o uso do google earth para a alfabetização cartográfica resumo

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O USO DO GOOGLE EARTH PARA A ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA
Maria Angélica Bizari CAVICCHIOLI
Universidade Federal do Amazonas
[email protected]
Wanderson Bruno Camilo SOARES
Universidade Federal do Amazonas
[email protected]
RESUMO
Este trabalho é resultante dos projetos “O uso do GOOGLE EARTH no ensino de Geografia” e o
“Estagio Curricular Supervisionado II e III no ensino de Geografia” desenvolvidos nas escolas
estaduais dos bairros Coroado e Tancredo Neves, Manaus/AM, com objetivos de: realizar oficinas
com ferramentas do Google Earth, analisando o desempenho dos alunos no seu manuseio, além de
refletir sobre o ensino da Geografia, a partir da utilização das novas tecnologias no ensino escolar. O
uso de ferramentas do Google Earth no ensino de Geografia abrange um processo de inovação
tecnológica que, permite trabalhar conceitos da Geografia e, ao mesmo tempo, explorar informações
atualizadas online que não estão presentes nos livros didáticos. É na escola que temos espaço
adequado para introduzir e processar novas informações, transformando-as em conhecimento e
proporcionando sua apropriação pelos alunos, contribuindo no processo formar cidadãos preparados
para desenvolver sua função social de forma consciente e construtiva. As pesquisas foram
desenvolvidas no ensino de Geografia, nas turmas do 9° Ano (Fundamental) e do 1° Ano (Médio) por
meio de mapa mental eoficinas com ferramentas do Google Earth. Realizamos entrevistas com
professores e alunos de Geografia. Analisando o desempenho dos alunos no manuseio de ferramentas
do Google Earth, constatou-se que: 65% dos alunos conheciam ou faziam uso de GPS no celular, 29%
usam o aplicativo Waze ou Google Maps, 1% o Google Earth, 5% desconheciam as ferramentas; na
escola o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s) são usadas para: 53% trabalhos
escolares, 39% localização (cidades/bairro/ruas), 6% visualizar imagens de satélite e só 2% fazem uso
para Cartografia e para o ensino de Geografia. Concluímos que o uso de ferramentas do Google Earth
para a alfabetização cartográfica representa uma forma eficaz de ensinar desde as séries iniciais. Por
ser um programa gratuito representa um forte aliado para ensinar Geografia, permitindo trabalhar
conteúdos e conceitos de Cartografia e Geografia de forma dinâmica, interativa e atrativa; além de ser
um recurso no qual professores e alunos estão aprendendo a usar e, permitirá pelos sistemas online,
uma atualização eficaz de conteúdos e cenários, proporcionando maior motivação nas aulas do Ensino
Fundamental e Médio. Por fim, as aplicações da internet na educação são inesgotáveis e dependem
essencialmente da criatividade do educador e de sua mediação no processo de ensino aprendizagem.
Palavras-chave: Alfabetização Cartográfica. Ensino de Geografia. Google Earth.
INTRODUÇÃO
O ensino da Geografia Escolar sempre foi um desafio para os docentes dessa disciplina, pois,
estes para ter atenção dos alunos competem com outras disciplinas consideradas na grade escolar
como prioritárias, tais como Matemática e Língua Portuguesa. E, tradicionalmente, a Geografia é tida
como “uma disciplina chata, decoreba, desconectada”.
Atualmente, essa situação ganhou novos elementos que, fogem do cotidiano escolar e estão,
fortemente, presente em nossas vidas, independente da condição social. Estamos nos referindo às
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novas tecnologias tais como telefonia móvel, TV digital, GPS, netbook, tablet, banco de dados
interativos, redes sociais entre outros que, estão modificando a forma de ensinar e aprender na
contemporaneidade.
O professor de Geografia necessita conciliar essa realidade a prática educativa, pois manter-se
na defensiva ou competir com esses meios interativos na sala de aula quase sempre é marcado por
experiências malsucedidas. Os alunos preferencialmente priorizam essas tecnologias e pouca atenção
dispensa ao professor durante as aulas. É comum os estagiários de Geografia observar essa prática na
escola, constatando um paradoxo: de um lado, o domínio e habilidade dessas novidades tecnológicas
por parte dos alunos cada vez mais conectados ao mundo virtual e, de outro a baixa capacidade de
interagir com o espaço concreto, real. Tampouco ler um mapa nas entrelinhas em meio analógico.
