Nº 86 Outubro/2009 O ciclo alimentar da vida Da fase de bebê à infância, adolescência, maturidade e velhice, o ser humano atravessa ciclos de aprendizado e desenvolvimento alimentar com um desafio constante: aliar o prazer da comida à necessidade de uma nutrição saudável e da qualidade de vida. A chegada do bebê é um momento de alegria para a mãe, advindo da grande espera, associado ao prazer do contato físico e à descoberta desse novo morador. Contudo, traz consigo também a angústia materna do cuidado contínuo, da dedicação exclusiva e de, muitas vezes, ter sua vida em segundo plano, não por obrigação, mas pela extrema preocupação de “dar conta” de tudo e não falhar em absolutamente nada. Preocupação inicial – Será que tenho leite suficiente? O bebê está engordando? Essas são as dúvidas mais comuns e levam, infelizmente, a uma ansiedade progressiva que acaba prejudicando o aleitamento. De que forma isso ocorre? A prolactina, hormônio que estimula a produção de leite, é gerada num local do cérebro próximo ao nosso sistema límbico (responsável pelas emoções). O resultado dessa equação é simples: mãe estressada (por qualquer motivo) é sinônimo de “leite ausente”, o que provoca o choro do bebê e angustia ainda mais a mãe. O circulo se fecha quando, por medo de deixar a criança com fome, aparece “aquela mamadeira” que já ganhamos no chá de bebê e pronto: lá vai o chazinho que a vizinha indicou e depois o leite, que com certeza calará o pequeno, mas trará ainda mais desconforto à mãe – ela se sente incapaz e abandona a amamentação. Amamentar é uma arte, exige paciência e resignação, pois, a qualquer momento, devemos estar prontas para oferecer o alimento que já está quentinho e pronto e ... tão saudável, agregando, além de nutrientes necessários, fatores de proteção contra doenças. O aleitamento materno é acompanhado pelo amor, repassado continuamente pelo toque e entrega da mãe. Fim da licença – Outro momento difícil para a mãe é o término da licença-maternidade. Aí surgem novas dúvidas e ansiedades: quem cuidará do meu pequenino? O que comerá? Posso colher o leite? Na prática, notamos que, se a mãe tiver tranquilidade, SAIBA MAIS: cabesp86.indd 3 poderá colher leite e suprir as necessidades do lactente. Porém, com a atividade diária, ansiedade e acúmulo de tarefas, isso não ocorre de forma satisfatória. Aflitas, elas recorrem aos conselhos das mães e avós, como: muito líquido, leite e cerveja preta; começam a apelar para medicamentos, bombinhas e, vendo o volume de leite reduzir, chega o momento em que, aos prantos (da mãe e do bebê), rende-se e oferece a tão famigerada mamadeira. A partir desse momento, os pequenos são introduzidos no mundo dos alimentos industrializados, e começa a empreitada de fazê-los adaptar-se a sabores e consistências totalmente inexploradas, que poderão ser o prazer ou o horror para ambos. (Leia mais sobre “O ciclo alimentar da vida” nas páginas 2 e 3) O poder dos alimentos funcionais Despesas hospitalares requerem atenção AVC: aprenda a prevenir-se Eventos Cabesp na Afabesp e Afubesp 4 5 6 7e8 27/10/2009 13:31:20 Hábito alimentar O desafio da dieta s Será que o alimento está salgado, doce, duro, mole? Será que vai engasgar? É suficiente? E assim, mês a mês, vamos moldando o hábito alimentar da criança com uma dieta que, nem sempre, é a preconizada por uma nutricionista, mas a que cabe no bolso e no paladar dos pais. Por isso, vigiai vossas escolhas: alimentos saudáveis e necessários ao cardápio dos pequenos podem não ser do agrado dos pais. A todo o momento, olhos atentos e curiosos recaem sobre nós, observando nossas reações: aquele nariz torto para o fígado acebolado pode marcar para sempre a memória daquele que nem conhece ou experimentou esse alimento. Sem falar daquelas situações em