Outros tipos de Orientação

Propaganda
2009/2010
Nuno Maia Nº23 12ºB
[ORIENTAÇÃO]
CNSA
Professor Nuno Mesquita
Educação Física
2009/2010
[ORIENTAÇÃO]
ÍNDICE
0.1.
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3
0.2.
A Rosa dos Ventos ..................................................................................................... 4
1.1.
Observação da Natureza ....................................................................................... 6
1.2.
Observação do Sol .................................................................................................... 8
1.3.
Observação da lua.................................................................................................. 11
1.4.
Observação das estrelas .................................................................................... 12
1.5.
Mapas ............................................................................................................................ 14
1.6.
Bússola ........................................................................................................................ 15
1.7.
Azimute ........................................................................................................................ 18
1.8.
GPS ................................................................................................................................. 19
2.1.
Orientação – O desporto ..................................................................................... 21
2.2.
Regras Gerais da Orientação............................................................................ 23
2.3.
Orientação em BTT .................................................................................................. 24
2.4.
Orientação em Ski .................................................................................................. 25
2.5.
Corridas de Aventura .......................................................................................... 26
2.6.
Trail Orienteering ................................................................................................ 27
2.7.
História da orientação ....................................................................................... 28
BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................... 30
WEBGRAFIA .............................................................................................................................. 31
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0.1. INTRODUÇÃO
De uma forma geral, o termo orientação pode ser definido conceptualmente como a
direcção de um eixo ou de um vector/pseudo-vector. No entanto, o seu significado
para o homem é muito mais amplo.
Desde os primórdios da história o homem sente necessidade de se orientar nas
viagens que empreende. Ao longo do tempo, fosse para caçar, guerrear, negociar ou
explorar, o homem teve necessidade de recorrer a pontos de referência que servissem
de auxílio ao sucesso de tarefas como deslocamentos através de montanhas, desertos
ou florestas.
Inicialmente havia o recurso à observação da natureza ou acidentes naturais (rios,
montanhas, vales, entre outros) como principal meio de determinação da posição do
indivíduo.
Também desde muito cedo as estrelas, a Lua e o Sol começaram a ser pontos de
referência que ajudavam os viajantes a seguir uma direcção pretendida em percursos
sem grandes pontos paisagísticos que permitissem uma localização eficaz e exacta.
Mais tarde deu-se o desenvolvimento de mapas, ou seja, representações do terreno, à
escala da realidade, que fornecem um vasto conjunto de informações ao utilizador,
permitindo-lhe localizar-se geograficamente. Estes documentos aumentaram
gradualmente de complexidade, incluindo referências de pontos essenciais, escalas
cada vez mais precisas para um eficaz cálculo das distâncias e também curvas de nível
que representam se o relevo do terreno é mais ou menos acidentado.
Com o início das campanhas de descoberta marítima dos países europeus, nas quais
Portugal foi pioneiro, surgiu uma necessidade ainda mais forte de recorrer a meios de
localização sem ser possível observar qualquer informação na paisagem circundante
desconhecida que fosse passível de auxiliar na orientação. Desenvolveram-se então
instrumentos como o astrolábio e a bússola. O primeiro, de origem remota, mas
popularizado por navegadores portugueses é um instrumento astronómico utilizado
para medir a altura de astros acima da linha do horizonte. O segundo, cuja criação é
atribuída à civilização chinesa, é um mecanismo navegacional que determina a posição
relativa do utilizador em relação aos pólos magnéticos do planeta terra.
Hoje em dia, a orientação continua a ser de extrema relevância para a Humanidade e
os avanços científicos e tecnológicos dos tempos modernos permitiram uma enorme
sofisticação nos meios disponíveis para atingir este fim, como por exemplo o GPS
(Global Positioning System). Através deste sistema, podemos saber a nossa posição
graças a interacção de um pequeno receptor com satélites artificiais dispostos na
órbita do nosso planeta.
Derradeiramente, a orientação deixou de ser um auxílio à navegação e exploração e
adoptou um carácter mais lúdico sob a forma de desporto.
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0.2. A Rosa dos
Ventos
Antes de iniciar a análise de cada uma das vertentes referidas anteriormente, é
necessário estudar um recurso de extrema importância para o domínio de
qualquer uma delas, a Rosa dos Ventos.
A Rosa dos Ventos é constituída por 4 pontos
cardeais:




Norte N
Sul S
Este E
Oeste O
4 pontos colaterais:




Nordeste NE
Sueste SE
Sudoeste SO
Noroeste NO
E ainda 8 pontos Sub-Colaterais:







Nor-Nordeste NNE
Lés-Nordeste ENE
Lés-Sueste SSE
Su-Sudoeste SSO
Oés-Sudoeste OSO
Oés-Noroeste ONO
Nor-Noroeste NNO
Nota: Por vezes o ponto cardeal Oeste aparece abreviado como W e não como O. O
mesmo se verifica para todos os seus sub-pontos.
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Os pontos da Rosa dos Ventos possuem uma relação directa com o movimento
aparente do Sol no céu e horizonte, tal como se pode ver pela imagem seguinte:
O Sol nasce a Este e põe-se a Oeste, aproximadamente, encontrando-se a Sul ao meiodia solar.
A hora dos relógios não coincide
com a hora sola, sendo que durante
o Inverno está adiantada cerca de 36
minutos, enquanto que no Verão
esta diferença chega a 1 hora e 36
minutos.
As tabelas que se seguem permitem compreender melhor esta relação entre a Rosa
dos Ventos, a posição do Sol e o ângulo relativo.
Pontos Cardeais
NORTE Setentrião
0º
Ponto a que se referem as direcções
SUL
Meridião; meio-dia
180º Ao meio-dia solar o sol encontra-se a Sul
ESTE
Leste; levante;
oriente; nascente
90º Direcção de onde nasce o sol
OESTE
Poente; ocidente;
ocaso
270º Direcção onde o sol se põe
Pontos Colaterais
NE
Nordeste
45º
SE
Sudeste
135º
SO
Sudoeste
225º
NO
Noroeste
315º
Pontos Sub-Colaterais
NNE
Nor-Nordeste
22,5º
ENE
Lés-Nordeste
67,5º
ESE
Lés-Sudeste
112,5º
SSE
Su-Sudeste
157,5º
SSO
Su-Sudoeste
202,5º
OSO
Oés-Sudoeste
247,5º
ONO
Oés-Noroeste
292,5º
NNO
Nor-Noroeste
337,5º
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1.1. Observação da
Natureza
Este método pode ser considerado arcaico dados os avanços tecnológicos perpetrados
pela espécie humana até aos dias de hoje, mas é essencial a sua análise para uma
eficaz compreensão histórica das dificuldades vividas pela civilização humana
primordial.
A Evolução do Homem - blogs.houstonpress.com/hairballs/human-evolution-t10176.jpg
Para além de recorrer à observação de acidentes naturais e interpretação da
informação por eles fornecida, como rios, vales, montanhas, lagos e mar, utilizados
como pontos de referência nas viagens, o ser humano observava também outros
fenómenos cíclicos ou frequentes que lhe permitiam tirar importantes conclusões.
Alguns deles são banais para o indivíduo contemporâneo comum, apenas porque o seu
uso se tornou extremamente generalizado, mas a sua importância não fica por isso
diminuída.
Entre algumas das observações realizadas podemos apontar:


Observação do clima – O clima torna-se mais adverso e frio quanto mais nos
deslocamos para Norte (no hemisfério Norte) ou para Sul (no hemisfério Sul).
Observação das cascas das árvores e da sua inclinação – De uma forma geral, a
casca das árvores é mais rugosa e fendida do lado que é mais batido pelas
chuvas e ventos, ou seja, o lado Norte (no hemisfério Norte) e o lado Sul (no
hemisfério Sul); Por outro lado, a inclinação das árvores indica-nos a direcção
do vento dominante ou mais intenso da região, que é geralmente o Norte (no
hemisfério Norte) e o Sul (no hemisfério Sul).
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[ORIENTAÇÃO]
Existem ainda outras observações menos comuns que se podem realizar, mas que
também se revelam bastante interessantes:




Observação dos Girassóis – Viram sempre a sua flor para o Sol.
Observação das Formigas – Constroem geralmente as entradas dos
formigueiros em locais resguardados dos ventos fortes do Norte (no hemisfério
Norte) ou do Sul (no hemisfério Sul)
Observação dos Caracóis – Têm geralmente tendência a procurar o lado Este e
Sul das árvores para subirem, pois são as orientações de maior exposição solar.
Observação dos Musgos e Fungos – Fungos como os cogumelos desenvolvemse mais facilmente em locais mais sombrios, ou seja, do lado Norte (no
hemisfério Norte) e do lado Sul (no hemisfério Sul).
Pontos de Referência - www.mammothmountain.com/docs/assets/june_mountain_01.jpg
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1.2. Observação do
Sol
Ao procurar formas de orientação em locais sem
grandes pontos de referência, o ser humano desde
cedo se virou para os astros e particularmente para o
Sol, devido ao seu carácter permanente ou frequente
no horizonte.
O Sol averyhenderson.files.wordpress.co
m/2008/12/solarinteraction1.jpeg
Existem vários métodos de orientação pelo Sol:
Método da Sombra da Vara





É um método pouco exacto e que apenas se pode utilizar de manhã ou de
tarde, quando a inclinação dos raios solares é considerável.
Recorre-se a uma vara, ou qualquer
outro objecto esguio e alto, visto que
apenas interessa a observação da
sombra criada. Espeta-se esse objecto
no solo.
Observando a sombra criada, assinalase o seu local no solo, no momento em
que a vara foi colocada.
Passados alguns minutos, a sombra
criada pela vara desloca-se e então
procede-se novamente à marcação do
local da sombra no solo.
Finalmente, ao unirmos as duas marcas
através de um segmento de recta, obtemos a direcção Este-Oeste.
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Método das Sombras Iguais






Este método é muito mais eficaz e exacto que o método anterior, mas revela-se
mais complexo e exigente na sua execução.
Deve ser aplicado por volta do meio-dia solar e a vara a
usar deve ser colocada no solo numa posição
totalmente vertical e de forma a fornecer uma sombra
de pelo menos 30 cm.
Observando a sombra criada, assinala-se o local da sua
ponta no solo.
Em seguida, utilizando uma corda atada a uma estaca
ou outro objecto delgado e à vara colocada no solo,
desenha-se um arco com centro na vara e raio igual ao comprimento da
sombra assinalada.
Com o passar do tempo, a sombra acaba por se deslocar e atinge o arco do lado
oposto ao assinalado anteriormente. Repete-se a marcação e unem-se as duas
marcas obtendo a direcção Este-Oeste.
Uma vez que a vara se encontra á mesma distância das marcas assinaladas, é
também possível assinalar a direcção Sul-Norte, tal como na figura que se
segue.
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Método do Relógio
Este método varia consoante a localização do utilizador e com a época do ano.

Para o Hemisfério Norte:
Mantendo o relógio na horizontal, com o visor
para cima, procura-se uma posição em que o
ponteiro das horas esteja na direcção do sol.
A bissectriz do menor ângulo formado entre o
ponteiro das horas e a linha das 12h define a
direcção Norte-Sul.

Para o Hemisfério Sul:
O método é semelhante, só que neste caso, a linha
das 12h é que fica orientada na direcção do Sol.
Da mesma forma, a bissectriz do ângulo formado
entre o ponteiro das horas e a linha das 12h define a
direcção Norte-Sul.

Para o horário de Verão:
No caso do horário de Verão em que o adiantamento
do horário do relógio em relação ao horário solar é
maior, deve-se dar o desconto correcto.
Existem dois processos principais: O primeiro consiste
em desviar um pouco a linha Norte-Sul para a direita;
O segundo processo, mais exacto e preciso, resume-se
a atrasar hora do relógio de modo a estar mais
próxima da hora solar (como no horário de Inverno).
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1.3. Observação da
lua
Tal como o Sol, a Lua, no seu movimento no céu, nasce a Leste, no entanto a hora em
que nasce depende da sua fase.
Por outro lado, a fase da Lua depende da posição do Sol, pois é consequência da
iluminação e sombra criada pela direcção dos raios solares.
Desta forma temos 4 fases lunares:
Para saber se a face iluminada está a “crescer” (a caminho da fase de Lua Cheia) ou a
“diminuir” (minguar), basta seguir a seguinte orientação:


Se a fase iluminada parece um “D” então está a “crescer” – Quarto Crescente
Se a fase iluminada parece um “C” então está a “diminuir” – Quarto Minguante
Para procedermos a uma orientação concreta basta termos em conta os seguintes
dados que informam sobre a relação entre a Direcção da Lua em função da Fase e
Hora:
HORA
12h
SE
E
NE
N
NO
O
SO
S
15h
S
SE
E
NE
N
NO
O
SO
18h
SO
S
SE
E
NE
N
NO
O
21h
O
SO
S
SE
E
NE
N
NO
24h
NO
O
SO
S
SE
E
NE
N
3h
N
NO
O
SO
S
SE
E
NE
6h
NE
N
NO
O
SO
S
SE
E
9h
E
NE
N
NO
O
SO
S
SE
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1.4. Observação das
estrelas
A orientação pelas estrelas é um dos métodos mais antigos de orientação praticados
pelo Homem, em várias civilizações e regiões do planeta.
Apesar de se basear num princípio simples, o método pode revelar-se algo complexo
de levar a cabo.
Baseando-nos na observação das estrelas, tudo o que temos de fazer para nos
guiarmos durante a noite é descobrir a Estrela Polar no céu, pois traçando uma linha
vertical imaginária até ao horizonte, obtemos a direcção Norte.
O problema reside contudo em identificar correctamente a Estrela Polar no seio de
milhares de estrelas visíveis num céu nocturno estrelado.
Existem contudo algumas formas de o conseguir:
 Constelação de Orion
A constelação de Orion é apenas visível durante o
Inverno, pois a partir de Abril desaparece a Oeste,
mas revela-se muito facilmente identificável. Esta
constelação apresenta a aparência de um homem,
cujos pés são as estrelas Saiph e Rigel e que possui
uma cintura (linha oblíqua de 3 estrelas) – Cinturão
de Orion - da qual pende uma espada (linha vertical
de 3 estrelas).
Traçando uma linha imaginária entre a estrela
central do Cinturão de Orion e as 3 estrelas da
cabeça do homem e prolongando pelo céu
estrelado, será então possível encontrar a Estrela
Polar.
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 Constelação da Ursa Maior, Ursa Menor e Cassiopeia
Se traçarmos uma linha imaginária que passe pelas duas “Guardas” da Ursa
Maior e a prolongarmos no céu estrelado iremos encontrar a Estrela Polar.
Por outro lado, prolongando uma linha imaginária entre a primeira estrela da
cauda da Ursa Maior e a Estrela Polar, vamos encontrar a constelação da
Cassiopeia. Desta forma podemos verificar se a posição da Estrela Polar foi bem
determinada anteriormente.
A figura seguinte elucida facilmente sobre o procedimento a seguir.
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1.5. Mapas
Um mapa é uma representação visual de uma área, fornecendo uma descrição
simbólica centrada nas relações entre os vários elementos dessa área, ou seja, podem
existir imensos tipos de mapas consoante a relação entre elementos evidente em cada
um deles.
Entre outros, um mapa pode ser:



Físico;
Político;
Humano.
De uma forma geral um mapa é um documento estático, uma representação exacta
bidimensional do ponto de vista geográfico, de um espaço tridimensional.
Existem também mapas dinâmicos e interactivos, por vezes até a 3 dimensões.
Qualquer mapa possui alguns elementos essenciais:




Título;
Orientação (relação entre a direcções do mapa e da bússola);
Legenda;
Escala (relação entre as dimensões representadas e as dimensões reais).
A escala de um mapa nem sempre pode ser tomada como exacta devido à forma
esférica do planeta Terra, ou seja, em mapas cuja região representada é pequena é
possível ignorar a curvatura do Planeta, mas em mapas que representem grandes
áreas do globo, são necessárias projecções da forma esférica/elipsoidal para o plano.
No entanto a impossibilidade de “espalmar” com exactidão uma esfera num plano
significa que as escalas de mapas de grandes regiões nunca são 100% exactos.
A Cartografia é o estudo e elaboração
de representações da superfície
terrestre sobre uma superfície plana,
ou seja, de mapas. Cartógrafo é a
designação atribuída ao indivíduo que
elabora mapas.
Antigo Planisfério comps.fotosearch.com/comp/VSL/maps/atlasbarroco-fundo_~09JN1708.jpg
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1.6. Bússola
A bússola (do italiano bussola) é um
instrumento de navegação de origem chinesa,
criado por volta do segundo milénio antes de
Cristo, em consequência da descoberta da
atracção polar. Este instrumento só chegou à
Europa por volta do séc. XI por via da
influência árabe.
A Bússola blig.ig.com.br/sergioazamb/files/2009/02/bussol
a.jpg
Este equipamento, composto por uma agulha magnética suspensa horizontalmente
sobre o centro de gravidade do objecto, permite identificar os pontos cardeais pois
indica sempre a direcção do Pólo Norte (geográfico), seguindo o campo magnético da
Terra.
A agulha da bússola está magnetizada de forma a ser atraída pelo Pólo Sul magnético e
repelida pelo Pólo Norte Geográfico. Ora, como o Pólo Sul Magnético se aproxima do
Pólo Norte Geográfico, a bússola permite ao utilizador concluir qual é a direcção Norte.
No séc. XIV, surgiu o modelo de bússola mais conhecido, pois foi integrado na
estrutura anteriormente descrita um desenho da Rosa dos Ventos.
No séc. XV deu-se a descoberta da Declinação (desvio de 9º no sentido inverso ao dos
ponteiro do relógio), ou seja, da diferença entre o Norte Magnético e o Norte
Geográfico, possivelmente pelos navegadores portugueses.
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Método de Utilização


A bússola deve ser colocada num plano horizontal para evitar incorrecções.
Deve ser feita a correcção magnética, ou seja não podemos esquecer que a bússola
indica o Sul Magnético e não o Norte Geográfico. Portanto, para se obter o Norte
Geográfico temos de acrescentar 9º à direcção indicada pela bússola.
Norte Geográfico
Sul Magnético
Equador
Norte Magnético
Todos os materiais metálicos criam um campo magnético de maior ou menor
intensidade, bem como qualquer circuito eléctrico.
O Campo Magnético da Terra - solar.physics.montana.edu/YPOP/Spotlight/Magnetic/Images/magnetic_earth.gif
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[ORIENTAÇÃO]
Para uma correcta utilização da bússola é necessário ter cuidado com a proximidade a
todos os objectos metálicos ou circuitos eléctricos, pois estes podem afectar a
exactidão da leitura, influenciando com o seu campo magnético o comportamento da
agulha magnética.
Na tabela que se segue é possível observar algumas distâncias a conservar aquando da
utilização da bússola.
Objecto
Distância
Linha de alta tensão
60 Metros
Camião
20 Metros
Fios telefónicos
10 Metros
Arame farpado
10 Metros
Carro
10 Metros
Machado
1,5 Metros
Tacho
1 Metro
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1.7. Azimute
Um azimute pode ser definido de uma forma simples como uma direcção definida em
graus, variando entre os 0º e os 360º.
A direcção de 0º corresponde ao ponto cardeal Norte. O ângulo definido aumenta no
sentido dos ponteiros do relógio tal como exemplificado na figura:
Azimute de 60º (graus)
Existem 3 tipos de azimutes:



Magnético – Medido a partir do Norte Magnético (com base na bússola)
Geográfico – Medido a partir do Norte Geográfico (direcção do Pólo
Norte)
Cartográfico – Medido com base nas linhas verticais da carta/mapa
Azimute Magnético:

Para a sua determinação é
necessário alinhar a mira da bússola
com o alvo e em seguida anotar a
medida do ângulo existente entre o
alvo e o Norte Magnético indicado
pela bússola
Os outros dois processos seguem um processo análogo, sendo que no caso do Azimute
Geográfico se anota o ângulo entre o alvo e o Norte Geográfico e no caso do Azimute
Cartográfico se regista o ângulo entre o alvo e as linhas verticais do mapa.
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1.8. GPS
GPS ou Global Positioning System é um sistema de navegação por satélite NorteAmericano, que fornece serviços de posicionamento, navegação e temporização em
todo o mundo de forma contínua, com quaisquer condições atmosféricas e sendo dia
ou noite.
Este sistema divide-se em 3 componentes principais:
 Segmento Espacial
o 24 Satélites distribuídos por 6 órbitas (4
satélites por órbita para se encontrarem
em linha de vista), a uma altitude de
22200 km.
o O tempo de uma volta completa ao
planeta é de 12 horas e portanto cada
satélite efectua duas voltas completas à
Terra por dia.
o Comunicação através de radiação
electromagnética de microondas.
o Cada satélite possui um relógio atómico e painéis solares.

