AS GEOTECNOLOGIAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA: O ESTADO

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AS GEOTECNOLOGIAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA: O ESTADO
DA ARTE DA PESQUISA E AS CONTRIBUIÇÕES PARA A
FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Elizabete Pazio 1 - UNICENTRO
Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes 2 - UNICENTRO
Grupo de Trabalho – Formação de professores e profissionalização
Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
O presente trabalho é o resultado de uma das etapas da pesquisa de mestrado em Geografia na
Universidade Estadual do Centro Oeste-Unicentro, a qual busca investigar o uso de
geotecnologias pelos professores do ensino de Geografia no Ensino Médio, do Núcleo
Regional de Educação de Pitanga, PR. Como metodologia para esta etapa utilizou-se a
pesquisa documental, com levantamento de dados secundários nas bases de dados da CAPES,
repositórios de Universidades Públicas nos Programas de Pós Graduação: Mestrado em
Geografia, nos Anais do Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto na temática
educação, entre os anos de 2000/2014, tendo como parâmetro os temas Sensoriamento
Remoto; Geotecnologias; Ensino de Geografia; Formação de professores. O objetivo foi
revisitar a literatura pertinente ao tema visando entender o estado da arte do uso de tecnologia
na formação de professores de Geografia. Como pontos positivos encontrados pelos
pesquisadores destacam-se: facilita a interdisciplinaridade, possibilita maior interação,
permite a construção e ou a retomada dos conceitos trabalhados, aguça a curiosidade
despertando o interesse, permite a compreensão das complexidades do espaço habitado, o
domínio de técnicas de representação cartográfica, diversificação do modo de ensinar e
aprender Geografia, possibilita uma prática mais atrativa e dinâmica com a relação teoria e
prática ao se trabalhar diferentes conceitos e categorias, o surgimento de novas linhas de
estudo, estimula a participação e o desenvolvimento cognitivo, favorece a formação científica
e a formação crítica dos estudantes pelo surgimento de discussões sobre questões sociais,
políticas, econômicas e contribui para a inclusão digital. Entre os limites para a utilização das
geotecnologias principalmente em instituições públicas estão: a falta de estrutura, a
precariedade e a adequação de equipamentos para o uso do Google Earth, inexistência de
aparelhos de GPS, pouca intimidade de muitos professores com as Tecnologias de Informação
e Comunicação e a precariedade para o acesso à internet.
1 Acadêmica do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual do Centro OesteUNICENTRO. Graduada em Geografia e Pedagogia. Professora da Rede Estadual de ensino no Estado do
Paraná. E-mail de contato: [email protected]
2 Drª em Geografia, Docente do programa de pós-graduação da em Geografia da Universidade Estadual do
Centro Oeste-UNICENTRO. E-mail de contato: [email protected]
ISSN 2176-1396
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Palavras-chave: Ensino de Geografia. Geotecnologias. Formação de professores.
Introdução
O presente trabalho visa apresentar os resultados de uma das etapas da pesquisa de
mestrado na Universidade Estadual do Centro Oeste-Unicentro, a qual busca investigar o uso
de geotecnologias pelos professores do ensino de Geografia no Ensino Médio, do Núcleo
Regional de Educação de Pitanga, PR. Particularmente, objetiva-se compreender como se dá a
inserção das tecnologias espaciais na educação básica, as potencialidades pedagógicas dessa
ferramenta e os limites encontrados pelo professor de Geografia quanto a esta inclusão no
currículo e na sua prática pedagógica.
Neste texto, apresenta-se a primeira fase da pesquisa, a qual revisitou a literatura
pertinente ao tema com vistas a entender o estado da arte do uso de tecnologia na formação de
professores de Geografia, uma vez que as geotecnologias são cada vez mais acessíveis pelo
barateamento dos equipamentos e sua inclusão nas ações cotidianas. Compreende-se que
novos desafios são enfrentados pelos diversos setores da sociedade, em especial na educação
escolar, por meio do desenvolvimento tecnológico nas diferentes esferas do cotidiano,
principalmente referente às tecnologias da informação e comunicação, e, neste aspecto,
muitos autores têm divulgado a importância da inclusão digital no currículo escolar com
vistas a contribuir para a inserção social do cidadão.
No âmbito da Geografia, muitas propostas já são compartilhadas entre os professores
em artigos de periódicos, eventos, nos cursos de formação e/ou pelas redes sociais,
compartilhando experiências pedagógicas com a utilização das geotecnologias e ou imagens
de satélite com suas contribuições e potencialidades de uso.
