O MAIOR RISCO É... ACHARMOS QUE NÃO CORREMOS RISCOS! Tiemi Arakawa Enfermeira, Doutora em Ciências Membro do GEOTB e do GEO-HIV/aids Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto Quais imagens temos do HIV? O que o HIV e a aids significam para você, hoje? Como seria sua vida se você fosse portador desse vírus? Como você imagina que seja a vida de quem é portador? A prevenção modifica seu estilo de vida? A aids na minha vida (https://www.youtube.com/watch?v=6J9qpuOyGuc) HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana, traduzido do inglês Human Immunodeficiency Virus. Vírus causador da AIDS, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. Ter HIV não é a mesma coisa que ter aids. Há muitas pessoas vivendo com HIV que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a aids. A AIDS é o estágio mais avançado das consequências que a infecção pelo HIV sobre o sistema imunológico. Como esse vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, de um simples resfriado a infecções mais graves. A definição do caso de aids depende da presença de sinais e sintomas de imunodeficiência, como infecções oportunistas; e pela contagem de linfócitos T CD4. O HIV é o vírus da imunodeficiência humana e a aids surge quando a pessoa se encontra doente, com manifestações decorrentes da presença do vírus no organismo. O diagnóstico oportuno e o cuidado adequado às pessoas vivendo com HIV pode prevenir infecções oportunistas e a debilidade do indivíduo. Infecção primária ou aguda - primeiros sintomas muito parecidos com os de uma gripe, como febre, mal-estar, diarreia, suores noturnos, emagrecimento, cefaleia, fadiga, dor de garganta, manchas vermelhas no corpo. O organismo leva cerca de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Infecção crônica ou “latência clínica” - geralmente não apresenta sinais e sintomas, embora o HIV esteja se multiplicando no organismo. A duração dessa fase é em média de 8 a 10 anos, podendo variar de pessoa para pessoa. aids (doença avançada) - a baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Após a infecção aguda, menos de 1% desenvolvem aids entre 1 a 2 anos. Cerca de 50% desenvolvem aids em até 10 anos após a infecção Desde o início da epidemia, em 1980, até junho de 2012, o Brasil tem 656.701 casos registrados de aids. Atualmente, ainda há mais casos da doença entre os homens do que entre as mulheres, mas essa diferença vem diminuindo ao longo dos anos. A razão é de 1,7 casos em homens para 1 caso em mulheres (dados de 2011). A faixa etária em que a aids é mais incidente, em ambos os sexos, é a de 25 a 49 anos de idade. Entre jovens de 13 a 19 anos, o número de casos de aids é maior entre as mulheres. Quanto à forma de transmissão, prevalece a sexual. Nas mulheres, 86,8% dos casos registrados em 2012 decorreram de relações heterossexuais com pessoas infectadas pelo HIV. Entre os homens, 43,5% dos casos se deram por relações heterossexuais, 24,5% por relações homossexuais e 7,7% por bissexuais. Estima-se que cerca de 730.000 pessoas vivendo com o vírus do HIV Fluídos que contém o HIV: Sangue Sêmen Fluido vaginal Leite Outros fluídos que contenham sangue Outros fluídos: Líquor Fluido sinovial Fluido amniótico Contato sexual desprotegido com pessoa soropositiva Contato direto com sangue contaminado, que inclui compartilhamento de agulhas, seringas, transfusões de sangue e/ou hemoderivados Acidentes com materiais biológicos, que gerem contato direto com mucosas, pele lesionada ou ferida e com tecidos profundos do corpo, permitindo o acesso à corrente sanguínea Da mãe portadora do HIV para o filho, durante a gestação, o parto ou pelo aleitamento. Por que fazer o teste para detectar a infecção pelo HIV O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em até 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento - CTA. Os exames podem ser feitos inclusive de forma anônima. A infecção pelo HIV pode ser detectada com, pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco. Isso porque os exames buscam por anticorpos contra o HIV no sangue. Intervalo de tempo entre a infecção pelo HIV e a produção de anticorpos anti-HIV no sangue. Esses anticorpos são produzidos pelo sistema de defesa do organismo em resposta ao HIV e os exames irão detectar a presença dos anticorpos, o que confirmará a infecção pelo vírus. A sorologia positiva, na maioria dos casos, é constatada de 30 a 60 dias após a exposição ao HIV. Se um teste de HIV é feito durante o período da janela imunológica, há a possibilidade de apresentar um falso resultado negativo. Portanto, é recomendado esperar mais 30 dias e fazer o teste novamente. No período de janela imunológica, a pessoa já poderá transmitir o HIV para outras pessoas, caso esteja realmente infectada. Ainda não há cura para a infecção pelo HIV, mas há tratamento. Com o uso dos medicamentos antirretrovirais (antes chamados de coquetel), que são disponibilizados gratuitamente pelo SUS, a pessoa pode levar uma vida com qualidade. Prática do sexo seguro Cuidado no manejo de sangue (uso de seringas descartáveis, uso de luvas quando estiver manipulando feridas ou líquidos potencialmente contaminados) Esterilização de materiais Uso dos EPIs (equipamentos de proteção individual) Educação (modificação de comportamento, redução de parceiros, uso de presevativos) Exame pré-natal PEP – profilaxia pós-exposição É uma forma de prevenção da infecção pelo HIV usando os medicamentos que fazem parte do coquetel utilizado no tratamento da AIDS, para pessoas que possam ter entrado em contato com o vírus recentemente, através da exposição ocupacional, no caso de profissionais de saúde ou pela exposição não ocupacional (sexual), ocorrida em casos de sexo sem camisinha ou de violência sexual. Esses medicamentos, precisam ser tomados por 28 dias, sem parar, para impedir a infecção pelo vírus, sempre com orientação médica. O ideal é que você comece a tomar a medicação em até 2 horas após a exposição ao HIV e no máximo após 72 horas. A eficácia da PEP pode diminuir à medida que as horas passam. A taxa de transmissão do HIV de mãe para filho durante a gravidez, sem qualquer tratamento, pode ser de 20%. Mas em situações em que a grávida segue todas as recomendações médicas, a possibilidade de infecção do bebê reduz para níveis menores que 1%. As recomendações médicas são: o uso de remédios antirretrovirais combinados na grávida e no recém-nascido, o parto cesáreo e a não amamentação. http://www.aids.gov.br/pagina/o-que-e-hiv Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Cuidado integral às pessoas que vivem com HIV pela Atenção Básica: Manual para a equipe multiprofissional. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Recomendações para atendimento e acompanhamento de exposição ocupacional a material biológico : HIV e hepatites B e C. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.