Nesse século XXI, essa geração que, evolui de simples “apertadores de botão” para
“deslizadores interativos” e, conectados vinte quatro horas, tem dificuldades de comunicação e
representação tanto no sentindo sentido simbólico, quanto emocional, refletindo-se no uso excessivo
das imagens virtuais e na (in)compreensão de fatos que acontecem em sua realidade imediata. E,
portanto, na apropriação de conhecimentos fundamentais da Geografia e de domínio da linguagem
cartográfica.
Nesse sentido, o uso do Google Earth no ensino da Geografia representa, na inserção escolar,
uma inovação tecnológica que responde a necessidade de informações atualizadas e atrativas. Visto
que, nem sempre as instituições de ensino, diante da precariedade dos recursos humanos e financeiros,
têm suas bibliotecas renovadas, possuem laboratórios de informática com acesso à internet para todos.
Assim, acredita-se que o uso dessa ferramenta permitirá pelos sistemas online, das redes de
computadores, uma atualização eficaz e maior motivação nas aulas de Geografia do Ensino
Fundamental, sendo mais um recurso para o ensino escolar.
Contudo, entre os principais fatores de desenvolvimento e de inovação tecnológica estão os
avanços das telecomunicações, da informática e dos sistemas e programas utilizados. E isso traduz
uma realidade de sistemas e redes que concretamente comandam nossa vida, nossa rotina, nossa
interação com o mundo, por fim, nosso aprendizado, pois, tais inovações estão presentes integralmente
em nosso cotidiano, inclusive no escolar.
PENSANDO O ENSINO DA GEOGRAFIA DESDE AS SÉRIES INICIAIS COM USO
DO GOOGLE EARTH
Nessa pesquisa nosso maior propósito foi fazer uma reflexão da situação escolar do ensino de
Geografia nas escolas dos bairros do Coroado e Tancredo Neves em Manaus, Amazonas,
contextualizando a realidade escolar, as políticas públicas de inclusão digital e o uso das ferramentas
do Google Earth.
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Ao inserir as novas tecnologias na escola, o aluno pode ampliar sua realidade e seus
conhecimentos. Segundo Giordani, Audino e Cassol (2006) o processo de melhoria da qualidade do
ensino passa, além de outros fatores, pela utilização das tecnologias na educação, adotando novas
metodologias de ensino e aprendizagem. Para ilustrar essa afirmação, apresentamos o depoimento de
uma aluna do Ensino Fundamental entrevistada, usuária do programa:
Eu utilizo o Google Maps, porque o Google Maps está ao nosso alcance a
um click, logo quando abrimos uma página do Google automaticamente
aparecem às opções oferecidas pelo Google como: livros, orkut, tradutor,
maps, opções, entre outros. Com isso podemos utilizar o Maps sem precisar
baixar qualquer programa, diferente do Earth. Eu tenho vontade de utilizar o
Google Earth, porque além de mostrar mapas, satélites, como Maps, o Earth
mostra tudo em 3 D ou seja em três dimensões, que nos possibilita visualizar
melhor os mapas,viajar pelos lugares de dentro da nossa casa, da praça ou
qualquer outro lugar que esteja conectado via Wirelless.
Este depoimento certamente reflete o de muitos jovens que são fascinados pelas ferramentas
digitais interativas e, nos faz pensar acerca do ensino da Geografia na atualidade. Ao mesmo tempo,
que nos conecta a conceitos e significados tradicionais que são essenciais e, de certa forma, originaram
os processos da comunicação e representação atual. Dentre eles o papel dos mapas e do processo de
alfabetização cartográfica como forma de linguagem apreendida desde a primeira infância para o
Ensino da Geografia.
Conforme Castrogiovanni (2000) o objetivo principal de estudo da Geografia continua sendo o
espaço geográfico, aquele representado nos mapas e no Google Earth. Espaço entendido como um
produto histórico, o reflexo das ações sociais ao longo do tempo sobre um espaço físico, revelando as
práticas sociais, a cultura dos diferentes povos que vivem num determinado lugar, interagindo e
construindo num mundo globalizado e conectado.
Então, para proporcionar um estudo de qualidade em Geografia, devem ser propostas situações
de aprendizagem que interajam o conteúdo formal da disciplina (necessário para estabelecer relações
entre os fenômenos) e os conhecimentos do espaço vivido dos alunos. É necessário que, “os
professores criem condições de trabalho que favoreçam as diferentes estratégias cognitivas e ritmos de
aprendizagem, para que o aluno aprenda de forma ativa, participativa, evoluindo dos conceitos prévios
aos raciocínios mais complexos e assumindo uma postura ética, de comprometimento coletivo”
(CASTROGIOVANNI, 2000).