O tema ora estudado emerge dos desafios postos pelo desenvolvimento das
tecnologias de informação nas últimas décadas do século XX e início do século XXI,
permitindo a manipulação de um grande volume de informações e dados provocando
mudanças no modo de produção e consumo, bem como no pensar e agir na sociedade
contemporânea.
O aparato tecnológico desenvolvido e incorporado no cotidiano da maioria das pessoas
principalmente através das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação – NTIC’S torna
as relações cada vez mais complexas, coloca inúmeros desafios para a sociedade e suas
instituições, dentre elas a educação escolar.
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Este texto aborda estas questões dividido em três partes. Na primeira, contextualiza o
uso das geotecnologia no ensino de Geografia e a formação docente; na segunda
apresentamos a metodologia utilizada na pesquisa; na terceira e última o resultado da análise
das publicações.
O ensino da Geografia escolar, a contribuição das geotecnologias e a formação do
professor.
Historicamente a geografia escolar desempenhou um papel intimamente associado à
classe dirigente, com a finalidade de incutir nas novas gerações a ideologia do nacionalismo
patriótico, fomentando o amor pela pátria, num projeto de construção da nação com o
sentimento de pertencimento a um território, a um povo, a um passado e uma história comuns
(SEED, 2010, p. 99). Porém, o movimento a favor de uma geografia crítica, apresenta novos
desafios, tais como explicar as questões socioeconômicas que retratam as grandes distorções
na distribuição da riqueza produzida no campo ou na cidade, a diversidade étnico-cultural, as
questões socioambientais, o desenvolvimento tecnológico, a velocidade dos meios de
comunicação na veiculação da informação e a globalização.
Tais características fazem com que, as tarefas para a educação por meio do ensino das
diferentes matérias e, dentre eles a Geografia, se tornem cada vez mais complexas, qual seja,
contribuir para a construção de conhecimentos abrangentes, críticos e instrumentalizadores,
para formar indivíduos mais abertos, mais sensíveis e, ao mesmo tempo, mais informados,
mais velozes, mais críticos, ou seja, o cidadão para o mundo contemporâneo
(CAVALCANTI, 2008, p. 30-32).
Sabe-se que a revolução técnica-científica que junto com a globalização promovem
inúmeras e radicais mudanças na sociedade, surgindo novas e complexas relações e mudanças
no mundo do trabalho, esse fator exige uma escola “voltada não somente para desenvolver a
inteligência dos educandos, o senso crítico (pelo menos até certo ponto), a criatividade e a
iniciativa individual, mas também voltada para discutir os grandes problemas do mundo”
(VESENTINI, 2010, p. 20-22).
É nesse contexto que a Geografia enquanto ciência e disciplina escolar deve atuar,
direcionando seu papel no sentido de levar as pessoas a pensar por conta própria, aprendendo
a enfrentar novos desafios, criando novas respostas com a liberdade de criar, de ousar, de
inovar diante da complexidade da sociedade atual.
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Para tanto, é necessário propor atividades que forme nos alunos os conceitos
geográficos abrangentes, ferramentas fundamentais para a compreensão dos diversos espaços,
para a localização e análise dos significados dos distintos lugares e de sua relação com a vida
cotidiana o que permite uma mudança na relação do sujeito com o mundo, proporcionando ao
sujeito generalizar suas experiências construídas no espaço geográfico, produto social e
histórico.
Nesse sentido entende-se que as geotecnologias tem importante papel a desempenhar
na interface entre o conhecimento cotidiano dos estudantes com os conteúdos escolares.
Dessa forma concorda-se com Castrogiovanni (2000, p.10), quando afirma que “a geografia
escolar deve lidar com as representações da vida dos alunos, sendo necessário sobrepor o
conhecimento do cotidiano aos conteúdos escolares, sem distanciar-se do formalismo teórico
da ciência” e com Callai (2000, p.93) ao afirmar que o conteúdo da geografia a ser ensinado, é
o material para que o aluno construa seu conhecimento, aprenda a pensar, a elaborar, a partir
do senso comum, e do confronto com os outros saberes, o seu conhecimento.
Segundo Callai (2000, p.93), este conhecimento significa uma “consciência espacial”
das coisas, dos fenômenos, das relações sociais que travam no mundo e compreenda que o
espaço é construído ao longo do processo de construção da própria sociedade, através das
complexas relações sociais que ocorrem e se materializam em edificações. E se existe uma
materialização física da vida, concretizada no espaço, cabe-nos na geografia fazer o estudo e a
interpretação desta realidade, a partir da análise espacial.
