lupus eritematoso discoide em cao relato de caso - TCC On-line

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
MEDICINA VETERINÁRIA
STACY ROESNER
LÚPUS ERITEMATOSO DISCOIDE EM CÃO: RELATO DE CASO
CURITIBA
2016
STACY ROESNER
LÚPUS ERITEMATOSO DISCOIDE EM CÃO: RELATO DE CASO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao curso de Medicina
Veterinária da Universidade Tuiuti do
Paraná, como requisito parcial para
obtenção
do
grau
de
Médico
Veterinário.
Orientadora: Professora MSc. Fabiana
dos Santos Monti.
CURITIBA
2016
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
REITOR
Sr. Luiz Guilherme Rangel dos Santos
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos
PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
Profª. Carmen Luiza da Silva
PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO
Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO
Profª. Carmen Luiza da Silva
SECRETÁRIO GERAL
Sr. Bruno Carneiro da Cunha Diniz
DIRETOR DA FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
Prof. João Henrique Faryniuk
COORDENADOR DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Prof. Welington Hartmann
TERMO DE APROVAÇÃO
STACY ROESNER
LÚPUS ERITEMATOSO DISCOIDE EM CÃO: RELATO DE CASO
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para a obtenção do
título de Médico (a) Veterinário (a) pela Comissão Examinadora do Curso de
Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.
.
Curitiba, 15 de junho de 2016
COMISSÃO EXAMINADORA:
______________________________________________
Orientadora Profª. Fabiana dos Santos Monti
Universidade Tuiuti do Paraná
______________________________________________
Prof. Jesséa de Fátima França
Universidade Tuiuti do Paraná
______________________________________________
MSc. Suzana Evelyn Bahr Solomon
Doutoranda na Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Dedico este trabalho de conclusão de
curso aos meus pais, que sempre
estiveram ao meu lado, me apoiando, e
fazendo o possível e o impossível para que
esse sonho se tornasse realidade, sem
eles eu não seria o que sou hoje. Aos
meus irmãos e ao meu namorado.
"Ama-se mais o que se conquista com
esforço" (Benjamin Disraeli)
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus, por me permitir estar aqui, guiar e proteger
meus passos a todo momento, sem Ele, nada seria possível.
Agradeço aos meus pais, João e Madelon, que sempre me apoiaram e
estiveram ao meu lado em todos os momentos, sempre me certificando que tudo
daria certo. Graças a eles esse sonho pôde se tornar realidade.
Agradeço aos meus irmãos, Francyne e João, por viverem todos os
momentos junto à mim, me apoiando e torcendo pela minha vitória.
Ao meu namorado, Henrique, que em todos os momentos esteve ao meu
lado, sorrindo pelos momentos bons e suportando os ruins junto à mim, me
apoiando e também me certificando de que no final tudo daria certo.
À toda minha família, por sempre se fazer tão presente em todos os
momentos.
As minhas amigas, Izabela, Pamela, Ananda e Luana, que estiveram ao meu
lado quando necessitei, compartilhando os momentos de alegria e tristeza.
À minha professora orientadora Fabiana dos Santos Monti, pela sua total
dedicação à mim e ao meu trabalho, pela sua calma, compreensão e amizade,
fazendo com que esse trabalho fosse finalizado.
À todos os professores da Faculdade Evangélica do Paraná e Universidade
Tuiuti do Paraná, os quais passaram seus conhecimentos com muita alegria e amor,
nos fazendo ter certeza de que estamos no lugar certo.
Aos residentes do HV - UFPR e CEMV - UTP, por dividirem seus
conhecimentos, com muita calma e alegria e por estarem sempre dispostos a ajudar.
À todos os animais, que são o grande propósito de todo o esforço e
dedicação, mas principalmente às minhas companheiras fiéis, Raicca e Belinha, que
são a minha inspiração diária.
RESUMO
O lúpus eritematoso discoide é uma dermatopatia autoimune que acomete cães,
gatos e humanos. É relatada em cães entre oito meses e 14 anos de idade, sem
predisposição de gênero sexual e com maior incidência nas raças Pastor Alemão,
Husky Siberiano, Pointers Alemães e Brittany Spaniels. É caracterizada por lesões
em junção dermoepidermal da ponte e plano nasal, nos quais são evidenciados
despigmentação, descamação, eritema, ausência de prurido e, por vezes, erosões e
úlceras. A etiologia indica fatores genéticos, hormonais e ambientais como possíveis
causas. O diagnóstico é realizado por meio do histórico, sinais clínicos e exame
histopatológico, o qual demonstra dermatite hidrópica, queratinócitos apoptóticos e
incontinência pigmentar. O tratamento é baseado em fármacos imunossupressores e
imunomoduladores tópicos e/ou sistêmicos. É uma doença com um prognóstico
bom, se tratada corretamente. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso
clínico de lúpus eritematoso discoide em cão.
Palavras chave: dermatopatia, autoimune, imunossupressor, imunomodulador.
ABSTRACT
The discoid lupus erythematosus is an autoimmune skin disease that affects dogs,
cats and humans. Is reported in dogs between eight months and fourteen years age,
without gender sexual predisposition and with higher incidence in German Shepherd,
Siberian Husky, German Pointers and Brittany Spaniels. It is characterized by lesions
in the dermoepidermal junction of the bridge and nasal plane, which are evidenced
depigmentation, flaking, redness, absence of itching and sometimes, erosions and
ulcers. The etiology indicates genetic factors, hormonal, and environmental as
possible causes. The diagnosis is done through the history, clinical signs and
histopathological examination, which demonstrates hydropic dermatitis, apoptotic
keratinocytes and pigmentary incontinence. The treatment is based on
immunosuppressive drugs and immunomodulators topical and/or systemics. It a
good prognosis disease if treated properly. This work aims to report a clinical case of
discoid lupus erythematosus in dog.
Key words: skin disease, autoimmune, immunosuppressant, immunomodulator.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Ambulatórios HV-UFPR.
FIGURA 2 - Centro cirúrgico HV - UFPR.
FIGURA 3 - Internamento geral para cães HV - UFPR.
FIGURA 4 - Internamento para felinos HV - UFPR.
FIGURA 5 - Unidade de Terapia Intensiva HV - UFPR.
FIGURA 6 - Diagnóstico por imagem HV - UFPR.
FIGURA 7 - Laboratório de Análises Clínicas HV - UFPR.
FIGURA 8 - Laboratório de Patologia Clínica HV - UFPR.
FIGURA 9 - Sala de emergência CEMV - UTP.
FIGURA 10 - Ambulatórios da CEMV - UTP.
FIGURA 11 - Sala de radiologia da CEMV - UTP.
FIGURA 12 - Sala da ultrassonografia da CEMV - UTP.
FIGURA 13 - Laboratório de patologia clinica da CEMV - UTP.
FIGURA 14 - Centro cirúrgico da CEMV - UTP.
FIGURA 15 - Internamento de cães da CEMV - UTP.
