Dados: Fechamento em 08/07/2016. = :Tendência de alta/baixa/estabilidade em relação ao fechamento em 01/07/2016. SITUAÇÃO GLOBAL Revisão dos dados de crescimento econômico da Argentina No contexto de revisão das estatísticas oficiais iniciada pelo governo Macri, foram divulgados, em 29 de junho, revisão da série histórica oficial do PIB entre 2004 e 2014, os resultados referentes a 2015 e ao primeiro trimestre de 2016. Com os novos cálculos do "Instituto Nacional de Estadísticas Y Censo" (INDEC), o crescimento do PIB acumulado entre 2004 e 2014 caiu de 62,9% para 45,1%, com a maior correção nos anos de 2009 (crescimento original de 0,1% contra queda de -6%, no valor revisado) e 2012 (+0,5% original, contra -2,6% revisado). Para 2015, o INDEC divulgou crescimento do PIB de 2,4%. Segundo os novos cálculos, a maior expansão em termos de participação no PIB foi a do setor financeiro, que alcançou 84%, em termos reais, desde 2004. Entre os setores com pior desempenho no período, estão o agropecuário (crescimento de 34%) e mineração (queda de 3,8%). A taxa de crescimento trimestral interanual diminui gradualmente desde o segundo trimestre de 2015, passando de 3,7%, naquele trimestre, para 0,5% no primeiro trimestre de 2016. Entre os fatores que levaram a esse resultado estão a queda do consumo pela perda do poder aquisitivo dos salários; redução do gasto público; e estagnação dos investimentos, principalmente na construção civil. Projeções para a inflação no Japão O Banco do Japão (BoJ) publicou relatório compilado a partir de estimativas elaboradas por grandes companhias e conglomerados japoneses, que prevê a oscilação dos preços e da inflação no Japão ao longo dos próximos 5 anos. De acordo com o relatório, estima-se que a inflação anual terá aumento de 1,1% até 2021, menor inflação projetada pelo setor privado desde 2014. Tal aumento, caso se concretize, se situa muito abaixo da meta do BoJ de 2% de taxa de inflação anual até 2018. O índice anualizado de preços aos consumidores no Japão caiu 0,4% em maio. Foi o terceiro mês consecutivo de queda no índice (-0,1 em março e -0,3% em abril), resultado que reverteu todo o crescimento da taxa observado desde o início do programa de estímulos do BoJ, em 2013. Analistas locais atribuem o pessimismo dos empresários japoneses à percepção de que as políticas de estímulo fiscal e monetário empreendidas pelo BoJ já atingiram seu limite: mesmo que o BoJ volte a recorrer a medidas de estímulo quantitativo e qualitativo, para o economista Yasunari Ueno, "não existe um eixo forte e sustentado de crescimento econômico no Japão atual", o que é agravado pelo contexto econômico internacional, ainda mais incerto após o "Brexit". Comércio Brasil-China Superávit comercial do Brasil com a China no primeiro semestre de 2016 subiu mais de 400% em relação ao mesmo período de 2015. De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MICS), no primeiro semestre de 2016 a corrente de comércio Brasil-China montou US$ 31 bilhões – queda de 12% em relação ao mesmo período de 2015. As exportações para a China aumentaram 7%, enquanto as importações do país asiático caíram 33%. O saldo comercial bilateral, assim, encerrou o semestre em superávit de US$ 8,6 bilhões para o Brasil, resultado muito superior ao US$ 1,7 milhão verificado no primeiro semestre de 2015. Cabe ressaltar que o superávit deve-se mais à queda nas importações oriundas da China, em contexto de desaceleração da economia brasileira, do que ao aumento das exportações brasileiras, no quadro da queda nos preços das principais commodities exportadas pelo Brasil. FMI DEFENDE A REALIZAÇÃO DE REFORMAS NA ÁFRICA DO SUL Relatório produzido pelo FMI por ocasião das consultas sob o Artigo IV com a África do Sul aponta para a necessidade de reformas na economia sul-africana. O relatório mostra que a desigualdade de renda e o desemprego permanecem entre os maiores do mundo. As taxas de crescimento da economia têm diminuído nos últimos anos. Em 2015, a África do Sul foi atingida por uma série de choques econômicos, tais como a desaceleração da China e a queda nos preços das commodities, além da gradual normalização da política monetária nos EUA. No âmbito doméstico, mudanças como a da liderança no Tesouro Nacional, em dezembro, entre outras, abalaram a confiança e aumentaram as incertezas. A seca severa enfrentada pela África subsaariana reduziu significativamente a produção agrícola e impactou o abastecimento energético do país. O relatório indica a desaceleração do crescimento para 1,3% em 2015, o menor desde a crise financeira global, e projeta 0,1% de crescimento em 2016, equivalente ao segundo ano de queda na renda per capita. Em tal cenário, a tendência é de aumento da já elevada taxa de desemprego no médio prazo. <http://www.imf.org/external/pubs/ft/survey/so/2016/car070716a.htm> PUBLICAÇÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS "FAO-OCDE: Agricultural Outlook 2016-2025" O relatório indica o provável fim da era de preços elevados para as principais culturas agrícolas. O preço da carne cai desde 2014, os preços de lácteos continuam em queda desde 2013, e o preço das commodities agrícolas caiu ainda mais desde 2012. Entre os principais fatores que contribuíram para a queda dos preços, estão o crescimento da oferta e a desaceleração da demanda, devidos ao cenário de recessão econômica, aos preços do petróleo mais baixos e à maior formação de estoques. Em cenário de redução do crescimento global, projeta-se que o crescimento do comércio agrícola, no período, será metade do da década anterior. O relatório destaca que, como poucos países são abundantes em recursos naturais, aumenta a importância do comércio para a segurança alimentar global. Nos produtos avaliados em detalhe pelo relatório (cereais, oleaginosas, açúcar, carne, lácteos, pesca, biocombustíveis e algodão), os cinco principais exportadores respondem por 70% das exportações mundiais. Do lado da demanda, há menor concentração, com tendência a maior dependência de importação de alimentos por parte de regiões pobres em recursos, especialmente no norte de África e no Oriente Médio. O relatório traz, ainda, capítulo especial sobre o desenvolvimento do mercado agrícola na África subsaariana. <http://www.fao.org/3/a-i5778e.pdf> Análise da proposta da CE para o capítulo de investimentos na TTIP (FES) A Fundação "Friedrich Ebert Stiftung" (FES) avaliou a proposta recente da Comissão Europeia para o capítulo de investimentos da Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP). Segundo a avaliação, a proposta da Comissão não representa avanço significativo em relação ao regime existente de proteção de investimentos. Como todos os acordos de proteção de investimentos, a proposta da Comissão baseia-se na premissa fundamental de que investidores estrangeiros necessitam de proteção especial e que o recurso legal a tribunais nacionais não é suficiente. Tal abordagem estabelece um regime legal que concede direitos adicionais aos investidores estrangeiros e, portanto, continua a oferecer aos investidores estrangeiros privilégios processuais e materiais sem contrapartida concreta de obrigações. Para os autores, a ideia da UE de estabelecer um sistema de tribunais de investimentos bilaterais corrige certos déficits processuais presentes no sistema de arbitragem vigente, dando maior transparência e criando um painel permanente de juízes, porém sem garantias institucionais de completa independência judicial. <http://library.fes.de/pdf-files/bueros/bruessel/12662.pdf >