que, a despeito dos pais, a criança inicia uma recusa infundada a alimentos recém apresentados. Quando ocorre essa recusa, os pais se deparam com a maior prova de fogo: deixamos passar e oferecemos algo aceito por ele (biscoitos, por exemplo)? Ou somos firmes e deixamos que a criança espere até a próxima refeição? É uma primeira prova de limites (também para os pais) que faz surgir velhas indagações: meu bebê pode ficar doentinho? E se ele não crescer? Será tudo minha culpa... É nessa hora que a criança (naturalmente esperta e pronta para aprender), percebendo a fragilidade da mãe, pode fazer “cenas” para conseguir satisfazer seus desejos. É um período de “tormento materno” pois, além dos doces, ela se desdobra na realização de pratos mirabolantes e algumas vezes bem interessantes, ricos em calorias e poucos nutrientes, sem falar da ida ao pediatra em que, após muita insistên- cia, consegue-se a receita do estimulante de apetite. Na ânsia de encontrar soluções, a busca de ajuda prossegue em locais e pessoas nem sempre adequadas: internet, avós, mães, vizinhas e amigos – o que deixa a mãe cada vez mais confusa. Devemos entender as necessidades de cada criança e não criarmos hábitos que não fazem parte de sua natureza. Se a criança tem acompanhamento pediátrico em que a curva de seu crescimento seja respeitada e o peso mantido (mesmo que em níveis inferiores), se está saudável, sem doenças graves que levem a internações e com controles laboratoriais adequados, sem anemia, verminoses, etc, devemos apenas monitorá-las. Lembre-se: somente o médico da criança pode avaliar seu desenvolvimento 2 cabesp86.indd 4 27/10/2009 13:31:23 a saudável e nutritiva A evolução nutricional, fase a fase Incluir a criança na rotina familiar com horário regular de alimentação, promover as refeições à mesa e não em lugares especiais (nunca em frente à TV) e muito menos com atitudes mirabolantes e de suborno que levem a pequenos “circos diários” trazem paz e equilíbrio a todos. Devemos respeitar os ciclos de evolução da criança, pois existem as fases: na de dois a seis anos é comum certa birra e aparência de magro; após os seis anos inicia-se fase de repleção (engorda) que culminará na adolescência com o estirão (crescimento), responsável pelo corpo esbelto e tão esperado. Nessa fase, tudo muda. Mas, se não tivermos tido a compreensão e o manejo adequa- do na infância, podemos criar os gordos compulsivos, que já trazem em suas consciências a necessidade de alimentação constante. A autoimagem do adolescente é fundamental para sua entrada agora na sociedade, no grupo de amigos, que adota padrões e discrimina os que a ele não pertencem, advindo revolta, depressão e, consequentemente, mais comida... Alguns, no entanto, vão na contramão da destruição: para serem aceitos na comunidade (que idolatra o “magro”), eles passam, conscientemente, a não comer absolutamente nada, tornando-se anoréticos. A vida passa e somos “forçados” a dietas restritivas ou especiais, para controle da obesidade, colesterol elevado, triglicérides, diabetes: doenças modernas decorrentes da má alimentação, irregularidade nas atividades físicas, enfim, indisciplina em hábitos que agora só dependem de nós. Envelhecemos e retornamos ao começo da vida: cuidados por familiares preocupados com nossa saúde, temos nossa alimentação controlada (sem sal, sem açúcar, sem gordura... que horror!). “Doutor, minha mãe (pai) não come!” Como disse Dr. Drauzio Varella “Parece vingança da roda do tempo, que insiste em dar voltas completas e inverter papéis”. Dra. Elizabeth F.G. Esperante, médica pediatra, gerente de Auditoria Médica e Regulação da Cabesp 3 cabesp86.indd 5 27/10/2009 13:31:25 nutrição O poder dos alimentos funcionais Com o aumento da expectativa de vida da população, surge no