Relatório VER SUS Belo Horizonte – Simone Peixoto Com imenso

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Relatório VER SUS Belo Horizonte – Simone Peixoto
Com imenso prazer participei do VER SUS, foi uma semana de muito
conhecimento e quebra de preconceitos. Durante a vivência conhecemos
diversos dispositivos do SUS-BH, da atenção primária a atenção terciária. Em
cada dispositivo conhecido mais encantada ficava com a experiência.
Conheci o Centro de Educação em Saúde, e neste complexo tem uma UBS, o
centro Municipal de Oftalmologia, neste local também realiza o programa de
educação continuada, processo esse essencial para o aprimoramento do
servidor da saúde.
Outro dispositivo que fiquei encantada com o trabalho realizado foi o NUPAD,
onde realiza o Programa de Triagem Neonatal no Estado de Minas Gerais.
Através do teste do pezinho e identificado alguma doença congênita, como
anemia falciforme, fenilcetonúria. Após o diagnostico é oferecido todo o
tratamento e acompanhamento ao longo da vida deste paciente. O NUPAD
sempre capacita os profissionais que realizam a coleta para o diagnostico seja
preciso. Mais uma vez o aprimoramento do servidor em saúde é essencial para
um serviço de qualidade. Durante a palestra foi percebido muito entusiasmo
pela coordenadora e isto no faz perceber que á muito amor envolvido neste
trabalho e pela qualidade do serviço o NUPAD é referência me Minas Gerais.
Visitei a UPA Barreiro e durante a visita percebi que á uma grande fragilidade
referente à estrutura física, a unidade não consegue comportar todos os
usuários. Conversamos com a gerente e ela nos disse que a epidemia de
dengue está fazendo com que á uma superlotação e outra justificativa é que
vários usuários que não são demanda da UPA. Como a UPA é porta aberta, a
equipe de triagem não pode voltar o paciente para sua residência, por isso
alguns pacientes demoram em torno de 10horas para ser atendido.
Infelizmente ainda a população desacredita do centro de saúde. Pois muitos
alegam que no centro não tem médicos e além do mais a população ainda tem
a mentalidade centrada no hospital. O centro de saúde não consegue fidelizar
o usuário, por isso á uma maior necessidade de educação para que a
população entenda a importância do centro de saúde, pois o centro é a porta
de entrada para a rede SUS. A UPA tem como principal objetivo em dar
suporte aos hospitais.
Tivemos uma roda de conversa com a equipe de residência multiprofissional,
foi incrível. E o que ficou marcado durante a conversa, foi à importância da
equipe multiprofissional no plano de cuidado do paciente. Há uma troca de
saberes muito grande entre os profissionais, não existe profissão melhor que
outra. E essa residência é focada na atenção básica. Tive a oportunidade de
conversar com a nutricionista da equipe e ela acabou me deixando mais
encantada com a nutrição, ela relatou como é sua atividade na residência. O
VER SUS proporcionou que houve interação com alunos de diversos curso,
mostrando mais uma vez que independente de qual seja sua área, toda a
equipe é essencial para o cuidado.
Conheci o Hospital Sofia Feldam e a historia do surgimento do seu surgimento
é bastante interessante. Através da doação de um terreno a comunidade se
uniu para construir o hospital em sistema de mutirão. O Sofia é 100% SUS e
realiza um trabalho incrível com as gestantes, um trabalho totalmente
humanizado, para que ela possa se sentir cuidada em um momento tão
especial de sua vida. A casa da gestante é um anexo do hospital, em que a
gestante que apresenta alguma patologia, fica aguardando internação. Nesta
casa as gestantes são acompanhadas por uma equipe multiprofissional. Em
outro anexo do hospital chamado de a Casa do bebê, onde o bebê que precisa
de fototerapia fica nessa casa acompanhada pela mãe. No hospital não tem
berçário, a criança nasce e vai direto para os braços da mãe.
Acompanhamos a equipe de zoonose, cujo principal objetivo é a prevenção, e
durante este período de epidemia de dengue, a equipe está com uma demanda
muito alta. Pude perceber que as atividades dos agentes é extremamente
importante, pois eles orientam a comunidade para que haja uma controle do
mosquito da dengue o que hoje é o foco principal. As atividades que eles
realizam é muito arriscada pelo fato de trabalharem em uma área considerada
violenta e também os obstáculos materiais que encontram durante o trabalho.
Tive a oportunidade de conhecer a residência terapêutica e fiquei muito
emocionada com o belo trabalho que é realizado com os paciente que foram
tragos dos antigos hospitais manicomiais. Na residência havia 12 moradores,
na casa possui uma cuidadora para realizar as atividades domesticas e
administrar os medicamentos e o que me chamou a atenção foi que essa
cuidadora não é uma profissional da área da saúde, ela é moradora da própria
comunidade e isto tem como objetivo de realmente fazer que na casa não haja
qualquer referência hospitalar. A casa tem acompanhamento por uma
psicóloga e uma acadêmica e elas são responsável por administrar as financias
dos moradores, planejar passeios, elas incentivam os moradores a se sentirem
parte da sociedade, que eles tenham autonomia para realizar suas atividades.
Pois eles não são pacientes e sim moradores da região e devem reconhecer
seu espaço.
Visitamos a ocupação Paulo Freire, nesta ocupação á 146 famílias.
Conversamos com os coordenadores, á uma organização bem estabelecida
entre eles. Para que um terreno seja ocupado um engenheiro avalia o terreno,
um advogado verifica se este terreno tem alguma atividade social. Para que as
famílias recebam o terreno elas devem ser cadastradas e participarem das
reuniões que acontecem periodicamente. Cada família recebeu 70m2. Na
ocupação tem muita crianças e mulheres que são “chefe” de família. Por estas
famílias não terem um comprovante de residência, elas não são cadastradas
no centro de saúde, porém estas famílias recebem apoio da unidade que fica
próximo à ocupação recebe a visita da ACS. Mas percebi que ainda á um
distanciamento do cuidado em saúde nesta área. A uma resistência muito
grande entre o poder público e a comunidade, e acaba prolongando as
condições precárias de vida dessa comunidade.
Todos os dias durante a noite foram realizados fóruns com temas muitos
reflexivos, que durante a graduação não tive a oportunidade de conhecer.
Discussões essas que mudaram meu modo de pensar e que fará que me torne
uma profissional com o olhar diferenciado para o outro. Devemos sempre lutar
pela saúde, pela humanização, cuidar diferente o que é diferente. E desejo que
o espirito de luta que acendeu durante a vivência não se apague, pois essa luta
nunca terá fim. Agradeço a toda comissão por te planejado com tanto carinho
essa vivência, por ter permitido que eu conhecesse pessoas com pensamentos
diferentes e por esta vivência ter sido transformadora.
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