resultados preliminares do diagnóstico dos impactos

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RESULTADOS PRELIMINARES DO DIAGNÓSTICO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
NO MUNICÍPIO DE PORANGATU/GO: UMA APLICAÇÃO POR
GEOPROCESSAMENTO.
Evani Rodrigues da Luz1,3; Frederico Fonseca Galvão de Oliveira2,3
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Bolsista PBIC/UEG
Pesquisador – Orientador
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Curso de Geografia, Unidade Universitária de Porangatu - UEG
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RESUMO
Este trabalho, objetiva trazer resultados primários acerca da caracterização e do diagnóstico dos
impactos ambientais dos ambientes naturais e construídos, no município de Porangatu/GO, dando
ênfase ao espaço modificado pela ação antrópica, utilizando-se para tal, de tecnologias de
geoprocessamento, considerando as fragilidades ambientais presentes, permitindo a geração de
produtos cartográficos multitemáticos. Tendo como referencial metodológico a Teoria Geral dos
Sistemas, numa relação causa-efeito, sob uma ótica holística do ponto de vista quali-quantitativo,
estão sendo detectados e levantados os principais impactos ambientais no município. Verificou-se
que o município de Porangatu passa por degradações relativas à devastação de solos; processos
erosivos; contaminação das águas e sedimentos das águas superficiais; produção e destino final
do lixo urbano; ocupação e operação irregular de cemitérios; poda desenfreada de árvores na
cidade; queimada e incêndios em áreas rurais e florestais; desmatamento em sua vegetação
nativa; retirada de sedimentos dos leitos de rios e lagoas; poluição por despejo de agrotóxicos, e
poluições visuais, sonora e atmosférica, entre outros. Este levantamento permitiu obter um
ordenamento da real e atual situação ambiental em que o município se encontra, fruto de uma
profunda segregação sócio-espacial com atividades imobiliárias urbanas e atividades agrícolas
que pressionam os ambientes naturais. Com este trabalho pretende-se levantar informações sobre
o município procurando propor à sociedade políticas de planejamento e ordenamento dos
sistemas ambientais urbano e rurais estudados. A ferramenta de geoprocessamento, enquanto
meio, e não fim está permitindo atender às expectativas pré-operacionais qualificando os
produtos temáticos gerados, possibilitando um melhor entendimento dos graves problemas
ambientais pelo qual o município de Porangatu está submetido, proporcionando aos gestores
públicos e a sociedade um diagnóstico sobre o município.
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Palavras Chaves: Impactos Ambientais, Geoprocessamento, Teoria Geral dos Sistemas.
LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A área de estudo do presente trabalho encontra-se localizada na região Centro-Oeste do Brasil e
ocupa a mesorregião do norte goiano e microrregião de Porangatu. Possui uma área territorial de
4.838 km² e um perímetro de 517,5 km com uma população estimada em 2004 de 40.178
habitantes, segundo o IBGE. Está compreendida entre as coordenadas 12º 47’ 24’’ e 13º 46’ 12’’
de latitude sul e 48º 37’ 12’’ e 49º 43’ 12’’ de longitude oeste. Porangatu limita-se ao norte e
noroeste com o estado do Tocantins e ao sul com os municípios de Amaralina e Mutunópolis, a
leste Montividiu do Norte, Trombas e Santa Teresa de Goiás e a oeste com os municípios de
Novo Planalto e Bonópolis, todos no estado de Goiás.
INTRODUÇÃO
Os problemas ambientais urbanos e rurais são formados sob uma ótica de mercado globalizado
que detém o poder do capital e das transformações intra-urbanas sobre as populações. Neste
sentido ao pesquisar o município de Porangatu, percebe-se que este tem sido marcado pela
presença continua de projetos agrícolas, com destaque ao plantio de arroz e soja, acelerando o
número de queimadas e desmatamentos, acarretando grandes problemas ao ecossistema do
Cerrado. A ocupação desse solo ampliou-se perigosamente a partir da década de 60 do século
XX, tendo como conseqüências à retirada de sedimentos, assoreamentos de cursos d’água,
poluição atmosfera e erosão do solo entre outros problemas.
