Geografia B

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Inclusão para a Vida
UNIDADE 1
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO
TERRITÓRIO BRASILEIRO
O TERRITÓRIO BRASILEIRO
O Brasil, possuindo um território de 8.514.876,599
Km2, costuma ser considerado um ‗país continental'.
De fato, com uma das maiores extensões territoriais do
mundo (quinto lugar), inclui-se entre os seis países que
têm mais de 7 milhões de km2. A extensão do território
brasileiro corresponde a uma parcela aproximada de
1,66% da superfície terrestre (cerca de 6% das terras
emersas do globo).
O território brasileiro ocupa, atualmente, cerca
de 47% da área da América do Sul e está localizado em
sua porção centro-oriental. Para ter uma ideia da
imensidão do nosso país, podemos lembrar também
que toda a Europa, a ocidental e a oriental (excluindo a
parte europeia da Rússia), onde existem atualmente 39
Estados independentes, possui apenas cerca de 5,2
milhões de km2. Alguns estados do Brasil - como o
Amazonas, o Pará, Mato Grosso ou Minas Gerais - têm
cada qual uma área territorial superior à de inúmeros
países europeus reunidos.
A formação territorial do Brasil
A ideia de descobrimento do Brasil foi muito comum,
se ainda não o é. Era como se o país já estivesse
"pronto" e faltasse somente alguém, um navegador
português, que o encontrasse. Mas, se o Brasil somos
nós, o povo - ou melhor, a sociedade brasileira, com
sua cultura, território e instituições -, então é lógico que
ele ainda não existia em 1500. O que havia era um
espaço físico habitado por inúmeras sociedades
indígenas, cada uma com um território diferente.
Os colonizadores portugueses se apropriaram
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Geografia B
de certas áreas, normalmente expulsando ou exterminando (ainda, às vezes, escravizando) os índios que as
ocupavam, e, com o tempo, expandiram o seu território
e criaram neste novo mundo uma sociedade diferente,
que um dia se tornou um Estado-Nação independente.
A construção do Brasil, que durou vários séculos, teve dois aspectos principais: a criação de uma
sociedade com cultura (valores e hábitos) e instituições
próprias (especialmente o Estado ou poder público em
todos os níveis e esferas); e a formação territorial, isto
é, a forma de ocupação da terra e a sua delimitação por
meio de fronteiras.
Aspectos da colonização
Um aspecto marcante na colonização de todo o continente americano - e, por extensão, do Brasil -, com
exceção apenas de partes da América do Norte, foi
servir para o enriquecimento das metrópoles (as nações
europeias). De fato, o que alguns historiadores chamam
de "sentido" da nossa colonização está nisto: ela foi
organizada para fornecer ao comércio europeu açúcar,
tabaco e alguns outros gêneros; mais tarde, ouro e
diamantes; depois, algodão e, em seguida, café. E isso
acarretaria algumas marcas à economia e à sociedade
brasileiras que, em alguns casos, permanecem até hoje,
por exemplo: povoamento mais intenso na faixa
atlântica, onde se localizam os portos; utilização dos
melhores solos para a produção de gêneros destinados
à exportação, e não de alimentos para a população;
formação de uma sociedade constituída principalmente
por uma minoria de altíssimas rendas (que mantém
ligações econômicas com o exterior) e uma maioria
com baixas rendas, que serve como força de trabalho
barata; dependência econômica em relação aos centros
mundiais do capitalismo.
Assim, a colonização do Brasil teve um
caráter de colônia de exploração, o que significa que
ela foi inserida na política mercantilista da época,
servindo como uma das condições indispensáveis para
que ocorresse a Primeira Revolução Industrial, de
meados do século XVIII até o final do século XIX.
Esse acontecimento marcou a passagem do capitalismo
comercial típico da época moderna (séculos XVI a
XVIII), em que o comércio era o setor chave da
economia, para o capitalismo industrial.
Localização
O território brasileiro é cortado por dois círculos
imaginários – o Equador, que passa pela embocadura
do rio Amazonas, e o Trópico de Capricórnio, que
corta os estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e de
São Paulo. O Brasil tem seu território assim
distribuído:
100% No hemisfério Oeste.
7% No hemisfério Norte.
93% No hemisfério Sul.
93% Na Zona Intertropical.
7% Na Zona Temperada Sul (subtropical).
1
Inclusão para a Vida
Geografia B
oceânico. No segundo fuso horário brasileiro (menos
três horas em relação a Greenwich), temos a ―Hora
Oficial do Brasil‖ (Hora de Brasília).
Fronteiras
Temos 15.719 km de fronteiras, feitas principalmente
por rios e serras; o maior trecho é com a Bolívia –
3.126 km, e o menor com o Suriname – 593 km. O
Chile e o Equador não têm fronteiras com o Brasil. No
Leste, o país faz 10.959 km de fronteira com o Oceano
Atlântico. Visualize essas e outras características do
território observando o mapa abaixo:
Exercícios de Sala 
1. (PUC-SP) Leia com atenção: "[...] a Amazônia se
destaca pela extraordinária continuidade de suas
florestas, pela ordem de grandeza de sua principal rede
hidrográfica e pelas sutis variações de seus
ecossistemas, em nível regional e de altitude. Trata-se
de um gigantesco domínio de terras baixas florestadas,
disposto em anfiteatro [...]"
(Aziz AB'SÁBER In: Os Domínios de Natureza no Brasil,
p. 65)
Esse trecho se refere ao domínio morfoclimático
amazônico. Considerando a classificação dominante (e
atual) do relevo brasileiro, é correto dizer que:
a) A Amazônia é um imenso segmento territorial de
planícies rebaixadas, produto de deposição de
sedimentos.
b) Embora apresente terras baixas, a Amazônia é
constituída de planaltos na sua maior extensão, e
apenas alguns pontos são realmente planícies.
c) Há presença dominante de planícies, com pequenos
segmentos de depressões nas margens dos maiores
rios.
d) Planaltos, depressões e planícies, formações de
origens diferentes, equivalem-se em extensão, e
estão, mais ou menos, na mesma faixa de altitude.
e) Predominam as depressões, com a presença de
planícies descontínuas no sul e ao longo da calha do
Rio Amazonas, e uma formação planáltica ao norte.
Fusos Horários
Devido à sua grande extensão longitudinal, o território
brasileiro é atravessado por quatro fusos horários,
sendo neles a hora atrasada em relação à Hora de
Greenwich. Entretanto, em junho de 2008 houve uma
nova padronização do fuso brasileiro e, desde então, o
país estabeleceu apenas dois fusos continentais e um
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2
Inclusão para a Vida
2. (UERJ)
Geografia B
4. (UFMG) Analise este fluxograma:
Queimadas na Floresta Amazônica
Indique dois problemas relacionados à segurança
nacional e dois problemas de ordem socioambiental
que ocorrem ao longo da faixa de fronteira indicada no
mapa.
3. (UNICamp) A abelha, no Brasil, é um híbrido das
abelhas europeias ('Apis mellifera mellifera', 'Apis
mellifera ligustica', 'Apis mellifera caucasica' e 'Apis
mellifera carnica') com a abelha africana ('Apis
mellifera scutellata'). Essa abelha, africanizada, possui
um comportamento muito semelhante ao da 'Apis
mellifera scutellata', em razão da maior adaptabilidade
desta raça às condições climáticas do País. Muito
agressiva, porém menos que a africana, a abelha do
Brasil tem grande facilidade de enxamear, alta
produtividade e tolerância a doenças.(Embrapa Meio-Norte,
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPM
el/racas.htm, acessado em 05/09/2008.)
A partir da análise desse fluxograma e considerando-se
outros conhecimentos sobre o assunto, é incorreto
afirmar que
a) a inflamabilidade da floresta decorre de ações
humanas associadas, direta ou indiretamente, a
causas naturais.
b) a redução da cobertura florestal, ao comprometer a
evapotranspiração, pode, a longo prazo, acarretar
redução das chuvas.
c) o aumento do número e da intensidade das
queimadas na Amazônia pode tornar-se, num ciclo
vicioso, um processo de retroalimentação.
d) o fenômeno El Niño tem relação direta, mas
favorável, com a redução das queimadas na
Amazônia brasileira.
UNIDADE 2
OS CLIMAS DO ESPAÇO BRASILEIRO
CLIMAS DO BRASIL
Goudie, A. "The Human Impact on the Natural Environment". 6a ed.,
Malden: Blackwell Publishing, 2006, p. 69.
a) Calcule a distância, em quilômetros, de propagação
da abelha africana entre o ponto de origem e a
cidade de Fortaleza. Por que a propagação da
abelha africana não avançou para a Patagônia
Argentina e a Cordilheira dos Andes?
b) A apicultura é uma atividade capaz de causar
impactos
positivos,
tanto
sociais
quanto
econômicos, além de contribuir para a manutenção
e preservação de ecossistemas existentes. Aponte
dois aspectos econômicos positivos trazidos pela
apicultura, em especial para a agricultura familiar.
Pré-Vestibular da UFSC
O CLIMA DO BRASIL
Com a maior parte do seu território na Zona
Intertropical do planeta, o Brasil é dominado por
climas quentes – equatorial e tropical. Somente no Sul
é que notamos a presença de clima subtropical, com
ocorrência de geadas no inverno (podendo até ocorrer
nevadas, pois os meses de inverno são úmidos no
Planalto Meridional – do Paraná para o Sul).
Entre os fatores que influenciam o clima, são
destacados como influência direta:
3
Inclusão para a Vida
Geografia B
a latitude, pois o Brasil possui uma extensão Norte-Sul superior a 4.300 Km, tendo aproximadamente 92% do
território na faixa intertropical e o restante na área subtropical;
a altitude, característica de algumas áreas, especialmente do sul e do sudeste, onde há áreas com altitudes mais
elevadas, o que faz as temperaturas oscilarem com maior frequência que o restante do país;
as massas de ar, pois o Brasil recebe influências da massa Equatorial continental (eMc), massa Equatorial
atlântica (mEa), massa Tropical continental (mTc), massa Tropical atlântica (mTa) e massa Polar atlântica (mPa)
Fonte: SIMIELLI, M.E. GEOATLAS. São Paulo: Ática, 2003.
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4
Inclusão para a Vida
Geografia B
Tipos Climáticos
- Equatorial: Quente e chuvoso, é típico na região da
Floresta Amazônica.
VESENTINI, J.W. Geografia do
Brasil. São Paulo: Ática, 2001.
FONTE: VESENTINI, J.W.
Geografia do Brasil. São Paulo:
Ática, 2001.
- Tropical Atlântico: É característico do litoral
brasileiro, sofrendo variações térmicas à medida que se
afasta do Equador.
Tropical de Altitude: na região da Serra da
Mantiqueira e Serra do Mar, entre os estados de SP,
MG e RJ, esse clima tem suas temperaturas amenizadas
pela altitude, aproximando-se das características
subtropicais do Brasil.
Subtropical: é o clima característico da região ao Sul
do Trópico de Capricórnio (Sul de SP, PR, SC e RS).
Ela sofre ação direta da mPa. É o clima mais regular do
Brasil e o único que apresenta as estações claramente
definidas, com verão muito quente e invernos
rigorosos.
FONTE: VESENTINI, J.W.
Geografia do Brasil. São Paulo:
Ática, 2001.
FONTE: VESENTINI, J.W.
Geografia do Brasil. São Paulo:
Ática, 2001.
FONTE: VESENTINI, J.W.
Geografia do Brasil. São Paulo:
Ática, 2001.
- Tropical Semi-Árido: caracteriza o sertão
nordestino, com chuvas irregulares e mal distribuídas.
Pré-Vestibular da UFSC
O CLIMA COMO RECURSO NATURAL
O clima, entendido como manifestação
habitual da atmosfera num determinado ponto, é um
dos importantes recursos naturais à disposição do
homem e foi considerado matéria de interesse comum
da humanidade por decisão da ONU em 1989. É um
dos principais fatores responsáveis pela repartição dos
animais e vegetais sobre o globo.
Da mesma forma, a água doce (...) tem sua
distribuição e seus estoques determinados, em grande
parte, pelas condições do clima.
A atividade agrícola e o rendimento das
colheitas dependem, fundamentalmente, da evolução
do tempo. Se este for desfavorável, a produção poderá
ficar comprometida.
5
Inclusão para a Vida
A geração de energia hidrelétrica (...)
depende fundamentalmente do fluxo hídrico, e este, do
comportamento do tempo. (...)
O vento, já no século XVI, era utilizado
como importante fonte de energia, principalmente para
impulsionar as embarcações que, nessa época,
começavam a alargar os horizontes geográficos. (...)
A radiação solar é também cada vez mais
aproveitada para a geração de energia em escala
industrial, com vantagem de ser assim como os ventos
e os rios, uma fonte inesgotável e limpa. (...)
Captando o calor diretamente do Sol, (...)
áreas estão destinadas a se tornarem, quando as
limitações tecnológicas houverem sido superadas, as
grandes fornecedoras de energia para o consumo
industrial.
As características de seu clima preparamnas para essa importante função no mundo futuro.
ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1998. p. 8788.
Exercícios de Sala 
1. (UFRGS) Observe o mapa de climas do Brasil e os
três climogramas que seguem.
Geografia B
Assinale a correspondência correta entre as localidades
A, B e C assinaladas no mapa e os climogramas I, II e
III.
a) A (I) – B (II) – C (III) d) A (II) – B (I) – C (III)
b) A (II) – B (III) – C (I) e) A (III) – B (II) – C (I)
c) A (III) – B (I) – C (II)
2. (UFRGS) A relação entre eventos meteorológicos e
as características de ocupação do território resultou em
catástrofes no estado de Santa Catarina em 2008.
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) os fatores a
seguir, conforme eles estejam ou não relacionados a
essas catástrofes,
( ) Combinação de frentes frias vindas do sul e massas
de ar quentes e úmidas vindas do norte do país,
( ) Influência da corrente marítima quente vinda do
sul, conhecida como corrente das Malvinas.
( ) Expansão da ocupação humana nas áreas de risco
no btoma Mata Atlântica.
( ) Chuvas torrenciais que geram deslizamentos de
encostas,
A sequência correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, e
a) V - V - F - V. d) F - V - F - F.
b) F - F - V - F. e) F - V - V - V.
c) V - F - V - V.
