Prof. Giulliano Fernando Primeiros Socorros 1 8.0

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8.0- QUEIMADURAS
São lesões da pele, provocadas pelo calor, radiação, produtos químicos ou certos animais
e vegetais, que causam dores fortes e podem levar a infecções.
– EXTENSÃO OU SEVERIDADE DA QUEIMADURA
O importante na queimadura não é o seu tipo e nem o seu grau, mas sim a extensão da
pele queimada, ou seja, a área corporal atingida.
·
Pequeno Queimado: menos de 15% da superfície corporal atingida.
·
Queimado: entre 15 e menos de 40% da pele coberta.
·
Grande Queimado: mais de 40% do corpo queimado.
Uma regra prática para avaliar a extensão das queimaduras pequenas ou localizadas, é
compará-las com a superfície da palma da mão do acidentado, que corresponde, aproximadamente a
1% da superfície corporal.
Para queimaduras maiores e mais espalhadas, usa-se a REGRA DOS 9% (vide figura
abaixo):
9% = cabeça (pescoço)
36% = tronco (anterior / posterior)
18% = membro inferior direito
18% = membro inferior esquerdo
9% = membro superior direito
9% = membro superior esquerdo
1% = órgãos genitais.
100%= Total
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– CLASSIFICAÇÃO
Quanto ao Grau:
·
1° GRAU
- Característica: Eritema
- Dor: Presente
- Camadas da pele: Epiderme
·
2° GRAU
- Característica: Eritema / Bolhas
- Dor: Presente
- Camadas da pele: Derme
·
3° GRAU
- Característica: Marrom / Preta / Branca
- Dor: Ausente
- Camadas da pele: Hipoderme, podendo chegar ao osso
– PROCEDIMENTOS GERAIS
·
Se a vítima estiver com fogo nas vestes role-a no chão ou envolva em um cobertor
úmido em seu corpo a partir do pescoço; em direção aos pés. Após a extinção retirar o mesmo;
Mantenha desobstruídas as vias aéreas e certifique-se de que a vítima respira bem,
principalmente em queimaduras na face, pois a vítima pode ter asfixia devido ao edema de glote;
·
Retire as partes de sua roupa que não estejam grudadas na área queimada;
·
Retire pulseiras, relógios e anéis imediatamente;
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·
Não estoure as bolhas em queimaduras de 2º grau;
·
Não passe pomadas, mercúrio ou quaisquer outros produtos em quaisquer
queimaduras;
·
Atenção com as queimaduras de 3º grau.
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9.0- ANGINA PECTÓRIS
É um desconforto torácico que ocorre quando o músculo cardíaco não recebe oxigênio
suficiente. Angina não é uma doença. É um sintoma de isquemia miocárdica. A angina ocorre mais
freqüentemente em pacientes com doença coronária envolvendo ao menos uma artéria coronária.
Porém, pode estar presente em pacientes com artérias coronárias normais. A angina também ocorre
em pessoas com hipertensão arterial não controlada ou doença cardíaca valvar.
A angina significa aperto ou pressão, não dor. O desconforto associado à angina ocorre
devido à estimulação das terminações nervosas pelo ácido láctico e dióxido de carbono que se
acumulam no tecido isquêmico.
O desconforto torácico associado à isquemia miocárdica normalmente começa no centro
ou à esquerda do tórax e, então, se irradia para o braço, punho, mandíbula, epigástrio, ombro
esquerdo, ou entre as escapulas.
9.1- Angina Estável
É caracterizada por breves episódios de desconforto torácico relacionados a atividades
que aumentam a demanda cardíaca de oxigênio, tais como estresse emocional, esforço/exercício
físico e exposição ao frio.
Os sintomas tipicamente duram de 2 a 15 minutos. Desconforto prolongado maior que
30 minutos é incomum na angina estável.
Pacientes geralmente referem melhora com repouso ou administração de nitroglicerina.
9.2- Angina Instável
A angina instável (também conhecida como angina pré-infarto) é uma condição de
gravidade intermediária entre a angina estável e o infarto do miocárdio. Ela ocorre freqüentemente
na faixa etária de 60 – 80 anos de idade, em pessoas que possuem um ou mais dos principais fatores
de risco para doença coronariana.
A angina instável é caracterizada por um ou mais dos seguintes:
· Sintomas de dor ou desconforto torácico que ocorrem em repouso e normalmente
duram mais de 20 minutos;
· Sintomas graves e/ou de início recente (dentro das últimas 4 a 6 semanas);
· Sintomas mais graves prolongados ou freqüentes em um paciente com história de
angina estável;
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· Diferente da angina estável, o desconforto associado à angina instável pode ser
descrito como dor;
· Pacientes não referem melhora ao repouso;
· A angina instável se não tratada tem alto risco de evoluir para infarto do miocárdio.
