ANEXO I RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO 1 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 10 microgramas, solução injectável em seringa pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada seringa pré-carregada contém 10 microgramas de darbepoetina alfa em 0,4 ml (25 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em seringa pré-carregada. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo é fornecido numa seringa pré-carregada pronta a ser utilizada. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa. A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Em alternativa, em doentes não dialisados, pode ser administrada subcutaneamente uma dose inicial de 0,75 µg/kg, em injecção única a cada duas semanas. Se o 2 aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 3 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/kg administrada uma vez a cada três semanas. Se ao fim de nove semanas a resposta clínica do doente (fadiga, valores de hemoglobina) for inadequada, a continuação da terapêutica poderá não ser efectiva. Em alternativa pode ser dada uma dose semanal de 2,25 µg/kg peso corporal. Para doentes que recebem Nespo semanalmente, se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. A terapêutica deve continuar durante aproximadamente 4 semanas após ter terminado a quimioterapia. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o 4 fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, uma vez que existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus, se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas, e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 5 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção 6 Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a 7 quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Ensaios clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tinha uma eficácia similar quer fosse administrada uma vez a cada três semanas, uma vez a cada duas semanas, ou semanalmente, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi também observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 8 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, por via subcutânea, em doses entre 0,6 e 2,1 µg/kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo farmacocinético em doentes com anemia induzida pela quimioterapia, tratados com 6,75 µg/kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea a cada três semanas, em combinação com a quimioterapia, permitiu a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida média (DP) de eliminação foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou 9 desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contendo uma ou quatro seringas pré-carregadas de uma solução injectável com 10 µg de Nespo em 0,4 ml (25 µg/ml). As seringas podem estar disponíveis quer em embalagens blister (1 e 4 seringas) quer em embalagens não blister (1 seringa). As seringas pré carregadas são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por seringa pré-carregada. Qualquer resto do medicamento que permaneça na seringa pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a seringa pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. 10 Alterne os locais de administração da injecção e injecte lentamente para evitar desconforto no local de injecção. Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/001 - 002 EU/1/01/184/033 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 11 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 15 microgramas, solução injectável em seringa pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada seringa pré-carregada contém 15 microgramas de darbepoetina alfa em 0,375 ml (40 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em seringa pré-carregada. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo é fornecido numa seringa pré-carregada pronta a ser utilizada. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa. A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Em alternativa, em doentes não dialisados, pode ser administrada subcutaneamente uma dose inicial de 0,75 µg/kg, em injecção única a cada duas semanas. Se o 12 aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 13 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/kg administrada uma vez a cada três semanas. Se ao fim de nove semanas a resposta clínica do doente (fadiga, valores de hemoglobina) for inadequada, a continuação da terapêutica poderá não ser efectiva. Em alternativa pode ser dada uma dose semanal de 2,25 µg/kg peso corporal. Para doentes que recebem Nespo semanalmente, se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. A terapêutica deve continuar durante aproximadamente 4 semanas após ter terminado a quimioterapia. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o 14 fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, uma vez que existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus, se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas, e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 15 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção 16 Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a 17 quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Ensaios clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tinha uma eficácia similar quer fosse administrada uma vez a cada três semanas, uma vez a cada duas semanas, ou semanalmente, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi também observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 18 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, por via subcutânea, em doses entre 0,6 e 2,1 µg/kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo farmacocinético em doentes com anemia induzida pela quimioterapia, tratados com 6,75 µg/kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea a cada três semanas, em combinação com a quimioterapia, permitiu a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida média (DP) de eliminação foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou 19 desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contendo uma ou quatro seringas pré-carregadas de uma solução injectável com 15 µg de Nespo em 0,375 ml (40 µg/ml). As seringas podem estar disponíveis quer em embalagens blister (1 e 4 seringas) quer em embalagens não blister (1 seringa). As seringas pré carregadas são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por seringa pré-carregada. Qualquer resto do medicamento que permaneça na seringa pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a seringa pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. 20 Alterne os locais de administração da injecção e injecte lentamente para evitar desconforto no local de injecção. Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/003 - 004 EU/1/01/184/034 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 21 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 20 microgramas, solução injectável em seringa pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada seringa pré-carregada contém 20 microgramas de darbepoetina alfa em 0,5 ml (40 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em seringa pré-carregada. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo é fornecido numa seringa pré-carregada pronta a ser utilizada. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa. A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Em alternativa, em doentes não dialisados, pode ser administrada subcutaneamente uma dose inicial de 0,75 µg/kg, em injecção única a cada duas semanas. Se o 22 aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 23 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/kg administrada uma vez a cada três semanas. Se ao fim de nove semanas a resposta clínica do doente (fadiga, valores de hemoglobina) for inadequada, a continuação da terapêutica poderá não ser efectiva. Em alternativa pode ser dada uma dose semanal de 2,25 µg/kg peso corporal. Para doentes que recebem Nespo semanalmente, se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. A terapêutica deve continuar durante aproximadamente 4 semanas após ter terminado a quimioterapia. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o 24 fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, uma vez que existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus, se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas, e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 25 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção 26 Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a 27 quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Ensaios clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tinha uma eficácia similar quer fosse administrada uma vez a cada três semanas, uma vez a cada duas semanas, ou semanalmente, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi também observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 28 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, por via subcutânea, em doses entre 0,6 e 2,1 µg/kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo farmacocinético em doentes com anemia induzida pela quimioterapia, tratados com 6,75 µg/kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea a cada três semanas, em combinação com a quimioterapia, permitiu a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida média (DP) de eliminação foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou 29 desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contendo uma ou quatro seringas pré-carregadas de uma solução injectável com 20 µg de Nespo em 0,5 ml (40 µg/ml). As seringas podem estar disponíveis quer em embalagens blister (1 e 4 seringas) quer em embalagens não blister (1 seringa). As seringas pré carregadas são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por seringa pré-carregada. Qualquer resto do medicamento que permaneça na seringa pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a seringa pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. 30 Alterne os locais de administração da injecção e injecte lentamente para evitar desconforto no local de injecção. Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/005 - 006 EU/1/01/184/035 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 31 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 30 microgramas, solução injectável em seringa pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada seringa pré-carregada contém 30 microgramas de darbepoetina alfa em 0,3 ml (100 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em seringa pré-carregada. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo é fornecido numa seringa pré-carregada pronta a ser utilizada. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa. A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Em alternativa, em doentes não dialisados, pode ser administrada subcutaneamente uma dose inicial de 0,75 µg/kg, em injecção única a cada duas semanas. Se o 32 aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 33 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/kg administrada uma vez a cada três semanas. Se ao fim de nove semanas a resposta clínica do doente (fadiga, valores de hemoglobina) for inadequada, a continuação da terapêutica poderá não ser efectiva. Em alternativa pode ser dada uma dose semanal de 2,25 µg/kg peso corporal. Para doentes que recebem Nespo semanalmente, se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. A terapêutica deve continuar durante aproximadamente 4 semanas após ter terminado a quimioterapia. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o 34 fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, uma vez que existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus, se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas, e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 35 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção 36 Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a 37 quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Ensaios clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tinha uma eficácia similar quer fosse administrada uma vez a cada três semanas, uma vez a cada duas semanas, ou semanalmente, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi também observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 38 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, por via subcutânea, em doses entre 0,6 e 2,1 µg/kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo farmacocinético em doentes com anemia induzida pela quimioterapia, tratados com 6,75 µg/kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea a cada três semanas, em combinação com a quimioterapia, permitiu a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida média (DP) de eliminação foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou 39 desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contendo uma ou quatro seringas pré-carregadas de uma solução injectável com 30 µg de Nespo em 0,3 ml (100 µg/ml). As seringas podem estar disponíveis quer em embalagens blister (1 e 4 seringas) quer em embalagens não blister (1 seringa). As seringas pré carregadas são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por seringa pré-carregada. Qualquer resto do medicamento que permaneça na seringa pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a seringa pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. 40 Alterne os locais de administração da injecção e injecte lentamente para evitar desconforto no local de injecção. Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/007 - 008 EU/1/01/184/036 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 41 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 40 microgramas, solução injectável em seringa pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada seringa pré-carregada contém 40 microgramas de darbepoetina alfa em 0,4 ml (100 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em seringa pré-carregada. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo é fornecido numa seringa pré-carregada pronta a ser utilizada. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa. A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Em alternativa, em doentes não dialisados, pode ser administrada subcutaneamente uma dose inicial de 0,75 µg/kg, em injecção única a cada duas semanas. Se o 42 aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 43 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/kg administrada uma vez a cada três semanas. Se ao fim de nove semanas a resposta clínica do doente (fadiga, valores de hemoglobina) for inadequada, a continuação da terapêutica poderá não ser efectiva. Em alternativa pode ser dada uma dose semanal de 2,25 µg/kg peso corporal. Para doentes que recebem Nespo semanalmente, se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. A terapêutica deve continuar durante aproximadamente 4 semanas após ter terminado a quimioterapia. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o 44 fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, uma vez que existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus, se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas, e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 45 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção 46 Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a 47 quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Ensaios clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tinha uma eficácia similar quer fosse administrada uma vez a cada três semanas, uma vez a cada duas semanas, ou semanalmente, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi também observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 48 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, por via subcutânea, em doses entre 0,6 e 2,1 µg/kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo farmacocinético em doentes com anemia induzida pela quimioterapia, tratados com 6,75 µg/kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea a cada três semanas, em combinação com a quimioterapia, permitiu a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida média (DP) de eliminação foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou 49 desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contendo uma ou quatro seringas pré-carregadas de uma solução injectável com 40 µg de Nespo em 0,4 ml (100 µg/ml). As seringas podem estar disponíveis quer em embalagens blister (1 e 4 seringas) quer em embalagens não blister (1 seringa). As seringas pré carregadas são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por seringa pré-carregada. Qualquer resto do medicamento que permaneça na seringa pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a seringa pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. 50 Alterne os locais de administração da injecção e injecte lentamente para evitar desconforto no local de injecção. Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/009 - 010 EU/1/01/184/037 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 51 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 50 microgramas, solução injectável em seringa pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada seringa pré-carregada contém 50 microgramas de darbepoetina alfa em 0,5 ml (100 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em seringa pré-carregada. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo é fornecido numa seringa pré-carregada pronta a ser utilizada. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa. A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Em alternativa, em doentes não dialisados, pode ser administrada subcutaneamente uma dose inicial de 0,75 µg/kg, em injecção única a cada duas semanas. Se o 52 aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 53 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/kg administrada uma vez a cada três semanas. Se ao fim de nove semanas a resposta clínica do doente (fadiga, valores de hemoglobina) for inadequada, a continuação da terapêutica poderá não ser efectiva. Em alternativa pode ser dada uma dose semanal de 2,25 µg/kg peso corporal. Para doentes que recebem Nespo semanalmente, se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. A terapêutica deve continuar durante aproximadamente 4 semanas após ter terminado a quimioterapia. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o 54 fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, uma vez que existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus, se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas, e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 55 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção 56 Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a 57 quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Ensaios clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tinha uma eficácia similar quer fosse administrada uma vez a cada três semanas, uma vez a cada duas semanas, ou semanalmente, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi também observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 58 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, por via subcutânea, em doses entre 0,6 e 2,1 µg/kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo farmacocinético em doentes com anemia induzida pela quimioterapia, tratados com 6,75 µg/kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea a cada três semanas, em combinação com a quimioterapia, permitiu a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida média (DP) de eliminação foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou 59 desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contendo uma ou quatro seringas pré-carregadas de uma solução injectável com 50 µg de Nespo em 0,5 ml (100 µg/ml). As seringas podem estar disponíveis quer em embalagens blister (1 e 4 seringas) quer em embalagens não blister (1 seringa). As seringas pré carregadas são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por seringa pré-carregada. Qualquer resto do medicamento que permaneça na seringa pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a seringa pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. 60 Alterne os locais de administração da injecção e injecte lentamente para evitar desconforto no local de injecção. Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/011 - 012 EU/1/01/184/038 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 61 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 60 microgramas, solução injectável em seringa pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada seringa pré-carregada contém 60 microgramas de darbepoetina alfa em 0,3 ml (200 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em seringa pré-carregada. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo é fornecido numa seringa pré-carregada pronta a ser utilizada. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa. A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Em alternativa, em doentes não dialisados, pode ser administrada subcutaneamente uma dose inicial de 0,75 µg/kg, em injecção única a cada duas semanas. Se o 62 aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 63 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/kg administrada uma vez a cada três semanas. Se ao fim de nove semanas a resposta clínica do doente (fadiga, valores de hemoglobina) for inadequada, a continuação da terapêutica poderá não ser efectiva. Em alternativa pode ser dada uma dose semanal de 2,25 µg/kg peso corporal. Para doentes que recebem Nespo semanalmente, se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. A terapêutica deve continuar durante aproximadamente 4 semanas após ter terminado a quimioterapia. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o 64 fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, uma vez que existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus, se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas, e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 65 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção 66 Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a 67 quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Ensaios clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tinha uma eficácia similar quer fosse administrada uma vez a cada três semanas, uma vez a cada duas semanas, ou semanalmente, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi também observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 68 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, por via subcutânea, em doses entre 0,6 e 2,1 µg/kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo farmacocinético em doentes com anemia induzida pela quimioterapia, tratados com 6,75 µg/kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea a cada três semanas, em combinação com a quimioterapia, permitiu a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida média (DP) de eliminação foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou 69 desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contendo uma ou quatro seringas pré-carregadas de uma solução injectável com 60 µg de Nespo em 0,3 ml (200 µg/ml). As seringas podem estar disponíveis quer em embalagens blister (1 e 4 seringas) quer em embalagens não blister (1 seringa). As seringas pré carregadas são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por seringa pré-carregada. Qualquer resto do medicamento que permaneça na seringa pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a seringa pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. 70 Alterne os locais de administração da injecção e injecte lentamente para evitar desconforto no local de injecção. Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/013 - 014 EU/1/01/184/039 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 71 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 80 microgramas, solução injectável em seringa pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada seringa pré-carregada contém 80 microgramas de darbepoetina alfa em 0,4 ml (200 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em seringa pré-carregada. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo é fornecido numa seringa pré-carregada pronta a ser utilizada. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa. A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Em alternativa, em doentes não dialisados, pode ser administrada subcutaneamente uma dose inicial de 0,75 µg/kg, em injecção única a cada duas semanas. Se o 72 aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 73 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/kg administrada uma vez a cada três semanas. Se ao fim de nove semanas a resposta clínica do doente (fadiga, valores de hemoglobina) for inadequada, a continuação da terapêutica poderá não ser efectiva. Em alternativa pode ser dada uma dose semanal de 2,25 µg/kg peso corporal. Para doentes que recebem Nespo semanalmente, se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. A terapêutica deve continuar durante aproximadamente 4 semanas após ter terminado a quimioterapia. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o 74 fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, uma vez que existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus, se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas, e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 75 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção 76 Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a 77 quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Ensaios clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tinha uma eficácia similar quer fosse administrada uma vez a cada três semanas, uma vez a cada duas semanas, ou semanalmente, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi também observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 78 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, por via subcutânea, em doses entre 0,6 e 2,1 µg/kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo farmacocinético em doentes com anemia induzida pela quimioterapia, tratados com 6,75 µg/kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea a cada três semanas, em combinação com a quimioterapia, permitiu a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida média (DP) de eliminação foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou 79 desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contendo uma ou quatro seringas pré-carregadas de uma solução injectável com 80 µg de Nespo em 0,4 ml (200 µg/ml). As seringas podem estar disponíveis quer em embalagens blister (1 e 4 seringas) quer em embalagens não blister (1 seringa). As seringas pré carregadas são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por seringa pré-carregada. Qualquer resto do medicamento que permaneça na seringa pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a seringa pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. 