Veredas do Campus

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Veredas
Maio de 2012
do Campus
Imagem extraída de www.office.microsoft.com.
Acesso em 14/06/2012.
Periódico de práticas pedagógicas, artísticas e culturais do IFRN Campus Ipanguaçu
Ano I ● Nº 3 ● Ipanguaçu/RN ● Junho de 2012
IP-CIÊNCIA com Rita de Cássia Oliveira de Medeiros*
A BIOLOGIA MOLECULAR E
SUA UTILIDADE PARA
A SOCIEDADE ATUAL
Nesta edição:
IP– CIÊNCIA
com
Rita de Cássia
1
FIQUE SABENDO
com
André Sena
2
SOBRE O TEMPO
com
Érica Sousa
3
FLOR DO LÁCIO
com o
Prof. Paulo Martins
4
VEREDAS DO RISO
com
Léo Brício
4
mento ou o desenvolvimento de doenças em organismos. De fato, graças à biologia molecular, o estudo
da evolução molecular progrediu
ao ponto de ser possível estudar a
história da vida em nosso planeta, e
a evolução em nível molecular. Não
podemos prever o que seus avanços poderão trazer à humanidade,
apesar de ela ter potencial para alterar a forma como tratamos as doenças e como vivemos nossas vidas,
não podemos contar com processos
milagrosos. Seu progresso é lento,
no entanto, todos os processos, técnicas e avanços que aprendemos
vieram do pensamento criativo em
função de metodologias científicas
rigorosas.
Um exemplo desse progresso é a terapia gênica, uma
abordagem que a medicina contemporânea emprega para conseguir
salvar a vida de pessoas com doenças genéticas sérias.
A terapia gênica foi usada com sucesso, primeiro, para tratar uma doença chamada deficiência de adenosina deaminase. Pessoas com essa doença nascem sem o gene ADA.
A proteína ADA é usada no metabolismo de RNA e DNA. O tratamento
injetava um gene ADA normal no
paciente com a deficiência de adenosina deaminase, devolvendo ao
paciente a habilidade de decompor
DNA e RNA, curando a doença.
Algumas doenças são o resultado de deformações nas moléculas de nosso corpo e células, outras são causadas pela falta ou pelo
mau funcionamento de proteínas. A
biologia molecular que, como o
próprio nome diz, é o estudo da vida em nível molecular, pode ajudar
a localizar a causa das doenças e
descobrir seu tratamento.
Estudar os projetos de construção das proteínas e alterar esses
projetos artificialmente pode determinar causas de doenças e levar ao
desenvolvimento de novos métodos
de tratamento, além disso, métodos
já desenvolvidos e em uso, como a
tecnologia de recombinação gênica, permite cultivar vegetais com
propriedades específicas como a
resistência aos insetos, eliminando
horas de trabalho necessárias no
cruzamento repetitivo para a melhoria da espécie. Apesar dessa tecnologia ser aplicada na melhoria da
agricultura e na produção em massa
de medicamentos, o número de
áreas que ela pode ser aplicada não
para por aí! Através da recombinação gênica, podemos até determinar as propriedades de uma proteína construída por certo gene, podese estudar como as células se comportam uma vez que os genes sejam
apagados, e também podem ser
usados para criar animais transgênicos, que são muito úteis no estudo
de como os genes afetam o cresci- *Estudante de Informática, 2º Ano
Veredas do Campus
Nietzsche em 1882. Imagem extraída de
pt.wikepedia.org. Acesso em 18/06/2012.
Fique sabendo
2
com André Luis Cobe Sena*
Friedrich
Nietzsche
Friedrich Nietzsche
(1844-1900)
nasceu em Röcken, a província
prussiana da Saxônia, em 15 de
outubro de 1844.
Seu pai morreu quando ele tinha cinco anos,
portanto sua infância foi passada com sua
mãe, irmã e duas tias solteiras. Aos quatorze
anos, o jovem Nietzsche foi premiado com
uma bolsa de estudos para entrar na escola
preparatória, Schulpforta, com a intenção de
formação para o clero. Destacou-se em estudos religiosos, literatura alemã e estudos
clássicos. Formou-se em 1864 e continuou os
estudos em teologia e filologia clássica
(estudo de línguas e literaturas por época, no
caso da clássica, o estudo do latim e grego
antigo) na Universidade de Bonn. No entanto,
ele logo desistiu da teologia e foi transferido
para Leipzig, onde foi apresentado às obras
de Kant e o compositor Richard Wagner, do
qual se tornou amigo íntimo em Basel, dedicando depois
a segunda parte de O Nascimento da Tragédia
é dedicado à música de Wagner.