Certamente não podemos deixar de lado o domínio da linguagem cartográfica no ensino da
Geografia Escolar. Essa linguagem deve ser priorizada para que o aluno não só aprenda a se ver no
mundo, localizando espacialmente fatos e fenômenos, mas também seja sujeito, interagindo e
refletindo de forma crítica e contextualizada sobre sua realidade imediata, em âmbito regional,
nacional e global. É um processo de fato de alfabetizar, cartograficamente falando. Necessita ser
construído desde a primeira infância e, posteriormente seja estimulado na fase escolar.
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Alfabetizar não é apenas um processo de repetir, copiar, escrever, é algo mais completo e
complexo, conectado com outras linguagens que permitem a boa comunicação entre redes, sistemas e
culturas distintas, tanto no tempo quanto no espaço. Seja em meio analógico presencial, seja em
ambiente virtual. O alfabetizado é aquele que se apropria do símbolo e o utiliza para fazer as suas
criações, a sua cultura, fazendo a fusão simultânea entre representação e significados simbólicos.
Estar alfabetizado na Geografia, parafraseando Milton Santos, é ser um “cidadão do mundo”, é
(co)relacionar as dimensões das paisagens natural, social e cultural, fazer uma fusão simultânea
espaço/natureza/sociedade; é perceber a interação entre os aspectos sociais, econômicos, políticos,
culturais; é saber situar-se e posicionar-se frente às questões do mundo, é perceber que o espaço é
disputa de poder e ter um posicionamento com relação às desigualdades sócio espaciais
(CASTROGIOVANNI, 1999).
Nesse sentido, compreendemos que a alfabetizar um aluno na leitura cartográfica, enquanto
forma de linguagem e comunicação de informação, é sempre um desafio, é um trabalho social, é
possibilitar a ele a compreensão de um instrumento de síntese do espaço; é instrumentaliza-lo para a
leitura de algo que visa representar um recorte espacial e que, muitas vezes, é mais forte em seus
estereótipos, na segregação, na reafirmação das desigualdades socioespaciais, do que na supressão de
textos com palavras por signos que permitam pela visualização revelar a paisagem, o sentido de
pertencimento ao lugar (Onde?). E aos seus atributos (o que contém?) que o constituem
(CAVICCHIOLI, 2014).
Gentile (2002) acredita que, para compreender a linguagem cartográfica, o estudante necessita
aprender, por exemplo, conceitos de lateralidade e direção, habilidades que devem ser trabalhadas
desde a Educação Infantil. São estratégias importantes para, mais tarde, entender o posicionamento do
espaço ilustrado pelo mapa. Outro passo é entender os sinais gráficos utilizados e os significados que
eles podem ter. Mais do que interpretar esses símbolos, a criança pode — e deve — criar sinais. O
próximo passo será imaginar legendas, para que outras pessoas possam "traduzir" essa representação.
No contexto atual, as crianças não devem ser alfabetizadas com uma Geografia Tradicional,
ou seja, aquela “disciplina desconexa da realidade” que não passa de relatos e conteúdo, de uma
matéria passada para que os alunos decorem os dados e, posteriormente, podendo vir a esquecer, como
geralmente acontece. Portanto, uma forma mais dinâmica e interessante de ensinar tem que ser adotada
com o uso das novas ferramentas tecnológicas, disponíveis no mundo digital, ao alcance da mão dos
alunos, para que o ensino seja instigante proporcionando uma maior interação com os conteúdos
ministrados pelos professores.
Todavia, o professor tem que estar preparado para mostrar a importância da Geografia e o
quanto esta faz diferença em nossa vida, inclusive tendo domínio dessas tecnologias para emprega-las
em sala de aula de maneira eficaz e educativa. Nas práxis escolar, unir conceitos, teorias e atividades
práticas interativas, numa abordagem sistemática e híbrida em prol da qualidade do ensino e melhor
formação do cidadão crítico.
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Com a Cartografia não pode ser diferente, afinal essa disciplina tem que ser ensinada usando
materiais que estão ao alcance dos alunos, para que eles possam ver e ter consciência de que, ao
mesmo tempo, a Geografia Escolar não é uma matéria complicada e está presente em seu dia-a-dia.