80 Alterne os locais de administração da injecção e injecte lentamente para evitar desconforto no local de injecção. Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/015 - 016 EU/1/01/184/040 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 81 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 100 microgramas, solução injectável em seringa pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada seringa pré-carregada contém 100 microgramas de darbepoetina alfa em 0,5 ml (200 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em seringa pré-carregada. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo é fornecido numa seringa pré-carregada pronta a ser utilizada. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa. A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Em alternativa, em doentes não dialisados, pode ser administrada subcutaneamente uma dose inicial de 0,75 µg/kg, em injecção única a cada duas semanas. Se o 82 aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 83 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/kg administrada uma vez a cada três semanas. Se ao fim de nove semanas a resposta clínica do doente (fadiga, valores de hemoglobina) for inadequada, a continuação da terapêutica poderá não ser efectiva. Em alternativa pode ser dada uma dose semanal de 2,25 µg/kg peso corporal. Para doentes que recebem Nespo semanalmente, se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. A terapêutica deve continuar durante aproximadamente 4 semanas após ter terminado a quimioterapia. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o 84 fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, uma vez que existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus, se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas, e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 85 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção 86 Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a 87 quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Ensaios clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tinha uma eficácia similar quer fosse administrada uma vez a cada três semanas, uma vez a cada duas semanas, ou semanalmente, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi também observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 88 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, por via subcutânea, em doses entre 0,6 e 2,1 µg/kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo farmacocinético em doentes com anemia induzida pela quimioterapia, tratados com 6,75 µg/kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea a cada três semanas, em combinação com a quimioterapia, permitiu a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida média (DP) de eliminação foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou 89 desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contendo uma ou quatro seringas pré-carregadas de uma solução injectável com 100 µg de Nespo em 0,5 ml (200 µg/ml). As seringas podem estar disponíveis quer em embalagens blister (1 e 4 seringas) quer em embalagens não blister (1 seringa). As seringas pré carregadas são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por seringa pré-carregada. Qualquer resto do medicamento que permaneça na seringa pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a seringa pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. 90 Alterne os locais de administração da injecção e injecte lentamente para evitar desconforto no local de injecção. Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/017 - 018 EU/1/01/184/041 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 91 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 150 microgramas, solução injectável em seringa pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada seringa pré-carregada contém 150 microgramas de darbepoetina alfa em 0,3 ml (500 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em seringa pré-carregada. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo é fornecido numa seringa pré-carregada pronta a ser utilizada. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa. A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Em alternativa, em doentes não dialisados, pode ser administrada subcutaneamente uma dose inicial de 0,75 µg/kg, em injecção única a cada duas semanas. Se o 92 aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 93 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/kg administrada uma vez a cada três semanas. Se ao fim de nove semanas a resposta clínica do doente (fadiga, valores de hemoglobina) for inadequada, a continuação da terapêutica poderá não ser efectiva. Em alternativa pode ser dada uma dose semanal de 2,25 µg/kg peso corporal. Para doentes que recebem Nespo semanalmente, se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. A terapêutica deve continuar durante aproximadamente 4 semanas após ter terminado a quimioterapia. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o 94 fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, uma vez que existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus, se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas, e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 95 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção 96 Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a 97 quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Ensaios clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tinha uma eficácia similar quer fosse administrada uma vez a cada três semanas, uma vez a cada duas semanas, ou semanalmente, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi também observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 98 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, por via subcutânea, em doses entre 0,6 e 2,1 µg/kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo farmacocinético em doentes com anemia induzida pela quimioterapia, tratados com 6,75 µg/kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea a cada três semanas, em combinação com a quimioterapia, permitiu a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida média (DP) de eliminação foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou 99 desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contendo uma ou quatro seringas pré-carregadas de uma solução injectável com 150 µg de Nespo em 0,3 ml (500 µg/ml). As seringas podem estar disponíveis quer em embalagens blister (1 e 4 seringas) quer em embalagens não blister (1 seringa). As seringas pré carregadas são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por seringa pré-carregada. Qualquer resto do medicamento que permaneça na seringa pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a seringa pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. 100 Alterne os locais de administração da injecção e injecte lentamente para evitar desconforto no local de injecção. Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/019 - 020 EU/1/01/184/042 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 101 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 300 microgramas, solução injectável em seringa pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada seringa pré-carregada contém 300 microgramas de darbepoetina alfa em 0,6 ml (500 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em seringa pré-carregada. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo é fornecido numa seringa pré-carregada pronta a ser utilizada. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa. A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Em alternativa, em doentes não dialisados, pode ser administrada subcutaneamente uma dose inicial de 0,75 µg/kg, em injecção única a cada duas semanas. Se o 102 aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 103 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/kg administrada uma vez a cada três semanas. Se ao fim de nove semanas a resposta clínica do doente (fadiga, valores de hemoglobina) for inadequada, a continuação da terapêutica poderá não ser efectiva. Em alternativa pode ser dada uma dose semanal de 2,25 µg/kg peso corporal. Para doentes que recebem Nespo semanalmente, se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. A terapêutica deve continuar durante aproximadamente 4 semanas após ter terminado a quimioterapia. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o 104 fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, uma vez que existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus, se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas, e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 105 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção 106 Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a 107 quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Ensaios clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tinha uma eficácia similar quer fosse administrada uma vez a cada três semanas, uma vez a cada duas semanas, ou semanalmente, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi também observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 108 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, por via subcutânea, em doses entre 0,6 e 2,1 µg/kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo farmacocinético em doentes com anemia induzida pela quimioterapia, tratados com 6,75 µg/kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea a cada três semanas, em combinação com a quimioterapia, permitiu a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida média (DP) de eliminação foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou 109 desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contendo uma ou quatro seringas pré-carregadas de uma solução injectável com 300 µg de Nespo em 0,6 ml (500 µg/ml). As seringas podem estar disponíveis quer em embalagens blister (1 e 4 seringas) quer em embalagens não blister (1 seringa). As seringas pré carregadas são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por seringa pré-carregada. Qualquer resto do medicamento que permaneça na seringa pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a seringa pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. 110 Alterne os locais de administração da injecção e injecte lentamente para evitar desconforto no local de injecção. Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/021 - 022 EU/1/01/184/043 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 111 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 500 microgramas, solução injectável em seringa pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada seringa pré-carregada contém 500 microgramas de darbepoetina alfa em 1 ml (500 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em seringa pré-carregada. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo é fornecido numa seringa pré-carregada pronta a ser utilizada. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa. A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Em alternativa, em doentes não dialisados, pode ser administrada subcutaneamente uma dose inicial de 0,75 µg/kg, em injecção única a cada duas semanas. Se o 112 aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 113 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/kg administrada uma vez a cada três semanas. Se ao fim de nove semanas a resposta clínica do doente (fadiga, valores de hemoglobina) for inadequada, a continuação da terapêutica poderá não ser efectiva. Em alternativa pode ser dada uma dose semanal de 2,25 µg/kg peso corporal. Para doentes que recebem Nespo semanalmente, se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. A terapêutica deve continuar durante aproximadamente 4 semanas após ter terminado a quimioterapia. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o 114 fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, uma vez que existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus, se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas, e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 115 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção 116 Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a 117 quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Ensaios clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tinha uma eficácia similar quer fosse administrada uma vez a cada três semanas, uma vez a cada duas semanas, ou semanalmente, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi também observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 118 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, por via subcutânea, em doses entre 0,6 e 2,1 µg/kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo farmacocinético em doentes com anemia induzida pela quimioterapia, tratados com 6,75 µg/kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea a cada três semanas, em combinação com a quimioterapia, permitiu a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida média (DP) de eliminação foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou 119 desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contendo uma ou quatro seringas pré-carregadas de uma solução injectável com 500 µg de Nespo em 1 ml (500 µg/ml). As seringas podem estar disponíveis quer em embalagens blister (1 e 4 seringas) quer em embalagens não blister (1 seringa). As seringas pré carregadas são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por seringa pré-carregada. Qualquer resto do medicamento que permaneça na seringa pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a seringa pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. 120 Alterne os locais de administração da injecção e injecte lentamente para evitar desconforto no local de injecção. Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/031 - 032 EU/1/01/184/044 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 121 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 15 microgramas, solução injectável em frascos para injectáveis. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada frasco para injectáveis contém 15 microgramas de darbepoetina alfa em 1 ml (15 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em frasco para injectáveis. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo é fornecido num frasco para injectáveis pronta a ser utilizada. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa. A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. O aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Em alternativa, em doentes não dialisados, pode ser administrada subcutaneamente uma dose inicial de 0,75 µg/kg, em injecção única a cada duas semanas. Se o 122 aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 123 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/kg administrada uma vez a cada três semanas. Se ao fim de nove semanas a resposta clínica do doente (fadiga, valores de hemoglobina) for inadequada, a continuação da terapêutica poderá não ser efectiva. Em alternativa pode ser dada uma dose semanal de 2,25 µg/kg peso corporal. Para doentes que recebem Nespo semanalmente, se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. A terapêutica deve continuar durante aproximadamente 4 semanas após ter terminado a quimioterapia. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o 124 fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, uma vez que existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus, se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas, e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 125 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção 126 Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a 127 quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. A investigação determinou que o conteúdo em radicais de hidratos de carbono, formados por ácido siálico, na eritropoietina tem um efeito significativo na depuração sérica e que a depuração sérica é a principal determinante da actividade in vivo. A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Ensaios clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tinha uma eficácia similar quer fosse administrada uma vez a cada três semanas, uma vez a cada duas semanas, ou semanalmente, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi também observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. 128 Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, por via subcutânea, em doses entre 0,6 e 2,1 µg/kg, a semivida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo farmacocinético em doentes com anemia induzida pela quimioterapia, tratados com 6,75 µg/kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea a cada três semanas, em combinação com a quimioterapia, permitiu a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida média (DP) de eliminação foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, o Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. 129 Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade, Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem de cartão para proteger da luz Para efeitos de utilização em regime ambulatório, Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 °C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contendo um ou quatro frascos para injectáveis com tampa(s) de borracha com uma solução injectável com 15 µg de Nespo em 1 ml (15 µg/ml). O frasco para injectáveis é feito de vidro tipo I com uma tampa de borracha revestida com polímeros fluorados. Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais do que uma dose por frasco para injectáveis. Qualquer resto de medicamento que permaneça no frasco para injectáveis deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar o frasco para injectáveis do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. Alterne os locais de administração da injecção de forma a evitar desconforto nos locais da injecção. 130 Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/023 - 024 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 131 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 25 microgramas, solução injectável em frascos para injectáveis. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada frasco para injectáveis contém 25 microgramas de darbepoetina alfa em 1 ml (25 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em frasco para injectáveis. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo é fornecido num frasco para injectáveis pronta a ser utilizada. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa. A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. O aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Em alternativa, em doentes não dialisados, pode ser administrada subcutaneamente uma dose inicial de 0,75 µg/kg, em injecção única a cada duas semanas. Se o 132 aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 133 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/kg administrada uma vez a cada três semanas. Se ao fim de nove semanas a resposta clínica do doente (fadiga, valores de hemoglobina) for inadequada, a continuação da terapêutica poderá não ser efectiva. Em alternativa pode ser dada uma dose semanal de 2,25 µg/kg peso corporal. Para doentes que recebem Nespo semanalmente, se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. A terapêutica deve continuar durante aproximadamente 4 semanas após ter terminado a quimioterapia. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o 134 fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, uma vez que existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus, se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas, e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 135 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção 136 Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a 137 quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. A investigação determinou que o conteúdo em radicais de hidratos de carbono, formados por ácido siálico, na eritropoietina tem um efeito significativo na depuração sérica e que a depuração sérica é a principal determinante da actividade in vivo. A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Ensaios clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tinha uma eficácia similar quer fosse administrada uma vez a cada três semanas, uma vez a cada duas semanas, ou semanalmente, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi também observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. 138 Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, por via subcutânea, em doses entre 0,6 e 2,1 µg/kg, a semivida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo farmacocinético em doentes com anemia induzida pela quimioterapia, tratados com 6,75 µg/kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea a cada três semanas, em combinação com a quimioterapia, permitiu a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida média (DP) de eliminação foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, o Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. 139 Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade, Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem de cartão para proteger da luz Para efeitos de utilização em regime ambulatório, Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 °C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contendo um ou quatro frascos para injectáveis com tampa(s) de borracha com uma solução injectável com 25 µg de Nespo em 1 ml (25 µg/ml). O frasco para injectáveis é feito de vidro tipo I com uma tampa de borracha revestida com polímeros fluorados. Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais do que uma dose por frasco para injectáveis. Qualquer resto de medicamento que permaneça no frasco para injectáveis deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar o frasco para injectáveis do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. Alterne os locais de administração da injecção de forma a evitar desconforto nos locais da injecção. 140 Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/025 - 026 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 141 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 40 microgramas, solução injectável em frascos para injectáveis. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada frasco para injectáveis contém 40 microgramas de darbepoetina alfa em 1 ml (40 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em frasco para injectáveis. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo é fornecido num frasco para injectáveis pronta a ser utilizada. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa. A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. O aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Em alternativa, em doentes não dialisados, pode ser administrada subcutaneamente uma dose inicial de 0,75 µg/kg, em injecção única a cada duas semanas. Se o 142 aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 143 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/kg administrada uma vez a cada três semanas. Se ao fim de nove semanas a resposta clínica do doente (fadiga, valores de hemoglobina) for inadequada, a continuação da terapêutica poderá não ser efectiva. Em alternativa pode ser dada uma dose semanal de 2,25 µg/kg peso corporal. Para doentes que recebem Nespo semanalmente, se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. A terapêutica deve continuar durante aproximadamente 4 semanas após ter terminado a quimioterapia. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o 144 fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, uma vez que existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus, se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas, e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 145 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção 146 Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a 147 quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. A investigação determinou que o conteúdo em radicais de hidratos de carbono, formados por ácido siálico, na eritropoietina tem um efeito significativo na depuração sérica e que a depuração sérica é a principal determinante da actividade in vivo. A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Ensaios clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tinha uma eficácia similar quer fosse administrada uma vez a cada três semanas, uma vez a cada duas semanas, ou semanalmente, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi também observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. 148 Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, por via subcutânea, em doses entre 0,6 e 2,1 µg/kg, a semivida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo farmacocinético em doentes com anemia induzida pela quimioterapia, tratados com 6,75 µg/kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea a cada três semanas, em combinação com a quimioterapia, permitiu a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida média (DP) de eliminação foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, o Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. 149 Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade, Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem de cartão para proteger da luz Para efeitos de utilização em regime ambulatório, Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 °C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contendo um ou quatro frascos para injectáveis com tampa(s) de borracha com uma solução injectável com 40 µg de Nespo em 1 ml (40 µg/ml). O frasco para injectáveis é feito de vidro tipo I com uma tampa de borracha revestida com polímeros fluorados. Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais do que uma dose por frasco para injectáveis. Qualquer resto de medicamento que permaneça no frasco para injectáveis deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar o frasco para injectáveis do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. Alterne os locais de administração da injecção de forma a evitar desconforto nos locais da injecção. 150 Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/027 - 028 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 151 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 60 microgramas, solução injectável em frascos para injectáveis. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada frasco para injectáveis contém 60 microgramas de darbepoetina alfa em 1 ml (60 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em frasco para injectáveis. 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo é fornecido num frasco para injectáveis pronta a ser utilizada. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa. A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. O aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Em alternativa, em doentes não dialisados, pode ser administrada subcutaneamente uma dose inicial de 0,75 µg/kg, em injecção única a cada duas semanas. Se o 152 aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 153 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/kg administrada uma vez a cada três semanas. Se ao fim de nove semanas a resposta clínica do doente (fadiga, valores de hemoglobina) for inadequada, a continuação da terapêutica poderá não ser efectiva. Em alternativa pode ser dada uma dose semanal de 2,25 µg/kg peso corporal. Para doentes que recebem Nespo semanalmente, se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. A terapêutica deve continuar durante aproximadamente 4 semanas após ter terminado a quimioterapia. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o 154 fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, uma vez que existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus, se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas, e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 155 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção 156 Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a 157 quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. A investigação determinou que o conteúdo em radicais de hidratos de carbono, formados por ácido siálico, na eritropoietina tem um efeito significativo na depuração sérica e que a depuração sérica é a principal determinante da actividade in vivo. A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Ensaios clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tinha uma eficácia similar quer fosse administrada uma vez a cada três semanas, uma vez a cada duas semanas, ou semanalmente, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi também observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. 158 Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, por via subcutânea, em doses entre 0,6 e 2,1 µg/kg, a semivida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo farmacocinético em doentes com anemia induzida pela quimioterapia, tratados com 6,75 µg/kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea a cada três semanas, em combinação com a quimioterapia, permitiu a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida média (DP) de eliminação foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, o Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. 159 Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade, Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem de cartão para proteger da luz Para efeitos de utilização em regime ambulatório, Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 °C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contendo um ou quatro frascos para injectáveis com tampa(s) de borracha com uma solução injectável com 60 µg de Nespo em 1 ml (60 µg/ml). O frasco para injectáveis é feito de vidro tipo I com uma tampa de borracha revestida com polímeros fluorados. Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais do que uma dose por frasco para injectáveis. Qualquer resto de medicamento que permaneça no frasco para injectáveis deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar o frasco para injectáveis do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. Alterne os locais de administração da injecção de forma a evitar desconforto nos locais da injecção. 160 Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/029 - 030 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 161 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 10 microgramas, solução injectável em caneta pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada caneta pré-carregada contém 10 microgramas de darbepoetina alfa em 0,4 ml (25 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em caneta pré-carregada (SureClick). 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo (SureClick) é fornecido numa caneta pré-carregada pronta a ser utilizada. O Nespo em caneta pré-carregada deve ser administrado unicamente por via sub-cutânea. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa.A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Alternativamente, em doentes que não estão em diálise, uma dose 162 inicial de 0,75 µg/kg pode ser administrada por via subcutânea numa única injecção quinzenal. Se o aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 163 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/Kg administrada uma vez todas as três semanas. Se a resposta clínica do doente (fadiga, resposta de hemoglobina) for inadequada após nove semanas, indica que a continuação do tratamento pode não ser efectiva. Alternativamente pode ser administrada 2,25 µg/kg de peso corporal, numa única injecção semanal. Se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. 164 O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus. Se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. 165 Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). 166 Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. 167 A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Estudos clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tem uma eficácia similar quando administrada com uma única injecção de três em três semanas, uma única injecção quinzenal ou semanal, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi tambem observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo 168 que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, de doses subcutâneas que variavam entre 0,6 e 2,1 µg/Kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo de farmacocinética, realizado em doentes com anemia induzida por quimioterapia, tratados com 6,75 µg/Kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea todas as 3 semanas em combinação com a quimioterapia, foi conduzido para a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida de eliminação média obtida (DP) foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 169 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contém uma caneta pré-carregada de uma solução injectável com 10 µg de Nespo em 0,4 ml (25 µg/ml). A caneta será apresentada em embalagem individual. As seringas no interior da caneta são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação A embalagem contém um folheto informativo com instruções completas de uso e manipulação. A caneta pré-carregada de Nespo (SureClick) liberta uma dose completa de cada apresentação. O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por caneta. Cada caneta só pode ser usada uma única vez. Qualquer resto do medicamento que permaneça na caneta pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a caneta pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. Alterne os locais de administração da injecção para evitar desconforto no local de injecção. 170 Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/045 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 171 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 15 microgramas, solução injectável em caneta pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada caneta pré-carregada contém 15 microgramas de darbepoetina alfa em 0,375 ml (40 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em caneta pré-carregada (SureClick). 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo (SureClick) é fornecido numa caneta pré-carregada pronta a ser utilizada. O Nespo em caneta pré-carregada deve ser administrado unicamente por via sub-cutânea. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa.A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Alternativamente, em doentes que não estão em diálise, uma dose 172 inicial de 0,75 µg/kg pode ser administrada por via subcutânea numa única injecção quinzenal. Se o aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 173 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/Kg administrada uma vez todas as três semanas. Se a resposta clínica do doente (fadiga, resposta de hemoglobina) for inadequada após nove semanas, indica que a continuação do tratamento pode não ser efectiva. Alternativamente pode ser administrada 2,25 µg/kg de peso corporal, numa única injecção semanal. Se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. 174 O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus. Se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. 175 Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). 176 Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. 177 A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Estudos clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tem uma eficácia similar quando administrada com uma única injecção de três em três semanas, uma única injecção quinzenal ou semanal, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi tambem observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo 178 que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, de doses subcutâneas que variavam entre 0,6 e 2,1 µg/Kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo de farmacocinética, realizado em doentes com anemia induzida por quimioterapia, tratados com 6,75 µg/Kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea todas as 3 semanas em combinação com a quimioterapia, foi conduzido para a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida de eliminação média obtida (DP) foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 179 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contém uma caneta pré-carregada de uma solução injectável com 15 µg de Nespo em 0,375 ml (40 µg/ml). A caneta será apresentada em embalagem individual. As seringas no interior da caneta são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação A embalagem contém um folheto informativo com instruções completas de uso e manipulação. A caneta pré-carregada de Nespo (SureClick) liberta uma dose completa de cada apresentação. O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por caneta. Cada caneta só pode ser usada uma única vez. Qualquer resto do medicamento que permaneça na caneta pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a caneta pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. Alterne os locais de administração da injecção para evitar desconforto no local de injecção. 180 Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/046 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 181 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 20 microgramas, solução injectável em caneta pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada caneta pré-carregada contém 20 microgramas de darbepoetina alfa em 0,5 ml (40 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em caneta pré-carregada (SureClick). 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo (SureClick) é fornecido numa caneta pré-carregada pronta a ser utilizada. O Nespo em caneta pré-carregada deve ser administrado unicamente por via sub-cutânea. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa.A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Alternativamente, em doentes que não estão em diálise, uma dose 182 inicial de 0,75 µg/kg pode ser administrada por via subcutânea numa única injecção quinzenal. Se o aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 183 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/Kg administrada uma vez todas as três semanas. Se a resposta clínica do doente (fadiga, resposta de hemoglobina) for inadequada após nove semanas, indica que a continuação do tratamento pode não ser efectiva. Alternativamente pode ser administrada 2,25 µg/kg de peso corporal, numa única injecção semanal. Se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. 184 O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus. Se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. 185 Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). 186 Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. 187 A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Estudos clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tem uma eficácia similar quando administrada com uma única injecção de três em três semanas, uma única injecção quinzenal ou semanal, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi tambem observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo 188 que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, de doses subcutâneas que variavam entre 0,6 e 2,1 µg/Kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo de farmacocinética, realizado em doentes com anemia induzida por quimioterapia, tratados com 6,75 µg/Kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea todas as 3 semanas em combinação com a quimioterapia, foi conduzido para a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida de eliminação média obtida (DP) foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 189 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contém uma caneta pré-carregada de uma solução injectável com 20 µg de Nespo em 0,5 ml (40 µg/ml). A caneta será apresentada em embalagem individual. As seringas no interior da caneta são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação A embalagem contém um folheto informativo com instruções completas de uso e manipulação. A caneta pré-carregada de Nespo (SureClick) liberta uma dose completa de cada apresentação. O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por caneta. Cada caneta só pode ser usada uma única vez. Qualquer resto do medicamento que permaneça na caneta pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a caneta pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. Alterne os locais de administração da injecção para evitar desconforto no local de injecção. 190 Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/047 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 191 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 30 microgramas, solução injectável em caneta pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada caneta pré-carregada contém 30 microgramas de darbepoetina alfa em 0,3 ml (100 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em caneta pré-carregada (SureClick). 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo (SureClick) é fornecido numa caneta pré-carregada pronta a ser utilizada. O Nespo em caneta pré-carregada deve ser administrado unicamente por via sub-cutânea. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa.A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Alternativamente, em doentes que não estão em diálise, uma dose 192 inicial de 0,75 µg/kg pode ser administrada por via subcutânea numa única injecção quinzenal. Se o aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 193 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/Kg administrada uma vez todas as três semanas. Se a resposta clínica do doente (fadiga, resposta de hemoglobina) for inadequada após nove semanas, indica que a continuação do tratamento pode não ser efectiva. Alternativamente pode ser administrada 2,25 µg/kg de peso corporal, numa única injecção semanal. Se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. 194 O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus. Se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. 195 Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). 196 Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. 197 A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Estudos clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tem uma eficácia similar quando administrada com uma única injecção de três em três semanas, uma única injecção quinzenal ou semanal, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi tambem observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo 198 que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, de doses subcutâneas que variavam entre 0,6 e 2,1 µg/Kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo de farmacocinética, realizado em doentes com anemia induzida por quimioterapia, tratados com 6,75 µg/Kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea todas as 3 semanas em combinação com a quimioterapia, foi conduzido para a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida de eliminação média obtida (DP) foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 199 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contém uma caneta pré-carregada de uma solução injectável com 30 µg de Nespo em 0,3 ml (100 µg/ml). A caneta será apresentada em embalagem individual. As seringas no interior da caneta são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação A embalagem contém um folheto informativo com instruções completas de uso e manipulação. A caneta pré-carregada de Nespo (SureClick) liberta uma dose completa de cada apresentação. O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por caneta. Cada caneta só pode ser usada uma única vez. Qualquer resto do medicamento que permaneça na caneta pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a caneta pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. Alterne os locais de administração da injecção para evitar desconforto no local de injecção. 200 Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/048 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 201 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 40 microgramas, solução injectável em caneta pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada caneta pré-carregada contém 40 microgramas de darbepoetina alfa em 0,4 ml (100 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em caneta pré-carregada (SureClick). 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo (SureClick) é fornecido numa caneta pré-carregada pronta a ser utilizada. O Nespo em caneta pré-carregada deve ser administrado unicamente por via sub-cutânea. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa.A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Alternativamente, em doentes que não estão em diálise, uma dose 202 inicial de 0,75 µg/kg pode ser administrada por via subcutânea numa única injecção quinzenal. Se o aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 203 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/Kg administrada uma vez todas as três semanas. Se a resposta clínica do doente (fadiga, resposta de hemoglobina) for inadequada após nove semanas, indica que a continuação do tratamento pode não ser efectiva. Alternativamente pode ser administrada 2,25 µg/kg de peso corporal, numa única injecção semanal. Se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. 204 O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus. Se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. 205 Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). 206 Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. 207 A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Estudos clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tem uma eficácia similar quando administrada com uma única injecção de três em três semanas, uma única injecção quinzenal ou semanal, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi tambem observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo 208 que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, de doses subcutâneas que variavam entre 0,6 e 2,1 µg/Kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo de farmacocinética, realizado em doentes com anemia induzida por quimioterapia, tratados com 6,75 µg/Kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea todas as 3 semanas em combinação com a quimioterapia, foi conduzido para a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida de eliminação média obtida (DP) foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 209 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contém uma caneta pré-carregada de uma solução injectável com 40 µg de Nespo em 0,4 ml (100 µg/ml). A caneta será apresentada em embalagem individual. As seringas no interior da caneta são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação A embalagem contém um folheto informativo com instruções completas de uso e manipulação. A caneta pré-carregada de Nespo (SureClick) liberta uma dose completa de cada apresentação. O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por caneta. Cada caneta só pode ser usada uma única vez. Qualquer resto do medicamento que permaneça na caneta pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a caneta pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. Alterne os locais de administração da injecção para evitar desconforto no local de injecção. 210 Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/049 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 211 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 50 microgramas, solução injectável em caneta pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada caneta pré-carregada contém 50 microgramas de darbepoetina alfa em 0,5 ml (100 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em caneta pré-carregada (SureClick). 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo (SureClick) é fornecido numa caneta pré-carregada pronta a ser utilizada. O Nespo em caneta pré-carregada deve ser administrado unicamente por via sub-cutânea. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa.A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Alternativamente, em doentes que não estão em diálise, uma dose 212 inicial de 0,75 µg/kg pode ser administrada por via subcutânea numa única injecção quinzenal. Se o aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 213 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/Kg administrada uma vez todas as três semanas. Se a resposta clínica do doente (fadiga, resposta de hemoglobina) for inadequada após nove semanas, indica que a continuação do tratamento pode não ser efectiva. Alternativamente pode ser administrada 2,25 µg/kg de peso corporal, numa única injecção semanal. Se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. 214 O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus. Se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. 215 Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). 216 Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. 217 A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Estudos clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tem uma eficácia similar quando administrada com uma única injecção de três em três semanas, uma única injecção quinzenal ou semanal, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi tambem observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo 218 que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, de doses subcutâneas que variavam entre 0,6 e 2,1 µg/Kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo de farmacocinética, realizado em doentes com anemia induzida por quimioterapia, tratados com 6,75 µg/Kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea todas as 3 semanas em combinação com a quimioterapia, foi conduzido para a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida de eliminação média obtida (DP) foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 219 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contém uma caneta pré-carregada de uma solução injectável com 50 µg de Nespo em 0,5 ml (100 µg/ml). A caneta será apresentada em embalagem individual. As seringas no interior da caneta são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação A embalagem contém um folheto informativo com instruções completas de uso e manipulação. A caneta pré-carregada de Nespo (SureClick) liberta uma dose completa de cada apresentação. O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por caneta. Cada caneta só pode ser usada uma única vez. Qualquer resto do medicamento que permaneça na caneta pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a caneta pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. Alterne os locais de administração da injecção para evitar desconforto no local de injecção. 220 Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/050 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 221 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 60 microgramas, solução injectável em caneta pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada caneta pré-carregada contém 60 microgramas de darbepoetina alfa em 0,3 ml (200 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em caneta pré-carregada (SureClick). 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo (SureClick) é fornecido numa caneta pré-carregada pronta a ser utilizada. O Nespo em caneta pré-carregada deve ser administrado unicamente por via sub-cutânea. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa.A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Alternativamente, em doentes que não estão em diálise, uma dose 222 inicial de 0,75 µg/kg pode ser administrada por via subcutânea numa única injecção quinzenal. Se o aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 223 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/Kg administrada uma vez todas as três semanas. Se a resposta clínica do doente (fadiga, resposta de hemoglobina) for inadequada após nove semanas, indica que a continuação do tratamento pode não ser efectiva. Alternativamente pode ser administrada 2,25 µg/kg de peso corporal, numa única injecção semanal. Se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. 224 O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus. Se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. 225 Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). 226 Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. 227 A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Estudos clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tem uma eficácia similar quando administrada com uma única injecção de três em três semanas, uma única injecção quinzenal ou semanal, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi tambem observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo 228 que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, de doses subcutâneas que variavam entre 0,6 e 2,1 µg/Kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo de farmacocinética, realizado em doentes com anemia induzida por quimioterapia, tratados com 6,75 µg/Kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea todas as 3 semanas em combinação com a quimioterapia, foi conduzido para a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida de eliminação média obtida (DP) foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 229 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contém uma caneta pré-carregada de uma solução injectável com 60 µg de Nespo em 0,3 ml (200 µg/ml). A caneta será apresentada em embalagem individual. As seringas no interior da caneta são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação A embalagem contém um folheto informativo com instruções completas de uso e manipulação. A caneta pré-carregada de Nespo (SureClick) liberta uma dose completa de cada apresentação. O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por caneta. Cada caneta só pode ser usada uma única vez. Qualquer resto do medicamento que permaneça na caneta pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a caneta pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. Alterne os locais de administração da injecção para evitar desconforto no local de injecção. 230 Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/051 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 231 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 80 microgramas, solução injectável em caneta pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada caneta pré-carregada contém 80 microgramas de darbepoetina alfa em 0,4 ml (200 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em caneta pré-carregada (SureClick). 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo (SureClick) é fornecido numa caneta pré-carregada pronta a ser utilizada. O Nespo em caneta pré-carregada deve ser administrado unicamente por via sub-cutânea. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa.A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Alternativamente, em doentes que não estão em diálise, uma dose 232 inicial de 0,75 µg/kg pode ser administrada por via subcutânea numa única injecção quinzenal. Se o aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 233 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/Kg administrada uma vez todas as três semanas. Se a resposta clínica do doente (fadiga, resposta de hemoglobina) for inadequada após nove semanas, indica que a continuação do tratamento pode não ser efectiva. Alternativamente pode ser administrada 2,25 µg/kg de peso corporal, numa única injecção semanal. Se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. 234 O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus. Se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. 235 Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). 236 Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. 237 A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Estudos clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tem uma eficácia similar quando administrada com uma única injecção de três em três semanas, uma única injecção quinzenal ou semanal, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi tambem observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo 238 que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, de doses subcutâneas que variavam entre 0,6 e 2,1 µg/Kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo de farmacocinética, realizado em doentes com anemia induzida por quimioterapia, tratados com 6,75 µg/Kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea todas as 3 semanas em combinação com a quimioterapia, foi conduzido para a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida de eliminação média obtida (DP) foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 239 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contém uma caneta pré-carregada de uma solução injectável com 80 µg de Nespo em 0,4 ml (200 µg/ml). A caneta será apresentada em embalagem individual. As seringas no interior da caneta são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação A embalagem contém um folheto informativo com instruções completas de uso e manipulação. A caneta pré-carregada de Nespo (SureClick) liberta uma dose completa de cada apresentação. O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por caneta. Cada caneta só pode ser usada uma única vez. Qualquer resto do medicamento que permaneça na caneta pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a caneta pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. Alterne os locais de administração da injecção para evitar desconforto no local de injecção. 240 Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/052 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 241 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 100 microgramas, solução injectável em caneta pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada caneta pré-carregada contém 100 microgramas de darbepoetina alfa em 0,5 ml (200 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em caneta pré-carregada (SureClick). 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo (SureClick) é fornecido numa caneta pré-carregada pronta a ser utilizada. O Nespo em caneta pré-carregada deve ser administrado unicamente por via sub-cutânea. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa.A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Alternativamente, em doentes que não estão em diálise, uma dose 242 inicial de 0,75 µg/kg pode ser administrada por via subcutânea numa única injecção quinzenal. Se o aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 243 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/Kg administrada uma vez todas as três semanas. Se a resposta clínica do doente (fadiga, resposta de hemoglobina) for inadequada após nove semanas, indica que a continuação do tratamento pode não ser efectiva. Alternativamente pode ser administrada 2,25 µg/kg de peso corporal, numa única injecção semanal. Se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. 244 O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus. Se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. 245 Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). 246 Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. 247 A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Estudos clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tem uma eficácia similar quando administrada com uma única injecção de três em três semanas, uma única injecção quinzenal ou semanal, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi tambem observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo 248 que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, de doses subcutâneas que variavam entre 0,6 e 2,1 µg/Kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo de farmacocinética, realizado em doentes com anemia induzida por quimioterapia, tratados com 6,75 µg/Kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea todas as 3 semanas em combinação com a quimioterapia, foi conduzido para a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida de eliminação média obtida (DP) foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 249 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contém uma caneta pré-carregada de uma solução injectável com 100 µg de Nespo em 0,5 ml (200 µg/ml). A caneta será apresentada em embalagem individual. As seringas no interior da caneta são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação A embalagem contém um folheto informativo com instruções completas de uso e manipulação. A caneta pré-carregada de Nespo (SureClick) liberta uma dose completa de cada apresentação. O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por caneta. Cada caneta só pode ser usada uma única vez. Qualquer resto do medicamento que permaneça na caneta pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a caneta pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. Alterne os locais de administração da injecção para evitar desconforto no local de injecção. 250 Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/053 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 251 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 150 microgramas, solução injectável em caneta pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada caneta pré-carregada contém 150 microgramas de darbepoetina alfa em 0,3 ml (500 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em caneta pré-carregada (SureClick). 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo (SureClick) é fornecido numa caneta pré-carregada pronta a ser utilizada. O Nespo em caneta pré-carregada deve ser administrado unicamente por via sub-cutânea. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa.A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Alternativamente, em doentes que não estão em diálise, uma dose 252 inicial de 0,75 µg/kg pode ser administrada por via subcutânea numa única injecção quinzenal. Se o aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 253 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/Kg administrada uma vez todas as três semanas. Se a resposta clínica do doente (fadiga, resposta de hemoglobina) for inadequada após nove semanas, indica que a continuação do tratamento pode não ser efectiva. Alternativamente pode ser administrada 2,25 µg/kg de peso corporal, numa única injecção semanal. Se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. 254 O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus. Se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. 255 Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). 256 Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. 257 A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Estudos clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tem uma eficácia similar quando administrada com uma única injecção de três em três semanas, uma única injecção quinzenal ou semanal, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi tambem observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo 258 que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, de doses subcutâneas que variavam entre 0,6 e 2,1 µg/Kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo de farmacocinética, realizado em doentes com anemia induzida por quimioterapia, tratados com 6,75 µg/Kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea todas as 3 semanas em combinação com a quimioterapia, foi conduzido para a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida de eliminação média obtida (DP) foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 259 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contém uma caneta pré-carregada de uma solução injectável com 150 µg de Nespo em 0,3 ml (500 µg/ml). A caneta será apresentada em embalagem individual. As seringas no interior da caneta são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação A embalagem contém um folheto informativo com instruções completas de uso e manipulação. A caneta pré-carregada de Nespo (SureClick) liberta uma dose completa de cada apresentação. O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por caneta. Cada caneta só pode ser usada uma única vez. Qualquer resto do medicamento que permaneça na caneta pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a caneta pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. Alterne os locais de administração da injecção para evitar desconforto no local de injecção. 260 Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/054 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 261 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 300 microgramas, solução injectável em caneta pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada caneta pré-carregada contém 300 microgramas de darbepoetina alfa em 0,6 ml (500 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em caneta pré-carregada (SureClick). 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo (SureClick) é fornecido numa caneta pré-carregada pronta a ser utilizada. O Nespo em caneta pré-carregada deve ser administrado unicamente por via sub-cutânea. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa.A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Alternativamente, em doentes que não estão em diálise, uma dose 262 inicial de 0,75 µg/kg pode ser administrada por via subcutânea numa única injecção quinzenal. Se o aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 263 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/Kg administrada uma vez todas as três semanas. Se a resposta clínica do doente (fadiga, resposta de hemoglobina) for inadequada após nove semanas, indica que a continuação do tratamento pode não ser efectiva. Alternativamente pode ser administrada 2,25 µg/kg de peso corporal, numa única injecção semanal. Se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. 264 O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus. Se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. 265 Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). 266 Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. 267 A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Estudos clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tem uma eficácia similar quando administrada com uma única injecção de três em três semanas, uma única injecção quinzenal ou semanal, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi tambem observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo 268 que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, de doses subcutâneas que variavam entre 0,6 e 2,1 µg/Kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo de farmacocinética, realizado em doentes com anemia induzida por quimioterapia, tratados com 6,75 µg/Kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea todas as 3 semanas em combinação com a quimioterapia, foi conduzido para a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida de eliminação média obtida (DP) foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 269 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contém uma caneta pré-carregada de uma solução injectável com 300 µg de Nespo em 0,6 ml (500 µg/ml). A caneta será apresentada em embalagem individual. As seringas no interior da caneta são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação A embalagem contém um folheto informativo com instruções completas de uso e manipulação. A caneta pré-carregada de Nespo (SureClick) liberta uma dose completa de cada apresentação. O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por caneta. Cada caneta só pode ser usada uma única vez. Qualquer resto do medicamento que permaneça na caneta pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a caneta pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. Alterne os locais de administração da injecção para evitar desconforto no local de injecção. 270 Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/055 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 271 1. DENOMINAÇÃO DO MEDICAMENTO Nespo 500 microgramas, solução injectável em caneta pré-carregada. 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA Cada caneta pré-carregada contém 500 microgramas de darbepoetina alfa em 1 ml (500 µg/ml). A darbepoetina alfa é produzida por engenharia genética em células do ovário do Hamster chinês (CHO-K1). Excipientes, ver 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Solução injectável em caneta pré-carregada (SureClick). 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas Tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica em adultos e crianças com 11 ou mais anos de idade. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide submetidos a quimioterapia. 4.2 Posologia e modo de administração O tratamento com Nespo deve ser iniciado por médicos com experiência nas indicações acima mencionadas. O Nespo (SureClick) é fornecido numa caneta pré-carregada pronta a ser utilizada. O Nespo em caneta pré-carregada deve ser administrado unicamente por via sub-cutânea. Na Secção 6.6 encontrará as instruções sobre a sua utilização, manipulação e eliminação. Tratamento da anemia em doentes com insuficiência renal crónica O Nespo pode ser administrado por via subcutânea ou intravenosa.A via subcutânea é preferível em doentes que não estejam a fazer hemodiálise de forma a evitar a punção de veias periféricas. O objectivo do tratamento é o de aumentar a hemoglobina para um valor superior a 11 g/dl (6,8 mmol/l). A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l) deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Um aumento da hemoglobina superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l) num período de 4 semanas ou uma concentração de hemoglobina superior a 14 g/dl (8,7 mmol/l) devem ser evitados. Os estudos clínicos demonstraram que as respostas variam de doente para doente. No entanto, as recomendações referidas abaixo devem ser seguidas inicialmente, tanto para os doentes adultos e pediátricos, e depois ajustadas conforme indicação clínica. O tratamento com Nespo é dividido em duas fases: fase de correcção e fase de manutenção: Fase de Correcção A dose inicial, por via subcutânea ou intravenosa, é de 0,45 µg/kg de peso corporal, administrada numa única injecção semanal. Alternativamente, em doentes que não estão em diálise, uma dose 272 inicial de 0,75 µg/kg pode ser administrada por via subcutânea numa única injecção quinzenal. Se o aumento da hemoglobina é inadequado [inferior a 1 g/dl (0,6 mmol/l) em 4 semanas] deverá aumentarse a dose em aproximadamente 25% da dose actual. Os aumentos de dose não devem ser feitos com uma frequência superior a uma vez de quatro em quatro semanas. Se o aumento da hemoglobina for superior a 2,5 g/dl (1,6 mmol/l) em 4 semanas, deverá reduzir-se a dose de entre 25 a 50%, dependendo do grau de aumento. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. A hemoglobina deve ser avaliada semanalmente ou quinzenalmente até estabilizar. Posteriormente, os valores de hemoglobina devem ser avaliados periodicamente. Fase de Manutenção Na fase de manutenção o Nespo pode continuar a ser administrado em injecção única uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. Doentes em diálise que modifiquem o regime de uma administração semanal para quinzenal, devem inicialmente receber uma dose equivalente ao dobro da dose recebida anteriormente uma vez por semana. Em doentes não dialisados, uma vez atingida a concentração pretendida de hemoglobina, com administração única a cada duas semanas, o Nespo pode ser administrado por via subcutânea uma vez por mês, usando uma dose inicial igual ao dobro da dose inicialmente dada a cada duas semanas. A partir daí deverão ser feitos os ajustes de dose necessários à manutenção dos valores de hemoglobina. A concentração exacta de hemoglobina que se pretende atingir acima de 11 g/dl (6,8 mmol/l), deverá ser estabelecida individualmente para cada doente. Se for necessário ajustar a dose para manter a hemoglobina na concentração desejada, recomenda-se que a dose seja ajustada com correcções de aproximadamente 25%. Se, em 4 semanas, o aumento da hemoglobina for superior a 2,0 g/dl (1,25 mmol/l), reduza a dose em aproximadamente 25%, dependendo do valor da subida. Se a hemoglobina exceder os 14 g/dl (8,7 mmol/l), o tratamento deverá ser interrompido até esta baixar para um valor inferior a 13 g/dl (8,1 mmol/l) e depois recomeçar o tratamento com uma dose aproximadamente 25% inferior à dose anterior. Após um ajuste da dose ou da frequência de administração, os valores de hemoglobina devem ser monitorizados semanalmente ou quinzenalmente. As alterações da dose na fase de tratamento de manutenção não devem ser feitas com uma frequência superior a uma alteração de duas em duas semanas. Quando se altera a via de administração, deve manter-se a mesma dose e a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente para que possam ser feitos os ajustes adequados da dose de Nespo e, desta forma, manter a concentração desejada de hemoglobina. Ensaios clínicos demonstraram que os doentes que recebem r-HuEPO uma, duas ou três vezes por semana poderão ser convertidos para uma administração única semanal ou quinzenal de Nespo. A dose semanal inicial de Nespo (µg/semana) pode ser determinada dividindo a dose total semanal de rHuEPO (U.I./semana) por 200. A dose quinzenal inicial de Nespo (µg/15 em 15 dias) pode ser determinada dividindo por 200 o total cumulativo da dose de r-HuEPO administrada durante o período de 2 semanas. Devido à variabilidade individual, deve-se proceder à titulação da dose terapêutica óptima para cada indivíduo. Quando se substitui r-HuEPO por Nespo, a hemoglobina deve ser monitorizada semanalmente ou quinzenalmente e deve ser mantida a mesma via de administração. Tratamento da anemia sintomática em doentes oncológicos O Nespo deve ser administrado por via subcutânea a doentes com anemia (e.g. concentração de hemoglobina ≤ 11 g/dl (6,8 mmol/l). 273 A dose inicial recomendada é de 6,75 µg/Kg administrada uma vez todas as três semanas. Se a resposta clínica do doente (fadiga, resposta de hemoglobina) for inadequada após nove semanas, indica que a continuação do tratamento pode não ser efectiva. Alternativamente pode ser administrada 2,25 µg/kg de peso corporal, numa única injecção semanal. Se o aumento da hemoglobina for inadequado (inferior a 1 g/dl (0,6 mmol) após 4 semanas), a dose deve ser duplicada. Se a resposta em termos de hemoglobina permanecer inadequada, nas 4 semanas seguintes à duplicação de dose, indica que a continuação do tratamento pode não ser eficaz. O tratamento com Nespo, deve ser descontinuado após, aproximadamente quatro semanas do fim da quimioterapia. O valor de hemoglobina não deve exceder 13 g/dl (8,1 mmol/l) (ver secção 5.1). Uma vez atingido o objectivo terapêutico para cada doente individualmente, a dose deve ser reduzida de 25 a 50%, de forma a manter o valor de hemoglobina. Se necessário, pode ser instituída uma redução adicional da dose para assegurar que o valor de hemoglobina não excede as 13 g/dl. Se, em 4 semanas, o aumento de hemoglobina for superior a 2 g/dl (1,3 mmol/l), a dose deve ser reduzida de 25 a 50%. 4.3 Contra-indicações Hipersensibilidade à darbepoetina alfa, r-HuEPO ou a qualquer dos seus excipientes. Hipertensão mal controlada. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Gerais No sentido de assegurar uma eritropoiese efectiva, os níveis de ferro devem ser avaliados em todos os doentes antes e durante o tratamento e pode ser necessário iniciar-se tratamento suplementar com ferro. A ausência de resposta ao tratamento com Nespo deve ser imediatamente investigada para determinar quais são os factores causais. As deficiências em ferro, ácido fólico ou Vitamina B12 reduzem a eficácia dos agentes estimuladores da eritropoiese, pelo que devem ser corrigidas. Infecções intercorrentes, episódios inflamatórios ou traumáticos, perda de sangue oculto, hemólise, intoxicação grave com alumínio, doenças hematológicas subjacentes ou fibrose da medula óssea podem também comprometer a resposta eritropoiética. Como parte da avaliação deve ser considerada a contagem de reticulócitos. Se forem excluídas causas típicas de não resposta ao tratamento e o doente tiver reticulocitopénia, um medulograma deve ser considerado. Se a medula óssea for consistente com aplasia eritróide pura, devem ser efectuados testes para anticorpos anti-eritropoietina. Foram reportados casos de aplasia eritróide pura resultantes da formação de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina associados a proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Ficou demonstrado que estes anticorpos reagem de forma cruzada com todas as proteínas estimuladoras da eritropoiese. Os doentes em que se suspeita ou confirma a existência de anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina não devem ser mudados para darbepoetina alfa (ver secção 4.8). A doença hepática activa foi um critério de exclusão em todos os estudos com Nespo, como tal, não existem dados disponíveis em doentes com insuficiência hepática. Uma vez que se considera que o fígado é a principal via de eliminação do Nespo e da r-HuEPO, o Nespo deve ser utilizado com precaução em doentes com doença hepática. 