Anéis comutativos, Euclideanos, fatoriais, principais e Noetherianos Podemos dizer que em geral os anéis são partes de um corpo onde não temos divisão. A palavra anel deve ter-se originado quando Galois estudou pela primeira vez corpos nitos. No estudo das congruências módulo n o que fazemos é enrolar o conjunto dos inteiros num círculo. Enrolar em círculo leva a anel. Enm, esse é o nome. Por exemplo: Z e F [x] são anéis com os quais estamos convivendo. Mas podemos fabricar muitos outros. Para um conjunto ser anel deve ter uma unidade multiplicativa, isto é, um 1. 0, Deve ter um zero, ter soma e produto de seus elementos. O produto deve ser distributivo em relação a soma. Por exemplo: propriedades, tem 1 que é a matriz identidade; tem Mn o conjunto das matrizes 0 que é a matriz nula. n por n tem essas Somamos e multiplicamos matrizes e a multiplicação é distributiva em relação a soma. Logo é um anel. A diferença entre esse anel e os dois outros exemplos, Z e F [x], é que em Mn a multiplicação não é comutativa. Anéis onde a multiplicação é comutativa são chamados de abelianos em homenagem a Abel. Outro exemplo de anel não comutativo é o conjunto de todas as funções produto usual de funções: (f + g)(t) = f (t) + g(t) e F = {f : R → R | f função } com a soma e o (f g)(t) = f (t)g(t). Observação. Todo corpo é também um anel e todo subcorpo é também um subanel. Mas é claro que não vale a recíproca. F Na verdade podemos dizer que um corpo x tem um inverso x−1 em F. é um anel tal que para todo A x 6= 0, então um elemento que tem inverso é chamado de uma unidades. Denição. Seja A um anel e A× = { u ∈ A | A se Num anel devemos esperar que muitos elementos, embora não nulos, não tenham inverso. Em um anel elementos de x ∈ F, que tem inverso em existe v∈A tal que uv = 1 }. Isto é A× são os A. Observação. Na verdade A× é um grupo em relação a multiplicação do anel. Por exemplo, se A Z[i] = { a + bi | a, b ∈ Z} (verique como exercício que (mais tarde demonstraremos isso). Em isso vale para todo anel A × = A r { 0 }. for um corpo, então A: A[x]× = A× . F [x], onde F Z[i] Para Z temos é um anel) temos é um corpo temos Z× = {1, −1}. Z[i]× = { 1, −1, i, −i } F [x]×] = F × . Na verdade Um outro exemplo interessante é o seguinte: seja Z(3) = na b ∈Q|3-b 1 o . Em Verique como exercício que Z(3) é um anel (subanel de Q). Nesse anel Z× (3) é muito grande. De fato Z× (3) = Questão 1. unidades. Seja na b ∈Q|3-b 3-a e o . Mostre que o seguinte conjunto é um anel (subanel de √ −1 + −3 ω= 2 e C) e encontre seu grupo de Z[ω] = {a + bω | a, b ∈ Z}. Neste curso praticamente só estudaremos anéis abelianos, ou comutativos. Nossos exemplos mais conhecidos e interessantes são os anéis Z e F [x], onde F é um corpo. Vamos ver que esses dois anéis tem muito em comum. Por exemplo, dados dois inteiros, ou dois polinômios, sempre podemos fazer a divisão de um pelo outro e encontrar um quociente e um resto. Essa propriedade é chamada de divisão euclidiana e temos toda uma família de anéis caracterizados pela divisão euclidiana. Denição. Dizemos que um anel A é euclidiano se existir uma função ϕ : A r {0} → N tal que para todo par de elementos a, b ∈ A, b 6= 0, a = bq + r com existem r = 0, Isto é, podemos realizar uma divisão euclidiana em ou q, r ∈ A tais que ϕ(r) < ϕ(b). A. Anéis com a propriedade acima são chamados