Segmento de Controlo
o
o
5 estações de controlo terrestres, com sede em Colorado Springs, nos
Estados Unidos da América.
Cada estação controla a posição, velocidade e tempo (horas) dos
satélites, efectuando correcções se necessário.
Colorado Springs
Hawai
Kwajalein
Ilha da Assunção
Diego Garcia
Planisfério Terrestre – upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f3/World_map_blank_gmt.png
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
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Segmento do Utilizador
o
o
Receptor de GPS equipado com um relógio de quartzo.
Recebe e descodifica o sinal enviado por cada satélite, calculando
distâncias com base na velocidade da transmissão desses dados e do
tempo gasto no processo (v=dxt).
Funcionamento:



Recorre-se ao método da triangulação, em que o receptor de GPS determina a
sua posição em relação a 3 satélites (3 dimensões: Altura/Profundidade,
Comprimento e Largura).
A intersecção das 3 superfícies esféricas centradas em cada satélite origina 2
pontos para a possível localização do receptor, no entanto apenas um destes se
localiza na superfície terrestre, podendo-se desprezar o segundo.
Recorre-se ainda a um quarto satélite para reduzir as possibilidades de
ocorrência de erros.
O Planeta Terra – http://instructor.ecoscenesonline.com/PlanetEarth.jpg
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2.1. Orientação – O
desporto
Estando realizada a análise das várias formas de orientação como meios de
desenvolvimento e sofisticação da Humanidade, vamos agora passar ao seu estudo
como actividade lúdica e desportiva.
A Orientação é um desporto que tem como objectivo
percorrer uma determinada distância em terreno
desconhecido, de relevo variado e em que o atleta é
obrigado a passar por certos pontos no trajecto descrito
num mapa auxiliar, no menor tempo possível.
O Símbolo do Ponto de Controlo www.orienteering.org
O terreno e o relevo variam imenso, sendo que os percursos podem passar por:




Areia.
Floresta.
Rios.
Montanhas de relevo mais ou menos acidentado.
Na Orientação, a competição desportiva é conjugada com o lazer e o contacto com a
Natureza. Cada praticante segue o seu ritmo, pois pode escolher os desafios que quer
enfrentar e pode também fazê-lo na companhia de amigos ou conhecendo novas
pessoas. As provas podem ser realizadas de dia ou de noite.
Em competição, para conseguir a vitória, o objectivo é percorrer um determinado
percurso no menor tempo possível. Alguns factores vão influenciar o desempenho do
atleta como:





Capacidades físicas do atleta.
Facilidade na leitura dos mapas e interpretação das informações.
Escolha correcta dos itinerários.
Capacidade de adaptação ao terreno.
Rapidez na orientação espacial.
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[ORIENTAÇÃO]
Quem pode praticar?
Pessoas de todas as idades, sendo que existem percursos para principiantes.
Existem vários graus de dificuldade e distâncias, em função das capacidades técnicas e
da idade dos praticantes.
O desafio da Orientação i.bnet.com/blogs/orientation.jpg
Outros tipos de Orientação
Para além da Orientação tradicional pedestre existem ainda outras variantes deste
desporto:




Orientação em BTT (Bicicleta Todo-o-Terreno).
Orientação em Ski.
Corridas de Aventura.
Trail Orienteering (específico para deficientes motores).
Cada uma destas variantes será em seguida analisada.
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[ORIENTAÇÃO]
2.2. Regras Gerais
da Orientação

Em cada prova de orientação, o atleta recebe um mapa onde é visível o
percurso a seguir na competição.

Este percurso é constituído por uma partida, uma sequência de pontos de
controlo (assinalados por círculos) e uma chegada.

Os pontos de controlo são “balizas” (prismas de cor laranja e branca) onde se
encontra um pequeno picotador. Ao picotar o seu cartão de controlo
(documento de comprovação de passagem pelos pontos de controlo), o atleta
pode demonstrar que passou por um determinado ponto obrigatório do
percurso. Nos últimos anos, este documento veio a ser substituído por um
novo sistema baseado num chip electrónico.

A grande inovação deste desporto é que o participante pode escolher o
itinerário que realiza, desde que cumpra todos os pontos de controlo, ou seja,
o percurso entre cada ponto de controlo é totalmente livre.