274 O Nespo deve também ser administrado com precaução aos doentes com anemia das células falciformes ou com epilepsia. O uso indevido de Nespo por indivíduos saudáveis pode levar a um aumento excessivo do hematócrito. Este facto pode estar associado com complicações no sistema cardiovascular que põem em risco a vida. Doentes com insuficiência renal crónica Recomenda-se uma terapêutica suplementar com ferro em todos os doentes com valores da ferritina sérica inferiores a 100 µg/l ou com taxa de saturação de transferrina inferior a 20%. A pressão arterial deve ser monitorizada em todos os doentes, particularmente na fase inicial do tratamento com Nespo. Os doentes devem ser avisados da importância em aderirem à terapêutica antihipertensora e às restrições dietéticas. Quando for difícil controlar a pressão arterial, apesar de se terem implementado as medidas terapêuticas apropriadas, pode-se baixar a hemoglobina diminuindo a dose ou aumentando o intervalo de administração de Nespo (ver Secção 4.2). Em doentes com insuficiência renal crónica e evidência clínica de cardiopatia isquémica ou de insuficiência cardíaca congestiva, os níveis alvo da hemoglobina devem ser determinados individualmente. Nestes doentes deve-se ter como limite superior os 12 g/dl, a não ser que sintomas graves (e.g. angina) indiquem a necessidade de atingir outros níveis. Os níveis séricos de potássio devem ser monitorizados regularmente durante o tratamento com Nespo. Apesar de não se ter estabelecido uma relação causal, foi reportado em alguns doentes a receber Nespo uma elevação dos níveis de potássio. Se for observado um nível elevado ou crescente de potássio, deve considerar-se a interrupção da administração de Nespo até este nível estar corrigido. Doentes oncológicos Efeito na progressão do tumor As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Como os demais factores de crescimento, existe a preocupação de que as epoietinas possam estimular o crescimento de qualquer tipo de neoplasia maligna. Um inexplicável excesso de mortalidade foi observado em dois ensaios clínicos controlados, em que as epoietinas foram administradas em doentes com vários tipos de doenças malignas, incluindo, cancro da cabeça e pescoço e cancro da mama. Se o valor de hemoglobina exceder os 14 g/dl, em doentes oncológicos ou com doença linfoproliferativa maligna, a alteração de dose descrita na secção 4.2 deve ser cumprida rigorosamente no sentido de minimizar o potencial risco de eventos trombóticos. Deve-se monitorizar regularmente as plaquetas e a hemoglobina. 4.5 Interacções medicamentosas e outras formas de interacção Os resultados clínicos obtidos até agora não indicam nenhuma interacção de Nespo com outras substâncias. No entanto, existe um potencial risco de interacção com fármacos que se liguem fortemente aos glóbulos vermelhos e.g. ciclosporina, tacrolimus. Se a darbepoetina alfa for administrada concomitantemente com algum destes fármacos, as suas concentrações plasmáticas devem ser monitorizadas e a dose deverá ser ajustada dependendo do aumento de hemoglobina 4.6 Gravidez e aleitamento Não existem dados clínicos sobre a exposição de grávidas a Nespo. 275 Estudos efectuados em animais não revelaram efeitos prejudiciais directos no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. Deve-se ter precaução na prescrição a mulheres grávidas. Como não existe experiência clínica em mulheres no período de aleitamento não se deve administrar Nespo a mulheres que estejam a amamentar. Quando o tratamento com Nespo é absolutamente necessário a mulher tem de parar a amamentação. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não foram observados efeitos de Nespo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis A segurança de Nespo foi avaliada tendo como referência uma base de dados que recolheu informação de aproximadamente 1800 doentes com insuficiência renal crónica a quem Nespo foi administrado durante um período de tempo até 24 meses e em 1200 doentes oncológicos que foram tratados durante um período até 4 meses. Gerais Foram reportados casos raros de reacções alérgicas potencialmente graves que incluíam dispneia, vermelhidão cutânea e urticária associadas com darbepoetina alfa. Doentes com insuficiência renal crónica Os dados apresentados, obtidos de estudos controlados que, incluíram 1578 doentes que receberam Nespo e 591 doentes que receberam r-HuEPO. A proporção de doentes que descontinuaram o tratamento devido a efeitos adversos foi de 2% para Nespo e de 4% para r-HuEPO. Os efeitos indesejáveis atribuíveis ao tratamento com Nespo são a hipertensão arterial e trombose do acesso vascular. No entanto, na base de dados de segurança, nenhum destes efeitos foi associado com a concentração da hemoglobina (< 12 versus > 12 g/dl) ou com a velocidade do aumento da hemoglobina (< 1, 1 a < 2, 2 a < 3 e ≥ 3 g/dl de hemoglobina durante 4 semanas). Em estudos onde o Nespo foi administrado por via subcutânea foi reportado e atribuído ao tratamento dor no local de injecção. Este facto foi observado mais frequentemente do que com r-HuEPO. O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitória e ocorreu predominantemente após a primeira injecção. A incidência de efeitos indesejáveis considerados relacionados com o tratamento com Nespo em estudos clínicos controlados é: Sistema Corporal Sistema Nervoso Central/Sistema Nervoso Periférico Cardiovascular Alterações vasculares Local de injecção Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Cefaleia Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Hipertensão Trombose do acesso vascular Dor no local de injecção Foram reportados casos isolados de aplasia eritróide pura (AEP) mediada por anticorpos neutralizantes anti-eritropoietina, associados ao tratamento com Nespo. O tratamento com Nespo deve ser interrompido, no caso de se diagnosticar AEP e os doentes não devem mudar para outra proteína recombinante estimuladora da eritropoiese (ver secção 4.4). 276 Todos os outros efeitos indesejáveis relacionados com o tratamento foram observados com uma incidência igual ou inferior a 1% (pouco comuns ou raros), a maioria foram ligeiros ou moderados em termos de gravidade e consistentes com as co-morbilidades esperadas nesta população de doentes. Doentes oncológicos Em estudos clínicos com Nespo administrado por via subcutânea, a incidência de hipertensão e de eventos cardiovasculares foi comparável em doentes oncológicos que receberam placebo, rHuEPO ou Nespo. Além disso, estes efeitos indesejáveis não estavam associados à concentração de hemoglobina (< 13 versus > 13 g/dl) ou a um aumento rápido da hemoglobina (> 2,0 g/dl em 4 semanas). Ensaios clínicos demonstraram um aumento da frequência de reacções tromboembólicas incluindo trombose venosa profunda e embolismo pulmonar em doentes oncológicos a receberem Nespo quando comparados com doentes a receberem placebo. Em geral, os efeitos indesejáveis reportados em ensaios clínicos com Nespo em doentes oncológicos medicados concomitantemente com quimioterapia eram consistentes com a doença subjacente e o seu tratamento com quimioterapia. A incidência dos efeitos indesejáveis considerados relacionados ao tratamento com o Nespo em estudos controlados é: Sistema Corporal Músculo-esquelético Corpo/geral Local de injecção Alterações vasculares Incidência Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Comum (> 1%, ≤ 10%) Reacção Adversa Artralgia Edema periférico Dor no local de injecção Reacções tromboembólicas A dor no local de injecção foi o efeito indesejável, reportado mais frequentemente, considerado relacionado com o Nespo (< 5%). O desconforto no local de injecção foi geralmente de natureza ligeira e transitório. 4.9 Sobredosagem O Nespo possui uma ampla janela terapêutica. Mesmo com níveis séricos muito elevados não foram observados sintomas de sobredosagem. No caso de ocorrer policitemia, o Nespo deve ser temporariamente suspenso (ver Secção 4.2 Posologia e modo de administração). Se clinicamente indicado pode efectuar-se uma flebotomia. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo fármaco-terapêutico: antianémicos, Código ATC: B03XA02. A eritropoietina humana é uma hormona endógena glicoproteica que é a principal reguladora da eritropoiese através da interacção específica com o receptor da eritropoietina nas células progenitoras dos eritrócitos na medula óssea. A produção da eritropoietina e a sua regulação ocorrem principalmente nos rins em resposta a alterações na oxigenação dos tecidos. A produção de eritropoietina endógena está alterada em doentes com insuficiência renal crónica e a principal causa da sua anemia é devida à deficiência de eritropoietina. Em doentes oncológicos submetidos a quimioterapia a etiologia da anemia é multifactorial. Nestes doentes, a deficiência de eritropoietina e a resposta diminuída das células progenitoras eritróides à eritropoietina endógena contribuem de maneira significativa para a anemia destes doentes. 277 A darbepoetina alfa estimula a eritropoiese pelo mesmo mecanismo da hormona endógena. A darbepoetina alfa tem cinco cadeias de hidratos de carbono ligadas aos átomos de azoto enquanto que a hormona endógena e as eritropoietinas humanas recombinantes (r-HuEPO) têm três. Os radicais de açúcar adicionais têm uma estrutura molecular idêntica aos que se encontram na hormona endógena. Devido ao aumento no conteúdo de hidratos de carbono, a darbepoetina alfa tem uma semi-vida de eliminação mais longa que a r-HuEPO e, como tal, uma maior actividade in vivo. Apesar destas alterações moleculares, a darbepoetina alfa mantém uma estreita especificidade para o receptor de eritropoietina. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Num estudo prospectivo, randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 314 doentes com cancro do pulmão submetidos a uma quimioterapia contendo platina, observou-se uma diminuição significativa das necessidades transfusionais (p < 0,001). Estudos clínicos demonstraram que a darbepoetina alfa tem uma eficácia similar quando administrada com uma única injecção de três em três semanas, uma única injecção quinzenal ou semanal, sem necessidade de aumento da dose requerida. Num estudo prospectivo randomizado, com dupla ocultação, controlado com placebo e efectuado em 344 doentes anémicos com doença maligna linfoproliferativa submetidos a quimioterapia, observou-se uma significativa redução das necessidades transfusionais e melhoria da resposta em termos dos valores de hemoglobina (p<0,001). Foi tambem observado uma melhoria da fadiga medida através da escala Functional Assessment of Cancer Therapy-fatigue (FACT-fatigue). Nestes estudos com dupla ocultação, a vigilância prolongada destes doentes, não revelou qualquer efeito adverso da darbepoetina alfa na progressão do tumor e na sobrevida. As epoietinas são factores de crescimento que estimulam principalmente a produção de glóbulos vermelhos. Os receptores da eritropoietina podem ser expressos na superfície de uma variedade de células tumorais. Existe informação insuficiente para estabelecer se a utilização de epoietinas tem um efeito adverso no tempo de progressão do tumor ou sobrevida livre de progressão. Dois estudos exploraram o efeito das epoietinas na sobrevida e/ou progressão do tumor com objectivos de valores de hemoglobina superiores. Num estudo aleatorizado, controlado com placebo, utilizando epoietina alfa em 939 doentes com cancro da mama metastizado, foi administrada a substância em estudo na tentativa de manter os valores de hemoglobina entre 12 e 14 g/dl. Aos 4 meses, a morte devido à progressão da doença foi superior (6% versus 3%) em mulheres a receber epoietina alfa. A mortalidade total foi significantemente superior no braço da epoietina alfa. Noutro estudo, controlado com placebo, utilizando a epoietina beta em 351 doentes com cancro da cabeça e pescoço, a substância em estudo foi administrada de forma a manter o valor de hemoglobina de 14 g/dl em mulheres e 15 g/dl em homens. A sobrevida livre de progressão locoregional foi significantemente inferior em doentes a receber epoietina beta. Os resultados deste estudo foram confundidos pelo desequilíbrio entre os grupos de tratamento, especialmente no que diz respeito à localização do tumor, condição de fumador e heterogeneidade da população do estudo. Adicionalmente, vários outros estudos demonstraram a tendência para aumentar a sobrevida, sugerindo que a epoietina não tem efeito negativo na progressão do tumor. 5.2 Propriedades farmacocinéticas Devido ao aumento do conteúdo de hidratos de carbono, a concentração de darbepoetina alfa em circulação permanece acima da concentração mínima estimuladora da eritropoiese durante mais tempo 278 que a dose molar equivalente da r-HuEPO, permitindo que a darbepoetina alfa seja administrada menos frequentemente para atingir a mesma resposta biológica. Doentes com insuficiência renal crónica A farmacocinética da darbepoetina alfa tem vindo a ser estudada clinicamente nos doentes com insuficiência renal crónica após administração intravenosa ou subcutânea. A semi-vida de eliminação é de aproximadamente 21 horas (DP 7,5) quando administrada por via intravenosa. A depuração da darbepoetina alfa é de 1,9 ml/h/kg (DP 0,56) e o volume de distribuição (Vss) é aproximadamente igual ao volume do plasma (50 ml/kg). A biodisponibilidade com a administração subcutânea é de 37%. Após administração mensal de darbepoetina alfa, de doses subcutâneas que variavam entre 0,6 e 2,1 µg/Kg, a semi-vida de eliminação foi de 73 horas (DP 24). A superior semi-vida de eliminação da darbepoetina alfa administrada por via subcutânea quando comparada com a via intravenosa deve-se à cinética de absorção da via subcutânea. Em estudos clínicos foi observada uma acumulação mínima com ambas as vias de administração. Em estudos pré-clínicos ficou demonstrado que a depuração renal é mínima (até 2% da depuração total) e não afecta a semi-vida sérica. Dados recolhidos de 809 doentes envolvidos nos estudos clínicos com Nespo realizados na Europa foram analisados para avaliar a dose necessária para manter a hemoglobina, não se observou nenhuma diferença entre a dose média semanal administrada por via subcutânea ou por via intravenosa. Doentes oncológicos submetidos a quimioterapia Após administração subcutânea de 2,25 µg/kg a doentes oncológicos adultos foi atingida uma concentração máxima média de 10,6 ng/ml (DP 5,9) da darbepoetina alfa num tempo médio de 91 horas (DP 19,7). Estes parâmetros foram consistentes com uma farmacocinética de dose linear num amplo intervalo de doses (0,5 a 8 µg/kg semanalmente e 3 a 9 µg/kg de duas em duas semanas). Os parâmetros farmacocinéticos não sofreram alterações com administrações múltiplas durante 12 semanas (administrações semanais ou quinzenais). Houve um aumento previsto mas moderado (< 2 vezes) da concentração sérica quando se aproximou do estado de equilíbrio, mas não houve qualquer acumulação inesperada após administração reiterada. Um estudo de farmacocinética, realizado em doentes com anemia induzida por quimioterapia, tratados com 6,75 µg/Kg de darbepoetina alfa administrada por via subcutânea todas as 3 semanas em combinação com a quimioterapia, foi conduzido para a caracterização completa da semi-vida de eliminação. Neste estudo, a semi-vida de eliminação média obtida (DP) foi de 74 (DP 27) horas. 5.3 Dados de segurança pré-clínica Em todos os estudos em ratos e cães, Nespo produziu aumentos significativos da hemoglobina, hematócrito, contagens de glóbulos vermelhos e reticulócitos, correspondendo ao efeito farmacológico esperado. Todos os efeitos adversos com doses muito elevadas consideram-se relacionados com um efeito farmacológico exagerado (diminuição da perfusão tecidular por aumento da viscosidade do sangue). Estes incluíram mielofibrose, hipertrofia esplénica, assim como o alargamento do complexo QRS no electrocardiograma realizado em cães mas sem se terem observado arritmias nem alterações no intervalo QT. Nespo não revelou nenhum potencial genotóxico nem teve nenhum efeito na proliferação de células não hematológicas in vitro ou in vivo. Nos estudos de toxicidade crónica não foram observadas respostas tumorigénicas ou respostas mitogenéticas inesperadas em qualquer tipo de tecido. O potencial carcinogénico da darbepoetina alfa não foi avaliado em estudos em animais a longo prazo. Em estudos efectuados em ratos e coelhos não foram observados efeitos prejudiciais com relevância terapêutica no que diz respeito à gravidez, desenvolvimento embrionário/fetal, parturição ou desenvolvimento pós-natal. A transferência através da placenta foi mínima. Não foi detectada alteração na fertilidade. 279 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes Fosfato de sódio monobásico Fosfato de sódio dibásico Cloreto de sódio Polissorbato 80 Água para injectáveis 6.2 Incompatibilidades Na ausência de estudos de incompatibilidade o Nespo não deve ser misturado ou administrado através de uma perfusão com outros fármacos. 6.3 Prazo de validade 2 anos. 6.4 Precauções especiais de conservação Guardar a 2°C - 8°C (no frigorífico). Não congelar. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior, para proteger da luz. Para efeitos de utilização em regime ambulatório, o Nespo pode ser retirado uma vez do local de armazenamento por um período único máximo de sete dias à temperatura ambiente (até 25 C). 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Embalagem contém uma caneta pré-carregada de uma solução injectável com 500 µg de Nespo em 1 ml (500 µg/ml). A caneta será apresentada em embalagem individual. As seringas no interior da caneta são feitas de vidro tipo I com agulhas de aço inoxidável de calibre 27 (27 gauge). Podem não estar comercializadas todas as embalagens. 6.6 Instruções de utilização e manipulação e eliminação A embalagem contém um folheto informativo com instruções completas de uso e manipulação. A caneta pré-carregada de Nespo (SureClick) liberta uma dose completa de cada apresentação. O Nespo é um produto estéril mas sem conservantes. Não administrar mais de uma dose por caneta. Cada caneta só pode ser usada uma única vez. Qualquer resto do medicamento que permaneça na caneta pré-carregada deve ser eliminado. Antes da administração deve assegurar-se que a solução de Nespo não contém partículas visíveis, devendo apenas administrar-se soluções que sejam incolores, transparentes ou ligeiramente opalescentes. Não agitar. Retirar a caneta pré-carregada do frigorífico para atingir a temperatura ambiente antes de administrar a injecção. Alterne os locais de administração da injecção para evitar desconforto no local de injecção. 280 Todo o medicamento que não for utilizado ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália 8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO EU/1/01/184/056 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 8 de Junho de 2001 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 281 ANEXO II A. FABRICANTES DA SUBSTÂNCIA ACTIVA DE ORIGEM BIOLÓGICA E TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE FABRICO RESPONSÁVEL PELA LIBERTAÇÃO DO LOTE B. CONDIÇÕES DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 282 A. FABRICANTES DA SUBSTÂNCIA ACTIVA DE ORIGEM BIOLÓGICA E TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE FABRICO RESPONSÁVEL PELA LIBERTAÇÃO DO LOTE Nome e endereço dos fabricantes da substância activa de origem biológica Amgen Inc. Building 7 One Amgen Center Drive Thousand Oaks, CA 91320-1799 E.U.A. Amgen Inc. 4000 Nelson Road Longmont, CO 80503 E.U.A. Nome e endereço do fabricante responsável pela libertação do lote no EEE Amgen Europe B.V. Amgen European Logistics Center (ELC) Minervum 7061 4817 ZK Breda Países Baixos B. • CONDIÇÕES DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO CONDIÇÕES OU RESTRIÇÕES RELATIVAS AO FORNECIMENTO E À UTILIZAÇÃO IMPOSTAS AO TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Medicamento de receita médica restrita (ver anexo I: Resumo das Características do Medicamento, 4.2.). • OUTRAS CONDIÇÕES O titular desta autorização de introdução no mercado deve informar a Comissão Europeia sobre os planos de comercialização do medicamento autorizado pela presente decisão. 283 ANEXO III ROTULAGEM E FOLHETO INFORMATIVO 284 A. ROTULAGEM 285 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA PRÉ-CARREGADA (10 µg) Nespo 10 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,4 ml contem 10 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/001 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 286 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 4 SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (10 µg) Nespo 10 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,4 ml contem 10 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 4 seringas pré-carregadas para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/002 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 287 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS “BLISTER” OU FITAS CONTENTORAS BLISTER CONTENDO AS SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (10µg) Nespo 10 µg Solução injectável Darbepoetina alfa Dompé EXP: IV/SC Lote: 0,4 ml INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA ACONDICIONADA EM BLISTER (10 µg) Nespo 10 µg Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,4 ml Dompé Biotec S.p.A. 288 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (10 µg) Nespo 10 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,4 ml contem 10 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/033 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (10 µg) Nespo 10 µg Solução injectável Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,4 ml Dompé Biotec S.p.A. 289 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA PRÉ-CARREGADA (15 µg) Nespo 15 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,375 ml contem 15 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/003 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 290 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 4 SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (15 µg) Nespo 15 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,375 ml contem 15 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 4 seringas pré-carregadas para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/004 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 291 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS “BLISTER” OU FITAS CONTENTORAS BLISTER CONTENDO AS SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (15µg) Nespo 15 µg Solução injectável Darbepoetina alfa Dompé EXP: IV/SC Lote: 0,375 ml INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA ACONDICIONADA EM BLISTER (15 µg) Nespo 15 µg Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,375 ml Dompé Biotec S.p.A. 292 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (15 µg) Nespo 15 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,375 ml contem 15 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/034 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (15 µg) Nespo 15 µg Solução injectável Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,375 ml Dompé Biotec S.p.A. 293 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA PRÉ-CARREGADA (20 µg) Nespo 20 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,5 ml contem 20 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/005 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 294 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 4 SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (20 µg) Nespo 20 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,5 ml contem 20 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 4 seringas pré-carregadas para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/006 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 295 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS “BLISTER” OU FITAS CONTENTORAS BLISTER CONTENDO AS SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (20µg) Nespo 20 µg Solução injectável Darbepoetina alfa Dompé EXP: IV/SC Lote: 0,5 ml INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA ACONDICIONADA EM BLISTER (20 µg) Nespo 20 µg Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,5 ml Dompé Biotec S.p.A. 296 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (20 µg) Nespo 20 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,5 ml contem 20 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/035 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (20 µg) Nespo 20 µg Solução injectável Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,5 ml Dompé Biotec S.p.A. 297 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA PRÉ-CARREGADA (30 µg) Nespo 30 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,3 ml contem 30 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/007 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 298 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 4 SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (30 µg) Nespo 30 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,3 ml contem 30 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 4 seringas pré-carregadas para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/008 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 299 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS “BLISTER” OU FITAS CONTENTORAS BLISTER CONTENDO AS SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (30 µg) Nespo 30 µg Solução injectável Darbepoetina alfa Dompé EXP: IV/SC Lote: 0,3 ml INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA ACONDICIONADA EM BLISTER (30 µg) Nespo 30 µg Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,3 ml Dompé Biotec S.p.A. 300 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (30 µg) Nespo 30 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,3 ml contem 30 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/036 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (30 µg) Nespo 30 µg Solução injectável Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,3 ml Dompé Biotec S.p.A. 301 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA PRÉ-CARREGADA (40 µg) Nespo 40 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,4 ml contem 40 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/009 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 302 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 4 SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (40 µg) Nespo 40 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,4 ml contem 40 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 4 seringas pré-carregadas para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/010 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 303 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS “BLISTER” OU FITAS CONTENTORAS BLISTER CONTENDO AS SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (40µg) Nespo 40 µg Solução injectável Darbepoetina alfa Dompé EXP: IV/SC Lote: 0,4 ml INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA ACONDICIONADA EM BLISTER (40 µg) Nespo 40 µg Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,4 