de Anéis Euclidianos. Temos os exemplos muito conhecidos de (grau de com f (x). Z, onde ϕ(n) = |n|, é o valor absoluto de n. Para o anel F [x] temos ϕ(f (x)) = gr f (x) Mas será que existem outros? Um exemplo trivial e sem graça é o caso de um corpo ϕ(x) = 1, para todo x ∈ F × . O interesse nos anéis euclidianos vem do fato de que muitas outras propriedades fortes decorrem dela. Por exemplo sempre existe MDC de dois elementos que um MDC pode ser escrito na forma irredutíveis de A. a, b ∈ A e ua + vb com u, v ∈ A; todo elemento tem fatoração única em Mas uma questão a ser considerada é se a família dos anéis Euclidianos é bastante grande para justicar seu estudo. Questão 2. Verique que de fato Z com ϕ(n) = |n| euclidianos. Vamos então ao novo exemplo. 2 e F [x] com ϕ(f (x)) = gr f (x) são anéis Exemplo: Tomemos Z[i] = { a + bi | a, b ∈ Z }. Esse anel é conhecido como anel dos inteiros de Gauss. Acho que foi Gauss que constatou suas excelentes propriedades aritméticas. Vamos denir Q(i)1 em uma conjugação pondo a + bi = a − bi. ∀u, v ∈ Q(i) vale Essa conjugação tem boas propriedades: u + v = u + v, uv = uv. Com o auxílio da conjugação denimos uma norma: N (u) = uu. Isto é, N (a + bi) = a2 + b2 . Verica-se facilmente as seguintes propriedades: Questão 3. se e somente se Quaisquer que sejam u = 0. u, v ∈ Q(i) Finalmente, para u ∈ Z[i] temos temos a função norma torna-se fácil encontrar as unidades de Vamos mostrar que essa função norma N N (uv) = N (u)N (v). N (u) = 1 Mais ainda se e somente se N (u) = 0 u ∈ Z[i]× (Usando Z[i]). tem a propriedade de uma função ϕ para tornar Z[i] um anel euclidiano. u, v ∈ Z[i], v 6= 0, Dados ou N (r) < N (v). vamos mostrar que exitem Digamos que u = a + bi z= z 6∈ Z[i] Em geral e v = c + di q, r ∈ Z[i] tais que r=0 u ac + bd ad − bc = 2 + 2 i ∈ Q[i]. v c + d2 c + d2 distância entre dois inteiros é sempre ad − bc . c2 + d2 onde seja pois tem parte real e parte imaginária não inteiras. maior inteiro contido em u = vq + r, 1. Sejam então m0 Sabemos contudo que a o maior inteiro contido em ac + bd c2 + d2 e n0 o Isto é; ad − bc ac + bd < m0 + 1, n0 ≤ 2 < n0 + 1. m ≤ 2 2 2 c +d c +d 0 Logo ac + bd 0 < 1, − m c2 + d2 e ad − bc 0 < 1. − n c2 + d2 Vamos agora fazer um ajuste: Se ac + bd 1 0 c2 + d2 − m ≤ 2 , tomamos m = m0 , Se ac + bd 1 0 c2 + d2 − m > 2 , tomamos m = m0 + 1, do que vai resultar 1 ac + bd c2 + d2 − m ≤ 2 . 1 Quando em Q(i) ou o conjunto é um anel usamos √ 3 [], como em Z[i] Q( 2). 3 ou F [x]. Quando o conjunto é um corpo usamos (), como n0 Igualmente ajustamos o para termos ad − bc 1 ≤ . − n c2 + d2 2 Tomamos agora N u v q = m + ni ∈ Z[i] −q =N u v −q = que será nosso candidato ao quociente euclidiano. De fato ac + bd −m c2 + d2 2 + ad − bc −n c2 + d2 2 2 2 1 1 1 + ) ≤ < 1. ≤ 2 2 2 Tomamos a seguir N (u − vq) = N (v)N Denindo-se então r = u − vq temos que r=0 ou u v − q < N (v). N (r) < N (v) assim demonstrado que temos um algorítimo de Euclides em Questão 4. por Faça a mesma coisa no anel √ √ a + b −2 = a − b −2 √ Z[ −2]. e a norma dada por e vale a igualdade Fica Z[i]. Agora a conjugação em √ √ Q( −2) será dada N (a + b −2) = a2 + 2b2 . Existem muitos outros exemplos onde a norma faz do anel de inteiros de √ quadrado, um anel euclidiano. u = vq + r. Por exemplo também √ Z[ 2], Z[ 3], ou √ Q( d), d ∈ Z √ Z[ −7]. não Isso pode levar ao