Assim, as tecnologias disponíveis em nosso meio podem servir como ferramentas de aprendizagem
para o professor nas aulas de Geografia Escolar.
Nesse contexto, estamos nos referindo ao papel dos conteúdos da Cartografia como
fundamental no ensino de Geografia desde as séries iniciais e, considerando dessa forma, como um
processo de alfabetização cartográfica no âmbito escolar, tal como preconiza os Parâmetros
Curriculares Nacionais de Geografia (PCN) do Ministério da Educação (MEC, 1998).
A cartografia permite ler e interpretar o espaço próximo ou distante através de símbolos que se
relacionam entre si, de códigos específicos de linguagem construídos, historicamente, por diferentes
culturas e sociedades, buscando uma formatação universal da linguagem materializada nos mapas e
demais códigos da comunicação visual. Dessa forma, representando no papel um espaço reduzido, que
fornece ao leitor informações que o ajudarão não só a se localizar no espaço e a compreender os
diferentes espaços do mundo e suas dimensões, mas também interagir de maneira dinâmica, perceber
suas funções, correlações e outros atributos.
Além de possibilitar um novo olhar da realidade, uma visão de síntese em duas ou três
dimensões a partir da representação simbólica, gráfica e virtual; essa temática deve ser trabalhada já
nas séries iniciais do ensino fundamental, através de jogos e brincadeiras, por atividades lúdicas que
lidam com espaço, lugar, e seus atributos (MARTINELLI, 1998). Nesse sentido, os profissionais da
educação que, atuam nessa fase do ensino escolar, também precisam ser “alfabetizados
cartograficamente” para poder proporcionar experiências mais eficazes.
Todavia, cria-se uma reflexão no ensino e uma necessidade de adequação na formação básica
docente, e requer uma proximidade acadêmica e integradora entre as formações em Geografia e em
Pedagogia, visto que, a normatização legal dessa orientação educacional e apropriação da linguagem
cartográfica já está consolidada nas diretrizes e leis em vigência no país. Falta agora se tornar uma
prática efetiva no ensino superior e escolar, por meio da pesquisa-ação participante, para proporcionar
uma visão e leitura mais completa da realidade, utilizando-se especialmente as ferramentas disponíveis
pelo conhecimento cartográfico.
Simielli (1987) enfatizou que os conhecimentos cartográficos devem ser adquiridos em um
processo de alfabetização, ou seja, do que se chama de “alfabetização cartográfica”. Compartilhamos
dessa posição, enfatizando que é preciso começar nas séries iniciais quando os alunos estão
vivenciando dentre as fases do desenvolvimento cognitivo piagetiano que, são as fases mais propícias
para assimilar esses conhecimentos e linguagens, bem como exercitar a aprendizagem (PIAGET,
1993). Noutras palavras trata-se de uma
Aprendizagem concebida por Piaget como um processo de adaptação às
estruturas mentais do sujeito e interação social, ou seja, uma tomada de
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consciência das propriedades dos objetos e das suas próprias ações ou
conhecimentos aplicados aos objetos (abstração reflexiva). [...]. Uma
aprendizagem com base na construção do conhecimento sustenta que o aluno
é um sujeito mentalmente ativo na aquisição dos saberes, estabelecendo-se
como objetivo prioritário a potencialização de suas capacidades de
pensamento (CASTELLAR, 2011, p.39).
Contudo, trata-se de uma reflexão que necessita amadurecer ao longo do desenvolvimento da
pesquisa em questão. Embora nossa experiência anterior, de quatro anos na formação em licenciatura
indígena no curso de pedagogia, ministrando a disciplina de alfabetização cartográfica, já demonstrou
resultados positivos e eficazes nesse diálogo de áreas de formação docente.
A cumplicidade entre Cartografia, Geografia e Educação demarca a Cartografia Escolar como
base do processo ensino aprendizagem, destacando que os conceitos cartográficos “tomam lugar no
currículo e nos conteúdos de disciplinas voltadas para a formação de professores”. Assim, a
Cartografia Escolar constitui-se numa área de ensino, de pesquisa, “um saber que está em construção
no contexto histórico-cultural atual, momento em que a tecnologia permeia as práticas sociais, entre
elas, aquelas realizadas nas escolas e nas universidades” (ALMEIDA, 2007, p. 9).