3. (G1)
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6
Inclusão para a Vida
Sobre a dinâmica das massas de ar que atuam no
território brasileiro no inverno e no verão, conforme o
mapa acima, assinale a proposição correta.
a) A massa Tropical continental (mTc), quente e
úmida, tem como centro de origem o Nordeste da
Amazônia.
b) A massa Equatorial continental (mEc) é responsável
pelo fenômeno conhecido como ―friagem‖ na
Região Norte.
c) A massa Tropical atlântica (mTa), quente e seca, tem
como centro de origem o Atlântico Sul. A mTa atua
durante todo o ano na Amazônia ocidental e, no
verão, provoca as chuvas orográficas em todas as
demais regiões brasileiras.
d) A massa Equatorial atlântica (mEa), quente e úmida,
tem como centro de origem o Atlântico Sul.
e) A massa Polar atlântica (mPa) tem como centro de
origem o Atlântico Sul. Essa massa de ar é
responsável pela precipitação de neve durante o
inverno nas regiões serranas dos estados de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul.
Geografia B
4. (UFPR) Nesta terça-feira (15/09/09), áreas de
instabilidade que se deslocam pelo norte da Argentina
devem chegar ao Brasil a partir da tarde e voltam a
provocar pancadas de chuva no oeste e norte do RS, no
centro-oeste de SC, no oeste do PR e no sul de MS,
onde tem-se uma massa de ar quente e úmida.
O texto acima refere-se à previsão do tempo para o dia
15/09/09, realizada pelo Centro de Previsão do Tempo
e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais. Levando em consideração os
dados apresentados, assinale a alternativa correta.
a) A Frente Polar Atlântica, principal área de
instabilidade da América do Sul meridional, é
responsável pelas chuvas previstas no texto.
b) As áreas de instabilidade são geradas por nuvens de
desenvolvimento vertical, por isso a previsão de
pancadas de chuva.
c) As pancadas de chuva são típicas dos climas úmidos,
muito bem representados pelas regiões mencionadas
no texto.
d) O deslocamento da massa de ar tropical em direção a
leste é que gera as áreas de instabilidade
mencionadas no texto.
e) A massa de ar quente e úmida que se encontra sobre
o estado do Mato Grosso do Sul corresponde à
massa tropical continental, geradora de chuvas em
pancadas.
UNIDADE 3
GEOLOGIA E RELEVO DO BRASIL
FORMAÇÃO GEOLÓGICA
A formação geológica no território brasileiro é muito
antiga (formada nas eras Arqueozoica e Proterozoica) e
constituída
por
terrenos
cristalinos
(rochas
magmáticas e metamórficas) e sedimentares.
Nos
terrenos
cristalinos
da
era
Arqueozoica, destacam-se os dois grandes ressaltos, ou
―escudos‖, conhecidos como Guiano e Brasileiro.
Nesses terrenos, o aproveitamento econômico é
pequeno. Já nos terrenos Proterozoicos, que afloram
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em cerca de 4% do país (em meio às áreas
Arqueozoicas), estão as nossas principais jazidas
minerais.
Os
terrenos
sedimentares
são
predominantes no Brasil, boa parte recobrindo a base
de rochas cristalinas. Esses terrenos são conhecidos
como Bacias Sedimentares, sendo as principais:
Amazônica; Litorânea ou Costeira; Pantanal;
Sanfranciscana; Paranaica; Recôncavo Baiano e
Maranhão-Piauí. Nessas áreas são encontrados carvão,
petróleo e xisto.
7
Inclusão para a Vida
Geografia B
FONTE: MOREIRA, I. O Espaço Geográfico – Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 2003.
UNIDADES DE RELEVO
O relevo brasileiro é de formação muito
antiga e bastante erodida. Assim, predomina um
terreno de altitude modesta (com média de 900
metros). Ele é moldado apenas por agentes externos,
uma vez que a atuação dos agentes internos é
praticamente inexistente em nosso território.
Esquematicamente, o geógrafo Jurandir Ross dividiu o
relevo brasileiro da seguinte forma:
- Planaltos – terrenos irregulares (com acentuados
aclives e declives) e com altitudes superiores a 200
metros;
- Planícies – terrenos com certa regularidade (sem
declives e aclives acentuados) onde prevalecem
altitudes que variam de 0 a 200 metros;
- Depressões – terrenos com certa regularidade, mas
localizados em altitudes que variam de 200 a 500
metros.
Essa classificação, concluída em 1995, foi
fundamentada com as pesquisas do Projeto
Radambrasil. Segundo essa classificação, o relevo
brasileiro está dividido em 11 Planaltos, 11
Depressões e 6 Planícies.
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8
Inclusão para a Vida
UNIDADES DE RELEVO DO BRASIL
Geografia B
d) Destacam-se dois importantes conjuntos de serras: a
Serra do Mar e a Serra Geral.
e) As planícies são regiões predominantes do litoral,
também chamadas de planícies costeiras.
2. (UFG) Segundo os geógrafos Aroldo de Azevedo
(1948) e Aziz Ab' Saber (1956), no Planalto Meridional
do Brasil destaca-se a ocorrência de solos de terra roxa,
caracterizados por elevada fertilidade natural e por isso
muito utilizados nas atividades agrícolas. O tipo de
rocha, a estrutura geológica que dá origem ao solo de
terra roxa e a atividade agrícola historicamente nele
desenvolvida são, respectivamente:
a) o basalto, que é uma rocha ígnea extrusiva da Bacia
Sedimentar do Paraná, onde se desenvolveu o
cultivo de café.
b) o arenito, que é uma rocha sedimentar marinha da
Bacia Sedimentar do Maranhão, onde se
desenvolveu a plantação de arroz.
c) o granito, que é uma rocha ígnea intrusiva do Escudo
Cristalino do Brasil Central, onde se desenvolveu o
cultivo de feijão.
d) o gnaisse, que é uma rocha metamórfica bandeada
do Escudo Cristalino Atlântico, onde se
desenvolveu o plantio de laranja.
e) o diabásio, que é uma rocha ígnea extrusiva da Bacia
Sedimentar da Amazônia, onde se desenvolveu o
cultivo de pimenta-do-reino.
3. (UFRGS) A coluna da esquerda, a seguir, apresenta
FONTE: ROSS,J.L.S.(Org.), Geografia do Brasil. 2.ed. São Paulo:
Edusp, 1998.
Entretanto, existem algumas classificações mais
tradicionais do relevo brasileiro, como a que foi
realizada na década de 1960 pelo renomado geógrafo
Ab‘Saber. Nessa classificação, o relevo do Brasil é
dividido da seguinte forma:
Planaltos
Planícies
- Guiano (ou das Guianas)
- Brasileiro, sendo subdividido em:
Central, Meridional, Nordestino, Serras e
Planaltos do Leste-Sudeste, MaranhãoPiauí e Uruguaio-Rio-Grandense.
- Planícies e terras baixas amazônicas;
- Planícies e terras baixas costeiras;
- Planícies do Pantanal.
Exercícios de Sala 
1. (UDESC) Sobre o relevo catarinense, assinale a
alternativa incorreta.
a) As depressões catarinenses circundam todas as
serras, algumas abaixo do nível do mar.
b) A maior parte do relevo compõe-se de terrenos
planos e altos.
c) Entre os planaltos e as planícies aparecem as serras.
Pré-Vestibular da UFSC
o nome dos dois biomas que ocorrem no Rio Grande
do Sul; a da direita, as unidades de relevo do estado.
Associe adequadamente a coluna da direita à da
esquerda.
1 – Mata Atlântica
2 – Pampa
( ) Planície Costeira
( ) Depressão periférica
( ) Planalto Meridional
(
)
Escudo
Sul-Rio-
Grandense
A sequência correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo, é
a) 1 – 1 – 2 – 1. d) 2 – 1 – 2 – 2.
b) 1 – 1 – 2 – 2. e) 2 – 2 – 1 – 2.
c) 1 – 2 – 1 – 1.
4. (UNEMAT) Segundo Ross (1995), o relevo
brasileiro apresenta grande variedade morfológica,
decorrente, principalmente, da ação de agentes
externos, sobre os agentes internos. Os agentes
externos que mais participam da formação do relevo
são:
a) abalos sísmicos e vulcões.
b) as erupções vulcânicas do passado e os raios solares.
c) a erosão e umidade.
d) o clima (temperatura, ventos, chuvas) e os rios.
e) as intempéries e a ação antrópica.
9
Inclusão para a Vida
UNIDADE 4 E 5
VEGETAÇÃO ORIGINAL E DOMÍNIOS
MORFOCLIMÁTICOS BRASILEIROS
No Brasil, por causa da imensidão do
território, existem várias paisagens vegetais, ou
biomas. Abordamos como vegetação original, pois esse
é o primeiro elemento das paisagens que o ser humano
modifica. As formações vegetais que prevalecem no
espaço brasileiro são:
- Floresta Amazônica: Também denominada de
latifoliada equatorial, está localizada no Norte do país e
abrange cerca de 50% da área total do país. É uma
floresta heterogênea, de mata densa e intricada (com
milhares de espécies vegetais), e perene, ou seja,
sempre verde.
- Floresta Atlântica: Conhecida também como
floresta latifoliada tropical,corresponde, mais ou
menos, ao clima tropical úmido. Está localizada entre o
litoral e o interior do país. São espécies típicas dessa
floresta o pau-brasil, o cedro, a peroba e o jacarandá.
Aproximadamente 96% de sua área original já foi
dizimada pela colonização.
- Mata de Araucárias: Essa formação vegetal, que
também recebe o nome de floresta aciculifoliada,
corresponde, mais ou menos, às áreas de clima
subtropical. Nela predominam os pinheiros (Araucária
angustifólia), embora também apareça a erva-mate, a
imbuia, diversos tipos de canela, cedros e ipês.
Calcula-se que apenas 5% de sua mata original ainda
permanece ―intocada‖.
Cerrado: Essa formação surge em áreas de clima
tropical típico do Planalto Central, com predomínio de
arbustos e vegetação rasteira. Também denominado de
savana, aproximadamente 45% de sua vegetação foi
destruída.
- Caatinga: É uma vegetação típica do semi-árido
nordestino. Apresenta vegetação pobre, prevalecendo
as xerófilas e cactáceas.
- Complexo Pantanal: Trata-se de uma paisagem
complexa, pois é uma mistura de outras formações
vegetais brasileiras (cerrado, amazônica e floresta
atlântica).
- Campos: É um tipo de vegetação rasteira
localizada principalmente no Sul do Brasil.
- Vegetações Litorâneas: São características das
terras baixas e planícies do litoral. Aí aparecem os
manguezais, a vegetação de praias, a das dunas e das
restingas.
No lugar da expressão paisagem natural,
alguns geógrafos costumam utilizar a denominação de
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Geografia B
Domínio Morfoclimático (‗morfo’ , ‗forma‘, que, nesse
caso, se refere ao relevo; climático, ‘relativo ao
clima‘). No Brasil, podemos reconhecer seis principais
domínios e, entre eles, numerosas faixas de transição
(com elementos de dois ou mais deles, que não são
classificados).
Vegetação Original do espaço brasileiro
VESENTINI, J. W. "Sociedade e Espaço: Geografia Geral e do
Brasil". São Paulo: Ática, 1999. p. 261.
DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO
BRASIL
Os Domínios Morfoclimáticos Brasileiros são
regiões com diferenças gritantes entre as características
climáticas, botânicas, pedológicas, hidrológicas e
fitogeográficas demarcadas pelo geógrafo brasileiro
Aziz ab‘Saber. Essa classificação relativamente
recente, feita em 1970, divide o extenso território
brasileiro em seis partes muito distintas umas das
outras.
10
Inclusão para a Vida
DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS (Azis
Ab’Saber)
Geografia B
Exercícios de Sala 
1. (FATEC) Os cerrados brasileiros são
formados por árvores com aspecto
xeromórfico, com árvores tortuosas e
espaçadas, com troncos de cortiça espessa
e folhagem coriácea e pilosa, muitas vezes
lembrando a caatinga arbustiva densa, da
região do semiárido nordestino.
[Adaptado de: ROSS, J. (org.). "Geografia
do Brasil". São Paulo: Edusp, 1996].
O fator que pode explicar tal semelhança
fisionômica entre os dois tipos de
vegetação é:
a) a baixa umidade nos solos do cerrado,
com árvores com menor capacidade de
captar e armazenar água do ambiente.
b) a baixa fertilidade natural dos solos do
cerrado, em geral muito ácidos, pobres em
cálcio e nutrientes em geral.
c) a vigência de um clima tropical seco e de
altitude no cerrado, responsável por
invernos mais chuvosos e verões mais
quentes e secos.
d) o uso intensivo das queimadas como
fator de manejo e controle do cerrado, para
eliminação de gramíneas.
e) o extenso desmatamento do domínio dos
cerrados para a produção de soja e gado,
tornando a região mais seca.
FONTE: MOREIRA, I. O Espaço Geográfico – Geografia Geral e
do Brasil. São Paulo: Ática, 2003.
A ocupação da Amazônia
Dentre os problemas ecológicos que ocorrem no Brasil,
um dos mais graves refere-se à devastação da floresta
Amazônica. Dentre as consequências desse processo,
estão:
- a perda da biodiversidade e extinção de espécies;
- expulsão de indígenas e posseiros;
- aumento de gás carbônico na atmosfera, causado
pelas grandes queimadas;
- empobrecimento dos solos da região.
Calcula-se que a cada ano ocorram, no
mínimo, um desmatamento de 3 milhões de hectares. A
floresta já perdeu 16,3% de sua vegetação primária
desde a década de 1970. Para conter esse avanço, o
governo iniciou, em 2002, as atividades do Sistema de
Vigilância da Amazônia (Sivam), com a inauguração
de centrais regionais de vigilância de Manaus e Porto
Velho. Ao ser concluído (no custo de 1,4 bilhão de
dólares), o projeto contará com 5 satélites, 25 radares,
33 aviões e mais de 2,1 mil funcionários.
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2. (UEL) No Brasil, a retomada do
crescimento econômico, a partir de 2004, teve como
consequência o aumento da demanda de carvão vegetal
para o abastecimento das indústrias siderúrgicas de
Minas Gerais e, ao mesmo tempo, a diminuição dos
investimentos aplicados no replantio de florestas
destinadas à produção desse recurso.
Com base nos conhecimentos sobre o tema, assinale a
alternativa que corretamente identifica a formação
vegetal diretamente afetada pela maior demanda de
carvão vegetal em Minas Gerais.
a) Caatinga.
b) Cerrado.
c) Campos Gerais.
d) Mata Atlântica.
e) Mata de Araucária.