Após a ascensão de Nietzsche, ele procurou
trazer seu amigo consigo, e juntos eles conseguiram convencer o governo a financiar a
construção do teatro de Bayreuth, construído
para caracterizar o trabalho de Wagner. Para
seu desespero, Nietzsche descobriu que ele
odiava o trabalho de seu amigo, e começou a
questionar não só a obra de Wagner, mas a
cultura prussiana em geral. Sua amizade com
Wagner terminou em 1878, no momento em
que Nietzsche descobriu o Iluminismo francês. A tensão entre os dois subiu, pois Wagner desaprovava o Iluminismo francês e Nietzsche recusou o culto dos ideais de Wagner
em Bayreuth.
Also Sprach Zarathustra (Assim Falou Zaratustra) foi formalmente publicado pela primeira
vez em três partes em 1883-1884 e 1892. Zaratustra é a figura do homem "superior", e
seu pensamento é poético. Esse superhomem rejeita a fé e a moralidade na suposição de que "Deus está morto", ou que seu papel no desenvolvimento humano terminou
logo após a Criação. Nietzsche acreditava
que uma sociedade ideal deve formar sua
própria moralidade fora da moral religiosa,
sugerindo ainda que o uso da moralidade judaico-cristã foi muitas vezes a causa da prevenção de ações decisivas ou a aceitação de
nossa existência fundamental no mundo material. O fracasso em viver, assumir riscos e
ações decisivas é um fracasso para realizar o
potencial humano real, nada existe para além
da vida.
Seu trabalho mais influente, A Vontade de Poder, foi publicado em 1901, era baseado em
uma série de notas em seus diários e contém
as mais fortes oposições ao idealismo. Esta
postura anti-idealista não só tinha uma influência sobre pensadores como Bataille, mas
continuou a moldar o pensamento de existencialistas,
pós-mo dernis tas
e
pósestruturalistas em pleno século XX. O trabalho é uma continuação dos princípios fundamentais de Assim Falou Zaratustra, a vontade
de poder é fundamental para a sua posição
anti-idealista, é uma afirmação da vida, uma
visão do próprio mundo como vontade de poder. As implicações são profundas. Todas as
oposições simplistas entre sujeito e objeto,
entre a vontade e a apatia, o ser e o nada são
as divisões dentro do mundo como vontade de
poder em si.
Perto do fim de sua vida, a produtividade de
Nietzsche terminou em janeiro de 1889, quando sofreu um colapso mental ao ver um cocheiro chicotear seu cavalo cruelmente. Inicialmente, ele foi alojado em um asilo e ficou
sob os cuidados de sua família. No entanto,
sua saúde se deteriorou e acabou morrendo
em 1900 em Weimar.
*Estudante de Informática, 2º ano
Veredas do Campus
Sobre o tempo
SOMENTE PELA FÉ.
Martinho
3
com Érica de Sousa Ferreira*
Martinho Lutero em 1529 por Lucas Cranach
*Estudante de Informática, 2º Ano.
Veredas do Campus
Imagem extraída de pt.wikepedia.org. Acesso
em 18/06/2012.
Lutero nasceu em Eisleben, na
Alemanha, no dia 10 de novembro de 1483.
Tornou-se Mestre e Bacharel em Artes. No
ano de 1505, ingressou no curso de direito,
por vontade de seu pai, porém não o concluiu, porque na volta de uma viagem que havia
feito para visitar os pais, foi surpreendido por
uma tempestade, e no auge de seu temor prometeu que se nada lhe acontecesse iria tornar
-se monge. Pelo fato de nada haver lhe ocorrido, entrou para o convento dos eremitas
agostinianos de Erfurt.
Quando tinha 28 anos, foi enviado a Roma
para resolver alguns conflitos entre as ordens
agostinianas daquele local. Lá encontrou
grande descaso, imoralidades e desrespeito
com os ensinamentos sagrados. Esses fatos
abateram Lutero, no entanto não fizeram com
que ele ficasse desacreditado na Igreja.
Martinho dedicou-se a estudar a Bíblia, tornou-se professor e palestrava a respeito dos
ensinamentos sagrados. Era dotado de muitas
habilidades e, por esse motivo, atraía estudantes de países vizinhos que queriam aprender com ele. O reitor da universidade, em
certa ocasião falou que: “Este frade derrotará
todos os doutores; introduzirá uma nova doutrina e reformará toda a Igreja; pois ele se
funda sobre a palavra de Cristo, e ninguém
no mundo pode combater nem destruir esta
palavra (MELCHIOR, Adam. Vita Lutheri, p.
104)”.
No evangelho é revelada, de fé em fé, a justiça de Deus, como está escrito: “Mas o justo
viverá da fé” (Rm 1.17). Essa foi a passagem
bíblica que levou Martinho Lutero a questionar os ensinamentos da Igreja Católica, na
qual era pregado que para se ganhar um lugar no céu era preciso pagar dinheiro por
meio das cartas de indulgências. Lutero começou a entender que a salvação não era
conseguida através do dinheiro, e sim, pela
fé.