Assim, entendemos como tarefa escolar do ensino da Geografia, trabalhar com o olhar
espacial, o que requer que se elabore o conhecimento na interface entre a dimensão humana e
natural deste mundo, com o desenvolvimento de habilidades e com a construção de conceitos,
na busca do desenvolvimento do “raciocínio geográfico” (CAVALCANTI, 1998, p. 25) e da
“consciência espacial” (CALLAI, 2000, p.93) e que pode ser mediado pelas ferramentas
tecnológicas, dentre elas as geotecnologias.
É neste contexto que as geotecnologias se configuram em um importante recurso
didático não só com relação aos conteúdos curriculares das diferentes disciplinas (uso
multidisciplinar), mas também nos estudos interdisciplinares, que integram todas as
disciplinas em torno da análise do meio ambiente, uma vez que “dados contidos em uma
única imagem podem ser utilizados para multifuncionalidades, na medida em que o Sistema
de Informação Geográfica, SIG, possibilita integrar, analisar e espacializar (gerar mapas)
informações locais, regionais e globais” (FLORENZANO, 2011, p.121).
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O rápido desenvolvimento das tecnologias espaciais, dentre elas do sensoriamento
remoto, associada a informática e a internet fazem com que as geotecnologias estejam
presentes no cotidiano das pessoas e podem ser acessadas gratuitamente (FONSECA e
OLIVA, 2010, p.65), através dos receptores do Sistema de Posicionamento Global (GPS),
disponíveis em automóveis, máquinas agrícolas, relógios e aparelhos de telefonia celular; e
ainda por meio de imagens de satélite, visualizadas através do Google Earth, apresentadas nos
telejornais na seção de previsão do tempo, ou o software Google Maps, (BRITO e
HETKOWSKI, 2010, p.72-74). A questão é como os professores podem se apropriar destas
tecnologias e informações no cotidiano da sala de aula.
O ambiente virtual se constitui num espaço e numa ferramenta importante, pois
“congrega textos, hipertextos, imagens, sons”, as diferentes formas de representação do
espaço geográfico, o que possibilita desenvolver atividades com os estudantes a partir da sua
realidade atual, comparando com épocas passadas e lugares mais distantes, (MEC, 2009, sp).
No entanto, o uso das geotecnologias e da internet na sala de aula exige que o
professor tenha interiorizado as novas tecnologias através de um processo pessoal, maduro e
crítico.
Porém, para que o professor possa dar conta desse papel é necessário investir na sua
formação continuada, pois a maioria dos profissionais em exercício, foram formados num
período em que as tecnologias e, mais ainda, as geotecnologias ainda não faziam parte do
contexto escolar e, na sua própria formação universitária, era incipiente. Embora o uso de
tecnologias seja uma realidade nos cursos de licenciatura em Geografia, aqueles professores
que possuem mais de dez anos de formação, não compartilharam com profundidade de
experiências pedagógicas no uso de geotecnologias.
A formação de professores em novas tecnologias segundo Mercado (1999, p. 42), é
fundamental pela significação que estes meios têm na atualidade, pela atualização dos
conteúdos e das metodologias, proporcionando mudanças curriculares. Elas também
contribuirão para que a Geografia escolar possa desenvolver o raciocínio geográfico; formar
uma consciência espacial e proporcionar que o estudo do local assegure uma compreensão do
mundo contemporâneo (CALLAI, 2000, p.93 e CAVALCANTI, 1998, p. 25).
Nesse sentido é imperativo lembrar que a atuação profissional para preparar o cidadão
do século XXI, exige uma formação que dê conta da construção e reconstrução dos
conhecimentos fundamentais e de seu significado social, assim, não basta ao professor de
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Geografia apenas ter domínio da matéria, do conteúdo específico (CAVALCANTI, 2003, p.7)
de maneira que se faz necessário a formação continuada e permanente.
A formação, segundo Nóvoa (1997, p.24), “implica um investimento pessoal, um
trabalho livre e criativo sobre os percursos e os projetos próprios, com vista à construção de
uma identidade, que é também uma identidade profissional”, pois a formação deve “estimular
uma perspectiva critico-reflexiva, que forneça aos professores os meios de um pensamento
autônomo e que facilite as dinâmicas de auto formação participada” tanto em suas bases
teóricas quanto práticas (NÓVOA, 1997, p. 24).