3. (UFG) Segundo uma reportagem do jornal O Globo
(nov. 2009), entre os meses de agosto de 2008 a julho
de 2009 foram desmatados, na Amazônia, 7.008 km2
de floresta, de acordo com dados do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais. Apesar de esse número
significar uma redução de 45% em relação ao ano
anterior, o desmatamento ainda origina diversos
prejuízos socioambientais à Floresta Amazônica,
causando
11
Inclusão para a Vida
a) diminuição da fertilidade dos solos, comprometendo
a potencialidade agrícola.
b) aumento da poluição do ar, provocando chuvas
ácidas que impedem o desenvolvimento da
agricultura.
c) diminuição da fauna, prejudicando as atividades
turísticas.
d) aumento da erosão eólica, comprometendo o
calendário agrícola tradicional das populações.
e) diminuição dos níveis fluviais, alterando os usos e
as apropriações econômicas dos rios.
4. (G1) No livro Os Sertões, durante o primeiro
capítulo intitulado ―A Terra‖, Euclides da Cunha faz
uma descrição das características paisagísticas do local
em que ocorreu a Guerra de Canudos. A seguir
trazemos um trecho do livro em que são descritas
algumas características da vegetação do local de
conflito:
―Embora esta não
tenha as espécies reduzidas
dos desertos — mimosas
tolhiças ou eufórbias ásperas
sobre o tapete das gramíneas
murchas — e se afigure farta
de vegetais distintos, as suas
árvores, vistas em conjunto,
semelham uma só família de
poucos
gêneros,
quase
reduzida a uma espécie
invariável, divergindo apenas
no tamanho, tendo todas a
mesma conformação, a mesma
aparência
de
vegetais
morrendo, quase sem troncos,
em esgalhos logo ao irromper
do chão. É que por um efeito
explicável de adaptação às
condições estreitas do meio
ingrato,
evolvendo
penosamente em círculos
estreitos, aquelas mesmo que
tanto se diversificam nas matas
ali se talham por um molde
único‖.
A partir desse trecho, podemos deduzir que a paisagem
do local em que ocorreu a Guerra de Canudos é
caracterizada pela:
a) presença da Mata Atlântica, vegetação comum em
regiões de clima tropical úmido.
b)presença da Mata de Araucária, vegetação
característica de regiões de clima subtropical.
c) presença da Caatinga, vegetação típica de regiões de
clima tropical semiárido.
d) presença da Floresta Amazônica, vegetação muito
presente em regiões de clima mediterrâneo.
e) presença de Mangues, vegetação litorânea de clima
tropical de altitude.
Pré-Vestibular da UFSC
Geografia B
UNIDADE 6
RECURSOS HÍDRICOS
O Brasil possui a maior reserva mundial de recursos
hídricos. Abriga, em seu território, uma das maiores
redes hidrográficas do planeta – metade de toda a água
disponível da América do Sul -, além de extensas
reservas de água subterrâneas. Apesar de todo esse
potencial, o país não está livre do problema da escassez
de água.
O uso predatório dos recursos hídricos,
poluição, assoreamento dos rios e desperdício são os
principais responsáveis pela escassez de água.
Bacias hidrográficas brasileiras
O Brasil, dada a sua grande extensão territorial e a
predominância de climas úmidos, tem uma extensa
rede hidrográfica. As bacias hidrográficas brasileiras
oferecem, em muitos trechos, grandes possibilidades de
navegação. Apesar disso, o transporte hidroviário é
pouco utilizado no país. Em outros trechos, nossos rios
apresentam um enorme potencial hidrelétrico, bastante
explorado no Centro-Sul do país em decorrência da
concentração urbano-industrial, mas sub-utilizado em
outras regiões, como a Amazônia.
Tecnicamente, a hidrografia brasileira
apresenta os seguintes aspectos:
Não possui lagos tectônicos, pois as
depressões tornaram-se bacias sedimentares. Em nosso
12
Inclusão para a Vida
território, só há lagos de várzea (temporários, muito
comuns no Pantanal) e lagoas costeiras, como a dos
Patos (RS) e a Rodrigo de Freitas (RJ), formadas por
restingas.
Todos os rios brasileiros, com exceção do
Amazonas, possuem regime pluvial. Uma pequena
quantidade da água do rio Amazonas provém do
derretimento de neve na cordilheira dos Andes,
caracterizando um regime misto (nival e pluvial).
Todos os rios são exorreicos; mesmo os que
correm para o interior têm como destino final o oceano,
como o Tietê, afluente do rio Paraná, que por sua vez
deságua no mar (estuário do Prata).
Há rios temporários apenas no Sertão
nordestino, onde o clima é semi-árido. No restante do
país, os rios são perenes.
Predominam rios de planalto em áreas de
elevado índice pluviométrico. A existência de muitos
desníveis no terreno e o grande volume de água
possibilitam a produção de hidroeletricidade.
Com exceção do rio Amazonas, que possui foz
mista (delta e estuário), e do rio Parnaíba, que possui
foz em delta, todos os rios brasileiros que deságuam
livremente no oceano formam estuários.
As principais bacias hidrográficas brasileiras são:
Bacia do rio Amazonas: a maior bacia
hidrográfica do planeta tem sua vertente delimitada
pelos divisores de água da cordilheira dos Andes, pelo
planalto das Guianas e pelo planalto Central. Seu rio
principal nasce no Peru, com o nome de Marañon, e
passa a ser denominado Solimões da fronteira brasileira
até o encontro com o rio Negro. A partir daí, recebe o
nome de Amazonas. É o rio mais extenso (total de
7.100 km) e de maior volume de água do planeta. Esse
fato é explicado pela presença de afluentes de ambos os
lados que, por estarem nos dois hemisférios (norte e
sul), permitem a dupla captação das cheias de verão.
Os afluentes do rio Amazonas nascem, em sua maioria,
nos escudos dos planaltos das Guianas e Brasileiro,
possuindo, assim, o maior potencial hidrelétrico
disponível do país. Ao caírem na bacia sedimentar, que
é plana, tornam-se rios navegáveis. O rio Amazonas,
que corre no centro da bacia, é totalmente navegável.
Bacia do rio Tocantins: esta bacia drena,
aproximadamente, 9,5% do território nacional. Seus
principais rios nascem no estado de Goiás e no Bico do
Papagaio (TO), onde o Tocantins recebe seu principal
afluente, o rio Araguaia. Em terras paraenses, o
Tocantins deságua no Golfão Amazônico, onde se
localiza a ilha de Marajó. Por apresentar longos trechos
navegáveis, essa bacia é utilizada para escoar parte da
produção de grãos (destaque para a soja) das regiões
que banha. A usina hidrelétrica de Tucuruí, a segunda
maior do país, foi construída no rio Tocantins e atende
às necessidades de consumo de energia do Projeto
Carajás, no Pará.
Pré-Vestibular da UFSC
Geografia B
Bacia Platina (composta pela bacia do
Paraná e bacia do Uruguai): o Brasil também é
banhado pela segunda maior bacia hidrográfica do
planeta. Seus três rios principais – Paraná, Paraguai e
Uruguai – formam o rio da Prata, ao se encontrarem,
em território argentino. A bacia do rio Paraná apresenta
o maior potencial hidrelétrico instalado do país, além
de trechos importantes para a navegação, com destaque
para a hidrovia do Tietê. A bacia do Paraguai, que
atravessa o Pantanal Mato-grossense, é amplamente
navegável. Já a bacia do Uruguai, com pequeno
potencial hidrelétrico e poucos trechos navegáveis, tem
importância econômica apenas regional.
Bacia do rio São Francisco: é uma extensa
bacia hidrográfica, responsável pela drenagem de
aproximadamente 7,5% do território nacional. O rio
São Francisco, que nasce em Minas Gerais, atravessa o
sertão semi-árido mineiro e baiano, possibilitando a
sobrevivência da população ribeirinha de baixa renda, a
irrigação em pequenas propriedades e em grandes
projetos agroindustriais e a criação de gado. O São
Francisco é um rio bastante aproveitado para a
produção de hidroeletricidade. Ele é navegável em um
longo trecho dos estados de Minas Gerais e Bahia,
desde que a barragem de Três Marias não lhe retenha
muita água.
Bacias secundárias: o Brasil possui três
conjuntos de bacias secundárias: Atlântico NorteNordeste, Atlântico Leste e Atlântico Sudeste. As
bacias hidrográficas que os compõem não possuem
ligação entre si. Elas foram agrupadas por sua
localização geográfica ao longo do litoral. O rio
principal de cada uma delas tem sua própria vertente,
delimitando, portanto, uma bacia hidrográfica. Por
exemplo, as bacias do Atlântico Leste são formadas
pelo agrupamento das bacias do Paraíba do Sul, Doce,
Jequitinhonha, Pardo, Contas e Paraguaçu.
Aquífero Guarani, um mar potável subterrâneo
Denominam-se aquíferos as reservas de água
subterrâneas que representam uma alternativa
estratégica ao problema de falta de água. No Brasil, o
principal deles é o aquífero Guarani, maior reserva de
água doce da América do Sul. (...)
Esse verdadeiro mar potável subterrâneo
estende-se por cerca de 1,2 milhão de Km2, dois terços
dos quais em território brasileiro, onde atinge oito
estados do centro-sul do país (MT, MS, GO , MG, SP,
PR, SC e RS). O restante prolonga-se por Uruguai,
Argentina e Paraguai. (...)
Adaptado de Aureliano Biancarelli para o jornal Folha
de São Paulo, 19 de maio de 1996.
13
Inclusão para a Vida
Fique ligado...
Geografia B
c) Independente do setor analisado, o percentual de
perda de água se manteve mais ou menos constante
ao longo do século XX.
d) Durante o período analisado, o setor agrícola foi o
que apresentou o menor crescimento na captação de
água.
e) A captação de água para consumo industrial só
supera o volume captado para uso doméstico a partir
de 1975.
2. (UFC) Os rios são correntes naturais de água doce,
com canais definidos e fluxos perenes ou intermitentes
que desembocam nos oceanos, lagos ou em outros rios.
Nessa condição, os rios realizam ações de
transformação das paisagens e têm grande importância
social.
a) Cite os processos associados aos rios a partir dos
quais ocorre a transformação das paisagens
naturais.
b) Aponte três situações de uso dos rios pela sociedade.
c) Aponte a maior e mais importante bacia hidrográfica
do Ceará e nomeie os dois maiores açudes nela
localizados.
C.I. Bacia hidrográfica:
3. (UEG) O Brasil é dotado de uma vasta rede
Exercícios de Sala 
1. (UFSM) Analise os gráficos.
Considerando os dados fornecidos pelos gráficos, é
correto afirmar:
hidrográfica. Muitos de seus rios destacam-se pela
extensão, largura, profundidade e volume de água
escoado, tornando o país detentor de uma das maiores
reservas de água doce do mundo. Apesar desta
realidade, o país já enfrenta problemas no que concerne
ao abastecimento urbano de água potável (como no
caso de São Paulo), além de conflitos no campo pela
distribuição de água para as atividades da agricultura e
pecuária. Com base nestas informações, responda ao
que se pede.
a) Caracterize o potencial das bacias hidrográficas do
Paraná e do Amazonas para o abastecimento de água
potável nos centros urbanos, considerando a atual
distribuição geográfica da população sobre o território
nacional.
b) Cite e explique dois impactos negativos decorrentes
da utilização dos recursos hídricos da Bacia do Paraná.
4. (Mackenzie) "... Bacia hidrográfica amplamente
navegável, pois atravessa regiões de relevo pouco
acidentado no pantanal mato-grossense e, por essa
mesma razão, apresenta pequeno potencial hidrelétrico,
sofrendo um intenso processo de inundação durante as
chuvas de verão, fenômeno responsável pela
denominação de Pantanal."
a) O setor agrícola apresenta os maiores volumes de
captação de água, e a rede de abastecimento
doméstico, as maiores perdas.
b) No futuro, a perda de água por evaporação deverá
superar o volume de água captado para uso
industrial.
Pré-Vestibular da UFSC
Paulo Roberto Moraes, "Geografia Geral e do Brasil".
A bacia hidrográfica a que se refere o texto é a:
a) Bacia Platina, sub-bacia do Rio Paraná.
b) Bacia do Uruguai, sub-bacia do Rio Paraná.
c) Bacia Platina, sub-bacia do Rio Paraguai.
d) Bacia do Paraná, sub-bacia do Rio Uruguai.
e) Bacia do Uruguai, sub-bacia do Rio Cuiabá.
14
Inclusão para a Vida
Geografia B
UNIDADE 7 E 8
A DIVISÃO REGIONAL DO ESPAÇO
BRASILEIRO E A REGIÃO SUL DO BRASIL
AS REGIÕES DO BRASIL
Região natural é a porção territorial que
apresenta um quadro físico comum – relevo, clima,
vegetação, hidrografia. É o caso do Pantanal MatoGrossense, da Campanha Gaúcha ou do Sertão
Nordestino.
Com mais de 8,5 milhões de km2, o Brasil
apresenta diferentes aspectos naturais, humanos e
econômicos em seu território. Considerando-se tais
diferenças, áreas relativamente homogêneas são
agrupadas em regiões.
A divisão regional do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) identifica cinco regiões
no Brasil: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e CentroOeste.
Além dos fatores naturais, humanos e
econômicos, essa divisão considera os limites dos
estados.
REGIÕES GEOECONÔMICAS
Região geoeconômica é a porção territorial
que apresenta um mesmo quadro sociocultural e
econômico, quase sempre como conseqüência de um
quadro físico comum.
No caso das regiões geoeconômicas
brasileiras, são consideras a presença de três grandes
complexos regionais no país: Amazônia, Nordeste e
Centro-Sul. Tal divisão leva em conta os aspectos
físicos, humanos e econômicos, desprezando os limites
estaduais e privilegiando os aspectos geográficos mais
marcantes na definição de tais áreas: o quadro natural
na Amazônia, o aspecto social nordestino e o quadro
econômico no Centro-Sul.
ASPECTOS FÍSICOS E SÓCIOECONÔMICOS
DA REGIÃO SUL
A Região Sul do Brasil, definida pelo IBGE,
consta dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. Ela representa 6,8% do território
nacional e possui, em um densidade demográfica de 41
hab./km2, 15% do total da população do país.
