LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE ÁREAS Enf. Andreza Bernardi Marques Laurêncio • Os produtos existentes no comércio que se destinam à limpeza e desinfecção de áreas hospitalares devem ter certificado de registro expedido pela Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde e obedecer ao que dispõe a Portaria n. 15, de 23/08/1988, do Ministério da Saúde, em especial quanto à classificação de desinfetantes hospitalares para superfícies fixas, por serem produtos para uso exclusivo em hospitais e estabelecimentos relacionados com o atendimento à saúde. • A escolha dos procedimentos está condicionada ao potencial de contaminação das áreas e dos artigos hospitalares e aos riscos inerentes à infecção hospitalar. Classificação das áreas por risco de contaminação: • Não-crítica; • Semi-crítica; • Crítica; • Contaminada. Áreas não-críticas: • São todas as áreas hospitalares não ocupadas por pacientes, bem como aquelas idênticas às encontradas em qualquer edifício público (por exemplo, escritórios, depósitos, sanitários, etc.). • Devem ser limpas. Áreas semi-críticas: • São todas as áreas ocupadas por pacientes portadores de doenças infecciosas de baixa transmissibilidade e de doenças não infecciosas (por exemplo, enfermarias e ambulatórios). • Devem ser limpas. Áreas críticas: • São aquelas em que se verifica a depressão da resistência antiinfecciosa do paciente (por exemplo, sala de parto e de operação, UTI, sala de hemodiálise, entre outras), ou risco aumentado de transmissão de infecção (por exemplo, laboratório de análises clínicas, banco de sangue, cozinha e lactário, lavanderia). • Devem ser limpas, mas podem sofrer processo de desinfecção. Áreas contaminadas: • São as áreas em que se registra a presença de sangue, pus, secreções ou excreções. • Deve sofrer processos de desinfecção, com remoção da matéria orgânica. Métodos de limpeza e desinfecção de áreas e superfícies: Limpeza: • Trata-se da operação realizada para a remoção física de sujidades, com a finalidade de manter o asseio e a higiene do ambiente. Método: • O método básico de limpeza é a lavagem com água e sabão ou detergente. Desinfecção: • É o processo pelo qual são destruídos os microorganismos em sua forma vegetativa, sendo utilizado no tratamento de áreas e superfícies críticas e/ou contaminadas. Nesse processo, são utilizados produtos químicos. Método: • Quando usado agente químico que contenha detergente: - limpar a superfície com o produto químico para retirada de sujidade, utilizando a ação mecânica; - passar novamente o produto, deixando-o em contato com a superfície por 10 minutos. • Quando usado agente químico que não contenha detergente: - limpar a superfície com água e sabão ou detergente para a retirada da sujidade, utilizando a ação mecânica; - enxaguar abundantemente; - passar o produto químico, deixando-o em contato com a superfície por 10 minutos. • Na desinfecção de áreas contaminadas: - colocar o produto químico sobre a matéria orgânica; - retirar a matéria orgânica envolvida no produto e desprezá-la; - limpar o local novamente com o produto químico e deixá-lo em contato com a superfície por 10 minutos. • Cuidados a serem observados durante o processo: - verificar incompatibilidade entre o sabão e o produto químico; - verificar o tempo de contato do produto do produto com a superfície que está sendo limpa – 10 minutos; - verificar a correta diluição do produto, seguindo as orientações contidas em seu rótulo; - usar obrigatoriamente os EPIs, seguindo as orientações contidas no rótulo do produto. Produtos químicos para desinfecção de áreas e superfícies: • Princípios ativos permitidos: - fenólicos; - quaternário de amônio; - compostos orgânicos e inorgânicos liberadores de cloro ativo; - iodo e derivados; - alcoóis e glicóis; - biguanidas; - monopersulfato de potássio; • Microorganismos testados para avaliação da ação antimicrobiana: - Staphylococcus aureus; - Pseudomonas aeruginosa; - Salmonella choleraesuis. • Tempo de contato: - 10 minutos. REFERÊNCIA: • MOURA, MLPA. Enfermagem em centro de material e esterilização. 9ed. São Paulo: editora SENAC São Paulo, 1994.