erro de supor que o anel sempre será euclidiano para a função norma, mas isso não é verdade. Para d ∈ Z −1, −2, −3, −7, −11. casos e d < 0 Para d o anel √ Z[ d] só é euclidiano para a função norma nos casos d = positivo somente temos a divisão euclidiana para a função norma nos d = 2, 3, 5, 6, 7, 11, 13, 17, 19, 21, 29, 33, 37, 41, 57, 73. Questão 5. Utilizando a função norma de √ N : Z[ d] → Z estude √ Z[ d]× . Considere também Z[ω] da Questão 1 e verique a com a ajuda da norma facilmente encontramos o grupo das unidades. Depois de termos mais exemplos de Euclidianos vamos continuar seu estudo, mas antes de continuarmos vamos introduzir um novo conceito: Denição. Seja A um anel e a, b ∈ A com b 6= 0. tal que a = bc. Vamos denotar essa relação b divide Observe que num anel Euclidiano se b|a, Dizemos que a por então o resto r b divide a (em A) se existir c ∈ A b|a. da divisão Euclidiana de a por b é r = 0. Questão 6. Estude o que acontece em um anel euclidiano quando dividimos 1 por b 6= 0. Questão 7. Verique que a relação acima tem as seguintes propriedades: 4 1. Se b|a e a|d, então b|d 2. Se b|a e b|d, então b|(a + d) (é transitiva). (um tipo de distributividade). 3. Usando a item anterior verique que se b|(a + d) e b|a, então b|d. Nas propriedades acima vimos que | é transitiva. Claro que é também reexiva pois todo b 6= 0. b|b para Mas não é simétrica. Quando é simétrica temos uma situação especial. Questão 8. Seja f (x) ∈ Q[x] um polinômio não constante e b ∈ C uma raiz de f (x). a propriedade da divisão Euclidiana de Q[x] implica que x−b divide Mostre que f (x). Denição. Dizemos que dois elementos não nulos a, b de um anel A são associados se a|b e b|a (a divide b e b divide a). Claro que nesse caso, como também u ∈ A× b|a. Isso implica (também a|b, b = bvu temos b = au, com que dividido por b u ∈ A, e igualmente, (por hipótese a = bv , a, b 6= 0) com leva a v∈A 1 = vu. pois Logo v = u−1 ∈ A× ). Questão 9. Reciprocamente, se u ∈ A× e a, b ∈ A são não nulos tais que a = ub, mostre que a|b e b|a, isto é a e b são associados. Podemos denotar essa relação assim a∼b ⇔ a|b e b|a. Questão 10. Mostre que para a, b ∈ A se tivermos a = b, então a ∼ b. Questão 11. equivalência de Mostre que a relação a∼b é uma relação de equivalência e que A× é a classe de 1 (A× = {x ∈ A | x ∼ 1 }). Denição. Dados dois elementos a, b ∈ A de um anel A chama-se máximo divisor comum, MDC, deles a um 1. d|a e d que tem as seguintes propriedades: a|b, d divide os dois; 2. se algum outro elemento e dividir os dois, então d divide e, em símbolos: se e|a e e|b, então d|e. Estamos dizendo que o MDC é um divisor comum que contém todos os outros divisores comuns. Observe que se d é um MDC de a e b, então ud, com u ∈ A× , também é um MDC de a e b. Logo não temos MDC único. Questão 12. Se d é um MDC de a e b, então d0 Isto é os MDCs são equivalentes num certo sentido. 