Outro conceito importante nessa reflexão é o da visualização cartográfica, ou seja, “um
processo de apreensão de conhecimento derivado da visualização científica”. A visualização
cartográfica (ou visualização geográfica) é conceito derivado da visualização científica e é “uma nova
forma de conceber a cartografia digital” (RAMOS, 2005, p.33). A palavra visualização pode ser
definida como formação de uma imagem mental de um conceito abstrato.
Ramos cita que a
visualização é um processo que esteve presente ao longo de toda a história da humanidade, portanto,
não é conceito novo na ciência.
No entanto, a visualização científica, ou seja, o uso de tecnologia computacional com o
objetivo de reforçar o processo de visualização é mais recente, sido pesquisada a partir do final dos
anos 80. Segundo Delazari (2005) o uso do termo visualização na literatura cartográfica teve início há
quatro décadas. No entanto, apenas em 1987, com a publicação do U.S. National Science Foundation,
foi estabelecido um novo significado para este termo no contexto da pesquisa científica.
Por fim, o que nos move nessa pesquisa, unindo ensino de cartografia, estágio curricular em
Geografia e uso de tecnologias, tais como o Google Earth na formação docente e no ensino escolar foi
enfatizado nas palavras de que,
[...] não é possível aprendermos sobre o espaço somente com figuras
penduradas em sala de aula e com livros didáticos que apresentam
conotações de locais específicos. A análise da realidade social através da
escola só é possível quando respeitamos o imaginário, a fantasia, a
identidade, a origem, as particularidades, inclusive as subjetividades de quem
aprende (CASTROGIOVANNI, 2006).
Como as novas tecnologias fazem parte desse contexto atual, no qual a cartografia multimídia
interativa tem se estabelecido “como um meio pelo qual produtos inovadores podem ser ao mesmo
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tempo distribuídos e utilizados” (RAMOS, 2005). Dessa forma, nosso interesse pelo uso e eficácia do
Google Earth no ensino da Geografia nas escolas públicas de Manaus, Amazonas, tornou-se concreto,
possibilitando melhorias quanto ao processo de alfabetização cartográfica.
Dito posto, os projetos que resultaram nesse trabalho, se justificam pela necessidade de manter
a reflexão acesa e inovar as práticas de ensino da Geografia Escolar, inserindo procedimentos que
sejam mais próximos a realidade vivida dos alunos. Além de criar maneiras de (des)construir a
Geografia ensinada tradicionalmente, tornando-a mais significativa para o sujeito, na medida em que,
por meio da alfabetização cartográfica e do uso de ferramentas do Google Earth, os alunos sejam
cidadãos mais críticos e conectados com o mundo no qual estão inseridos (FLORENZANO, 2002). E
na prática estabelecer um diálogo possível e integrador com a Pedagogia, tanto na formação docente,
quanto no ensino escolar nos níveis Fundamental e Médio.
Com apoio nos fundamentos citados, nossos objetivos nesse trabalho foram: refletir sobre o
ensino da Geografia, a partir da utilização das novas tecnologias no ensino escolar, empregando como
recurso didático ferramentas do Google Earth no processo de ensino aprendizagem; conhecer a
realidade escolar das escolas estaduais de ensino Fundamental e Médio nos bairros Coroado e
Tancredo Neves; explorar as ferramentas do Google Earth para o ensino da Geografia, verificando o
desempenho escolar no manuseio das ferramentas Google Earth.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Partimos do pressuposto: a internet é uma grande facilitadora de interação social, de
comunicação da pesquisa e integradora entre os participantes no processo ensino-aprendizagem,
embora não seja uma solução absoluta para os problemas da educação. Porém, não basta incorporar os
modernos recursos, é preciso integrá-los efetivamente aos fundamentos de uma nova educação
conectada diretamente a realidade vivida do educando (VIDAL, 2002).
Dessa forma, trabalhamos com o uso de ferramentas do Google Earth nas turmas de 9° Ano
do Ensino Fundamental na Escola Estadual Prof. Reinaldo Thompson, em nas turmas de 1°Ano do
Ensino Médio na Escola Estadual Tancredo Neves, escolas públicas de Manaus. Para ensinar
Geografia, o professor é o principal mediador do processo de ensino aprendizagem, auxiliando o aluno
na utilização de novas tecnologias e ferramentas.
O software Google Earth é disponibilizado gratuitamente em português (dito do Brasil, para
diferenciar do português europeu adotado em Portugal) no sítio http://earth.google.com.br/intl/pt-BR.