FIGURA 16 - Internamento e ambulatório para felinos da CEMV - UTP.
FIGURA 17 - Anatomia microscópica da pele.
FIGURA 18 - Camadas celulares da epiderme.
FIGURA 19 - Lesão em plano nasal de cão com LED, caracterizada por perda da
textura "calçamento de pedra", despigmentação, eritema e crostas.
FIGURA 20 - Cão com LED, apresentando lesão em plano nasal e narinas,
caracterizada por perda do aspecto "calçamento de pedra", eritema e crostas.
FIGURA 21 - Despigmentação, eritema, descamação, perda do aspecto rugoso e
crostas em ponte e plano nasal de cão, fêmea, SRD, seis anos, com suspeita de
LED.
FIGURA 22 - Despigmentação e eritema em narinas de cão, fêmea, SRD, seis anos,
com suspeita de LED, após a biópsia.
FIGURA 23 - Cão, SRD, fêmea, seis anos, com diagnóstico de LED, apresentando
lesão em ponte nasal menos descamativa, após 20 dias de tratamento.
FIGURA 24 - Cão, SRD, fêmea, seis anos, com diagnóstico de LED, apresentando
narinas com lesão em resolução, menos eritematosa e descamativa. Após 20 dias
de tratamento.
FIGURA 25 - Cão, SRD, fêmea, seis anos, com diagnóstico de LED, 40 dias após o
início da terapia, apresentando lesões menos descamativas, eritematosas e
crostosas.
FIGURA 26 - Cão, SRD, fêmea, seis anos, com diagnóstico de LED, 55 dias após o
início da terapia, apresentando despigmentação, perda do aspecto rugoso e crostas
em plano e ponte nasal.
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 - Relação de machos e fêmeas atendidos no HV - UFPR.
GRÁFICO 2 - Afecções dermatológicas acompanhadas nos atendimentos do HV UFPR.
GRÁFICO 3 - Relação de machos e fêmeas atendidos na CEMV - UTP.
GRÁFICO 4 - Afecções dermatológicas acompanhadas durante o período de estágio
na CEMV - UTP.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Número de pacientes atendidos por espécie no HV - UFPR.
TABELA 2 - Atendimentos separados por especialidades e sistemas acometidos, no
HV - UFPR.
TABELA 3 - Números de pacientes atendidos por espécie na CEMV - UTP.
TABELA 4 - Atendimentos separados por especialidades e sistemas acometidos, na
CEMV - UTP.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LED: Lúpus eritematoso discoide
MSc: Mestre
UFPR: Universidade Federal do Paraná
UTP: Universidade Tuiuti do Paraná
HV - UFPR: Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná
TUI: Trato Urinário Inferior
DASP: Dermatite Alérgica a Saliva da Pulga
CEMV - UTP: Clínica escola de medicina veterinária da Universidade Tuiuti do
Paraná
M.V.: Médico veterinário
UVA: Ultravioleta A
UVB: Ultravioleta B
LES: Lúpus eritematoso sistêmico
mg: miligramas
Kg: quilogramas
SRD: Sem raça definida
SID: A cada 24 horas
BID: A cada 12 horas
g: gramas
ALT: Alanina aminotransferase
FA: Fosfatase alcalina
UI: Unidade Internacional
et al: e colaboradores
%: Porcentagem
PR: Paraná
Prof: Professor
Profª: Professora
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15
2 RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR .......................................................... 16
2.1 DESCRIÇÃO DA PRIMEIRA UNIDADE CONCEDENTE DE ESTÁGIO .......... 16
2.1.1 CASUÍSTICA ............................................................................................. 21
2.2 DESCRIÇÃO DA SEGUNDA UNIDADE CONCEDENTE DE ESTÁGIO ......... 23
2.2.1 CASUÍSTICA ............................................................................................. 28
3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 31
3.1 A PELE ............................................................................................................. 31
3.2 O SISTEMA IMUNE ......................................................................................... 33
3.3 LÚPUS ERITEMATOSO DISCOIDE ................................................................ 34
3.3.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 34
3.3.2 ETIOPATOGENIA ..................................................................................... 34
3.3.3 EPIDEMIOLOGIA ...................................................................................... 36
3.3.4 SINAIS CLÍNICOS E DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS ........................... 36
3.3.5 DIAGNÓSTICO.......................................................................................... 38
3.3.6 TRATAMENTO E PROGNÓSTICO ........................................................... 39
4 RELATO DE CASO ............................................................................................... 42
5 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 48
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 50
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 51
15
1 INTRODUÇÃO
As dermatopatias são responsáveis por grandes percentuais de atendimentos
em locais de serviços veterinários, assim como ilustra a casuística do relatório de
estágio do presente trabalho.
O lúpus eritematoso discoide é uma dermatite autoimune, limitada ao sistema
cutâneo, que possui um percentual de incidência de 0,3% entre todas as
dermatopatias, sendo ainda mais raro em gatos, segundo Miller, Griffin e Campbell
(2013). No entanto, a doença pode estar subestimada por diagnósticos errôneos.
Dentre as dermatites autoimunes, o LED é a segunda dermatopatia mais comum,
segundo Palumbo et al. (2010) e Miller, Griffin e Campbell (2013).
É uma doença desencadeada pela disfunção do sistema imunológico, que
acomete face, especialmente, o plano nasal e é manifestada por despigmentação,
eritema, erosão e úlcera. Para confirmar o diagnóstico é necessário realizar o exame
histopatológico, o qual demonstrará dermatite hidrópica, queratinócitos apoptóticos e
incontinência
pigmentar.
O
tratamento
é
a
base
de
glicocorticoides,
imunomoduladores, vitamina E e redução da exposição solar (MILLER; GRIFFIN;
CAMPBELL, 2013).
Mesmo com um percentual de ocorrência baixo, é uma das principais
dermatites autoimunes, a qual merece conhecimento e discussão a respeito de sua
etiologia, patogenia, sinais clínicos e tratamento, para que pacientes acometidos
sejam tratados de maneira correta. Segundo Scott e Miller Jr (2008) as lesões
crônicas de LED podem levar a um quadro de carcinoma espinocelular, ressaltando
a importância de diagnosticar e tratar essa patologia.
Este trabalho é constituído por uma revisão de literatura e relato de caso
sobre o lúpus eritematoso discoide, além do relatório de estágio curricular.
16
2 RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR
Este relatório tem por objetivo descrever as atividades desenvolvidas durante
o estágio curricular supervisionado, o qual foi realizado em dois locais. O primeiro foi
o Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná, no período de 1 a 29 de
fevereiro de 2016, sendo supervisionado pelos médicos veterinários residentes de
Clínica Médica, sob orientação do professor Doutor Marlos Gonçalves Sousa,
totalizando 144 horas. O segundo local foi na Clínica Escola de Medicina Veterinária
da Universidade Tuiuti do Paraná, no período de 7 de março a 29 de abril de 2016,
sendo supervisionado pelos médicos veterinários residentes de Clínica Médica, sob
orientação da professora MsC. Fabiana dos Santos Monti, totalizando 292 horas.
