Sociologia da Educação

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Sociologia da Educação
Aula III
Objetivo da aula: Definições sobre Sociologia da Educação.
“A educação é o elemento da vida social responsável pela organização da experiência dos
indivíduos na vida cotidiana, pelo desenvolvimento de sua personalidade e pela garantia da
sobrevivência e do funcionamento das próprias coletividades humanas.
(...)
Olhar a educação do ponto de vista da sociologia é compreender que se a pedagogia é o
fundamento das práticas educacionais, as crenças, os valores e as normas sociais são os
fundamentos da pedagogia.
(...) a sociologia da educação é aquela disciplina académica que se preocupa em
reconstruir sistematicamente as relações, que existem na prática cotidiana, entre as ações que
objetivam educar e as estruturas da vida social, quer dizer: a economia, a cultura, o arcabouço
jurídico, as concepções de mundo, os conflitos políticos.”
TOSI, Alberto Rodrigues. Sociologia da educação. Rio de Janeiro: Lamparina, 2011, 6ª edição. pp 9-10.
“(...) nenhum processo educativo se dá no vazio, mas entre pessoas, num determinado
contexto da vida social; por isso, tudo o que se refere à educação e à escola passa a ser do
interesse de todos e não apenas de alguns (os especialistas).
Antonio Gramsci afirmou que "deve-se destruir o preconceito, muito difundido, de que a
filosofia seja algo muito difícil pelo fato de ser a atividade intelectual própria de uma determinada
categoria de cientistas especializados (...). Deve-se, portanto, demonstrar, preliminarmente, que
todos os homens são 'filósofos', definindo os limites e as características dessa 'filosofia espontânea'
peculiar a 'todo mundo'...". Poderíamos substituir a palavra filosofia por educação e afirmar que, a
seu modo e de maneira difusa, todos são, em determinados momentos, educadores e educandos,
pois todas as pessoas — ainda que de forma não-sistematizada — pensam, refletem, conversam e
transmitem experiências e conhecimentos.
(...)
Assim, se a educação e a escola são realidades que encontramos nas mais diversas
formas, é chegado o momento de começar a discutir esses temas em qualquer lugar e instante.
Cabe a todos aqueles que se interessam pela educação e escola, especialistas ou não, levar
adiante a discussão das teorias educacionais sistematizadas para além dos gabinetes das
universidades e fundi-las às teorias educacionais não-sistematizadas que fazem parte do cotidiano
dos trabalhadores para poder um dia construir a vida de igualdade com liberdade.”
MEKSENAS, Paulo. Sociologia da Educação. Introdução ao estudo da escola no processo de transformação
social. São Paulo: Loyola, 2011, 15ª edição. pp 13-14.
“Apesar dos diferentes enfoques teóricos existentes na sociologia da educação, prevalece a
concepção de que a educação deve ser considerada uma dimensão da vida social e relacionada a
um conjunto de processos sociais. Como escreveram os saudosos professores Luiz Pereira e
Marialice Foracchi, cabe ao sociólogo atentar para a especificidade do fenómeno que ocorre no
cotidiano escolar, sem perder de vista seus vínculos com a educação que ocorre no seio das
famílias e na sociedade em geral (Pereira e Foracchi, 1979, p. 4).
(...)
Para entender e estudar a educação nos parece relevante considerar que a concepção da
sociedade como um "processo social" traz como implicação, em primeiro lugar, a necessidade de
que os agentes sociais sejam preparados para a vida em uma sociedade que se transforma
constantemente e, em segundo, que as mudanças sociais vão apresentar problemas inéditos para
as novas gerações, de modo que não podemos apenas reproduzir as condições sociais que
herdamos do passado.
Neste livro, por meio dos referenciais teóricos apresentados e discutidos, tratamos a
sociologia da educação como uma forma de estudo das relações entre os agentes do processo
educacional - estudantes, professores, técnicos e demais servidores que atuam no espaço escolar
—, mas também como disciplina que estuda as influências dos processos sociais externos à
instituição escolar na dinâmica dessas relações entre os membros da escola. Ao mesmo tempo,
não deixamos em plano secundário a importância da influência dos processos e relações internos à
escola na realidade social.”
PILETTI, Nelson & PRAXEDES, Walter. Sociologia da Educação. Do Positivismo aos estudos culturais. São
Paulo: Ática, 2010. pp 9-11.
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