Foi escolhido por ser: gratuito e popular na rede interativa, dispondo de uma grande base de dados,
constantemente atualizada sobre os diferentes lugares do mundo; por servir de orientação, para
despertar o interesse na aplicação da ferramenta em aula, seja em qualquer nível de ensino, pois a
simples identificação dos locais, como a visualização dos edifícios e das casas, dos bairros, ruas, dos
parques e estádios, e das avenidas. O manuseio e visualização do programa, permitem uma maior
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memorização dos locais e, dessa forma os alunos memorizam novos fatos e relações, ao invés de
simplesmente memorizar nomes de locais geográficos.
Nosso trabalho é resultante de atividades desenvolvidas no projeto “O uso do GOOGLE
EARTH no ensino de Geografia” do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC),
com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e, do Estágio
Curricular Supervisionado II (Ensino Fundamental) e III (Ensino Médio), respectivamente, nas escolas
Reinaldo Thompson e Tancredo Neves.
Com apoio de levantamentos bibliográficos, foram desenvolvidas pesquisas e coleta de dados
nas escolas, entrevistas com professores de Geografia e alunos, preparação de material didático e as
oficinas de ensino de Geografia usando ferramentas do Google Earth nas respectivas escolas públicas.
Posteriormente, ao término da pesquisa foram analisados os resultados obtidos, com a elaboração de
propostas didáticas (material didático) para a Geografia Escolar usando ferramentas do Google Earth.
Os processos metodológicos acerca do ensino da Geografia Escolar foram fundamentados na
utilização do programa Google Earth como recurso didático para o ensino da Geografia, priorizando
temas e conteúdos programáticos das turmas envolvidas, a fim de verificar suas possibilidades. Nesse
sentido, duas concepções foram estabelecidas:
1°) entendimento de ensino e aprendizagem com tecnologias apropriadas em matérias e
comunicações por meio de oficinas didáticas de uso do software e de conteúdos geográficos;
2°) uma proposta que compreende o estabelecimento de metodologias para o aprendizado, que
norteiam as atividades pedagógicas e de aprendizado – com apresentação de materiais didáticos com
uso das geotecnologias nas escolas de Ensino Fundamental.
Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com professores, alunos das turmas
selecionadas, gestor, pedagoga, funcionários da biblioteca, laboratório de informática, secretária etc.,
das escolas estudadas. Além do treinamento piloto com uso das ferramentas do programa e sua
conexão com conceitos e conteúdos geográficos. E de observações presenciais nas aulas de Geografia.
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DA GEOGRAFIA ESCOLAR E O USO DO
GOOGLE EARTH NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE MANAUS/AM
O ensino de Geografia Escolar necessita de uma reformulação em três níveis: formação,
instrumentação e ambientação, pois muitos professores ainda vivem o dilema inovação tecnológica
versus “tradicionalismos”. Nesse contexto escolar, cinco desafios estão postos, sendo os dois
primeiros voltados a formação e atuação docente (Universidade), e os demais a formação dos
escolares no Ensino Fundamental e Médio (Escola):
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1°) promover uma formação acadêmica mais integradora ao longo da graduação, conectada
com a realidade escolar, não somente nas disciplinas de estágio curricular obrigatório, inclusive com a
troca de experiências com outras áreas do conhecimento das licenciaturas;
2°) contribuir com as redes de ensino escolar, proporcionando atualização continuada na área
de formação e, inclusive no domínio e apropriação de tecnologias por parte dos professores do ensino
Fundamental e Médio;
3°) construir com o aluno conhecimentos geográficos acerca das implicações que o mundo
global traz para o espaço local ou, em outras palavras, as determinações externas sobre a vida nos
lugares, para isso utilizando as Tecnologias da informação e Comunicação (TIC’s);
4°) o desafio é para o ensino de Geografia, ou seja, de como é incorporar as TIC’s ao cotidiano
das aulas, de modo a contribuírem para a aprendizagem significativa e promoverem efetiva
compreensão de mundo aos alunos, em diferentes escalas;
5°) este desafio envolve o terceiro e quarto desafio, simultaneamente, porque consiste na
construção de conhecimentos geográficos sobre o mundo global, por meio das TIC’s, a partir dos
alunos, com apoio teleguiado do professor.