mundo nutricional a alegação da propriedade funcional de um alimento – aquela que sugere ou implica a existência de relação entre o alimento ou ingrediente com doenças ou condições relacionadas à saúde. Os alimentos funcionais podem promover benefícios fisiológicos ou reduzir o risco de doença crônica. Foi demonstrado grande impacto da dieta em doenças como: aterosclerose, diabetes do tipo 2 e neoplasias menos frequentes nas populações que têm hábitos mais saudáveis. Os principais componentes desses alimentos que contribuem na prevenção das doenças cardiovasculares são as isoflavonas (contidos na soja), as lignanas e o ômega-3 (contidos na semente de linhaça), as beta-glucanas (aveia), a gordura monoinsaturada e os agentes fenólicos (do azeite de oliva) e o resveratol (oleaginosas, uvas e vinho tinto). Nessa edição, apresentaremos as características funcionais da linhaça. A semente de linhaça contém 35% de sua composição na for- ma de óleo, da qual 55% são compostas de ácido alfalinolênico (ômega 3) e 15% a 18% de ácido linoléico (ômega 6). Na composição da semente de linhaça também estão presentes proteínas, fibras, vitamina E e minerais, propriedades extraídas de suas sementes por compressão a frio, fato que preserva sua atividade funcional. A propriedade funcional da linhaça está relacionada por auxiliar na prevenção de alguns tipos de câncer, melhorar o funcionamento intestinal, contribuir para a estabilidade da glicemia em diabéticos e possuir propriedades antioxidantes que retardam o envelhecimento celular. A linhaça tem influências favoráveis à resposta ao sistema imunológico devido à presença do ácido alfalinolênico (ômega 3), que vem sendo extensivamente pesquisado e seus benefícios comprovados. Como melhorar a imunidade pela alimentação •Gorduras “boas” – Alguns ácidos graxos insaturados têm o poder de melhorar a resposta imunológica quando associados a uma alimentação balanceada. Destaque aos Ômega 3 e 6, que têm como principal função a regulação de algumas células imunológicas. Esses nutrientes estão em peixes e castanhas, como as nozes, castanha do Pará e caju. •Carotenóides – Encontrados principalmente em vegetais e frutas de cores amarela, laranja e vermelhas. Ativam o sistema imunológico, logo melhoram a defesa do organismo. •Vitamina E – Encontrada em alguns óleos vegetais como óleo de milho, soja e no azeite de oliva. Quando ingerida, melhora a resposta imunológica e também é considerada um antioxidante. •Vitamina C – Tem ação antioxidante e melhora os efeitos da vitamina E, regenerando suas fórmulas de ação quando ocorrem formações de radicais livres. Tem efeitos benéficos principalmente em infecções respiratórias e nas gripes. Fontes: laranja, acerola, limão, abacaxi, mexerica, entre outras frutas ácidas. •Carboidrato – Tem sido frequentemente associado à melhora do sistema imune, especialmente se suplementado durante treinos longos e/ou intensos. Deve ser consumido na alimentação de forma fracionada, e durante os treinos, sendo as melhores formas de suplementação os géis e as bebidas esportivas. •Probióticos: são bactérias benéficas contidas no iogurte, leite fermentado ou vendidas na forma de suplementos, que reforçam o sistema imunológico. 