Em escala mundial, os processos de ocupação nas cidades e no campo segregam uma boa parcela
da população menos abastada, em especial em centros urbanos de países em desenvolvimento,
como no caso do Brasil, que se destaca por possuir um crescimento vertiginoso de sua massa
populacional urbana, principalmente nas últimas décadas, chegando a atingir, segundo o Censo
2000 do IBGE, mais de 80% de seus habitantes residindo nas cidades. Contudo a “urbanização
sem urbanidade” (CRUZ; ANJOS, 2001, p.111) acaba desencadeando um conjunto de impactos
ambientais, lógica essa, que se repete em Porangatu. A expansão urbana interfere nos processos
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da dinâmica e do equilíbrio da paisagem natural, pois sua aglomeração acaba expandindo-se por
fronteiras de difícil acesso como leitos de rios, lagoas naturais etc, modificando um espaço
natural até então intacto. Como agravante, a ocupação e a expansão urbana nem sempre foram
acompanhadas de infra-estrutura básica gerando assim, alterações ambientais que podem
influenciar no dia a dia da população.
Na pesquisa pode-se observar que o município apresenta diversos impactos: devastação de solos;
processos erosivos; assoreamento dos rios e lagoas naturas; contaminação das águas subterrâneas;
poluição e contaminação das águas e sedimentos das águas superficiais; produção e destino final
do lixo urbano; ocupação e operação irregular de cemitérios; poda desenfreada e sem cuidados
técnicos de árvores na cidade; queimadas e incêndios em áreas rurais e florestais; desmatamentos
em sua vegetação nativa; retirada de sedimentos dos leitos de rios e lagoas; poluição por despejo
de agrotóxicos e poluição visual, sonora e atmosférica, entre outros. Essa gama de impactos
ambientais retarda o desenvolvimento sócio-econômico do município. Do ponto de vista das
políticas ambientais, observa-se certa fragilidade dos órgãos de controle e de fiscalização nas
esferas federal, estadual e municipal. É nesta perspectiva geral, que veio a proposta de elaboração
de um diagnóstico ambiental municipal, considerando os espaços geográficos, urbano e rural com
uma aplicação de técnicas de geoprocessamento. Sabendo-se que a aplicação do
geoprocessamento facilita o estudo da área em pauta, por aceitar informações digitalizadas
integrando assuntos físico-territoriais, naturais, sociais e culturais, resultando numa proposta de
desenvolvimento sustentável para o município. Neste sentido, o objetivo geral desta pesquisa é
caracterizar e diagnosticar os impactos ambientais, nos ambientes naturais e construídos do
município de Porangatu/GO tendo como apoio o geoprocessamento, considerando as fragilidades
ambientais presentes, permitindo a geração de produtos cartográficos multitemáticos.
MATERIAL E MÉTODOS
Para realização da presente pesquisa, estão sendo utilizados recursos de geoprocessamento
relacionados a técnicas de Sensoriamento Remoto (SR), Cartografia Digital (CAD), Sistema de
Posicionamento Global (GPS), onde seus dados estão sendo inseridos em um Sistema de
Informações Geográficas (SIG) para análises espaciais e para a geração dos produtos
cartográficos multitemáticos.
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Como etapas de pesquisa a serem seguidas neste trabalho, inicialmente foi selecionada a área de
estudo com levantamento compilatório de dados cartográficos sobre o município. Em seguida,
foram realizados trabalhos de campo para o reconhecimento prévio da área e verificação dos
problemas existentes. Com isso, permitiu-se a elaboração dos produtos cartográficos primários,
seguido de uma reambulação de campo para análise definitiva dos problemas e com a elaboração
dos produtos cartográficos finais e análise e interpretação dos produtos gerados para o
estabelecimento do diagnóstico dos impactos ambientais do município de Porangatu. Salienta-se
que atualmente a pesquisa encontra em fase de desenvolvimento.
Para a fundamentação teórico- metodológica foram utilizados como sustentáculo, a Teoria Geral
dos Sistemas, com base no método sistêmico não- isolado aberto, pois para se realizar um
diagnóstico ambiental deve-se considerar todos os aspectos e influências do meio natural,
associando ao meio antrópico, pois se observa que há uma inter-relação entre estes, além de
existir uma constante troca de energia e de matéria entre seus ambientes.
A referência inicial a respeito da Teoria Geral dos Sistemas foi introduzida na década de 50 pelos
trabalhos de Arthur Strahler (1950 – 1952); Culiling (1957) e na década de 60, por John T. Hack
(1960) e Richard J. Chorley (1962). Porém os trabalhos essenciais acerca da Teoria dos Sistemas
foram fortalecidos a partir do artigo de Chorley, em 1962. Contudo em 1972 Sotchava introduz o
conceito de geossistema, no qual é um sistema complexo e dinâmico, que atua de forma recíproca
e relacionando elementos naturais físicos, químicos e biológicos, onde os elementos humanos
estão incluídos no funcionamento deste.
