www.arquivosonline.com.br Sociedade Brasileira de Cardiologia • ISSN-0066-782X • Volume 105, Nº 4, Suplemento 2, Outubro 2015 Resumo das Comunicações XXXV CONGRESSO NORTE‑NORDESTE DE CARDIOLOGIA VII CONGRESSO PIAUENSE DE CARDIOLOGIA Teresina - Piauí www.arquivosonline.com.br Diretora Científica Maria da Consolação V. Moreira Editor-Chefe Luiz Felipe P. Moreira REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA - Publicada desde 1948 Cardiologia Cirúrgica Paulo Roberto B. Evora Cardiologia Intervencionista Pedro A. Lemos Métodos Diagnósticos Não-Invasivos Carlos E. Rochitte Hipertensão Arterial Paulo Cesar B. V. Jardim Editores Associados Cardiologia Pediátrica/ Congênitas Antonio Augusto Lopes Pesquisa Básica ou Experimental Leonardo A. M. Zornoff Cardiologia Clínica José Augusto Barreto-Filho Arritmias/Marcapasso Mauricio Scanavacca Epidemiologia/Estatística Lucia Campos Pellanda Ergometria, Exercício e Reabilitação Cardíaca Ricardo Stein Primeiro Editor (1948-1953) † Jairo Ramos Conselho Editorial Brasil Aguinaldo Figueiredo de Freitas Junior (GO) Alfredo José Mansur (SP) Aloir Queiroz de Araújo Sobrinho (ES) Amanda G. M. R. Sousa (SP) Ana Clara Tude Rodrigues (SP) André Labrunie (PR) Andrei Sposito (SP) Angelo A. V. de Paola (SP) Antonio Augusto Barbosa Lopes (SP) Antonio Carlos C. Carvalho (SP) Antônio Carlos Palandri Chagas (SP) Antonio Carlos Pereira Barretto (SP) Antonio Cláudio L. Nóbrega (RJ) Antonio de Padua Mansur (SP) Ari Timerman (SP) Armênio Costa Guimarães (BA) Ayrton Pires Brandão (RJ) Beatriz Matsubara (SP) Brivaldo Markman Filho (PE) Bruno Caramelli (SP) Carisi A. Polanczyk (RS) Carlos Eduardo Rochitte (SP) Carlos Eduardo Suaide Silva (SP) Carlos Vicente Serrano Júnior (SP) Celso Amodeo (SP) Charles Mady (SP) Claudio Gil Soares de Araujo (RJ) Cláudio Tinoco Mesquita (RJ) Cleonice Carvalho C. Mota (MG) Clerio Francisco de Azevedo Filho (RJ) Dalton Bertolim Précoma (PR) Dário C. Sobral Filho (PE) Décio Mion Junior (SP) Denilson Campos de Albuquerque (RJ) Djair Brindeiro Filho (PE) Domingo M. Braile (SP) Edmar Atik (SP) Emilio Hideyuki Moriguchi (RS) Enio Buffolo (SP) Eulógio E. Martinez Filho (SP) Evandro Tinoco Mesquita (RJ) Expedito E. Ribeiro da Silva (SP) Fábio Vilas-Boas (BA) Fernando Bacal (SP) Flávio D. Fuchs (RS) Francisco Antonio Helfenstein Fonseca (SP) Gilson Soares Feitosa (BA) Glaucia Maria M. de Oliveira (RJ) Hans Fernando R. Dohmann (RJ) Humberto Villacorta Junior (RJ) Ínes Lessa (BA) Iran Castro (RS) Jarbas Jakson Dinkhuysen (SP) João Pimenta (SP) Jorge Ilha Guimarães (RS) José Antonio Franchini Ramires (SP) José Augusto Soares Barreto Filho (SE) José Carlos Nicolau (SP) José Lázaro de Andrade (SP) José Péricles Esteves (BA) Leonardo A. M. Zornoff (SP) Leopoldo Soares Piegas (SP) Lucia Campos Pellanda (RS) Luís Eduardo Rohde (RS) Luís Cláudio Lemos Correia (BA) Luiz A. Machado César (SP) Luiz Alberto Piva e Mattos (SP) Marcia Melo Barbosa (MG) Maria da Consolação V. Moreira (MG) Mario S. S. de Azeredo Coutinho (SC) Maurício I. Scanavacca (SP) Max Grinberg (SP) Michel Batlouni (SP) Murilo Foppa (RS) Nadine O. Clausell (RS) Orlando Campos Filho (SP) Otávio Rizzi Coelho (SP) Otoni Moreira Gomes (MG) Paulo Andrade Lotufo (SP) Paulo Cesar B. V. Jardim (GO) Paulo J. F. Tucci (SP) Paulo R. A. Caramori (RS) Paulo Roberto B. Évora (SP) Paulo Roberto S. Brofman (PR) Pedro A. Lemos (SP) Protásio Lemos da Luz (SP) Reinaldo B. Bestetti (SP) Renato A. K. Kalil (RS) Ricardo Stein (RS) Salvador Rassi (GO) Sandra da Silva Mattos (PE) Sandra Fuchs (RS) Sergio Timerman (SP) Silvio Henrique Barberato (PR) Tales de Carvalho (SC) Vera D. Aiello (SP) Walter José Gomes (SP) Weimar K. S. B. de Souza (GO) William Azem Chalela (SP) Wilson Mathias Junior (SP) Exterior Adelino F. Leite-Moreira (Portugal) Alan Maisel (Estados Unidos) Aldo P. Maggioni (Itália) Cândida Fonseca (Portugal) Fausto Pinto (Portugal) Hugo Grancelli (Argentina) James de Lemos (Estados Unidos) João A. Lima (Estados Unidos) John G. F. Cleland (Inglaterra) Maria Pilar Tornos (Espanha) Pedro Brugada (Bélgica) Peter A. McCullough (Estados Unidos) Peter Libby (Estados Unidos) Piero Anversa (Itália) Sociedade Brasileira de Cardiologia Presidente Angelo Amato V. de Paola Diretora de Pesquisa Fernanda Marciano Consolim Colombo Vice-Presidente Sergio Tavares Montenegro Editor-Chefe dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia Luiz Felipe P. Moreira Presidente-Eleito Marcus Vinícius Bolívar Malachias Diretor Financeiro Jacob Atié Assessoria Especial da Presidência Fábio Sândoli de Brito Governador - ACC Brazil Chapter Antonio Carlos de Camargo Carvalho Diretora Científica Maria da Consolação V. Moreira Coordenadorias Adjuntas Diretor Administrativo Emilio Cesar Zilli Editoria do Jornal SBC Nabil Ghorayeb e Fernando Antonio Lucchese Diretor de Qualidade Assistencial Pedro Ferreira de Albuquerque Diretor de Comunicação Maurício Batista Nunes Diretor de Tecnologia da Informação José Carlos Moura Jorge Diretor de Relações Governamentais Luiz César Nazário Scala Diretor de Relações com Estaduais e Regionais Abrahão Afiune Neto Diretor de Promoção de Saúde Cardiovascular – SBC/Funcor Carlos Costa Magalhães Diretor de Departamentos Especializados Jorge Eduardo Assef Coordenadoria de Educação Continuada Estêvão Lanna Figueiredo Coordenadoria de Normatizações e Diretrizes Luiz Carlos Bodanese Coordenadoria de Integração Governamental Edna Maria Marques de Oliveira Coordenadoria de Integração Regional José Luis Aziz SBC/DF - Wagner Pires de Oliveira Junior SBC/ES - Marcio Augusto Silva SBC/GO - Thiago de Souza Veiga Jardim SBC/MA - Nilton Santana de Oliveira SBC/MG - Odilon Gariglio Alvarenga de Freitas SBC/MS - Mércule Pedro Paulista Cavalcante SBC/MT - Julio César de Oliveira SBC/NNE - Jose Itamar Abreu Costa SBC/PA - Luiz Alberto Rolla Maneschy SBC/PB - Helman Campos Martins SBC/PE - Catarina Vasconcelos Cavalcanti SBC/PI - João Francisco de Sousa SBC/PR - Osni Moreira Filho SBC/RJ - Olga Ferreira de Souza SBC/RN - Rui Alberto de Faria Filho Presidentes das Soc. Estaduais e Regionais SBC/RO - João Roberto Gemelli SBC/AL - Carlos Alberto Ramos Macias SBC/RS - Carisi Anne Polanczyk SBC/AM - Simão Gonçalves Maduro SBC/SC - Marcos Venício Garcia Joaquim SBC/BA - Mario de Seixas Rocha SBC/SE - Fabio Serra Silveira SBC/CE - Ana Lucia de Sá Leitão Ramos SBC/SP - Francisco Antonio Helfenstein Fonseca SBC/CO - Frederico Somaio Neto SBC/TO - Hueverson Junqueira Neves Presidentes dos Departamentos Especializados e Grupos de Estudos SBC/DA - José Rocha Faria Neto SBCCV - Marcelo Matos Cascudo GECHOSP - Evandro Tinoco Mesquita SBC/DECAGE - Josmar de Castro Alves SBHCI - Hélio Roque Figueira GECO - Roberto Kalil Filho SBC/DCC - José Carlos Nicolau SBC/DEIC - Dirceu Rodrigues Almeida SBC/DCM - Maria Alayde Mendonça da Silva GERTC - Clerio Francisco de Azevedo Filho SBC/DCC/CP - Isabel Cristina Britto Guimarães GAPO - Danielle Menosi Gualandro SBC/DIC - Arnaldo Rabischoffsky GEECG - Joel Alves Pinho Filho SBC/DERC - Nabil Ghorayeb GEECABE - Mario Sergio S. de Azeredo Coutinho SBC/DFCVR - Ricardo Adala Benfatti GECETI - Gilson Soares Feitosa Filho SBC/DHA - Luiz Aparecido Bortolotto GEMCA - Álvaro Avezum Junior GEMIC - Félix José Alvarez Ramires SOBRAC - Luiz Pereira de Magalhães GECC - Mauricio Wajngarten GEICPED - Estela Azeka GECIP - Gisela Martina Bohns Meyer GECESP - Ricardo Stein GECN - Ronaldo de Souza Leão Lima GERCPM - Artur Haddad Herdy GETAC - João David de Souza Neto Arquivos Brasileiros de Cardiologia Volume 105, Nº 4, Suplemento 2, Outubro 2015 Indexação: ISI (Thomson Scientific), Cumulated Index Medicus (NLM), SCOPUS, MEDLINE, EMBASE, LILACS, SciELO, PubMed Av. Marechal Câmara, 160 - 3º andar - Sala 330 20020-907 • Centro • Rio de Janeiro, RJ • Brasil Tel.: (21) 3478-2700 E-mail: [email protected] www.arquivosonline.com.br SciELO: www.scielo.br Departamento Comercial Telefone: (11) 3411-5500 e-mail: [email protected] Produção Gráfica e Diagramação SBC - Tecnologia da Informação e Comunicação Núcleo Interno de Design Produção Editorial SBC - Tecnologia da Informação e Comunicação Núcleo Interno de Publicações Os anúncios veiculados nesta edição são de exclusiva responsabilidade dos anunciantes, assim como os conceitos emitidos em artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores, não refletindo necessariamente a opinião da SBC. Material de distribuição exclusiva à classe médica. 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Resumo das Comunicações XXXV CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE CARDIOLOGIA VII CONGRESSO PIAUENSE DE CARDIOLOGIA TERESINA - PIAUÍ Mensagem do Presidente do Congresso Norte-Nordeste de Cardiologia / Congresso Piauiense de Cardiologia 2015 Caros amigos e colegas, É com enorme satisfação que compartilhamos os resumos dos trabalhos aceitos para apresentação no XXXV Congresso Norte-Nordeste de Cardiologia / VII Congresso Piauiense de Cardiologia. Este é um importante evento da cardiologia brasileira tendo abrangência regional NorteNordeste, com foco no cardiologista clínico e na aplicação prática dos conhecimentos científicos mais atuais explorando ao máximo a expertise dos palestrantes, com muita integração e permuta de experiência entre todos. O evento é realizado com a participação dos maiores especialistas em cardiologia da região Norte-Nordeste, contando com alguns palestrantes de outras regiões de renomada reputação. A Sociedade Norte-Nordeste de Cardiologia vive um momento de fortalecimento sendo destaque a revista da Sociedade Norte-Nordeste de Cardiologia (RNNC) que obteve recentemente o número de ISSN 2446-838X, dando mais um passo para o crescimento na qualidade dessa ferramenta de publicação científica. A cidade de Teresina se orgulha em sediar evento de tal magnitude oferecendo o que tem de melhor do calor humano da nossa gente hospitaleira. Abraço a todos! Carlos Eduardo Batista de Lima Presidente do XXXV Congresso Norte-Nordeste de Cardiologia / VII Congresso Piauiense de Cardiologia Diretor Científico da Sociedade Brasileira de Cardiologia – regional Norte-Nordeste (gestão 2014-2015) TEMAS LIVRES - 05/09/2015 APRESENTAÇÃO ORAL 41660 41686 Implementação de Rede Integrada via Telemedicina para atendimento do IAM com Supra-ST é associada a aumento de sobrevida: Resultados do RESISST Prevalência de anormalidades eletrocardiográficas em pacientes com insuficiência cardíaca chagásica em comparação com etiologia não-chagásica NIVALDO MENEZES FILGUEIRAS FILHO, DAVI JORGE FONTOURA SOLLA, ADILSON MACHADO GOMES JUNIOR, DIEGO SANT ANA SODRE, GEIBEL REIS, LEONARDO DE SOUZA BARBOSA, MARINA BISPO SANTIAGO LIMA, ODDONE BRAGHIROLI, IVAN MATTOS DE PAIVA FILHO, GILSON SOARES FEITOSA FILHO E RENATO D. LOPES LUCAS R P J ALENCAR, RAIZA M FERRAZ, ADRIANO A M MAGALHAES, ISABELA P M A SOUZA, MARCUS V S ANDRADE, LUIZ E F RITT, JOEL A P FILHO E GILSON SOARES FEITOSA FILHO Hospital Santa Izabel - Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, BRASIL SAMU-Salvador, Salvador, BA, BRASIL - Unifesp-EPM, São Paulo, SP, BRASIL. Introdução: A implementação de rede integrada via telemedicina em países em desenvolvimento é factível e pode modificar gradativamente a sobrevida de doenças de alta mortalidade. Objetivo: Descrever a tendência temporal da mortalidade de 30 dias de pacientes do SUS em Salvador/BA vítimas de IAM com supra-ST envolvendo uso de Rede Integrada via Telemedicina. Métodos: De Janeiro 2011 a Agosto 2013, 520 vítimas de IAM com supra-ST receberam primeiros cuidados pelo SUS em 23 unidades públicas (7 hospitais gerais e 16 UPAs) de Salvador/BA, com opção de transferência para um dos dois Centros de Referência em Cardiologia (CRC), quando vaga estivesse disponível. Estes pacientes eram identificados através de rede regionalizada integrada de IAM com supra-ST, com suporte de telemedicina e SAMU. Resultados: A média de idade foi de 62,0±12,2 anos, sendo 55,6% do sexo masculino. A mortalidade geral foi de 15,0%. Analisamos as diferenças de mortalidade ao longo de 5 semestres, desde o 1o semestre de 2011 (1/2011) ao 1o semestre de 2013 (1/2013). Não existiu diferença significativa nas medianas dos tempos dor-admissão (180 min; IIQ=66-430min) e porta-ECG (159min; IIQ=66-430), nem no GRACE médio (145±34) ao longo do tempo. Algumas medicações foram mais prescritas nas primeiras 24h, como dupla antiagregação plaquetária (1/2011:61,8%; 1/2013:93,6%; p<0,001) e estatina (1/2011:60,4%; 1/2013:79,7%; p<0,001). As taxas de reperfusão primária também aumentaram (1/2011:29,1%; 1/2013:53,8%; p<0,001) e mais pacientes foram transferidos para CRC (1/2011:44,7%; 1/2013:76,3%; p=0,001). A mortalidade geral em 30 dias reduziu de 20,4% em 01/2011 para 7,5% em 1/2013 (p<0,001). Conclusão: A implementação de uma rede integrada via telemedicina para atendimento ao IAM com supra-ST reduziu a mortalidade de 30 dias. Nossos achados demonstram ser este um recurso importante para melhorar o atendimento ao IAM com supra-ST em países em desenvolvimento. Hospital Santa Izabel - Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, BRASIL Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL. Introdução: A doença de Chagas é uma importante etiologia de insuficiência cardíaca sistólica em nosso meio. Alterações eletrocardiográficas eventualmente podem ser úteis em sugerir determinadas etiologias. Objetivo: Comparar as prevalências das anormalidades eletrocardiográficas em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) sistólica de etiologia chagásica e não-chagásica em um hospital de referência em cardiologia em Salvador, Bahia. Metodologia: Foram incluídos pacientes com IC e fração de ejeção (FE) <45%, divididos em 2 grupos conforme etiologia: Chagas e não-Chagas. Alterações eletrocardiográficas foram sistematicamente investigadas por dois avaliadores cegos para o diagnóstico etiológico. Resultados: Foram incluídos 107 pacientes, 47 com IC chagásica (43,9%), ambos com frequência aproximada de 57% de homens. No grupo Chagas, a mediana de idade foi 63 anos (intervalo interquartil (IIQ) = 55,5-69,5 anos) e de FE 37,5% (IIQ = 30,5-42%). No grupo nãoChagas, a mediana de idade foi 60 anos (IIQ = 49-67,5 anos), e a de FE 33,5% (IIQ = 24-40%). Não existiram diferenças significativas quanto às avaliações de duração ou amplitude de P e PR (quando ritmo sinusal). Existiram diferenças significativas quanto à duração de QRS, amplitude de QRS, Sokolow-Lyon, Cornell e tempo de ativação ventricular (vide tabela). As seguintes variáveis categóricas foram significativamente mais frequentes nos Chagásicos: Fibrilação atrial, BRD completo e BDAS. Análise de QRS: Chagas X Não-Chagas Chagas Não-Chagas p Duração QRS (mseg) Amplitude QRS (mm) Sokolow-Lion (mm) Cornell (mm) 15(8,5-20) TAV (mseg) 60(20-80) 140(120-160)100(80-120) <0,001 18(13-24) 28(20-32) <0,001 11(7-16,5) 23(16-34) <0,001 25,5(10-29) 0,032 40(20-40) 0,032 Conclusão: Existe distinção de achados eletrocardiográficos entre pacientes com IC sistólica chagásica em comparação com não-chagásicos, particularmente na análise do QRS e ritmo de fibrilação atrial. 