4 cabesp86.indd 6 Inteira ou moída, o jeito de ingerir A linhaça pode ser encontrada sob as formas de semente, farinha, óleo ou pasta. Pensando em aproveitar ao máximo todos os seus nutrientes, seria melhor evitar comprá-la sob a forma de farinha, devido à alta suscetibilidade de oxidação dos ácidos graxos. O ideal é comprar as sementes e triturá-las antes do consumo, já que alguns estudos apontam que os efeitos dos grãos potencializam-se quando moídos ou, preferencialmente, recém-triturados. A consultora nutricional Luciana Coppini lembra que a semente de linhaça moída traz mais benefícios nutricionais que a semente inteira, que possui uma casca resistente, difícil de digerir. “Uma forma fácil de quebrar as sementes é passá-las em um processador ou liquidificador usando apenas a tecla pulsar para que não vire pó e perca as funções de fibra”, explica Luciana. Depois, completa, guarde-as em refrigerador, fora da luz. Desta forma, a utilização será ainda melhor. Para favorecer a ingestão aos que não apreciam o gosto da semente, a nutricionista recomenda a utilização do grão processado em iogurtes, saladas, sucos, vitaminas, misturada a cereais, massas de pães e bolos e em todos os outros alimentos. As sementes também podem substituir o óleo ou gordura utilizada em uma receita. Por exemplo, se uma receita pedir 1/3 xícara (chá) de óleo, use 1 colher (sopa) de semente de linhaça moída, em substituição. A quantia necessária, de acordo com Luciana, é de duas colheres de sopa ao dia que podem ser diluídas ao longo do período. Fonte: nutricionista Luciana Coppini 27/10/2009 13:31:30 ESPAÇO PUBLICITÁRIO Fique por dentro Despesa hospitalar requer atenção Não são raros os casos de beneficiários com dúvida no momento do fechamento da conta hospitalar, após internação. É preciso ficar atento tanto para a cobrança de despesas que são de responsabilidade do convênio como para aquelas não relacionadas à internação, como telefonemas, compra de revistas, jornais, lanches, etc. Itens como estes não são cobertos pelo plano de saúde e, portanto, as despesas devem ser acertadas diretamente com a instituição hospitalar. Se tiver dúvidas na hora de fechar a conta hospitalar, contate o Disque Cabesp (0800-722 2636) para verificar a procedência da cobrança antes de qualquer quitação. Assim, o acerto e regularização de possíveis cobranças indevidas ficam muito mais fáceis de serem resolvidos e não ficarão na dependência de reembolsos futuros. PAP E PAFE Acompanhe, abaixo, os resultados operacionais dos planos da assistência Direta, PAP e PAFE, relativos aos valores médios acumulados de janeiro a setembro de 2009. Resultado Operacional Médio* - JANEIRO/2009 a SETEMBRO/2009 Receita Operacional ASSISTÊNCIA DIRETA Médias mensais* PAFE PAP 8.211.348,75 470.227,35 1.742.336,77 Receita com Contribuições 6.491.348,54 399.411,97 1.741.136,71 Copar., Ressarcim. e Util. Indev. Méd. e Odont. 1.048.463,47 70.815,38 1.200,06 671.536,74 0,00 0,00 Receitas com Admin. de Planos + Oper. AMH Despesa Operacional (19.464.986,14) (578.940,70) (2.009.702,71) Despesa Assistencial (Médico + Odonto) (17.304.295,17) (499.188,29) (1.973.915,28) Despesa Administrativa (2.160.690,98) (79.752,41) (35.787,43) (11.253.637,40) (108.713,35) (267.365,94) Resultado Operacional credenciamentos A Cabesp efetivou, nos meses de julho, agosto e setembro, 139 novos credenciamentos em diversas localidades, ampliando a oferta de serviços/especialidades (acompanhe alguns na tabela abaixo). Você também pode conferir a lista completa dos credenciados Cabesp no www.cabesp.com.br. Nome / Razão Social Município / UF Especialidades Credenciadas Takahashi e Kariya S/C Ltda Araras/SP Dermatologia e Oftalmologia HO - Hospital do Olho Ltda Assis/SP Hospital Oftalmológico Ana Paula Ghedini Lopes Batatais/SP Reumatologia Ana Paula Aguiar Ferraudo Botucatu/SP Pediatria Policlínica Peruíbe S/C Ltda Peruíbe/SP Dermatologia e Oftalmologia Hospital de Olhos Redentora Ltda S. José do Rio Preto/SP Hospital Oftalmológico Uniplan Vida Assistência Medica Ltda ME S. José dos Campos/SP Pediatria e Cirurgia Geral Rogério Rodrigues NogueiraTatuí/SPOrtopedia e Traumatologia Marcelo Henrique Borges Uberaba/MG Cardiologia IOT Instituto de Ortopedia e Traumatologia Ltda Uberlândia/MG Medicina Física e Reabilitação (Fisioterapia) 5 cabesp86.indd 7 27/10/2009 13:31:33 