Prevalência de vaginose bacteriana e candidíase vulvovaginal em mulheres vivendo com HIV/aidsem serviço ambulatorial especializado de infectologia Silvania Estevão dos Santos, Prof. Dra. Marli Teresinha Cassamassimo Duarte, Maisa Vitória Gayoso, Carina Grespi Bueno,Raissa Janine de Almeida. Campus Botucatu, Faculdade de Medicina de Botucatu, curso de graduação em Enfermagem. E-mail: [email protected] Palavras-Chave: HIV/aids; vaginose bacteriana;candidíase vulvovaginal Introdução Após 30 anos de sua descoberta, a AIDS continua sendo um problema de saúde pública em todo o mundo. Globalmente a AIDS é a 5ª principal causa de morte, e a principal causa em mulheres entre 15 e 49 anos. Atualmente, 34 milhões de pessoas vivem com AIDS, sendo que a metade são mulheres. As doenças sexualmente transmissíveis (DST) e outras infecções do trato genital, como a vaginose bacteriana e a candidíase têm sido relacionadas à susceptibilidade aumentada à infecção pelo HIV e ao maior risco potencial de 1,2 transmissão Um dos principais motivos para uma mulher infectada pelo HIV procurar serviços de saúde parece ser o desenvolvimento de infecção ginecológica. Candidíase recorrente, infecção genital crônica pelo vírus do herpes, doença inflamatória pélvica, e sífilis podem ser manifestações iniciais de mulheres HIVsoropositivas, que justificam a pesquisa do vírus 3 naquelas com status sorológico desconhecido. Objetivos Estimar a prevalência de vaginose bacteriana e candidíase vulvovaginal em mulheres infectadas pelo HIV/aids,atendidas em serviço ambulatorial especializado de infectologia. Material e Métodos Estudo transversal e descritivo desenvolvido no Serviço de Ambulatórios Especializados de Infectologia “Domingos Alves Meira”, vinculado a uma universidade pública. Foram incluídas 100 mulheres infectadas pelo HIV/aids atendidas em Consulta de Enfermagem no período de Fevereiro de 2013 a Junho de 2014. As variáveis do estudo incluíram: Idade, cor, escolaridade, estado civil, procedência, forma de infecção pelo HIV/aids, contagem de linfócitos, T CD4+ e uso de terapia antiretroviral. Os dados foram obtidos por meio de consulta aos prontuários das pacientes e analisados por meio da estatística descritiva. Resultados e Discussão A mediana de idade das 100 pacientes investigadas foi de 43 anos (15 – 74 anos) e a de anos de estudo concluídos de 7,78 anos (0–15), demonstrando baixa escolaridade. A maioria delas era branca (66%) e 48% eram casadas ou em XXVICongresso de Iniciação Científica união estável. As mulheres investigadas procediam de 29 municípios do interior do Estado de São Paulo. Da população estudada, 15% ignoravam sua forma de infecção; 82% tiveram relação com parceiro infectado; 2% adquiriram o vírus por transmissão vertical e 1% através do uso de drogas injetáveis. A mediana das contagens de linfócitos T 3 CD4+ foi de 608 células/mm , sendo que 82% apresentavam contagem de células T CD4+ acima 3 de 350/mm . A prevalência de microbiota vaginal alterada, foi de 44%, sendo a vaginose bacteriana a alteração mais prevalente (42%). A prevalência de candidíase vaginal foi de 2%. De acordo com as variáveis sociodemográficas, as mulheres com vaginose bacteriana e candídíase e sem estas condições tinham condições semelhantes de faixa etária, cor da pele e anos de aprovação escolar. Dentre as mulheres com Candidíase Vaginal e Vaginose Bacteriana, a maioria era solteira, separada e viúva (65,91%). Um estudo realizado pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, foi observado um grupo de mulheres infectadas pelo HIV, houve maior prevalência de candidíase vaginal (29,7%), comparada a vaginose bacteriana (26,6%), o que o diferencia de nosso trabalho, já 4 que aqui houve maior prevalência de vaginose. Em outro trabalho, realizado na Universidade Federal de Pelotas, mostrou-se que a prevalência de vaginose bacteriana é maior em relação a candidíase, que é o mesmo resultado a que 5 chegamos aqui Conclusões A alta prevalência de alteração de microbiota vaginal, com destaque para a VB demonstra a importância do rastreio periódico e regular de infecções do trato genital inferior entre mulheres vivendo com HIV/aids, uma vez que estas podem favorecer a transmissão do HIV aos seus parceiros não infectados. _________________ 1 Helfgott A, Eriksen N, Bundrick M, Lorimor R, Eckhount V. Vaginal infections in human immunodeficiency vírus-infected women. Am J Obstet Gynecol. 2000;183:347-55. 2 Duerr A, Heilig CM, Meikle SF, Cu-Uvin S, Klein RS, Rompalo A, et al. Incident and persistent vulvovaginal candidiasis among human immunodeficiency virus-infected women: risk factors and severity. Obstet Gynecol. 2003;101:548-56. 3Sobel JD. Gynecologic infections in human immunodeficiency virus-infected women. ClinInfectDis 2000; 31:1225-33. 4OLIVEIRA, Paula Matos et al. Vulvovaginitesemmulheresinfectadaspelovírus da imunodeficiênciahumana. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [online]. 2008, VOL.30, n.3, pp. 121-126. Epub Feb 29, 2008.ISSN 0100-7203. 5Rosenthal, MR et al. Associação entre índice de célula CD4 e alteraçõesginecológicasemmulheres HIV positive. DST – J Bras Doenças Sex Transm 2008; 20(2): 104-107.