As características do clima subtropical não
favoreceram o povoamento especulativo nessa região,
como ocorreu na fachada atlântica do país. A ocupação
iniciou-se com a criação de gado para a produção de
charque e de couro, mas só se efetivou com a imigração
europeus do século XIX, principalmente de italianos,
Pré-Vestibular da UFSC
15
Inclusão para a Vida
alemães e eslavos, que introduziram formas novas de
aproveitamento econômico do espaço: pequena
propriedade, o policultivo, a associação agriculturapecuária e a exploração direta da terra.
A produção agropecuária é muito diversificada:
trigo e soja plantados no planalto; arroz e lã, no RS;
couro e carne na Campanha Gaúcha; milho, feijão,
batata, fumo e outros produtos.
Entre 1970 e 2000, a participação da região no
total da produção industrial brasileira subiu de 11%
para 18%. No Paraná, o principal parque industrial
localiza-se em torno da capital, com indústrias
alimentícias, madeireiras, indústrias químicas, de
material elétrico, de transporte e automobilística. A
produção industrial do Rio Grande do Sul está
concentrada na região metropolitana de Porto Alegre
secundada pela área de Caxias do Sul, importante pólo
metal-mecânico. Em Santa Catarina, a indústria
alimentícia e de vestuário, que atuam desde o início de
século XX, modernizaram-se graças aos capitais
agroindustriais; indústrias mecânicas e de material
elétrico também foram atraídas pelo estado. Diferente
dos outros estados do Sul, em Santa Catarina o parque
industrial não se concentra na capital, mas está disperso
pelas áreas de colonização alemã, sobretudo Blumenau
e Joinville.
Nos últimos anos tem ocorrido um maior
desenvolvimento das atividades primárias e
secundárias, em virtude da proximidade com países do
Mercosul.
Exercícios de Sala 
1. (UFRS) Observe o gráfico a seguir, que mostra a
evolução do número de municípios da região Sul no
período de 1970-2000.
Geografia B
Quais estão corretas?
a) Apenas I. d) Apenas I e III.
b) Apenas II. e) Apenas II e III.
c) Apenas III.
2. (UFRS) Alguns tipos de poluição das águas têm
causas naturais, mas a maioria é causada pelas
atividades humanas. O mapa a seguir mostra áreas em
que ocorrem problemas que afetam os recursos hídricos
dos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
Com base nos dados apresentados no mapa preencha as
lacunasdo texto a seguir.
As áreas do mapa em que os recursos hídricos são
contaminados por efluentes com agrotóxicos derivados
das lavouras de arroz são as de número .......... ; as
contaminadas pelos resíduos provenientes de
abatedouros de porcos e aves são as de número .........; e
as contaminadas pelos rejeitos oriundos de atividades
mineradoras são as de número ..............
A alternativa que preenche corretamente as lacunas do
texto, na ordem em que aparecem, é
a) 1, 2 e 3. c) 2, 1 e 3. e) 3, 2 e 1.
b) 1, 3 e 2. d) 2, 3 e 1.
3. (G1) O Complexo Regional do Centro-Sul possui
Com base no gráfico, são feitas as seguintes afirmações.
I. A região Sul apresentou na última década um
crescimento significativo no número de municípios dos
Estados que a compõem.
II. O Estado do Rio Grande do Sul tem, desde o início
da década de 1980, o maior número de municípios entre
os três Estados.
III. Em 1970, a região Sul estava constituída por uma
rede de aproximadamente 700 cidades, ao passo que, no
ano 2000, esse mosaico passa a se compor de cerca de
1.000 municípios, comprovando o intenso processo de
fragmentação de seu território.
Pré-Vestibular da UFSC
áreas que se individualizam em virtude do seu
desenvolvimento
econômico.
Associaram-se
incorretamente as unidades desse Complexo às suas
respectivas atividades econômicas em:
a) Porção sul de Goiás - cultivo de arroz e de soja.
b) Quadrilátero Ferrífero - exploração de minério de
manganês.
c) Triângulo Mineiro - fabricação de automóveis e
produtos químicos.
d) Norte do Rio de Janeiro e Espírito Santo - extração
de petróleo.
4. (G1) A região Sul representa 6,5% do território
nacional, possui 15% da população brasileira e faz
parte do Complexo Regional do Centro-Sul.
Referindo-se a essa região, é correto afirmar que:
a) a grande propriedade e a monocultura transformaram
essa área em um dos grandes esteios agrícolas do País.
16
Inclusão para a Vida
b)
o meio ambiente subtropical favoreceu o
povoamento especulativo como ocorreu na fachada
atlântica do País.
c) a expansão da fronteira agrícola, nos últimos anos,
aumentou sua produção agropecuária e sua
participação na economia nacional.
d) a criação de uma significativa rede de transportes e
a proximidade com o Sudeste contribuíram para o
desenvolvimento do seu parque industrial.
Geografia B
1980.
UNIDADE 9
DEMOGRAFIA BRASILEIRA
Estrutura da População Absoluta do Brasil
Entre 1980 e 2009, mortalidade infantil cai de 69,12
para 22,47 óbitos por mil nascidos vivos
A taxa de mortalidade infantil obteve importantes
reduções no período: em 1980, correspondia a 69,12
óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos
vivos e, em 2009, passou, para 22,47%0.
Censo 2010: população do Brasil é de 190.732.694
pessoas
Em 2009, esperança de vida ao nascer era de 73,17
anos
Em 2009, a esperança de vida ao nascer no Brasil
alcançou os 73,17 anos. Em relação a 2008 houve alta
de 0,31 anos (3 meses e 22 dias) e, entre 1980 e 2009,
alta de 10,60 anos (10 anos, 7 meses e seis dias).
Assim, ao longo de 29 anos, esse indicador teve um
crescimento médio anual de 4 meses e 12 dias e,
segundo Revisão 2008 da Projeção da População do
Brasil, poderá chegar a 81,29 anos em 2050. Já a
mortalidade infantil caiu de 69,12 para 22,47 óbitos por
mil nascidos vivos, desde
Pré-Vestibular da UFSC
17
Inclusão para a Vida
Geografia B
proporcional na produção de alimentos, razão
pela qual se prevê o fim da fome ao longo do
século XXI.
c) Quanto maior é o índice de crescimento dos
países desenvolvidos, maiores são os seus níveis
de crescimento populacional, forma encontrada
de permitir uma distribuição mais justa da
riqueza nacional.
d) O fracasso de projetos como "cada família, um
filho", faz que países como a Índia, a China e a
Austrália experimentem índices cada vez
maiores de crescimento populacional.
e) Um dos fatores responsáveis pelos baixos níveis
de produtividade econômica dos países
subdesenvolvidos é, sem dúvida, o reduzido
volume de população infantil nessas regiões.
2. (Mackenzie 2009)
A Densidade Demográfica do Brasil
FONTE: IBGE. Atlas Geográfico Escolar. 2ed. IBGE: Rio de
Janeiro, 2004.
Exercícios de Sala 
1. (IBMECRJ) Sobre o crescimento populacional e
as suas relações com a vida social e econômica,
assinale a alternativa correta:
a) Há uma estreita relação entre a diminuição das
taxas de natalidade e o nível de
desenvolvimento das condições de vida das
populações.
b) Observa-se que o aumento populacional vem
sendo acompanhado de um aumento
Pré-Vestibular da UFSC
Com base na tabela, e considerando o crescimento
natural da população brasileira, observe as
afirmações a seguir e assinale a alternativa correta.
I. Nas décadas de 1940 e 1960, as taxas de
mortalidade eram elevadas em virtude das
precárias condições médico-sanitárias, da
escassez de remédios e vacinas e da falta de
infraestrutura nos serviços de saneamento
básico.
II. A diminuição da taxa de mortalidade, entre as
décadas de 1980 e 2000, ocorreu de forma
gradativa, em virtude da lenta urbanização,
diante das dificuldades do Brasil em
industrializar-se nesse período.
III. A partir da década de 1940, o declínio da taxa
de natalidade teve relação direta e, também
indireta, com a urbanização e com a
industrialização.
IV. Os fatores inibidores de natalidade, típicos do
meio urbano, como acesso a métodos
anticoncepcionais, entre outros, somente serão
efetivados, a partir da década de 2020, quando
se projeta, realmente, um crescimento natural
baixo.
a) Somente I e II estão corretas.
b) Somente II e III estão corretas
c) Somente I e III estão corretas.
d) Somente I e IV estão corretas.
e) I, II, III e IV estão corretas.
18
Inclusão para a Vida
Geografia B
3. (UEG)
De acordo com a análise dos gráficos acima, é correto afirmar:
a) nas últimas décadas, o crescimento vegetativo e a expectativa de vida no Brasil têm aumentado progressivamente
graças ao avanço da medicina.
b) as taxas de natalidade no mundo subdesenvolvido, como no caso do Brasil, têm apresentado elevada porcentagem
em virtude da falta de políticas públicas de controle da natalidade.
c) as duas últimas décadas apresentam, respectivamente, uma redução do número de filhos por mulher e o aumento
do porcentual de idosos, em função do crescimento da expectativa de vida.
d) a acelerada urbanização, associada ao processo de industrialização e ao ingresso da mulher no mercado de
trabalho, justificam o aumento da fecundidade no Brasil nas últimas décadas.
4.(UERJ) A transição demográfica que ocorre no Brasil gera diferenças socioespaciais entre as macrorregiões do
país. De acordo com os mapas, as menores proporções de população em idade ativa são encontradas na seguinte
macrorregião brasileira:
a) Sul.
b) Norte.
c) Sudeste.
d) Nordeste
Pré-Vestibular da UFSC
19
Inclusão para a Vida
Em razão da mudança de metodologia, não se pode
comparar o novo IDH com os índices divulgados em
relatórios anteriores. Mas seguindo a nova
metodologia, em comparação com os dados
recalculados para 2009, o IDH do Brasil mostra uma
evolução de quatro posições.
Geografia B
RNB traz um retrato mais preciso do bem-estar
econômico das pessoas de um país. No subíndice de
educação, houve mudanças nos dois indicadores. Sai a
taxa de analfabetismo, entra a média de anos de estudo
da população adulta; para averiguar as condições da
população em idade escolar, em vez da taxa bruta de
matrícula passa a ser usado o número esperado de anos
de estudos.
Dos três subíndices que compõem o IDH,
apenas o de longevidade não passou por alterações:
continua sendo medido pela expectativa de vida ao
nascer. No subíndice de renda, o PIB (Produto Interno
Bruto) per capita foi substituído pela Renda Nacional
Bruta (RNB) per capita, que contabiliza a renda
conquistada pelos residentes de um país, incluindo
fluxos internacionais, como remessas vindas do
exterior e ajuda internacional, e excluindo a renda
gerada no país, mas repatriada ao exterior. Ou seja, a
Pré-Vestibular da UFSC
20
Inclusão para a Vida
Geografia B
FLUXOS MIGRATÓRIOS NO BRASIL
Distribuição da PEA (População
Economicamente Ativa)
Pré-Vestibular da UFSC
21
Inclusão para a Vida
Geografia B
Exercícios de Sala 
1. (UNIFESP) Recente pesquisa divulgada pelo IBGE apontou um crescimento da participação de mulheres como
chefes de família no Brasil.
a) Aponte e explique uma determinação econômica deste fato.
b) Descreva e explique uma conseqüência para o mercado de trabalho no país.
2. Analise os mapas dos movimentos migratórios no Brasil, no período 1940 - 2000.
Sobre esses movimentos, é correto afirmar que a região
a) Centro-Oeste tornou-se o grande pólo de atração populacional entre 1940 e 1970, fortalecido pela construção de
Brasília.
b) Nordeste acolheu um significativo fluxo migratório no ano de 2000, em decorrência de sua expansão econômica.
c) Sul apresentou uma repulsão demográfica entre 1940 e 1970, devido à mecanização das lavouras.
d) Norte recebeu migrantes nordestinos entre 1970 e 1990, fixados na Amazônia Ocidental.
3. (PUCMG) Observe atentamente o gráfico e, a
seguir, assinale a afirmativa incorreta.
c) O ritmo de crescimento da população rural e urbana
promoveu um desequilíbrio cada vez mais
acentuado entre elas, a partir da década de 70.
d) O ritmo de crescimento da população total tornou-se
superior ao da população urbana a partir de meados
da década de 90.
4. (UFSC) "Restava ainda a senzala dos tempos do
cativeiro. Uns vinte quartos com o mesmo alpendre
na frente. As negras do meu avô, mesmo depois da
abolição, ficaram todas no engenho, não deixaram a
rua, como elas chamavam a senzala".
REGO, José Lins do. "Menino de engenho". São Paulo: José
Olympio, 2005. p. 83.
a) O maior equilíbrio entre população rural e urbana
verificou-se no final dos anos 60.
b) O declínio da população rural acentuou-se
significativamente a partir de meados dos anos 70.
Pré-Vestibular da UFSC
22
Inclusão para a Vida
Geografia B
conseguiam absorver, resultando em desemprego e
graves problemas sociais nas principais cidades do
Brasil.
Conceitos da Geografia Urbana
Êxodo Rural – O processo de urbanização brasileiro
apoiou-se essencialmente no êxodo rural, ou seja, na
tranferência de populações do meio rural para as
cidades. O êxodo rural envolve dois movimentos
interligados:
- a repulsão da força de trabalho do campo;
- a atração da força de trabalho para as cidades.
A partir da análise do exposto no texto e com base nos
seus conhecimentos, assinale a(s) proposição(ões)
correta(s).
01. O IBGE faz diferentes levantamentos da população
brasileira. O mais completo deles é o Censo
Demográfico, realizado de cinco em cinco anos.
02. Os japoneses, que pertencem à etnia amarela, no
ano de 2008 comemoraram o centenário de
imigração no Brasil.
04. Devido exclusivamente às questões econômicas, a
concentração de negros é superior nas Regiões Sul
e Sudeste, em relação às demais regiões brasileiras.
16. O elemento branco que participou da formação
étnica do Brasil pertence ao grupo anglo-saxão, o
único a colonizar o Brasil.
32. Os primeiros escravos negros chegaram ao Brasil
somente com a cafeicultura, ou seja, no século XIX.
64. No conjunto dos elementos brancos, os portugueses
constituem o grupo mais numeroso na formação
étnica do Brasil.
UNIDADE 11 E 12
A URBANIZAÇÃO DO BRASIL
A urbanização corresponde à transferência de
populações originárias das zonas rurais em direção as
cidades. A urbanização só ocorre quando a população
das cidades cresce mais que a rural, como resultado da
migração campo-cidade. O crescimento urbano, por sua
vez, diz respeito ao aumento da população que vive nas
cidades e resulta apenas do crescimento natural ou
vegetativo da população urbana.