41693 41791 O Escore GRACE subestima o risco de morte em pacientes com IAM com Supra-ST atendidos pelo SUS Uso do Aplicativo WhatsApp® como Ferramenta Complementar de Ensino de Eletrocardiografia NIVALDO MENEZES FILGUEIRAS FILHO, DAVI JORGE FONTOURA SOLLA, RICARDO ZANTIEFF, VITORIA MOTA OLIVEIRA LYRA, FELIPE COELHO ARGOLO, ADILSON MACHADO GOMES JUNIOR, DIEGO SANT ANA SODRE, GEIBEL REIS, IVAN MATTOS DE PAIVA FILHO, RENATO D. LOPES E GILSON SOARES FEITOSA FILHO. YURI FREIRE DE CARVALHO ESPIRITO SANTO, MONIQUE CARIBE BRASILEIRO MATTOS, RAIZA MARTINA ANDRE CARNEIRO MARTINS, THIAGO CARVALHO PEREIRA E GILSON SOARES FEITOSA FILHO Hospital Santa Izabel - Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, BRASIL SAMU-Salvador, Salvador, BA, BRASIL - Unifesp-EPM, São Paulo, SP, BRASIL. Introdução: O escore GRACE é internacionalmente aceito como o mais acurado para estimar risco em vítimas de Síndromes Coronárias Agudas. No entanto, ele pode não ter a mesma acurácia em diferentes condições de assistência. Objetivo: Avaliar a predição de morte intrahospitalar (IH) pelo escore GRACE em pacientes com IAM com Supra-ST atendidos pelo SUS em Salvador/BA quando transferidos(T) ou não transferidos(NT) para Centros de Referência em Cardiologia(CRC). Métodos: De Janeiro 2011 a Agosto 2013, todos os pacientes com IAM com supra-ST atendidos em 23 unidades públicas não-especializadas (7 hospitais gerais e 16 UPAs) foram incluídos em registro (RESISST). Sempre que possível, estes pacientes eram transferidos para 2 Centros de Referência em Cardiologia (TCRC=transferidos e NTCRC=não-transferidos). A capacidade discriminatória e a calibração do escore foram analisados pela curva ROC e teste de Hosmer-Lemeshow (H-L). A frequência de morte observada foi comparada à probabilidade de morte esperada conforme escore GRACE original. Resultados: Os 520 pacientes com IAM com supra-ST incluídos tinham um GRACE mediano de 146 (IIQ: 125-170). O escore GRACE mostrou bom poder discriminatório (AUROC=0.726) e boa calibração (H-L=0.226). As probabilidades de óbito do GRACE original não diferiram signitivamente dos TCRC, mas diferiram muito dos NTCRC (teste z; p<0,001). O valor de corte, em nosso registro, que estima uma mortalidade IH <2% foi de 116 entre os TCRC e inexistente entre os NTCRC. Para probabilidade de óbito IH >5%, o valor de corte foi de 151 entre os TCRC e de 89 entre os NTCRC. Comparação: GRACE original, TCRC e NTCRC Escore <125 >155 GRACE Original <2% (Baixo Risco) >5% (Alto Risco) Transferidos (TCRC) <2,4% >5,6% Não-Transferidos (NTCRC) <13,6% >27,3% Conclusão: Os valores de corte originais do escore GRACE não predizem adequadamente a mortalidade IH dos pacientes que se mantiveram em unidades não especializadas. Como o escore GRACE mostrou boa capacidade discriminatória e calibração, podemos inferir que pode ser usado em nosso meio, mas com diferentes estimativas. Hospital Santa Izabel - Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, BRASIL Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Salvador, BA, BRASIL. Objetivo: Avaliar a utilidade do aplicativo WhatsApp® como ferramenta complementar de ensino de ECG entre alunos de medicina. Métodos: Ensaio clínico controlado, intention-to-treat. Voluntários do 2o e 3o semestres assistiram aula durante 2 horas sobre ECG. Temas: Ritmos, FC, Sobr atriais, BAVs, Eixos, Q patol, BRE/BRD/BDAS, Sobr Ventr, Alt de ST e de T. Prova aberta com 10 traçados, cobrindo os 10 assuntos, foi aplicada aos estudantes em 3 momentos: imediatamente antes da aula (Prova Pré-Aula), imediatamente após a aula (Prova Pós-Aula) e um mês após a aula (Prova 1mês). Os alunos do 2sem foram incluídos em um grupo do WhatsApp® logo após Prova Pós-Aula, onde 4 pesquisadores que não participaram da correção discutiam 1ou2 ECGs/dia meio deste aplicativo. Os alunos não foram randomizados porque haveria grande probabilidade de trocarem experiências dentro de uma mesma turma de convívio diário.Cálculo de tamanho amostral: Para diferença de 1 ponto da nota entre dois grupos, desvio-padrão estimado em 1,0; com poder de 80% e p=0,05, são necessários 12 alunos em cada grupo. Resultados: 24 alunos (13 do 2osem e 11 do 3osem) participaram. Ambos os semestres incrementaram suas notas na Prova Pós-Aula, sem diferença significativa entre os semestres. Na Prova 1mês, a mediana das notas do 2osem, após um mês de treinamento via WhatsApp®, aumentou para 5,8, enquanto a do 3osem, sem esta exposição, reduziu para 2,5 com diferença significativa entre os 2 grupos (p=0,04;Mann-Whitney). 2o sem 3o sem Pré-aula 0(0-0) 0(0-1) Pós-aula 1 mês 4,0(2,5-5,0) Whatsapp 4,5(3,5-5,5) ---- Prova1mês 5,8(3,5-6,5) 2,5(1,0-4,0) Conclusão: O aplicativo WhatsApp® mostrou-se eficaz em melhorar o desempenho de estudantes de medicina na interpretação de ECG. Arq Bras Cardiol 2015: 105(4 supl.2)1-14 1 Resumos Temas Livres 41868 Pesquisa otimizada de mutações no gene SCN5A - canal de sódio. MARCOS AURELIO LIMA BARROS, CASSANDRA MIRTES ANDRADE REGO BARROS, HYGOR FERREIRA FERNANDES, AUGUSTO CÉSAR CARDOSO DOS SANTOS, INGRID CRISTINA REGO BARROS, ADRIEL REGO BARBOSA, FRANCE KEIKO NASCIMENTO YOSHIOKA E GIOVANNY REBOUCAS PINTO MARCOR - Máximo Atendimento e Recuperação Corporal , Parnaíba, , BRASIL UFPI - Universidade Federal do Piauí, Parnaíba, , BRASIL. Introdução: Mutações no gene SCN5A, que codifica a subunidade α do principal canal de Na+ cardíaco voltagem-dependente, estão fortemente associadas a algumas canalopatias cardíacas. Na síndrome de Brugada (SBr), por exemplo, essas mutações são detectadas em 15-30% do total de probandos, os quais representam 75% dos casos genótipo-positivo. Apresentamos conjunto de primers específicos para amplificação das regiões codificantes do SCN5A, por reação em cadeia da polimerase (PCR), em uma única temperatura de anelamento (Ta), visando agilizar sua análise molecular e reduzir os custos por análise. Métodos: Foram construídos 32 pares de primers, a partir da sequência genômica do SNC5A (GenBank, NG_008934.1) e com o auxílio do programa GeneRunner v.3.05, de modo a flanquear todos os seus 28 éxons codificantes (éxons 2-29) e suas fronteiras íntrons-éxons e éxons-íntrons. Os primers foram alinhados com o genoma humano, para análise de especificidade (Ensembl, BLAST), e aqueles com os melhores escores foram sintetizados (Eurofins MWG Operon, Germany). A qualidade do conjunto de primers foi testada por meio da análise mutacional do SCN5A de um paciente com padrão eletrocardiográfico tipo 1 para SBr, por PCR, seguida de sequenciamento bidirecional dos produtos da amplificação (Applied Biosystems, USA). Resultados: O conjunto de primers aqui apresentado possibilitou a amplificação das sequências codificantes de todos os transcritos atualmente conhecidos do SCN5A, com o inédito uso de uma única Ta na PCR, oferecendo maior confiabilidade à análise mutacional, além de diminuir o tempo de reação e custos por análise. No exemplo da aplicação de nosso conjunto de primers, não identificamos qualquer mutação causal no probando; porém, foram identificados 3 polimorfismos: 1 não-sinônimo no éxon 12 (H558R), 1 sinômino no éxon 28 (D1819D) e 1 na fronteira entre o íntron 9 e o éxon 10 (IVS9-3C>A). Todas estas variações apresentaram-se como alterações heterozigóticas. Conclusões: A metodologia de análise mutacional do SCN5A aqui descrita resultou no pedido de depósito da patente intitulada “Oligonucleotídeos iniciadores e conjunto de reagentes para amplificação de sequências alvo do gene SCN5A”, junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Além de suporte ao diagnóstico da SBr, o conjunto de primers proposto também auxilia no diagnóstico molecular de outras canalopatias cardíacas, bem como de demais patologias associadas ao SCN5A. 41896 Efeito do Mononitrato de Isossorbida no conforto do paciente submetido a cineangiocoronariografia por via radial direita MIGUEL JOSE DE AZEVEDO FILHO MedImagem, Teresina, PI, BRASIL - Hospital Santa Maria, Teresina, PI, BRASIL. Introdução: A artéria radial é cada dia mais escolhida para a realização de coronariografia, devido a sua praticidade e segurança, com redução de desfechos desfavoráveis nos mas diversos contextos clínicos. O espasmo da artéria radial é intercorrência que figura como incoveniente clínico importante tanto para o operador quanto para o paciente. Um dos recursos utilizados visando a redução da incidência do espasmo é a infusão intraarterial de soluções com vasodilatadores, entre eles, o mononitrato de isossorbida. Porém, não há comprovação inequívoca da eficácia desta droga para este fim. Método: Registro prospectivo de pacientes consecutivos, submetidos a coronariografia pelo acesso radial direito, com introdutores 5F pela primeira vez em suas vidas, no período determinado. Foram separados em dois grupos: o grupo I composto por pacientes que receberam mononitrato de isossorbida 10mg pela via lateral da bainha vascular e o grupo II composto por pacientes que receberam solução salina 0,9%. Registramos a intensidade da dor referida pelo paciente em escala analógica de 0 a 10 nos dois grupos e os comparamos. Resultados: Entre Janeiro de 2014 e Janeiro de 2015, 118 pacientes foram selecionados e divididos em dois grupos, cada um com 59 indivíduos. A queixa de dor, do ponto de vista do paciente, não se mostrou estatisticamente diferente entre aqueles que receberam nitrato e aqueles que receberam solução salina (3,0 +/¬ 0,5 vs. 3,5 +/¬ 0,5, p = 0,66). Conclusão: A utilização de 10mg de mononitrato de isossorbida não significou diminuição da dor referida pelo paciente submetido a coronariografia. 41936 Fatores que impactam a sobrevida em 30 dias de pacientes com IAM com supra-ST atendidos pelo SUS em Salvador/BA Influência do Tabagismo sobre a Frequência Cardíaca Máxima em pacientes submetidos ao teste ergométrico NIVALDO MENEZES FILGUEIRAS FILHO, DAVI JORGE FONTOURA SOLLA, LEONARDO DE SOUZA BARBOSA, MARINA BISPO SANTIAGO LIMA, ODDONE BRAGHIROLI, RICARDO ZANTIEFF, VITORIA MOTA OLIVEIRA LYRA, FELIPE COELHO ARGOLO, IVAN MATTOS DE PAIVA FILHO, GILSON SOARES FEITOSA FILHO E RENATO D. LOPES ITALO CORDEIRO MOREIRA, CECILIA BRENDA ROCHA CARNEIRO, MARIA JAIONARA DE MACEDO, DIEGO LEAL LANDIM CRUZ, TICIANE PONCIANO DE OLIVEIRA LIMA, VANESSA LACERDA ARAÚJO E HERBERT LIMA MENDES Hospital Santa Izabel - Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Salvador, BA, BRASIL SAMU-Salvador, Salvador, BA, BRASIL - UNIFESP-EPM, São Paulo, SP, BRASIL. Introdução: Poucos registros de IAM com supra-ST refletem a “vida real” do atendimento de países em desenvolvimento. Objetivo: Identificar fatores associados a mortalidade em 30 dias de pacientes com IAM com supra-ST atendidos pelo SUS em Salvador/BA. Métodos: De Jan 2011 a Ago 2013, 520 pacientes consecutivos receberam tratamento inicial para IAM com supra-ST em 23 unidades públicas não-especializadas (7 hospitais gerais e 16 UPAs), com possível transferência para um dos 2 Centros de Referência em Cardiologia (CRC) em Salvador/BA. Os pacientes foram identificados a partir de uma rede integrada regional através de Telemedicina. Foram aplicados modelos de regressão logística para identificar os fatores associados a mortalidade em 30 dias. Resultados: A média de idade foi de 62,0±12,2 anos, maioria homens (55,6%) e com comorbidades frequentes: HAS (76,1%), DM (36,5%) e IAM prévio (14,1%). Entre os admitidos <12 horas (n=317), 40,7% receberam reperfusão primária (angioplastia primária:61,7%). Média do GRACE foi 145±34. Mortalidade geral em 30 dias foi de 15,0% (7,7% para os transferidos para CRC e 26,0% para os não transferidos). Em modelo ajustado, AVC prévio (OR ajustado=2,41; 95%IC:1,14-5,09), tratamento médico otimizado (OR ajustado=0,43;95%IC=0,20-0,92) e transferência para CRC (OR ajustado=0,32;95%IC:0,16-0,64) associaram-se independentemente com mortalidade em 30 dias. Conclusão: Pacientes com IAM com supra-ST transferidos para centros de referência em cardiologia e os que receberam tratamento otimizado tiveram maior sobrevida em 30 dias. 2 41883 Arq Bras Cardiol 2015: 105(4 supl.2)1-14 Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte, Juazeiro do Norte, CE, BRASIL - Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina, PI, BRASIL - Hospital Maternidade São Vicente de Paulo, Barbalha, CE, BRASIL. Introdução: O tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo, possuindo relação direta com as doenças cardiovasculares (DCV). O tabagismo pode levar a uma incompetência cronotrópica, retardando a aumento da frequência cardíaca durante o esforço, o que pode significar em uma maior mortalidade nessa população. A frequência cardíaca máxima (FCM) avaliada no Teste Ergométrico (TE) e útil na avaliação da resposta cardiovascular e prognóstica do paciente. Objetivo: Avaliar possíveis influências do tabagismo sobre a FCM no TE considerando os sexos. Método: 119 indivíduos de ambos os sexos, sendo 18 Fumantes (11 mulheres e 7 homens) e 101 Não Fumantes (58 mulheres e 43 homens) idades entre 14 e 79 anos (49,93+15,3) participaram deste estudo. Estes foram submetidos a teste ergométrico utilizando protocolo de Rampa para avaliação da FCM. Testes “t” de student para amostras independentes foram utilizados para avaliar possíveis diferenças na FCM entre os grupos (Fumantes e Não Fumantes) e sexos. Resultados: Não houve diferenças estatisticamente significativas nas médias da FCM entre homens e mulheres Fumantes (n(18) p=0,269), porém entre os não fumantes os homens obtiveram maior FCM (n(101) p=0,011). Na comparação entre os grupos, tanto mulheres (n(69) p=0,044) quanto homens (n(50) p=0,041) não fumantes apresentaram uma maior FCM em relação aos seus pares, os tabagistas. Conclusão: Embora nossa população estudada tenha um número de participantes divergente, a variável tabagismo modificou negativamente e significativamente o valor de FCM, corroborando com a hipótese de o tabagismo ser um importante fator de risco para DCV e prejudicial para o desempenho cardíaco. Porém, ainda são necessários outros estudos para fortalecer essa hipótese. Além disso, o condicionamento físico, o índice de massa corporal, o sexo e o uso de medicamentos têm influencia na FCM e podem ter influenciado parcilamente nos resultados encontrados. Palavras-chave: TESTE ERGOMÉTRICO, TABAGISO, DOENÇA CARDIOVASCULAR. TEMAS LIVRES - XX/XX/XXXX APRESENTAÇÃO POSTER 41031 Resumos Temas Livres 41555 Abordagem cirúrgica dos aneurismas de ventrículo esquerdo.- resultados hospitalares de 80 pacientes Serviços hospitalares em doenças cardiovasculares: gastos no primeiro semestre de 2014. ANTONIO DIB TAJRA FILHO, RODRIGO DIB DE PAULO TAJRA, RAFAEL DIB DE PAULO TAJRA, VANESSA GONCALVES COSTA, RICARDO FELIPE SILVA SOARES, BIANCA CORDEIRO NOJOSA DE FREITAS, FERNANDO JOSE AMORIM MARTINS E RAIMUNDO DE BARROS ARAÚJO JUNIOR ADRIANA T G DIOGO, CRISTIANE T C SILVA, CAMILO S D NASCIMETO E TANIA F D A COSTA HOSP SANTA MARIA , TERESINA , PI, BRASIL - CLINICA ENDOCARDIO , TERESINA , PI, BRASIL. Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) constituem um grupo de doenças que representam importante causa de morte nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, alertando para um profundo impacto nas classes socioeconômicas menos favorecidas e na necessidade de intervenções eficazes, de baixo custo e caráter educativo – preventivo. Como fatores de risco podem ser citados genética, idade e sobretudo fatores ambientais. Como os dois primeiros são invariáveis, modificações de estilo de vida constituem medidas imprescindíveis para a redução dos números relacionados às DCV, destacando aqui a redução nos gastos em serviços hospitalares com essas patologias. Este resumo objetiva identificar os gastos com serviços hospitalares registrados pelo DATASUS no primeiro semestre de 2014. Método: Estudo quantitativo descritivo dos gastos com serviços hospitalares em doenças cardiovasculares no primeiro semestre de 2014. Os dados foram obtidos no DATASUS. A análise dos dados foi realizada por meio do programa Microsoft Office Excel® 2010 Starter. Para o estudo, utilizaram-se os dados referentes aos gastos com doenças cardiovasculares registrados no município de Belém no referido período. Resultados: A pesquisa revelou um gasto médio no município de Belém com as doenças cardiovasculares de R$ 1.755.077,27. Quanto às doenças com maior custo, tem-se um gasto de R$ 1.733.487,77com a insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio (R$ 1.716.273,58), Acidente vascular cerebral não especificado isquêmico ou hemorrágico (R$ 1.502.759,90) e outras doenças isquêmicas do coração (R$ 1.641.522,54). Assim, no primeiro semestre de 2014 houve um gasto médio de R$ 6.594.043,79 com as doenças referidas. Conclusão: As transformações que a sociedade em desenvolvimento vem enfrentando representam desafios para os gestores de saúde, caracterizando-se como um problema de saúde pública, visto que as DCV configuram importante causa de mortalidade no país. É relevante salientar que este grupo de doenças é passível de prevenção mediante alterações de estilo de vida, sobretudo nas idades mais jovens, minimizando significativamente os números de morbimortalidade e os gastos com serviços hospitalares. Introdução: Aneurisma de ventrículo (aneur de VE) esquerdo é complicação mecânica freqüente após infarto do miocárdio com altas morbi-mortalidade. Objetivo: Este pacientes(ptes) . relato visa demonstrar a evolução intra-hospitalar destes Material e Métodos: Durante o período de novembro/1999 a junho/2013 80 ptes foram submetidos a abordagem de aneur de VE; 54 ptes (67%) eram masculinos ; a idade média foi de 61 anos ; as indicações foram: angina 70 ptes (88%) e dispnéia 10 ptes (12%) ; a localização do aneurisma foi: Antero-apical -74 ptes (93 %), látero-posterior – 04 ptes (04%) , ínfero-posterior – 02 pte (3,0%) ; o RIVA foi revascularizado em 75 % ptes , a artéria diagonal em 17,5% , a artéria marginal em 33,7 % e a coron direita em 27,5 % ; 11 ptes ( 13,7%) receberam três enxertos , 25 ptes (31,2%) receberam dois enxertos , 37 ptes (46,2 %) receberam um enxerto e 07 ptes não foram revascularizados (8,7 %) . A técnica cirúrgica utilizada foi: aneurismorrafia: 02 ptes(2,5%) , endoaneurismoplastia circular com sutura do VE com pericárdio bovino : 13 ptes (16,2%) , endoaneurismoplastia do VE com sutura direta do VE : 48 ptes (60%), prótese semi-rígida de pericárdio : 01 pte (1,2%) ; apenas revascularização do miocárdio : 16 ptes (20 %) . Resultados : 11 ptes (13,8 %) faleceram : SBDC – 05 ptes (6,25%) , FV – 02 pte (2,5%), embolia periférica – 02 pte (2,5%) e AVC – 02 pte (2,5%) . Conclusão : A abordagem cirúrgica dos pacientes com aneurisma de VE apresenta baixa mortalidade , permite múltiplas táticas cirúrgicas , devendo ter como preferência seguir o conceito da reconstrução geometria do ventrículo esquerdo 41637 Universidade Federal do Pará, belém, PA, BRASIL. 41665 Endocardite infecciosa e cardite reumática grave em paciente portador de anemia falciforme: relato de caso Pausa de 11,9 segundos secundária a bloqueio atrioventricular de alto grau em criança de 10 anos CAMILA C ABREU, JULIANA V MAGALHAES, GILDENE A COSTA E ROBERTA O A L SOUSA FERNENDA PESSA VALENTE, LUZIENE ALENCAR BONATES DOS SANTOS, MARCELA FLAVIA TERRA CRUZ E TEREZA ARREAS DE ALENCAR PINHEIRO Hospital Infantil Lucídio Portela, Teresina, PI, BRASIL - Universidade Federal do Piauí, Teresina, PI, BRASIL. Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira-IMIP, Recife, PE, BRASIL. Introdução: Pacientes com anemia falciforme são susceptíveis a infecções devido a deficiências do sistema imune. Os principais microorganismos associados são as bactérias encapsuladas e os sítios são diversos. A associação concomitante com endocardite infecciosa e com febre reumática, no entanto, não é relatada na literatura. Descrição do caso: Masculino, em acompanhamento desde os 3 anos em serviço de Hematologia por anemia falciforme. Aos 13, compareceu ao ambulatório queixandose de dispneia. Solicitou-se ecocardiograma (ECO) que mostrou lesões sugestivas de vegetações em valva mitral e insuficiência mitral e aórtica moderada. Foi então admitido em hospital de bairro com febre, dispneia, astenia, tosse seca e dor torácica, com hipótese diagnóstica de endocardite bacteriana. Transferido ao nosso serviço, apresentava-se em regular estado geral, emagrecido, com ictus palpável em linha axilar anterior, sopro holossistólico 3+/4+ pancardíaco, sem frêmito ou irradiações, hepatomegalia discreta. Foi internado na enfermaria, com prescrição de Oxacilina, Penicilina Cristalina, Gentamicina e analgesia. Raio X de tórax evidenciou cardiomegalia. Evoluiu com piora do estado geral, febre, taquicardia, taqui/ortopneia, turgência jugular e dor torácica. Modificouse antibióticos, porém evoluiu com piora do padrão respiratório, sendo transferido para Unidade de Terapia Intensiva, onde permaneceu 8 dias. Novo ECO revelou insuficiência mitral severa por degeneração mixomatosa, acometendo o folheto posterior e sugerindo etiologia reumática, insuficiência aórtica discreta, com espessamento valvar, discreto espessamento pericárdico, sem derrame, fração de ejeção de ventrículo esquerdo de 51%, sem vegetações. Retornou para enfermaria no 27º dia de internação. Exames do dia: fator reumatóide negativo, ASLO 1/4 (800), VHS 120, PCR 1/8. ECO do 31º dia foi novamente sugestivo de cardite reumática grave, optando-se por pulsoterapia com metilprednisolona por 3 dias. Atualmente, em acompanhamento ambulatorial com Hematologista, Reumatologista e Cardiologista, em uso de penicilina benzatina 21/21 dias, furosemida, caverdilol, omeprazol, captopril, digoxina, espironolactona, prednisona e hidroxiureia. Conclusão: As alterações cardíacas apresentadas não foram consistentes com as associadas à doença falciforme. No futuro, uma melhor compreensão da susceptibilidade dos pacientes falcêmicos a infecções poderá elucidar a concomitância com outras morbidades. Introdução: Bradiarritmias, eventos raros em crianças, são definidas pela frequência cardíaca (FC) abaixo do limite normal para idade1. Condições extrínsecas ao sistema de condução são as principais causas: distúrbios eletrolíticos/ácido-básicos e hipoxemia2 e 3. As causas intrínsecas, incomuns em crianças sem cardiopatia estrutural, ocorre em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca com manipulação atrial ou associado a miocardiopatias3. Terapias específicas devem ser tomadas para as causas extrínsecas e, em relação as intrínsecas, deve-se analisar as indicações de implante de marcapasso (MP) cardíaco definitivo2 e 4. Descrição do caso: CLS, 10 anos, masculino, natural e procedente de Recife-PE. Aos 10 meses, apresentou gastroenterite aguda, com bradicardia (FC 40 bpm), sem repercussão hemodinâmica nem alterações eletrolíticas. Diagnosticado bradicardia sinusal com períodos de bloqueio atrioventricular (BAV) 2:1. Diante da estabilidade clínica, ausência de sintomas cardiovasculares e ecocardiografia transtorácica normal, foi encaminhado ao ambulatório. Aos 10 anos, é internado após 02 episódios de “desfalecimento” rápido, sem relação com esforço. Ao exame: estável, défict pôndero-estatural e Glasgow 15, RCR em 2T, BNF, sem sopros, FC 34 bpm. Eletrocardiograma: bradicardia sinusal, FC 34 bpm. Ecocardiograma: dilatação biventricular e da aorta discretas, refluxo leve da valva aórtica e função biventricular normal. Holter 24 horas (Figura 1 e 2): ritmo sinusal, FC 22 a 39 bpm (média 30 bpm); 16116 pausas > 2 segundos, a maior de 11,9 segundos, secundária a BAV de alto grau; ectopias supraventriculares ausentes; 173 batimentos de escape ventriculares. Realizado implante transvenoso de MP definitivo dupla câmara. Após 6 meses, menor encontra-se assintomático, ganho de peso adequado e MP normofuncionante. O ecocardiograma mostrou apenas dilatação leve do ventrículo direito. Conclusão: A indicação de MP cardíaco definitivo seguiu as diretrizes da American College of Cardiology, American Heart Association e Heart Rhythm Society, (Classe 1 e nível de evidência C) 4 e 5. Apesar da não definição etiológica, a evolução clínica do paciente variou desde a forma assintomática até a presença de sintomas de baixo débito cardíaco, registrando-se ao holter 24 horas, pausa significativa de 11,9 segundos, secundária a BAV de alto grau, forma de apresentação incomum na população pediátrica. Arq Bras Cardiol 2015: 105(4 supl.2)1-14 3 Resumos Temas Livres 41666 41697 Avaliação de pacientes Hígidos e Cardiopatas e sua relação com a Frequência Cardíaca Máxima durante Teste Ergométrico Cinco dias de pós-operatório são suficientes para cirurgia cardíaca em adultos? ITALO CORDEIRO MOREIRA, CECILIA BRENDA ROCHA CARNEIRO, MARIA JAIONARA DE MACEDO, DIEGO LEAL LANDIM CRUZ, FRANCISCO CAIO MILFONT QUENTAL, GABRIEL PEREIRA BERNARDO, BRUNO DA SILVA ALEXANDRE, PRISCILLA LUCENA DE FIGUEIREDO, VANESSA LACERDA ARAÚJO E HERBERT LIMA MENDES ANTONIO DIB TAJRA FILHO, RAYRA PUREZA TEIXEIRA BARBOSA, RODRIGO DIB DE PAULO TAJRA, RAFAEL DIB DE PAULO TAJRA, LUIZ OTAVIO DE GOES E PAULO SERGIO TAJRA CORTELLAZZI Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte, Juazeiro do Norte, CE, BRASIL - Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina, PI, BRASIL - Hospital Maternidade São Vicente de Paulo, Barbalha, CE, BRASIL. Introdução: O Teste Ergométrico (TE) é um exame utilizado para o diagnóstico de doenças cardiovasculares, possuindo valor prognóstico, além de servir para acompanhamento de resposta terapêutica, tolerância ao esforço e de alterações propiciadas pelo exercício como arritmias. A Frequência Cardíaca Máxima (FCM) é uma variável fisiológica que se altera durante o TE aumentando linearmente com o esforço e sugere condições patológicas. Assim, a dificuldade de ascensão da FCM pode indicar uma coronariopatia ou miocardiopatia, bem como a queda da frequência pode ter relação com doença isquêmica. Objetivo: Avaliar a FCM em pacientes hígidos e com provável cardiopatia considerando os sexos. Método: 119 indivíduos de ambos os sexos, sendo 23 Cardiopatas (14 mulheres e 9 homens) e 96 Hígidos (55 mulheres e 41 homens) idades entre 14 e 79 anos (49,93+15,3) participaram deste estudo. Estes foram submetidos a teste ergométrico sob protocolo de Rampa para avaliar a FCM. Testes “t” de student para amostras independentes foram utilizados para avaliar possíveis diferenças na FCM entre os grupos (Cardiopatas e Hígidos) e sexos. Resultados: Não houve diferenças estatisticamente significativas nas médias da FCM entre homens e mulheres Cardiopatas (n(23) p=0,196), porém entre os Hígidos os homens obtiveram maior FCM (n(96) p=0,013). Na comparação entre os grupos, tanto mulheres (n(69) p=0,003) quanto homens (n(50) p=0,016) Hígidos apresentaram uma maior FCM em relação aos seus pares, os cardiopatas. Conclusão: Embora nossa população estudada tenha um número de participantes divergente, os Cardiopatas apresentam menor FCM com valores estatisticamente significativos. Logo, o TE é essencial para que se faça uma prescrição adequada do exercício físico, respeitando a individualidade biológica de cada paciente, avaliando o custo benefício e as contra-indicações. Ademais, o estudo não trouxe como vertente definir a etiologia da cardiopatia encontrada. Palavras-chave: TESTE CARDIOPATIAS. ERGOMÉTRICO, FREQUÊNCIA CARDIACA Introdução : O período de internação hospitalar tem relação direta com custos e possibilidade de infecção,mas deve propiciar tempo suficiente para o paciente receber tratamento médico adequado . Objetivo : Este trabalho visa observar se 05 dias são suficientes para o pósoperatório de cirurgia cardíaca sem colocar em risco a recuperação do paciente . Métodos : Durante o período de setembro/2013 a abril/2015 153 pacientes adultos foram submetidos a cirurgia cardíaca , nos quais foi planejada internação de 03 dias de UTI e 02 dias de enfermaria ; as cirurgias realizadas foram : revascularização do miocárdio – 71(46%) , troca valvar – 46(30%), re-op valvar – 20 (13%) , correção de CIA – 16(10%) ; complicações intra-hospitalares : FA – 03 (2 %) , AVC - 01 (0,6%) , deiscência de esterno -01(0,6%) ; reinternação com reintervenção cirúrgica 01(0,6%) , reinternação por endocardite da prótese valvar – 01 (0,6%) ; complicações após alta hospitalar – mediastinite – 01 (0,6%) , ICC -02(1,2%), infecção de perna – 03 (0,9%), Resultados : 07 (4,5%) pacientes apresentaram complicações durante internação; 06 (3,9%) apresentaram complicações após alta hospitalar ; 03 (1,9%) faleceram no período hospitalar . 13 ( 8,4%) pacientes apresentaram causas que impediram de seguir internação planejada de 05 dias . Conclusão : Cinco dias de pós-operatório em cirurgia cardíaca em adultos são suficientes para 91,6% dos pacientes. MÁXIMA, 41825 41866 A importância do diagnóstico e tratamento precoce da dissecção aguda da aorta ascendente: relato de caso PERICARDITE TUBERCULOSA COM APRESENTAÇÃO CLÍNICA E LABORATORIAL ATÍPICA ILANNE SARAIVA DE ARÊA LEÃO COSTA, JOSE ITAMAR ABREU COSTA, PATRÍCIA LORENNA DE ARÊA LEÃO COSTA e LUIS GUSTAVO DE MIRANDA MARQUES LIRIANY MARTINS PORTELA, PAULO MÁRCIO SOUSA NUNES, CARLOS EDUARDO BATISTA DE LIMA E MAURICIO BATISTA PAES LANDIM ITACOR- INSTITUTO TECNOLOGICO DE AVALIACAO DO CORACAO, TERESINA, PI, BRASIL. INTRODUCAO: A AORTA E A PRINCIPAL ARTERIA DO ORGANISMO COMPOSTA POR TRES CAMADAS: INTIMA (MAIS INTERNA), MEDIA E ADVENTICIA (MAIS EXTERNA). A DISSECCAO DA AORTA PODE SER DIVIDIDA EM AGUDA (14 DIAS DE DURACAO) E CRONICA (MAIS DE 15 DIAS DE DURACAO) E CLASSIFICADA EM TIPO A (STANFORD) E TIPO I E II (DE BAKEY) QUANDO ACOMETE AORTA ASCENDENTE E TIPO B (STANFORD) E TIPO III (DE BAKEY) QUANDO ACOMETE AORTA DESCENDENTE. A DISSECCAO AORTICA AGUDA CONSISTE EM LACERACAO NA PAREDE INTERNA DA AORTA ENQUANTO O REVESTIMENTO EXTERNO PERMANECE INTACTO, OCORRENDO PASSAGEM DE SANGUE ATRAVES DA LACERACAO, COM SEPARACAO DA CAMADA MEDIA QUE FAZ COM QUE O SANGUE CIRCULE ENTRE AS CAMADAS DA PAREDE DA AORTA, FORCANDO-AS. A DISSECCAO DA AORTA E UMA EMERGENCIA MEDICA E PODE LEVAR A MORTE RAPIDAMENTE MESMO COM TRATAMENTO ADEQUADO. TEM GRANDE IMPORTANCIA CLINICA E DE ALTA MORTALIDADE COM TAXA DE SOBREVIVENCIA REDUZIDA A CADA HORA APOS INICIO DOS SINTOMAS. A SUSPEITA CLINICA ASSOCIADA AO EXAME FISICO DETALHADO E EXAMES DE IMAGEM DE FACIL REALIZACAO SAO FUNDAMENTAIS NO DIAGNOSTICO PRECOCE E NO TRATAMENTO CORRETO DESSA PATOLOGIA COM DIMINUICAO DE POSSIVEIS COMPLICACOES CASO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO E CIRURGICO NAO SEJA INSTITUIDO. RELATO E CASO: PACIENTE HIPERTENSO E EXTABAGISTA, ADMITIDO NO SETOR DE EMERGÊNCIA COM DOR TORÁCICA DE FORTE INTENSIDADE LACINANTE COM IRRADIAÇÃO PARA MANDÍBULA. BADICÁRDICO COM SUDORESE FRIA E DOR TORÁCICA INTENSA QUE NÃO MELHORA COM MORFINA. REALIZADO ATENDIMENTO INICIAL COM SUSPEITA INICIAL DE SÍNDROME CORONARIANA AGUDA ATÉ A MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL DIVERGENTE ENTRE O MEMBROS SUPERIORES E ECOCARDIOGRAFIA TRANSTORÁCICA EVIDENCIANDO FLAPPING DE DISSECÇÃO AÓRTICA NO ARCO AÓRTICO. TOMOGRAFIA REVELOU DISSECÇAO DE AORTA DESDE RAIZ AORTA PASSANDO PELO ARCO AÓRTICO ATÉ ILÍACAS. FOI SUBMETIDO A CIRURGIA DE CORREÇÃO DA DISSECÇÃO COM TUBO EM AORTA ASCENDENTE COM INÍCIO DA CIRURGIA APÓS 1HORA DE ADMISSÃO NO HOSPITAL. PROCEDIMENTO CIRURGICO COM SUCESSO E PACIENTE RETORNOU PARA SUAS ATIVIDADES LABORAIS.CONCLUSÃO: O DIAGNOSTICO RÁPIDO E TRATAMENTO PRECOCE DA DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA SE FAZ IMPORTANTE TENDO EM VISTA AS ALTAS TAXAS DE MORTALIDADE DESSA DOENÇA. CERCA DE 75% DOS INDIVIDUOS COM DISSECCAO AORTICA AGUDA NAO TRATADOS ADEQUADAMENTE MORREM NAS DUAS PRIMEIRAS SEMANAS ENQUANTO 60% DOS INDIVIDUOS TRATADOS SOBREVIVEM POR 5 ANOS E 40% SOBREVIVEM POR PELO MENOS 10 ANOS. TERAPIA MEDICAMENTOSA A LONGO PRAZO VISA MANTER CONTROLE DA PRESSAO ARTERIAL NA PAREDE DA AORTA. 4 Hospital São Paulo , Teresina , PI, BRASIL - Clinica Endocárdio , Teresina , PI, BRASIL. Arq Bras Cardiol 2015: 105(4 supl.2)1-14 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ, TERESINA, PI, BRASIL. INTRODUÇÃO: Pericardite é uma manifestação rara da tuberculose, correspondendo a 1-4% dos casos relatados. Em nosso meio, encontra-se como a principal causa de pericardite com duração maior que 6 semanas. O ecocardiograma é o exame mais presuntivo para diagnóstico de pericardite, porém a confirmação ocorre por achado do M. tuberculosis através da cultura do líquido ou biopsia pericárdica. RELATO: Paciente feminina, 34 anos, lavradora, procedente de Boqueirão do Piauí, iniciou há 6 meses um quadro de dor precordial, com irradiação para dorso que piorava à inspiração, associado dispneia, palpitações, febre diária e tosse. Ao exame físico, apresentava bulhas hipofonéticas, taquicardia e diminuição de murmúrio vesicular em base de hemitórax esquerdo. O eletrocardiograma demonstrou taquicardia sinusal, baixa voltagem do QRS com amplitude irregular. Na radiografia de tórax, observou-se área cardíaca aumentada e derrame pleural à esquerda. Ecocardiograma transtorácico e tomografia de tórax demonstravam pericárdio espessado com derrame pericárdico importante. Iniciado Ibuprofeno oral e realizada investigação de causas infecciosas, auto-imunes, metabólicas e neoplásicas, com resultados negativos. A pericardiocentese e a toracocentese diagnóstica foram inconclusivas e a cultura do líquido pericárdico para tuberculose foi negativa. Realizou-se uma toracoscopia com biopsia de pericárdio, que evidenciou derrame loculado com presença de granulações. O laudo histopatológico sugeriu pericardite tuberculosa. DISCUSSÃO: Tuberculose é uma doença prevalente em nosso meio, sendo responsável por 21,3% - 35,8% dos casos de pericardite. A mortalidade da pericardite tuberculosa não tratada é de aproximadamente 85%. A apresentação clínica da doença é variável, no entanto, pela frequência da tuberculose em nosso meio, essa etiologia foi aventada como principal hipótese. A análise do líquido pericárdico evidenciou dosagem de adenosina deaminase normal e cultura para BAAR negativa, o que tornou o diagnóstico menos provável. A biopsia pericárdica através de toracoscopia possibilitou a visualização de granulomas caseosos, o que reforçou a etiologia tuberculosa, confirmada pela histopatologia. CONCLUSÃO: Somente a alta suspeição clínica, reforçada pela epidemiologia da doença em nosso meio, possibilitou chegar-se ao diagnóstico, diante de exames laboratoriais iniciais negativos. Resumos Temas Livres 41873 Fibrilação atrial persistente secundária à tireotoxicose em jovem com níveis normais de anticorpos anti-receptores de TSH: apresentação incomum da doença de Graves EDUARDO SANTOS SILVEIRA JUNIOR, FRANKELINE GONÇALVES DE ARÊA LEÃO, ALCINO PEREIRA DE SÁ FILHO E CARLOS EDUARDO BATISTA DE LIMA HOSPITAL GETÚLIO VARGAS, TERESINA, PI, BRASIL - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ, TERESINA, PI, BRASIL. Introdução: Na tireotoxicose a ação direta dos hormônios tireoidianos sobre o miocárdio, aumentam a sensibilidade da fibra cardíaca e o número de receptores betaadrenérgicos predispondo ao desenvolvimento de hipertensão arterial e de arritmias cardíacas, incluindo taquicardia sinusal ou fibrilação atrial (FA). FA ocorre em cerca de 15% a 25% dos pacientes com hipertireoidismo, observando-se a reversão espontânea ao ritmo sinusal em 60% destes, após ter sido atingido o estado eutireoideo em até 3 semanas. Descrição do caso: J.G.S., masculino, 42 anos, pardo, casado, eletricista, natural e procedente de Campo Maior-PI, há 12 meses queixa-se de palpitação de início súbito, em repouso, com piora aos esforços e associado à dispneia com piora nos últimos dois meses. É etilista social e o pai hipertenso. Admitido em bom estado geral, afebril, eupneico, PA=150x90mmHg, tireóide aumentada de volume, de consistência fibroelástica, sem exoftalmia. Ausculta cardíaca com ritmo irregular, taquicárdico (FC=110bpm), sem sopros. Ausculta pulmonar, abdome e extremidades sem anormalidades. Apresenta hemograma, funções renal e hepática normais e função tireoidiana alterada com TSH suprimido (0,001uUI/mL) e T4 livre (T4L) aumentado (3,34 ng/dl). ECG evidenciou FA de elevada resposta ventricular e o ecocardiograma dilatação leve do átrio esquerdo (33 cm3/m2), função biventricular preservada, sem trombos. Foi medicado com metimazol 30mg/dia, enalapril 20 mg/dia e iniciado anticoagulação com warfarina. As dosagens de anticorpos evidenciaram: TRAb 1,43UI/L (ref<1,75), Anti TPO >1.000UI/ml (ref até 32), anti-tireoglobulina 136,3 (ref até 4,2). A ultrassonografia da tireóide não evidenciou nódulos ou linfonodomegalias, com volume 67,3 cm3. No 26º dia de tratamento, T4L ainda elevado (3,06ng/dl), associado à persistência da FA. A cintilografia da tireóide evidenciou índice de captação de iodo elevada (11,8%), confirmando o diagnóstico de doença de Graves, com indicação de radioiodoterapia para controle da doença. Conclusão: Descrevemos um caso de FA secundária à manifestação incomum da doença de Graves onde a dosagem normal do TRAb e ausência de exoftalmia praticamente afastaria o diagnóstico, que foi confirmado pela hipercaptação difusa na cintilografia. Período prolongado em tireotoxicose acarreta alteração na microarquitetura atrial, provocando e perpetuando a FA. Recomenda-se anticoagulação plena devido ao risco de tromboembolismo e conduta expectante até o estado eutireoideo. 