Entendendo o HPV e a vacina tetravalente N 31 Outubro/2014

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No 31
Outubro/2014
Centro de Farmacovigilância da UNIFAL-MG
Site: www2.unifal-mg.edu.br/cefal
Email: [email protected]
Tel: (35) 3299-1273
Equipe editorial: prof. Dr. Ricardo Rascado; profa. Drª.
Luciene Marques; Marcela Forgerini; Michele Neri
Entendendo o HPV e a vacina tetravalente
HPV
Papilomavírus humano (HPV) é
um DNA vírus da família Papovaviridae,
capazes de induzir lesões de pele ou
mucosa, as quais mostram um
crescimento limitado e habitualmente
regridem espontaneamente. Representa o
nome de um grupo de vírus que incluem
mais de 100 tipos, em que a transmissão
ocorre por meio de relações sexuais.
A infecção do trato genital
humano pelo Papilomavírus humano
(HPV) é a doença sexualmente
transmissível (DST) viral mais frequente
na população sexualmente ativa. A
verruga ou condiloma acuminado é o
resultado de infecção por HPV.
Dos tumores malignos sediados
nos órgãos genitais da mulher, o câncer
do colo do útero é o mais frequente e é
caracterizado morfologicamente por
alterações celulares em que há progressão
gradativa, e quando estas alterações são
descobertas
através
dos
exames
preventivos ginecológicos, podem tornarse curáveis quando diagnosticado no
início de seu surgimento. A evolução do
câncer do colo do útero, na maioria dos
casos, se dá de forma lenta, passando por
fases pré-clínicas detectáveis e curáveis.
Dentre todos os tipos de câncer do colo
uterino é o que apresenta um dos mais
altos potenciais de prevenção e cura.
É nesses grupos que se
concentram as maiores barreiras de
acesso à rede de serviços para detecção e
tratamento precoce da doença e de suas
lesões
precursoras,
advindas
de
dificuldades econômicas e geográficas,
insuficiência de serviços e questões
culturais, como medo e preconceito dos
companheiros.
São considerados fatores de risco
de câncer do colo do útero a
multiplicidade de parceiros e a história de
infecções sexualmente transmitidas (da
mulher e de seu parceiro); a idade
precoce na primeira relação sexual e a
multiparidade.
Além desses fatores, estudos
epidemiológicos sugerem outros, cujo
papel ainda não é conclusivo, tais como
tabagismo, alimentação pobre em alguns
micronutrientes, principalmente vitamina
C, betacaroteno e folato, e o uso de
anticoncepcionais.
Atualmente, a teoria mais aceita
para a explicação do aparecimento do
câncer do colo do útero repousa na
transmissão sexual.
VACINA DO HPV
Em 2014, o Sistema Único de
Saúde (SUS) lançou uma campanha
nacional para imunizar meninas de 11 a
13 anos contra o HPV. A vacina aplicada
no Brasil é a quadrivalente, recomendada
pela Organização Mundial da Saúde, com
eficácia de 98%, protegendo o indivíduo
dos tipos 6, 11, 16 e 18 da doença.
Ela
foi desenvolvida
sem
nenhuma parte do HPV, sintetizada em
laboratório de maneira que seja
1
semelhante à cápsula do vírus, mas sem o
núcleo do agente, parte que permite a
replicação. Dessa forma, após receber a
vacina, o organismo será estimulado a
produzir anticorpos específicos para cada
tipo de HPV, que farão o papel de
inativá-lo, impedindo a sua instalação e
multiplicação.
O Ministério da Saúde recomenda
que a adolescente seja submetida a três
doses da vacina, sendo a segunda seis
meses depois da primeira, e a terceira,
cinco anos após a primeira dose. Apesar
de haver mais de uma centena de tipos de
HPV, a maioria das infecções é causada
por quatro variantes. As 16 e 18
(consideradas de alto risco) são
responsáveis por 70% dos casos de
câncer de colo de útero. Já os tipos 6 e
11, respondem por 90% das verrugas
genitais (de baixo risco).
Diversos
estudos,
que
monitoraram milhares de pessoas
vacinadas na Austrália, Europa e América
do Norte, excluíram a ocorrência de
eventos adversos graves ou permanentes.
Existem relatos de casos de dor e de
desmaio, o que não é preocupante e não
inviabiliza a vacinação, já que os
benefícios superam essas reações.
A pessoa que recebe a vacina por
via intramuscular nas doses indicadas irá
estimular a produção de anticorpos
específicos para cada tipo de HPV que
contém a vacina. Teremos um elevado
nível desses anticorpos que persistiram
durante
anos.
Quando a pessoa vacinada entrar
em contato com o HPV esses anticorpos
irão inativar este HPV impedindo que ele
se instale e se multiplique. Dessa maneira
impede a progressão da infecção.
É preciso entender que a
vacinação é uma ação preventiva e vai
proteger dos tipos de HPV (6, 11, 16 e
18) com os quais a pessoa ainda não
entrou em contato. Geralmente, as
verrugas são ocasionadas pelos tipos
menos oncogênicos. Dessa forma, mesmo
que a pessoa já teve verrugas vaginais
poderá se beneficiar da vacina para
protegê-la dos tipos mais oncogênicos, se
ela ainda não entrou em contato com
esses agentes. Os homens não foram
contemplados na campanha por uma
decisão política de custo-benefício, mas
podem se favorecer da vacinação, já que
o HPV está associado também ao câncer
de ânus, orofaringe e pênis.