A aceleração do processo de urbanização no
Brasil ocorre a partir de 1940. Em 1970, a maior parte
da população já vivia na zona urbana, o que refletiu a
modernização econômica e no grande desenvolvimento
industrial, possível graças a entrada em grande escala
de capital estrangeiro no país.
Entretanto, ao mesmo tempo em que acelerou
o ritmo desenvolvimento econômico do país, a
introdução de indústrias baseadas num padrão
tecnológico típico dos países desenvolvidos criou
problemas sociais. A modernização da economia atraiu
mais de trabalhadores do que as novas atividades
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Metropolização (“metros”= mãe; “polis”=cidade)
A palavra metrópole já designa as grandes
cidades que exercem influência sobre extensas áreas
geográficas vizinhas. Pode ser a principal cidade de
uma região (metrópole regional) ou de um país
(metrópole nacional). As principais aglomerações
urbanas do Brasil recebem o nome de Regiões
Metropolitanas. Essas são áreas administrativas
formadas pelos maiores municípios do país e os
municípios a elas conurbados. Atualmente são 23
regiões metropolitanas no território nacional.
Conurbação – Quando os municípios não
apresentam limites físicos na malha urbana.
Hierarquia Urbana - Esse conceito está
baseado na noção de rede urbana, um conjunto
integrado de cidades que estabelecem relações
econômicas, sociais e políticas entre si. A hierarquia
urbana brasileira produz duas formas de avaliação:
Modelo Industrial ou tradicional – Quanto
maior o centro urbano, mais diversificada é sua infraestrutura econômica e maiores as possibilidades de
coordenar os principais fluxos de mercadorias e
serviços, influenciando as outras cidades de sua rede.
Temos nesse modelo as metrópoles globais, metrópoles
regionais e os centros regionais.
Modelo Informacional – A implantação de
modernos sistemas de transporte e de comunicações
reduziu as distâncias e possibilitou a desconcentração
das atividades econômicas, que se difundiram por todo
o país e hoje são coordenadas a partir de diretrizes
produzidas nos grandes centros nacionais e
internacionais. Nesse modelo as cidades não se
relacionam apenas com os centros maiores aos quais se
subordinavam na antiga hierarquia urbana, havendo
uma ruptura com a hierarquia urbana tradicional.
População urbana sobe de 81,25% para 84,35%
Já em 2010, apenas 15,65% da população
(29.852.986 pessoas) viviam em situação rural, contra
84,35% em situação urbana (160.879.708 pessoas).
Entre os municípios, 67 tinham 100% de sua população
vivendo em situação urbana e 775 com mais de 90%
nessa situação. Por outro lado, apenas nove tinham
mais de 90% de sua população vivendo em situação
rural.
23
Inclusão para a Vida
Geografia B
Em 2000, da população brasileira 81,25%
(137.953.959 pessoas) viviam em situação urbana e
18,75% (31.845.211 pessoas) em situação rural. Entre
os municípios, 56 tinham 100% de sua população
vivendo em situação urbana e 523 com mais de 90%
nessa situação. Por outro lado, 38 tinham mais de 90%
vivendo em situação rural e o único município do país
a ter 100% de sua população em situação rural era
Nova Ramada (RS).
REGIÕES METROPOLITANAS BRASILEIRA
IBGE mostra a nova dinâmica da rede urbana
brasileira
Existem no país doze grandes redes de
influência, que interligam até mesmo municípios
situados em diferentes estados. A rede centralizada por
São Paulo, por exemplo, também abrange parte de
Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso,
Rondônia e Acre. O Rio de Janeiro tem projeção no
próprio estado, no Espírito Santo, no sul da Bahia, e na
Zona da Mata mineira.
A rede de Brasília influi no oeste da Bahia, em
alguns municípios de Goiás e no noroeste de Minas
Gerais. As outras nove redes de influência são
centralizadas por Manaus, Belém, Fortaleza, Recife,
Pré-Vestibular da UFSC
Salvador, Goiânia, Belo Horizonte, Curitiba e Porto
Alegre.
Foram analisadas informações fornecidas pela
rede de agências do IBGE sobre 4.625 municípios, e
registros administrativos do próprio instituto, de órgãos
estatais e empresas. A atual configuração da rede
urbana brasileira é comparada com estudos feitos pelo
IBGE em 1972, 1987 e 2000.
Entre os diversos dados comparativos
coletados a respeito das 12 redes de influência, nota-se
que, para fazer compras, a população brasileira se
desloca cerca de 49 km, em média. Na rede de
influência de Manaus, no entanto, essa distância é de
218 Km. Para freqüentar uma universidade, o
24
Inclusão para a Vida
deslocamento médio, em Mato Grosso é de 112 Km,
contra 41 Km na rede de influência do Rio de Janeiro.
Pacientes percorrem, em média no país, 108 km em
busca de atendimento médico.
O estudo Regiões de Influência das Cidades
mostra as redes formadas pelos principais centros
urbanos do País, baseadas na presença de órgãos do
executivo, do judiciário, de grandes empresas e na
oferta de ensino superior, serviços de saúde e domínios
de internet. Tais redes, às vezes, se sobrepõem à
divisão territorial oficial, estabelecendo forte influência
até mesmo entre cidades situadas em diferentes
unidades da federação.
Para definir os centros da rede urbana
brasileira, buscam-se informações de subordinação
administrativa no setor público federal, no caso da
Geografia B
gestão federal, e de localização das sedes e filiais de
empresas, para estabelecer a gestão empresarial. A
oferta de equipamentos e serviços – informações de
ligações aéreas, de deslocamentos para internações
hospitalares, das áreas de cobertura das emissoras de
televisão, da oferta de ensino superior, da diversidade
de atividades comerciais e de serviços, da oferta de
serviços bancários, e da presença de domínios de
Internet – complementa a identificação dos centros de
gestão do território.
.
Hierarquia das metrópoles e centros tecem
as redes de influência
Foram identificadas 12 redes de primeiro
nível. As cidades foram classificadas em cinco níveis,
por sua vez subdivididos em dois ou três subníveis:
1. Metrópoles – Os 12 principais centros urbanos do País, com grande porte, fortes relacionamentos entre si e, em
geral, extensa área de influência direta. Têm três subníveis:
a. Grande metrópole nacional – São Paulo, o maior conjunto urbano do País, com 19,5 milhões de habitantes, em
2007, e no primeiro nível da gestão territorial; b. Metrópole nacional – Rio de Janeiro e Brasília, com população de
11,8 milhões e 3,2 milhões em 2007, respectivamente, também estão no primeiro nível da gestão territorial. Juntamente
com São Paulo, constituem foco para centros localizados em todo o País; c. Metrópole – Manaus, Belém, Fortaleza,
Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Porto Alegre, com população variando de 1,6 (Manaus) a 5,1
milhões (Belo Horizonte), constituem o segundo nível da gestão territorial. Note-se que Manaus e Goiânia, embora
estejam no terceiro nível da gestão territorial, têm porte e projeção nacional que lhes garantem a inclusão neste
conjunto.
2. Capital regional – são 70 centros que, como as metrópoles, também se relacionam com o estrato superior da rede
urbana. Com capacidade de gestão no nível imediatamente inferior ao das metrópoles, têm área de influência de âmbito
regional, sendo referidas como destino, para um conjunto de atividades, por grande número de municípios. Este nível
também tem três subdivisões: Capital regional A (11 cidades, com medianas de 955 mil habitantes e 487
relacionamentos); Capital regional B (20 cidades, com medianas de 435 mil habitantes e 406 relacionamentos);
Capital regional C (39 cidades com medianas de 250 mil habitantes e 162 relacionamentos).
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25
Inclusão para a Vida
3. Centro sub-regional –169 centros com atividades
de gestão menos complexas, dominantemente entre os
níveis 4 e 5 da gestão territorial; têm área de atuação
mais reduzida, e seus relacionamentos com centros
externos à sua própria rede dão-se, em geral, apenas
com as três metrópoles nacionais. Com presença mais
adensada nas áreas de maior ocupação do Nordeste e
do Centro-Sul, e presença mais esparsa nas Regiões
Norte e Centro-Oeste, estão subdivididos em grupos: a.
Centro sub-regional A – constituído por 85 cidades,
com medianas de 95 mil habitantes e 112
relacionamentos; e b. Centro sub-regional B –
constituído por 79 cidades, com medianas de 71 mil
habitantes e 71 relacionamentos.
4. Centro de zona – 556 cidades de menor porte e com
atuação restrita à sua área imediata; exercem funções
de gestão elementares. Subdivide-se em: a. Centro de
zona A – 192 cidades, com medianas de 45 mil
habitantes e 49 relacionamentos. Predominam os níveis
5 e 6 da gestão territorial (94 e 72 cidades,
respectivamente), com nove cidades no quarto nível e
16 não classificadas como centros de gestão; e b.
Centro de zona B – 364 cidades, com medianas de 23
mil habitantes e 16 relacionamentos. A maior parte,
235, não havia sido classificada como centro de gestão
territorial, e outras 107 estavam no último nível.
5. Centro local – as demais 4 473 cidades cuja
centralidade e atuação não extrapolam os limites do seu
município, servindo apenas aos seus habitantes, têm
população dominantemente inferior a 10 mil habitantes
(mediana de 8 133 habitantes). Em relação aos
elementos da análise, os 802 centros acima do nível 5
abrangem 548 centros de gestão do território e 254
cidades com centralidade identificada a partir dos
questionários, que foram incluídas no conjunto final.
Destas 254 cidades, a maior parte está classificada
como centro de zona, mas três centros – Bragança
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Geografia B
(PA), Itapipoca (CE) e Afogados da Ingazeira (PE) –
exercem o papel de centro sub-regional em sua região.
Os problemas sociais das grandes cidades
Um dos problemas mais graves das grandes
aglomerações urbanas é a habitação. Nas últimas
décadas, multiplicaram-se os cortiços e as favelas
(80% em regiões metropolitanas), onde as condições de
salubridade são precárias e o terreno é sujeito a
deslizamentos e enchentes. Em muitos casos, a
alternativa foi procurar áreas mais afastadas, o que
resultou na ampliação da área urbanizada e das
distâncias no interior das grandes cidades. Soma-se a
esse fato, o desemprego, a deterioração dos serviços
populares de assistência médico-hospitalar, falta de
transportes coletivos e de infra-estrutura urbana, como
pavimentação, luz, água e coleta de esgotos.
Outro problema comum nas grandes cidades
brasileiras é a violência. Os acidentes de trânsito com
milhares de feridos e mortos a cada ano, têm índices
bem altos no Brasil. Tal número se deve ao descaso das
autoridades, a abusos e impunidade dos motoristas e
desrespeito do/ao pedestre e ciclistas. A violência
policial, especialmente sobre a população mais pobre,
também é freqüente no Brasil. Ao mesmo tempo,
cresce cada vez mais o número de assaltos e
assassinatos, frutos do crescimento do desemprego, da
ação do tráfico de drogas e da falta de assistência às
famílias pobres e vítimas da violência.
Para amenizar essas questões urbanas, cada
vez mais ouvimos falar em planejamento urbano,
entretanto, se não houver uma participação democrática
dos moradores, essas iniciativas não serão suficientes.
Problemas ambientais dos grandes centros
urbanos
As grandes e médias cidades geralmente são
mais poluídas que as pequenas ou que o meio rural.
Isso porque nela se concentram as indústrias, veículos e
pessoas, agravando o problemas do lixo, dos resíduos e
26
Inclusão para a Vida
Geografia B
das emissões industriais, do congestionamento, do
barulho, etc. Com isso, dentre os principais problemas
urbanos do Brasil temos:
Poluição Atmosférica – A poluição do ar é
causada pela presença de partículas sólidas em
suspensão e de gases tóxicos, como o dióxido de
carbono, monóxido de carbono, dióxido de enxofre,
óxidos de nitrogênio, etc. Os principais agentes
poluidores são as indústrias, os veículos automotores
(automóveis,
caminhões,
ônibus),
as
usinas
termelétricas, a queima de matas e, às vezes, o
aquecimento doméstico e a carvão ou lenha. Refinarias
de petróleo, fábricas de cimento e de produtos
químicos, usinas termelétricas, siderúrgicas e
metalúrgicas são as que poluem mais intensamente
atmosfera. Como conseqüência da poluição desses
agentes temos o efeito estufa e as chuvas ácidas. Os
efeitos da poluição atmosférica são ainda agravados
com as inversões térmicas.
A poluição do ar manifesta-se praticamente
em todos os grandes centros urbanos do Brasil, contudo
é mais grave nas cidades em que a concentração
industrial ou de veículos é maior. Apenas nos anos
1990, começou-se a estabelecer limites para as
emissões de gases, com programas de catalisadores nos
carros novos e filtros especiais em chaminés de
fábricas.
Exercícios de Sala 
Carência de áreas verdes – Estabeleceu-se
internacionalmente que são necessários no mínimo
16m2 de área verde por habitante, no entanto no Brasil
isso é raro: em São Paulo, por exemplo, existem apenas
4,5 m2 por habitante. Isso intensifica a poluição do ar e
torna mais restritas as opções de lazer da população.
De acordo com a análise do texto acima, é correto
afirmar:
a) O elevado custo, os problemas de congestionamento
das grandes cidades (ônibus, automóveis,
caminhões) são os maiores responsáveis pela
poluição atmosférica nos centros urbanos,
ocasionando a redução na qualidade de vida da
população.
b) A baixa tarifa do transporte urbano é um incentivo
ao trabalhador, independentemente do tempo gasto
para o deslocamento entre a casa e o trabalho, o que
resulta em ganho no orçamento no final do mês.
c) A qualidade do transporte coletivo urbano, fruto de
estratégias de planejamento, acaba por estimular a
utilização do transporte coletivo, diminuindo o
número de veículos nos grandes centros urbanos.
d) A crescente preocupação com o planejamento
urbano pelos órgãos oficiais do governo tem trazido
melhorias na condução do tráfego e a diminuição
dos custos na infraestrutura viária.
Os problema do lixos dos esgotos – O volume do lixo
produzido por pessoa é muito grande nas sociedades
industrializadas, incluindo o Brasil. Um estudo do
IBGE mostrou que, em média, cada morador da área
urbana no Brasil gera 220 Kg de lixo domiciliar por
ano. Temos uma média de 500 Kg de lixo anual por
pessoa se somarmos isso a resíduos provenientes de
indústrias, escritórios, restaurantes e hospitais (que
deve receber tratamento de coleta especial e
incineração). Há muitas cidades que não tem onde
colocar o lixo que produzem. Além disso, cerca de 45
milhões de brasileiros não dispõem de coleta de lixo.