41878 Cirurgia cardíaca minimamente invasiva: estado da arte JOCERLANO SANTOS DE SOUSA, FLÁVIO DUARTE CAMURÇA, SEBASTIAO NUNES MARTINS E PAULO REGO MEDEIROS Hospital São Marcos, Teresina, PI, BRASIL - Itacor, Teresina, PI, BRASIL. INTRODUÇÃO: A cirurgia cardiovascular está em franca expansão com técnicas cada vez menos invasivas que incluem mini-incisões, cirurgias videoassistidas e cirurgias por telemanipulação com o auxílio de robôs. Sempre com ênfase nos benefícios ao paciente, estas técnicas já realizadas em grande número de pacientes nos principais centros americanos e europeus têm resultados comparáveis à cirurgia convencional com as vantagens de menor trauma cirúrgico, menos dor pós-operatória e menor tempo de internação hospitalar, além do aspecto estético. OBJETIVOS: Apresentar os resultados pós-operatórios da cirurgia cardíaca minimamente invasiva. MÉTODOS: Trinta e quatro pacientes foram operados consecutivamente por miniincisão (miniesternotomia ou minitoracotomia com vídeo) entre os anos de 2012 e 2015. Quinze foram submetidos à substituição de válvula aórtica (11 por insuficiência e 4 por estenose), 11 foram operados por comunicação interatrial (CIA) e 8 por doença da vávula mitral, sendo 1 combinada com plástica de tricúspide. A idade média foi de 32,8 anos sendo 20 pacientes do sexo feminino. A miniesternotomia foi em “J” superior no 4° espaço intercostal direito para tratamento da válvula aórtica, em “L” invertido inferior no 2° espaço intercostal direito para CIA e no 4° espaço intercostal direito para tratar vávula mitral e/ou tricúspide. RESULTADOS: O comprimento médio da incisão para miniesternotomia foi de 7cm (centímetros) e 6 para minitoracotomia, menor que 1/3 do tamanho quando comparado aos tradicionais 22 a 24cm da incisão convencional para estes pacientes. Em um caso precisamos converter para esternotomia total por dificuldade de saída de circulação extracorpórea. O tempo operatório passou a ser semelhante à cirurgia convencional a partir do 4° caso operado. O tempo de CEC variou de 25 a 88 minutos (média de 46). O tempo de UTI foi de 15 horas a 3 dias e internação hospitalar total de 3 a 7 dias. O reduzido trauma cirúrgico proporcionou recuperação mais precoce. A evolução tardia atualmente varia de 3 anos a 2 meses, estando todos os pacientes assintomáticos e de volta às suas atividades. CONCLUSÃO: Não houve complicação diretamente relacionada com o acesso, demonstrando a segurança com a cirurgia cardíaca minimamente invasiva. O resultado estético foi satisfatório em todos os casos. 41875 Rabdomioma cardíaco fetal: importância da ecocardiografia fetal do diagnóstico dos tumores cardíacos fetais RAYRA PUREZA TEIXEIRA BARBOSA, ANTONIO JOSÉ DE SOUSA HOLANDA JÚNIOR E JAILSON COSTA LIMA Uninovafapi, Teresina, PI, BRASIL. INTRODUÇÃO: Os tumores cardíacos constituem-se condição rara, com incidência de 0,17 a 28/10.000. Recentemente, observou-se incremento no diagnóstico desses tumores durante o período pré-natal, graças à contribuição da ecocardiografia fetal. DESCRIÇÃO DO CASO: Gestante G1P0A0, encaminhada ao serviço de Medicina Fetal, com 22 semanas de gestação, por achado de aumento da área cardíaca fetal em ultrassonografia obstétrica de rotina. Na primeira avaliação em serviço especializado foi identificado aumento de área cardíaca, além de uma massa única, hiperecogênica, de textura homogênea e bordos regulares em topografia de septo interventricular e miocárdio de ventrículo esquerdo e direito. Foi levantada a hipótese diagnóstica de rabdomioma cardíaco fetal. Na 33ª semana de gestação observaramse achados adicionais: imagem hiperecogênica com aumento absoluto e relativo das dimensões tumorais, porém com ducto venoso normal. A gestante continuou em acompanhamento no serviço especializado, porém não houve alterações morfológicas no coração do feto até o dia do parto, que ocorreu com 37 semanas. O recémnascido, atualmente com 15 dias, continua em acompanhamento pós-natal. Frente à ausência de alterações clínicas, a conduta preconizada é expectante. CONCLUSÕES: O rastreamento ultrassonográfico morfológico fetal é a principal forma de detecção dos tumores cardíacos, sendo estes facilmente detectados pela abordagem do plano quatro câmaras. A avaliação cardíaca é fundamental para estabelecer o diagnóstico morfológico do tipo de tumor e observar possíveis alterações funcionais, além excluir condições que ameacem a vida. As técnicas de imagens não invasivas têm sido utilizadas em substituição à angiografia para o diagnóstico de tumores cardíacos. O seguimento clínico pós-natal é obrigatório devido à frequente associação à esclerose tuberosa, doença genética autossômica recessiva. O correto diagnóstico dessa patologia cardíaca e o preparo da equipe perinatal tornam-se essenciais para a assistência médica adequada e o melhor aconselhamento genético do casal. 41879 Resultados pós-operatórios imediatos no tratamento endovascular em doenças da aorta JOCERLANO SANTOS DE SOUSA, FLÁVIO DUARTE CAMURÇA, SEBASTIAO NUNES MARTINS E PAULO REGO MEDEIROS Hospital São Marcos, Teresina, PI, BRASIL. INTRODUÇÃO: O uso de stents autoexpansíveis para tratamento de doenças da aorta tornou-se procedimento de escolha na maioria dos centros especializados devido à baixa morbimortalidade quando comparado com a cirurgia tradicional. OBJETIVO: Descrever os resultados pós-operatórios imediatos de diferentes etiologias no tratamento endovascular em doença da aorta descendente proximal. MÉTODO: No período de outubro de 2012 a janeiro de 2015, 4 pacientes foram submetidos à correção de doenças da aorta torácica descendente com implante de stent. Do total de 4 pacientes, 1 era portador de aneurisma fusiforme com diâmetro máximo de 8cm, 1 tinha dissecção crônica do tipo B, sintomático, com diâmetro de 6,2cm, 1 teve ruptura espontânea de aneurisma, com 3 dias de evolução e o último era portador de dissecção crônica, com 2 meses de evolução, após trauma torácico fechado e fratura de costelas. Três eram do sexo masculino. A idade variou de 42 a 77 anos, com média de 62,25 anos. RESULTADOS: O resultado angiográfico imediato demonstrou exclusão da lesão em todos os casos. Não houve óbitos. Não houve conversão para cirurgia convencional. Nenhum caso de paraplegia foi evidenciado. O tempo médio de internação em unidade de terapia intensiva foi 18 horas. CONCLUSÃO: O pós-operatório imediato do tratamento endovascular em diferentes etiologias de doenças da aorta mostrou excelentes resultados, sem complicações, demonstrando a baixa morbimortalidade do método. Arq Bras Cardiol 2015: 105(4 supl.2)1-14 5 Resumos Temas Livres 41880 Endomiocardiofibrose assintomática: é possível? Doenças cardiovasculares em soropositivos CECY AUGUSTA RAMEIRO PIRES BRANDAO, GUILHERME MELLO NEIVA NUNES, JÚLIO CÉSAR AYRES FERREIRA FILHO E LEONARDO CARIBE ROCHA FILHO FRANCISCO TALYSON MARQUES RODRIGUES, BRUNO DE ARAUJO BRITO, ELVIS MARTINS CABRAL, BRUNO WILLIAM LOPES DE ALMEIDA, ARTUR CLÍMACO DA SILVA FILHO, LUIS FELIPE VIEIRA SOARES BARRADAS E LEONARDO HENRIQUE COSTA DINO Uninovafapi , Teresina, PI, - Ufpi , Teresina , PI, . Introdução: A endomiocardiofibrose é a principal causa de cardiomiopatia restritiva em todo o mundo e sua etiologia ainda é desconhecida. O acometimento fibrótico do endocárdio e miocárdio leva a uma disfunção principalmente diastólica, devido o comprometimento da distensibilidade ventricular. A função sistólica está, em geral, preservada. O quadro clínico é de insuficiência cardíaca clássica, mas outros sinais podem ser identificados de acordo com a intensidade e localização da fibrose, bem como um possível acometimento valvar. Descrição do caso: L.M.R., sexo masculino, 30 anos de idade, portador de Endomiocardiofibrose. Há dois anos, os sintomas de dispnéia e fadiga iniciaram de forma gradual. Antes a grandes esforços(Classe NYHA II), a falta de ar passou logo a apresentar-se a pequenos esforços( Classe NYHA III), o que levou o paciente a procurar um hospital em Gilbués (PI). Exames laboratoriais revelaram eosinofilia e o ecocardiograma evidenciou inicialmente comprometimento difuso do miocárdio de grau importante, insuficiência mitral discreta, insuficiência tricúspide discreta, disfunção diastólica do VE grau I. Feito novo ecocardiograma 1 ano e 5 meses depois, evidenciou-se cardiomiopatia dilatada com disfunção sistólica moderada e disfunção diastólica grau I, valva mitral com regurgitação moderada e valva tricúspide com regurgitação discreta. Após instituída a terapêutica com Carvedilol (25mg de 12/12 horas), Furosemida (40mg), Espironolactona (25mg) e Enalapril (5mg), o paciente apresentou melhora significativa e encontra-se atualmente assintomático( Classe NYHA I). Em sua mais atual prescrição houve modificação da terapêutica, em que foram retirados Furosemida e Espironolactona, permanecendo apenas Carvedilol ( 25mg de 12/12 horas) e Enalapril (5mg). Além disso, faz prevenção de verminoses oral a cada 6 meses. Conclusão: Neste caso apresentado chama a atenção o pobre espectro da apresentação clínica, representada basicamente pela dispnéia progressiva. Também salienta-se que, apesar do acometimento cardíaco e do prognóstico da doença geralmente desfavorável, o paciente sob tratamento clínico apresenta-se assintomático. Ressalta-se ainda que devido ao contexto epidemiológico do paciente, a prevenção de verminoses faz parte do tratamento e ajuda na manutenção da estabilidade do quadro atual do paciente. 41882 Parada Cardíaca em assistolia durante teste ergométrico em paciente jovem: relato de caso RAYRA G RIBEIRO, OSEAS R MAGALHÃES, ANTENOR L F PORTELA E CARLOS E B LIMA Hospital São Marcos, Teresina, PI, BRASIL. INTRODUÇÃO: o teste ergométrico (TE) é utilizado na estratificação de risco cardiovascular (CV) e eventos arrítmicos graves são raros com ocorrência predominante em indivíduos com doença cardíaca estabelecida. DESCRIÇÃO DO CASO: P.N.P, 36 anos, sexo masculino, natural e procedente de Teresina-PI, com queixa de tontura ocasional, realizou TE para avaliação CV apresentando parada cardíaca (PC) durante o exame. Não tinha antecedentes patológicos e o exame clínico e laboratorial atual era normal. O eletrocardiograma (ECG) de repouso antes do TE e no pico do exercício foram normais. No segundo minuto da recuperação referiu mal estar com evidência de bradicardia sinusal seguida por parada cardíaca (PC) em assistolia sendo prontamente iniciado manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Foi administrado 1mg de adrenalina venosa com desenvolvimento de taquicardia ventricular (TV) sem pulso por curto período, havendo recuperação hemodinâmica espontânea com ritmo sinusal e evidência de supradesnível do segmento ST ao ECG. Diante das alterações apresentadas, foi submetido ao cateterismo cardíaco que demonstrou coronárias normais e grave disfunção ventricular. Foi realizada investigação de miocardite com marcadores inflamatórios, os quais foram normais. Apresentou discreta alteração de CKMB e troponina. Apresentou boa evolução em uso de metoprolol, sem novos eventos arrítmicos e o ecocardiograma, realizado 48 horas após a admissão, foi normal. Realizou ressonância nuclear cardíaca que evidenciou discreta área de fibrose no segmento apical com cavidades cardíacas e função ventricular normais. Durante acompanhamento ambulatorial realizou sorologia de Chagas que foi normal e Holter que não evidenciou arritmia ventricular com episódios de bloqueio atrioventricular do segundo grau Mobitz tipo I durante o sono motivando a suspensão do metoprolol. Paciente atualmente assintomático, sem uso de medicamentos. CONCLUSÕES: o mecanismo de PC no TE mais frequente é a TV polimórfica sem pulso ou fibrilação ventricular durante ou após o exercício. Eventos de assistolia durante a fase de recuperação no TE são frequentemente de origem neuromediada, de caráter benigno e transitório. Devemos considerar que houve mudança do ritmo cardíaco com desenvolvimento de TV após as manobras de RCP iniciais com uso de adrenalina venosa, não permitindo afastar a possibilidade de efeitos deletérios da mesma, como espasmo coronariano e atordoamento miocárdico subsequente. 6 41881 Arq Bras Cardiol 2015: 105(4 supl.2)1-14 uninovafapi, teresina, PI, BRASIL. INTRODUÇÃO: A AIDS foi descoberta no início de 80. Associavam-na a homossexuais e prostitutas. Era tida como uma doença fatal até o fim daquela década. Mas, o desenvolvimento da farmacologia trouxe uma nova alternativa de tratamento com terapia antirretroviral. Assim, melhorou a terapia e a doença não foi mais considerada fatal, e passou a ser enfrentada como crônica. Em 95 começaram a ser usados inibidores de protease (IP). Melhoraram o tratamento. Porém, com o seu uso, pesquisas apontaram indícios de desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV). METODOLOGIA: Este trabalho é uma revisão sistemática de literatura que teve como base artigos e estudos de caso controle publicados em revistas científicas em língua portuguesa e inglesa. As pesquisas relacionaram DCV em pacientes soropositivos usuários de terapia antirretroviral. A pesquisa foi feita no banco de dados PUBMED. Os descritores foram: DCV em soropositivos, consequências cardíacas de terapia antirretrovirais. Selecionamos 6 trabalhos publicados de 2009 a 2014. Destes, extraímos conceitos e resultados basearam os argumentos e esboço do estudo sobre DCV em soropositivos. RESULTADOS: Os estudos analisados mostram uma associação entre o uso de IP, e o aumento de risco de DCV. Como hipertensão e lesões em artérias como coronária e a. abdominal. E como na maioria das DCV assintomáticas. E por isso não são diagnosticadas a tempo e, assim, não sendo possível fazer uma associação entre o uso de IP a longo prazo e o desenvolvimento da DCV. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Logo, de acordo com o material analisado os autores chegaram a conclusão que de fato a ação de IP têm papel ativo no desenvolvimento de DCV. 41884 Monitoramento de eventos adversos em portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis: resultados preliminares da Universidade Federal do Piauí em estudo multicêntrico nacional ADRIEL REGO BARBOSA, OSANAN AMORIM LEITE FILHO, RAYRA GOMES RIBEIRO, LUCAS GARIBALD DE DEUS SOUSA, KÁTIA REGINA DA SILVA, TATIANA SATIE KAWAUCHI, LUCAS BASSOLLI DE OLIVEIRA ALVES, ROBERTO COSTA E CARLOS EDUARDO BATISTA DE LIMA Hospital Universitário/Universidade Federal do PiauÍ, Teresina, PI, BRASIL - Instituto do Coração - Hospital das Clínicas - FMUSP , São Paulo, SP, BRASIL. Introdução: a ocorrência de eventos adversos (EA) relacionada a implantes de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEI) é considerado um problema de relevância internacional que pode implicar em aumento da morbi-mortalidade e dos custos de saúde. A despeito da importância do seu monitoramento, ainda não existe, em nosso meio, sistemas que permitam a detecção e acompanhamento de EA por meios eletrônicos. Objetivos: desenvolver um sistema eletrônico, baseado em tecnologia web, para monitorar ativamente os EA em portadores de DCEI. Métodos: trata-se de um registro prospectivo multicêntrico de todos os procedimentos realizados em portadores de DCEI. O sistema de monitoramento de eventos adversos está sendo implementado em 12 centros de pesquisa de diferentes estados do Brasil, sendo a Universidade Federal do Piauí um dos centros participantes. Foi desenvolvido no período de Jan-Jun/14 e projetado de acordo com as exigências de órgãos regulatórios internacionais e está integrado ao REDCap (Research Electronic Data Capture) que é o sistema mais utilizado no mundo para coleta e gerenciamento de dados em pesquisa. Os desfechos do estudo são: complicações pósoperatórias, mortalidade, reinternações, custos e qualidade de vida ao longo de 12 meses de seguimento. Resultados: até o presente momento foram incluídos 32 pacientes pelo nosso centro, sendo 59.4% do sexo femininno, com idade média de 70,3±14,2 anos de idade. Destes, 89,9% foram submetidos a implante de marca-passo atrioventricular. Não houve nenhuma complicação grave no período intraoperatório ou pós-operatório precoce. No seguimento atual não houve óbitos e houve necessidade de reintervenção cirúrgica em dois casos sendo um por falha na conexão gerador e cabo-eletrodo atrial resolvido com a reconexão e em outro com necessidade de substituição do marca-passo por disfunção com falha na telemetria. Conclusão: na análise preliminar dessa população de portadores de DCEI, com predomínio de pacientes idosos e do sexo feminino, a utilização desse sistema informatizado foi útil no acompanhamento identificando baixa taxa de complicações e de reinternações relacionadas aos procedimentos cirúrgicos. A base de dados derivada do sistema com todos os centros participantes propiciará o melhor entendimento dos EA em nosso meio, assim como, a definição de estratégias para a sua redução. Resumos Temas Livres 41885 Análise demonstrativa dos transplantes cardíacos realizados no último quinquênio KARLA JESSICA ARAUJO FORTES, MARIANA SOARES RIBEIRO GONCALVES, KASSIO ROBERTO DE BARROS ALVES E TAYS BRUNA LEAL CUNHA Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina, PI, BRASIL. INTRODUÇÃO: O transplante cardíaco é considerado a primeira opção de tratamento na falência cardíaca, representando um aumento de sobrevida e qualidade de vida dos transplantados. O aumento da sobrevida se deveu em grande parte aos benefícios fornecidos pela terapêutica imunossupressora, com antiproliferativos, inibidores de calcineurina e corticosteroides. OBJETIVO: Avaliar os transplantes cardíacos realizados no último quinquênio em números absolutos. MÉTODOS: Tratase de um estudo descritivo e quantitativo, realizado a partir de levantamento de dados disponibilizados pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos em sua página virtual. Utilizou-se o recorte temporal de 2010-2014 e foram analisados os números relativos aos transplantes cardíacos, observando a distribuição anual. RESULTADOS: Os transplantes cardíacos são realizados em 31 centros atuantes localizados em 11 estados. Dentro do período selecionado, foram realizados 2240 transplantes, sendo 14,6% dos procedimentos realizados na região Norte e Nordeste do Brasil. O ano de 2014 somou o maior número absoluto com 311 transplantes, na qual a região Sudeste sobressaiu-se com 192 casos e a região Nordeste com 49 casos, com destaque para Pernambuco que realizou 2,8 transplantes por milhão de população. Em contrapartida, a região Norte não apresentou casos de transplantes cardíacos. No Piauí, apenas no ano de 2007 foi apresentado 1 caso de transplante cardíaco. CONCLUSÃO: Os transplantes cardíacos vêm crescendo, ultrapassando pela primeira vez a barreira dos 300 transplantes. No entanto, encontra-se distante da necessidade estimada, posto que, alguns estados ainda não contam com o programa de transplantes. 