Educação Ambiental

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL:
possibilidades e atitudes de preservação
Noelí Teresinha Falcade*
Resumo – O presente artigo busca apresentar algumas considerações sobre o meio ambiente
como espaço de convivências dos seres vivos, apontando para possibilidades e atitudes de
conservação e preservação da biodiversidade do Planeta. Tem por finalidade contribuir para a
sensibilização sobre a importância da natureza para a sobrevivência dos seres humanos e
busca alternativas de cuidados e valorização da mãe terra, como geradora de diferentes formas
de vida. Aborda questões relacionadas ao desmatamento, faz considerações sobre os recursos
hídricos e sobre o lixo e reflexões sobre as conseqüências do aquecimento global. Apresenta
ações e práticas educativas voltadas para o cuidado e a manutenção da vida na Terra.
Palavras - chave: meio ambiente, espaço, seres vivos, natureza, terra.
Considerações iniciais
O mundo está vivendo um momento muito especial e estratégico no que se refere ao
meio ambiente. Todas as atenções estão voltadas para o desmatamento, os incêndios
florestais, as mudanças climáticas, o efeito estufa, a camada de ozônio, enfim, tudo o que
atinge direta ou indiretamente a biodiversidade do Planeta.
Considerando que o meio ambiente se modifica para melhor ou para pior com a
intervenção do ser humano, a educação ambiental precisa ser entendida como uma
possibilidade de garantir a manutenção e a preservação na relação ser humano/natureza. Estas
atitudes e ações vão além do espaço escolar e precisam de entidades parceiras para trabalhar
na defesa e no respeito a vida. Despertar nas pessoas sentimentos de pertencimento e de
cuidado com a Mãe Terra, é estar respeitando e valorizando a própria vida.
Educação ambiental é um processo de aprendizado, é a comunicação de questões
relacionadas à interação do homem com seu ambiente natural. É o instrumento de formação
de uma consciência pelo conhecimento e reflexão sobre a realidade ambiental.
Busca desenvolver a consciência e a sensibilização ambiental para o desenvolvimento
de atitudes e condutas que favoreçam o exercício da cidadania, a preservação do ambiente e a
promoção da saúde e do bem-estar.
*
Acadêmica do Curso Normal Superior com habilitação em Séries Iniciais da Faculdade de Itapiranga – FAI.
A Educação Ambiental é fundamental no processo de ensino e aprendizagem, pois
permite à população o conhecimento dos benefícios trazidos por este, além de conscientizá-la
sobre a importância da preservação do meio ambiente para a qualidade de vida.
O meio ambiente é tudo o que cerca um indivíduo ou um grupo, englobando os
espaços geográficos, físicos e o meio social e cultural. Seus valores e que abriga e rege a vida
em todas as suas formas.
Neste artigo abordaremos sobre a educação ambiental, trazendo presente, questões
relevantes sobre o cuidado com a água potável, o destino correto para o lixo, o controle e a
diminuição do desmatamento e aspectos relacionados com o aumento da temperatura do
Planeta e o impacto ambiental sofrido pela natureza.
Os seres vivos convivem e se relacionam entre si e com o meio ambiente, com o
entorno/ambiente, mas apenas o homem tem ações conscientes sobre ele. (KAUFMANN
2006).
Recursos Hídricos
A água é um elemento essencial à vida. Faz parte da vida do ser humano desde seu
desenvolvimento no útero materno. Nosso corpo é constituído por cerca de dois terços de
água.
Tanto nas grandes cidades como em vários municípios menores, o sistema de esgoto é
o principal poluente dos rios, nascentes e reservas florestais. Segundo a Abes - Associação de
Engenheiros Sanitaristas e Ambientais, ao final de 1996, apenas 20% do esgoto sanitário
coletado em áreas urbanas recebe tratamento, sendo que essa realidade associa-se diretamente
a graves danos à saúde pública, ao meio ambiente e, também, à economia. Em muitos casos
práticos, não há tempo para a natureza usar seus mecanismos naturais de autodepuração e
diluição.
Segundo a ANEEL† em alguns locais do Brasil simplesmente não há água suficiente
para atender as demandadas, aparecendo competições de uso e conflitos entre os usuários.
Podemos afirmar com muita convicção que todas as espécies do planeta necessitam
desse elemento tão importante e essencial para a vida. Acreditamos que a maioria e por que
não dizer todos os indivíduos estão conscientes, porém não sensibilizados da importância
desse elemento, e que já se foi o tempo em que se acreditava na abundância limitada da água e
em sua inesgotável capacidade de renovação. Portanto é necessário que tomemos algumas
atitudes de cuidado com a água em nossas casas, evitando o desperdício.
