EFEITO DE LUMINOSIDADE NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE

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EFEITO DE LUMINOSIDADE NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE
MUDAS DE Lonchocarpus subglaucescens
Rezende, Alano José
Discente do curso de Engenharia Florestal
Oliveira, Carolina Pirajá de
Docente do curso de Engenharia Florestal
Gonçalves, Frederico Ozanam de Moraes
Docente do curso de Engenharia Florestal
RESUMO
O presente trabalho foi realizado com objetivo de avaliar o comportamento inicial de plantas de
Lonchocarpus subglaucescens em função de diferentes níveis de sombreamento. Inicialmente após a
semeadura foram submetidas a quatro tratamentos a níveis de sombreamento, sendo pleno sol, 50%
de sombreamento, 70% de sombreamento e sombreamento natural. O desenvolvimento das mudas
foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado com 10 repetições, sendo cada planta
considerada como uma repetição. Foram avaliados a altura da planta, diâmetro de colo e numero de
folhas. O crescimento inicial de Lonchocarpus subglaucescens foi tendo melhor desenvolvimento dos
parâmetros avaliados em condições de 70% de sombreamento. A condição de 70% de
sombreamento pode ser recomendada para formação de mudas de Lonchocarpus subglaucescens
devido o seu melhor desempenho em altura da planta, diâmetro do colo e numero de folhas.
Palavra–chave: Níveis de sombreamento,adaptação, fotossíntese
ABSTRACT
This work has been accomplished with the purpose of evaluing the initial behavior of Lonchocarpus
subglaucescens according levels of shading. Initially right after the sowing, they were submitted to four
levels of shading, right under full sun light, 50% shading, 70% shading and natural shading. The
development of the seedlings was conducted in delineation fully randomized with 10 repetitions, and
each plant was considered as a repetition. The initial growing of the Lonchocarpus subglaucescens
got a better development of the parameters evaluated in 70% shading condition. The 70% shading
condition may be recommended for the formation of seedlings of the Lonchocarpus subglaucescens
due to its best in height performance of the plant, colon diameter and number of leaves.
Key – word: Shading levels, adaptation, photosynthesis
1 INTRODUÇÃO
Lonchocarpus subglaucescens Mart. ex Benth uma espécie florestal nativa de
médio porte conhecida como embira de sapo em São Paulo e timbó no Paraná,
grande efeito decorativo durante sua floração, ocorre predominantemente no Paraná
estendendo se para Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro
pertencente ao grupo ecológico das espécies secundárias tardias tolerantes à
sombra. (LORENZI, 2002).
Esta espécie tem sido recomendada para plantios mistos em programas de
recuperação de áreas degradadas, ambientes perturbados, matas ciliares e na
recomposição vegetal (LORENZI, 2002).
2
O presente trabalho trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da luz no
crescimento de mudas nativas de Lonchocarpus subglaucescens Mart. ex Benth, em
sua fase inicial de produção bem como inferir sobre seu grau de tolerância e
desenvolvimento à sombra.
2 MATERIAL E MÉTODOS.
2.1 MATERIAIS UTILIZADOS
Utilizando sementes provenientes de frutos coletados em árvores nativas
localizadas na cidade de Ribeirão Grande – SP, na Floresta Estacional
Semidecidual.
Foi feita a semeadura em tubetes de 12,5 cm de comprimento, 3cm de
diâmetro e espaço cúbico de 55cm³, contendo substrato, em seguida foi instalado
um experimento em delineamento inteiramente casualizado que é um método mais
simples usando apenas os princípios da casualização e repetição, assim sendo
empregado
quando
as
condições
experimentais
são
consideradas
homogenias;buscando homogeneidade ou heterogeneidade nos experimentos, o
delineamento experimental com visão econômica em função da necessidade de
determinar os tratamentos que proporcionam melhor e maior produtividade
(FERREIRA & BORGHETTI, 2004).