41889 ACIDENTES NOTIFICADOS POR ESCORPIONISMO NO ESTADO DO PARÁ: PRIMEIRO SEMESTRE DE 2014. ADRIANA TEIXEIRA GOMES DIOGO, CAMILO SAMPAIO DO NASCIMETO, ELKE MARIA NOGUEIRA DE ABREU E TANIA DE FATIMA D ALMEIDA COSTA 41887 Características eletrocardiográficas em pacientes com Esclerose Sistêmica RAYRA G RIBEIRO, LUCAS G D SOUSA, IZABELA R A CARDOSO, MARIA C L ALMEIDA, LIRIANY M PORTELA, JOAO V M FALCAO, JOSE S BUDARUICHE, PAULO M S NUNES, MAURICIO B P LANDIM E CARLOS E B LIMA Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí, Teresina, PI, BRASIL Hospital Getúlio Vargas, Teresina, PI, BRASIL. INTRODUÇÃO: esclerose sistêmica (ES) é doença do tecido conjuntivo caracterizada pelo acúmulo de colágeno na pele, subcutâneo, músculos, artérias e órgãos internos, causando alterações vasculares (microangiopatia), degenerativas e fibróticas. Acometimento cardíaco ocorre mais na forma difusa e os pacientes, em geral, são assintomáticos. No entanto, são escassas as informações sobre presença de alterações eletrocardiográficas (ECG) basais nessa população. MÉTODO: estudo observacional transversal com inclusão de pacientes com diagnóstico de ES atendidos consecutivamente no período de janeiro de 2008 a abril de 2015. Protocolo aprovado pelo comitê de ética (23111.014057/2013-67). Os padrões ECG foram caracterizados por critérios da Sociedade Brasileira de Cardiologia. RESULTADOS: Foram avaliados 67 pacientes com ES com ECG disponível para análise em 41 prontuários. Houve predomínio do sexo feminino (95%) e 66,66% dos pacientes eram da faixa etária entre 30 e 50 anos. O ECG foi anormal em 29 pacientes determinando prevalência de alterações eletrocardiográficas de 70,8%. Foi observado a presença de arritmias cardíacas em 12 pacientes (29,2%), sendo taquicardia sinusal em 8, bradicardia sinusal em 2 e extrassístoles ventriculares isoladas em 2 pacientes. Três pacientes (7,3%) apresentaram alterações inespecíficas da repolarização ventricular e distúrbio da condução (DC) intraventricular foi observado em 13 pacientes (31,7%, sendo 6 com DC pelo ramo direito e 7 com DC pelo ramo esquerdo). Presença de área eletricamente inativa (AEI) foi observada em 7 casos (17,1%) sendo AEI anterosseptal em 5 e inferior em 2 pacientes. CONCLUSÃO: nessa população de pacientes com ES e predomínio de adultos jovens, a prevalência de alterações eletrocardiográficas foi elevada. Os distúrbios da condução intraventricular foram os mais prevalentes seguidos por presença de arritmias cardíacas. Zonas eletrocardiográficas inativas indicam possível infarto do miocárdio prévio e foram observadas em aproximadamente 1/5 da população estudada. Esses achados sugerem a importância da avaliação cardiológica no seguimento e tratamento mais adequado destes pacientes. 41890 Miocardiopatia não compactada: um relato de caso KAROLINE RESENDE CARVALHO, YANNA N C M CARVALHO, ALCINO PEREIRA DE SÁ FILHO E CARLOS EDUARDO BATISTA DE LIMA Universidade Federal do Pará, belém, PA, BRASIL. Universidade Estadual do Piauí, Tereina, PI, BRASIL - Hospital Getúlio Vargas, Teresina, PI, BRASIL. Introdução: O envenenamento por escorpião é um problema de saúde pública.Na Amazônia, o Tityus silvestres, o Tityus metuendus e Tityus obscurus são responsáveis por acidentes graves.O envenenamento ocorre pela inoculação de peçonha pelo ferrão, localizado na cauda dos escorpiões.O quadro local é imediato: dor intensa, edema, eritema discreto, sudorese em torno do ponto de picada e piloereção.O veneno bruto ou frações purificadas têm efeitos complexos nos canais de sódio,despolarizando terminações nervosas pós-ganglionares e liberando catecolaminas e acetilcolina. Arritmias,hiper ou hipotensão arterial,insuficiência cardíaca congestiva e choque são manifestações cardiovasculares do escorpionismo.O tratamento baseia-se na clínica da vítima, classificando a gravidade do acidente em leve,moderado ou grave.O estudo objetivou identificar a notificação de escorpionismo no Pará no 1° semestre de 2014. Metodologia:Estudo quantitativo, descritivo e retrospectivo,baseado nos dados obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação(SINAN) e Secretaria Executiva Estadual de Saúde do Pará(SESPA).Para a análise estatística se utilizou o Microsoft Office Excel®2010 Starters. Resultados: No período da pesquisa foram notificados 1015 casos de escorpionismo no Pará, com maior registro em março(207/1015).A maior incidência foi no gênero masculino(63,1%),na idade entre 20-34 anos(29%).O local da lesão mais citado foi o membro superior(54,8%), se destacando os dedos das mãos com 27%,e nos pés(19%).Evoluíram à cura 88,8%,com 02 óbitos referentes ao agravamento do caso.51,7% dos acidentes evoluíram sem a utilização de soroterapia antiescorpiônica empregando apenas o tratamento sintomático(acidentes leves) e 46,3% dos acidentes foram registrados como moderados ou graves,necessitando de suporte soroterápico.A ficha de notificação não apresentava áreas de preenchimento específico para alterações cardiovasculares,o que dificultou a análise das manifestações clínicas e da evolução dos acidentes.Em 20 casos houve omissão da notificação da classificação do acidente. Conclusão: O escorpionismo está em 2° lugar entre os acidentes por animais peçonhentos,no Estado do Pará. A maior incidência em homens entre 20 e 49 anos,pode estar relacionada à frequência dessa mão de obra ativa no mercado de trabalho. Vale destacar a relevância do preenchimento correto da ficha de notificação, pois, essas informações são essenciais, para o conhecimento, prevenção e manejo correto dos acidentes. INTRODUÇÃO: A Miocardiopatia Não Compactada (MNC) é uma doença rara, de etiologia congênita, a progressão da compactação do miocárdio é interrompida entre a 5ª e 8ª semana de vida intrauterina, provocando resultando em trabeculações persistentes com recessos intertrabeculares profundos, localizados preferencialmente em Ápice. É uma doença que também pode acontecer de forma isolada que é classificada como Cardiomiopatia Primária Genticamente Determinada. A prevalência da MNC não está bem definida, mas tem incidência variando de 0,014 a 1,3% na população geral. As manifestações clínicas são heterogêneas e vão de casos assintomáticos de disfunção de ventrículo esquerdo (VE) a morte súbita, tendo como tríade clássica de complicações: insuficiência cardíaca congestiva (ICC), arritmias e eventos embólicos sistêmicos. O Ecodopplercardiograma Bidimensional (EDB) é o padrão-ouro no diagnóstico, mas a Ressonância nuclear magnética é importante em casos em que o ápice não é adequadamente visto. Não existe terapia específica para esta entidade e o manejo deve focar nas manifestações clínicas, prevenindo as complicações. DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente, sexo masculino, 49 anos, hipertenso, com ICC diagnosticada há 10 anos, devido quadro de dispnéia progressiva e EDB evidenciando Fração de ejeção (FE) de 33,58% e Miocardiopatia dilatada com disfunção sistólica global do VE importante, com sorologia negativa para Doença de Chagas. No curso do tratamento adequado da ICC, evoluiu com Acidente vascular encefálico isquêmico em região parietooccipital a direita visto em Tomografia computadorizada e posteriormente, com fibrilação atrial confirmada em Eletrocardiograma. Não obstante, permaneceu desde o diagnóstico da ICC com episódios de dispnéia e dor precordial e em nova piora clínica, o EDB revelou FE de 28%, disfunção sistólica global importante prejudicada pela presença de arritmia e presença de Hipertrabeculação na região apical do VE, sugerindo miocárdio MNC. Angiografia evidenciou processo ateromatoso difuso e discreto em artérias coronária direita, circunflexa e descendente anterior. CONCLUSÕES: Deve-se considerar o diagnóstico de MNC em pacientes com arritmia ventricular, eventos embólicos sistêmicos e falência ventricular, por estas serem possíveis complicações de doença avançada. O diagnóstico precoce é importante pois, apesar de ser uma afecção rara, é complicada por sua considerável morbidade, alta mortalidade. Arq Bras Cardiol 2015: 105(4 supl.2)1-14 7 Resumos Temas Livres 41892 Perfil epidemiológico dos casos de hipertensão arterial sistêmica registrados no HIPERDIA em capitais da região Nordeste do Brasil entre 2009 e 2013 Estratificação do risco cardiovascular e principais complicações ocorridas em hipertensos do Piauí em um período de três anos. MARLON MARCELO MACIEL SOUSA, DAVID WESLEY RIBEIRO MUNIZ, JOSE CAMPELO DE SOUSA NETO E JOANA ELISABETH DE SOUSA MARTINS FREITAS DAVID WESLEY RIBEIRO MUNIZ, MARLON MARCELO MACIEL SOUSA, JOSE CAMPELO DE SOUSA NETO E JOANA ELISABETH DE SOUSA MARTINS FREITAS FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL - FACID, TERESINA, PI, BRASIL. Faculdade Integral Diferencial- FACID, Teresina, PI, BRASIL. Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica crônica, caracterizada por aumento sustentado dos níveis pressóricos, associado a alterações metabólicas e morfofuncionais de órgãos alvo, como coração, rins e encéfalo; é considerada um fator de risco modificável e um importante problema de saúde pública. Em 2013, a população brasileira, maior que 18 anos, que referiu diagnóstico médico de HAS foi 21,4%, sendo na região Nordeste, esse número correspondeu a 19,4% da população com a mesma faixa etária. Este trabalho, objetiva apresentar o perfil epidemiológico dos casos de hipertensão arterial sistêmica registrados no HIPERDIA em capitais da região Nordeste do Brasil entre 2009 e 2013. Metódos: Estudo descritivo, com abordagem retrospectiva, realizada no Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (DATASUS/HIPERDIA), por meio da coleta de informações referente ao período de janeiro de 2009 a abril de 2013, cuja população é formada por todos os casos registrados no referido sistema, considerando as variáveis: sexo, idade e principais fatores de risco para HAS. Os dados obtidos foram tabulados e organizados em planilhas utilizando o software Microsoft Excel. Resultados: Foram registrados 70386 casos de HAS em capitais da região Nordeste no período em estudo, destes 48067 (68,3%) representavam as mulheres e 22319 (31,7%) os homens. Quanto a faixa etária, os menores que 15 anos, 185 (0,3%) casos; entre 15 e 29 anos, 1958 (2,8%); a faixa dos 30 aos 49 anos, 20954 (29,8%); entre 50 e 69 anos, com 33705 (47,9%) casos e ocorreram 13583 (19,3%) registros em pessoas maiores ou iguais a 70 anos. Em relação aos principais fatores de risco da população para a HAS, notou-se que em 38923 (55,3%) casos eram sedentários, já o sobrepeso apareceu em 33434 (47,5%) dos registros e o tabagismo em apenas 11028 (15,7%). Em termos absolutos, a capital com maior número de casos registrados foi João Pessoa, com 20007; seguida por Aracaju, com 16873. Conclusão: A população dos hipertensos de capitais do Nordeste corresponde, em maior parte, ao gênero feminino e com idade entre 50 e 69 anos; a maioria é sedentária, o sobrepeso é próximo à metade dos casos e o tabagismo é o fator de risco com menor prevalência. Conhecer o perfil da HAS permite desenvolver ações de promoção e proteção da saúde, prevenindo complicações e maior controle da doença, trazendo qualidade de vida à população hipertensa. Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica ligada a diversas complicações metabólicas e morfofuncionais de órgãos-alvo, como coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos, podendo levar ao Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), Acidente Vascular Cerebral (AVC) e problemas renais. A avaliação clínica é fundamental para a estratificação do risco, levando-se em conta valores da pressão arterial (PA), lesões em órgãos-alvo, doenças cardiovasculares já instaladas e fatores como idade, tabagismo, dislipidemia, diabetes mellitus e história familiar. Uma vez realizada, a estratificação de risco permite traçar metas para controle da PA, visando diminuir a incidência de complicações. O presente trabalho, objetiva apresentar a estratificação do risco cardiovascular global e as principais complicações ocorridas em hipertensos do Piauí em um período de três anos. Métodos: Estudo descritivo, com abordagem retrospectiva, realizada no Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (DATASUS/HIPERDIA), referente ao período de abril de 2011 a abril de 2013, cuja população é formada por todos os casos registrados no referido sistema, analisando-se o risco cardiovascular traçado por paciente, e as principais complicações decorrentes da HAS ocorridas, a citar: IAM, outras doenças coronarianas, AVC e doença renal. Os dados obtidos foram tabulados e organizados em planilhas utilizando o software Microsoft Excel. Resultados: No período em estudo, foram registrados 16161 casos de HAS no estado do Piauí, sendo que 1908 (11,8%) casos estavam entre os de baixo risco para eventos cardiovasculares; 5449 (33,7%), entre os de moderado risco; 1309 (8,1%) com risco alto e 1239 (7,7%) com risco muito alto; além destes, 6256 (38,7%) casos não foram classificados. Dentre as principais complicações, notou-se 322 (2%) casos que evoluíram com IAM e 400 (2,5%) com outras doenças coronarianas, ocorreram 722 casos (4,5%) de AVC e 367 (2,3%) de doença renal. Conclusão: Dentre os casos de hipertensos do Piauí registrados, a maioria não foi estratificado o risco cardiovascular, e dentre os classificados, prevaleceu os de moderado risco. Nesse período, ocorreram complicações típicas da HAS, os casos de AVC estiveram à frente, seguidos por outras doenças coronarianas, doença renal e IAM. Assim, torna-se necessário incrementar a estratificação do risco cardiovascular a fim de diminuir as complicações e proporcionar melhoria da qualidade de vida da população. 