ml Dompé Biotec S.p.A. 304 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (40 µg) Nespo 40 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,4 ml contem 40 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/037 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (40 µg) Nespo 40 µg Solução injectável Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,4 ml Dompé Biotec S.p.A. 305 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA PRÉ-CARREGADA (50 µg) Nespo 50 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,5 ml contem 50 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/011 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 306 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 4 SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (50 µg) Nespo 50 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,5 ml contem 50 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 4 seringas pré-carregadas para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/012 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 307 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS “BLISTER” OU FITAS CONTENTORAS BLISTER CONTENDO AS SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (50 µg) Nespo 50 µg Solução injectável Darbepoetina alfa Dompé EXP: IV/SC Lote: 0,5 ml INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA ACONDICIONADA EM BLISTER (50 µg) Nespo 50 µg Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,5 ml Dompé Biotec S.p.A. 308 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (50 µg) Nespo 50 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,5 ml contem 50 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/038 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (50 µg) Nespo 50 µg Solução injectável Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,5 ml Dompé Biotec S.p.A. 309 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA PRÉ-CARREGADA (60 µg) Nespo 60 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,3 ml contem 60 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/013 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 310 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 4 SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (60 µg) Nespo 60 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,3 ml contem 60 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 4 seringas pré-carregadas para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/014 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 311 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS “BLISTER” OU FITAS CONTENTORAS BLISTER CONTENDO AS SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (60 µg) Nespo 60 µg Solução injectável Darbepoetina alfa Dompé EXP: IV/SC Lote: 0,3 ml INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA ACONDICIONADA EM BLISTER (60 µg) Nespo 60 µg Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,3 ml Dompé Biotec S.p.A. 312 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (60 µg) Nespo 60 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,3 ml contem 60 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/039 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (60 µg) Nespo 60 µg Solução injectável Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,3 ml Dompé Biotec S.p.A. 313 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA PRÉ-CARREGADA (80 µg) Nespo 80 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,4 ml contem 80 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/015 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 314 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 4 SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (80 µg) Nespo 80 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,4 ml contem 80 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 4 seringas pré-carregadas para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/016 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 315 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS “BLISTER” OU FITAS CONTENTORAS BLISTER CONTENDO AS SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (80 µg) Nespo 80 µg Solução injectável Darbepoetina alfa Dompé EXP: IV/SC Lote: 0,4 ml INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA ACONDICIONADA EM BLISTER (80 µg) Nespo 80 µg Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,4 ml Dompé Biotec S.p.A. 316 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (80 µg) Nespo 80 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,4 ml contem 80 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/040 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (80 µg) Nespo 80 µg Solução injectável Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,4 ml Dompé Biotec S.p.A. 317 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA PRÉ-CARREGADA (100 µg) Nespo 100 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,5 ml contem 100 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/017 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 318 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 4 SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (100 µg) Nespo 100 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,5 ml contem 100 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 4 seringas pré-carregadas para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/018 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 319 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS “BLISTER” OU FITAS CONTENTORAS BLISTER CONTENDO AS SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (100µg) Nespo 100 µg Solução injectável Darbepoetina alfa Dompé EXP: IV/SC Lote: 0,5 ml INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA ACONDICIONADA EM BLISTER (100 µg) Nespo 100 µg Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,5 ml Dompé Biotec S.p.A. 320 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER(100 µg) Nespo 100 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,5 ml contem 100 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/041 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (100 µg) Nespo 100 µg Solução injectável Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,5 ml Dompé Biotec S.p.A. 321 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA PRÉ-CARREGADA (150 µg) Nespo 150 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,3 ml contem 150 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/019 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 322 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 4 SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (150 µg) Nespo 150 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,3 ml contem 150 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 4 seringas pré-carregadas para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/020 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 323 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS “BLISTER” OU FITAS CONTENTORAS BLISTER CONTENDO AS SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (150µg) Nespo 150 µg Solução injectável Darbepoetina alfa Dompé EXP: IV/SC Lote: 0,3 ml INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA ACONDICIONADA EM BLISTER (150 µg) Nespo 150 µg Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,3 ml Dompé Biotec S.p.A. 324 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (150 µg) Nespo 150 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,3 ml contem 150 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/042 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (150 µg) Nespo 150 µg Solução injectável Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,3 ml Dompé Biotec S.p.A. 325 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA PRÉ-CARREGADA (300 µg) Nespo 300 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,6 ml contem 300 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/021 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 326 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 4 SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (300 µg) Nespo 300 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,6 ml contem 300 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 4 seringas pré-carregadas para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/022 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 327 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS “BLISTER” OU FITAS CONTENTORAS BLISTER CONTENDO AS SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (300µg) Nespo 300 µg Solução injectável Darbepoetina alfa Dompé EXP: IV/SC Lote: 0,6 ml INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA ACONDICIONADA EM BLISTER (300 µg) Nespo 300 µg Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,6 ml Dompé Biotec S.p.A. 328 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (300 µg) Nespo 300 microgramas Solução injectável em siringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 0,6 ml contem 300 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/043 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (300 µg) Nespo 300 µg Solução injectável Darbepoetina alfa IV/SC EXP: Lote: 0,6 ml Dompé Biotec S.p.A. 329 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA PRÉ-CARREGADA (500 µg) Nespo 500 microgramas Solução injectável em seringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 1 ml contem 500 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP.: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/031 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 330 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 4 SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (500 µg) Nespo 500 microgramas Solução injectável em seringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 1 ml contem 500 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 4 seringas pré-carregadas para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP.: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/032 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 331 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS “BLISTER” OU FITAS CONTENTORAS BLISTER CONTENDO AS SERINGAS PRÉ-CARREGADAS (500µg) Nespo 500 µg Solução injectável Darbepoetina alfa Dompé EXP.: IV/SC Lote: 1 ml INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA ACONDICIONADA EM BLISTER (500 µg) Nespo 500 µg Darbepoetina alfa IV/SC EXP.: Lote: 1 ml Dompé Biotec S.p.A. 332 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA DE 1 SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (500 µg) Nespo 500 microgramas Solução injectável em seringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada seringa pré-carregada de 1 ml contem 500 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 seringa pré-carregada para administração única Para administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP.: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular de Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/044 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR EM PEQUENAS UNIDADES DE ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO RÓTULO DA SERINGA NÃO ACONDICIONADA EM BLISTER (500 µg) Nespo 500 µg Solução injectável Darbepoetina alfa IV/SC EXP.: Lote: 1 ml Dompé Biotec S.p.A. INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA COM 1 FRASCO-AMPOLA (15µg) 333 Nespo 15 microgramas Solução injectável em frascos para injectáveis Darbepoetina alfa Cada frasco para injectáveis de 1 ml contem 15 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato80 e água para injectáveis. 1 frasco para injectáveis para administração única Administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP.: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular da Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/023 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 334 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA COM 4 FRASCOS-AMPOLA (15µg) Nespo 15 microgramas Solução injectável em frascos para injectáveis Darbepoetina alfa Cada frasco para injectáveis de 1 ml contem 15 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 4 frascos para injectáveis para administração única Administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP.: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular da Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/024 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 335 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS “BLISTER” OU FITAS CONTENTORAS RÓTULO DO FRASCO-AMPOLA (15µg) Nespo 15 µg Solução injectável Darbepoetina alfa IV/SC EXP.: Lote: 1 ml Dompé Biotec S.p.A. 336 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA COM 1 FRASCO-AMPOLA (25µg) Nespo 25 microgramas Solução injectável em frascos para injectáveis Darbepoetina alfa Cada frasco para injectáveis de 1 ml contem 25 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 frasco para injectáveis para administração única Administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP.: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular da Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/025 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 337 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA COM 4 FRASCOS-AMPOLA (15µg) Nespo 25 microgramas Solução injectável em frascos para injectáveis Darbepoetina alfa Cada frasco para injectáveis de 1 ml contem 25 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 4 frascos para injectáveis para administração única Administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP.: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular da Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/026 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 338 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS “BLISTER” OU FITAS CONTENTORAS RÓTULO DO FRASCO-AMPOLA (25µg) Nespo 25 µg Solução injectável Darbepoetina alfa IV/SC EXP.: Lote: 1 ml Dompé Biotec S.p.A. 339 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA COM 1 FRASCO-AMPOLA (40µg) Nespo 40 microgramas Solução injectável em frascos para injectáveis Darbepoetina alfa Cada frasco para injectáveis de 1 ml contem 40 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 frasco para injectáveis para administração única Administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP.: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular da Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/027 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 340 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA COM 4 FRASCOS-AMPOLA (40 µg) Nespo 40 microgramas Solução injectável em frascos para injectáveis Darbepoetina alfa Cada frasco para injectáveis de 1 ml contem 40 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 4 frascos para injectáveis para administração única Administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP.: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular da Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/028 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 341 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS “BLISTER” OU FITAS CONTENTORAS RÓTULO DO FRASCO-AMPOLA (40 µg) Nespo 40 µg Solução injectável Darbepoetina alfa IV/SC EXP.: Lote: 1 ml Dompé Biotec S.p.A. 342 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA COM 1 FRASCO-AMPOLA (60 µg) Nespo 60 microgramas Solução injectável em frascos para injectáveis Darbepoetina alfa Cada frasco para injectáveis de 1 ml contem 60 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 1 frasco para injectáveis para administração única Administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP.: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular da Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/029 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 343 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR OU, CASO ESTA NÃO EXISTA, NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO CAIXA COM 4 FRASCOS-AMPOLA (60 µg) Nespo 60 microgramas Solução injectável em frascos para injectáveis Darbepoetina alfa Cada frasco para injectáveis de 1 ml contem 60 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. 4 frascos para injectáveis para administração única Administração subcutânea ou intravenosa Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP.: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Titular da Autorização de Introdução no Mercado: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy EU/1/01/184/030 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. 344 INDICAÇÕES MÍNIMAS A INCLUIR NAS EMBALAGENS “BLISTER” OU FITAS CONTENTORAS RÓTULO DO FRASCO-AMPOLA (60 µg) Nespo 60 µg Solução injectável Darbepoetina alfa IV/SC EXP.: Lote: 1 ml Dompé Biotec S.p.A. 345 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR CAIXA DE 1 CANETA PRÉCARREGADA Nespo 10 microgramas Solução injectável em seringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada caneta pré-carregada de 0,4 ml contem 10 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. SureClick x 1 caneta pré-carregada para administração única Para administração subcutânea Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália EU/1/01/184/045 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES A INCLUIR NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO ROTULAGEM DA CANETA Nespo 10 µg Solução injectável Darbepoetina alfa SC EXP. : LOT : 0,4 ml Dompé Biotec S.p.A. 346 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR CAIXA DE 1 CANETA PRÉCARREGADA Nespo 15 microgramas Solução injectável em seringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada caneta pré-carregada de 0,375 ml contem 15 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. SureClick x 1 caneta pré-carregada para administração única Para administração subcutânea Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália EU/1/01/184/046 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES A INCLUIR NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO ROTULAGEM DA CANETA Nespo 15 µg Solução injectável Darbepoetina alfa SC EXP. : LOT : 0,375 ml Dompé Biotec S.p.A. 347 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR CAIXA DE 1 CANETA PRÉCARREGADA Nespo 20 microgramas Solução injectável em seringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada caneta pré-carregada de 0,5 ml contem 20 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. SureClick x 1 caneta pré-carregada para administração única Para administração subcutânea Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália EU/1/01/184/047 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES A INCLUIR NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO ROTULAGEM DA CANETA Nespo 20 µg Solução injectável Darbepoetina alfa SC EXP. : LOT : 0,5 ml Dompé Biotec S.p.A. 348 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR CAIXA DE 1 CANETA PRÉCARREGADA Nespo 30 microgramas Solução injectável em seringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada caneta pré-carregada de 0,3 ml contem 30 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. SureClick x 1 caneta pré-carregada para administração única Para administração subcutânea Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália EU/1/01/184/048 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES A INCLUIR NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO ROTULAGEM DA CANETA Nespo 30 µg Solução injectável Darbepoetina alfa SC EXP. : LOT : 0,3 ml Dompé Biotec S.p.A. 349 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR CAIXA DE 1 CANETA PRÉCARREGADA Nespo 40 microgramas Solução injectável em seringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada caneta pré-carregada de 0,4 ml contem 40 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. SureClick x 1 caneta pré-carregada para administração única Para administração subcutânea Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália EU/1/01/184/049 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES A INCLUIR NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO ROTULAGEM DA CANETA Nespo 40 µg Solução injectável Darbepoetina alfa SC EXP. : LOT : 0,4 ml Dompé Biotec S.p.A. 350 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR CAIXA DE 1 CANETA PRÉCARREGADA Nespo 50 microgramas Solução injectável em seringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada caneta pré-carregada de 0,5 ml contem 50 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. SureClick x 1 caneta pré-carregada para administração única Para administração subcutânea Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália EU/1/01/184/050 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES A INCLUIR NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO ROTULAGEM DA CANETA Nespo 50 µg Solução injectável Darbepoetina alfa SC EXP. : LOT : 0,5 ml Dompé Biotec S.p.A. 351 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR CAIXA DE 1 CANETA PRÉCARREGADA Nespo 60 microgramas Solução injectável em seringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada caneta pré-carregada de 0,3 ml contem 60 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. SureClick x 1 caneta pré-carregada para administração única Para administração subcutânea Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália EU/1/01/184/051 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES A INCLUIR NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO ROTULAGEM DA CANETA Nespo 60 µg Solução injectável Darbepoetina alfa SC EXP. : LOT : 0,3 ml Dompé Biotec S.p.A. 352 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR CAIXA DE 1 CANETA PRÉCARREGADA Nespo 80 microgramas Solução injectável em seringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada caneta pré-carregada de 0,4 ml contem 80 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. SureClick x 1 caneta pré-carregada para administração única Para administração subcutânea Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália EU/1/01/184/052 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES A INCLUIR NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO ROTULAGEM DA CANETA Nespo 80 µg Solução injectável Darbepoetina alfa SC EXP. : LOT : 0,4 ml Dompé Biotec S.p.A. 353 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR CAIXA DE 1 CANETA PRÉCARREGADA Nespo 100 microgramas Solução injectável em seringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada caneta pré-carregada de 0,5 ml contem 100 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. SureClick x 1 caneta pré-carregada para administração única Para administração subcutânea Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália EU/1/01/184/053 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES A INCLUIR NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO ROTULAGEM DA CANETA Nespo 100 µg Solução injectável Darbepoetina alfa SC EXP. : LOT : 0,5 ml Dompé Biotec S.p.A. 354 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR CAIXA DE 1 CANETA PRÉCARREGADA Nespo 150 microgramas Solução injectável em seringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada caneta pré-carregada de 0,3 ml contem 150 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. SureClick x 1 caneta pré-carregada para administração única Para administração subcutânea Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália EU/1/01/184/054 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES A INCLUIR NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO ROTULAGEM DA CANETA Nespo 150 µg Solução injectável Darbepoetina alfa SC EXP. : LOT : 0,3 ml Dompé Biotec S.p.A. 355 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR CAIXA DE 1 CANETA PRÉCARREGADA Nespo 300 microgramas Solução injectável em seringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada caneta pré-carregada de 0,6 ml contem 300 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. SureClick x 1 caneta pré-carregada para administração única Para administração subcutânea Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália EU/1/01/184/055 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES A INCLUIR NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO ROTULAGEM DA CANETA 30 µg Solução injectável Darbepoetina alfa SC EXP. : LOT : 0,6 ml Dompé Biotec S.p.A. 356 INDICAÇÕES A INCLUIR NA EMBALAGEM EXTERIOR CAIXA DE 1 CANETA PRÉCARREGADA Nespo 500 microgramas Solução injectável em seringa pré-carregada Darbepoetina alfa Cada caneta pré-carregada de 1 ml contem 500 microgramas de darbepoetina alfa. Excipientes: fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. SureClick x 1 caneta pré-carregada para administração única Para administração subcutânea Manter fora do alcance e da vista das crianças. EXP: Guardar a 2°C – 8°C (no frigorifico). Não congelar. Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália EU/1/01/184/056 Lote: Medicamento sujeito a receita médica Antes de utilizar, ler atentamente o folheto informativo. INDICAÇÕES A INCLUIR NO ACONDICIONAMENTO PRIMÁRIO ROTULAGEM DA CANETA Nespo 500 µg Solução injectável Darbepoetina alfa SC EXP. : LOT : 1 ml Dompé Biotec S.p.A. 357 B. FOLHETO INFORMATIVO 358 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de utilizar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico assistente ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto 1. 2. 3. 4. 5. 