Com um total de 436 horas de atividade.
Realizar o estágio curricular no Hospital Veterinário da UFPR e na Clínica
Escola de Medicina Veterinária da UTP foi muito esclarecedor no sentido profissional
e pessoal. Por serem universidades, a educação está sempre conciliada com a
pesquisa e ciência.
O estágio curricular tem como objetivo inserir o acadêmico na rotina
veterinária, realizando anamnese, exame físico geral do paciente, coletas de
materiais para exames, entre outras funções importantes, sob supervisão de
professores e residentes, que ali estão para ensinar e auxiliar da melhor maneira
possível. Realizar o estágio em mais de um local mostrou que existem condutas
terapêuticas diferentes, e que devemos levar em consideração o paciente de forma
individual para que possamos ajudá-lo.
2.1 DESCRIÇÃO DA PRIMEIRA UNIDADE CONCEDENTE DE ESTÁGIO
O Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná é localizado em
Curitiba, no estado do Paraná, na Rua dos Funcionários, número 1540, bairro
Cabral, Campus Setor Agrárias.
O HV - UFPR oferece atendimento ao público, realizado por professores e
médicos veterinários residentes, para cães, gatos, equinos, ovinos, caprinos, suínos,
bovinos e animais selvagens. O atendimento ocorre de segunda à sexta-feira das 7
horas e 30 minutos às 12 horas e das 14 horas às 19 horas e 30 minutos. Para a
área de cães e gatos, o hospital presta serviços de clínica médica, clínica cirúrgica,
contando
com
especialidades
como
odontologia,
oftalmologia,
oncologia,
17
anestesiologia e diagnóstico por imagem, auxiliados pela ultrassonografia e
radiologia. Presta serviços também de laboratório de análises clínicas e laboratório
de patologia clínica. É realizado atendimento por hora marcada e atendimento por
ordem de chegada. Inicialmente é realizada uma triagem e, em caso de emergência,
o paciente recebe pronto atendimento veterinário.
O hospital veterinário da Universidade Federal do Paraná, na área de
pequenos animais, conta com uma recepção; quatro ambulatórios para atendimento
clínico geral (Figura 1); dois centros cirúrgicos (Figura 2); uma sala de préoperatório; um internamento geral para cães (Figura 3); um internamento para o pósoperatório; um internamento para gatos (Figura 4); um isolamento, que é reservado
para animais com doenças infectocontagiosas; unidade de terapia intensiva (Figura
5); área de diagnóstico por imagem (Figura 6), que contém uma sala para radiologia
e uma sala para ultrassonografia; sala de oftalmologia; sala de odontologia; sala de
oncologia; laboratório de análises clínicas (Figura 7); laboratório de patologia clínica
(Figura 8); sala de coletas de materiais e farmácia.
Figura 1 - Ambulatórios HV - UFPR.
18
Figura 1 - Centro cirúrgico HV - UFPR.
Figura 3 - Internamento geral para cães HV - UFPR.
Figura 4 - Internamento para felinos HV - UFPR.
19
Figura 5 - Unidade de Terapia Intensiva HV - UFPR.
Figura 6 - Diagnóstico por imagem HV - UFPR.
Sala de radiologia
Sala de ultrassonografia
20
Figura 7 - Laboratório de Análises Clínicas HV - UFPR.
Figura 8 - Laboratório de Patologia Clínica HV - UFPR.
Durante
o
período
de
estágio,
foi possível
desenvolver
atividades
relacionadas à clínica médica de pequenos animais e internamento dos pacientes.
Nas consultas e retornos os estagiários auxiliavam na contenção dos animais,
pesagem, anamnese e exame físico. Foi possível acompanhar exames cardiológicos
e auxiliar em atendimentos emergenciais. Outras atividades desenvolvidas foram
auxiliar na coleta de materiais para exames, como sangue, citopatologias e raspado
cutâneo; procedimentos como limpeza de feridas; proceder o acesso venoso;
21
administrar medicamentos; trocar curativos; auxiliar na sondagem uretral, enema,
abdominocentese, toracocentese, entre outros.
2.1.1 CASUÍSTICA
Durante o período de estágio no HV - UFPR, foi possível acompanhar 80
novos atendimentos. Os gráficos e tabelas a seguir os expõem, divididos em
espécie, gênero sexual e especialidades atendidas. A dermatologia foi a
especialidade que prevaleceu, de acordo com a causa primária da enfermidade
apresentada.
Tabela 1 - Número de pacientes atendidos por espécie no HV - UFPR.
ESPÉCIE
QUANTIDADE
Cão
72
Gato
8
Total
80
A Tabela 1 apresenta o número total de atendimentos divididos por espécie.
Gráfico 1 - Relação de machos e fêmeas atendidos no HV - UFPR.
50
45
40
35
30
25
Machos
20
Fêmeas
15
10
5
0
Cães
Gatos
No Gráfico 1 é demonstrado os 80 atendimentos, divididos por espécie e
gênero sexual. Foram atendidos 6 gatos machos e 2 fêmeas, e 28 cães machos e
44 fêmeas.
22
Tabela 2 - Atendimentos separados por especialidades e sistemas acometidos, no HV UFPR.
*Cada animal pode apresentar mais de uma enfermidade.
ESPECIALIDADES E SISTEMAS
CASOS
Dermatologia
26
Oncologia
10
Imunização
9
Cardiologia
8
Doenças Respiratórias
7
Ortopedia
6
DTUI
6
Endocrinologia
5
Neurologia
5
Gastrenterologia
4
Doenças do Aparelho Reprodutor
3
Doenças Infecciosas
3
Outros
11
DTUI: Doenças do Trato Urinário Inferior
A dermatologia foi a especialidade mais procurada dentro do HV - UFPR,
seguida da oncologia, conforme demonstrado na Tabela 2.
Gráfico 2 - Afecções dermatológicas acompanhadas nos atendimentos do HV - UFPR.
*Cada animal pode apresentar mais de uma afecção dermatológica.
8
7
6
5
4
3
2
1
0
23
Foi possível observar que, dentre os casos atendidos de dermatologia, a
doença mais prevalente foi a dermatite atópica com 7 casos, seguido pelos 6 casos
de miíase, 4 casos de otite e 3 casos inconclusivos. Os casos inconclusivos referemse aos pacientes que apresentavam sinais clínicos dermatológicos, mas não foi
possível obter um diagnóstico preciso. Ainda foram vistos 2 casos de piodermite, 2
casos de dermatite alérgica a saliva da pulga (DASP), um caso de dermatite
actínica, 1 caso de sarna otodécica e 1 caso de doença autoimune, no caso, o lúpus
eritematoso discoide.
2.2 DESCRIÇÃO DA SEGUNDA UNIDADE CONCEDENTE DE ESTÁGIO
O segundo local do estágio foi realizado na CEMV-UTP, localizada em
Curitiba-PR, Rua Sidney Antonio Rangel Santos, 238, bairro Santo Inácio, Campus
Prof. Sydnei Lima Santos.