41895 41898 Perfil epidemiológico dos registros no HIPERDIA de casos de hipertensão arterial sistêmica, entre 2009 e 2013, em capitais da região Norte do Brasil Epidemiologia da hipertensão arterial sistêmica no estado do Piauí: descrição de três anos JOSE CAMPELO DE SOUSA NETO, DAVID WESLEY RIBEIRO MUNIZ, MARLON MARCELO MACIEL SOUSA E JOANA ELISABETH DE SOUSA MARTINS FREITAS MARLON MARCELO MACIEL SOUSA, DAVID WESLEY RIBEIRO MUNIZ, JOSE CAMPELO DE SOUSA NETO E JOANA ELISABETH DE SOUSA MARTINS FREITAS Faculdade Integral Diferencial, Teresina , PI, BRASIL. Introdução: Conceitua-se Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) como uma condição clínica, caracterizada por níveis elevados e sustentados da pressão arterial (PA), geralmente considera-se hipertensos indivíduos com PA superior a 140x90 mmHg, estes possuem risco aumentado em desenvolver danos cardiovasculares fatais e não fatais. No ano de 2013, 21,4% da população brasileira maior que 18 anos referiu diagnóstico médico de HAS, na região Norte, esse número foi menor, 14,5% da população na mesma faixa etária. Este trabalho, objetiva apresentar o perfil epidemiológico dos casos de HAS registrados no HIPERDIA nas sete capitais da região Norte do Brasil entre 2009 e 2013. Metódos: Estudo descritivo, com abordagem retrospectiva, realizada no Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (DATASUS/HIPERDIA), por meio da coleta de informações referentes ao período entre janeiro de 2009 e abril de 2013, cuja população é formada por todos os casos registrados no referido sistema, considerando as variáveis: sexo, idade e principais fatores de risco para HAS. Os dados obtidos foram tabulados e organizados em planilhas utilizando o software Microsoft Excel. Resultados: No período considerado, registrou-se no HIPERDIA 105466 casos de HAS nas sete capitais do Norte do Brasil. Em relação ao gênero, a população masculina foi de 39208 (37,2%) casos e a feminina, 66258 (62,8%). Os casos, por faixa etária distribuíram-se da seguinte forma: até 14 anos, 893 (0,8%); entre 15 e 29 anos, 3532 (3,3%); entre 30 a 49 anos, com 27423 (26%), entre os 50 e 69 com 52308 (49,6%) representantes e 21310 (20,2%) acima dos 70 anos. Na investigação dos principais fatores de risco para a HAS, notou-se 27317 (25,9%) casos de sedentários, 20273 (19,2%) de sobrepesos e apenas 3670 (3,5%) de tabagistas. Conclusão: Nas capitais da região Norte do Brasil, entre os hipertensos, prevaleceu os casos de mulheres; a faixa etária predominante foi a compreendida entre 50 e 69; não houve um fator de risco para HAS que prevalecesse em mais da metade da população estudada, porém das variáveis pesquisadas, houve maior incidência de sedentários, seguidos por indivíduos sobrepesos e poucos casos de tabagistas. O retrato epidemiológico da HAS permite conhecer os fatores protetores e de risco dos sujeitos acometidos, com isso, pode-se traçar estratégias que previnam complicações e favoreçam a saúde e qualidade de vida da população assistida. 8 41893 Arq Bras Cardiol 2015: 105(4 supl.2)1-14 FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL - FACID, TERESINA, PI, BRASIL. Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial, caracterizada por níveis elevados e sustentados da pressão arterial, frequentemente associada a alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo e às alterações metabólicas, relacionando-se, portanto, a riscos de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. A HAS é considerada um grave problema de saúde pública em todo o mundo, com alta prevalência e baixas taxas de controle. Este estudo, busca descrever o perfil epidemiológico da HAS em três anos, no estado do Piauí. Metódos: Estudo descritivo, com abordagem retrospectiva, realizada no Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (DATASUS/HIPERDIA), referente ao período de abril de 2011 a abril de 2013, cuja população é formada por todos os casos registrados no referido sistema, analisando as variáveis: sexo, idade e principais fatores de risco para HAS. Os dados obtidos foram tabulados e organizados em planilhas utilizando o software Microsoft Excel. Resultados: No período estudado, foram registrados 16161 casos de HAS no estado do Piauí, destes, 3997 (24,7%) além de hipertensos, eram diabéticos. Quanto a distribuição por sexo, registrou-se 10133 (62,7%) casos em mulheres e 6028 (37,3%) em homens. Em relação a idade, ocorreram 20 (0,1%) registros de indivíduos com até 14 anos; entre os 15 e 29, 373 (2,3%) casos; entre os 30 a 49, 3843 (23,8%) casos; entre 50 a 69 anos, 8014 (49,6%) e acima dos 70 anos, 3911 (24,2%) registros. Ao analisar os fatores de risco da população, constatou-se que de todos os casos, 6937 (42,9%) eram sedentários; 4593 (28,4%) eram sobrepesos e 2651 (16,4%) tabagistas. O município com maior número de casos registrados foi Teresina, com 2474 casos, seguido por Avelino Lopes, com 616; Picos, 548 e Piripiri, com 492 registros. Conclusão: Os registros de hipertensos do Piauí entre os anos de 2011 a 2013 foi prevalente em mulheres e na população compreendida entre os 50 aos 69 anos, sendo que os principais fatores de risco associados à HAS - sedentarismo, sobrepeso e tabagismo - não foram tão prevalentes nesta população. O perfil epidemiológico retrata os fatores protetores e de risco da população assistida, conhecê-los, favorece o desenvolvimento das ações de promoção e proteção da saúde, prevenindo complicações cardiovasculares e assim, maior controle da doença. Resumos Temas Livres 41899 Disfunção do nódulo sinusal secundária ao uso de risperidona em paciente adulto jovem, com transtorno bipolar do humor e síncope: relato de caso ADRIEL REGO BARBOSA, RAYRA GOMES RIBEIRO, LUCAS GARIBALD DE DEUS SOUSA E CARLOS EDUARDO BATISTA DE LIMA Universidade Federal do Piauí, Teresina, PI, BRASIL. Introdução: o uso de medicações psiquiátricas pode ocasionar alterações nas propriedades elétricas das células do sistema de condução cardíaco e prolongamento do intervalo QT com indução de bradicardias ou taquiarritmias. Os antipsicóticos atípicos ou de segunda geração como a risperidona são considerados de maior segurança cardiovascular sendo raro a associação com alterações no intervalo QT ou com a indução de bradiarritmias. A disfunção sinusal é mais comumente descrita com o uso do lítio e da carbamazepina principalmente em casos de idosos, hipocalemia ou superdosagem. Descrição do caso: paciente de 19 anos, masculino, sem histórico de doenças cardiovasculares de base, porém portador de transtornos psicóticos, com histórico de ansiedade e agressividade. Apresentou episódio de síncope, após punção venosa para coleta sanguínea, motivando o atendimento médico. Fazia uso de cloxazolam 2 mg/dia, risperidona 2mg/dia e escitalopram 10 mg/dia. Ao exame clínico, apresentava-se em bom estado geral, consciente, orientado, afebril, eupneico, normotenso, com bradicardia em torno de 48 bpm, com auscultas cardíaca e pulmonar normais sem outras anormalidades. O ecocardiograma e os exames laboratoriais, incluindo dosagem de eletrólitos, foram normais. O eletrocardiograma evidenciou bradicardia sinusal, em torno de 40 bpm sendo solicitado Holter de 24 horas para melhor elucidação do caso. Ao Holter foi evidenciado ritmo fundamental sinusal com raras extrassístoles ventriculares isoladas. Apresentou três pausas sinusais, sendo duas superiores a 3 segundos. Foi considerado o diagnóstico de doença do nó sinusal e encaminhado para implante de marca-passo definitivo. Em avaliação por arritmologista foi considerado a possibilidade de bradicardia extrínseca e apesar de não ser habitual o achado de bradicardia com o uso da risperidona foi optado pela substituição por antipsicótico de outra classe. Houve melhora significativa dos sintomas, sem recorrência de síncope. Foi realizado exame de Holter para controle observando-se normalização das alterações eletrocardiográficas. Conclusões: a normalização das alterações eletrocardiográficas com melhora da sintomatologia após a substituição da risperidona sugerem o diagnóstico de bradicardia medicamentosa, evitando o implante indevido de marca-passo definitivo. Esse caso sugere a importância da monitorização cardiovascular nos pacientes psiquiátricos em uso de risperidona. 41905 MIOCARDIOPATIA PERIPARTO RECIDIVA COM COMPLICAÇÕES TROMBÓTICAS: UM RELATO DE CASO LAÍSA ALLEN GOMES DE SOUSA, RENATA SANTOS MARTINS, RAFAELA SANTOS MARTINS e ANTONIO RIBEIRO BARRADAS JUNIOR Universidade Federal do Piauí, Teresina, PI, BRASIL. Introdução: A miocardiopatia periparto (MPP) é uma causa rara de insuficiência cardíaca que ocorre no final da gestação ou no puerpério, de etiologia desconhecida com consequências devastadoras. O diagnóstico é muitas vezes tardio pela confusão com sintomas semelhantes aos de gestantes e puérperas saudáveis, tendo como consequência o atraso no início do tratamento e uma alta taxa de mortalidade. Descrição do caso: C S, 31 anos, feminina, afrodescendente, casada, do lar. No segundo mês de puerpério da 1ª gestação, a paciente iniciou um quadro de edema em membros inferiores e dispneia progressiva aos mínimos esforços com resolução após intervenção. Recebeu alta em uso de medicações as quais não sabe informar e recomendação de anticoncepcionais. Fazia uso irregular das medicações, com interrupção do tratamento por conta própria. Após 5 anos, na segunda gestação, no 28º dia de puerpério, a paciente apresentou edema de membros inferiores e dispneia progressiva aos mínimos esforços. No exame físico, a paciente encontrava-se dispneica, com expansibilidade torácica reduzida, ausculta cardíaca em ritmo de galope e edema de membros inferiores 2+/4+. Foram realizados exames complementares como ECG que demostrou alterações inespecíficas de repolarização ventricular; Raio X de tórax, com aumento do índice cardiotorácico (ICT), e Ecocardiograma que sugeriu um comprometimento difuso do ventrículo esquerdo de grau moderado e importante, um aumento moderado do ventrículo esquerdo, um trombo intracavitária na ponta do ventrículo esquerdo com alto potencial emboligênico, insuficiência tricúspide de grau moderado, insuficiência mitral de grau discreto e hipertensão pulmonar. Foi iniciado tratamento com Ceftriaxona 2g/ dia; Carvedilol 24mg/dia; Captopril, 48mg/dia; Espironolactona 25mg/dia; Furosemida 40 mg/dia; Enoxparina 80mg/dia ; Varfarina 5mg/dia. Paciente evoluiu de forma estável, sem queixas, eupneica, sem edema de membros inferiores e ausculta cardíaca em ritmo de galope. Conclusões: A MPP é uma doença rara, embora, quando ocorra, leve a consequências graves, tanto para a mãe como para o concepto. Uma nova gestação tem sido desaconselhada nas pacientes com MCPP pelo risco de recorrência de até 30% ou progressão da disfunção ventricular. Deve-se ressaltar que o diagnóstico precoce e o manejo adequado são crucias para o benefício da paciente. 41903 Proteção medular em cirurgia para doenças graves da aorta JOCERLANO SANTOS DE SOUSA, FLÁVIO DUARTE CAMURÇA, SEBASTIAO NUNES MARTINS E PAULO REGO MEDEIROS Hospital São Marcos, Teresina, PI, BRASIL. Introdução: Paraplegia após correção de aneurisma ou dissecção de aorta descendente e/ou toracoabdominal varia de 3,5 a 35% na literatura causada pelo pinçamento da aorta e o não restabelecimento do fluxo medular após a abertura da pinça. A drenagem do líquido cerebroespinhal e manutenção de níveis pressóricos definidos têm sido descritos por diversos autores na tentativa de reduzir esse risco. Objetivo: Apresentar resultados iniciais da drenagem liquórica em correção cirúrgica de doenças da aorta descendente e toracoabdominal. Método: Foram operados 6 casos de aneurisma e/ou dissecção de aorta descendente ou toracoabdominal no período de janeiro de 2013 a janeiro de 2015. Desses, em 3 casos com doença mais extensa, optou-se por drenagem liquórica e manutenção da pressão abaixo de 10mmHg. Manteve-se baixa pressão até o completo retorno do movimentos dos membros inferiores. Dois eram do sexo masculino e a idade variou de 48 a 64 anos. Os sinais de alerta foram deficit motor ou drenagem sanguínea. Resultados: Em todos os casos a drenagem foi satisfatória com manutenção da pressão nos valores previamente estabelecidos. Não houve casos de infecção local, hematoma, aspiração de sangue, déficits motores ou morte. O tempo médio de permanência da monitorização com o cateter foi de 2 dias. Nenhum caso de paraplegia. Conclusão: A drenagem liquórica nas doenças da aorta foi eficaz, mantendo a pressão liquórica em níveis baixos, sem apresentar complicações na série estudada. 41907 Adenocarcinoma gástrico metastático em átrio direito JOCERLANO SANTOS DE SOUSA, FLÁVIO DUARTE CAMURÇA, SEBASTIAO NUNES MARTINS E PAULO REGO MEDEIROS Hospital São Marcos, Teresina, PI, BRASIL. Introdução: Metástases para o coração são clinicamente silenciosas em mais de 90% dos casos. Em relatos de casos, o átrio direito é a cavidade mais comumente acometida. A incidência é extremamente variável, de 2,3 a 18,3%, sendo os mais frequentes os melanomas e tumores do mediastino, mas metástase cardíaca do trato gastrointestinal é extremamente rara. Descrição do caso: Apresentamos um caso de um homem, 58 anos, em pósoperatório tardio de esofagectomia por tumor de fundo gástrico. Deu entrada no hospital com queixa de dispnéia importante e edema de membros superiores e face. Foi investigado com tomografia de tórax evidenciando massa intracardíaca acometendo toda a cavidade atrial direita e extensão para veias cavas superior e inferior. Feita hipótese diagnóstica de trombo paraneoplásico ou tumor cardíaco. Indicada cirurgia para remoção de massa com tática cirúrgica para circulação extracorpórea por veia jugular interna direita, veia femoral direita e aorta ascendente. Como achado intraoperatório, evidenciou-se massa endurecida em todo o átrio direito, sem plano de resseção. Realizada coleta de material e enviado para estudo anátomo-patológico. O resultado indicou adenocarcinoma gástrico. O paciente teve alta da unidade de terapia intensiva no segundo dia pós-operatório, sendo encaminhado para a oncologia para seguimento clínico. Conclusões: Metástases cardíacas tem sido encontradas em diversas estruturas, sendo raro o acometimento por tumor proveniente do trato gastrointestinal. Nosso caso indica que o seguimento pós-operatório de pacientes tratados para alguns tipos de tumores deve incluir estudo do coração e grandes vasos para uma possível abordagem em fases iniciais. Arq Bras Cardiol 2015: 105(4 supl.2)1-14 9 Resumos Temas Livres 41911 Cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito com envolvimento ventricular esquerdo: relato de caso MARCOS ROBERTO QUEIROZ FRANÇA, RAFAEL CARDOSO JUNG BATISTA, ISMAR AGUIAR MARQUES FILHO E RECIO CRONEMBERGER MANGUEIRA Hospital São Marcos, Teresina, PI, BRASIL - Hospital de Terapia Intensiva, Teresina, PI, BRASIL - Hospital Universitário da UFPI, Teresina, PI, BRASIL. Taquicardia ventricular recorrente associado ao uso de isoniazida e rifampicina em portador de cardiodesfibrilador implantável com sistema de monitoramento remoto FERNANDO TEIXEIRA DE MORAIS FREIRE, CARLOS EDUARDO BATISTA DE LIMA, IGOR RAMON DE MELO BATISTA E ADRIEL REGO BARBOSA Universidade Federal do Piauí, Teresina, PI, BRASIL. INTRODUÇÃO: A cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito (CAVD) é uma doença genética caracterizada por substituição fibrogordurosa dos miócitos do ventrículo direito (VD), que pode resultar em taquiarritmias ventriculares e morte súbita. As formas com envolvimento biventricular e predominância ventricular esquerda estão cada vez mais descritas. RELATO DO CASO: Paciente, masculino, 33 anos, referiu palpitações taquicárdicas durante partida de futebol recreativa associadas a hipotensão arterial em dezembro/2013 em 2 ocasiões. Apresentou mais 2 episódios semelhantes enquanto andava de motocicleta, sendo o último em agosto/2014. Relatou que irmão faleceu aos 21 anos subitamente jogando futebol. Em todos os eventos, o ECG evidenciou taquicardia ventricular sustentada monomórfica sugestiva de localização em via de saída de VD e o paciente foi submetido a cardioversão elétrica. O ECG basal apresentou ritmo sinusal com baixa voltagem do QRS no plano frontal, zona elétrica inativa inferior, inversão de onda T anterosseptal e extrassístole ventricular isolada. Foi realizado ecocardiograma, demonstrando acinesia médio-apical inferior do ventrículo esquerdo (VE) com fração de ejeção (FE) limítrofe e VD dilatado com disfunção sistólica moderada. O cateterismo evidenciou artérias coronárias isentas de estenoses. Os exames laboratoriais descartaram distúrbios hidroeletrolíticos, elevação de marcadores de necrose miocárdica ou hipertireoidismo assim como sorologia para doença de Chagas foi não-reagente. Por fim, a ressonância magnética cardíaca mostrou dilatação importante do VD com FE 21%, microaneurismas nas paredes anterior, lateral e inferior e foi sugestiva de fibrose/ infiltração lipomatosa na lateral e inferior; VE com fibrose no segmento ínfero-látero-medial e FE 46,3%. O paciente ficou em uso de ramipril, carvedilol e amiodarona e foi submetido a implante de cardiodesfibrilador implantável ventricular. Evoluiu assintomático e sem terapia elétrica. O Holter demonstra apenas extrassístoles ventriculares polimórficas isoladas raras.CONCLUSÃO: A CAVD é uma doença complexa, heterogênea, com espectro de fenótipos em que a associação do envolvimento ventricular esquerdo demonstra que não é uma entidade única. Neste caso, temos pelo menos 2 critérios maiores para diagnóstico definitivo de CAVD segundo o Task Force revisado e um padrão clássico com acometimento ventricular esquerdo. INTRODUÇÃO: tempestade elétrica são 3 ou mais episódios de taquicardia ventricular (TV) / fibrilação ventricular ou terapias de choque no portador de cardiodesfibrilador implantável (CDI) em 24h. Não existe na literatura descrição de arritmia ventricular grave associada ao uso de rifampicina (R) ou isoniazida (I). DESCRIÇÃO DO CASO: paciente A. C. C. A., sexo masculino, 64 anos, portador de cardiopatia congênita com origem anômala de artéria coronária direita e persistência de cava esquerda com dilatação ventricular idiopática. Devido TV sincopal foi submetido a implante de CDI e uso diário de amiodarona há 3 anos, sem recorrências de arritmias. Apresentou queda do estado geral, astenia, perda ponderal importante (17kg em um ano), dispneia aos mínimos esforços e nódulos pulmonares à radiografia de tórax. Após exaustiva investigação foi diagnosticado tuberculose pulmonar (TB), apresentando durante os dois primeiros meses da terapia para TB, parestesias e fraqueza muscular em membros inferiores devido neuropatia periférica secundária ao uso de amiodarona, justificando a suspensão da droga. No terceiro mês, foi aumentada a dose de I e R sendo suspensos os demais tuberculostáticos. O paciente evoluiu com repetidos episódios de TV, desencadeando terapia de choque do CDI. Apesar de amiodarona em doses de 800 a 1000mg/dia, associada ou não com lidocaína venosa e hidantal, o paciente persistia com TV recorrente. Na última semana do tratamento antituberculínico, o paciente apresentou tempestade elétrica com repetidas terapias de choque do CDI. Foi iniciado amiodarona venosa com propafenona oral e a terapia para TB foi suspensa. O paciente foi submetido a ablação por cateter. Desde então o paciente evoluiu sem recorrências de arritmias até recidiva da TB, quando após os dois primeiros meses de tratamento, as doses de I e R foram ajustadas havendo recorrência da TV. Através de monitoramento remoto com o sistema do CDI Home monitoring®, as recorrências de TV puderam ser observadas até o fim da terapia para TB, não sendo observadas após a suspensão das medicações antituberculínicas. CONCLUSÕES: o surgimento de novos episódios de TV após o início de terapia para TB sugere possível atividade arritmogênica desta terapia em paciente com fatores de risco individual para arritmias ventriculares. É importante destacar que houve recorrência da TV mesmo após ablação por cateter bem sucedida. 