Afinal tanto os conhecimentos científicos quanto os técnicos (metodologias) são
passíveis de serem aperfeiçoados, revisáveis e criticáveis, portanto os profissionais devem
assim, autoformar-se e reciclar-se através de diferentes meios (TARDIFF, 2008, p.249), o que
contribuirá para as mudanças necessárias à formação para a mudança e a incerteza
(IMBERNÓN, 2011, p.15) que permeiam o futuro da sociedade.
O desenvolvimento de raciocínios geográficos e a formação de uma consciência
espacial se dará pela construção dos conceitos geográficos que relacionam-se diretamente ao
olhar geográfico, à maneira particular da Geografia de ler o mundo, de estudar a sociedade
buscando compreender sua dimensão espacial. Essa construção ocorre pela mediação do
professor na prática diária, pela observação, pelas experiências, pelo fazer e o leva a entender
a dinâmica da formação da territorialidade vivida no cotidiano, podendo fazer as abstrações
necessárias para compreender a realidade como um todo.
Neste contexto, as geotecnologias podem ser parceiras no processo de ensino uma vez
que ao utilizar um Sistema de Informação Geográfica - SIG o “professor pode inserir o
estudante no mundo tecnológico, gerar seu próprio material didático para estudo do espaço
local, de vivência do estudante, elaborar material que complemente os livros didáticos, de
ligar o local com o global” (FLORENZANO, 2011, p.121) assim entende-se que, explorar um
SIG pedagogicamente é aproveitar os saberes do professor e do aluno para construir
conhecimento.
E à Geografia escolar, cabe possibilitar avanços na direção de uma sociedade mais
justa e igualitária, na valorização e no respeito às diferenças culturais, trata-se de um
compromisso ético, a ser desenvolvido sem perder de vista o conteúdo geográfico e seu
encaminhamento metodológico. Preparando os estudantes para um agir rotineiro, de forma
consciente, capazes de compreender as informações, demonstrar interesse e preocupação pelo
ambiente e pelo outro.
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Metodologia
Para a realização da presente pesquisa utilizou-se de levantamento de dados
secundários com pesquisa documental com as ferramentas de busca, nas bases de dados dos
periódicos da CAPES, e Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações do Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (BDTD/IBICT), repositórios de
Universidades Públicas nos Programas de Pós Graduação: Mestrado em Geografia, entre os
anos 2005 / 2014, nos Anais do Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto na temática
educação de 2001/2013, tendo como metodologia o uso de palavras-chave, dentre elas:
Sensoriamento Remoto; Geotecnologias; Ensino de Geografia; Formação de professores.
Após a leitura dos resumos destes trabalhos, foi realizada a classificação, sistematização e
análise conforme segue.
Análise dos resultados
A pesquisa possibilitou a verificação e análise de alguns trabalhos realizados pelos
pesquisadores e professores de Geografia entre os anos de 2001 a 2014, publicados nos
documentos supracitados, a saber: periódicos, dissertações e trabalhos em eventos específico
em sensoriamento remoto.
Análise de alguns trabalhos científicos entre 2000-2014. A presença das geotecnologias
no ensino de Geografia escolar.
Nas bases de dados de dissertações da CAPES, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e
Dissertações do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (BDTD/IBICT) e
nos repositórios dos Programas de Especialização das Universidades públicas brasileiras em
nível de mestrado, encontrou-se nove trabalhos sobre o assunto, os quais pesquisaram a
aplicação do sensoriamento remoto na formação de professores ou no ensino de Geografia
tanto na educação básica quanto no ensino superior, com o desenvolvimento de proposta
metodológica diferenciada com a aplicação de atividades práticas em sala de aula, aplicação
de oficinas, envolvendo conteúdos próprios da Geografia escolar com a inserção de
programas e produtos provenientes das geotecnologias e pesquisas com aplicação de
questionários tanto a estudante quanto a professores averiguando o uso da geotecnologia no
processo ensino e aprendizagem.
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Os gráficos apresentados nas figuras 1 e 2, foram elaborados a partir das informações
coletadas nos bancos de dados de teses e dissertações da CAPES e repositórios de
universidades públicas brasileiras, nos programas de pós graduação em nível de mestrado em
trabalhos resultantes de pesquisas que abordaram os temas: sensoriamento remoto;
geotecnologias; ensino de Geografia e formação de professores
Figura 1 - Gráfico: público participante em dissertações
Fonte: Autoras, 2015.