†
Agência Nacional de Energia Elétrica.
O lixo
Um dos grandes problemas ambientais da atualidade é o destino a ser dado ao lixo. O
lixo é gerado por toda a sociedade, por isso deve ser uma questão e responsabilidade de todos
e não somente de alguns indivíduos. É direito de todo cidadão ter um ambiente sadio e é um
dever de todos preservá-lo. (SENAR/RS, 2005, p 21). O lixo é todo o resíduo sólido resultante
das atividades do ser humano. Segundo pesquisas, no Brasil, o lixo na sua grande maioria é
composto por restos de alimentos, por serem mal embalados e manuseados inadequadamente.
Atualmente, grande parte das cidades brasileiras joga o lixo na natureza sem o devido
tratamento, causando poluição, mau cheiro, contaminação do solo e das águas e um grande
aumento de insetos causadores de sérias doenças.
É comum em várias cidades brasileiras, encontrar catadores de lixo, que além de
contribuir para a renda familiar, estão ajudando a limpar e embelezar o meio ambiente e
contribuir para diminuir o impacto negativo dos mesmos sobre a natureza.
Desmatamento
Na agricultura a devastação e a exploração do solo conviveram com o homem por
muitos anos, sem a preocupação da preservação ecológica, uma vez que destruíam a natureza
em razão da subsistência. Com o passar dos anos e com os avanços tecnológicos, surgiram os
agrotóxicos, as máquinas potentes que foram devastando e avançando em nome do lucro. A
preocupação maior era derrubar, queimar para plantar e colher.
Por muitos anos o homem pensava estar vivendo em harmonia coma natureza.
Construiu novas rodovias, comprou mais carros, construiu novos prédios, indústrias, usou o
fogo e a água sem precedentes, sem se preocupar com a poluição ambiental. Tudo era jogado
na natureza, contaminando e destruindo a biodiversidade.
Com a eliminação das florestas e principalmente com suas queimadas, acontece o
desequilíbrio dos ecossistemas, com isso, todas as vidas existentes no planeta sofrem. Além
disso, provoca alterações no clima da região, diminui os reservatórios de água e elimina uma
grande quantidade de espécies de seres vivos. Segundo (MOREIRA, 2004, p. 211):
A forma mais comum de realizar o desmatamento é a queimada, o que torna o solo
incapaz de absorver matéria orgânica, além de lançar na atmosfera grandes
quantidades de dióxido de carbono, responsável pelo efeito estufa.
O homem dominou a natureza e tirou dela toda vida, sem gerar novas vidas. Aos
poucos toda essa dominação e exploração estão se voltando contra a humanidade. Aumento
de calor, diminuição da camada de ozônio, chuvas e estiagens com maior ou menor
intensidade, freqüência de ventos fortes, ciclone, terremotos, enchentes são algumas
conseqüências da ação do homem conta o homem.
O planeta terra vem sendo ameaçado pela ação do homem e os seres vivos começam a
sofrer um processo de extermínio. Segundo (BACKES, 2002, p. 33):
A destruição da biodiversidade – ou seja, a perda das espécies existentes na Terra –
não só causa o colapso dos ecossistemas e seus processos ecológicos – como é
irreversível. Nem a mais alta tecnologia, nem as descobertas tecnológicas, nem as
imagens computadorizadas ou a realidade virtual podem compensar o prejuízo
inigualável da extinção das espécies: certamente nada pode recuperar o que foi
formado de forma tão singular, ao longo de bilhões de anos, na história evolutiva de
nosso planeta.
O modo de vida com predomínio ao descartável, aumenta o lixo e modifica o natural.
Contaminando os mananciais de água e diminuindo a quantidade de água para o consumo
humano. O constante desmatamento e o uso de descontrolado de agrotóxicos vem ajudando a
destruir a camada de ozônio. Outra ação desmedida do ser humano é o lançamento de gases
poluentes oriundos da queima de combustíveis fósseis que aumenta o buraco na camada de
ozônio. Todos esses malefícios causados a natureza, aos poucos vão se fortalecendo e
causando estragos e prejuízos incalculáveis aos animais e vegetais (seres vivos).
Aquecimento Global
O aquecimento global é um fenômeno causado por uma mudança no efeito estufa,
capacidade que a terra possui de reter o calor. (CORVELLO, 2005). Se a temperatura da terra
aumenta, podem ocorrer o derretimento de gelos e neves, haver mudanças climáticas e causar
grande impacto ambiental – como enchentes, inundações.