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10.0- INFARTO DO MIOCÁRDIO (IM)
O IM é a síndrome clínica resultante da necrose isquêmica do miocárdio. É o resultado
da obstrução ou diminuição ao fluxo sanguíneo coronariano, seja transitória ou permanente.
O IM é descrito conforme a área do coração afetada: parede anterior, posterior ou lateral.
As células infartadas não podem responder a um estímulo elétrico ou desempenhar
qualquer função mecânica.
- Sintomatologia:
Locais comuns da dor anginosa
Dor típica:
Descrita como um peso, uma dor que aperta, pressiona, comprime, oprime; podendo
atingir um dos ombros ou ambos, e/ou braços ou pescoço, mandíbula, dorso ou ate mesmo o
epigástrio.
Dor atípica
Ao respirar, tipo pleurítica, ao toque, ao movimento e com irradiação para membro
superior direito.
- TRATAMENTO
- Acalme a vítima
- Evite que faça esforço físico
- Administre AAS 160 a 325mg, peça para vítima mastigar e engolir. (Protocolo
Internacional 2010.)
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11.0- ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO – (AVE)
Um Acidente Vascular Encefálico é uma alteração súbita na função neurológica causada
por uma alteração no fluxo sangüíneo cerebral, causado geralmente pela obstrução de uma artéria
cerebral e pode ser AVE Isquêmico ou Hemorrágico.
1- AVE Isquêmico
O AVE Isquêmico é responsável por mais de 80% dos casos de AVEs. Existem dois
tipos de AVEs Isquêmicos, que são: trombótico (trombo) e embólico (embolia).
- AVE Isquêmico Trombótico: Ocorre quando a aterosclerose dos grandes vasos
cerebrais causa um estreitamento progressivo e agregação plaquetária. A agregação plaquetária
promove o desenvolvimento de coágulos sangüíneos dentro das artérias cerebrais (trombose
cerebral).
Quando os coágulos sangüíneos são de tamanho suficiente para bloquear o fluxo de
sangue através da artéria, a área previamente irrigada por esta artéria se torna isquêmica.
A isquemia ocorre porque o tecido irrigado pela artéria não recebe oxigênio e os
nutrientes essenciais necessários para o funcionamento cerebral normal.
Obs.: Cerca de 5% dos pacientes com AVE Isquêmico apresentam convulsões e 30%
referem cefaléia.
- AVE Isquêmico Embólico: Em um AVE embólico, o material proveniente de uma
área fora do cérebro, tal como coração, aorta ou outra artéria calibrosa se desprende e viaja através
da corrente sangüínea até o cérebro, causando assim a embolia cerebral.
O material embólico pode consistir em fragmentos de valvas, tumores, ar, gordura, um
corpo estranho ou um coágulo sanguíneo.
Um êmbolo tende a se alojar onde as artérias se ramificam porque o fluxo sangüíneo é
mais turbulento nestas áreas. Fragmentos de êmbolos podem se alojar em vasos de menor calibre.
A-
AVE trobótico
AVE embólico
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2- AVE Hemorrágico
É causado pela ruptura de uma artéria com sangramento na superfície cerebral
(hemorragia subaracnóidea [HSA]) ou dentro do cérebro (hemorragia Intracerebral [HI]).
- Hemorragia Subaracnóidea: Um aneurisma é a causa mais comum de HSA. Um
início súbito de “a pior dor de cabeça da minha vida” é uma descrição clássica de HSA.
A mortalidade inicial é alta e o ressangramento é comum, ocorrendo comumente durante
o primeiro dia, usualmente dentro das 12 horas após o início da hemorragia.
- Hemorragia Intracerebral: A maioria das HIs está associada à Hipertensão Arterial
Sistêmica (HAS) crônica. Os pequenos vasos cerebrais são danificados pela HAS de longa data e
eventualmente rompem e sangram. Este tipo de AVE pode requerer neurocirurgia.
AVE hemorrágico
- Escala de Cincinnati para AVE
Queda facial/fraqueza: Peça ao paciente para que mostre os dentes ou sorria.
· Normal: ambos os lados da face se movem igualmente.
· Anormal: um lado da face não se move.
Déficit motor: Peça ao paciente que com os olhos fechados estenda os braços para frente
em um ângulo de 90º (se estiver sentado) ou 45º (se deitado). A queda é pontuada se os braços
caírem antes de 10 segundos.