Nas escolas estudadas muitos professores ainda usam “o mesmo caderno de anotações ano
após anos”, sem fazer novas atualizações, são resistentes as tecnologias, estão “(des)preparados” e,
somam-se a isso a falta de infraestrutura e funcionamento adequados no ambiente escolar.
Por exemplo, na Escola Estadual Prof. Reinaldo Thompson, bairro Coroado, existe um
laboratório de Informática equipado, porém, os professores que cuidam do mesmo estão próximos da
aposentadoria e não tem familiaridade com a Informática e ferramentas de tecnologias. Há uma
biblioteca com acervo de livros diversificado, mas sem uma profissional bibliotecária para atender os
alunos e professores. A realidade aponta professores em desvio de função, fora da sala de aula,
exercendo outro papel. O que fazer? Como mudar este cenário?
Nesse contexto os alunos, inúmeras vezes, não possuem interesse para a aprendizagem,
inclusive da Geografia. Fatos concretos na escola, geram desinteresse coletivo pelas aulas de diversas
disciplinas, e foram manifestos nas entrevistas com vários professores, sendo dois de Geografia, os
demais da Matemática, Língua Portuguesa, História, Educação Física que participaram da pesquisa
qualitativa sobre ensino-aprendizagem.
Em particular a Geografia é vista por muitos alunos como uma disciplina que “para passar” é
apenas preciso memorizar para tirar uma nota “de passar na disciplina”; portanto, perde sua
importância e encantamento como disciplina que serve mudar o olhar do aluno, possibilitar seu
exercício de ler e pensar o mundo que está a sua volta.
Dessa forma, foi cabível analisar a origem da desmotivação dos alunos, verificando-se que, em
muito dos casos, o desinteresse já vem de casa, e na escola se dá pela não inserção do aluno no
conteúdo de aula, através de suas experiências cotidianas e do diálogo. Noutras palavras, o visível
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(aluno) se torna invisível aos olhos do professor, e o invisível (a realidade vivida) não fica visível na
sala de aula, ambos não se conectam nem se materializam no espaço.
Desta maneira, precisamos de uma Geografia que venha acompanhando as mudanças da
sociedade e que seja a causadora também das transformações para a realidade da sala de aula, que
venha formar cidadãos interessados pela realidade da sociedade e consciente a respeito dela. Para isso
acontecer é necessário que haja mudanças na maneira de ensinar, que deixe de ser a Geografia de
memorização, da repetição, e venha ser a Geografia da inovação e da atualidade.
O professor precisão trazer novas metodologias para o ensino em sala de aula, fazendo uso de
novas ferramentas didáticas deixando de usar somente o livro, trazendo assuntos da atualidade e
fazendo conexões com a realidade dos alunos. Afinal, o ensino da Geografia tradicional na maioria das
escolas era apoiando no livro didático, em mapas temáticos ou pelo Atlas Escolar, e em alguns casos
nem esses materiais eram usados, ficando na aula expositiva e quadro.
Nessa pesquisa, as atividades didáticas foram pensadas de forma que, os alunos adquirissem
um melhor entendimento sobre os conteúdos programáticos, fazendo uso das diversas ferramentas
disponíveis na atualidade para o estudo da geografia. Foram três etapas de atividades propostas:
1a. Atividade - em uma folha A4 foi pedido aos alunos que elaborassem um mapa da escola e
seu entorno, em uma escala macro ou micro, a partir da “vista de cima”; esta serviu para verificar as
habilidades dos alunos individualmente. Em seguida foi feita uma “exposição em varal” na sala de
aula para fomentar a discussão por permanências, similaridades e diferenças mapeadas no recorte
geográfico.
2a. Atividade - foi observar as mudanças ocorridas no bairro entre os anos 2000 a 2014. Os
alunos foram orientados a verificarem os pontos de referência que, cada um tinha no bairro nas duas
imagens do Google Earth, em seguida descrever textualmente se houve mudanças e, quais impacto
trouxeram para o bairro.
3a. Atividade - visualizar as áreas do entorno da escola no Google Earth, exibidas
cronologicamente em 2000-2014; em seguida pontuar usando sinais gráficos os locais que houveram
mudanças no período.
Em face das três atividades realizadas, na escola do Ensino Fundamental, Prof. Reinaldo
Thompson, percebemos o despreparo dos professores que, pouco uso faz das tecnologias em sala de
aula, mesmo considerando o seu uso interessante e importante e a escola dispondo de sala de
multimídias. Quanto aos alunos, receberam as atividades de forma receosa, dados os problemas por
nós observados na escola e, também relatados pelos professores. Inclui-se aqui os problemas de
desestruturação familiar, nível socioeconômico, ausência dos pais no acompanhamento escolar dos
filhos que, se refletem no convívio escolar por comportamentos de exaltação (“bagunça”) ou completa
apatia e desinteresse pelas aulas em geral, de qualquer disciplina.