Problemas como o efeito estufa, a redução da camada de ozônio, a desertificação, o
desmatamento, o lixo radiativo, a emissão de poluentes no ar, na água e no solo, afetam de
várias maneiras os países, sendo ele desenvolvido ou subdesenvolvido (MOREIRA, 2004).
O aquecimento da terra ocorre em função das queimadas das florestas e pela utilização
de combustíveis fósseis em indústrias e usinas termelétricas que lançam na atmosfera grande
quantidade de gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2).
Além de toda a problemática do aquecimento da terra, convivemos atualmente com a redução
na camada de ozônio. A destruição da camada de ozônio é provocada pela reação química do
ozônio com o cloro liberado na atmosfera pela atividade de aerossóis, emitidos pelos
aparelhos de ar condicionado, refrigeradores e fábricas de plásticos. (MOREIRA, 2004).
A camada de ozônio se distancia da terra aproximadamente 30 a 40 quilômetros. Ela
tem em média 15 km de espessura e filtra os raios ultravioletas do sol que são prejudiciais a
todas as formas de vida existentes na terra. Os raios ultravioletas podem causar câncer de
pele, e doenças relacionadas com a visão, além de destruir as plantações. Segundo pesquisas
de alguns cientistas e ambientalistas, a emissão de gases no planeta, são oriundas de três
maiores causas e que criam uma capa ao redor do mundo, aquecendo o planeta.
“Desmatamento, urbanização radical e aprofundamento do Efeito Estufa”. A dúvida entre eles
está justamente em afirmar que o aumento da temperatura mundial é produto das mudanças
climáticas. Mas afirmam que a humanidade precisa tomar atitudes concretas, governos criar e
cumprir leis que possibilitem um retorno da biodiversidade na Terra.
Considerações finais
Cientistas garantem que reduzindo a emissão de gases do efeito estufa, usando menos
carvão e petróleo e mais fontes alternativas renováveis como o álcool, são algumas iniciativas
para estabilizar o aumento da temperatura e as catástrofes climáticas previstas. Salientam
também a importância das pessoas usarem menos os carros ao sair de casa. Construir casas e
prédios capazes de absorver o calor e a luminosidade natural para usar menos eletricidade.
Plantar mais árvores em vez de desmatar e queimar as existentes. Podemos dizer também que
precisamos mudar nossos comportamentos com a Terra
Para prevenir e travar o impacto que no meio ambiente anunciado pelos cientistas e
pesquisadores, serão necessárias medidas alternativas e muita boa vontade de todas as
pessoas. O problema do meio ambiente além de ambiental é social, econômico e ético. Agora
é hora de cada um fazer a sua parte para salvar o Planeta e poder dizer que está deixando algo
de bom para as gerações futuras.
Uma questão primordial também é a educação ambiental que sensibilize a população
na mudança de hábitos diários quanto ao uso racional da água potável, usar menos produtos
com embalagens plásticas. Promover o uso de produtos biodegradáveis. Separar o lixo para
ser enviado as recicladoras. Começar a ter atitudes de respeito e de compromisso com a mão
terra em nossas casas, no ambiente que vivemos.
A solidariedade entre as pessoas e a mudança de comportamento, são alternativas que
poderão ajudar a conservar a biodiversidade do Planeta. Cada indivíduo precisa estar ciente
que a vida e a sua manutenção depende de suas ações. Todos somos responsáveis pela vida do
Planeta e todas as vidas dependem de boas atitudes. O conforto ambiental vale para o
coletivo, enquanto que o conforto material é individual.
Referências
BACKES, Paulo. Àrvores do sul: guia de identificação e interesses ecológicos. Vila Flores:
Pallatti, 2002.
CORVELLO, Lucimara Fanfa. Manual de Educação Ambiental. Porto Alegre: SENAR-RS
2005.
ISAÍA, Tarso. Educação Ambiental. In: III Seminário Nacional de Educação Ambiental,
Cultura e Saúde. 3, 2003, IjuÍ. Anais: Ijuí, UNIJUÍ, 2003. p 22-35.
KAUFMANN, Hahn Lisete.Educação ambiental no contexto escolar: natureza humana e
interdependência. Dissertação de Mestrado. Tubarão, SC, 2006.
MOREIRA, Igor. O Espaço Geográfico Geografia Geral do Brasil. Ensino Médio, 47. ed.
São Paulo: Ática, 2004.
TAUTZ, Carlos. A natureza começa dar o troco.Revista Brasileira de Saneamento e Meio
Ambiente, São Paulo,30,p 22-29, abril/junho de 2004.
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