seriam eliminadas.
Estas tornam-se assim imortais. Mas esta imortalidade não acontece aos tipos de
baixo-risco, apesar destes estarem ainda associados à formação de cancro no pénis,
talvez por outros mecanismos.
http://www.jaoa.org/cgi/content/full/111/3_suppl_2/S3
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