neurologia Prevenção de fatores de risco pode evitar AVC Terceira maior causa de morte em adultos nos Estados Unidos e a principal de incapacidade, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a doença que mais mata no Brasil, mas nem por isso é conhecida dos brasileiros. Segundo revelou pesquisa recente da Faculdade de Medicina do Estado de São Paulo (USP), apenas 15,6% das pessoas, de uma amostra de 801 moradores de São Paulo, Ribeirão Preto, Salvador (BA) e Fortaleza (CE), conheciam os sintomas da doença e os cuidados para evitá-la. O AVC, explica o doutor Manoel Jacobsen Teixeira, neurologista, pode ser definido como qualquer lesão vascular que reduza o fluxo sanguíneo de uma determinada região do cérebro, causando comprometimento neurológico. Os sintomas podem ter início súbito, acarretando perda temporária ou permanente da função neurológica. Jacobsen Teixeira lembra, ainda, que aproximadamente 80% dos AVCs são de natureza isquêmica (causados por obstrução de vaso cerebral). Os demais são hemorrágicos e podem ser consequência de defeitos arteriais congênitos (como aneurismas e másformações artériovenosas) ou devidos a rompimento de vaso no interior do tecido cerebral. “Há, ainda, a possibilidade da transformação de um AVC isquêmico em hemorrágico”, explica o neurologista. Em qualquer caso, a rapidez no atendimento médico é essencial para melhor adequação da conduta, evitando maiores sequelas. Acompanhe a entrevista com Dr. Manoel: Cabesp +Vida – As pessoas de forma geral conseguem reconhecer um quadro de AVC? Dr. Manoel Jacobsen Teixeira – É importante divulgar o assunto para que as pessoas se informem. O reconhecimento do quadro é simples, pois o paciente pode apresentar, por exemplo, súbita paralisia ou adormecimento de um lado do corpo ou, ainda, dificuldade para falar. Cabesp +Vida – Qual é considerado o maior grupo de risco de AVC? Dr. Teixeira – São considerados como grupo de risco os pacientes que apresentem hipertensão arterial não controlada, diabetes, cardiopatias, dislipidemias, obesidade, sedentarismo, fumo (presente em 30% dos casos), uso de contraceptivos orais, além de predisposições hereditárias e raciais. Cabesp +Vida – É possível evitar um AVC? Como? Dr. Teixeira – Sim, é possível, desde que se possa atuar com medidas preventivas aos fatores de risco: verificação e tratamento adequado da hipertensão arterial, redução dos níveis de colesterol e triglicérides que estejam anormalmente elevados; controle do diabetes, tratamento de enfermidades cardíacas (principalmente infartes e arritmias); controle da obesidade, adoção de programas de incentivo à atividade física orientada e cessação do tabagismo. Essas medidas devem ser redobradas quando houver fatores hereditários bem caracterizados. Cabesp +Vida – O que um socorrista leigo deve fazer quando presencia uma situação de AVC? Dr. Teixeira – Ao suspeitar do quadro deve-se posicionar o paciente de modo a facilitar sua respiração, procurar tranquilizálo enquanto se providencia sua imediata remoção (resgate ou outro atendimento de urgência), visto que, de acordo com o diagnóstico (por exemplo: no acidente vascular cerebral isquêmico), as melhores chances de recuperação dependem de tratamento especializado a ser aplicado dentro das três primeiras horas da instalação do quadro. Cabesp +Vida – De que depende a recuperação de um paciente pós AVC? Quais são as sequelas? E os tratamentos mais eficazes? Dr. Teixeira – A recuperação vai depender das áreas do cérebro afetadas, da sua extensão, da sua função, da capacidade do fluxo sanguíneo colateral compensatório e, ainda, das condições clínicas prévias do paciente. Lesões num hemisfério cerebral acarretam manifestações clínicas do lado oposto do corpo. No caso do hemisfério esquerdo, por