A Clínica Escola de Medicina Veterinária da UTP oferece atendimento para a
comunidade, prestado por professores e residentes, para cães e gatos. O
atendimento ocorre de segunda à sexta feira das 8 horas às 12 horas e das 14 horas
às 18 horas. Conta com serviços de clínica médica, clínica cirúrgica, anestesiologia,
diagnóstico por imagem (radiologia e ultrassonografia) e laboratório de análises
clínicas. Realiza os atendimentos por hora marcada e também atendimentos
emergenciais.
Conta com uma recepção, farmácia, sala de emergência (Figura 9), três
ambulatórios (Figura 10), sala de radiologia (Figura 11), sala da ultrassonografia
(Figura 12), laboratório de patologia clínica (Figura 13), sala de pré-operatório,
centro
cirúrgico
(Figura
14),
sala
de
pós-operatório,
sala
para
demais
procedimentos, internamento para cães (Figura 15), internamento e ambulatório
para atendimento de felinos (Figura 16), internamento para animais portadores de
doenças infectocontagiosas e ambulatório de imunização.
24
Figura 9 - Sala de emergência CEMV - UTP.
Figura 10 - Ambulatórios da CEMV - UTP.
25
Figura 11 - Sala de radiologia da CEMV - UTP.
Figura 12 - Sala da ultrassonografia da CEMV - UTP.
26
Figura 13 - Laboratório de patologia clínica da CEMV - UTP.
Figura 14 - Centro cirúrgico da CEMV - UTP.
27
Figura 15 - Internamento de cães da CEMV - UTP.
Figura 16 - Internamento e ambulatório para felinos da CEMV - UTP.
As atividades desenvolvidas durante o estágio curricular, foram relacionadas
à clínica médica de pequenos animais e internamento geral de todos os pacientes,
semelhantes àquelas realizadas no estágio no HV - UFPR. Após a realização de
cada procedimento ou consulta, ocorriam discussões sobre os casos clínicos com a
28
professora MSc. Fabiana dos Santos Monti e as residentes M.V. Nicole Quevedo
Cardoso e M.V. Jessica Portella.
2.2.1 CASUÍSTICA
No período de estágio curricular realizado na CEMV - UTP foi possível
acompanhar 166 novos atendimentos. Os gráficos e tabelas a seguir os expõem
divididos em espécie, gênero sexual e especialidades atendidas. A dermatologia foi
a especialidade que prevaleceu, de acordo com a causa primária da enfermidade
apresentada.
Tabela 3 - Números de pacientes atendidos por espécie na CEMV - UTP.
ESPÉCIE
QUANTIDADE
Cães
146
Gatos
20
Total
166
A Tabela 3 apresenta o número total de atendimentos, divididos por espécie, onde
146 foram cães e 20 foram gatos, totalizando 166 pacientes.
Gráfico 3 - Relação de machos e fêmeas atendidos na CEMV - UTP.
90
80
70
60
50
Machos
40
Fêmeas
30
20
10
0
Cães
Gatos
No Gráfico 3 é demonstrado os 166 atendimentos divididos por espécie e
gênero sexual. Foram atendidos 12 gatos machos e 8 fêmeas, e 63 cães machos e
83 fêmeas.
29
Tabela 4 - Atendimentos separados por especialidades e sistemas acometidos, na CEMV UTP.
*Cada animal pode apresentar mais de um sistema acometido.
ESPECIALIDADES
CASOS
Dermatologia
81
Oncologia
29
Gastrenterologia
19
Doenças do Aparelho Reprodutor
14
Nefrologia
12
Oftalmologia
11
Cardiologia
10
DTUI
7
Ortopedia
6
Nutrição
6
Doenças Infecciosas
5
Outros
18
DTUI: Doença do Trato Urinário Inferior
A dermatologia foi a especialidade mais procurada durante o período de
estágio, seguida da oncologia, conforme a Tabela 4.
Gráfico 4 - Afecções dermatológicas acompanhadas durante o período de estágio na CEMV
- UTP.
*Cada animal pode apresentar mais de uma afecção dermatológica.
40
35
30
25
20
15
10
5
0
30
No gráfico 4 foi possível observar que dentre os casos de dermatologia, as
otites prevaleceram com 34 casos, seguidas pelos 21 casos de dermatite atópica, 17
casos de DASP e 9 casos inconclusivos. Nos casos inconclusivos encaixam-se os
pacientes que apresentavam sinais dermatológicos, mas não foi possível obter um
diagnóstico definitivo. Ainda foi possível acompanhar 6 casos de traumas
(mordeduras), 5 casos de piodermite, 4 casos de miíase, 3 casos de seborréia
primária, 2 casos de dermatite actínica, 2 casos de demodiciose, 2 casos de sarna
otodécica, 1 caso de escabiose e 1 caso de doença autoimune, no caso, a arterite
proliferativa do filtro nasal.
31
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 A PELE
A pele é o órgão mais extenso do organismo, e tem a função de barreira
mecânica e fisiológica entre o organismo e o meio externo. Além disso, promove
forma e movimento; é responsável pela termorregulação, armazenamento,
imunorregulação, pigmentação, percepção sensorial, entre outras funções (LUCAS,
2004).
A pele é dividida em epiderme, sendo sua camada mais externa, derme e
hipoderme (Figura 17) (LUCAS, 2004).
A epiderme é constituída por um epitélio estratificado, pavimentoso e
queratinizado; sua renovação é contínua, e não possui vascularização sanguínea e
linfática própria; é nutrida através da vascularização da derme. (PINHO, MONZÓN,
SIMÕES, 2013)
A epiderme é subdividida em estrato basal, espinhoso, granuloso e córneo
(Figura 18). O estrato basal é considerado o ponto de separação da derme e
epiderme, portanto é a camada mais interna da epiderme. É composto por apenas
uma fileira de células, caracterizadas por intensa proliferação celular, sendo comum
encontrar mitose e apoptose celular. O estrato espinhoso se encontra logo em
seguida do estrato basal e possui um número variado de camadas celulares. É
nesse estrato que encontramos as células de Langerhans, que funcionam como
apresentadoras de antígenos do tecido cutâneo, em conjunto com os linfócitos T
epidermotrópicos (SOUZA et al., 2009).
O estrato granuloso é formado por uma ou várias camadas celulares, que
permitem a agregação de queratina. É fino ou ausente nas regiões mandibular e
temporal, dorso da cabeça, orelha externa e plano nasal. E, por fim, o estrato córneo
é a parte mais externa da epiderme, formada por várias camadas de células
queratinizadas e anucleadas, que são responsáveis pela resistência da epiderme e
barreira protetora (SOUZA et al., 2009).