No gráfico 1, observa-se a predominância de pesquisa com alunos do ensino médio,
onde os trabalhos enfocam o desenvolvimento de atividades com práticas metodológicas que
inserem o uso das geotecnologias no processo de ensino de Geografia escolar.
Figura 2 – gráfico: Programas de Pós Graduação em nível de Mestrado que contemplam o tema da pesquisa.
Fonte: Autoras, 2015.
O gráfico 2, aponta a diversidade de áreas que pesquisam sobre o assunto, evidencia
que o interesse pelo sensoriamento remoto se concentra em diferentes áreas, embora
concentram-se mais na Geografia e, além disso, um maior número de pesquisa no sul e
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sudeste, embora haja trabalhos na Bahia e Goiás. Ainda assim, o número de pesquisa sobre
este tema é reduzido.
Ao consultar e analisar os Anais do Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto –
SBSR, na temática educação no período de 2001 a 2013, evento com periodicidade bianual,
verificou-se que foram apresentados cento e trinta e um (131) trabalhos abordando a temática
pesquisada, cujos dados estão organizados e representados nas figuras 3, 4 e 5, conforme
segue:
Figura 3: Tabela com dados dos Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto de 2001/2013
Ano
2001
2003
2005
2007
2009
2011
2013
Fonte: Autoras, 2015
Cidade / Estado
Foz do Iguaçu / Paraná
Belo Horizonte / Minas Gerais
Goiânia / Goiás
Florianópolis / Santa Catarina
Natal / Rio Grande do Norte
Curitiba / Paraná
Foz do Iguaçu / Paraná
Número de trabalhos
08
02
20
30
13
29
23
Figura 4: Gráfico da distribuição das publicações por edição do SBSR entre 2001/2013
Fonte: Autoras, 2015
Os dados da tabela na figura 3 e gráfico na figura 4, apontam o crescimento no
interesse pela pesquisa e aplicação das geotecnologias no processo de ensino aprendizagem
seja na educação básica, ensino superior e/ou formação de professores. Os dados da tabela
apontam ainda uma maior concentração na participação em eventos ocorridos em cidades da
região Sul do Brasil, no entanto não significa que os trabalhos apresentados sejam o resultado
de pesquisas ocorridas na mesma região.
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O gráfico da figura 5, traz os dados referentes ao público participante das pesquisas
que resultaram nos trabalhos publicados nos anais do Simpósio Brasileiro de Sensoriamento
Remoto entre 2001 e 2013 na temática da educação, conforme segue:
Figura 5 - Gráfico: Público participante
Fonte: Autoras, 2015.
Na leitura e análise dos trabalhos publicados no anais observou-se o aumento dos
trabalhos apresentados a cada edição do Simpósio, de oito (08) trabalhos na X edição em
2001, para 23 na XVI edição em 2013 última edição pesquisada. Este evento é bianual.
Dentre os trabalhos voltados para a formação de professores verificou-se, principalmente, a
atuação dos profissionais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, na formação
continuada dos professores, tanto da Educação Básica quanto do Ensino Superior (em menor
escala), e na elaboração de material a partir das geotecnologias. Outro elemento que chamou
atenção é que poucos professores pesquisam seus pares.
Nas pesquisas desenvolvidas com estudantes, verificou-se que há certa preferência por
desenvolver atividades com alunos do Ensino Fundamental, seguido pelos alunos do Ensino
Médio com enfoque em atividades desenvolvidas com a aplicação de propostas
metodológicas tanto com o uso de software livre como por exemplo o Google Earth, quanto
com imagens de satélite impressas, elaboração de mapas, investigando a contribuição da
ferramenta para o ensino de Geografia escolar. O maior percentual dos trabalhos analisados e
classificados como outros embora tratem de educação as pesquisas foram desenvolvidas em
outras áreas ou aplicação do conhecimento que não o ensino de Geografia ou a formação de
professor.
Dentre os trabalhos analisados, aqueles em que a pesquisa se dedicou à formação de
professores seja na Educação Básica ou no Ensino Superior, se destacaram os propostos pelos
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pesquisadores do INPE, que visavam o embasamento teórico prático em busca da buscando
aproximação/qualificação do público participante em relação às geotecnologias e
sensoriamento remoto e programas de computador como o Spring, com metodologias
passíveis de se realizar com estudantes em todos os níveis de ensino.