Foram estabelecidos quatro tratamentos a níveis de luz observando o
crescimento das plantas.
Os níveis de 50% de sombreamento e 70% de sombreamento foram obtidos
com o uso de telas de polipropileno preto “sombrite”, enquanto o sombreamento
natural foi obtido sob um dossel fechado de uma floresta que serve de quebra vento
no viveiro onde foi realizado o experimento, com redução de cerca de 80 a 87% da
luminosidade natural.
Utilizando instrumentos para coleta de dados, paquímetro para medir
diâmetro do colo e régua graduada para medir altura das plantas.
2.2 TRATAMENTOS
3
Foram estabelecidos os seguintes tratamentos, Pleno sol, 50% de
sombreamento, 70% de sombreamento e sombreamento natural, cada tratamento
foi constituído de 96 plantas, sendo utilizadas 10 plantas em cada uma das
avaliações realizadas no intervalo de 15 dias, as plântulas foram utilizadas para
coleta dos dados iniciais de crescimento para avaliação das variáveis, altura da
planta (AP), diâmetro do colo (DC) e número de folhas (NF).
Na figura1 apresentada a seguir, pode - se observar o tratamento que foi
realizado a Pleno Sol, onde as sementes foram submetidas a hidratação e expostas
a 100% a luz solar.
Figura 1: Tratamento a pleno sol.
Na figura 2 a seguir, observa - se o tratamento que foi realizado com 50% de
sombreamento artificial, as sementes foram submetidas a hidratação durante o
experimento.
4
Figura 2: Tratamento 50% de sombreamento.
A figura 3 abaixo demonstra o tratamento realizado a 70% de sombreamento
artificial, onde as sementes foram hidratadas e recebendo apenas 30% de luz solar
Figura 3: Tratamento 70% de sombreamento.
Na figura 4 observa - se o tratamento com sombreamento natural, localizados
dentro de uma floresta com sombreamento de 80 a 87%, as sementes foram
hidratadas e apresentando o melhor resultado em altura da planta.
5
Figura 4: Tratamento em sombreamento natural
2.4 DELINEAMENTO ESTATÍSTICO
Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F, sendo as
médias dos tratamentos aos 105 dias após a semeadura, comparadas pelo teste de
Tukey a 1% de probabilidade (PIMENTEL, 1984).
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As plantas mantidas ao sombreamento natural foram as que apresentaram
maior altura (AP), seguidas das plantas mantidas sob 70% de sombreamento porém
não houve diferença significativa entre estes tratamentos conforme o figura 1 e
tabela 1.
Estudos de crescimento inicial de Euterpe edulis em condições luminosas
diferentes, foi observado que plantas sob forte sombreamento apresentaram em
relação as plantas sob maior nível de luz, menores taxas de crescimento (
NAKAZONO et al, 2001 citado por ALMEIDA et al, 2005).
E plantas mantidas em 50% de sombreamento apresentaram baixo índice em
altura e por ultimo plantas mantido a pleno sol tiveram altura abaixo da média dos
demais tratamentos.
6
Outras espécies florestais como Amburana cearensis, Tabebuia avellanedae
e Erythrina speciosa tiveram maior crescimento em altura submetida em tratamentos
com redução de luminosidade (ENGEL & POGGIANI, 1990).
Estudo realizado com a espécie Zeyhera tuberculosa mostra que quanto
maior for sombreamento mais terá probabilidade de estiolamento da muda, isso
ocorre devido a competição por luminosidade (ENGEL et al, 1990).
Espécie como Clitoria fairchildiana,teve incremento em altura maior a sol
pleno, evidenciando que é uma espécie não tolerante à sombra e/ou exigente de luz,
assim essa espécie teve um menor crescimento em altura da parte aérea com base
em 50% de sombreamento e outra espécie Peltophorum dubium parece não ser
sensível aos diferentes tratamentos de sombreamento para incremento em altura,
com bom comportamento em intensidade luminosa reduzida e também sobe céu
aberto (PORTELA et al, 2001).