A derme é a camada intermediária (Figura 17), que é rica em
mucopolissacarídeos, fibras colágenas e elásticas, além de diferentes tipos celulares
(LUCAS, 2004). É subdividida em superficial e profunda. A derme superficial
sustenta a porção superior do folículo piloso e glândulas sebáceas que são
32
responsáveis pela manutenção, lubrificação e termorregulação. A derme profunda
tem como objetivo sustentar a porção inferior do folículo e as glândulas apócrinas, e
é nessa porção que encontramos os vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e o
músculo liso. Através da vascularização sanguínea chegam até a derme células
como mastócitos, linfócitos, plasmócitos e macrófagos (HARGIS; GINN, 2013).
Hipoderme é a camada mais interna da pele (Figura 17), também denominada
tecido subcutâneo. É composta principalmente por tecido adiposo que atua como um
importante isolante térmico corporal e reservatório energético (HARGIS; GINN,
2013).
Figura 17 - Anatomia microscópica da pele.
Fonte: MILLER; GRIFFIN; CAMPBELL, 2013
A Figura 18 demonstra os estratos da epiderme, onde o estrato córneo é
identificado pelas letras "sc", o estrato granuloso pelas letras "sg", em seguida o
estrato espinhoso "ss" e por fim o estrato basal "sb" (HARGIS; GINN, 2013).
33
Figura 18 - Camadas celulares da epiderme.
Fonte: HARGIS; GINN, 2013
3.2 O SISTEMA IMUNE
O sistema imune confere ao organismo suporte para enfrentar invasores
exógenos como, por exemplo, agentes infecciosos e algumas vezes, estruturas ou
células próprias do organismo. Existem dois tipos de imunidade, a inata e a
adquirida. A imunidade inata entra em ação no momento em que a primeira barreira
física, a pele, falha por algum motivo. No momento em que o organismo detecta a
invasão de algum agente estranho, as células fagocíticas como neutrófilos,
monócitos e macrófagos teciduais, são ativados, resultando em um foco inflamatório.
Outro mecanismo de defesa é a imunidade adquirida, que consiste no
reconhecimento de antígenos e na produção de anticorpos específicos. Nesta
resposta, quando o animal entra em contato novamente com o antígeno, o sistema
imune é capaz de reagir de forma rápida e eficiente, em razão da memória
imunológica (TIZARD, 2009).
O sistema imune adquirido pode ter uma resposta humoral e celular. Na
resposta imune humoral, os linfócitos B produzem anticorpos, que serão
34
responsáveis pela eliminação de microrganismos extracelulares ou exógenos. A
resposta imune celular é direcionada contra invasores intracelulares ou endógenos,
que causam anormalidades celulares, contra as quais os linfócitos T reagem
(TIZARD, 2009).
3.3 LUPUS ERITEMATOSO DISCOIDE
3.3.1 INTRODUÇÃO
O lúpus eritematoso discoide é uma doença autoimune, limitada ao sistema
cutâneo, que acomete cães, gatos e humanos (SILVA, 2009). Nas doenças
autoimunes o organismo não consegue tolerar a si mesmo, promovendo uma
resposta imunológica contra alguma célula, ou estrutura do próprio corpo, induzindo
lesões (MILLER; GRIFFIN; CAMPBELL, 2013). O termo "discoide" provém da
característica
das
lesões
cutâneas
apresentadas
pelos
seres
humanos
diagnosticados com LED, as quais são planas e com formato de disco, que não se
assemelham às lesões manifestadas pelos animais (Mc DONALD, 2010).
Existem quatro apresentações do lúpus eritematoso (LE): o lúpus eritematoso
sistêmico (LES), o lúpus eritematoso discoide (LED), o lúpus eritematoso cutâneo
vesicular (LECV) e o lúpus eritematoso cutâneo esfoliativo (LECE) (MILLER et al.,
2013).
O lúpus eritematoso discoide é considerado uma variação benigna do lúpus
eritematoso sistêmico, e geralmente envolve o plano nasal, face, orelhas e mucosas.
Raramente acomete outras áreas, e os sinais sistêmicos são ausentes (MONDEGO,
2007; FERREIRA et al., 2015).
3.3.2 ETIOPATOGENIA
As dermatites autoimunes são bem reconhecidas, mas raras em cães e gatos.
Sua etiologia compreende a genética, fatores hormonais, ambientais e, mesmo que
não possua uma etiologia bem elucidada, existem estudos que mostram evidências
para essas possíveis causas (ODAGUIRI, 2013).
O fator genético é evidente nos humanos. Em cães, o mesmo parece ser
verdadeiro, uma vez que existam raças predispostas, como o Pastor Alemão, mais
susceptível à doença (MILLER; GRIFFIN; CAMPBELL, 2013).
35
A influência hormonal foi colocada em discussão como uma etiologia para o
LED, pois nos humanos existe uma maior prevalência de casos entre as mulheres.
Um estudo em cães demonstrou que a aplicação dos hormônios estrógeno e
andrógeno, simultaneamente, resultou no início ou na progressão da doença. Da
mesma forma, com a aplicação de antiestrógeno, a doença retardou. Em outro
estudo, de 30 animais com LED não castrados, 23 eram fêmeas. Apesar destas
evidências, a influência hormonal não é considerada importante no LED (MILLER;
GRIFFIN; CAMPBELL, 2013).
O fator ambiental é evidente também por estudos na espécie humana, onde
os raios ultravioletas iniciam ou avançam o LED (FERREIRA et al, 2015). Os
indivíduos susceptíveis a doença, são expostos aos raios UVA e UVB (MILLER;
GRIFFIN; CAMPBELL, 2013), os quais causam danos à membrana celular das
camadas basal e espinhosa. Com a integridade da membrana comprometida, as
organelas intra celulares são expostas e reconhecidas pelo organismo como
antígenos (TIZARD, 2009).
Independentemente do fator desencadeante, autoantígenos são induzidos a
se expressar na superfície dos queratinócitos, ativando as células T, células B e
plasmócitos, promovendo a produção de autoanticorpos, os quais se ligam nos
autoantígenos, originando imunocomplexos. Em seguida, recrutando os linfócitos T
citotóxicos e mediadores inflamatórios, os quais se infiltram entre a derme e
epiderme, liberando citocinas, e provocando a destruição celular e apoptose
(FERREIRA FILHO et al., 2014; TIZARD, 2009).
Segundo Ferreira Filho et al. (2014), no LED há alteração da regulação
imunológica mediada pelas células T, hiperresponsividade de linfócitos B e inibição
da atividade de linfócitos T supressores.
Os linfócitos T citotóxicos, que incitam a citotoxicidade através de suas
toxinas, envolvem a reação de hipersensibilidade do tipo II na etiologia do LED, a
qual é considerada uma reação citolítica, já que resulta em destruição celular. Além
da reação de hipersensibilidade do tipo II, o LED também envolve a reação de
hipersensibilidade do tipo III, segundo Ferreira Filho et al. (2014), a qual é mediada
pelo grande volume de imunocomplexos depositados no tecido, levando ao ataque
imunológico (PASCOAL, 2010). A formação de imunocomplexos no tecido cutâneo é
o fator responsável pelos sinais clínicos, segundo Ferreira Filho et al. (2014).
