composição química do óleo essencial das folhas de vitex

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COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ÓLEO ESSENCIAL DAS FOLHAS DE VITEX
MEGAPOTAMICA (SPRENGEL) MOLDENKE
THIELE FACCIM DE BRUM ([email protected]) / Pós-Graduação/Universidade Federal de Santa
Maria, Santa Maria - RS
MARINA ZADRA ([email protected]) / Pós-Graduação/Universidade Federal de Santa Maria, Santa
Maria - RS
ALINE AUGUSTI BOLIGON ([email protected]) / Pós-Graduação/Universidade Federal de Santa
Maria, Santa Maria - RS
JANAÍNA KIELING FROHLICH ([email protected]) / Pós-Graduação/Universidade Federal de
Santa Maria, Santa Maria - RS
AMANDA LUANA FORBRIG FROEDER ([email protected]) / Graduação/ Universidade Federal
de Santa Maria, Santa Maria - RS
MARIANA PIANA ([email protected]) / Pós-Graduação/Universidade Federal de Santa Maria, Santa
Maria - RS
THIAGO GUILHERME SCHWANZ, ([email protected]) / Pós-Graduação/Universidade Federal de Santa
Maria, Santa Maria - RS
ORIENTADOR: MARGARETH LINDE ATHAYDE ([email protected]) / Pós-Graduação/Universidade
Federal de Santa Maria, Santa Maria - RS
Palavras-Chave:
VITEX MEGAPOTAMICA, TARUMÃ, ÓLEO ESSENCIAL, FOLHAS
INTRODUÇÃO
Entre as inúmeras espécies vegetais de interesse medicinal, encontra-se a Vitex megapotamica (Sprengel)
Moldenke, usualmente conhecida como tarumã, pertence à família Verbenaceae a qual compreende cerca
de 100 gêneros distribuídos nas regiões tropicais de todo o mundo. A espécie distribui-se no nordeste da
Argentina, no leste do Paraguai, no Uruguai e comumente encontrada no sul do Brasil. Na medicina popular,
a infusão das folhas desta planta é utilizada no tratamento das hemorróidas e como hipocolesterolêmica. No
Rio Grande do Sul, as folhas são comercializadas por ervateiros como diuréticas e indicadas em afecções
cutâneas. Usam-se a casca e as folhas no combate ao ácido úrico, dores reumáticas, hipertensão arterial,
colesterol, inflamação do útero, da bexiga e da próstata [1]. Pela utilização crescente nas indústrias de
alimentos, cosméticos e farmacêutica, o cultivo de espécies aromáticas e a obtenção de óleos voláteis
constituem importantes atividades econômicas. Embora a utilização maior ocorra nas áreas de alimentos e
cosméticos, ainda, muitos óleos voláteis são utilizados em função de suas propriedades terapêuticas e para
a aromatização de formas farmacêuticas destinadas a uso oral, sendo alvo de interesse para a indústria
farmacêutica [2].
OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo determinar a composição química do óleo essencial das folhas de Vitex
megapotamica.
METODOLOGIA
Material vegetal
As folhas da planta foram coletadas no município de Santa Maria, RS, Brasil, em dezembro de 2010. O
material testemunho está depositado no herbário do Departamento de Biologia da UFSM catalogado sob o
número de registro SMBD 13.071.
Obtenção do óleo vegetal
O óleo essencial foi obtido a partir das folhas frescas, reduzidas com auxílio de triturador mecânico e
submetidas ao arraste por vapor d’água em processo contínuo utilizando aparelho Clevenger, durante 4
horas.
Análise química
As análises foram efetuadas em um cromatógrafo a gás Agilent Technologies 6890N acoplado com
espectrômetro de massas modelo 5975B inert XL CI/EI MSD. Um microlitro do óleo foi injetado usando injetor
automático split/splitless 7683 Agilent Technologies, no modo split (Razão 13, 3:1). A temperatura do mesmo
permaneceu constante a 280ºC. A separação dos compostos foi realizada em uma coluna capilar de sílica
fundida DB-5MS, marca J&W Scientific, com 30m de comprimento, 0,25 mm de diâmetro interno e 0,25µm de
espessura de fase estacionária. O hélio foi utilizado como gás de arraste sob pressão inicial de 10,78 psi. O
fluxo, mantido constante, foi de 1,3 mL min1. A programação da temperatura do forno foi: 50ºC,
permanecendo por 1min, taxa de aquecimento a 5ºC/min até 300ºC, permanecendo por 9,00 min nesta
temperatura. A temperatura da linha de transferência permaneceu a 310 ºC. Os cromatogramas foram
obtidos através de EI modo scan, com energia de 70 eV. As temperaturas da fonte e do quadrupolo foram de
230 ºC e 150ºC, respectivamente. A identificação dos componentes do óleo foi baseada no índice de
retenção linear (Índice de Kovats) calculado em relação aos tempos de retenção de uma série homóloga de
n-alcanos e no padrão de fragmentação dos espectros [3].
RESULTADOS
O conteúdo do óleo, em uma planta, pode variar em função da época do ano e do seu estádio de
desenvolvimento. A variação química ocorre com predomínio de diferentes compostos no óleo volátil obtido a
partir de uma mesma espécie coletada em locai diferentes, o que é freqüente devido à alta complexidade
química dos óleos voláteis. Neste estudo, o teor de óleo essencial encontrado nas folhas frescas dessa
espécie foi de 1,75%. Os principais componentes encontrados foram o butil hidroxitolueno (BHT) (34%),
phytol (12,6%), ?-cariofileno (11,8%), d-elemeno (10,6%) e ß-cariofileno (7,8%) e outros de quantidade
menor, como sesquiterpenos hidrocarbonados (copaeno, ?-elemeno, ß-elemeno, ?-gurjuneno, ?-gurjuneno,
aromadendreno, ß-gurjuneno, etc. e sesquiterpenos oxigenados, tais como globulol, espatulenol, óxido de
cariofileno, ?-cadinol, entre outros compostos. Algumas destas substâncias apresentam atividades
biológicas, como por exemplo, o ß-cariofileno com atividade espasmolítica, anestésica local e antinflamatória;
globulol, com propriedade fungistática e espatulenol, com propriedades antibacterianas. Algumas dessas
propriedades farmacológicas podem estar relacionadas com o uso popular do tarumã, em especial a
ocorrência do BHT como principal componente do óleo essencial pode estar relacionado à capacidade
sequestradora de radicais livres que geralmente estão envolvidos em muitas doenças (câncer, cirrose,
arterosclerose, artrites).
CONCLUSÃO
A análise química por CG-MS do óleo essencial de V. mgapotamica apresenta na sua constituição a
predominância de sesquiterpenos que possuem importantes atividades biológicas. Sendo o BHT um
importante antioxidante que pode estar relacionado com o potencial antioxidante já relatado nessa espécie.
REFERÊNCIAS:
ADAMS, Robert P.; Identification of Essencial Oil Components by Gas Chromatography/Mass Spectroscopy;
USA: Allure; Allured Publishing Corp; 1995.
JOLY, Aylton Brandão; Introdução à taxonomia vegetal; São Paulo; Companhia Editora Nacional; 2002.
SIMÕES, Cláudia Maria Oliveira, SCHENKEL, Eloir Paulo, GOSMANN, Grace, MELLO, João Carlos Palazzo
de, MENTZ, Lilian Auler, ETROVICK, Pedro Ros; Farmacognosia: da planta ao medicamento; Porto Alegre/
Florianópolis; Editora da UFRGS / Editora UFSC; 2010.
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