Nos sistemas existem aspectos que devem ser apontados, tais como a matéria, a energia e a
estrutura. A matéria é o material (físico) que fará parte do sistema, como sedimentos, água e
rocha. A energia é a mola propulsora do sistema, pois é a força que faz o sistema funcionar. Pode
ser potencial (força inicial que leva ao funcionamento do sistema - gravidade, declividade), ou
cinética (energia do movimento) que se junta com a potencial. A estrutura do sistema é
“constituída pelos elementos e suas relações expressando-se através do arranjo de seus
componentes” (Christofoletti, 1980).
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Tomando como base as idéias sistêmicas, verifica-se que a proposta do trabalho se encaixa em
estudos ambientais, urbanos e rurais, pois a cidade e o campo são reflexos de interação de energia
e matéria ligadas às diretas relações homem- natureza.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Levando-se em consideração que a pesquisa se encontra em fase inicial, serão demonstrados seus
resultados preliminares. Contudo pretende-se mais à frente da pesquisa, apresentar produtos
finais mais concretos e conclusivos para a utilização dos órgãos públicos do município,
propondo-se a consecução de benefícios para a sociedade. O resultado principal que se pretende
alcançar em nossa pesquisa refere-se à formulação de um atualizado Diagnóstico Ambiental do
Município de Porangatu com as seguintes repercussões:
1- Adequação e conseqüente melhoria do uso da área em questão, repercutindo na preservação
dos recursos naturais envolvidos;
2- Instrumentalização para a formulação de uma AGENDA AMBIENTAL, envolvendo diversos
setores da sociedade civil no município;
3- Conscientização dos gestores públicos e da população do município para um melhor
entendimento da importância da preservação dos recursos naturais para as presentes e futuras
gerações e para sua qualidade de vida;
4- Implantação de políticas públicas fundamentadas em aná lises técnico-científicas acerca dos
recursos ambientais do município;
5- Apresentação em congressos e outros eventos científicos nacionais dos resultados alcançados
na pesquisa;
6- Apresentação e entrega do documento final aos gestores públicos (prefeito e secretários) do
município.
Tem-se a consciência que um estudo ambiental deve partir de um diagnóstico da área, podendo
esta, apresentar problemas simples e complexos demais para uma solução. Entre os problemas
encontrados destacam-se as queimadas em áreas rurais e urbanas; desmatamentos; assoreamentos
de rios e lagoas; alterações de cursos fluviais; deposição irregular de lixo; ocupação irregular de
APP´s (Áreas de Preservação Permanente); poluição hídrica fluvial e degradação pedológica.
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A ação antrópica transgride e descaracteriza os aspectos naturais, através da sofisticação
tecnológica de maquinários agrícolas e industriais. Nesta perspectiva, o município de Porangatu
passa por essa transgressão em seu meio físico, por ser uma área de especulação e uso
agropecuário, apresentando assim diversos problemas. A urbanização sem infra-estrutura é um
dos problemas que a cidade enfrenta, pois pequenos proprietários vendem suas terras aos grandes
latifúndios e se direcionam à cidade, a qual é a área de maior densidade demográfica do
município, ocupando assim áreas periféricas irregulares com em APPs. Como agravante, dentro
da cidade encontram- se diversas nascentes com pequenos canais, poluídos e aterrados pela
expansão urbana. Esses problemas são de responsabilidade do poder público local, entretanto
percebemos que nada se tem feito para sanar os problemas até então verificados nesta pesquisa.
CONCLUSÕES
A criação de sistemas de informações ambientais com uso de técnicas de geoprocessamento
merece ser incentivada e destacada, a fim de que se possa obter mais dados para a preservação da
qualidade dos recursos ambientais. Assim, projetos voltados para a avaliação regional da
vulnerabilidade dos impactos ambientais, devem ser previstos no planejamento público.
Com base nas informações levantadas até agora no presente trabalho, conclui- se que há
necessidade urgente de políticas e ações governamentais integradas voltadas para a proteção
ambiental e que envolva os diversos setores da sociedade civil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHRISTOFOLETTI, Antonio. Geomorfologia. 2 ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1980.
SOTCHAVA, V. B. O Estudo de Geossistemas. São Paulo: USP-Instituto de Geografia. 1977.
CRUZ, Maria. Clara; ANJOS, Rafael Sanzio Araújo. Critérios de Avaliação de Impactos
Ambientais da Urbanização. In: Espaço e Geografia. Brasília, v. 4, n.1, jan.-jun. 2001. p. 107118.
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