exemplo, além da deficiência motora, poderá se somar alteração da fala (afasia). No caso do AVC isquêmico, a avaliação em serviços especialmente treinados para esta finalidade permitirá a utilização do tratamento trombolítico (antes das três horas do início do quadro). Nestes serviços, conhecidos como Unidades de AVC, os pacientes poderão ser submetidos, inicialmente, a exames que avaliem sua condição clínica: bioquímica completa de sangue, radiogra- fia de tórax, eletrocardiograma, ecocardiograma (para avaliação de patologia cardíaca presente ou subjacente), além de exames relacionados ao quadro neurológico como tomografia computadorizada do crânio (esta pode sugerir ou identificar a região cerebral comprometida e também diagnosticar a ocorrência de hemorragia). Outros exames relacionados são a ressonância nuclear magnética de crânio e os estudos angiográficos. Com relação às sequelas motoras, a reabilitação é orientada por fisiatras e aplicada por fisioterapeutas, assim como as alterações da fala, da deglutição, por fonoaudiólogos. Há, ainda, aspectos ligados à parte emocional para se considerar, pois são frequentes os quadros de depressão em pacientes pós-AVC. Cabesp +Vida – Há alguma faixa etária mais propensa a AVCs? Por quê? Dr. Teixeira – Sim. A partir da sexta década de vida, pois é a época em que os fatores de risco mencionados passam a predominar. Vale ressaltar que apenas 3% a 4% do total dos AVCs ocorrem na faixa de 15 a 45 anos. Cabesp +Vida – Que recomendação o senhor daria a pessoas com mais de 60 anos para a prevenção do mal? Dr. Teixeira – O ideal é poder atuar de forma preventiva. Para isso, o controle regular da pressão arterial, do diabetes, 6 cabesp86.indd 8 27/10/2009 13:31:38 da dislipidemia, o tratamento de enfermidades cardíacas, a realização de atividade física regular (sob orientação do clínico geral ou cardiologista) e a cessação do tabagismo são itens importantes quando se pensa em prevenção do AVC. Fontes: •Dr. Manoel Jacobsen Teixeira, Neurologista credenciado da Cabesp •http://www.sbh.org.br/ Sintomas comuns Tratamento Prevenção Os sintomas do AVC dependem da região afetada do cérebro. Os mais comuns são: • perda repentina da força muscular e da memória; • redução ou perda da visão; • formigamento em um lado do corpo, e • dificuldades para falar. O tratamento também varia conforme a área afetada. De forma geral, deve-se: • levar a vítima imediatamente ao hospital; • quanto antes ela for socorrida, maior será a chance de se recuperar sem que restem sequelas. Para prevenir o derrame é fundamental: • tratar adequadamente a hipertensão, o diabetes e as doenças cardíacas; • manter o nível de colesterol sob controle; • fazer exercícios físicos regularmente; • não fumar; • não beber exageradamente. eventos cabesp Campanha de prevenção entra na reta final Associados Afubesp no “Espaço Saúde” A Campanha de Prevenção ao Câncer de Mama da Cabesp convocou mais de oito mil mulheres de São Paulo, Grande São Paulo, Interior de São Paulo e Rio de Janeiro. Desse total, 13,5% foram excluídas da campanha por diversos motivos, como já terem realizado a mamografia antes. Das cerca de 6900 restantes, aproximadamente 35% já fizeram o exame, de acordo com levantamento parcial da equipe responsável. “É um número expressivo – afirma Dra. Márcia Brandão, médica coordenadora do setor de Promoção à Saúde da Cabesp –, mas nos preocupamos com as mulheres que ainda não fizeram o exame.” Por isso, a Cabesp fará mais uma convocação a essas beneficiárias. “É importante que elas se conscientizem de que mudanças de hábitos incluem a realização da mamografia anualmente”, afirma a médica. Este exame permite a detecção precoce do câncer, por ser capaz de mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (de milímetros), aumentando