Dos resíduos recolhidos, 13% são levados para aterros
controlados e 10% para aterros sanitários.
Os esgotos urbanos, geralmente, são
despejados sem tratamentos em rios que cortam a
cidade, poluindo-os intensamente e transformando-os
muitas vezes em rios fétidos e ―mortos‖(sem peixes). O
Atlas de Saneamento, do IBGE, mostra que menos de
20% do total de esgoto gerado no Brasil recebe
tratameto. Em 2000 eram recolhidos 52,8% dos esgotos
domiciliares da cidade e 3,1% dos domicílios rurais.
1. (UEG) Invadindo espaços
As cidades que antes serviam para abrigar os cidadãos,
hoje são o ambiente típico dos automóveis.
Nos países em desenvolvimento, a ação do
poder público em favor do automóvel foi e tem sido tão
eficaz que fica cada vez mais difícil para os moradores
das cidades viver com um mínimo de conforto sem um
automóvel particular. Só os que, em razão do seu
padrão de renda, não podem almejar ter um carro
sujeitam-se ao ineficiente sistema de transporte
público. Neles perdem várias horas do dia, muitos dias
por ano, alguns anos de vida.
Se as condições fossem outras, se o transporte
público fosse mais eficiente, menor seria a parcela de
renda que boa parte da população precisa reservar para
compra e manutenção de um carro particular, menores
seriam as demandas por investimentos públicos no
sistema viário, maiores seriam as disponibilidades da
renda pessoal para outras atividades, incluindo lazer, e
maiores seriam os recursos que o poder público poderia
destinar para melhorar a qualidade de vida de uma
população.
OKUBARO, Jorge J. O automóvel, um condenado? São Paulo:
Senac, 2001. p. 52-53. (Adaptado).
2. (UFG) Leia o texto a seguir.
No fundo do vale o lençol freático aflora para formar
os rios. Estes têm seus ciclos regulados pelos períodos
de cheia e vazante, e pelos espaços representados pelas
planícies de inundação. Este termo encerra em si sua
função: abrigar as águas do rio quando do seu natural
extravasamento nas épocas de cheias.
LOPES, Luciana Maria. Tragédia ou descaso. Disponível em:
<www.opopular.com.br/anteriores/03out2009/opiniao>. Acesso em:
3 out. 2009.
Este texto analisa as recorrentes tragédias na região Sul
do Brasil, com desmoronamentos, desabamentos de
casas, mortes e centenas de pessoas desabrigadas.
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27
Inclusão para a Vida
A explicação geográfica para essas tragédias pode ser
encontrada no seguinte fato:
a) Desvios dos leitos dos rios que direcionam o fluxo
das águas em um mesmo sentido, tornando as
enchentes inevitáveis.
b) Ausência de planejamento do uso do solo causando
especulação imobiliária e possibilitando a ocupação
de novos espaços sem fiscalização.
c) Encostas íngremes que impedem a absorção de
quantidade volumosa de água vertida em direção aos
vales.
d) Altas precipitações pluviométricas anuais que
dificilmente são previstas devido ao uso de
equipamentos meteorológicos obsoletos.
e) Presença de solos profundos porosos que retêm
água, provocando desabamentos de construções.
Geografia B
associativos com pessoas residentes em outras, tornouse um tanto difícil, devido aos mecanismos de controle
impostos pelos traficantes e à rivalidade e aos choques
entre quadrilhas baseadas em favelas diferentes (...).
SOUZA, Marcelo Lopes de. O desafio metropolitano: um estudo
sobre a problemática sócio-espacial nas metrópoles brasileiras. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
O fenômeno descrito no texto, que vem ocorrendo nas
últimas décadas, corresponde mais diretamente ao
seguinte processo socioespacial:
a) hierarquização
b) regionalização
c) metropolização
d) territorialização
UNIDADE 13 E 14
3. (CESGRANRIO)
INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL
Estrutura industrial
Existem três tipos principais de indústria: de
transformação, extrativa e da construção. As indústrias
de transformação, o tipo mais comum e característico
da atividade industrial, podem ser divididas nos
seguintes tipos:
Considerando o gráfico acima e o contexto social,
político e econômico e suas repercussões na
organização do espaço brasileiro, a partir de 1950,
analise as afirmações a seguir.
I – As transformações ocorridas na estrutura urbana
brasileira foram resultado de um rápido crescimento
da industrialização que caracterizou o país na
segunda metade do século XX.
II – Os problemas decorrentes da urbanização tendem a
se agravar de acordo com a previsão do gráfico, e
se tornam urgentes políticas de planejamento
urbano e investimentos em infraestrutura urbana.
III – A tendência, no caso brasileiro, é de que essa
previsão não se realize, já que os investimentos e o
financiamento de melhorias na área rural têm sido
ação comum nos últimos governos.
IV – A estimativa apresentada não considerou o
retorno de grande parte da população urbana para o
campo, em virtude de problemas decorrentes da
urbanização, tais como violência e desemprego.
Estão corretas apenas as afirmações
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
4. (UERJ) Hoje, a interação espacial entre
―comunidades‖, no que tange ao deslocamento de
pessoas moradoras em uma delas para visitarem
amigos ou parentes ou estabelecerem contatos
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O processo de concentração industrial no Brasil
As primeiras indústrias a surgir no Brasil
foram as de bens de consumo não-duráveis –
alimentícias e têxteis. Essas atividades, com máquinas
movidas a energia elétrica, surgem no final do século
XIX.
A economia agroexportadora cafeeira teve
contribuição decisiva na geração de capital necessário
para sustentar o processo de industrialização que
surgia, ao mesmo tempo em que o Estado fomentava
esse a vinda de imigrantes para o trabalho livre.
A partir da década de 1930, além das
indústrias de bens não-duráveis, instalaram-se
paulatinamente os setores de bens de consumo
duráveis, de bens intermediários e de bens de capital.
O Estado passou a atuar como agente planejador da
economia, formulando políticas específicas para
favorecer a instalação dos diferentes setores industriais
– com uma política energética e de financiamento.
A partir de 1950, por meio dos investimentos
das multinacionais, a industrialização brasileira se
expandiu. Com a participação do capital externo, coube
ao Estado o investimento em infra-estrutura de energia,
transporte e comunicações, e implantação de indústrias
pesadas (siderúrgica, metalúrgica, petróleo, eletricidade
28
Inclusão para a Vida
e mineração), a modernização da agricultura e a
formulação de políticas de desenvolvimento regional.
Esse processo promoveu uma concentração
industrial na Região Sudeste do Brasil, o qual
prosseguiu até por volta de 1970. A atividade industrial
aproveitou uma série de condições favoráveis criadas
em São Paulo pelo café: mão-de-obra, mercado
consumidor, eletricidade, transportes e excelente
sistema bancário. Minas Gerais, Paraná e até Santa
Catarina ganharam com essa concentração industrial,
ampliando as sua infra-estrutura e atividades
econômicas.
Geografia B
A agroindústria é o destaque na Região Centro-Oeste.
No eixo Campo Grande-Goiânia-Brasília, há destaque
para as indústrias madeireira, farmacêutica, de borracha
e de papel.
Na Região Norte, a expansão da Zona Franca
de Manaus foi responsável pelo crescimento da
atividade industrial, com destaque para as indústrias do
setor de eletroeletrônicos, do setor óptico e as
atividades industriais extrativas ligadas a riqueza
mineral do Pará.
Fatores fundamentais para impulsionar o
desenvolvimento industrial do Brasil:
- a ocorrência da Primeira e Segunda Guerras
Mundiais
- ampliação e reequipamento do parque industrial
após a Segunda Guerra Mundial;
- instalação da CSN (Companhia Siderúrgica
Nacional) de Volta Redonda, em 1946;
- Plano de Metas (governo de Juscelino Kubitscheck)
para o setor de energia e transporte.
Desconcentração Industrial
Por volta de 1970, começou a ocorrer uma relativa
desconcentração industrial no Brasil, com decréscimo
relativo de São Paulo e crescimento maior em outras
unidades da Federação (Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Bahia, Minas Gerais, Goiás, Amazonas, Mato
Grosso e outras). É importante ressaltar que não foi
tanto uma regressão da atividade industrial em São
Paulo, mas um maior crescimento em outros estados.
Entre os fatores que contribuíram para essa
deseconomia de escala podemos citar:
- custos elevados de impostos;
- terrenos demasiadamente caros;
- congestionamentos freqüentes no trânsito;
- elevados custos para moradia, transporte e
alimentação (o que implica maiores salários);
- incentivos de outros estados e municípios para atrair
empresas (lotes baratos, infra-estrutura, isenção de
impostos, etc).
Graças a sua proximidade geográfica e a densa
rede de transporte e comunicações, a Região Sul foi
beneficiada com o processo de desconcentração
industrial do Sudeste. O setor secundário foi o que
mais se desenvolveu ao longo das últimas décadas.
Atualmente, várias empresas nacionais e estrangeiras
tem sido atraídas para a região, interessadas no amplo
mercado dos países do Cone Sul. O eixo Porto AlegreCaxias do Sul e o parque industrial de Curitiba são
destaque nesse processo. Em Santa Catarina as
indústrias tradicionais se modernizaram, atraindo
empresas dos setores mecânicos e elétrico por quase
todo o estado.
No Nordeste houve a expansão das indústrias
de bens intermediários dos setores químicos (Recife),
petroquímico (Bahia) e de material elétrico, bem como
a modernização das indústrias de bens de consumo.
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O BRASIL NA ECONOMIA GLOBAL
A
siderurgia
brasileira
é
classificada,
internacionalmente, como uma das mais competitivas
do mundo, considerando sua modernidade e quantidade
de produção. O Brasil é o 9° Produtor de aço no
ranking mundial, sendo responsável por 50,2% da
produção da América Latina e 2,9% do total mundial.
as inovações tecnológicas, o desenvolvimento de
Produtos, Processos e métodos gerenciais são fatores
que influenciam na alta competitividade do parque
siderúrgico brasileiro.
O crescimento do comércio externo do
Brasil tem proporcionado sucessivos superávits na
balança comercial do país desde 2001, depois de seis
anos de déficits (1995/2000). Três aspectos explicam
essas mudanças:
29
Inclusão para a Vida
a desvalorização do real, que favorece as
exportações e dificulta as importações, o que barateia
os produtos nacionais no exterior e encarece os
estrangeiros no Brasil;
a queda do nível de atividade econômica
brasileira, que gera recuo ainda maior nas importações;
a adoção pelo governo de uma política mais
agressiva para abrir novos mercados para as
exportações brasileiras.
A manutenção de uma faixa de câmbio
adequada, ou seja, o valor pelo qual a moeda brasileira
é cotada em relação ao dólar, é fundamental para bons
resultados da balança comercial.
O Brasil e os principais blocos econômicos mundiais
Nos últimos anos, têm-se ampliado as relações
comerciais do Brasil com a União Européia (UE) e
com a Ásia, ao mesmo tempo em que diminui a
participação relativa dos Estados Unidos nos
intercâmbios externos do país.
O Mercosul (Mercado Comum do Sul)
Criado em 1991, com o Tratado de Assunção, a
formação desse bloco econômico visa estabelecer um
livre comércio entre Argentina, Brasil, Paraguai e
Uruguai. O Mercosul permitiu um salto no intercâmbio
entre os quatro países membros (que passou de 8 para
28 bilhões de dólares). Em 1996 o Chile e a Bolívia
foram admitidos na qualidade de membros associados.
A instabilidade política e econômica da Argentina
prejudicou temporariamente o crescimento do bloco. A
integração total do bloco dependerá da capacidade de
ajustarem as tarifas alfandegárias às combinadas pelos
atuais países membros.
A Integração do Espaço Brasileiro no Mercosul
Geografia B
Exercícios de Sala 
1. (UDESC) Estabeleça uma análise comparativa entre
o contexto do processo da industrialização brasileira da
década de 50 e final da década de 90, abordando dois
aspectos: o papel do estado e o mercado consumidor.
2. (UEL) A partir dos anos de 1930, o Brasil
intensificou seu processo de industrialização e, assim, a
indústria superou a agropecuária em termos de
participação no PIB. Até os anos de 1980, o Estado
atuou de forma decisiva nesse processo.
Com base nos conhecimentos sobre a participação do
Estado no processo industrialização brasileira entre
1930 e 1980, é correto afirmar que o Estado brasileiro:
a) Investiu na chamada indústria de base, construiu
infraestrutura nos setores de energia, transporte e
comunicação e foi responsável pela criação da
legislação trabalhista.
b) Priorizou o transporte ferroviário, estatizou as
empresas do setor de bens de consumo, adotou
legislação trabalhista mais rígida em relação àquela
que vigorou Vargas.
c) Estatizou a indústria de bens de consumo duráveis,
privatizou as empresas estatais de geração e
distribuição de energia elétrica, petróleo e gás
natural e revogou a legislação trabalhista do período
Vargas.
d) Incentivou, por meio de privatizações, investimentos
no setor de infraestrutura de transportes, tais como
estradas e hidrovias, e abriu o mercado interno à
importação reduzindo barreiras alfandegárias.
e) Abriu, por meio de parcerias, o mercado interno ao
investimento especulativo estrangeiro nas áreas de
securidade social, telecomunicações e finanças,
facilitando a remessa de recursos financeiros para o
exterior.
3. (FUVEST)
Barreiras à exportação
As políticas protecionistas dos países desenvolvidos
dificultam as
exportações
dos
países
em
desenvolvimento. Os chamados subsídios podem
aparecer como empréstimos a juros menores, redução
de impostos, garantia de preços mínimos para cada
safra e prioridades na compra da produção interna. Há
ainda a cobrança de impostos mais elevados sobre os
produtos importados e barreiras não-tarifárias, ou seja,
o aumento nas exigências de padrões de produção e
qualidade para os produtos vindos de fora
Pré-Vestibular da UFSC
Com base no mapa acima e em seus conhecimentos,
a) identifique o tipo de indústria predominante na
região Nordeste, considerando sua capacidade
geradora de emprego.
b) caracterize o parque industrial da região Sudeste.
30
Inclusão para a Vida
Geografia B
Considere, na sua análise, a presença da indústria de
ponta de alta tecnologia nessa região e sua capacidade
geradora de emprego.