36
3.3.3 EPIDEMIOLOGIA
As dermatites autoimunes são raras em cães. Representam 1,4% das
dermatopatias nesta espécie. E dentro das dermatopatias autoimunes, o LED é a
segunda doença mais frequente em cães nos Estados Unidos da América, sendo
superado apenas pelo pênfigo foliáceo, segundo Miller, Griffin e Campbell (2013). Já
Ferreira Filho et al. (2014) descrevem que LED é a doença dermatológica autoimune
mais diagnosticada em cães.
Não se observa predisposição em relação à faixa etária para essa doença,
podendo ocorrer em cães a partir dos oito meses de vida até 14 anos de idade.
Quanto ao gênero sexual, não parece haver predileção, mas fêmeas não castradas
das raças Collie e Shetland Sheepdog demonstraram alta incidência (MILLER;
GRIFFIN; CAMPBELL, 2013).
Segundo Odaguiri (2013), as raças mais afetadas são os Pastores Alemães,
Husky Siberiano, Pointers Alemães e Brittany Spaniels. Já para Goo et al. (2008), o
LED tem predisposição genética pelas raças Collie e Shetland Sheepdog.
3.3.4 SINAIS CLÍNICOS E DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Os sinais clínicos iniciais são aparentes no plano nasal e manifestam-se como
despigmentação, perda do aspecto áspero (ou de "calçamento de pedra"), para uma
textura lisa, de cor azulada ou cinza; eritema e descamação (Figura 19 e 20).
Geralmente, os sinais demoram para avançar desse estágio, mas em casos
crônicos, essas lesões podem resultar em úlceras, erosões e crostas. Dor e prurido
são variáveis. As lesões se localizam inicialmente na junção do plano nasal e da
pele, podendo avançar para a ponte nasal e, raramente, envolvem a região
periocular, pavilhões auriculares, porções distais dos membros e genitália (MILLER;
GRIFFIN; CAMPBELL, 2013).
As lesões nasais são manifestadas em 90% dos casos; já nas regiões
perioculares, pinas, membros e genitálias, somente em 10 a 25% dos casos clínicos
(THOMPSON, 1998).
As lesões de LED costumam ser características, mas, segundo Goo et al.
(2008), em um cão da raça Spitz Alemão, fêmea, de três anos de idade, as mesmas
apresentaram-se eritematosas, não pruriginosas e em região torácica dorsal. O
animal não possuía histórico de lesões em face.
37
Otites também podem ser manifestações clínicas do LED. Em todos os casos
de otite, o clínico deve buscar a causa primária da afecção, para o sucesso no
tratamento. Como exemplos de causas primárias encontram-se parasitas, dermatite
atópica e, menos comumente, as doenças autoimunes como o LED (FERREIRA
FILHO et al., 2014).
Como
diagnósticos
diferenciais
é
possível
citar
a
síndrome
uveodermatológica, despigmentação nasal fisiológica, dermatite actínica, pênfigo
foliáceo, dermatomiosite, dermatite de contato e trauma (GROSS et al., 2009).
Figura 19 - Lesão em plano nasal de cão com LED, caracterizada por perda da textura
"calçamento de pedra", despigmentação, eritema e crostas.
Fonte: (ODAGUIRI, 2013)
38
Figura 20 - Cão com LED, apresentando lesão em plano nasal e narinas, caracterizada por
perda do aspecto "calçamento de pedra", eritema e crostas.
Fonte: (ODAGUIRI, 2013)
3.3.5 DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do lúpus eritematoso discoide é realizado por meio do exame
histopatológico, achados clínicos e histórico do paciente (SILVA, 2009; FERREIRA
et al., 2015). Normalmente, o exame histopatológico é conclusivo. Quando não, é
possível realizar a imunofluorescência direta ou a imunohistoquímica. O teste do
anticorpo antinuclear, é realizado para a confirmação do LES, não é utilizado para o
diagnóstico de LED, pois neste último resultará negativo, igualmente ao teste de
autoanticorpos circulantes, pois nessa doença não há envolvimento sistêmico
(TIZARD, 2009; MILLER; GRIFFIN; CAMPBELL, 2013).
Para o exame histopatológico é necessário colher material por meio da
biópsia. O animal deve ser anestesiado ou sedado para o procedimento. A escolha
do fragmento cutâneo a ser coletado deve seguir algumas diretrizes, segundo Miller,
Griffin e Campbell (2013). É recomendado que a amostra seja selecionada de
regiões onde não hajam lesões secundárias, mas sim de lesões iniciais da doença.
O fragmento de biópsia deve ser manuseado com delicadeza, para não
comprometer o tecido. O paciente não deve estar sob uso de glicocorticoides ou
terapia imunossupressora (MILLER; GRIFFIN; CAMPBELL, 2013).
39
Os achados histopatológicos revelam depósitos de imunoglobulinas na
membrana basal, dermatite hidrópica/liquenoide focal de células epidérmicas basais,
espessamento focal da membrana basal, incontinência pigmentar, queratinócitos
apoptóticos, acúmulo de células mononucleares e plasmócitos ao redor dos vasos,
mucinose dérmica e inflamação na junção dermoepidermal, a qual consiste em
linfócitos e macrófagos (MILLER; GRIFFIN; CAMPBELL, 2013; BUBNIAK, 2009;
PALUMBO et al., 2010; FERREIRA FILHO et al., 2014; MEDLEAU e HNILICA,
2003).
A imunofluorescência ou imunohistoquímica podem ser úteis, porém, os
resultados devem ser analisados juntamente com o histórico do animal e achados
clínicos, pois é alta a ocorrência de falso positivo e falso negativo. Nestes exames é
encontrado deposição de imunoglobulinas na membrana basal (BUBNIAK, 2009;
MEDLEAU e HNILICA, 2003).
3.3.6 TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
O tratamento do LED é constituído por fármacos imunossupressores, os quais
deprimem o sistema imunológico, inibindo sua ação exacerbada. Também é possível
o uso de imunomoduladores, que possuem mecanismo de ação muitas vezes,
desconhecido, mas com efeito benéfico na modulação das doenças cutâneas com
envolvimento imunológico. Para o tratamento do LED, são descritas várias opções
de tratamentos, tópicos e/ou sistêmicos, a escolha do médico veterinário será de
acordo com a gravidade do caso (MILLER; GRIFFIN; CAMPBELL, 2013; TIZARD,
2009).
O tratamento é composto por quatro fases: a fase de indução, fase de
transição, fase de manutenção e a fase de determinação da cura (MILLER;
GRIFFIN; CAMPBELL, 2013).
A fase de indução, tem o objetivo de remissão dos sinais clínicos com altas
doses de fármacos imunossupressores. Se a terapia para a indução não demonstrar
melhora, o tratamento deve ser alterado (MILLER; GRIFFIN; CAMPBELL, 2013).