Para além do mapa, a bússola é o único instrumento auxiliar de orientação que
os desportistas podem utilizar durante as competições.
Praticante de Orientação www.escoteiros.net/site/images/orientacao_
1.jpg
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[ORIENTAÇÃO]
2.3. Orientação em
BTT
A Orientação em BTT é uma variante da Orientação Desportiva tradicional em que os
atletas se fazem transportar através de uma bicicleta de todo-o-terreno (BTT) numa
competição de resistência que atrai tanto os adeptos da Orientação Desportiva
normal como os adeptos de Ciclismo.
Para além dos desafios postos pela Orientação em si, os participantes precisam ainda
de possuir excelentes qualidades técnicas em ciclismo de montanha, nomeadamente
percursos de subidas ou descidas íngremes.
Os mapas acompanham os atletas durante o percurso pois são fixados a um suporte
no selim da bicicleta.
Ao contrário da Orientação tradicional os atletas não possui liberdade total entre os
pontos de controlo, ou seja, não podem abandonar os trajectos previamente
definidos.
Desta forma o grande desafio de orientação concreta consiste em escolher o percurso
adequado em todas as hipóteses.
Símbolos presentes num mapa
de Orientação en.wikipedia.org/wiki/File:Map
_simbol.jpg
Regras de Orientação em BTT:

Os participantes têm de seguir sempre pelos trilhos definidos. Se os
abandonarem terão de transportar a bicicleta com ambas as rodas no ar.

Os mapas geralmente são menos detalhados que na orientação tradicional.

Os mapas têm uma legenda suplementar para classificar os trilhos quanto à
sua largura e transitabilidade.

Os participantes nunca podem abandonar a sua bicicleta com pena de
desclassificação.
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[ORIENTAÇÃO]
2.4. Orientação em
Ski
A Orientação em Ski é um desporto de Inverno de resistência e como variante da
Orientação Desportiva tradicional possui algumas semelhanças mas também
diferenças com o seu género “progenitor”.
Esta vertente requer um elevado nível de preparação física tendo em conta as
exigências da prática de Ski.
Esta prática desportiva requer algumas especificidades em relação ao material
necessário:



Vestuário adequado a baixas temperaturas;
Equipamento de Ski;
Suporte para mapa que é fixo ao peito.
São utilizados mapas padrão de orientação com
algumas diferenças:
 Menor detalhe em comparação aos
mapas padrão (maior escala).
 Áreas pintadas em tonalidade verde
assinalam os percursos e caminhos cobertos de
neve.
Mapa de Orientação em Ski en.wikipedia.org/wiki/File:Orien
teringskort_bygholm_2005_det
ail.jpg
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2.5. Corridas
Aventura
de
As Corridas de Aventura são uma versão alternativa à Orientação Desportiva normal.
Apesar de se basearem igualmente no conceito de percurso a percorrer no menor
tempo possível e passando por pontos de controlo, acrescentam, para além da
dimensão colectiva (prática em equipa), uma nova dimensão que traz um enorme
dinamismo a este desporto: utilização de vários meios de locomoção.
É relevante referir que nenhum dos meios de locomoção a usar pode ser de natureza
motorizada.
Em certas ocasiões, os desportistas são ainda confrontados com outros desafios de
perícia como Tiro com Arco, Jogos Tradicionais e Team Building (conjunto de
actividades destinadas a melhorar o entrosamento de uma equipa).
Meios de Locomoção:






Pedestre.
Bicicleta.
Nado.
Canoa.
Vela.
Cavalo.
Por vezes também é requerido aos participantes o recurso a outras vertentes
desportivas
como
a
escalada/montanhismo,
em
progressões
verticais/subterrâneas/subaquáticas ou em passagens aéreas com recurso a cordas ou
cabos.
Descrição das Provas:
As provas rondam os 150 km de distância total e uma duração que varia entre 16 e 22
horas de tempo efectivo de prova. São constituídas por um conjunto de etapas
independentes, em regime de tempo corrido, nas quais equipas terão de visitar o
maior número de postos de controlo durante esse tempo. O percurso entre os pontos
de controlo é da escolha da equipa
É fornecido um mapa com a zona de partida e chegada e os respectivos pontos de
controlo devidamente assinalados. A realização da etapa é feita pela equipa em
autonomia total.
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2.6. Trail
Orienteering
O Trail Orienteering é uma vertente da Orientação Desportiva, modificada de forma a
que pessoas portadoras de deficiências motoras também possam participar neste
desporto.
Para atingir este objectivo, o Trail Orienteering elimina totalmente o elemento de
velocidade no solo.
Para contrapor a esta modificação, a vertente de interpretação
de mapas apresenta um maior grau de dificuldade. Apesar de
estar orientada especificamente para pessoas portadoras de
deficiência motora, esta forma de Orientação Desportiva pode
ser praticada por qualquer pessoa.
Símbolo do Trail Orienteering www.trailo.org
Regras de Trail Orienteering:
Tendo em conta que não existe contagem de tempo nesta vertente, surgiu a
necessidade de definir uma nova forma de processar a competição entre os
participantes.
Desta forma, definiu-se o seguinte método:




Ao chegar a um ponto de controlo, o participante é confrontado com uma
questão de descrição em relação à localização desse ponto de controlo com até
5 hipóteses de resposta.
Cada hipótese contém uma descrição diferente e por vezes nenhuma das
opções disponíveis corresponde a uma descrição correcta.
O vencedor da prova será aquele que responder a um maior número de
questões acertadamente.
Para efeitos de desempate, mede-se o tempo que os participantes demoram a
responder às questões colocadas.
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2.7. História da
orientação
No mundo:
A Orientação nasceu em 1850 como entretenimento para as tropas dos meios
militares Escandinavos.
A dinamização da Orientação como actividade desportiva organizada deu-se pela
primeira vez em Bergen, na Noruega, em 1987.
No entanto, esta prática só ganhou uma dimensão desportiva por acção do Major
Killander. Este líder escoteiro sueco levou a Orientação desportiva a dar os primeiros
passos no ano de 1912.
Bandeira da Suécia www.islandvulnerability.org/sw
edenflag.jpg
Ernst Killander, baseou-se na prova da maratona, desdobrando-a em 3 partes e
conjugando-a com uma componente de leitura do mapa e compreensão da orientação
a seguir.
Perante a entusiástica adesão de praticantes jovens à modalidade recém-criada, criouse o primeiro Campeonato Nacional de Orientação da Suécia em 1922.
Alguns acontecimentos relevantes:




Expansão da orientação por todo o mundo após a 2ª Guerra Mundial em 1945.
Em Copenhaga é criada a Federação Internacional de Orientação (IOF) por 11
países, em 1961.
Em 1966 é organizado o primeiro campeonato do mundo na Finlândia.
A Orientação é reconhecida como desporto olímpico em 1977.
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[ORIENTAÇÃO]
Em Portugal:
A Orientação é um desporto recente
em Portugal apesar da sua longa
história.
O seu nascimento remonta a 1973,
quando pelas mãos de militares
portugueses foi dinamizado o primeiro
campeonato das Forças Armadas em
Mafra.
No entanto só em 1987 com a formação da Associação Portuguesa de Orientação
(APORT), começaram a ser desenvolvidos os primeiros encontros para a prática deste
desporto.
A Federação Portuguesa de Orientação foi criada em 1990, permitindo ao nosso país
passar de apenas espectador para um interveniente activo nesta modalidade,
participando em vários campeonatos do mundo.
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BIBLIOGRAFIA
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
Educação Fisica 10/11/12 - Porto Editora - Paula Romão, Silvina Pais
Diciopédia 2003 – Porto Editora
11F Física e Química A - Texto Editores 2008 - Graça Ventura, Manuel Fiolhais,
Carlos Fiolhais, João Paiva, António José Ferreira.
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WEBGRAFIA
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
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


http://i.bnet.com/blogs/orientation
http://en.wikipedia.org
http://www.cne-escutismo.pt/recursos/orientacao.htm
http://www.stevennoble.com/main.php?g2_view=core.DownloadItem&g2_ite
mId=2058&g2_serialNumber=2
http://www.fpo.pt
http://www.portugalecoaventura.pt/pea.php
http://www.escoteiros.net
http://www.trailo.org/
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[ORIENTAÇÃO]
“Nunca
andes pelo caminho
traçado,
pois
ele
conduz
somente até onde os outros já
foram”
Alexandre Graham Bell
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