5 é outro MDC de a e b se e somente se d ∼ d0 . Questão 13. Dena mínimo múltiplo comum de dois elementos a, b de um anel A. Vamos voltar novamente ao estudo dos anéis Euclidianos. Recordando, Seja A um domínio euclidiano e seja ϕ : A r {0} → N tal que para todo par de elementos (I) a, b ∈ A, b 6= 0, a = bq + r com existem r = 0, ou q, r ∈ A ϕ(r) < ϕ(b), a função que permite fazer a divisão euclidiana de dois elementos de Vamos assumir que ϕ tais que A. tem a seguinte propriedade adicional para facilitar as contas: ∀ a, b ∈ A r { 0 }, ϕ(ab) ≥ ϕ(a). (II) Essa condição não é na verdade necessária. Pode-se ver em Introdução a Álgebra e Aritmética, T. o M. Viswanathan, Monograas de Matemática, n 33, IMPA, 1979, nas páginas 252-255, proposições 2.3 e 2.4, que sempre que exite uma função θ ϕ estabelecendo uma divisão euclidiana, existe uma outra que também estabelece uma divisão euclidiana e θ tem a propriedade adicional. Se existe uma ϕ que permite divisão euclidiana, existem outras que também permitirão e entre elas pode-se pegar uma com a propriedade adicional. Logo não faz mal nenhum usarmos essa propriedade. Observe também que em todos os exemplos que vimos a função da divisão euclidiana tinha essa propriedade. Questão 14. Para uma ϕ que tem as duas propriedade (I) e (II) acima mostre que: (a) ϕ(1) ≤ ϕ(x), ∀x ∈ A (b) Para todo (c) Para (d) Se u ∈ A× , ϕ(u) = ϕ(1). a, b ∈ A, a∈A e se a ∼ b, ϕ(a) = ϕ(1), então ϕ(a) = ϕ(b). mostre que a ∈ A× Dica. Faça a divisão euclidiana de 1 por a. (e) Sejam a, b ∈ A. Mostre que se a ∼ b, então ϕ(a) = ϕ(b). Dica. Calcular ϕ(ua) com u ∈ A× . 6 a, b , não nulos, tem MDC. a, b ∈ A, a, b 6= 0. Então existe o MDC Veremos a seguir que em um anel Euclidiano todo par de elementos Esse resultado as vezes é chamando de Teorema de Bezout: d∈A de a e b. A Seja um anel Euclidiano e Mais ainda, existem elementos t, s ∈ A tais que d = ta + sb. Podemos demonstrar esse fato de duas maneiras. Primeira demonstração: Demonstração. o conjunto de todas as combinações de seguida tomemos o conjunto I a e b. Como a e b d∈P d∈D tal que existem ϕ(d) t, s ∈ A que a = dq + r é o menor elemento de d I. e divide a. r=0 ou y N). em A. D é Em O conjunto Vamos ver que d é tais que (†) é um divisor comum. Pelo algorítimo de Euclides existem e, muito importante, para provarmos que representação d x (assumimos que zero está em d = ta + sb. Vejamos primeiro que estamos dizendo que que podemos fazer com coecientes I = {ϕ(z) | z ∈ D} ⊂ N tem um menor elemento. Seja um MDC de D = {xa + yb 6= 0 | x, y ∈ A }; Tomemos o conjunto ϕ(r) < ϕ(d). q, r ∈ A r Queremos então que o resto Para provarmos isso, tomemos r = a − qd e trocamos tais seja zero d por sua (†), r = a − qd = a − q(ta + sb) = (1 − qt)a + (−qs)b. r∈D Concluímos então que possível que r ∈ D. Finalmente, se Portanto e ∈ A Mostramos assim que e se r 6= 0. r=0 e for tal que Mas d|a. e|a ϕ(d) é o menor valor de I e Mostra-se da mesma forma que e e|b, como d = ta + sb, ϕ(r) < ϕ(d). Logo não é d|b. por um exercício anterior, tem as duas propriedades para ser o MDC de a e e|d. b. q.e.d. Demonstração. (Segunda Forma) Vamos agora aplicar o método das divisões sucessivas. Essa segunda demonstração tem a vantagem de ser construtiva; ela mostra como encontrar os elementos t e Se s. Divide r1 6= 0, a por divide b b: por a = q1 b + r 1 , r1 = 0 ou ϕ(r1 ) < ϕ(b). b = q2 r 1 + r 2 , r2 = 0 ou ϕ(r2 ) < ϕ(r1 ). r1 : 7 Se r2 6= 0, divide r1 por r2 : r 1 = q3 r2 + r 3 , Se r3 6= 0, divide r2 por r3 , r3 = 0 ou ϕ(r3 ) < ϕ(r2 ). e vamos fazendo isso sucessivamente . . . . . . . . . até encontrar um resto zero: rn−2 = qn rn−1 + rn , rn (x) = 0 ou ϕ(rn ) < ϕ(rn−1 ). e rn−1 = qn+1 rn + 0. O MDC vai ser rn . Podemos ter certeza de que vai acontecer rn+1 = 0 porque temos ϕ(b) > ϕ(r1 ) > ϕ(r2 ) > · · · ≥ 