41913 41916 Síndrome de Allgrove com pré-excitação ventricular ao eletrocardiograma SHEILA RAQUEL ALVES DE SA NASCIMENTO, ISADORA CRONEMBERGER RUFINO FREITAS, SAARA KÉNDELE DE ALMEIDA RAMOS LIMA E CARLOS EDUARDO BATISTA DE LIMA 10 41912 Protótipo de aplicativo em dispositivos móveis para o controle da pressão arterial JOCERLANO SANTOS DE SOUSA, FLÁVIO DUARTE CAMURÇA, SEBASTIAO NUNES MARTINS E PAULO REGO MEDEIROS Universidade Federal do Piauí, Teresina, PI, BRASIL. Hospital São Marcos, Teresina, PI, BRASIL. INTRODUÇÃO: A Síndrome de Algrove – ou Síndrome do triplo A – é uma rara doença autossômica recessiva caracterizada por insuficiência adrenal resistente a ACTH, acalasia e alacrimia. Acompanhados a estes três sinais mais comuns podem também ocorrer degeneração neurológica progressiva e ocasionalmente instabilidade autonômica. Não existe descrição na literatura de associação da síndrome de Algrove com WPW. RELATO DE CASO: paciente do sexo masculino de 12 anos de idade, portador de Síndrome de Algrove foi encaminhado ao cardiologista em 2012 para avaliação de alteração no eletrocardiograma (ECG) com intervalo PR curto. O paciente negava palpitações ou síncopes e faz uso contínuo de acetato de hidrocortisona, fludrocortisona e acetilcisteína para controle da insuficiência adrenal e acalasia, respectivamente. Ao exame clínico não foram observadas anormalidades significativas com discreto desdobramento da segunda bulha na área pulmonar. Foi realizado ecocardiograma que evidenciou prolapso da valva mitral com forame oval patente mínimo. Ao ECG apresentava ritmo sinusal regular com presença de discreta onda Delta e intervalo PR em torno de 0,08 segundos. Para estratificação de risco, foi realizado teste ergométrico em esteira com protocolo de Bruce apresentando préexcitação mantida até 64% da frequência cardíaca (FC) máxima prevista para a idade. Teste interrompido por cansaço físico moderado por solicitação do paciente. Apesar de não atingir FC máxima na esteira, por não apresentar taquicardia supraventricular na história clínica, foi optado por seguimento clínico sem terapêuticas ou estratificações adicionais. Os achados são compatíveis com o diagnóstico de síndrome de WolffParkinson-White assintomática. O paciente mantém seguimento clínico regular, sem sintomas cardiovasculares até os dias atuais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) é uma rara forma de doença cardíaca, presente em torno de 0,3-1% da população geral, caracterizada por pré-excitação ventricular com intervalo PR curto no eletrocardiograma (ECG) e presença de onda Delta. Da mesma forma, a Síndrome de Algrove é doença rara e a associação com pré-excitação ventricular pode ser coincidente, sendo necessária avaliação cardiovascular em maior casuística de pacientes com essa síndrome para se estabelecer essa relação. Introdução: A hipertensão arterial é a patologia mais comum no cotidiano do médico cardiologista e, apesar de todo o empenho e dedicação para a adesão do paciente, ainda não temos recursos tecnológicos eficazes para otimizar esse tratamento. Em alguns casos como em doenças graves da aorta faz-se necessário um controle mais rigoroso dos níveis pressóricos. O aumento do acesso à tecnologia tem redesenhado o cotidiano médico tanto no âmbito acadêmico-científico quanto nas práticas clínicas, cirúrgicas e epidemiológicas. Aplicativos para a tecnologia portátil podem ser úteis no auxílio e cuidados com o paciente hipertenso. Descrição: Desenvolvemos um protótipo de aplicativo para dispositivos móveis que visa o controle rigoroso do seguimento com o paciente hipertenso. Com funções exclusivas, autoexplicativo e gratuito, permite que o paciente ou familiar insira o valor da pressão arterial no aplicativo através de lembretes periódicos e, de forma automática, otimiza todos os recursos para complementar o tratamento, com sincronização direta com o smartphone do médico enviando notificações automáticas permitindo que este siga os pacientes com metas, que tome decisões mais precoces e alerte em casos de não-adesão ao tratamento. A construção automática de gráficos com os valores das pressões sistólica, diastólica e média no período desejado ajudará a compreender o tratamento em períodos definidos. Alertas com lembretes de horários de medicações, próxima consulta e dicas de saúde complementam as particularidades do aplicativo. Compatível com sistemas android e IOS, tem fácil interface e layout otimizado. Conclusões: Considerando que especialistas acreditam que no ano de 2030 todas as faixas etárias utilizarão meios tecnológicos para facilitar o dia-a-dia e que existe uma carência de aplicativos funcionais desenvolvidos com este cunho social e educativo em saúde, esse aplicativo para complementar o tratamento e controle da pressão arterial ajuda a salvar vidas. Arq Bras Cardiol 2015: 105(4 supl.2)1-14 Resumos Temas Livres 41917 Anomalias das artérias coronárias: relato de 9 casos NAGELE DE SOUSA LIMA, ILANNE SARAIVA DE ARÊA LEÃO COSTA, LUIS GUSTAVO DE MIRANDA MARQUES E JOSE ITAMAR ABREU COSTA 41918 Associação de teste ergométrico positivo e lesões obstrutivas coronarianas acentuadas MIGUEL JOSE DE AZEVEDO FILHO Instituto Tecnológico de Avaliação do Coração (ITACOR), , PI, BRASIL. MedImagem, Teresina, PI, BRASIL - Hospital Santa Maria, Teresina, PI, BRASIL. Introdução: As anomalias das artérias coronárias são alterações congênitas raras ao nível da origem, trajeto e estrutura das artérias coronárias epicárdicas. O paciente portador de anomalia de coronária pode se manter assintomático por muitos anos, entretanto, em determinadas situações, pode apresentar eventos como infarto do miocárdio, arritmias graves e morte súbita. Reportamos 9 casos de origem anômala das artérias coronárias. Descrição dos casos: Em um caso, a artéria circunflexa tem origem no seio coronário direito. Em sete casos, a artéria coronária direita tem origem no seio coronário esquerdo. Em um caso, a artéria circunflexa tem origem no terço proximal da coronária direita. Conclusão: As anomalias das artérias coronárias, constituem a segunda causa de morte súbita em jovens atletas. O diagnóstico clínico é um desafio, pois os pacientes podem ser assintomáticos por grande parte da vida e o primeiro sintoma pode ser um evento grave, após esforço físico extenuante. Introdução: A busca ativa pela doença arterial coronariana faz parte do dia a dia de grande parte dos médicos atuantes. Para tal, o exame complementar mais popular é a eletrocardiografia dinâmica no esforço. No entanto, a acurácia deste exame registrada por diversos estudos ao longo dos anos mostra valores baixos comparados a outras formas de investigação da doença arterial coronariana. Por vezes, a estratificação invasiva não mostra lesão obstrutiva significativa, contrabalançando a relação custo/ benefício do cateterismo diagnóstico. Desta forma, pesando a grande quantidade de pacientes submetidos a cateterismo cardíaco diagnóstico indicados pelo resultado do teste ergométrico convém avaliarmos a acurácia deste teste no mundo real. Método: Análise retrospectiva através da apreciação de prontuários médicos. Recrutamos pacientes com escore de risco de Framinghan moderado, que realizaram cineangiocoronariografia pela primeira vez em suas vidas por indicação de teste ergométrico alterado no período determinado. Analisamos os laudos das cineangiocoronariografias e registraremos as alterações descritas. Registramos a incidência de lesões obstrutivas coronarianas de grau acentuado nos exames realizados. Resultados: No período de 01/01/14 a 31/12/15, 100 paciente foram selecionados. Quanto a conclusão dos testes ergométricos, 72% foram dados como compatíveis com isquemia por alterações eletrcardiográficas; 22% por critério clínico de dor anginosa e 6% por alterações clínicas e eletrocardiográficas. Os laudos das cineangiocoronariografias mostraram acometimento por lesão obstrutiva acentuada em pelo menos um vaso coronariano em 26 casos (26%), significando um valor preditivo positivo de 0,26. Conclusão: O teste ergométrico possui baixo valor preditivo positivo para a detecção de lesões obstrutivas coronarianas de grau acentuado em população de risco moderado de Framinghan. 41931 41932 Tratamento efetivo de ressincronização cardiaca associado ao cardioversor desfibrilador implantavel em paciente com insuficiência cardiaca grave: relato de caso Manejo da anticoagulação em paciente portador de Síndrome de Marfan com prótese metalica em posição aortica e acidente vascular cerebral hemorrágico: relato de caso THIAGO R SILVA, PATRÍCIA L A L COSTA, CARLOS E B LIMA E NATASHIRA S TORRES VALDIR J V MELO, PATRÍCIA L A L COSTA, ILANNE S A L COSTA E JOSE I A COSTA INSTITUTO TECNOLOGICO DE AVALIAÇÃO DO CORAÇÃO/ITACOR, TERESINA, PI, BRASIL. INSTITUTO TECNOLOGICO DE AVALIAÇÃO DO CORAÇÃO/ITACOR, TERESINA, , BRASIL. INTRODUÇÃO:A terapia de ressincronização cardíaca (TRC) foi desenvolvida visando reverter os efeitos adversos da dissincronia cardíaca na função ventricular esquerda e na capacidade funcional dos pacientes com insuficiência cardíaca (IC) avançada e intervalo QRS alargado ≥ 120 ms. O retardo eletromecânico, nesse cenário clínico, resulta em dissincronia interventricular, entre os ventrículos direito e esquerdo e na contração ventricular esquerda (dissincronia intraventricular). A última resulta mais frequentemente do bloqueio de ramo esquerdo, modificando o padrão de sinergismo contrátil. Assim, ocorre prejuízo na função sistólica, redução do débito cardíaco, aumento do volume diastólico final, piora da regurgitação mitral e movimento anormal da parede septal.RELATO DO CASO: Paciente M.D.S.S.60 anos, viúva, parda,portadora de cardiomiopatia dilatada idiopáticaIC classe funcional (CF) III / IV já com terapêutica otimizada apresentando internações recorrentes nos últimos 3 meses.Foi internada com descompensação da IC com necessidade de diurético venoso e dobutamina. Ao eletrocardiograma evidenciava ritmo sinusal e bloqueio de ramo esquerdo (QRS de 160 ms), radiografia de tórax com aumento global da silhueta cardíaca e ecocardiogramatranstorácico em jun/2013 com hipocinesia difusa e fração de ejeção (FE) 15%,insuficiência mitral moderada e pressão sistólica da artéria pulmonar (PSAP) 47mmhg. Ecocardiograma tecidual jul/2013com FE 12%, presença de dissincroniainter(56ms) e intraventricular (83ms). Cateterismo cardíaco jul/13 com ateromatose discreta difusa, sem lesões obstrutivas em coronarias.Após compensação clínica, foi submetida a implante de TRC com CDI em 29/07/2013, estando em acompanhamento ambulatorial regular em CF I, realizando atividades habituais, antes incapacitada, sem outras internações hospitalares até o momento. Ecocardiograma transtorácico jun/2015 evidencia FE 30%, hipocinesia difusa, PSAP 26 mmhg e mínima insuficiência mitral.CONCLUSÃO:nesse caso, relatamos uma paciente respondedora à TRC com resolução da hipertensão pulmonar, melhora da insuficiência mitral e melhora acentuada da FE do ventrículo esquerdo, além de melhora na qualidade de vida com o retorno de capacidade às atividades habituais. Destacamos o valor da TRC quando há seleção adequada do paciente baseado nos critérios clínicos pré-estabelecidos INTRODUÇÃO: Pacientes com prótese valvar mecânica (PVM) necessitam de anticoagulação oral crônica (AOC), reduzindo a chance de ocorrência para eventos tromboembólicos. Por outro lado, a ocorrência de eventos hemorrágicos nesses pacientes dificulta o manejo terapêutico da anticoagulação, ainda sendo escassas as recomendações objetivas para o tema em diretrizes atuais.RELATO DO CASO: C. J. A. F., masculino, aposentado, 52 anos, portador de síndrome de Marfan, devido aneurisma dissecante de aorta foi submetido a troca valvar com o procedimento de Bental De Bono (tubo valvulado com PVM na posição aórtica) em 1998 sendo indicado AOC com warfarina. Foi admitido no pronto socorro com quadro de cefaléia persistente, incoordenação motora esquerda e tontura. Ao exame físico inicial apresentava-se em bom estado geral com Glasgow 15, força muscular grau 4 à esquerda e pupilas isocóricas. Hemodinamicamente estável com pressão arterial de 120/70 mmHg e Sat. O2 98% em ar ambiente. Tomografia de crânio (TC) evidenciou lesão intra-axial nodular subcortical parietal superior direita, heterogênea predominantimentehiperdensa (forte componente hemorrágico agudo) com edema determinando apagamento dos sulcos corticais circunjacentes, compressão no corno occipital do ventrículo lateral ipsilateral, medindo cerca de 62x 45mm. Ecocardiogramatranstorácico evidenciou fração de ejeção (FE) de 81%, aneurisma de aorta corrigido com tubo sintético e PVMapresentando gradiente sistólico máximo de 26 mmHg. Fazia uso irregular da warfarina com INR admissional de 1,53. Foi realizado drenagem do hematoma intraparenquimatoso cerebral. TC de controle pós-operatório (PO) evidenciou hematoma em remissão. No 3º dia PO foi extubado com sucesso, com Glasgow 14 (4+5+5), retorno da força à esquerda e pupilas isocóricas. No 4º dia PO foi mantida a anticoagulação plena com enoxaparina e liberado de alta da UTI. No 5° PO foi mantida a enoxaparina sendo reiniciado a warfarina 30 dias após o procedimento cirúrgico, recebendo alta hospitalar com boa evolução clínica ambulatorial sem recorrências de novos episódios.CONCLUSÃO:relatamos um caso bem sucedido de reintrodução precoce de anticoagulação plena após neurocirugia devido AVC hemorrágico em portador de PVMque requer AOC por seu potencial trombogênico. Além do tipo de prótese utilizada, também devem ser considerados os riscos individuais de cada paciente para sangramento, tromboembolismo e a posição anatômica da prótese na decisão terapêutica Arq Bras Cardiol 2015: 105(4 supl.2)1-14 11 Resumos Temas Livres 41933 Cardiomiopatia Dilatada Alcoólica com Disfunção Ventricular Grave revertida após Abstinência Alcoólica e Tratamento Otimizado: Relato de Caso Tratamento efetivo de lesão ostial com aterectomia rotacional em lesão coronariana gravemente calcificada:Relato de Caso NATASHIRA S TORRES, CESAR M D E FILHO, PATRÍCIA L A L COSTA E NEWTON N L FILHO MAURICIO B VASCONCELOS, THIAGO REGO DA SILVA, CARLAILE A S A COSTA E DANIEL G S LOPES INSTITUTO TECNOLOGICO DE AVALIAÇÃO DO CORAÇÃO/ITACOR, TERESINA, PI, BRASIL. INSTITUTO TECNOLOGICO DE AVALIAÇÃO DO CORAÇÃO/ITACOR, TERESINA, PI, BRASIL. INTRODUÇÃO:A cardiomiopatia dilatada (CMD) de etiologia alcoólica é incomum, sendo diagnóstico de exclusão. O hábito de consumo regular de bebidas alcoólicas em grandes quantidades sugere fortemente o diagnóstico.RELATO DO CASO:Paciente F.S.S., 40 anos,pardo, solteiro, procedente de Teresina-PI, motorista de ônibus foi atendido em ambulatório de cardiologia relatando dispneia progressiva estando atualmente aos mínimos esforços associado a dispneia paroxística noturna e tosse.Sem antecedentes patológicos porem etilista crônico de longa data,desde os 14 anos. Apresentava sinais clínicos de insuficiência cardíaca (IC) ao exame clínico e ao ecocardiograma transtoracico 05/2012 evidenciou fração de ejeção (FE) de 32% com comprometimento difuso importante do ventrículo esquerdo e insuficiencia mitral moderada,radiografia de tórax aumento global da silhueta cardíaca e congestão pulmonar. Realizou provas inflamatórias que foram negativas afastando a possibilidade de diagnóstico de miocardite a sorologia de Chagas foi não reagente. Realizou