No ano de 1507, pregou em frente da igreja
do Castelo de Wittenberg suas 95 teses a respeito das indulgências para serem debatidas
entre o pessoal do clero. Suas ideias logo se
espalharam e Lutero causou divergências
com o Papa, pois o que Martinho trouxe à tona
era tratado somente dentro do clero, entre as
autoridades religiosas, e o povo não tinha
acesso. Ele tornou-se, assim, popular.
Foi convocado para comparecer a uma assembleia, devido seus ensinamentos, tanto
orais quanto escritos, na qual deveria retratarse do que havia pregado. Ao ser perguntado
se desmentia o que havia falado, ele respondeu: “Não posso, nem quero retratar-me, a
menos que seja convencido do erro por meio
da palavra bíblica ou por outros argumentos
claros. Aqui estou; não posso de outra maneira! Que Deus me ajude. Amém". Lutero foi excomungado, e dava-se início a Reforma Protestante.
As teses dele não tinham como objetivo separar a Igreja, porém com as proporções que
elas atingiram, isso foi algo que não pode ser
evitado. Para que as pessoas tivessem acesso
aos conhecimentos bíblicos, Lutero traduziu a
Bíblia para o alemão, porque antes o povo
não tinha acesso às escrituras, pelo fato de
elas estarem escritas em outra língua. Com a
tradução para o idioma nacional, começaram
a surgir mais protestantes.
Em 1525, casou-se com uma ex-freira, Catarina Von Borá, com quem teve seis filhos. Lutero morreu aos 63 anos de idade, no dia 18
de fevereiro de 1546 em sua cidade natal: Eisleben. Foi sepultado na mesma igreja, onde
há alguns anos, tinha pregado suas 95 teses.
Flor do lácio
O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
Estamos no último ano do período de adaptação às novas regas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), que
passou a valer em 2009 ao lado da ortografia
vigente, acordada em 1971. No final de dezembro de 2012, expiram os últimos dias da
“velha” ortografia — o que causa sentimentos opostos de saudades para uns e de alívio
para outros. Preferências à parte, o acordo já
é uma realidade presente no nosso dia a dia
(acabei de registrar aqui uma dessas mudanças!).
É óbvio que os quatro anos de adaptação
não são suficientes para assimilarmos, sem
pestanejar, o que mudou e o que não mudou
na nossa ortografia. Isso leva muito mais
tempo, depende também de nosso contato
diário com a leitura de livros, revistas, sites e
jornais que já incorporaram o Novo Acordo.
Até isso acontecer, devemos nos valer de
consultas constantes às publicações especializadas.
Como não poderia faltar, vamos tratar neste
espaço, apesar de exíguo, de algumas dessas mudanças:
1. Foram reincorporadas ao nosso alfabeto
as letras K, Y, W, passando de 23 para 26 letras.
2. O trema , que era usado no ü quando este
era pronunciado no s grupos gue, gui, que,
qui, foi abolido. Ficando apenas seu registro
limitado a nomes de origem estrangeira como Müller, por exemplo.
Veredas do riso
*Estudante de Informática, 2ºano.
4
com o Prof. Paulo Martins de Oliveira
Apesar de alguns gaiatos de plantão insistirem em querer fazer graça com a suposta
“nova pronúncia” de linguiça, e de outras palavras que perderam o trema, vale ressaltar
que não houve alteração nessas pronúncias,
o que muda apenas é a forma de grafá-las: sequestro, cinquenta, linguiça, frequente, tranquilo, por exemplo.
3. Não se acentuam mais os ditongos abertos
éi e ói de palavras paroxítonas, isto é, aquelas
que tem sua tonicidade na penúltima sílaba.
Ficam assim palavras como: alcateia, assembleia, geleia, ideia, jiboia, apoio, androide,
etc.
EXPEDIENTE
Como fiéis, papéis,
REITOR
herói, heróis são oxítonas, continuam sen- Belchior de Oliveira Rocha
DIRETOR-GERAL DO CAMPUS
do acentuadas.
IPANGUAÇU
Evandro Firmino de Souza
DIRETOR ACADÊMICO
Francisco de Assis A. Barbosa
EDIÇÃO, REVISÃO E
DIAGRAMAÇÃO:
Paulo Martins de Oliveira
COLABORADORES DESTA 3ª
EDIÇÃO:
Rita de Cássia O. de Medeiros
4. O acento diferencial das formas pôde
(pretérito perfeito do
indicativo do verbo
poder na 3ªP.S) e pode (presente do indicativo do verbo poder
na 3ªP.S) permanece.
Ex.: Anteontem, ela
não pôde viajar, mas
André Luis Cobe Sena
hoje ela pode.
Mais regras no próximo
número. Até lá!
Léo Brício G. de Alcântara
Érica de Sousa Ferreira
CONTATOS:
[email protected]
com Léo Brício G. de Alcântara*
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