0. Logo a sequência de divisões vai ter parar em algum ponto. Para demonstrar que rn é um MDC vejamos primeiro que rn divide a e b. Vamos a vericação: rn |rn−1 , pois rn+1 = 0, rn |rn logo rn |rn−2 e rn |rn−1 vamos repetindo Conclusão rn rn |r3 e rn |r2 logo rn |r1 rn |r2 e rn |r1 logo rn |b rn |r1 e rn |b logo rn |a é um divisor comum. Vamos agora encontrar os elementos t e s para ter Para isso vamos tirando os restos nas equações acima: da primeira equação r 1 = a − q1 b troca na segunda r2 = b − q2 r1 = (−q2 )a + (1 + q2 q1 )b troca na terceira r3 = r1 − q3 r2 = a − q1 b + q3 q2 a − q3 (1 + q2 q1 )b = = (1 + q3 q2 )a + (−q1 − q3 − q3 g2 q1 )b vai repetindo . . . até chegar a rn = ta + sb 8 rn = ta + sb. Para terminar usamos novamente o exercício anterior que nos garante que se um e|b, então e|un , e satiszer e|a e terminando a demonstração. q.e.d. Vamos agora ver um exemplo em e g = x4 + 4x3 − 6x2 − 7x − 10. −57x3 + 42x2 + 42x + 99, A = Q[x] e ϕ = gr : seja f = x6 + x5 − 9x4 − 10x3 − x2 + 9x + 9 Na primeira divisão vamos obter q1 = x2 − 3x + 9 e r1 = isto é: x6 + x5 − 9x4 − 10x3 − x2 + 9x + 9 = (x2 − 3x + 9)(x4 + 4x3 − 6x2 − 7x − 10) + (−57x3 + 42x2 + 42x + 99) Na segunda divisão, de g = x4 + 4x3 − 6x2 − 7x − 10 −1 30 x− 57 361 por r1 = −57x3 + 42x2 + 42x + 99, vamos obter −640 2 x +x+1 . 361 −640 Antes de fazermos a terceira divisão observemos que o termo pode ser descartado. De fato 361 toda constante c 6= 0 pode ser descartada antes de dividir, pois se temos a(x) = b(x)q(x) + r(x), com q2 = r(x) = 0, ou r2 = e gr r(x) < gr b(x) e c 6= 0 é uma constante, c ∈ K , então a(x) = cb(x)(c−1 q(x)) + r(x) e tudo vale da mesma forma. Vamos então fazer a terceira divisão com que calculamos. Dividindo-se MDC é r2 = x2 + x + 1. r1 por x2 + x + 1 obtemos u(x) Vamos agora encontrar e x2 + x + 1 q3 = −57x + 99 v(x). Temos e no lugar do r3 = 0. r 1 = f − q1 g e r2 Conclusão: o r 2 = g − q2 r1 = g − q2 (f − q1 g) = (−q2 )f + (1 + q2 q1 )g . Logo −1 30 −1 30 u(x) = −q2 = − x− x− x2 − 3x + 9 . e v(x) = 1 + q2 q1 = 1 + 57 361 57 361 Questão 15. Calcule em Q[x] um MDC h(x) de f = x4 + x3 + 2x2 + x + 1 e g = x3 + 4x2 + 4x + 3 e encontre os polinômio u(x), v(x) ∈ Q[x] para os quais temos h = uf + vg . Denição. Dizemos que dois elementos a, b ∈ A são relativamente primos se um MDC deles for uma unidade de A, Questão 16. 1 é um MDC de isto é, existe um MDC, d, de d, de a Mostre que um MDC, a e b em a e b e b, com d ∈ A× . em um anel A satisfaz: d ∈ A× se e somente se A. Questão 17. Sejam a e b dois elementos de um anel euclidiano A, (a, b ∈ A) tais que um MDC deles em em A A é d. Dado um outro elemento se e somente se k ∈ A, mostre que a equação aX + bY = k tem solução d|k . Observamos no último exercício que é precisamos supor que A é Euclidiano para mostrar que a equação tem solução. Na outra direção, que é trivial, a hipótese não é necessária. 9 Referências [BE] o P. Brumatti e A. J. Engler, Inteiros Quadráticos e Grupos de Classe, 23 Colóquio Bras. de Mat. IMPA, 2001. [C] H. Cohn, Advanced Number Theory, Dover Publications Inc., 1962. [GL] A. Garcia e Y. Lequain, Elementos de Álgebra, Projeto Euclides, Associação Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), 2002. [H] I. N. Herstein, Topics in Algebra, John Wiley & Sons, 1975. [R] J. Rotman, Galois Theory, Springer-Verlag, 1990. 10