Na fase de transição deve ocorrer a diminuição gradual da dose do fármaco,
para minimizar os efeitos colaterais (MILLER; GRIFFIN; CAMPBELL, 2013).
A fase de manutenção é estabelecida a partir do reconhecimento da mínima
dose necessária para evitar a recorrência dos sinais clínicos. Normalmente, os cães
40
que se encontram em terapia de manutenção, em um período de tempo de oito a 12
meses, devem ter o tratamento interrompido para julgamento, onde a não
recorrência dos sinais clínicos pode ocorrer (MILLER; GRIFFIN; CAMPBELL, 2013).
A cura pode ser alcançada no final da fase de transição ou após a fase de
manutenção (MILLER; GRIFFIN; CAMPBELL, 2013).
A terapia imunossupressora baseia-se no uso da prednisona ou prednisolona,
na dose de 2,2 mg/Kg, por via oral, SID, por 30 dias (MEDLEAU e HNILICA, 2003;
MILLER; GRIFFIN; CAMPBELL, 2013).
Tetraciclina, em conjunto ou separadamente da niacinamida, possui
resultados benéficos no tratamento. Os dois fármacos não possuem um mecanismo
de ação definido para a doença. A tetraciclina faz parte de um grupo de antibióticos,
mas também possui atividade anti-inflamatória e imunomoduladora. Niacinamida é
um aminoácido que possui propriedade para bloquear a indução de antígenos. A
melhora clínica com esta associação inicia-se após dois meses do início, e em 25 a
65% dos casos, há bons resultados apenas com esse tratamento. Essa terapia tem
sido utilizada para várias doenças com etiologia desconhecida, que possuem
envolvimento imunológico. A dosagem inicial para o tratamento dos cães é de 500
mg de tetraciclina e 500 mg de niacinamida, para cada 10 kg de peso, a cada oito
horas, por um período variado, que depende da análise individual de cada caso. Se
a resposta for favorável, é possível diminuir a frequência para cada 12 horas, e
após, a cada 24 horas (ROSSI et al., 2015).
Estudos mostram que a terapia, associada com vitamina E, na dosagem de
400 a 800 UI, SID, por via oral (MILLER; GRIFFIN; CAMPBELL, 2013), e ácidos
graxos essenciais, possui uma melhor resposta (ROSSI et al., 2015). Isso se deve a
sua ação imunomoduladora e antioxidante, auxiliando na regulação do sistema
imune (ZAINE et al., 2014).
Os efeitos colaterais da terapia sistêmica são raros, mas há relatos de
vômitos, diarreia, anorexia e letargia (ROSSI et al., 2015).
Uma opção de tratamento em longo prazo para controlar as lesões, em casos
brandos, é aplicar o glicocorticoide tópico e evitar exposição a luz solar. É
recomendado o uso de glicocorticoides tópicos potentes no início, para promover a
regressão da lesão, como betametasona e fluocinolona em DMSO, a cada 12 horas.
Após alcançar a regressão das lesões, pode ser realizado o ajuste de frequência do
41
glicocorticoide tópico, podendo também ser substituído por outro que possua menor
potência, como a hidrocortisona de 1 a 2%. É indicado também associar a terapia
tópica à sistêmica com prednisona, SID, via oral, na dose de 2,2 mg/kg, até que os
sinais clínicos cessem e, então, espaçar a medicação oral para a cada 48 horas, por
um mês. A terapia tópica é mantida exclusivamente a partir de então (RHODES,
2003).
Tacrolimus tópico a 0,1% é um imunomodulador que possui efeitos benéficos
no tratamento do lúpus eritematoso discoide. Foi relatado remissão dos sinais
clínicos
após dez dias do seu uso, associado à tetraciclina e niacinamida, e
ausência de exposição solar. Pode ser utilizado para terapia de manutenção, após a
remissão dos sinais clínicos (LEHNER; LINEK, 2013).
Além das medicações, um fator de extrema importância é que o paciente
acometido evite a radiação solar. Em alguns casos, apenas com a privação da luz
solar a doença já é controlada. Os protetores solares promovem benefício, se
utilizados corretamente, porém, o plano nasal torna inviável a permanência do
produto sem interferência do animal (RHODES, 2003; MILLER; GRIFFIN;
CAMPBELL, 2013).
Em casos onde a lesão está avançada e crônica, demonstrando que a
recuperação pode ser muito prolongada, é indicado o enxerto cutâneo, segundo
Miller, Griffin e Campbell (2013).
O prognóstico do LED é bom. Na maioria dos casos é possível controlar a
doença sem a utilização de imunossupressores potentes e em altas doses (MILLER;
GRIFFIN; CAMPBELL, 2013).
Cicatriz ou leucoderma são possíveis sequelas do quadro (MEDLEAU e
HNILICA, 2003). Também é descrito que as lesões podem tornar-se carcinoma
espinocelular, decorrente da inflamação crônica (SCOTT; MILLER JR; 2008).
42
4 RELATO DE CASO
O caso relatado neste trabalho se trata de um cão, fêmea, sem raça definida,
seis anos, não castrada, pesando 14 kg e 150 g, com escore corporal 3/5, atendida
no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná (HV-UFPR). O animal
apresentava despigmentação, perda do aspecto rugoso, eritema, descamação e
crostas em plano nasal, ponte nasal e narinas, com evolução de dois anos. A
paciente não apresentava prurido e a responsável relatou que o mesmo permanecia
em local com incidência solar. Havia um contactante assintomático.
Previamente, o tutor havia procurado outro serviço veterinário, no qual foi
realizado exame citopatológico, que revelou reação inflamatória neutrofílica. Na
ocasião foi prescrito pomada tópica com propriedades antibióticas, porém sem
resultado efetivo.
Ao exame físico, a temperatura corporal apresentava-se dentro dos padrões
de normalidade, assim como a frequência respiratória, frequência cardíaca, ritmo e
cinética do pulso, linfonodos, hidratação, coloração das mucosas e tempo de
preenchimento capilar. O plano e ponte nasal e narinas apresentavam eritema,
descamação, crostas, despigmentação e perda do aspecto rugoso (Figura 21 e 22).
Figura 21 - Despigmentação, eritema, descamação, perda do aspecto rugoso e crostas em
ponte e plano nasal de cão, fêmea, SRD, seis anos, com suspeita de LED.
43
Figura 22 - Despigmentação e eritema em narinas de cão, fêmea, SRD, seis anos, com
suspeita de LED, após a biópsia.
Foram realizados hemograma e exames bioquímicos para pesquisa de
creatinina, ureia, albumina e alanina aminotransferase (ALT) séricas, que
apresentaram-se dentro dos padrões esperados. Já a fosfatase alcalina (FA) e as
proteínas totais, se mostraram discretamente aumentadas. A cultura fúngica e
bacteriana, com antibiograma, a partir de um swab nasal, resultaram negativas para
qualquer crescimento de microrganismos.
