Universidade Federal do ABC Bases Epistemológicas da Ciência Moderna As leis e a explicação científica Prof. Valter A. Bezerra As Leis e a Explicação Científica Modelo dedutivo-nomológico de explicação científica [Carl G. Hempel e Paul Oppenheim, 1948] Dedutivo = Que utiliza a inferência dedutiva (Já a discutimos nas aulas anteriores) Nomológico = de nomos (gr.) = lei De acordo com este modelo, as explicações científicas são argumentos dedutivos baseados em leis Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 2 As Leis e a Explicação Científica Esquema dedutivo de uma explicação científica Lei L1 Lei L2 ... Lei LN Premissas Explanans Condição inicial C1 Condição inicial C2 ... Condição inicial CN ________________________ Conclusão (Enunciado do fenômeno a ser explicado) Explanandum Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 3 As Leis e a Explicação Científica Exemplos: Explanandum: O exterior de um copo fica coberto por gotículas de água algum tempo depois que se coloca gelo dentro do copo. Explanans que permite explicar o explanandum: [Leis:] (L1) Quando a temperatura de uma massa de ar contendo vapor de água cai abaixo do ponto no qual a densidade do vapor é maior do que a densidade de saturação àquela temperatura, o vapor no ar se condensa; (L2) A temperatura da camada de ar adjacente a um corpo se reduz quando a temperatura do corpo cai. [Condições iniciais:] (C1) Introduziu-se gelo no copo, reduzindo assim a sua temperatura; (C2) A densidade de vapor no ar próximo ao copo, antes da queda de temperatura, era maior do que a densidade de saturação após a queda de temperatura. _____________________________________________________________________ Portanto, o exterior do copo fica coberto por gotículas quando se coloca gelo no copo. Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 4 As Leis e a Explicação Científica Explanandum: A superfície de uma estrutura de cobre fica coberta de azinhavre (pátina) quando exposta ao ar atmosférico durante algum tempo. Explanans que permite explicar o explanandum: (L1) O cobre sólido reage com vapor de água, gás carbônico e oxigênio, formando carbonato de cobre, segundo a equação: 2 Cu (s) + H2O (g) + CO2 + O2 → Cu(OH)2 + CuCO3 (s) (L2) O carbonato de cobre, quando sob luz incidente, reflete principalmente a cor verde. (C1) A estrutura em questão é composta basicamente por cobre sólido. (C2) O ar atmosférico circundante contém vapor de água, gás carbônico e oxigênio. _____________________________________________________________________ Portanto, a superfície da estrutura de cobre fica coberta de azinhavre quando exposta ao ar atmosférico. Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 5 As Leis e a Explicação Científica Forma lógica típica das leis científicas Enunciados universais da forma: ∀x (P(x) → Q(x)) que pode ser lido como: “Para todo objeto ou indivíduo x, se vale a propriedade P, então vale a propriedade Q” ou “Em todos os casos que se dão as condições P, também se dão as condições Q” Exemplos: Para todo corpo material (x), se ele está livre da ação de forças externas (P), então ele se move em movimento retilíneo uniforme (Q). Para todo organismo (x), se ele está bem adaptado às condições do ambiente (P), então ele tem maior chance de sobreviver e gerar descendentes (Q). Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 6 As Leis e a Explicação Científica Distinção entre leis científicas genuínas e “generalizações acidentais” Um exemplo de tentativa de uso de generalização acidental: Todos os objetos que estão no meu bolso são bons condutores de eletricidade. Esta moeda está no meu bolso. ____________________________________________________ Logo, esta moeda é boa condutora de eletricidade... Este argumento certamente não parece convincente como uma explicação de por que as moedas são boas condutoras! Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 7 As Leis e a Explicação Científica As generalizações acidentais não dão suporte aos enunciados contrafactuais nem possuem ampliatividade: Exemplos: O enunciado (generalização acidental) seguinte: G = “todos os objetos que estão no meu bolso são bons condutores de eletricidade” não serve para justificar o enunciado contrafactual E = “se x fosse um objeto que estivesse no meu bolso, x seria condutor de eletricidade” A generalização acidental seguinte: A = “todos os parafusos no carro de João estão enferrujados” não justifica o enunciado contrafactual L = “se x fosse um parafuso do carro de João, x estaria enferrujado” nem permite explicar o fato de que o parafuso No 2000 do carro de João está enferrujado. Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 8 As Leis e a Explicação Científica Características básicas de uma explicação científica: (segundo Hempel e Oppenheim) 1. A explicação deve ser um argumento dedutivo válido. 2. O explanans deve conter pelo menos uma lei geral de forma essencial. 3. O explanans deve ser empiricamente testável de forma independente. 4. As premissas do explanans devem ser verdadeiras. Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 9 As Leis e a Explicação Científica A explicação científica nem sempre é a “redução do desconhecido ao conhecido”! Exemplos: 1 — Explicar por que o céu é azul de dia Uma questão simples de colocar, mas de resposta bastante complexa A explicação envolve no mínimo a teoria eletromagnética (espalhamento de radiação eletromagnética por dipolos elétricos), resultando na expressão do espalhamento Rayleigh, A intensidade depende do inverso da 4a. potência do comprimento de onda. Portanto, comprimentos de onde menores serão espalhado com muito maior intensidade. Esse é o caso da componente azul da luz solar. Em última análise, a explicação também depende de hipóteses sobre a estrutura eletrônica dos átomos e moléculas — portanto, depende da teoria quântica. Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 10 As Leis e a Explicação Científica Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 11 As Leis e a Explicação Científica 2 — Explicar por que o céu é escuro à noite Novamente, uma questão simples de formular, mas complicada de solucionar. De acordo com o argumento conhecido como paradoxo de Olbers, seria razoável esperar que o céu noturno fosse extremamente brilhante! Na realidade, uma explicação completa para a escuridão do céu noturno precisa incluir até a tese de que o universo está em expansão! Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 12 As Leis e a Explicação Científica Da esq. para a dir.: Heinrich Olbers; obra da artista Ingrid Dijkers; Edgar Allan Poe, o autor de Eureka Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 13 As Leis e a Explicação Científica A evolução de uma explicação O processo de refino das explicações Explanandum = A amostra X de metal é boa condutora de eletricidade. Versão 1: Os metais são bons condutores de eletricidade. A amostra X é de metal. ____________________________________________ A amostra de metal X é boa condutora de eletricidade. Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 14 As Leis e a Explicação Científica Versão 2: Os metais possuem elétrons de condução relativamente livres. Os materiais que possuem elétrons de condução são bons condutores de eletricidade. A amostra X é de metal. ____________________________________________ A amostra de metal X é boa condutora de eletricidade. Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 15 As Leis e a Explicação Científica Versão 3: A configuração eletrônica dos metais de transição, obtida por cálculos quânticos, mostra que eles possuem elétrons exteriores com ligação relativamente fraca ao núcleo, podendo perder elétrons com facilidade formando íons positivos (cátions). Cálculos quânticos envolvendo simetria mostram que os átomos dos metais de transição tendem a formar redes cristalinas periódicas onde os átomos estão ligados fortemente. Uma rede cristalina desse tipo origina um potencial periódico. Um cálculo quântico para os elétrons em um potencial periódico (envolvendo zonas de Brillouin, teorema de Bloch, etc) mostra que a função de onda dos elétrons descreve elétrons delocalizados, que são compartilhados não com átomos individuais, mas sim com toda a rede cristalina. A existência desses elétrons delocalizados origina uma banda de energia de condução, preenchida apenas parcialmente, que possui uma zona de superposição com a banda de energia de valência. Os elétrons delocalizados, com energias incluídas na banda de condução, possuem facilidade de circular em meio à rede cristalina quando um campo elétrico externo é aplicado. A aplicação de uma diferença de potencial no metal gera um campo elétrico no interior do material. A estrutura da amostra X é bem descrita pelas premissas acima. Uma diferença de potencial foi aplicada sobre a amostra X de metal. ___________________________________________________ Portanto, a amostra X é boa condutora de eletricidade. Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 16 As Leis e a Explicação Científica Eficácia causal Considere o argumento a seguir: A luz se propaga sempre em linha reta. A sombra horizontal projetada pelo mastro da bandeira na praça mede 15 metros. Às 15h00min do dia X, a linha de visada que vai de um observador no solo, na extremidade da sombra, até a posição do Sol no céu forma um ângulo com o solo igual a 45 graus. O triângulo formado pela posição do Sol no céu, pelo observador e pelo pé do mastro da bandeira é retângulo neste último ponto. ___________________________________________________ Logo, o mastro da bandeira na praça tem 15 metros de altura. Este argumento pode ou não ser considerado como uma explicação do fato de que o mastro da bandeira tem 15 metros de altura? Por quê? Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 17 As Leis e a Explicação Científica Simetria entre explicação e predição A estrutura hipotético-dedutiva pode funcionar em dois sentidos: • seja como modelo de explicação, • seja como modelo de predição. Para utilizá-lo como modelo de explicação: • temos que estar inicialmente cientes da veracidade de E e de C; • então propomos L; • e, se o argumento resultante for válido, somos levados a concluir que também se dá o caso de que L. Isto é, encontramos uma explicação para E. Para utilizá-lo como modelo de predição: • L é assumida como verdadeira; • e, com o estabelecimento de C, • ficamos sabendo que também deve ocorrer E. Isto é, previmos a ocorrência do fenômeno E. ⇒ O mecanismo é formalmente o mesmo nos dois casos, com a diferença residindo apenas naquilo que se sabe ou não de antemão. ⇒ No caso da predição, posto que as leis científicas são contingentes e não expressam necessidades lógicas, o evento previsto pode ocorrer ou não. ⇒ Nesse caso, se fala respectivamente em confirmação ou refutação da lei. Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 18 As Leis e a Explicação Científica Explicações Newtonianas O modelo dedutivo-nomológico de explicação visto na história da mecânica celeste: (1) Primeiro período: o sucesso da teoria newtoniana (a) Explicação das trajetórias elípticas dos planetas: Explanandum: O planeta X segue uma trajetória elíptica. Explanans: • • • • Explanandum: Leis de Newton do movimento Lei da gravitação universal (inverso do quadrado da distância) Condição inicial: massas dos corpos envolvidos (X, Sol) Condição inicial: pode-se desprezar as influências dos outros planetas • [Matemática: Técnicas de resolução de equações diferenciais, especialmente. aquelas do “problema de dois corpos”] __________________________________________________ Logo, o planeta X segue uma trajetória elíptica. Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 19 As Leis e a Explicação Científica (1) (b) Explicação da queda dos corpos: Explanandum: Todos os corpos nas proximidades da Terra caem com aceleração constante, segundo h = h0 – gt2 / 2 Explanans: Explanandum: • • • • • • • Lei da gravitação universal de Newton F = (G MT m / r2) r Leis de Newton do movimento Condição inicial: MT e m conhecidas Condição inicial: supomos MT >> m Condição inicial: G (constante da gravitação universal) conhecida Condição inicial: resistência do ar pode ser desprezada Condição inicial: a aceleração da gravidade g não varia significativamente ao longo da altura h considerada __________________________________________________ Todos os corpos nas proximidades da Terra caem com aceleração constante, segundo h = h0 – gt2 / 2 (1) (c) Explicações das marés, da órbita da Lua, movimento parabólico de projéteis, etc: Seguem um esquema análogo aos esquemas (a) e (b). Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 20 As Leis e a Explicação Científica (2) Segundo período: surgem problemas mais trabalhosos (a) Um confronto entre a mecânica / astronomia cartesiana e a mecânica / astronomia newtoniana. Explanandum: Os movimentos de translação dos planetas são todos no mesmo sentido. Eis a explicação dada no contexto da teoria cartesiana: Explanans: Explanandum: • Os princípios da mecânica de Descartes [a noção de pleno; a noção de vórtice (ou “redemoinho”, ou “turbilhão”) nesse pleno; a teoria das colisões] • A teoria planetária de Descartes [vórtices em grande escala, dispostos em anéis sucessivos, com o sol no centro; transmissão do movimento de um anel para o outro] • Condição inicial: os parâmetros para cada um dos vórtices planetários. __________________________________________________ Logo, os movimentos de translação dos planetas são todos no mesmo sentido. Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 21 As Leis e a Explicação Científica Descartes, O Mundo ou tratado da luz, Cap. 8. Fig. 2 ⇒ A teoria newtoniana não fornece uma explicação para esse explanans! Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 22 As Leis e a Explicação Científica (2) (b) Um explanandum em busca de um explanans: Explanandum: O planeta Urano segue uma trajetória quase elíptica, mas com certos desvios que podem ser precisamente medidos. Eis a explicação dada no contexto da teoria newtoniana: Explanans: Explanandum: • • • • Leis de Newton do movimento Lei da gravitação universal (inverso do quadrado da distância) Condição inicial: massas dos corpos envolvidos Condição inicial: pode-se desprezar as influências de quase todos os outros planetas, menos um • Nova condição incial: Existe um planeta próximo, em determinada posição, cuja influência deve ser levada em conta • [+ Métodos perturbativos da mecânica celeste] • [+ Técnicas matemáticas relativas às equações diferenciais] __________________________________________________ Logo, o planeta segue uma trajetória quase elíptica, com certos desvios precisamente determinados. Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 23 As Leis e a Explicação Científica (2) (c) A descoberta de Netuno: A condição inicial introduzida equivale, também, a uma nova previsão da teoria. Para ver isso, basta trocar as posições das duas linhas em vermelho no esquema anterior: Explanans: Previsão: Teste empírico: Resultado: • • • • Leis de Newton do movimento Lei da gravitação universal (inverso do quadrado da distância) Condição inicial: massas dos corpos envolvidos Condição inicial: pode-se desprezar as influências de quase todos os outros planetas, menos um • O planeta segue uma trajetória quase elíptica, com certos desvios conhecidos precisamente • [+ Métodos perturbativos da mecânica celeste] • [+ Técnicas matemáticas relativas às equações diferenciais] __________________________________________________ Logo, existe um planeta próximo a Urano, que pode ser detectado em determinada posição no céu. As observações astronômicas conseguem detectar tal planeta, na posição prevista. A teoria newtoniana se viu confirmada neste caso particular. Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 24 As Leis e a Explicação Científica À esquerda: Netuno fotografado pela Voyager 2 em 1989; à direita: Urbain Leverrier. Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 25 As Leis e a Explicação Científica (3) Terceiro período: a crise da teoria newtoniana (a) O caso do periélio de Mercúrio: Explanandum: O periélio de Mercúrio avança um certo ângulo bem determinado θ a cada órbita http://einstein.stanford.edu/Media/MercuryPerihelion-Flash.html http://ion.uwinnipeg.ca/~vincent/4500.6-001/Cosmology/Precess.mpg http://demonstrations.wolfram.com/MercurysPerihelionPrecession/ Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 26 As Leis e a Explicação Científica Eis a explicação newtoniana: Explanans: Explanandum: Teste empírico: Resultado: • • • • Leis de Newton do movimento Lei da gravitação universal (inverso do quadrado da distância) Condição inicial: massas dos corpos envolvidos Condição inicial: levar em conta as influências de todos os planetas que possam ser relevantes • [+ Métodos perturbativos da mecânica celeste] • [+ Técnicas matemáticas relativas às equações diferenciais] __________________________________________________ Logo, o periélio de Mercúrio avança um certo ângulo bem determinado δ a cada órbita. As observações astronômicas mostram que o avanço observado, θ, do periélio de Mercúrio é maior do que aquele que a teoria newtoniana consegue prever, δ A teoria newtoniana se viu refutada neste caso particular. Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 27 As Leis e a Explicação Científica (3) (b) Uma nova abordagem para o caso do periélio de Mercúrio: A abordagem relativística: Explanans: Explanandum: Teste empírico: Resultado: • Leis da teoria da relatividade geral de Einstein (esp. a equação do campo gravitacional, em termos de tensores) • Métrica do espaço-tempo devida a distribuições esfericamente simétricas de massa • Condição inicial: Massas do Sol e de Mercúrio • [+ Técnicas matemáticas de resolução de equações tensoriais] __________________________________________________ Logo, o periélio de Mercúrio avança um certo ângulo bem determinado θ a cada órbita. As observações astronômicas mostram que o avanço do periélio de Mercúrio é precisamente aquele que a teoria da relatividade consegue prever, θ A teoria relativística se viu confirmada neste caso particular. Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 28 As Leis e a Explicação Científica Código-fonte em Mathematica para simulação da órbita de Mercúrio. Fonte: Wolfram Demonstrations Project, http://demonstrations.wolfram.com/MercurysPerihelionPrecession/ Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 29 As Leis e a Explicação Científica Bases Epistemológicas da Ciência Moderna — UFABC — Prof. Valter A. Bezerra 30