4. (G1)
Com base na análise do mapa e em seus conhecimentos
sobre a infraestrutura de transportes e circulação no
Brasil, considere as seguintes proposições:
UNIDADES 15 e 16
I – Na Região Norte do Brasil predomina o uso de
hidrovias, fato que pode ser explicado em parte,
pela presença da Bacia do Rio Amazonas que
possui muitos rios navegáveis.
II – Existe uma maior densidade de meios de transporte
nas Regiões Sudeste e Sul, pelo maior dinamismo
econômico dessas áreas em relação às demais
regiões do Brasil.
III – As ferrovias são hoje em dia o principal meio de
circulação de mercadorias e de pessoas no Brasil,
especialmente nas Regiões Nordeste e Centrooeste, onde estão mais presentes.
Assinale a alternativa correta.
a) Apenas as proposições II e III são verdadeira.
b) Apenas as proposições I e II são verdadeira.
c) Apenas a proposição I é verdadeira.
d) Apenas as proposições I e III são verdadeiras.
e) Apenas a proposição III é verdadeira.
Pré-Vestibular da UFSC
AGROPECUÁRIA NO DO BRASIL
Censo Agro 2006: IBGE revela retrato do Brasil
agrário
O Censo Agropecuário 2006 revelou que a
concentração na distribuição de terras permaneceu
praticamente inalterada nos últimos vinte anos,
embora tenha diminuído em 2.360 municípios. Nos
Censos Agropecuários de 1985, 1995 e 2006, os
estabelecimentos com mais de 1.000 hectares
ocupavam 43% da área total de estabelecimentos
agropecuários no país, enquanto aqueles com menos
de 10 hectares ocupavam, apenas, 2,7% da área total.
Focalizando-se o número total de estabelecimentos,
cerca de 47% tinham menos de 10 hectares, enquanto
aqueles com mais de 1.000 hectares representavam
em torno de 1% do total, nos censos analisados.
Em 2006, os cerca de 5,2 milhões de
estabelecimentos agropecuários do país ocupavam
36,75% do território nacional e tinham como
31
Inclusão para a Vida
atividade mais comum a criação de bovinos. A área
total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros
diminuiu em 23,7 milhões de hectares (-6,69%), em
relação ao Censo Agropecuário 1995, uma possível
causa foi a criação de novas Unidades de
Conservação Ambiental (crescimento de 19,09% de
área) e demarcação de terras indígenas (crescimento
de 128,2%), totalizando mais de 60 milhões de
hectares. Entre 1995 e 2006, os estabelecimentos
agropecuários registraram redução de suas áreas de
florestas (-11%) e de pastagens naturais (-26,6%), e
aumento nas áreas de pastagens plantadas de 1,7
milhão de hectares (1,8%), sobretudo na região Norte
(39,7%), enquanto aquelas dedicadas à agricultura
cresceram 19,4%, sendo que o maior aumento ocorreu
no Centro-Oeste (63,9%).
A
grande
maioria
dos
produtores
entrevistados eram analfabetos ou sabiam ler e
escrever mas não tinham freqüentado a escola (39%),
ou não possuíam o ensino fundamental completo
(43%), totalizando mais de 80% de produtores rurais
com
baixa
escolaridade.
Trabalhavam
em
estabelecimentos agropecuários, 18,9% da população
ocupada no país. 77% dos ocupados tinham laços de
parentesco com o produtor e 35,7% não sabiam ler e
escrever Havia mais de 1 milhão de crianças com
menos de 14 anos de idade trabalhando na
agropecuária.
Com crescimento de 88% na produção, a
soja foi a cultura que mais se expandiu na última
década, sendo que em 46,4% desses estabelecimentos
optou-se por sementes transgênicas. Apenas 1,8% dos
estabelecimentos
agropecuários
praticavam
agricultura orgânica no país, sendo que 42,5% destes
produtores ligavam-se a associações, sindicatos ou a
cooperativas. 6,3% dos estabelecimentos declararam
utilizar irrigação, o que representou um aumento de
39% em relação ao Censo anterior. Mais da metade
dos estabelecimentos onde houve utilização de
agrotóxicos não recebeu orientação técnica (785 mil
ou 56,3%). Além disso, 15,7% dos produtores rurais
responsáveis por estabelecimentos onde houve
aplicação de agrotóxicos não sabem ler e escrever, o
que potencializa o risco de intoxicação e uso
inadequado do produto. O rebanho bovino brasileiro
era de 171,6 milhões de cabeças em dezembro de
2006, sendo que Mato Grosso do Sul reunia 20,4
milhões de cabeças, enquanto Pará registrou maior
crescimento (119,6%).
Os estabelecimentos que têm como atividade
principal a cana-de-açúcar ou a soja ficaram com a
maior participação no valor da produção agropecuária
(ambos 14%), seguidos por aqueles que se dedicam à
criação de bovinos (10%). Esses são alguns dos
resultados do 10º Censo Agropecuário - 2006, maior
levantamento sobre a estrutura produtiva do setor
primário brasileiro, que traz um perfil de
aproximadamente 5,2 milhões de estabelecimentos,
em todos os 5.564 municípios brasileiros.
Os resultados do Censo Agropecuário 2006
mostram que a estrutura agrária brasileira,
Pré-Vestibular da UFSC
Geografia B
caracterizada pela concentração de terras em grandes
propriedades rurais não se alterou nos últimos vinte
anos. A manutenção da desigualdade na distribuição
de terras expressa-se na comparação das informações
nos três últimos censos agropecuários: Na
comparação entre 1985, 1995 e 2006, as propriedades
com menos de 10 hectares ocupavam, apenas, 2,7%
(7,8 milhões de hectares) da área total dos
estabelecimentos rurais, enquanto os estabelecimentos
com mais de 1.000 hectares concentravam mais de
43% (146,6 milhões de hectares) da área total em
ambos os três censos agropecuários. Focalizando-se o
número total de estabelecimentos, cerca de 47%
tinham menos de 10 hectares, enquanto aqueles com
mais de 1.000 hectares representavam em torno de 1%
do total, nos censos analisados.
Os Critérios da Reforma Agrária
Em 1993 o Congresso Nacional oficializou um critério
de produtividade, no qual, para ser considerada
produtiva, uma propriedade rural deve apresentar, no
mínimo, um índice de utilização de 80% da área
aproveitável (já descontadas as áreas de reserva
vegetal, mananciais, etc.). Desde então, as propriedades
com aproveitamento abaixo desse índice podem ser
desapropriadas para realizar-se a reforma agrária.
A classificação de uma propriedade em produtiva ou
não-produtiva, excluindo-a ou tornando-a legalmente
passível de desapropriação, dá origem a discussões, até
mesmo na Justiça. A possibilidade de questionar em
32
Inclusão para a Vida
juízo a classificação feita pelo Incra permite que muitos
latifundiários evitem ou retardem a desapropriação de
suas terras. Os conflitos no campo tornam-se cada vez
mais agudos.
A Pecuária no Brasil
O Brasil é o primeiro produtor de gado bovino do
mundo. O país também possui o terceiro rebanho suíno
do planeta, sendo precedido pela China e EUA. Na
criação de aves também é o maior produtor, com um
grande desenvolvimento da produção em alguns
estados (SP, MG e toda Região Sul).
O espaço agrário brasileiro passou por recentes
transformações, representadas principalmente pela
modernização das atividades (intensificação das
produções) e pela ampliação das fronteiras agrícolas
(extensificação das produções).

Os problemas ambientais do meio rural
Na área rural os problemas ambientais estão
principalmente relacionados com as áreas que
passam por um processo de modernização agrária,
mas não só a essas. Com mecanização e introdução
de técnicas ditas modernas, como o uso intenso de
adubos químicos e agrotóxicos. Em áreas de
agricultura tradicional, as queimadas, o
desmatamento e o assoreamento dos rios são as
questões mais relevantes.
BRASIL, CELEIRO FUTURO DO MUNDO?
Sob o comando do mercado internacional,
agronegócio se expande e reorganiza os espaços
produtivos no território brasileiro
A agropecuária está na origem de uma cadeia
produtiva ligada a um conjunto de atividades
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Geografia B
industriais e de serviços que se denominam
gronegócio. Se a atividade agropecuária é responsável
por aproximadamente 10% do PIB do Brasil, o
agronegócio é responsável por um terço do PIB, 35%
dos empregos e 40% das exportações.
Nos últimos anos, o Brasil se tornou um dos
maiores produtores e exportadores de commodities
agropecuárias do mundo. Atualmente é líder mundial
na exportação de açúcar, café, suco de laranja, soja,
tabaco, carne bovina e frango. Está entre os maiores
produtores de álcool, algodão e milho. Embora o
volume de produção seja crescente, os produtos
exportados são, em grande parte, de baixo valor
agregado. Por isso, a participação do Brasil no mercado
mundial de bens agrícolas é de apenas 4%
As vantagens comparativas do Brasil,
especialmente nos aspectos naturais, são enormes.
Vastas áreas de relevo pouco acidentado, condições
edáficas e climáticas favoráveis, recursos hídricos
abundantes. Segundo a Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o
Brasil possui um estoque de 300 milhões de hectares de
terras a serem utilizadas. Gigantes territoriais como
Rússia, Estados Unidos, Índia, China, Austrália e
Canadá possuem extensões bem menores de terras
disponíveis
Existe também um contexto internacional
favorável para o Brasil nos próximos anos. Há um
cenário de aquecimento da demanda por alimentos por
conta do crescimento econômico global e da população
mundial, especialmente da China, grande importador
do Brasil, e da Índia, um mercado promissor.
Mas nem tudo são flores, pois um leque de
obstáculos externos e internos limita a expansão das
exportações. Os primeiros abrangem, antes de tudo, os
vários tipos de protecionismo (subsídios, cotas,
barreiras tarifárias e não-tarifárias) utilizados
especialmente pelos países mais desenvolvidos. Mas
incluem até um possível aumento da produção agrícola
de vários países africanos que ainda possuem
expressivos estoques de terras disponíveis.
Internamente, os maiores entraves estão
ligados à precariedade da infra-estrutura viária
(rodovias, ferrovias, portos). Pelo menos metade da
produção agropecuária é transportada por rodovias – e
cerca de 75% delas estão em péssimo estado. Apesar de
melhorias parciais, as ferrovias são quase sempre
precárias e os portos, geralmente ineficientes.
Resultado: o preço dos produtos exportados fica menos
competitivo.
33
Inclusão para a Vida
A asfixiante carga tributária e o baixo
financiamento da produção e investimento em
pesquisas são também obstáculos importantes. Além
disso, a valorização do real perante o dólar encareceu
as exportações. Há, ainda, a questão do controle
fitossanitário que, nos últimos anos, foi negligenciado,
o que abriu caminho para o ressurgimento de focos de
febre aftosa. Em 2005, dezenas de países impuseram
embargo à carne brasileira. Mais do que as qualidades e
o crescimento da concorrência internacional, são as
deficiências internas que sabotam o sonho de
transformação do Brasil no ―celeiro do mundo‖.
A evolução espacial da produção agropecuária
no Brasil apresenta três grandes movimentos
simultâneos: o deslocamento da pecuária e das culturas
de grãos e algodão para a área dos cerrados e região
amazônica; a intensificação de novas tecnologias nas
regiões mais desenvolvidas; o crescimento das áreas
―conquistadas‖ pela irrigação em porções do semiárido nordestino.
A expansão nas áreas de cerrado só foi
possível pelas transformações tecnológicas que
permitiram a incorporação produtiva dessas áreas.
A criação de infra-estruturas e os incentivos fiscais
do governo foram fatores importantes para essa
evolução. Nesse processo, foi determinante a ação
da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária), trabalhando conjuntamente com
universidades e centros de pesquisas. Hoje, a região
dos cerrados, que tem nas regiões Centro-Oeste e
Nordeste sua maior extensão, está cada vez mais
especializada na produção de grãos (especialmente
soja), algodão e pecuária bovina.
O dinamismo nessas duas regiões tem
implicações econômico-sociais e ambientais. A
expansão da produção em padrões modernos e em
regiões de baixa densidade demográfica exerce um
forte efeito econômico sobre as atividades urbanas,
impulsionando a demanda de insumos, máquinas,
equipamentos e serviços em geral.
Pré-Vestibular da UFSC
Geografia B
Do ponto de vista ambiental, a expansão da
produção acelerou a destruição do ecossistema do
cerrado, que hoje só possui cerca de 20% de sua
cobertura original. Esse processo de conquista de
novos espaços, especialmente em Mato Grosso,
―empurrou‖ as atividades agropecuárias do cerrado
para áreas florestais das franjas meridional e oriental da
Amazônia, gerando uma extensa área de terras
degradadas – o ―arco do desmatamento‖ – que se
estende do oeste do Maranhão ao leste do Acre. O
processo contribuiu para que, hoje, mais de 17% da
vegetação florestal original tenha sido destruída.
Ao mesmo tempo, mudanças estruturais
aconteceram na agropecuária no Centro-Sul. Um dos
melhores exemplos é São Paulo, que perdeu
participação na produção de grãos, mas apresentou
forte crescimento na produção de cana-de-açúcar,
laranja e fruticultura, indicando uma opção pelos
cultivos de maior valor agregado.
Na Região Nordeste, dois fenômenos mais ou
menos recentes modificaram o panorama regional: a
expansão de grãos nos cerrados da Bahia, Maranhão e
Piauí e o desenvolvimento de projetos de irrigação em
regiões do semi-árido. No caso da agricultura irrigada,
destacam-se os que se verificam no médio vale do São
Francisco (pólo fruticultor de Petrolina-Juazeiro) e nos
vales do Açu (RN), Acaraú (CE) e Parnaíba (PI).
Nessas áreas, a atividade de maior expressão é
a fruticultura com destaque para uva, manga, mamão.
A produção é realizada ao longo de todo o ano, por
conta clima quente e seco, o que permitiu não só o
aumento das exportações como também o
abastecimento regular do mercado interno, antes sujeito
às variações sazonais da oferta. Aos efeitos positivos
sobre a geração de renda e emprego nessas áreas
somam-se as novas possibilidades de integração
produtiva com a indústria.
FONTE:MAGNOLI , Demétrio. Disponível em: <
http://www.clubemundo.com.br/noticia_show.asp?id=1042&prod=1
> . Acessado em 05 de março de 2009.