A busca de dados em periódicos limitou-se ao estado do Paraná, onde encontrou-se
três (3) artigos, conforme segue: Um resulta de projeto de extensão de graduação em
licenciatura em Geografia da Universidade Federal da Paraíba. Visando repensar a prática de
ensino do professor de Geografia, os autores aplicaram uma oficina com alunos do curso de
Formação de Docentes integrado ao Ensino Médio para verificar a importância das
geotecnologias no ensino de Geografia.
Outro relata a produção, validação e análise de atlas municipal com imagens de
satélite e mapas, para e com alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental. E um relato de
estudante do ensino superior, sobre o desenvolvimento de atividades práticas desenvolvidas
no seu processo de formação acadêmica sendo um estudo bibliográfico onde aponta uma
possibilidade de interdisciplinaridade entre o ensino de Geografia e a Arte.
Dentre os aspectos positivos encontrados pelos pesquisadores tanto nas dissertações
quanto nas publicações em eventos ou periódicos destacam-se: facilita a interdisciplinaridade,
possibilita maior interação, permite a construção e ou a retomada dos conceitos trabalhados,
desenvolve a colaboração entre os pares para vencer obstáculos, aguça a curiosidade
despertando o interesse, permite a compreensão das complexidades do espaço habitado, o
domínio de técnicas de representação cartográfica, diversificação do modo de ensinar e
aprender Geografia, possibilita uma prática mais atrativa e dinâmica com a relação teoria e
prática ao se trabalhar diferentes conceitos e categorias, o surgimento de novas linhas de
estudo, estimula a participação e o desenvolvimento cognitivo, favorece a formação científica
e a formação crítica dos estudantes pelo surgimento de discussões sobre questões sociais,
políticas, econômicas e contribui para a inclusão digital.
Observou-se que entre os limites para a utilização das geotecnologias principalmente
em instituições públicas estão: a falta de estrutura, a precariedade e a adequação de
equipamentos para o uso do Google Earth, inexistência de aparelhos de GPS,
pouca intimidade de muitos professores com as Tecnologias de Informação e Comunicação e
a precariedade para o acesso à internet.
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Considerações Finais
Com a realização da pesquisa verificou-se o crescente aumento no interesse pelas
pesquisas com aplicação das geotecnologias no ensino de Geografia escolar com inúmeras
contribuições das quais destaca-se: a compreensão das complexidades do espaço habitado, o
domínio de técnicas de representação cartográfica, a diversificação do modo de ensinar e
aprender Geografia, o desenvolvimento cognitivo, a interdisciplinaridade favorecendo a
apreensão de conceitos pelos estudantes e entre os limites verificou-se que estão: a falta de
estrutura e adequação
para
o
uso
das
tecnologias
geoespaciais;
pouca intimidade de muitos professores com as TIC(s), a precariedade dos equipamentos
presentes nas Escolas, a precariedade para o acesso à internet, poucos professores pesquisam
seus pares, que há preferência em realizar atividades com estudantes dos anos finais do
Ensino Fundamental na Educação Básica.
Este trabalho aponta que a temática ora pesquisada se configura em importante campo
de pesquisa tanto na educação quanto na Geografia nos diferentes níveis de formação, seja
inicial ou continuada, pois possibilita a realização de uma gama diversificada de atividades
tanto em disciplinas e temas isolados quanto facilita a interdisciplinaridade. Enquanto
ferramenta auxiliar possibilita que o professor elabore seu próprio material didático, tornandose mais autônomo.
Apesar da disponibilização da base de dados da CAPES,
a coleta de dados foi
comprometida por algumas situações que limitaram o avanço e o alcance da pesquisa como:
dificuldade de acesso a bancos de dados de algumas instituições; páginas desatualizadas, em
construção ou em reformulação; a forma de organização e disponibilização das produções
onde as produções estão organizadas por autor ou título, a página que ainda não possui filtro;
eventos importantes na temática, com anais não disponíveis em links ou bibliotecas virtuais
(a exemplo da Jornada de Educação em Sensoriamento Remoto no Âmbito do Mercosul) e a
variedade de categorias e denominações utilizadas como: geotecnologias, sensoriamento
remoto, imagens de satélite, SIG, objeto de aprendizagem dentre outras. Essas são situações
que de certa forma se constituem em barreiras para disseminar e socializar os resultados dos
trabalhos.
25890
REFERÊNCIAS
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VESENTINI, José Willian. Educação e ensino da geografia: instrumentos de dominação e/ou
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