cateterismo cardíaco que evidenciou coronárias normais e ao eletrocardiograma evidenciou taquicardia sinusal. Após abstinência alcoólica e tratamento farmacológico otimizado, evoluiu com melhora sintomática significativa e após três anos de seguimento houve melhora da FE para 61% ecocardiograma transtoracico em 03/2015.CONCLUSÃO:Apesar de doença potencialmente grave, a identificação etiológica da cardiomiopatia alcoólica orienta a abordagem terapêutica com tratamento farmacológico otimizado para IC e medida comportamental reforçando ao paciente a necessidade de mudança de hábito com o abandono do etilismo. No referido caso, tais medidas proporcionaram melhora importante da classe funcional de IC e normalização da função ventricular esquerda. Esse resultado certamente se traduz em melhora de sobrevida e da qualidade de vida,para esse paciente INTRODUÇÃO:A Aterectomia Rotacional é um procedimento realizado durante a Angioplastia Coronária em casos nos quais a obstrução coronária é muito endurecida devido a calcificação acentuada, o que dificulta a dilatação da artéria apenas com o cateter balão. Nesses casos, utilizam-se dispositivos especiais como o Rotablator um cateter que, em sua ponta possui uma oliva de diamante que, ao girar rapidamente, fragmenta a placa que obstrui a artéria coronária. Indicado preferencialmente em lesões ostiais; lesões reestenóticas; lesões calcificadas; lesões elásticas; lesões localizadas em seguimento distal.RELATO DE CASO: M.C.O.M. 83 anos,casada, parda,procedente de Piripiri/Piauí, sexo feminino apresenta como antecedentes patológicos prévios hipertensão arterial, angioplastia prévia e angina aos esforços, realizou cateterismo cardíaco que evidenciou lesões multiarteriais sendo lesões moderadas em primeiro grande ramo diagonal na origem, artéria coronária circunflexa, grande ramo marginal e artéria coronária direita com lesão severa e no terço proximal e médio e resultado mantido em STENT previamente implantando em terço distal; apresentou ainda na artéria coronária descedente anterior densamente calcificada com lesão severa no terço proximal e distal. A paciente foi submetida a angioplastia eletiva com aterectomia rotacional e implantação de STENT em artéria descedente anterior. As demais lesões foram tratadas com implantação de STENTs em artéria coronária direita, ramo descendente posterior, ramo ventricular posterior, procedimento com sucesso , alta hospitalar 24 hs após.CONCLUSÃO:Relatamos um caso bem sucedido da utilização de AR associada a implante de stent farmacológico em lesão coronariana gravemente calcificada.Lesões ostiais têm indicação de rotablator com um sucesso primário elevado, devem ser considerados os riscos individuais de cada paciente alem da posição anatômica da lesão. 41935 41937 Estudo epidemiológico da Capacidade Funcional e sua relação com a Frequência Cardíaca Máxima em pacientes submetidos ao Teste Ergométrico Parada Cardíaca em paciente com aumento do intervalo “QT” secundário a uso de anti-depressivo tricíclico ITALO CORDEIRO MOREIRA, MARIA JAIONARA DE MACEDO, CECILIA BRENDA ROCHA CARNEIRO, GABRIEL PEREIRA BERNARDO, DIEGO LEAL LANDIM CRUZ, PRISCILA PASSOS CAMPELO MOREIRA, MARIANA CARLEIAL FEIJÓ DE SÁ, CAMILO DE LÉLLIS DANTAS DE AMORIM, TICIANE PONCIANO DE OLIVEIRA LIMA E HERBERT LIMA MENDES VALDIR J V MELO, RAFAEL CARDOSO JUNG BATISTA, PATRÍCIA L A L COSTA, CLAUDIA K G LINS E ILANNE S A L COSTA Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte, Juazeiro do Norte, CE, BRASIL - Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina, PI, BRASIL - Hospital Maternidade São Vicente de Paulo, Barbalha, CE, BRASIL. Parada Cardíaca em paciente com aumento do intervalo “QT” secundário a uso de anti-depressivo tricíclico Introdução: A frequência cardíaca máxima (FCM) é importante variável fisiológica, não invasiva amplamente útil para avaliar a resposta cardiovascular no Teste Ergométrico (TE), tendo papel importância na análise prognóstica de um teste funcional. Essa variável tem um aumento proporcional à intensidade do trabalho e ao consumo de oxigênio, sendo este aumento relacionado à condição física aeróbia do indivíduo. O aumento da frequência cardíaca é o principal mecanismo através do qual o débito cardíaco é aumentado, indivíduos com esta resposta atenuada, ou seja, uma incompetência cronotrópica tem maior mortalidade e incidência de doença cardíaca coronariana. Objetivo: Avaliar a FCM no TE em pacientes ativos e sedentários considerando os sexos. Método: Participaram deste estudo 119 pacientes (51 homens e 68 mulheres) com idades entre 14 e 79 anos (49,93+15,3). Estes foram submetidos a teste ergométrico utilizando o protocolo de Rampa. Testes “t” de student para amostras independentes foram utilizados para avaliar possíveis diferenças na FCM entre os grupos (Ativos e Sedentários) e sexos. Resultados: Não houve diferenças estatisticamente significativas nas médias da FCM entre homens e mulheres Sedentários (n(60) p= 0,326), porém entre esses dois grupos ao analisar os ativos, os homens apresentaram maior FCM (n(59) p= 0,006). Na comparação entre os grupos, os homens ativos apresentaram maior FCM quando comparados aos sedentários (n(50) p=0,036), porém com as mulheres essa relação não ocorreu (n(69) p=0,627). Conclusão: As variáveis: sexo e capacidade funcional modificam o valor de FCM. A pesquisa foi realizada por meio de entrevista e sem distinção na intensidade da atividade física realizada, o que pode ter mascarado parcialmente os resultados. Palavras-chave: TESTE ERGOMÉTRICO, FREQUÊNCIA CARDIACA MÁXIMA, CAPACIDADE FUNCIONAL. 12 41934 Arq Bras Cardiol 2015: 105(4 supl.2)1-14 INSTITUTO TECNOLOGICO DE AVALIACAO DO CORAÇÃO-ITACOR, teresina, PI, BRASIL. A síndrome do QT longo induzida por fármacos é uma condição potencialmente fatal, capaz de causar morte súbita como primeira manifestação. Relatamos um caso de paciente masculino , 87 anos, hipertenso, diabético, doença arterial coronariana e depressão, que deu entrada no pronto atendimento com quadro de parada cardiorrespiratória , sendo prontamente atendido e encaminhado para unidade de terapia intensiva para investigação . Durante monitorização em UTI, observado episódios frequentes de taquicardia polimórfica não sustentada instável, evoluindo com piora da intensidade após infusão de amiodarona . Durante observação clínica, detectado aumento importante de intervalo “QT” medindo 600ms após conrreção pela formula de Bazet, com fenômeno “R” sobre “T” presente . Instituido tratamento com suspensão da amiodarona , infusão de lidocaína e estimulação ventricular com marcapasso provisório, inibindo assim as taquicardias ventriculares polimórficas e consequentemente obtendo-se estabilidade hemodinâmica. Após controle dos episódios de torsades de pointes, foi possível realizar a investigação diagnostica que descartou distúrbio hidroeletrolíticos, disfunção renal aguda e hepática , isquemia miocárdica e doença estrutural cardíaca. Após anamnese detalhada com família, detectado o uso de antidepressivo tricíclico há cerca de 2 meses, que após exclusão de outras causas foi determinado como causa do aumento do intervalo “QT”, piorado com infusão de amiodarona parenteral inadvertidamente. O aumento do intervalo “QT” pode ocasionar arritmias ventriculares fatais e a realização da anamnese detalhada, assim como uma extratificação de risco, pode determinar o diagnóstico etiológico, conduta profilática e consequentemente a terapêutica adequada. Resumos Temas Livres 41938 41940 Infarto agudo do miocardico com supradesnivelamento de ST e padrao arterial coronariano obstrutivo grave em paciente jovem diabetica: relato de caso. Perfil clínico-epidemiológico dos pacientes submetidos ao Teste Ergométrico em um hospital do interior do Ceará entre 2014 e 2015 ILANNE SARAIVA DE ARÊA LEÃO COSTA, JOSE ITAMAR ABREU COSTA, PATRÍCIA LORENNA DE ARÊA LEÃO COSTA E VALDIR DE JESUS VALE MELO ITALO CORDEIRO MOREIRA, CECILIA BRENDA ROCHA CARNEIRO, MARIA JAIONARA DE MACEDO, DIEGO LEAL LANDIM CRUZ, HERBERT LIMA MENDES E GABRIEL PEREIRA BERNARDO ITACOR- INSTITUTO TECNOLOGICO DE AVALIACAO DO CORACAO, TERESINA, PI, BRASIL. Introducao: O Infarto Agudo do Miocardico (IAM) acomete em geral individuos do sexo masculino com idade media de 60 anos e e responsavel por cerca de 30% da mortalidade no Brasil, metade dos obitos ocorrem nas primeiras horas do evento e 14% morrem antes de receber o primeiro atendimento medico. O prognostico dos pacientes apos IAM depende fundamentalmente da agilidade em alcancar um servico medico e na eficiencia desse servico em obter reperfusao coronariana o mais rapido possivel. O diagnostico e feito com base no quadro clinico, nas alteracoes eletrocardiograficas e na elevacao sanguinea dos marcadores de necrose miocardica. Relato de caso: paciente, sexo feminino, 23 anos, diabetes tipo 1 desde 4 anos de idade insulino dependente, sobrepeso, ex-tabagista e historia familiar positiva para doenca arterial coronariana (DAC) admitida com dor preocridal em aperto de forte intensidade associada a sudorese fria, exame fisico taquidispneica e hipotensa, eletrocardiograma com supradesnivelamento de ST de V1-V6, marcadores de necrose miocardica com elevacao significativa dos valores.cateterismo cardiaco com padrao obstrutivo grave, lesao grave em descendente anterior (DA) e marginal esquerda (ME), coronaria direita (CD) ocluida e de fino calibre recebendo fluxo por circulacao colateral.submetida a angioplastia com impante de stent farmacologico em da e me com reperfusao TIMI Flow 3.ecocardiograma apos IAM acineisa apical de todas as paredes, FE 40%. Evoluindo Killipi II apos IAM em uso de antiagregantes plaquetarios e tratamento medicamentoso adequado para insuficiencia cardiaca. Discussao: existem fatores que aumentam as chances de um evento trombotico corornariano como tabagismo, sedentarismo,obesidade, hipertensao arterial sistemica e diabetes. A diabetes tipo 1 acomete criancas e adultos jovens promovendo producao insuficiente de insulina pelo pancreas com necessidade de insulina exogena diaria ao longo da vida.a paciente em questao apesar de jovem, portadora de muitas cormobidades e com alto risco para evento trombotico cardiovascular, apresentando padrao arterial coronariano obstrutivo grave e incomum para pacientes com a mesma faixa etaria. Conclusão: A DAC grave apresenta altas taxas de mortalidade e pode acometer individuos jovens portadores de diabetes e outros fatores de risco e dependendo do grau de comprometimento do miocardico promover danos irreparaveis ao longo da vida. O diagnostico rapido e tratamento precoce podem reduzir as complicacoes do IAM. Faculdade de Medicina Estácio de Juazeiro do Norte, Juazeiro do Norte, CE, BRASIL - Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina, PI, BRASIL - Hospital Maternidade São Vicente de Paulo, Barbalha, CE, BRASIL. Introdução: O teste ergométrico (TE) é um procedimento não invasivo, onde o paciente é submetido a um esforço físico programado e individualizado com o intuito de se avaliar as respostas clínica, hemodinâmica, autonômica, eletrocardiográfica, metabólica e eventualmente ventilatória ao exercício. Esse exame tem valor prognóstico e diagnóstico na detecção de doenças cardiovasculares, reconhecimento de arritmias e avaliação da capacidade funcional e condição aeróbica. Objetivo: Traçar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes submetidos ao TE em um hospital do interior do Ceará. Método: Trata-se de um estudo transversal de 122 pacientes que realizaram TE utilizando o protocolo de Rampa e entrevista avaliando: indicações do TE, antecedentes cardíacos, sintomatologia e comorbidades no período de junho de 2014 a junho de 2015. Resultados: A população do estudo foi de 122 pacientes, entre 14 e 79 anos, dos quase 50 eram do sexo masculino (50,26+15,27) e 72 do sexo feminino (50,16+15,24), com índice de massa corporal (IMC) (27,29+4,06) sem diferença significativa entre os sexos p=0,220. Desses 81,15% eram hígidos, 18,85% apresentavam alguma cardiopatia associada. Com relação ao grau do condicionamento físico foram dividido em 3 categorias: 47,54% ativos, 50% sedentários e 2,46% Atletas. Dentre as indicações para o TE, a precordialgia foi a mais prevalente com 44,26% seguida pela avaliação funcional 25,40% e avaliação da pressão arterial 13,93%. Os antecedentes cardíacos mais encontrados foram 41,80% assintomáticos, 23,77% precordialgia típica, e 18,85% precordialgia atípica. Na avaliação clínica inicial 40,16% eram assintomáticos, 35,24% afirmaram palpitação e 26,23% dispneia aos esforços. Além disso, 50,82% eram hipertensos, 50% relataram estresse e 25,41% tinham dislipidemia dentre as comorbidades. Conclusão: O perfil clínico-epidemiológico dos pacientes no TE foi de: mulheres, hígidos, sedentários e IMC elevado, além de uma maior tendência a hipertensão. A indicação mais encontrada foi a precordialgia, embora maior parte dos pacientes assintomático, em valores absolutos, e sem antecedentes cardíacos. Logo, o TE dentro de suas reais indicações é de extra importância para avaliar a resposta cardiovascular e prognóstica na população de maneira individual. 41945 Efeito do uso de ivabradina em paciente com insuficiência cardíaca classe IV KAROLINE RESENDE CARVALHO, ARIELLA AGUIAR NOGUEIRA, ALCINO PEREIRA DE SÁ FILHO E CARLOS EDUARDO BATISTA DE LIMA universidade estadual do piaui, teresina, PI, BRASIL - hospital getulio vargas, teresina, PI, BRASIL. INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca (IC) é uma disfunção que resulta em suprimento sanguíneo inadequado à demanda metabólica dos tecidos. Existem dois tipos de IC: sistólica e diastólica. A IC pode ser classificada em quatro níveis de gravidade de acordo com a sintomatologia, sendo a classe IV a mais grave. O tratamento farmacológico para esse nível pode incluir o uso de Inibidor da enzima conversora de angiotensina, Betabloqueador, Diuréticos, digoxina, Nitratos com Hidralazina, Antagonistas de receptor da angiotensina II. Pode-se acrescentar à terapêutica convencional, em pacientes com IC classes III ou IV, com disfução sitólica, ritmo sinusal, frequência cardíaca ≥70 batimentos por minuto, Ivabradina, um inibidor específico da corrente If do nó sinoatrial e redutor puro da frequência cardíaca (FC) que preserva a contratilidade e a pressão sanguínea. Acredita-se que ela melhora o tônus vagal e reduz a hiperatividade simpática e que a diminuição da FC melhora o remodelamento do ventrículo esquerdo (VE). RELATO DE CASO: Paciente, masculino, 57 anos, tabagista e estilista por 38 anos, diagnosticado com IC, evolui com descompensação da doença com dispnéia aos mínimos esforços, ortopnéia, dispnéia paroxística noturna, astenia grave, ascite, hepatomegalia, turgência jugular, refluxo hepatojugular e edema de membros inferiores. Ecodopplercardiograma evidenciou disfunção sistólica de VE de grau importante com Fração de ejeção de 12% e disfunção diastólica de grau 3, discreta disfunção sistólica de ventrículo direito, hipertensão pulmonar moderada, insuficiência mitral e tricúspide. Tomografia computadorizada de tórax mostrou aumento da área cardíaca. IC classificada como grau IV, sem melhora com tratamento clínico com Furosemida, Digoxina, Espironolactona, Hidroclorotiazida, Enalapril, Carvedilol, com necessidade de recorrentes hospitalizações. Foi acrescentado Ivabradina e o paciente evoluiu com melhora significativa dos sintomas, com dispnéia aos grandes esforços, sem necessidade de novas hospitalizações. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O manejo de pacientes com IC inclui abordagem multifatorial e existem terapêuticas alternativas que mostram grande impacto na melhora da sobrevida de alguns casos. A Ivabradina é promissora e comprovadamente melhora a sobrevida na IC. Arq Bras Cardiol 2015: 105(4 supl.2)1-14 13 ÍNDICE REMISSIVO POR AUTOR E Nº DO TEMA A Adriana Teixeira Gomes Diogo - 41555, 41889 Mauricio B Vasconcelos - 41934 Miguel Jose de Azevedo Filho - 41883, 41918 N Adriel Rego Barbosa - 41884, 41899 Antonio Dib Tajra Filho - 41031, 41697 C Camila C Abreu - 41637 Nagele de Sousa Lima - 41917 Natashira S Torres - 41933 Nivaldo Menezes Filgueiras Filho - 41660, 41693, 41896 R Cecy Augusta Rameiro Pires Brandão - 41880 D David Wesley Ribeiro Muniz - 41893 E Eduardo Santos Silveira Junior - 41873 F Fernando Teixeira De Morais Freire - 41912 Fernenda Pessa Valente - 41665 Francisco Talyson Marques Rodrigues - 41881 I Ilanne Saraiva de Arêa Leão Costa - 41825, 41938 Italo Cordeiro Moreira - 41935, 41936, 41940 J Jocerlano Santos de Sousa - 41878 , 41879, 41903, 41907, 41916 Jose Campelo de Sousa Neto - 41895 K Karla Jessica Araujo Fortes - 41885 Karoline Resende Carvalho - 41890, 41945 L Laísa Allen Gomes De Sousa - 41905 Liriany Martins Portela - 41866 Lucas R P J Alencar - 41686 M Marcos Aurelio Lima Barros - 41868 Marcos Roberto Queiroz França - 41911 Marlon Marcelo Maciel Sousa - 41892, 41898 14 Arq Bras Cardiol 2015: 105(4 supl.2)1-14 Rayra G Ribeiro - 41882, 41887 Rayra Pureza Teixeira Barbosa - 41875 S Sheila Raquel Alves De Sa Nascimento - 41913 T Thiago R Silva - 41931 V Valdir J V Melo - 41932, 41937 Y Yuri Freire de Carvalho Espirito Santo - 41791