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Na escola do Ensino Médio Prof. Tancredo Neves que, possui como recursos o notebook e o
Datashow disponibilizados aos professores para serem utilizados em sala de aula, o uso dessas
ferramentas tem o intuito de chamar atenção do aluno para dar aula “mais interativa” e, dessa forma
tornar a “aprendizagem mais fácil de compreensão” e proporcionando ensino de maior qualidade,
principalmente visual, conforme os docentes entrevistados. Em face das três atividades realizadas, o
resultado foi semelhante ao da escola do Ensino Fundamental.
Todavia, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas, as atividades propostas nas duas
escolas foram exitosas, manifestadas pela interação e resposta dos alunos que, adquiriram uma leitura
da cartografia do vivido, conhecendo melhor por meio do Google Earth o seu próprio bairro. E alguns
que, já acessavam no celular, ficaram empolgados com as novas possibilidades apresentadas nas
oficinas de Geografia.
CONCLUSÃO
Nas sociedades é fundamental compreender como evoluímos nesse processo de ler, ver e
representar os lugares, o vivido. Nessa tarefa, sem dúvida a Cartografia por meio do ensino da
Geografia tem um papel de grande relevância na medida em que, nos possibilita apreender a
linguagem cartográfica, seja no ato de ler, interpretar, interagir ou elaborar mapas. É inegável o papel
dos mapas no processo de conhecimento, na busca da própria essência, ou seja, na aparência da
representação social e contraditória sintetizado no mapa, fruto da mente humana.
Partindo que cartografar é uma atividade comum para o indivíduo na sociedade, enquanto
forma de linguagem e representação, historicamente, fomos desenvolvendo as representações sobre o
espaço natural, socialmente produzido e cultural, em prol de satisfazer as necessidades humanas.
Afinal, todo ser humano precisa se localizar, conhecer, descobrir e viver o espaço, seja para atividades
cotidianas, viagens ou pelo sentido existencial de pertencimento. Dessa forma os mapas passam a ser a
expressão e o meio destas representações sociais, culturais e territoriais e, o uso do Google Earth é
uma ferramenta em potencial para o ensino da Geografia.
A Geografia seja Escolar, Acadêmica ou Prática, tem que apreender as ferramentas da
linguagem cartográfica, entendê-las e explorá-las com a maior acurácia possível, pois precisamos na
ótica geográfica encontrar os “mapas perdidos” e ensinar nas escolas, universidade e demais órgãos
que desempenham atividades de cartografar, aos cidadãos a VER, LER E FAZER mapas cada vez
mais próximos da realidade representada. Nesse sentido, o programa Google Earth pode ser um
caminho propositivo a seguir, face a sua popularidade.
Na educação atual é necessário um enfoque maior no uso contínuo das ferramentas que estão à
disposição, para que todos utilizem-na não apenas na escola, mas noutros espaço que estejam
disponíveis. A implementação das novas tecnologias tem uma importância significativa, pois faz com
que os alunos vivenciem de modo mais interativo as aulas, obtendo melhor aproveitamento e
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compreensão dos assuntos abordados em sala e, certamente, apresentando um desempenho qualitativo
nas avaliações.
Por fim, ensinar Cartografia pelo caminho da Geografia é fornecer novos caminhos e
ferramentas acessíveis para todos que, permitam a construção social de sujeitos conectados com a vida
integral, e não apenas com as mídias sociais que faz parte do convívio social imediato. Dessa forma,
com intuito que o entendimento do mapa não seja apenas lembrado pelos alunos como cópia estática
de traços de outros mapas, mas informação de valor conotativo e denotativo que juntas correspondente
a situações geográficas reais; compreendendo o real significado da escala, em conjunto com aula de
Matemática; viajando nos territórios pretéritos pelas aulas de História; exercitando a linguagem escrita
pelas aulas de Língua Portuguesa explorando os espaços da Geografia; tornando o ensino possível a
compreensão do aluno por meio da (re)significação dos mapas que, deixam de ser figuras desconexas
e passam a fazer sentido no cotidiano trabalhado na aula de Geografia.
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