6. O que é o Nespo e para que é utilizado Antes de utilizar o Nespo Como utilizar o Nespo Efeitos secundários possíveis Conservação do Nespo Informação sobre como administrar o medicamento a si próprio Nespo 10 microgramas Nespo 15 microgramas Nespo 20 microgramas Nespo 30 microgramas Nespo 40 microgramas Nespo 50 microgramas Nespo 60 microgramas Nespo 80 microgramas Nespo 100 microgramas Nespo 150 microgramas Nespo 300 microgramas Nespo 500 microgramas solução injectável em seringa pré-carregada darbepoetina alfa O Nespo é fornecido em seringas pré-carregadas contendo 10, 15, 20, 30 40, 50, 60, 80, 100, 150, 300 ou 500 microgramas da substância activa: darbepoetina alfa. O Nespo também contém fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. O Nespo está disponível em embalagens de 1 e 4 seringas pré-carregadas (podem não estar comercializadas todas as embalagens). As seringas podem estar disponíveis quer em embalagens blister (1 e 4 seringas) quer em embalagens não blister (1 seringa). Quem é responsável pelo Nespo? A empresa autorizada a fabricar o Nespo é: Amgen Europe B.V. Minervum 7061 NL-4817 ZK Breda Holanda 359 A empresa autorizada a comercializar o Nespo é: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 1. O QUE É O NESPO E PARA QUE É UTILIZADO O seu médico prescreveu-lhe Nespo (um antianémico) para o tratamento da sua anemia. A anemia manifesta-se quando o seu sangue não contém o número suficiente de glóbulos vermelhos e os sintomas podem ser fadiga, fraqueza e dificuldade em respirar. Nespo actua exactamente como a hormona natural eritropoietina. A eritropoietina é produzida nos rins e estimula a medula óssea a produzir mais glóbulos vermelhos. A substância activa de Nespo é a darbepoetina alfa produzida por tecnologia genética em células do ovário do hamster chinês (CHOK1). Se tiver insuficiência renal crónica O Nespo é utilizado no tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica (mau funcionamento do rim) em adultos e crianças a partir dos 11 anos de idade. Na insuficiência renal, o rim não produz a quantidade suficiente da hormona natural eritropoietina, que pode frequentemente provocar anemia. O seu corpo demorará algum tempo a produzir mais glóbulos vermelhos, pelo que levará cerca de quatro semanas até notar algum efeito. A sua rotina normal de diálise não afectará a capacidade do Nespo tratar a sua anemia. Se estiver a ser submetido a quimioterapia Nespo é utilizado para tratar a anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide que estão a ser submetidos a quimioterapia. Um dos principais efeitos secundários da quimioterapia é o de parar a produção da quantidade suficiente de células sanguíneas pela medula óssea. Inicialmente, somente os glóbulos brancos parecem ser afectados. Este facto é devido a os eritrócitos terem uma duração de vida muito mais longa no sangue circulante. Para o fim do seu tratamento de quimioterapia, especialmente se tiver recebido muita quimioterapia, a contagem de glóbulos vermelhos pode diminuir, fazendo com que fique anémico. 2. ANTES DE UTILIZAR O NESPO Não utilize o Nespo: • se a sua tensão arterial estiver mal controlada, ou • se é alérgico ao Nespo (darbepoetina alfa), r-HuEPO ou a qualquer outro ingrediente do Nespo. Por favor diga ao seu médico Se sofre ou já sofreu de: • pressão arterial elevada que não está a ser controlada com outros medicamentos prescritos pelo seu médico; 360 • anemia das células falciformes; • ataques epilépticos (convulsões); • doenças do fígado; ou • Ausência de resposta significativa a fármacos utilizados para tratar a anemia Precauções especiais • Foram reportados casos de aplasia eritróide pura causada por anticorpos anti-eritropoietina em doentes tratados com proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Aplasia eritróide pura significa que o organismo parou ou reduziu a produção de glóbulos vermelhos. Esta situação causa anemia grave, que pode originar sintomas como cansaço pouco habitual e falta de energia. Se sentir estes sintomas deve contactar o seu médico. Se o seu organismo produzir anticorpos neutralizantes, o seu médico irá interromper o tratamento com Nespo e determinar a melhor forma para tratar a sua anemia (ver secção 4. Efeitos secundários possíveis). • O uso indevido por pessoas saudáveis pode causar problemas de coração ou de circulação sanguínea que podem pôr em risco a vida. • Se é um doente oncológico, fique ciente que Nespo pode actuar como factor de crescimento. Por favor, fale sobre este assunto com o seu médico. Utilizar o Nespo com alimentos e bebidas Os alimentos e as bebidas não afectam o Nespo. Gravidez e aleitamento O Nespo não foi testado em mulheres grávidas. É importante que informe o seu médico se: • estiver grávida; • pensa poder estar grávida; ou • planeia engravidar Não se sabe se a darbepoetina alfa é excretada no leite humano. Deve interromper o aleitamento se for utilizar o Nespo. Condução de veículos e utilização de máquinas O Nespo não deve afectar a capacidade de condução ou de utilização de máquinas. Utilizar o Nespo com outros medicamentos Como com todos os medicamentos, informe o seu médico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos sem receita médica. Os resultados clínicos obtidos até ao momento não indicam a existência de nenhuma interacção medicamentosa com Nespo. No entanto, a ciclosporina e o tacrolimus podem ser afectados pelo número de glóbulos vermelhos no seu sangue. É importante que diga ao seu médico se estiver a tomar algum destes medicamentos. 361 3. COMO UTILIZAR O NESPO Após análises de sangue, o seu médico decidiu que precisa de Nespo. Ele determinará a quantidade correcta de Nespo que irá tomar. Se tiver insuficiência renal crónica O Nespo é administrado por uma única injecção uma vez por semana, uma injecção a cada duas semanas, ou por uma injecção mensal: • sob a pele (subcutânea); ou • dentro da veia (intravenosa). O seu médico decidirá a melhor via de administração para si. Com o objectivo de corrigir a sua anemia, a sua dose inicial será de 0,75 microgramas (em injecção única a cada duas semanas) ou 0,45 microgramas (uma vez por semana) de Nespo por quilograma do seu peso corporal. O seu médico tirar-lhe-á regularmente amostras de sangue para avaliar como a sua anemia está a responder e poderá ajustar a sua dose uma vez de 4 em 4 semanas conforme seja necessário. Uma vez que a sua anemia esteja corrigida, o seu médico continuará a controlar regularmente o seu sangue e a sua dose pode ser ajustada de forma a manter o controle da sua anemia a longo prazo. Se lhe tem sido administrada uma dose de NespoNespo semanal, o seu médico pode alterar-lhe a dose para uma administração a cada duas semanas. Se tiver estado a receber uma administração a cada duas semanas, o seu médico poderá modificar o seu regime para uma única administração mensal. A sua pressão arterial será também controlada regularmente, particularmente no início do seu tratamento. Em alguns casos, o seu médico poderá pedir-lhe que tome um suplemento de ferro. O seu médico poderá decidir alterar a forma como a injecção lhe é administrada (sob a pele ou dentro da veia). Neste caso, começará com a nova via de administração na mesma dose que tem vindo a tomar e o seu médico tirará amostras de sangue para assegurar que a sua anemia continua a ser correctamente tratada. Se o seu médico decidiu alterar o seu tratamento de r-HuEPO (eritropoietina produzida por engenharia genética) para Nespo, ele irá determinar se deve receber a injecção de Nespo uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. A dose semanal inicial de Nespo (microgramas por semana) pode ser determinada dividindo a sua dose total semanal de r-HuEPO (UI por semana) por 200. A sua dose inicial quinzenal (microgramas por quinzena) pode ser determinada dividindo por 200 a dose total de r-HuEPO que seria administrada durante duas semanas (UI durante duas semanas). A via de administração é a mesma de r-HuEPO e o seu médico dir-lhe-á quanto deve tomar. Se estiver a ser submetido a quimioterapia Nespo é administrado uma vez por semana, ou uma vez a cada três semanas, por injecção única sob a pele (via subcutânea). Com o fim de corrigir a sua anemia, a dose inicial será de 6,75 microgramas (uma vez a cada três semanas) ou 2,25 microgramas (uma vez por semana) de Nespo por quilograma do peso corporal. O seu médico tirar-lhe-á regularmente amostras de sangue para avaliar como a sua anemia está a responder ao tratamento e poderá ajustar a sua dose conforme necessário. O seu tratamento continuará 362 até aproximadamente 4 semanas após o fim da quimioterapia. O seu médico dir-lhe-á exactamente quando pode parar de tomar Nespo. O seu valor de hemoglobina não deve exceder as 13 g/dl. Nalguns casos, o seu médico pode recomendar que tome suplementos de ferro. Administrar a si próprio a injecção de Nespo O seu médico poderá decidir que é melhor para si administrar você mesmo a injecção de Nespo. Se assim for, o seu médico ou a enfermeira demonstrarão como injectar Nespo a si próprio. Não tente injectar a si próprio o medicamento se não foi devidamente treinado. Nunca deve injectar a si mesmo o Nespo numa veia. Leia a Secção 6 no fim deste folheto para obter mais informações sobre como administrar o Nespo a si mesmo. Se utilizar mais Nespo do que deveria Não deverá ter problemas graves se tomar mais Nespo do que o necessário. Contudo, deverá contactar o seu médico, enfermeira ou farmacêutico se tal ocorrer. No caso de se sentir mal deverá contactar imediatamente o seu médico, enfermeira ou farmacêutico. Caso se tenha esquecido de tomar o Nespo No caso de se esquecer de uma dose de Nespo deverá contactar o seu médico para decidir quando poderá ser administrada a dose seguinte. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como todos os medicamentos, o Nespo pode ter efeitos secundários. • Se tiver dores de cabeça, nomeadamente enxaqueca súbita e forte, ou começar a sentir-se confuso e com tonturas, deverá informar imediatamente o seu médico. Estes sintomas podem ser o indício de que houve uma subida súbita da pressão arterial e pode necessitar de tratamento urgente. No entanto, é também possível um aumento da pressão arterial ou um agravar da pressão arterial elevada sem estes sintomas. • Se estiver a fazer hemodiálise podem formar-se coágulos sanguíneos (trombose) no seu acesso vascular (canal por onde passa o seu sangue). Esta situação ocorre com maior frequência com uma pressão arterial baixa ou se existirem problemas com a sua fistula. • Se tiver insuficiência renal crónica pode vir a sentir dor na zona da injecção (unicamente se a injecção for sob a pele). Este efeito adverso foi observado mais frequentemente com o Nespo do que com r-HuEPO. Este desconforto é geralmente ligeiro e de curta duração e é mais comum no início do tratamento. • Se tiver doença oncológica, o tratamento com Nespo pode resultar num aumento do risco de dor nas articulações (artralgia), retenção de líquidos (edema periférico), coágulos sanguíneos (formação de trombos) ou dor no local de injecção. Estes efeitos secundários são comuns acontecer em 1 a 10% dos doentes tratados com Nespo. Embora raras, podem ocorrer, reacções alérgicas que incluem falta de ar (dispneia), vermelhidão ou comichão. Em doentes com insuficiência renal crónica, foram observados casos isolados, durante o tratamento com Nespo, de formação de anticorpos neutralizantes contra o Nespo ou outras proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, associados ou não a aplasia eritróide pura (AEP) (ver 363 secção 2. Antes de utilizar o Nespo). Caso algum destes efeitos persista ou detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico, enfermeira ou farmacêutico. 5. CONSERVAÇÃO DO NESPO Conservar de 2°C a 8°C (no frigorífico), não congelar. Não utilizar o Nespo se pensa que este foi congelado. Pode retirar o Nespo do frigorífico e mantê-lo à temperatura ambiente (até 25 ºC) por um período não superior a 7 dias. Uma vez que uma seringa pré-carregada é retirada do frigorífico e atingiu a temperatura ambiente (até 25 ºC) deve ser utilizada dentro dos próximos 7 dias ou eliminada. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior para proteger da luz. A data de validade do Nespo encontra-se gravada na caixa e no rótulo da seringa. Não utilize Nespo após essa data, isto é, após o último dia do mês em referência. Tal como qualquer outro medicamento, deverá manter Nespo longe da vista e do alcance das crianças. 6. INFORMAÇÃO SOBRE COMO ADMINISTRAR O MEDICAMENTO A SI PRÓPRIO Esta secção contém informação sobre como deve injectar o Nespo a si próprio. É importante salientar que não deve tentar injectar-se se não tiver recebido o devido treino por parte do seu médico ou enfermeira. É também importante que elimine a seringa usada num recipiente próprio que não seja perfurável. Se tiver alguma dúvida sobre a auto-administração deve contactar o seu médico ou enfermeira para obter os esclarecimentos necessários. Como injecto o Nespo a mim próprio? Você necessitará de administrar a si próprio uma injecção uma vez por semana, uma vez a cada duas semanas, uma vez a cada três semanas ou uma vez por mês, sempre no mesmo dia e no tecido sob a pele. Este processo é conhecido como uma injecção subcutânea. O seu médico ou enfermeira informam-no sobre qual a dose de Nespo de que necessita e sobre qual deverá ser a frequência de administração. Equipamento de que necessita Para administrar a si próprio uma injecção irá necessitar de: • Uma seringa pré-carregada de Nespo; • Compressas embebidas em álcool ou similar; • Um contentor resistente (recipiente de plástico fornecido pelo hospital ou farmácia) para deitar fora de forma segura as seringas. O que devo fazer antes de administrar a mim próprio uma injecção subcutânea de Nespo? 1. Retirar a seringa pré-carregada de Nespo do frigorífico. 2. Não agitar a seringa pré-carregada. 3. Verificar se tem a dose correcta que o seu médico lhe prescreveu. 4. Verificar a data de validade no rótulo da seringa pré-carregada (EXP:). Não utilize se a data já tiver expirado, isto é, se já tiver passado o último dia do mês em referência. 364 5. Verificar o aspecto do Nespo. O Nespo deve ser um líquido transparente, ou com um ligeiro tom pérola. Se estiver turvo ou com partículas no interior, não deverá utilizá-lo. 6. Para uma administração mais confortável da injecção, deixe ficar a seringa pré-carregada durante 30 minutos à temperatura ambiente ou segure cuidadosamente a seringa na sua mão por alguns minutos. Não aqueça o Nespo de outra forma que não as indicadas (por exemplo no microondas ou em água quente). 7. Não remover a protecção da seringa até estar pronto para a injecção. 8. Lavar bem as mãos. 9. Instale-se num local confortável, bem iluminado, e coloque tudo o que necessita ao seu alcance (a seringa pré-carregada de Nespo, as compressas embebidas em álcool e o contentor para eliminação da seringa). Como devo preparar a minha injecção de Nespo? Antes de injectar Nespo deve seguir os seguintes passos: 1. Segure no canhão da seringa e retire suavemente a protecção da agulha sem torcer. Puxe a direito tal como mostram as figuras 1 e 2. Não toque na agulha nem empurre o êmbolo. 2. Pode existir uma pequena bolha de ar no interior da seringa pré-carregada. Não tem de remover a bolha de ar antes da injecção. É inofensivo injectar a solução com a bolha de ar. 3. Poderá agora utilizar a seringa pré-carregada. Onde devo administrar a injecção? Os locais ideais para administrar a si próprio a injecção são os seguintes: • • na parte superior das ancas; e no abdómen, excepto a zona à volta do umbigo. Alterne os locais onde administra a injecção de forma a não ficar dorido em nenhuma delas. Se for outra pessoa a administrar a injecção, esta poderá ser administrada também na parte de trás do braço. Como administro a injecção? 1. Desinfecte a pele, limpando com uma compressa embebida em álcool, e agarre a pele entre o dedo polegar e o indicativo sem apertar. 2. Espete a agulha na pele como demonstrado pelo seu enfermeiro ou médico. 3. Puxe levemente o êmbolo de forma a verificar que não perfurou nenhuma veia. Se entrar sangue para dentro da seringa retire a agulhe e espete-a num sítio diferente. 4. Injecte o líquido devagar e numa velocidade constante, segurando sempre a pele entre os dois dedos. 5. Após injectar o líquido, retire a agulha e liberte a pele. 365 6. Cada seringa deverá ser utilizada apenas para uma injecção. Não utilize qualquer quantidade de Nespo que ficar na seringa. Lembre-se Se tiver alguma problema ou dúvida não hesite em contactar o seu médico ou enfermeira para obter esclarecimentos. Eliminação das seringas usadas • Não volte a colocar a tampa em seringas utilizadas. • Coloque as seringas utilizadas no contentor próprio não perfurável e mantenha-o longe da vista e alcance das crianças. • Elimine o contentor, seguindo as instruções que lhe foram dadas pelo seu médico, enfermeira ou farmacêutico. • Nunca coloque as seringas utilizadas no caixote do lixo que utiliza em sua casa. Este folheto informativo foi revisto pela última vez em 366 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de utilizar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico assistente ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto 1. 2. 3. 4. 5. 6. O que é o Nespo e para que é utilizado Antes de utilizar o Nespo Como utilizar o Nespo Efeitos secundários possíveis Conservação do Nespo Informação sobre como administrar o medicamento a si próprio Nespo 15 microgramas Nespo 25 microgramas Nespo 40 microgramas Nespo 60 microgramas solução injectável em frascos para injectáveis darbepoetina alfa O Nespo é fornecido em frasco para injectáveis contendo 15, 25, 40 ou 60 microgramas da substância activa: darbepoetina alfa. O Nespo também contém fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. O Nespo está disponível em embalagens de 1 e 4 frascos para injectáveis (podem não estar comercializadas todas as embalagens) Quem é responsável pelo Nespo? A empresa autorizada a fabricar o Nespo é: Amgen Europe B.V. Minervum 7061 NL-4817 ZK Breda Holanda A empresa autorizada a comercializar o Nespo é: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Italy 367 1. O QUE É O NESPO E PARA QUE É UTILIZADO? O seu médico prescreveu-lhe Nespo (um antianémico) para o tratamento da sua anemia. A anemia manifesta-se quando o seu sangue não contém o número suficiente de glóbulos vermelhos e os sintomas podem ser fadiga, fraqueza e dificuldade em respirar. Nespo actua exactamente como a hormona natural eritropoietina. A eritropoietina é produzida nos rins e estimula a medula óssea a produzir mais glóbulos vermelhos. A substância activa de Nespo é a darbepoetina alfa produzida por tecnologia genética em células do ovário do hamster chinês (CHOK1). Se tiver insuficiência renal crónica Nespo é utilizado no tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica (mau funcionamento do rim) em adultos e crianças a partir dos 11 anos de idade. Na insuficiência renal, o rim não produz a quantidade suficiente da hormona natural eritropoietina, que pode frequentemente provocar anemia. O seu corpo demorará algum tempo a produzir mais glóbulos vermelhos, pelo que levará cerca de 4 semanas até notar algum efeito. A sua rotina normal de diálise não afectará a capacidade do Nespo tratar a sua anemia. Se estiver a ser submetido a quimioterapia Nespo é utilizado para tratar a anemia sintomática em doentes oncológicos adultos com doença maligna não-mielóide que estão a ser submetidos a quimioterapia. Um dos principais efeitos secundários da quimioterapia é o de parar a produção da quantidade suficiente de células sanguíneas pela medula óssea. Inicialmente, somente os glóbulos brancos parecem ser afectados. Este facto é devido a os eritrócitos terem uma duração de vida muito mais longa no sangue circulante. Para o fim do seu tratamento de quimioterapia, especialmente se tiver recebido muita quimioterapia, a contagem de glóbulos vermelhos pode diminuir, fazendo com que fique anémico. 2. ANTES DE UTILIZAR O NESPO Não utilize o Nespo: • se a sua tensão arterial estiver mal controlada, ou • se é alérgico ao Nespo (darbepoetina alfa), r-HuEPO ou a qualquer outro ingrediente do Nespo. Por favor diga ao seu médico Se sofre ou já sofreu de: • pressão arterial elevada que não está a ser controlada com outros medicamentos prescritos pelo seu médico; • anemia das células falciformes; • ataques epilépticos (convulsões); • doenças do fígado; ou 368 • Ausência de resposta significativa a fármacos utilizados para tratar a anemia Precauções especiais • Foram reportados casos de aplasia eritróide pura causada por anticorpos anti-eritropoietina em doentes tratados com proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Aplasia eritróide pura significa que o organismo parou ou reduziu a produção de glóbulos vermelhos. Esta situação causa anemia grave, que pode originar sintomas como cansaço pouco habitual e falta de energia. Se sentir estes sintomas deve contactar o seu médico. Se o seu organismo produzir anticorpos neutralizantes, o seu médico irá interromper o tratamento com Nespo e determinar a melhor forma para tratar a sua anemia (ver secção 4. Efeitos secundários possíveis). • O uso indevido por pessoas saudáveis pode causar problemas de coração ou de circulação sanguínea que podem pôr em risco a vida. • Se é um doente oncológico, fique ciente que Nespo pode actuar como factor de crescimento. Por favor, fale com o seu médico sobre este assunto. Utilizar o Nespo com alimentos e bebidas Os alimentos e as bebidas não afectam o Nespo. Gravidez e aleitamento Nespo não foi testado em mulheres grávidas. É importante que informe o seu médico se: • estiver grávida; • pensa poder estar grávida; ou • planeia engravidar Não se sabe se a darbepoetina alfa é excretada no leite humano. Deve interromper o aleitamento se for utilizar o Nespo. Condução de veículos e utilização de máquinas O Nespo não deve afectar a capacidade de condução ou de utilização de máquinas. Utilizar o Nespo com outros medicamentos Como com todos os medicamentos, informe o seu médico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos sem receita médica. Os resultados clínicos obtidos até ao momento não indicam a existência de nenhuma interacção medicamentosa com Nespo. No entanto, a ciclosporina e o tacrolimus podem ser afectados pelo número de glóbulos vermelhos no seu sangue. É importante que diga ao seu médico se estiver a tomar algum destes medicamentos. 3. COMO UTILIZAR O NESPO Após análises de sangue, o seu médico decidiu que precisa de Nespo. Ele determinará a quantidade correcta de Nespo que irá tomar. 369 Se tiver insuficiência renal crónica O Nespo é administrado por uma única injecção uma vez por semana, uma injecção a cada duas semanas, ou por uma injecção mensal: • sob a pele (subcutânea); ou • dentro da veia (intravenosa). O seu médico decidirá a melhor via de administração para si. Com o objectivo de corrigir a sua anemia, a sua dose inicial será de 0,75 microgramas (em injecção única a cada duas semanas) ou 0,45 microgramas (uma vez por semana) de Nespo por quilograma do seu peso corporal. O seu médico tirar-lhe-á regularmente amostras de sangue para avaliar como a sua anemia está a responder e poderá ajustar a sua dose uma vez de 4 em 4 semanas conforme seja necessário. Uma vez que a sua anemia esteja corrigida, o seu médico continuará a controlar regularmente o seu sangue e a sua dose pode ser ajustada de forma a manter o controle da sua anemia a longo prazo. Se lhe tem sido administrada uma dose de NespoNespo semanal, o seu médico pode alterar-lhe a dose para uma administração a cada duas semanas. Se tiver estado a receber uma administração a cada duas semanas, o seu médico poderá modificar o seu regime para uma única administração mensal. A sua pressão arterial será também controlada regularmente, particularmente no início do seu tratamento. Em alguns casos, o seu médico poderá pedir-lhe que tome um suplemento de ferro. O seu médico poderá decidir alterar a forma como a injecção lhe é administrada (sob a pele ou dentro da veia). Neste caso, começará com a nova via de administração na mesma dose que tem vindo a tomar e o seu médico tirará amostras de sangue para assegurar que a sua anemia continua a ser correctamente tratada. Se o seu médico decidiu alterar o seu tratamento de r-HuEPO (eritropoietina produzida por engenharia genética) para Nespo, ele irá determinar se deve receber a injecção de Nespo uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. A dose semanal inicial de Nespo (microgramas por semana) pode ser determinada dividindo a sua dose total semanal de r-HuEPO (UI por semana) por 200. A sua dose inicial quinzenal (microgramas por quinzena) pode ser determinada dividindo por 200 a dose total de r-HuEPO que seria administrada durante duas semanas (UI durante duas semanas). A via de administração é a mesma de r-HuEPO e o seu médico dir-lhe-á quanto deve tomar. Se estiver a ser submetido a quimioterapia Nespo é administrado uma vez por semana, ou uma vez a cada três semanas, por injecção única sob a pele (via subcutânea). A fim de corrigir a sua anemia, a dose inicial será de 6,75 microgramas (uma vez a cada três semanas) ou 2,25 microgramas (uma vez por semana) de Nespo por quilograma do peso corporal. O seu médico tirar-lhe-á regularmente amostras de sangue para avaliar como a sua anemia está a responder ao tratamento e poderá ajustar a sua dose conforme necessário. O seu tratamento continuará até aproximadamente 4 semanas após o fim da quimioterapia. O seu médico dir-lhe-á exactamente quando pode parar de tomar Nespo. O seu valor de hemoglobina não deve exceder as 13 g/dl. Nalguns casos, o seu médico pode recomendar que tome suplementos de ferro. 370 Administrar a si próprio a injecção de Nespo O seu médico poderá decidir que é melhor para si administrar você mesmo a injecção de Nespo. Se assim for, o seu médico ou a enfermeira demonstrarão como injectar Nespo a si próprio. Não tente injectar a si próprio o medicamento se não foi devidamente treinado. Nunca deve injectar a si mesmo Nespo numa veia. Leia a Secção 6 no fim deste folheto para obter mais informações sobre como administrar Nespo a si mesmo. Se utilizar mais Nespo do que deveria Não deverá ter problemas graves se tomar mais Nespo do que o necessário. Contudo, deverá contactar o seu médico, enfermeira ou farmacêutico se tal ocorrer. No caso de se sentir mal deverá contactar imediatamente o seu médico, enfermeira ou farmacêutico. Caso se tenha esquecido de tomar o Nespo No caso de se esquecer de uma dose de Nespo deverá contactar o seu médico para decidir quando poderá ser administrada a dose seguinte. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como todos os medicamentos, o Nespo pode ter efeitos secundários. • Se tiver dores de cabeça, nomeadamente enxaqueca súbita e forte, ou começar a sentir-se confuso e com tonturas, deverá informar imediatamente o seu médico. Estes sintomas podem ser o indício de que houve uma subida súbita da pressão arterial e pode necessitar de tratamento urgente. No entanto, é também possível um aumento da pressão arterial ou um agravar da pressão arterial elevada sem estes sintomas. • Se estiver a fazer hemodiálise podem formar-se coágulos sanguíneos (trombose) no seu acesso vascular (canal por onde passa o seu sangue),. Esta situação ocorre com maior frequência com uma pressão arterial baixa ou se existirem problemas com a sua fistula. • Se tiver insuficiência renal crónica pode vir a sentir dor na zona da injecção (unicamente se a injecção for sob a pele). Este efeito adverso foi observado mais frequentemente com o Nespo do que com r-HuEPO. Este desconforto é geralmente ligeiro e de curta duração e é mais comum no início do tratamento. • Se tiver doença oncológica, o tratamento com Nespo pode resultar num aumento do risco de dor nas articulações (artralgia), retenção de líquidos (edema periférico), coágulos sanguíneos (formação de trombos) ou dor no local de injecção. Estes efeitos secundários são comuns acontecer em 1 a 10% dos doentes tratados com Nespo. Embora raras, podem ocorrer, reacções alérgicas que incluem falta de ar (dispneia), vermelhidão ou comichão. Em doentes com insuficiência renal crónica, foram observados casos isolados, durante o tratamento com Nespo, de formação de anticorpos neutralizantes contra o Nespo ou outras proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, associados ou não a aplasia eritróide pura (AEP) (ver secção 2. Antes de utilizar o Nespo). Caso algum destes efeitos persista ou detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico, enfermeira ou farmacêutico. 371 5. CONSERVAÇÃO DO NESPO Conservar de 2°C a 8°C (no frigorífico), não congelar. Não utilizar o Nespo se pensa que este foi congelado. Pode retirar o Nespo do frigorífico e mantê-lo à temperatura ambiente (até 25 ºC) por um período não superior a 7 dias. Uma vez que uma seringa pré-carregada é retirada do frigorífico e atingiu a temperatura ambiente (até 25 ºC) deve ser utilizada dentro dos próximos 7 dias ou eliminada. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior para proteger da luz. A data de validade do Nespo encontra-se gravada na caixa e no rótulo da seringa. Não utilize o Nespo após essa data, isto é, após o último dia do mês em referência. Tal como qualquer outro medicamento, deverá manter o Nespo longe da vista e do alcance das crianças. 6. INFORMAÇÃO SOBRE COMO ADMINISTRAR O MEDICAMENTO A SI PRÓPRIO Esta secção contém informação sobre como deve injectar o Nespo a si próprio. É importante salientar que não deve tentar injectar-se se não tiver recebido o devido treino por parte do seu médico ou enfermeira. É também importante que elimine a seringa usada num recipiente próprio que não seja perfurável. Se tiver alguma dúvida sobre a auto-administração deve contactar o seu médico ou enfermeira para obter os esclarecimentos necessários. Como injecto o Nespo a mim próprio? Você necessitará de administrar a si próprio uma injecção uma vez por semana, uma vez a cada duas semanas, uma vez a cada três semanas ou uma vez por mês, sempre no mesmo dia e no tecido sob a pele. Este processo é conhecido como uma injecção subcutânea. O seu médico ou enfermeira informam-no sobre qual a dose de Nespo de que necessita e sobre qual deverá ser a frequência de administração . Equipamento de que necessita Para administrar a si próprio uma injecção irá necessitar de: • Um frasco para injectáveis de Nespo; • Agulhas e seringas esterilizadas; • Compressas embebidas em álcool ou similar; • Um contentor resistente (recipiente de plástico fornecido pelo hospital ou farmácia) para deitar fora de forma segura as agulhas. O que devo fazer antes de administrar a mim próprio uma injecção subcutânea de Nespo? 1. Retirar o frasco para injectáveis de Nespo do frigorífico. 2. Não agitar o frasco para injectáveis. 3. Verificar se tem a dose correcta que o seu médico lhe prescreveu. 4. Verificar a data de validade no rótulo do frasco para injectáveis (EXP.). Não utilize se a data já tiver expirado, isto é, se já tiver passado o último dia do mês em referência. 372 5. Verificar o aspecto do Nespo. O Nespo deve ser um líquido transparente, ou com um ligeiro tom pérola. Se estiver turvo ou com partículas no interior, não deverá utilizá-lo. 6. Para uma administração mais confortável da injecção, deixe ficar o frasco para injectáveis durante 30 minutos à temperatura ambiente ou segure cuidadosamente a seringa na sua mão por alguns minutos. Não aqueça o Nespo de outra forma que não as indicadas (por exemplo no microondas ou em água quente). 7. Lavar bem as mãos. 8. Instale-se num local confortável, bem iluminado, e coloque tudo o que necessita ao seu alcance (o frasco para injectáveis de Nespo, seringas, agulhas, as compressas embebidas em álcool e o contentor para eliminação das agulhas). Como devo preparar a minha injecção de Nespo? 1. Remova a cobertura de plástico do frasco para injectáveis, puxando-a para cima e expondo a tampa de borracha. 2. Limpe a tampa de borracha com uma compressa embebida em álcool. 3. Retire as seringas e agulhas das suas embalagens. Coloque a agulha mais longa na seringa e remova a cobertura. Não toque na agulha. 4. Puxe para fora o êmbolo da seringa, enchendo a seringa de ar com o volume prescrito pelo seu médico. 5. Perfure a tampa de borracha do frasco para injectáveis com a agulha e esvazie o ar da seringa para dentro do frasco para injectáveis, empurrando o êmbolo. Vire o frasco para injectáveis ao contrário, puxe o êmbolo e encha a seringa com a quantidade correcta de líquido. É importante que a agulha esteja sempre mergulhada no líquido para prevenir a formação de bolhas de ar dentro da seringa. 6. Remova a agulha do frasco para injectáveis. Retire a agulha da seringa. Elimine a agulha e o frasco para injectáveis (mesmo que ainda contenha algum líquido) num contentor próprio não perfurável. 7. Ponha a agulha mais curta na seringa e remova a cobertura. Não toque na agulha. 8. Segure a seringa com a agulha virada para cima e verifique se o seu interior contém bolhas de ar. Se tiver, carregue levemente no êmbolo até retirar todo o ar mas nenhum líquido. A seringa está agora pronta a ser utilizada. Onde devo administrar a injecção? Os locais ideais para administrar a si próprio a injecção são os seguintes: • • na parte superior das ancas; e no abdómen, excepto a zona à volta do umbigo. Alterne os locais onde administra a injecção de forma a não ficar dorido em nenhuma delas. Se for outra pessoa a administrar a injecção, esta poderá ser administrada também na parte de trás do braço. Como administro a injecção? 373 1. Desinfecte a pele, limpando com uma compressa embebida em álcool, e agarre a pele entre o dedo polegar e o indicativo sem apertar. 2. Espete a agulha na pele como demonstrado pelo seu enfermeiro ou médico. 3. Puxe levemente o êmbolo de forma a verificar que não perfurou nenhuma veia. Se entrar sangue para dentro da seringa retire a agulhe e espete-a num sítio diferente. 4. Injecte o líquido devagar e numa velocidade constante, segurando sempre a pele entre os dois dedos. 5. Após injectar o líquido, retire a agulha e liberte a pele. 6. Cada seringa deverá ser utilizada apenas para uma injecção. Não utilize qualquer quantidade de Nespo que ficar na seringa. Lembre-se Se tiver alguma problema ou dúvida não hesite em contactar o seu médico ou enfermeira para obter esclarecimentos. Eliminação das seringas usadas • Não volte a colocar a tampa em agulhas utilizadas. • Coloque as seringas e frascos para injectáveis utilizados no contentor próprio não perfurável e mantenha-o longe da vista e alcance das crianças. • Elimine o contentor, seguindo as instruções que lhe foram dadas pelo seu médico, enfermeira ou farmacêutico. • Nunca coloque as seringas utilizadas no caixote do lixo que utiliza em sua casa. Este folheto informativo foi revisto pela última vez em 374 FOLHETO INFORMATIVO Leia atentamente este folheto antes de utilizar o medicamento. Conserve este folheto. Pode ter necessidade de o ler novamente. Caso tenha dúvidas, consulte o seu médico assistente ou farmacêutico. Este medicamento foi receitado para si. Não deve dá-lo a outros; o medicamento pode ser-lhes prejudicial mesmo que apresentem os mesmos sintomas. Neste folheto 1. 2. 3. 4. 5. 6. O que é o Nespo e para que é utilizado Antes de utilizar o Nespo Como utilizar o Nespo Efeitos secundários possíveis Conservação do Nespo Informação sobre como administrar o medicamento a si próprio Nespo 10 microgramas Nespo 15 microgramas Nespo 20 microgramas Nespo 30 microgramas Nespo 40 microgramas Nespo 50 microgramas Nespo 60 microgramas Nespo 80 microgramas Nespo 100 microgramas Nespo 150 microgramas Nespo 300 microgramas Nespo 500 microgramas solução injectável em caneta pré-carregada darbepoetina alfa O Nespo (SureClick) é fornecido numa caneta pré-carregada contendo 10, 15, 20, 30 40, 50, 60, 80, 100, 150, 300 ou 500 microgramas da substância activa: darbepoetina alfa. O Nespo também contém fosfato de sódio monobásico, fosfato de sódio dibásico, cloreto de sódio, polissorbato 80 e água para injectáveis. O Nespo (SureClick) está disponível em embalagens de 1 caneta pré-carregada . Quem é responsável pelo Nespo? A empresa autorizada a fabricar o Nespo é: Amgen Europe B.V. Minervum 7061 NL-4817 ZK Breda Holanda 375 A empresa autorizada a comercializar o Nespo é: Dompé Biotec S.p.A. Via San Martino 12 I-20122 Milan Itália 1. O QUE É O NESPO E PARA QUE É UTILIZADO O seu médico prescreveu-lhe Nespo (um antianémico) para o tratamento da sua anemia. A anemia manifesta-se quando o seu sangue não contém o número suficiente de glóbulos vermelhos e os sintomas podem ser fadiga, fraqueza e dificuldade em respirar. Nespo actua exactamente como a hormona natural eritropoietina. A eritropoietina é produzida nos rins e estimula a medula óssea a produzir mais glóbulos vermelhos. A substância activa de Nespo é a darbepoetina alfa produzida por tecnologia genética em células do ovário do hamster chinês (CHOK1). Se tiver insuficiência renal crónica O Nespo é utilizado no tratamento da anemia associada à insuficiência renal crónica (mau funcionamento do rim) em adultos e crianças a partir dos 11 anos de idade. Na insuficiência renal, o rim não produz a quantidade suficiente da hormona natural eritropoietina, que pode frequentemente provocar anemia. O seu corpo demorará algum tempo a produzir mais glóbulos vermelhos, pelo que levará cerca de quatro semanas até notar algum efeito. A sua rotina normal de diálise não afectará a capacidade do Nespo tratar a sua anemia. Se estiver a ser submetido a quimioterapia Nespo é utilizado para tratar a anemia sintomática em doentes oncológicos adultos doença maligna não-mielóide que estão a ser submetidos a quimioterapia. Um dos principais efeitos secundários da quimioterapia é o de parar a produção da quantidade suficiente de células sanguíneas pela medula óssea. Inicialmente, somente os glóbulos brancos parecem ser afectados. Este facto é devido a os eritrócitos terem uma duração de vida muito mais longa no sangue circulante. Para o fim do seu tratamento de quimioterapia, especialmente se tiver recebido muita quimioterapia, a contagem de glóbulos vermelhos pode diminuir, fazendo com que fique anémico. 2. ANTES DE UTILIZAR O NESPO Não utilize o Nespo: • se a sua tensão arterial estiver mal controlada, ou • se é alérgico ao Nespo (darbepoetina alfa), r-HuEPO ou a qualquer outro ingrediente do Nespo. Por favor diga ao seu médico Se sofre ou já sofreu de: • pressão arterial elevada que não está a ser controlada com outros medicamentos prescritos pelo seu médico; 376 • anemia das células falciformes; • ataques epilépticos (convulsões); • doenças do fígado; ou • Ausência de resposta significativa a fármacos utilizados para tratar a anemia Precauções especiais • Foram reportados casos de aplasia eritróide pura causada por anticorpos anti-eritropoietina em doentes tratados com proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, incluindo a darbepoetina alfa. Aplasia eritróide pura significa que o organismo parou ou reduziu a produção de glóbulos vermelhos. Esta situação causa anemia grave, que pode originar sintomas como cansaço pouco habitual e falta de energia. Se sentir estes sintomas deve contactar o seu médico. Se o seu organismo produzir anticorpos neutralizantes, o seu médico irá interromper o tratamento com Nespo e determinar a melhor forma para tratar a sua anemia (ver secção 4. Efeitos secundários possíveis). • O uso indevido por pessoas saudáveis pode causar problemas de coração ou de circulação sanguínea que podem pôr em risco a vida. • Se é um doente oncológico, fique ciente que Nespo pode actuar como factor de crescimento. Por favor, fale com o seu médico sobre este assunto. Utilizar o Nespo com alimentos e bebidas Os alimentos e as bebidas não afectam o Nespo. Gravidez e aleitamento O Nespo não foi testado em mulheres grávidas. É importante que informe o seu médico se: • estiver grávida; • pensa poder estar grávida; ou • planeia engravidar Não se sabe se a darbepoetina alfa é excretada no leite humano. Deve interromper o aleitamento se for utilizar o Nespo. Condução de veículos e utilização de máquinas O Nespo não deve afectar a capacidade de condução ou de utilização de máquinas. Utilizar o Nespo com outros medicamentos Como com todos os medicamentos, informe o seu médico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos sem receita médica. Os resultados clínicos obtidos até ao momento não indicam a existência de nenhuma interacção medicamentosa com Nespo. No entanto, a ciclosporina e o tacrolimus podem ser afectados pelo número de glóbulos vermelhos no seu sangue. É importante que diga ao seu médico se estiver a tomar algum destes medicamentos. 377 3. COMO UTILIZAR A CANETA PRÉ-CARREGADA DE NESPO Após análises de sangue, o seu médico decidiu que precisa de Nespo. Ele determinará a quantidade correcta de Nespo que irá tomar. Segundo determinação do seu médico, a sua injecção deverá ser administrada sob a pele (por via subcutânea), por isso, pode usar a caneta pré-carregada de Nespo. Se tiver insuficiência renal crónica O Nespo em caneta pré-carregada é administrado por uma única injecção, uma vez por semana, ou uma vez a cada duas semanas, ou uma vez por mês. Com o objectivo de corrigir a sua anemia, a sua dose inicial será quer 0,75 microgramas (uma vez de duas em duas semanas) quer 0,45 microgramas (uma vez por semana) de Nespo por quilograma do seu peso corporal. O seu médico tirar-lhe-á regularmente amostras de sangue para avaliar como a sua anemia está a responder e poderá ajustar a sua dose uma vez de 4 em 4 semanas conforme seja necessário. Uma vez que a sua anemia esteja corrigida, o seu médico continuará a controlar regularmente o seu sangue e a sua dose pode ser ajustada de forma a manter o controle da sua anemia a longo prazo. Se tiver estado a receber uma dose de Nespo semanal, o seu médico pode alterar-lhe a dose para uma administração a cada duas semanas. Se tiver estado a receber uma administração de duas em duas semanas, o seu médico pode alterar-lhe a dose para uma única administração de mês a mês. A sua pressão arterial será também controlada regularmente, particularmente no início do seu tratamento. Em alguns casos, o seu médico poderá pedir-lhe que tome um suplemento de ferro. O seu médico poderá decidir alterar a forma como a injecção lhe é administrada (deixar de administrar sob a pele e passar a administrar dentro da veia). Neste caso, começará com a nova via de administração na mesma dose que tem vindo a tomar e o seu médico tirará amostras de sangue para assegurar que a sua anemia continua a ser correctamente tratada. Se o seu médico decidiu alterar o seu tratamento de r-HuEPO (eritropoietina produzida por engenharia genética) para Nespo, ele irá determinar se deve receber a injecção de Nespo uma vez por semana ou uma vez a cada duas semanas. A dose semanal inicial de Nespo (microgramas por semana) pode ser determinada dividindo a sua dose total semanal de r-HuEPO (UI por semana) por 200. A sua dose inicial quinzenal (microgramas por quinzena) pode ser determinada dividindo por 200 a dose total de r-HuEPO que seria administrada durante duas semanas (UI durante duas semanas). A via de administração é a mesma de r-HuEPO e o seu médico dir-lhe-á quanto deve tomar. Se estiver a ser submetido a quimioterapia Nespo é administrado através de uma injecção única sob a pele (via subcutânea), quer uma vez por semana, quer uma vez a cada três semanas. Com o fim de corrigir a sua anemia, a dose inicial será quer 6,75 microgramas (uma vez de três em três semanas) quer 2,25 microgramas (uma vez por semana) de Nespo por quilograma do peso corporal. O seu médico tirar-lhe-á regularmente amostras de sangue para avaliar como a sua anemia está a responder ao tratamento e poderá ajustar a sua dose conforme necessário. O seu tratamento continuará até aproximadamente 4 semanas após o fim da quimioterapia. O seu médico dir-lhe-á exactamente quando pode parar de tomar Nespo. O seu valor de hemoglobina não deve exceder as 13 g/dl. Nalguns casos, o seu médico pode recomendar que tome suplementos de ferro. 378 Administrar a si próprio a injecção de Nespo O seu médico decidiu que é melhor para si administrar você mesmo a injecção de Nespo. Se assim for, o seu médico ou a enfermeira demonstrarão como injectar Nespo a si próprio com a caneta précarregada. Não tente injectar a si próprio o medicamento se não foi devidamente treinado. Nunca deve injectar a si mesmo o Nespo numa veia. A caneta pré-carregada está desenhada unicamente para injecções sob a sua pele. Leia a Secção 6 no fim deste folheto para obter mais informações sobre como administrar Nespoa si mesmo com a caneta pré-carregada. Se utilizar mais Nespo do que deveria Não deverá ter problemas graves se tomar mais Nespo do que o necessário. Contudo, deverá contactar o seu médico, enfermeira ou farmacêutico se tal ocorrer. No caso de se sentir mal deverá contactar imediatamente o seu médico, enfermeira ou farmacêutico. Caso se tenha esquecido de tomar o Nespo No caso de se esquecer de uma dose de Nespo deverá contactar o seu médico para decidir quando poderá ser administrada a dose seguinte. 4. EFEITOS SECUNDÁRIOS POSSÍVEIS Como todos os medicamentos, o Nespo pode ter efeitos secundários. • Se tiver dores de cabeça, nomeadamente enxaqueca súbita e forte, ou começar a sentir-se confuso e com tonturas, deverá informar imediatamente o seu médico. Estes sintomas podem ser o indício de que houve uma subida súbita da pressão arterial e pode necessitar de tratamento urgente. No entanto, é também possível um aumento da pressão arterial ou um agravar da pressão arterial elevada sem estes sintomas. • Se estiver a fazer hemodiálise podem formar-se coágulos sanguíneos (trombose) no seu acesso vascular (canal por onde passa o seu sangue). Esta situação ocorre com maior frequência com uma pressão arterial baixa ou se existirem problemas com a sua fistula. • Se tiver insuficiência renal crónica pode vir a sentir dor na zona da injecção (unicamente se a injecção for sob a pele). Este efeito adverso foi observado mais frequentemente com o Nespo do que com r-HuEPO. Este desconforto é geralmente ligeiro e de curta duração e é mais comum no início do tratamento. • Se tiver doença oncológica, o tratamento com Nespo pode resultar num aumento do risco de dor nas articulações (artralgia), retenção de líquidos (edema periférico), coágulos sanguíneos (formação de trombos) ou dor no local de injecção. Estes efeitos secundários são comuns acontecer em 1 a 10% dos doentes tratados com Nespo. Embora raras, podem ocorrer, reacções alérgicas que incluem falta de ar (dispneia), vermelhidão ou comichão. Em doentes com insuficiência renal crónica, foram observados casos isolados, durante o tratamento com Nespo, de formação de anticorpos neutralizantes contra o Nespo ou outras proteínas recombinantes estimuladoras da eritropoiese, associados ou não a aplasia eritróide pura (AEP) (ver secção 2. Antes de utilizar o Nespo). Caso algum destes efeitos persista ou detecte efeitos secundários não mencionados neste folheto, informe o seu médico, enfermeira ou farmacêutico. 379 5. CONSERVAÇÃO DO NESPO Conservar de 2°C a 8°C (no frigorífico), não congelar. Não utilizar o Nespo se pensa que este foi congelado. Pode retirar o Nespo do frigorífico e mantê-lo à temperatura ambiente (até 25 ºC) por um período não superior a 7 dias. Uma vez que a caneta pré-carregada é retirada do frigorífico e atingiu a temperatura ambiente (até 25 ºC) deve ser utilizada dentro dos próximos 7 dias ou eliminada. Manter o recipiente dentro da embalagem exterior para proteger da luz. A data de validade do Nespo encontra-se gravada na caixa e no rótulo da caneta pré-carregada. Não utilize Nespo após essa data, isto é, após o último dia do mês em referência. Tal como qualquer outro medicamento, deverá manter Nespo longe da vista e do alcance das crianças. 6. INFORMAÇÃO SOBRE COMO ADMINISTRAR O MEDICAMENTO A SI PRÓPRIO Esta secção contém informação sobre como deve injectar o Nespo a si próprio usando a caneta précarregada. É importante salientar que não deve tentar injectar-se se não tiver recebido o devido treino por parte do seu médico ou enfermeira. É também importante que elimine a caneta pré-carregada usada num recipiente próprio que não seja perfurável. Se tiver alguma dúvida sobre a autoadministração deve contactar o seu médico ou enfermeira para obter os esclarecimentos necessários. Como injecto o Nespo a mim próprio? Você necessitará de administrar a si próprio uma injecção quer uma vez por semana, quer uma vez de duas em duas semanas, uma vez de três em três semanas, ou uma vez por mês, sempre no mesmo dia e no tecido sob a pele. Este processo é conhecido como uma injecção subcutânea. O seu médico ou enfermeira informam-no sobre qual a dose de Nespo de que necessita e com que frequência devem ser administradas as injecções. Equipamento de que necessita Para administrar a si próprio uma injecção irá necessitar de: • Uma caneta pré-carregada de Nespo; • Compressas embebidas em álcool ou similar; • Um contentor resistente (recipiente de plástico fornecido pelo hospital ou farmácia) para deitar fora de forma segura as canetas pré-carregadas. O que devo fazer antes de administrar a mim próprio uma injecção subcutânea de Nespo? 1. Retirar a caneta pré-carregada de Nespo do frigorífico. 2. Não agitar a caneta pré-carregada. 3. Verificar se tem a dose correcta que o seu médico lhe prescreveu. 4. Verificar a data de validade no rótulo da caneta pré-carregada (EXP:). Não utilize se a data já tiver expirado, isto é, se já tiver passado o último dia do mês em referência. 5. Verificar o aspecto do Nespo através da janela da caneta pré-carregada. O Nespo deve ser um líquido transparente, ou com um ligeiro tom pérola. Se estiver turvo ou com partículas no interior, não deverá utilizá-lo. 380 6. Para uma administração mais confortável da injecção, deixe ficar a caneta pré-carregada durante 30 minutos à temperatura ambiente ou segure-a cuidadosamente na sua mão por alguns minutos. Não aqueça o Nespo de outra forma que não as indicadas (por exemplo no microondas ou em água quente). Não exponha a caneta pré-carregada à luz solar directa. 7. Não remover a peça cinzenta de protecção da caneta pré-carregada até estar pronto para a injecção. 8. Lavar bem as mãos. 9. Instale-se num local confortável, bem iluminado, e coloque tudo o que necessita ao seu alcance (a caneta pré-carregada de Nespo, as compressas embebidas em álcool e o contentor para eliminação da seringa). Onde devo administrar a injecção? Os locais ideais para administrar a si próprio a injecção são os seguintes: • • na parte superior das ancas; e no abdómen, excepto a zona à volta do umbigo. Alterne os locais onde administra a injecção de forma a não ficar dorido em nenhuma delas. Se for outra pessoa a administrar a injecção, esta poderá ser administrada também na parte de trás do braço. Como administro a injecção? 1. Desinfecte a pele com uma compressa embebida em álcool. 2. Segure a caneta pré-carregada com uma mão na área acima da janela da caneta (i.e., na área próxima do botão encarnado de activação). 3. Com a outra mão, puxe a peça cinzenta, de protecção da agulha , removendo-a. A caneta précarregada tem uma protecção que o(a) protege de picadas de agulha ou perda de medicamento por choques ou toques acidentais. Administrar a injecção 1. Cuidadosamente, posicione a extremidade aberta da caneta précarregada, contra a pele preparada. 381 2. Posicione a caneta pré-carregada num ângulo recto (90 graus) contra a pele (ver imagem). 3. Segurando a caneta exerça uma pressão local de injecção para dispositivo (mantendo sempre no mesmo mover). pré-carregada, suave sobre o destrancar o a caneta sítio, sem 4. Quando estiver para administrar a pressione o botão topo da caneta, uma Ouvirá então um agulha é libertada e sentirá uma ligeira picada. Liberte o botão encarnado. preparado(a) injecção, encarnado no única vez. estalido. A 5. Mantenha a caneta pré-carregada no seu lugar por um período até 15 segundos, ou até ouvir um segundo estalido, que assegura que a injecção foi completada Não movimente a caneta pré-carregada enquanto a injecção está a ser administrada. 6. Remova a caneta pré-carregada do local da injecção. A cobertura de segurança da agulha irá movimentar-se, assegurando a manutenção da agulha no seu lugar. A janela de inspeção ficará amarela, confirmando que a injecção está completa 7. Poderá notar uma mancha de sangue no local de injecção. Poderá pressionar um pouco de algodão ou gaze sobre o sítio de injecção durante 10 segundos. Não esfregue o sítio de injecção. Se necessário, poderá cobrir o sítio de injecção com uma ligadura. 8. Cada caneta pré-carregada pode ser usada uma única vez. Lembre-se Se tiver alguma problema ou dúvida não hesite em contactar o seu médico ou enfermeira para obter esclarecimentos. Eliminação das canetas pré-carregadas usadas • Não volte a colocar a peça cinzenta de protecção na caneta pré-carregada usada. • Coloque as canetas pré-carregadas utilizadas no contentor próprio não perfurável e mantenha-o longe da vista e alcance das crianças. • Elimine o contentor cheio, seguindo as instruções que lhe foram dadas pelo seu médico, enfermeira ou farmacêutico. • Nunca coloque as canetas pré-carregadas utilizadas no caixote do lixo que utiliza em sua casa. Este folheto informativo foi revisto pela última vez em 382