Optou-se pela realização do exame histopatológico, que sugeriu o diagnóstico
de lúpus eritematoso discoide. Na avaliação microscópica observou-se acantose
difusa, discreta a moderada da epiderme; hiperqueratose paraqueratótica;
espongiose moderada a acentuada, em estrato basal ao granulomatoso; infiltrado
linfoplasmático moderado em derme superficial, estendendo-se à região perifolicular,
perianexal e com orientação perivascular; exocitose neutrofílica e linfocitária
multifocal; necrose discreta de queratinócitos. Havia também incontinência
pigmentar multifocal na derme e crostas focais na superfície epidérmica.
Diante do diagnóstico de LED, foi recomendado evitar a exposição solar entre
10 horas e 17 horas, todos os dias. A prescrição baseou-se em vitamina E 20 UI/Kg,
44
BID até novas recomendações e prednisona, na dose de 2 mg/kg, BID durante 20
dias.
Após os 20 dias de tratamento, houve retorno do paciente. A responsável
estava seguindo todas as orientações corretamente. Como as lesões se
encontravam menos eritematosas e crostosas (Figura 23 e 24), a dose da
prednisona foi reduzida para 1,5 mg/kg, BID, até novas recomendações. A vitamina
E foi mantida na mesma posologia.
Figura 23 - Cão, SRD, fêmea, seis anos, com diagnóstico de LED, apresentando lesão em
ponte nasal menos descamativa, após 20 dias de tratamento.
45
Figura 24 - Cão, SRD, fêmea, seis anos, com diagnóstico de LED, apresentando narinas
com lesão em resolução, menos eritematosa e descamativa. Após 20 dias de tratamento.
Após 20 dias do último retorno e 40 dias do início da terapia, a paciente
apresentava lesões ainda menos eritematosas e crostosas (Figura 25). Sendo
assim, a vitamina E foi mantida, assim como a indicação de evitar a exposição solar,
mas a prednisona teve sua dose diminuída para 1mg/kg, BID, até novas
recomendações.
46
Figura 25 - Cão, SRD, fêmea, seis anos, com diagnóstico de LED, 40 dias após o início da
terapia, apresentando lesões menos descamativas, eritematosas e crostosas.
A responsável retornou com o animal 55 dias após o início da terapia,
relatando piora das lesões, pois a paciente havia ficado exposta ao sol durante cinco
dias (Figura 26). Por esse fato, todos os medicamentos se mantiveram na mesma
dose e frequência, do último retorno realizado.
47
Figura 26 - Cão, SRD, fêmea, seis anos, com diagnóstico de LED, 55 dias após o início da
terapia, apresentando despigmentação, perda do aspecto rugoso e crostas em ponte e
plano nasal.
Não foi possível acompanhar outro retorno do paciente. Até a presente data, o
animal vem demonstrando resposta positiva ao tratamento.
48
5 DISCUSSÃO
O LED é uma dermatite autoimune incomum, que acomete cães de 8 meses a
14 anos (MILLER; GRIFFIN; CAMPBELL, 2013), como foi visto no relato. Em
nenhuma literatura foi descrito o LED em cães sem raça definida, como
predispostos.
Sua etiologia é incerta, mas a literatura relata que existem três fatores
plausíveis para que a doença ocorra, como a genética do animal, fator hormonal e
ambiental (MILLER; GRIFFIN; CAMPBELL, 2013). No relato de caso apresentado
não é possível discernir sobre a predisposição familiar do paciente, pois esta não era
conhecida. A paciente não era castrada, fato relevante para o estudo descrito por
Miller, Griffin e Campbell (2013) que demonstrou valores altos de incidência da
doença para pacientes que sofriam exposição aos hormônios femininos. A paciente
sofria exposição solar diariamente, o que é um fator descrito na literatura como
possível hipótese de sua etiologia, uma vez que a radiação solar lesa as células da
epiderme, provocando ataque imunológico exacerbado que levam as lesões
dermatológicas.
O quadro clínico iniciou com despigmentação, explicada pela lesão aos
melanócitos, já que estão localizados na membrana basal da epiderme, camada
celular acometida no LED. Descamação e perda da arquitetura rugosa do plano
nasal, também foram observados, e são explicados pela atrofia cutânea que se
segue à lesão na membrana basal, a qual origina as demais camadas da epiderme.
E por fim, o eritema decorrente do processo inflamatório que ocorre no local. Os
sinais clínicos apresentados são compatíveis com LED, como descrito por Miller,
Griffin e Campbell (2013).
O discreto aumento do perfil bioquímico da fosfatase alcalina e proteínas
totais séricas, não possuem correlação com o quadro de LED, segundo Gorman
(1997). E, neste caso, foi inespecífico, não sendo possível correlacioná-las com
qualquer outra alteração sistêmica.
O exame histopatológico sugeriu LED a partir de achados microscópicos
como depósitos de imunoglobulinas na membrana basal, dermatite hidrópica/
liquenoide
focal
de
células
epidérmicas
basais,
incontinência
pigmentar,
queratinócitos apoptóticos e inflamação na junção dermoepidermal, os quais são
compatíveis com LED, segundo Bubniak (2009).
49
O tratamento instituído a esse paciente foi um glicocorticoide, em dose
imunossupressora, com o objetivo de inibir a resposta exacerbada do sistema
imunológico, e assim, os sinais clínicos. A vitamina E, também prescrita, é benéfica
em doenças com envolvimento imunológico, por sua ação imunomoduladora e
antioxidante, segundo Zaine et al. (2014). Evitar a radiação solar e a incidência dos
raios UVA e UVB, é fundamental no tratamento, pois os mesmos danificam as
células basais, desencadeando ou colaborando para a progressão da doença. O cão
relatado demonstrou resultado positivo com a adoção deste protocolo terapêutico.
Miller, Griffin e Campbell (2013) indicaram o tratamento citado acima, e
enfatizaram o resultado positivo, a longo prazo, da associação de tetraciclina e
niacinamida. Lehner e Linek (2013) também indicaram o uso tópico do tacrolimus a
0,1%, que é um imunomodulador tópico, podendo ser utilizado como terapia de
manutenção, após controle dos sintomas.
50
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O lúpus eritematoso discoide é uma afecção de caráter benigno, limitada ao
tecido cutâneo, considerada incomum e que acomete animais de todas as idades.
Possui um tratamento efetivo, se realizado corretamente.
O animal do relato descrito apresentou melhora com o tratamento instituído.
Embora seja uma doença autoimune, e sem cura, o seu controle pode ser alcançado
facilmente.
É possível que a falta de diagnóstico conclusivo contribua para a menção de
que o LED seja uma dermatite rara. Desta forma, torna-se importante o
conhecimento desta enfermidade, para que seja considerada como um diagnóstico
diferencial quando houver sinais clínicos compatíveis.
51
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Veterinary Medical Science, Tokyo, v. 70, n. 6, p. 633-635, 2008.
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