I ENCONTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA A REPERCUSSÃO DA CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL X OS FATORES QUE IMPEDEM O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL NO BRASIL MANOEL RAIMUNDO RAMOS1, Ma. MARIA DO SOCORRO BARBOSA PEREIRA2 INTRODUÇÃO A crise financeira internacional iniciada em 2007/2008 produziu efeitos negativos na economia mundial. A repercussão desta crise tem prejudicado sobremaneira o desenvolvimento econômico e algumas receitas públicas no Brasil. Para Lagarde (2012), o sistema financeiro global permanece frágil, e o legado de débitos público e privado altos está prejudicando as perspectivas econômicas. O fluxo de capitais para os mercados emergentes caíram e o crescimento desacelera. A presidente do FMI acredita na existência de uma falta de determinação coletiva para encontrar uma solução cooperativa, o que piorou a situação. Lagarde ressalta que não se trata de salvar um país ou região, mas de salvar o mundo de uma espiral econômica descendente, e de evitar algo semelhante ao que ocorreu em 1930. É fato que alguns países relativamente pobres, algumas décadas atrás, tornaram-se desenvolvidos como os tigres asiáticos; outros estagnaram em um patamar de renda média , como grande parte da América Latina, e alguns, como a China, fizeram grande progresso. Enquanto os países da América Latina tiveram queda ou estagnação da produtividade no setor de serviços, os tigres asiáticos obtiveram elevações expressivas de produtividade nesse setor. De acordo com vários teóricos da economia econômica moderna, a medida que o setor de serviços se torna preponderante na produção total e na geração de empregos ao longo do processo de desenvolvimento, a evolução da produtividade desse setor torna-se fundamental para a trajetória de crescimento econômico. Este artigo traz como problemática responder quais os principais gargalos que impedem o crescimento econômico sustentado do Brasil? Como objetivo geral, examinar a trajetória de crescimento econômico brasileiro, bem como os obstáculos que vem impedindo um desenvolvimento sustentável. No que tange aos objetivos específicos, nos propusemos a: fazer um estudo comparado do desenvolvimento econômico brasileiro com os países do tigre asiático, América Latina e China; discorrer sobre o desenvolvimento econômico brasileiro dentro de uma perspectiva histórica; e considerando, os dados recentes do Fórum Econômico Mundial 2011/2012, apresentar o posicionamento do Brasil em vários quesitos, no que diz respeito à sua competitividade global. 1 2 Acadêmico do 9º Período de Direito da Faculdade de Rondônia – FARO. Professora e orientadora da Faculdade de Rondônia – FARO. A relevância da abordagem do tema, do ponto de vista do interesse social, se comprova pelos agentes fundamentais envolvidos no processo: o estado e a sociedade, está última representada pelos contribuintes, mantenedores deste primeiro. E do ponto de vista acadêmico, a pesquisa coopera para uma reflexão política, considerando o contexto das eleições para os mandatos mais importantes da democracia brasileira. METODOLOGIA Quanto a sua natureza a pesquisa é aplicada, de cunho explicativo. Quanto a forma de enfoque é qualitativa, por privilegiar a compreensão das informações de uma forma mais global e inter relacionada com fatores variados, privilegiando contextos. Quanto aos objetivos a pesquisa é descritiva, descrevendo os fenômenos observados. Quanto a técnica, a pesquisa é bibliográfica e documental. RESULTADOS E DISCUSSÕES A competitividade brasileira é muito baixa, está em 53 lugar no ranking Mundial, ou seja, com um desempenho pior do que o da África do Sul (50), Polônia (45) ou Chile (31). (FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL 2011/2012). Ainda de acordo com os dados do fórum econômico mundial, comparado com 142 países, o Brasil está classificado entre os 42 piores em vários quesitos. Em relação às instituições, estamos mal posicionados no que diz respeito a desvio de recursos públicos (110), confiança nos políticos (105), desperdício do gasto governamental (136), peso da regulação governamental (142), custo para os negócios do crime e da violência (126) e crime organizado (120). Já no que diz respeito à infraestrutura, estamos entre os piores na qualidade da infraestrutura em geral (104), na qualidade das estradas (118), na qualidade da infraestrutura portuária (130) e na qualidade da infraestrura de transporte aéreo (130). Em relação à saúde, o Brasil é o país que mais apresenta casos de Malária103) e baixa qualidade da educação primária (124). A qualidade do sistema educacional de nível superior e treinamento também estão entre os piores (115), bem como o ensino ciências e matemática (127). (FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL 2011/2012). No que se refere ao ambiente macroeconômico, o Brasil apresenta baixa competitividade no que se refere ao spread das taxas de juros (137) e na dívida pública como percentual do PIB (114). Salienta-se que a fragilidade competitiva da economia brasileira tem inúmeras causas, consubstanciadas no chamado "custo Brasil": educação deficiente, falta de mão-de-obra qualificada, burocracia excessiva, alguma insegurança jurídica, infraestrutura insuficiente, carga tributária complexa, mal distribuída e pesada, etc. (FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL 2011/2012). Quando se trata da eficiência no mercado de bens, estamos em último lugar na extensão e efeito da tributação (142) e entre os piores na carga tributária total, percentual de lucro (133), número de procedimentos para começar um negócio (138), prevalência de barreiras comerciais (109), tarifas comerciais e percentual de obrigações (120), procedimentos aduaneiros (124) e percentual de importações sobre o PIB (142). (FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL 2011/2012). Já no que diz respeito à eficiência do mercado de trabalho estamos mal posicionados em relação à flexibilidade na determinação dos salários (115), no índice de rigidez do emprego (118) e nas práticas de contratação e demissão (128). Quanto ao mercado financeiro, falhamos no índice de direitos legais (105). (FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL 2011/2012). No topo dos fatores apontados como os mais problemáticos para fazer negócios no Brasil estão as alíquotas dos tributos e a regulamentação dos tributos. Uma melhoria nos indicadores referentes aos tributos poderia colocar o Brasil algumas posições acima da qual se encontra atualmente. (FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL 2011/2012). As elevadas taxas de juros resultaram na dinâmica explosiva da dívida interna ( meados da década de 1990); quanto à dependência externa, está comprometeu o crescimento econômico, fragilizou a capacidade de investimento em infraestrutura e em políticas públicas de educação e saúde. E, no atual modelo de vinculação exacerbada das receitas, se torna frágil o ajuste fiscal do setor público consolidado, o que contribui inclusive no longo prazo para deteriorar a competitividade da economia. (FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL 2011/2012). CONCLUSÕES Destarte, os desdobramentos da crise internacional, nos leva a um quadro de incertezas quanto ao futuro. O desaquecimento da exportações brasileiras, somadas as mazelas da baixa competitividade nacional, tendo como pano de fundo a má qualidade da educação e a falta de infraestrutura, tem como consequências a redução da produção industrial e desindustrialização em determinados setores econômicos, com reflexos imediatos nas arrecadações das receitas tributárias e nos repasses constitucionais (ICMS, FPE e FPM), o que são fortes alertas aos governos das três esferas (União, Estados e Municípios), de que devem racionalizar de modo muito efetivo suas despesas, investir em infraestrutura e educação, bem como implementar às reformas tributárias e trabalhistas. Utilizar margens de 2,5 cm Citações e referencias de acordo com as normas da associação brasileira de normas técnicas (ABNT) Utilizar pagina “A4” Fonte Times New Roman tamanho 12 e justificado, exceto no titulo e nomes que serão centralizados Utilizar espaçamento simples e uma linha para separar seções e texto Titulo, nomes e subtítulos (introdução, metodologia,...) devem ser em caixa alta e negrito com fonte Times New Roman tamanho 12