· Normal: ambos os braços se movem igualmente.
· Anormal: um braço não se move ou um braço cai quando comparado a outro.
Afasia (fala): Peça ao paciente para dizer “O rato roeu a roupa do rei de Roma”.
· Normal: a frase é repetida clara e corretamente.
· Anormal: o paciente usa palavras inapropriadas, desarticuladas ou é incapaz de falar.
Se alguns destes sinais for anormal, a probabilidade de AVE é igual ou superior a 72%.
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- Sintomatologia Geral do AVE
-
Cefaléia
-
Hipertensão
-
Hipertermia
-
Fotofobia
-
Dislalia
-
Paralisia, hemiplegia, parestesia, hemiparesia do lado oposto ao da lesão
-
Diminuição do nível de consciência
-
Náuseas
-
Vômitos
-
Alterações no campo visual
-
Convulsões
-
Sensação de inchaço de extremidades
- Cuidados Gerais
- Acalmar a vítima
- Impedir que faça esforço físico
- Encaminhar vítima ao hospital
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12.0- FRATURAS
Caracteriza-se pela perda de continuidade óssea, podendo ser ocasionada por trauma ou
doença óssea pré-existente.
As fraturas podem ser classificadas em:
· Expostas: São fraturas que exibem visualmente o tecido ósseo, permitindo assim seu
contato com o meio externo devido a ruptura da integridade da pele.
· Fechadas: São fraturas que não lesam tecidos que façam comunicação óssea com o meio
externo.
– RECONHECIMENTO
·
Verificar sinais de dor local, hematomas, deformidade ou inchaço;
·
Incapacidade funcional ou mobilidade anormal;
·
Pulso periférico deficiente (pode ocorrer);
·
Crepitação óssea;
·
Hemorragia e exposição do osso (fratura aberta).
– TRATAMENTO
·
Cheque pulso distal ao local da fratura;
·
Sempre imobilize uma articulação proximal e distal;
·
Cheque a funcionalidade do membro;
·
Use talas moldáveis, bandagens e ataduras.
·
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·
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A tentativa de se alinhar um membro deve ser feita gentilmente, com leve tração e
apenas uma única tentativa. Se encontrar resistência para alinhamento imobilize na posição em
que se encontra com tala moldáel;
·
No caso de fratura exposta, estanque hemorragia; não recoloque o osso exposto no
interior da ferida; não limpe ou passe qualquer produto na ponta exposta do osso;
·
Após a imobilização continue checando sensibilidade, pulso periférico e perfusão
capilar;
·
Transporte em prancha longa;
Prevenir estado de choque.
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13.0- FERIMENTOS
LEVES OU SUPERFICIAIS:
Faça limpeza do local com soro fisiológico ou água corrente, curativo com mercúrio
cromo ou iodo e cubra o ferimento com gaze ou pano limpo, encaminhando a vítima ao pronto
Socorro ou UBS.
Cuidados: Não tente tirar farpas, vidros ou partículas de metal do ferimento.
Ferimentos Abdominais Abertos: Lave as vísceras e reaproxime-as as junto ao abdome (não
reintroduza na cavidade), cubra com compressa úmida e fixe-a com faixa. Caso opte por
encaminhar a vítima ao hospital, faça o transporte com MMII flexionados.
Ferimentos Profundos no Tórax: Cubra o ferimento com gaze ou pano limpo, evitando entrada de
ar para o interior do tórax, durante a inspiração. Em caso de transporte, faça com o lado do pulmão
lesionado para baixo, permitindo assim a completa expansão do pulmão não afetado.
Ferimentos na cabeça: Afrouxe suas roupas, mantenha a vítima deitada em decúbito dorsal e
agasalhada. Faça compressas para conter hemorragias, removendo-a ao posto de saúde mais
próximo.
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Prof. Giulliano Fernando
Enfermeiro
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Giulliano Fernando
Pós-graduação em Emergência - Universidade Gama Filho (em curso).
Graduação em Enfermagem - Centro Universitário UNIABEU.
Diretor de Ensino e Instrução - Angel’s Life Consultoria & Treinamento.
Coordenador do Depto. Resgate e Socorro - Cruz Vermelha de Nova Iguaçu.
``Seja quem você for, seja qualquer posição que você tenha na
vida, do nível altíssimo ao mais baixo social. Tenha sempre
como meta muita força, muita determinação e sempre faça
tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia
você chega lá, de alguma maneira você chega lá.´´
Ayrton Senna da Silva
Website: www.giullianofernando.webnode.com.br
E-mail: [email protected]
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