em 90% as chances de tratamento e cura do câncer. Se você ainda não fez a mamografia, não perca mais tempo! Você é a grande responsável pela sua saúde. Cuide-se! No dia 26 de agosto foi realizado na Cabesp o “Espaço Saúde”, evento que contou com a participação dos beneficiários associados da Afubesp. Na ocasião, foram realizados controles clínicos (medidas de pressão arterial, glicose, peso, altura e cálculo do IMC) e uma instrutiva palestra sobre Alimentação Saudável, proferida pela nutricionista Luciana Coppini. O evento foi mais uma ação da Equipe de Promoção à Saúde da Cabesp, com o intuito de levar informação e estimular o autocuidado e a adoção de hábitos saudáveis. fotos: Cris Hass câncer de mama A nutricionista Luciana Coppini (acima), o diretor de Operações e equipe de Promoção à Saúde da Cabesp falam aos beneficiários (à dir): controles e informação Se o fumo fosse proibido e banido do planeta, o número de casos de câncer sofreria uma queda de 35%, segundo o Hospital AC Camargo Inscreva-se no Programa InspirAção. Informe-se no site www.cabesp.com.br 7 cabesp86.indd 9 27/10/2009 13:31:40 EVENTOs cabesp fotos: Arquivo Promoção à Saúde Palestras e controles agitam associados da Afabesp no Guarujá Os médicos Dr. Cid Gusmão (detalhe, à esq.) e Dra. Paula Diniz (abaixo, à dir.) somaram esforços no evento com técnicos e executivos da Cabesp Nos dias 25 de setembro e 7 de outubro, a Equipe de Promoção à Saúde novamente marcou presença na Semana da Primavera, evento que ocorre todos os anos na Colônia de Férias da Afabesp, no Guarujá/SP, com o IV Espaço Saúde Cabesp. Nesses dias, foram realizados controles clínicos (medidas de pressão arterial, glicose, peso, altura e cálculo do IMC), orientação nutricional e de saúde bucal. Contou, também, com um animado Espaço Movimento onde, de forma divertida, fisioterapeutas fizeram os participantes brincar com bolas, bambolês e cordas, treinando equilíbrio, coordenação motora e favorecendo a socialização. Duas palestras trouxeram descontração e informação. “Depressão e hábitos de vida” foi o primeiro tema, destacando a importância do lazer, das relações sociais, do riso e estimulando a atividade física como um preventivo da depressão ou um coadjuvante no tratamento quando a doença já está instalada. Uma divertida música colocou em prática esses conceitos e fez os participantes dançarem e rirem descontraidamente. “A saúde do homem” foi destaque nas palestras do Dr. Cid Gusmão (dia 25) e da Dra. Paula Diaz (dia 7), oncologistas credenciados Cabesp, que encerraram o evento com brilhantismo. Para um público atento e interessado, eles falaram sobre os diversos tipos de câncer, os fatores de riscos associados a eles e os tratamentos disponíveis. Ressaltaram, ainda, a importância da prevenção com a realização de exames e com a adoção de hábitos saudáveis (atividade física regular e alimentação equilibrada). Publicação da Caixa Beneficente dos Funcionários do Banco do Estado de São Paulo, dirigida aos seus associados. Sede: Rua Boa Vista, 293 Centro - São Paulo/SP CEP 01014-915. - Diretor Presidente: Eduardo José Prupest - Diretor de Operações: Jorge Angelo Lawand - Diretor Administrativo: Dorival Jesuíno Faustino - Diretor Financeiro: Julio Higashino - Disque Cabesp: 0800-722 2636. Fax: (11) 2185-1291 - Fale Conosco: www.cabesp.com.br - Fale Conosco. Edição e Produção: AMG & Editores Associados, Comunicação Integrada - amgcom@ uol.com.br - Colaboração: Mariana Nogueira - Projeto Gráfico: Carlos Rocha - Tiragem: 30.000 exemplares. 8 cabesp86.indd 2 O conteúdo dos anúncios publicitários é de inteira responsabilidade do anunciante, não alterando as regras estabelecidas pela CABESP quanto à cobertura, autorização, ao perfil e ao sistema de livre escolha. 27/10/2009 13:31:19