28/11/2012 Mudanças no salário Economia do Trabalho Geram relações não monotônicas entre salários e oferta de trabalho individual: Oferta de Trabalho Aula 3 Efeito substituição O custo de oportunidade do tempo de lazer aumenta quando o salário horário aumenta. Como o tempo de lazer fica mais custoso, indivíduos passam a consumir menos lazer e gastar mais tempo no trabalho. Este é o efeito substituição resultante de um aumento de salário. Efeito Substituição Efeito Renda Efeito renda Quando o salário aumenta, a renda real aumenta. Isto gera um aumento no consumo de todos os bens considerados bens normais. Se lazer é um bem normal, o salário mais alto induz os indivíduos a consumirem uma maior quantidade de tempo de lazer, e, consequentemente, reduzir as horas de trabalho. Este é o efeito renda resultante de um aumento de salário. Substitui horas de lazer por horas de trabalho. Efeito líquido/final Se lazer é um bem normal, o efeito de um aumento do salário sobre a oferta de trabalho será: Aumentá-la, se o efeito substituição for maior que o efeito renda, e Diminuir se o efeito renda for maior que o efeito substituição. Curva de oferta de trabalho “voltada para trás” (backward-bending) Sal S renda efeito > subs. efeito renda efeito < subs. efeito wo Quantidade de Oferta de trabalho 1 28/11/2012 Efeito substituição de Hicks Efeitos renda e substituição Y w1 T p woT p C A U1 Uo 0 T Um aumento do salário de wo para w1 resulta no movimento de A para C. Neste caso, lazer aumentou, ou seja, o efeito renda excedeu o efeito substituição. Y w1 T p woT p C B A Uo T L 0 H 0 T U1 Efeito substituição = mudança na combinação de L e Y resultante de uma mudança nos preços relativos, mantendo a utilidade constante. Mudança de A para B – o tempo de lazer pois o seu custo de oportunidade aumentou relativamente ao trabalho. T L 0 H Efeito renda Efeito renda (cont.) Y w1 T p woT p C B A Uo 0 T A restrição orçamentária construída a partir de B, paralela a restrição orçamentária final. Mudança nas horas desejadas de trabalho devido à maior disponibilidade financeira, mantendo-se os preços relativos constantes. Y w1 T p woT p A U1 Uo T L 0 H 0 T Efeito líquido/total Y w1 T p C woT p B A U1 Uo 0 T T L 0 H C B Quando o efeito renda é menor que o efeito substituição, as horas de trabalho aumentam e o tempo dedicado ao lazer decresce devido a um aumento do salário. Mudança de B para C – como o lazer é um bem normal, se o salário aumenta induz os indivíduos a consumirem uma maior quantidade de tempo de lazer. U1 T L 0 H Efeito líquido/total (cont.) Y w1 T p C woT p B U1 A Uo 0 T Quando o salário é modificado, os efeitos substituição e renda individuais não são observados. Apenas o efeito total é observado – movimento de A para C. T L 0 H 2 28/11/2012 Políticas que afetam a oferta de trabalho Curva de oferta de trabalho “voltada para trás” (backward-bending) Sal S renda efeito > subs. efeito renda efeito < subs. efeito wo Programas governamentais de manutenção de renda têm efeitos sobre os incentivos das pessoas com relação ao trabalho. Como estes programas podem afetar a disposição para o trabalho? Programas de assistência social, como bolsa família, seguro desemprego e compensações para o trabalhador. Quantidade de Oferta de trabalho Políticas que afetam a oferta de trabalho Programas de reposição de Renda: visam indenizar os trabalhadores por ganhos perdidos devido à sua incapacidade de trabalhar. Seguro desemprego: benefícios pagos aos trabalhadores que foram dispensados, permanentemente ou temporariamente por seus empregadores. Compensação ao trabalhador: benefícios pagos aos trabalhadores que foram acidentados no emprego. Seguro por incapacidade: benefícios pagos aos ex funcionários cujas incapacidades físicas/mentais são consideradas graves para que ele permaneça no emprego. Programas de reposição de renda seguro-desemprego Para uma dada taxa de salário horário w, o indivíduo irá trabalhar Ho horas e consumir Lo horas de lazer. Renda = Yo Políticas que afetam a oferta de trabalho Programas de Manutenção da Renda: programas de bem estar social, visam elevar a renda dos pobres até algum nível mínimo aceitável (não visam restabelecer a renda perdida). São benefícios pagos condicionados à renda do indivíduo. Sistemas previdenciários Sistemas de assistência social: bolsa família, bolsa escola, auxílio alimentação, etc... Seguro desemprego Se toda a renda perdida quando o trabalhador fica desempregado é reposta, o indivíduo se moveria do ponto A para o ponto B se desempregado. 3 28/11/2012 Seguro desemprego (cont.) Neste caso, a utilidade aumentou. A substituição total dos ganhos, inibiria os beneficiários para a volta ao trabalho. Seguro desemprego no Brasil No Brasil o seguro-desemprego chegou tardiamente. A criação do seguro-desemprego deu-se em 1986 durante a vigência do Plano Cruzado. Inicialmente seu atendimento era muito restrito, poucos trabalhadores conseguiam ter acesso ao benefício. Seguro desemprego no Brasil Seguro desemprego (cont.) A partir de 1990, o nível de cobertura foi crescente nos anos seguintes Em 1992, 66% do total de demitidos sem justa causa do setor formal (o que significa cerca de 4,5 milhões de trabalhadores). Atende aos trabalhadores demitidos sem justa causa que trabalharam e receberam salários nos últimos seis meses antes da habilitação. O tempo de recebimento varia entre 3 meses, para quem trabalhou no mínimo seis meses e menos de 12 meses; 4 meses para quem trabalhou 12 meses e menos de 24 meses; e 5 meses para quem trabalhou por mais de 24 meses antes de ser demitido. O nível original de utilidade é atingido se a compensação fosse igual a Y’ quando o indivíduo estiver desempregado. Nos EUA, o seguro desemprego corresponde a ½ do salário aproximadamente. Seguro desemprego no Brasil Somente após a Constituição de 1988, que consagrou o direito à proteção social do trabalhador em situação de desemprego involuntário e definiu em suas disposições transitórias os recursos da arrecadação do PIS-PASEP para financiar o programa. Em 1990, criou-se, então, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) com os recursos do PIS-PASEP para custear o seguro-desemprego e o abono salarial. Seguro desemprego no Brasil Média dos três últimos salários Valor da Parcela até R$ 1.026,77 média salarial é multiplicada por 0,8 (80%) até R$ 1.026,77 Será aplicado o fator 0,8 (80%) até o limite anterior e, no que exceder, o fator 0,5 (50%). O valor da parcela será a soma desses dois valores. superior a R$ 1.711,45 R$ 1.163,76 4