Estudos mostram que mudas de Platycyamus regnelli tem grande facilidade
em se adaptar em ambientes
com luminosidades distintas (SCALON &
ALVARENGA, 1993).
Altura da Planta
16
15
14
13
12
11
10
AP 9
8
(cm) 7
6
5
4
3
2
1
0
P.S
70%
50%
S.N
15
30
45
60
75
90
105
Tempo (dias)
FIGURA 1:Altura da Planta.
TABELA 1: Resultado do teste de Tukey a 1% de probabilidade referente a altura da
planta.
TRATAMENTOS
Média
7
Sombreamento
Natural
70% de
Sombreamento
50% de
Sombreamento
Sol Pleno
12,06 A
11,00 A B
9,54
6,91
B
C
Médias seguidas da mesma letra não diferenciam entre si para o diâmetro do
colo (DC) plantas sob sombreamento natural apresentaram os menores valores
médios, não havendo diferença significante entre plantas a pleno sol, 50% de
sombreamento e 70% de sombreamento conforme mostra o figura 2 e tabela 2.
Quanto mais tempo as plantas ficam sobre sombreamento mais se ganha em altura
e na área foliar, a redução no diâmetro do coleto é um fator desfavorável pois
acredita se que implica em uma redução da massa seca do sistema radicular
(FONSECA et al, 2002).
Mudas produzidas a plena luz serão mais adequadas, por apresentar um
maior diâmetro de colo e provavelmente um sistema radicular melhor desenvolvido
(ENGEL et al, 1990).
Diametro do Colo
0,35
0,3
P.S
0,25
70%
0,2
DC
(cm) 0,15
50%
S.N
0,1
0,05
0
15
30
45
60
75
90
105
Tempo (dias)
FIGURA 2: Diâmetro do colo.
TABELA 2: Resultado do teste de Tukey a 1% de probabilidade referente ao
diâmetro do colo.
TRATAMENTOS
Média
8
70% de
Sombreamento
50% de
Sombreamento
Sol Pleno
Sombreamento
Natural
0,278 A
0,274 A
0,263 A
0.226
B
Médias seguidas da mesma letra não diferenciam entre si em numero de
folhas (NF) tratamento em sombreamento natural foi o que obteve o menor número
de folhas, e o tratamento a 70% de sombreamento foi o qual teve maior numero em
relação aos outros tratamentos conforme o figura 3 e tabela 3.
Com base nos resultados, pode-se sugerir que Lonchocarpus subglaucescens
é tolerante ao sombreamento. Portanto supõe-se, então, que em condições naturais
apresentaria melhores chances de regeneração sob a cobertura da floresta,
tolerando, inclusive, intensidades luminosas bastante reduzidas sob dossel fechado.
Numero de Folhas
14
12
P.S
10
NF
70%
8
50%
6
S.N
4
2
0
15
30
45
60
75
90
105
Tem po (dias)
FIGURA 3: Numero de folhas.
TABELA 3: Resultado do teste de Tukey a 1% de probabilidade referente ao
numero de folhas.
TRATAMENTOS Média
70% de
Sombreamento
7,43 A
9
50% de
Sombreamento
Sol Pleno
Sombreamento
Natural
6,86 A B
4,71
B
3,43
C
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas
condições
em
que
este
trabalho
foi
realizado,
Lonchocarpus
subglaucescens teve a capacidade de se adaptar em ambientes diferentes, de
maneira eficaz seu comportamento fisiológico, para maximizar a aquisição de luz.
Portanto, recomenda-se a produção de mudas desta espécie em viveiros
sobre 70% de sombreamento.
Sendo
uma
espécie
secundária
os
resultados
apresentados
foram
satisfatórios. Conclui – se que a espécie tem um melhor desenvolvimento à sombra.
Os projetos de reflorestamento devem ser elaborados de maneira com que
essa espécie secundária tardia seja implantada à sombra devido seu bom
desenvolvimento.
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