A infecção pelo HPV é preocupante,
pois é a DST mais frequente, cerca de
50% da população sexualmente ativa
vai entrar em contato com o HPV em
algum momento da vida.
No mundo todo se acredita que
aproximadamente 30 milhões de pessoas
tenham verrugas ocasionadas por HPV,
aproximadamente
10
milhões
de
mulheres tenham lesões intra-epiteliais de
alto grau no colo uterino e 500 mil casos
de câncer do colo uterino. O INCA
(Instituto Nacional do Câncer) informa a
ocorrência de 18.000 casos novos de
câncer do colo uterino no Brasil a cada
ano, e que aproximadamente 4.000
mulheres morem de câncer do colo
uterino no Brasil.
REAÇÕES ADVERSAS À VACINA
Kfouri esclarece que os desmaios
não são reações específicas à vacina de
HPV e que estão relacionados a fatores
emocionais. “Trata-se de uma população
de adolescentes e parte deles desmaiaria
ao tomar qualquer outra vacina ou
medicação injetável.” Por causa da
possibilidade
de
desmaios,
é
recomendado que os jovens sejam
vacinados sentados e que permaneçam
em observação por 15 minutos.
O secretário Jarbas Barbosa cita
que, quando a vacinação contra HPV foi
lançada nos Estados Unidos, foi
observado um fenômeno de desmaios em
série. “Quando se vacinava em uma
escola, se tinha um desmaio, aconteciam
5 ou 6 desmaios na mesma escola. Em
2
outras, não ocorria nenhum desmaio”, diz
Barbosa. Ele cita que ver um colega
desmaiando deixa os colegas tensos e
ansiosos e mais propensos à ocorrência.
De acordo com o médico Renato
Kfouri,
presidente
da
Sociedade
Brasileira de Imunizações (SBIm), os
eventos
adversos
mais
comuns
relacionados à vacina de HPV são dor,
inchaço e vermelhidão no local da
aplicação. Febre, mal estar e dor de
cabeça também são reações relatadas por
parte dos vacinados. Podem ocorrer ainda
desmaios nos primeiros 15 minutos após
a vacinação. Segundo os especialistas,
essas reações são benignas, sem
gravidade e não deixam sequelas.
Nos Estados Unidos, que desde
2006 já distribuiu cerca de 67 milhões de
doses da vacina quadrivalente contra
HPV, um estudo de segurança divulgado
em agosto apontou que a proporção de
eventos adversos entre os que receberam
a vacina e entre o grupo controle, que
recebeu apenas uma solução salina, foi
similar.
Além da vacina, a prevenção
contra esse tipo de câncer também
continua
envolvendo
o
exame
Papanicolau, que identifica possíveis
lesões precursoras do câncer que, tratadas
precocemente, evitam o desenvolvimento
da doença. “Existe uma expectativa muito
grande de que a combinação de vacinação
do HPV com o teste preventivo, o
Papanicolau a partir dos 25 anos, permita
que a geração que hoje tem de 11 a 13
anos seja a primeira geração em que o
câncer de colo de útero seja eliminado
como causa de morte entre as mulheres",
observa Barbosa.
A vacina não está relacionada a
sintomas como dormência e paralisia dos
membros, de acordo com a médica Marta
Heloísa
Lopes,
professora
do
Departamento de Moléstias Infecciosas
da Faculdade de Medicina da USP e
membro da Sociedade Brasileira de
Infectologia (SBI), trata-se de uma vacina
desenvolvida por engenharia genética,
que tem apenas a superfície do vírus
HPV. “Mesmo se tivesse o vírus inteiro,
ele não seria capaz de provocar
problemas no sistema nervoso central”,
diz a médica. “O adolescente tem uma
labilidade emocional maior, são mais
sugestionáveis e reagem com mais
intensidade”, disse Barbosa. “Realmente
foi uma reação mais emocional,
psicossomática, o que não é incomum.
Mesmo em adultos isso pode acontecer.”
CONCLUSÃO
Segundo pesquisas feitas em
países que adotam a imunização há mais
tempo e especialistas, os riscos de
ocorrerem eventos adversos são parecidos
com os de outras vacinas que já fazem
parte do calendário vacinal.
3
Referências bibliográficas
Bem estar – Saiba como a vacina do
HPV age e as reações que pode
provocar.
Disponível em:
<http://g1.globo.com/bemestar/noticia/20
14/09/saiba-como-vacina-contra-o-hpvage-e-reacoes-que-pode-provocar.html>.
Acesso em 16 de setembro de 2014
R7 notícias – Dor, inchaço e
vermelhidão são as reações adversas
mais comuns da vacina contra HPV.
Disponível em:
<http://noticias.r7.com/saude/dorinchaco-e-vermelhidao-sao-as-reacoesmais-comuns-da-vacina-contra-o-hpv10092014>.
Acesso em 16 de setembro de 2014.
Minha vida: saúde, alimentação e bem
estar – Vacina contra HPV
(quadrivalente)
Disponível em:
<http://www.minhavida.com.br/saude/tud
o-sobre/16665-vacina-contra-hpvquadrivalente>.
Acesso em 17 de setembro de 2014.
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