Exercícios de Sala 
1. (UFPR) Os índices mínimos de uso da terra
utilizados atualmente pelo INCRA para que ela cumpra
34
Inclusão para a Vida
sua função social foram elaborados em 1980, com base
nos indicadores de produtividade das lavouras e dos
rebanhos por hectare, levando-se em conta o nível
técnico da agropecuária, segundo os dados do censo
agropecuário de 1975 do IBGE. Hoje eles estão
completamente defasados, pois, por exemplo, no estado
de São Paulo, basta produzir 1.900 kg/hectare de milho
para que a propriedade seja considerada produtiva.
Entretanto, a produtividade média do milho nesse
estado na safra de 2005/6 foi de 4.150 kg/ha. E por que
até agora esses índices não foram atualizados? Porque
assim imóveis com baixas produtividades escapam da
desapropriação e da reforma agrária.
(Adaptado de: OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. "Me engana que
eu gosto": A não atualização dos índices de produtividade da terra no
governo Lula. Rádio Agência Notícias do Planalto, 26 mar. 2007.)
A respeito desse tema, considere as seguintes
afirmativas:
1. A expansão das áreas para agropecuária, elevando os
indicadores de produtividade, mostra que os índices
de uso da terra não precisam ser atualizados, pois
ainda estão de acordo com as necessidades do
campo.
2. (UFU)
Geografia B
2. O debate sobre a atualização dos índices de
produtividade mostra que, na dinâmica da reforma
agrária, convergem aspectos legais, técnicoprodutivos e sobretudo políticos.
3. A mudança dos indicadores da função social da terra
ajuda a reforma agrária, pois mostra que esta deve
ser implementada onde não foram alcançados altos
índices de produtividade.
4. A resistência à atualização dos índices de
produtividade revela a manutenção do latifúndio,
que teve sua origem na forma de repartição da terra
realizada pelos portugueses após a conquista e se
prolonga até os nossos dias, como uma estrutura
produtiva que condena o campo à subutilização.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
Analise os mapas apresentados e assinale a alternativa correta.
a) A incorporação das áreas do Sudeste e do Centro-Oeste na produção de trigo foi possível graças ao processo de
resfriamento por que passa a Terra.
b) A produção da região Sul do Brasil diminuiu em decorrência da entrada no mercado brasileiro de trigo importado da
Europa.
c) As condições ideais de produção de trigo são encontradas no Sul do Brasil, com temperaturas elevadas durante todo o
ano e precipitação anual de 700ml.
d) O desenvolvimento de variedades adaptadas ao clima tropical tem permitido o aumento da produtividade nas áreas
do Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.
Não me deixaram nem sequer matizes?
3. (UERJ) Herdeiro do pampa pobre
Passam às mãos da minha geração
Mas que pampa é essa que eu recebo agora
Heranças feitas de fortunas rotas
Com a missão de cultivar raízes
Campos desertos que não geram pão
Se dessa pampa que me fala a história
Pré-Vestibular da UFSC
35
Inclusão para a Vida
Onde a ganância anda de rédeas soltas
Herdei um campo onde o patrão é rei
Tendo poderes sobre o pão e as águas
Onde esquecido vive o peão sem leis
De pés descalços cabresteando mágoas
Se for preciso, eu volto a ser caudilho
Por essa pampa que ficou pra trás
Porque eu não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai
Gaúcho da Fronteira e Vaine Duarte
http://letras.terra.com.br
Geografia B
O processo de industrialização envolve a produção e o
consumo de produtos energéticos, uma vez que a
indústria é a atividade econômica que mais consome
energia. Por isso, está muito subordinada a ela,
particularmente à localização dos recursos energéticos,
à viabilidade de utilização econômica de suas fontes e,
sobretudo, à contabilização dos custos – aspectos
essenciais do projeto de industrialização do país.
A energia pode ser definida como capacidade de
produzir trabalho, incluindo-se aí a energia muscular
do ser humano até a energia nuclear. A matriz
A região do pampa, no Rio Grande do Sul, reflete a
realidade rural brasileira e suas mazelas.
Identifique o processo socioespacial que originou a
estrutura agrária descrita no texto. Aponte também uma
de suas causas e uma de suas consequências
socioeconômicas.
4. (Enem) Antes, eram apenas as grandes cidades que
se apresentavam como o império da técnica, objeto de
modificações, suspensões, acréscimos, cada vez mais
sofisticadas e carregadas de artifício. Esse mundo
artificial inclui, hoje, o mundo rural.
SANTOS, M. A Natureza do Espaco. São Paulo: Hucitec, 1996.
Considerando a transformação mencionada no texto,
uma consequência socioespacial que caracteriza o atual
mundo rural brasileiro é:
a) a redução do processo de concentração de terras.
b) o aumento do aproveitamento de solos menos
férteis.
c) a ampliação do isolamento do espaço rural.
d) a estagnação da fronteira agrícola do país.
e) a diminuição do nível de emprego formal.
5. (Unicamp) Com relação à fruticultura na região do
Vale do São Francisco no Nordeste brasileiro, é
correto afirmar que
a) a região tem terras férteis e adequadas à fruticultura
graças à inserção de projetos irrigáveis, o que
compensa o clima seco e o alto índice de insolação
durante a maior parte do ano.
b) a região tem clima úmido, com chuvas bem
distribuídas ao longo do ano, característica favorável
à fruticultura.
c) a região é importante produtora de frutas, mas não
foi possível implantar a vitinicultura, apesar de
várias tentativas, porque a cultura não se adapta ao
clima.
d) os maiores produtores de frutas tropicais da região e
do país encontram-se em polos agroindustriais dos
municípios pernambucanos de Juazeiro e Petrolina.
FONTES DE ENERGIA
Pré-Vestibular da UFSC
energética utilizada no Brasil foi sendo ampliada e
diversificada com o decorrer das atividades industrias,
como demonstra a figura abaixo.
As fontes de energia são divididas em duas grandes
categorias:
Fontes não-renováveis: aquelas cujas reservas podem
se esgotar, como é o caso do petróleo, do carvão, do
gás natural, do urânio, etc.
Fontes renováveis: que podem produzir energia sem
se esgotarem, como os rios, marés, vento, sol,
biomassa, etc.
As principais fontes exploradas até hoje são as nãorenováveis. No Brasil, essas fontes de energia estão
espacializadas da seguinte forma:
- Gás Natural
Representando 3% da matriz energética brasileira, os
grandes produtores são Rio de Janeiro e Bahia, seguido
de longe por Sergipe, Rio Grande do Norte e
Amazonas. O Brasil também importa gás natural da
Bolívia através de um extenso gasoduto, que vai de
Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, a Guararema, em
São Paulo, e daí a região industrial de Porto Alegre no
Rio Grande do Sul. Nesse estado outro gasoduto
permite a importação do gás natural da Bolívia.
36
Inclusão para a Vida
Geografia B
- Carvão Mineral
- Petróleo
Até a década de 1970, a limitada produção nacional era
obtida de poços terrestres, a maior parte localizada no
Recôncavo Baiano. Hoje, a principal fonte são os
poços submarinos da plataforma continental,
principalmente na região vizinha ao estado do Rio de
Janeiro (Bacia de Campos). Do total produzido no país,
mais de 60% são originários da plataforma continental.
Em seguida ao Rio de Janeiro, estão os estados do Rio
Grande do Norte e da Bahia, respectivamente. Sergipe
e Ceará também são outros destaques na produção
nacional. As refinarias estão próximas aos centros de
consumo, sendo que a Petrobrás detêm 98% dessa
atividade em várias regiões brasileiras.
A preocupação com o aproveitamento do carvão
mineral é recente no Brasil. As reservas estão
depositadas em terrenos sedimentares antigos, na borda
oriental da bacia do Paraná, no baixo Amazonas e na
bacia do Parnaíba, mas apenas o carvão do sul é
explorado. Apenas parte do carvão catarinense é
coqueificada e remetida para a Companhia Siderúrgica
Nacional, em Volta Redonda (RJ). No Rio Grande do
Sul, cerca de 50% da produção é aproveitada para a
fabricação de aço. O carvão muito utilizado na geração
termelétrica de energia. Na região sul ela representa
15% do total da região.
Hidreletricidade
A fonte de energia renováveL mais utilizada no Brasil
é a energia de origem hidráulica. Ela é abundante no
Brasil, pois temos a rede hidrográfica mais densa do
mundo, com enorme potencial hidrelétrico. Isso explica
porque mais de 90% da potência instalada nas usinas
provêm de geradores hidráulicos, cabendo aos
geradores térmicos apenas 8%.
FONTE: SENE, E. GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL.
São Paulo: Editora Scipione, 2003
Os dez maiores consumidores de petróleo
Pré-Vestibular da UFSC
As regiões Sul e Sudeste apresentam grandes
empreendimentos hidrelétricos, como por exemplo: o
complexo Urubupungá (SP e MS) com as usinas de
Jupiá e Ilha Solteira; a usina de Três Marias (rio São
Francisco; e a usina de Itaipu (maior hidrelétrica do
planeta, localizada no rio Paraná). No norte destaca-se
a usina de Tucuruí, no rio Tocantins, construída para
alimentar a produção de alumínio realizada na região
de Belém e que fornece energia para outras regiões do
Brasil. Na Região Nordeste destacam-se as usinasdo
rio São Francisco, como Sobradinho, Moxotó e Paulo
Afonso, construídas como parte do projeto de
desenvolvimento da região nas décadas de 1960 e
1970. O Brasil só aproveita 30% de seu potencial
hidrelétrico, sendo um poderoso argumento contra o
uso da energia nuclear
37
Inclusão para a Vida
OUTRAS FONTES DE ENERGIA
Energia Nuclear
No final da década de 1960, o governo brasileiro
começou a definir o Programa Nuclear Brasileiro,
destinado a implantar no país a produção de energia
atômica. A usina nuclear decorrente desse programa foi
Angra I, localizada em Angra dos Reis (RJ). Essa usina
entrou em operação em 1984. Pelos riscos que
representa, esse projeto tem sido alvos de críticas, tanto
por parte de ecologistas, de cientistas e da sociedade
civil.
Álcool
O álcool pode ser produzido de numerosos vegetais,
como a cana-de-açucar, batata e cevada. Diante da
perspectiva de esgotamento das reservas de petróleo e
de carvão, tem sido valorizado como combustível
alternativo. Nos anos de 1970, com o aumento dos
preços do petróleo no mercado internacional, foi criado
o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que
recebeu incentivos governamentais e desenvolveu
tecnologia própria, apresentando grande produção em
menos de dez anos. A inviabilidade está no processo
Pré-Vestibular da UFSC
Geografia B
produtivo, pois exige grandes extensões de terra. Sua
utilização restringe-se ao setor de transportes.
Xisto Betuminoso
O aproveitamento econômico do xisto betuminoso
consiste em separar o betume da rocha
(hidrocarbonetos) e produzir petróleo a partir dele. As
maiores concentrações estão no município de São
Mateus do Sul (PR), onde foi instalada uma usina para
processá-lo. Em média, o teor de óleo na rocha é
inferior a 10%. Dificuldades técnicas e ambientais
restringem a utilização dessa fonte energética.
Energia Solar
No Brasil essa fonte de energia é muito utilizada para o
aquecimento da água em habitações. A tecnologia
existente é rudimentar para a geração de energia,
aproveitando muito pouco da intensa radiação solar que
o território brasileiro recebe.
Biogás
Trata-se do gás produzido a partir de matéria orgânica
em decomposição (esterco, palha, bagaço vegetal ou
lixo) pela ação de certas bactérias. O biodigestor é o
aparelho utilizado para o aproveitar o biogás.
38
Inclusão para a Vida
Exercícios de Sala 
1. (UDESC) Sobre as reservas de petróleo da camada
pré-sal, assinale a alternativa incorreta.
a) O campo de Jubarte será o primeiro, no Brasil, a
produzir óleo abaixo da camada de sal. Apesar de
ser na Bacia de Santos que estão sendo depositadas
as expectativas de maior volume de reservas na
camada do pré-sal, é no litoral capixaba, ainda na
Bacia de Campos, que o primeiro óleo será retirado
desta formação geológica.
b) A grande vantagem do Brasil na exploração de
petróleo da camada do pré-sal é que a Petrobrás é
100% estatal e única dona do petróleo existente na
referida reserva.
c) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer que o
modelo de exploração da camada pré-sal transforme
o Brasil em um grande exportador de derivados, que
valem mais que exportar o petróleo cru.
d) A Petrobrás realizou, também, uma avaliação
regional do potencial petrolífero do pré-sal que se
estende nas bacias do Sul e Sudeste brasileiros. Os
volumes recuperáveis estimados de óleo e gás para
os reservatórios do pré-sal, se confirmados, elevarão
significativamente a quantidade de óleo existente em
bacias brasileiras, colocando o Brasil entre os países
com grandes reservas de petróleo e gás do mundo.
e) A Petrobrás e sócias identificaram indícios de
petróleo em diferentes pontos na camada pré-sal,
que se estende por 800 km desde o litoral do
Espírito Santo ao de Santa Catarina.
Geografia B
matriz energética nacional.
III. Em comparação às termoelétricas e usinas
nucleares, as hidrelétricas são menos comprometedoras
para o meio ambiente, entretanto a construção de
barragens provoca graves impactos socioambientais.
IV. As condições brasileiras de clima e relevo originam
um grande potencial hidráulico que, no entanto, ainda é
pouco aproveitado.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
4. (UERJ)
2. (UDESC) Aponte as vantagens e as desvantagens
para o Brasil de um eventual aumento da produção de
energia nuclear.
3. (UEL) Analise o gráfico a seguir e responda à
questão.
Há 34 anos, os governos do Brasil e da Alemanha
firmavam programa de cooperação que previa a
construção de oito centrais termonucleares, além de
usinas de enriquecimento de urânio e de
reprocessamento do combustível nuclear.
Além das irregularidades apontadas na reportagem, o
atual programa nuclear brasileiro tem como principal
problema:
a) risco de poluição ambiental
b) inviabilidade da tecnologia adotada
c) ausência de fontes de investimentos
d) indisponibilidade de mão de obra qualificada
Uma discussão frequente na mídia atual diz respeito às
alternativas de geração de energia para o abastecimento
da população e dos processos produtivos.
Com base no gráfico e nos conhecimentos sobre o
tema, considere as afirmativas a seguir.
I.
As
fontes
não-renováveis
representam,
aproximadamente, 54% da matriz energética brasileira.
II. Gás natural e carvão mineral são, assim como o
petróleo, fontes renováveis, com forte participação na
Pré-Vestibular da UFSC
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