Caso 4 A É um RESFRIADO COMUM (os sintomas são brandos, e não tem sintomas sistêmicos, o que caracterizaria mais a gripe) Principais Agentes: • Vírus Sincicial Respiratório ( bronquiolite em crianças, trata com antihistamínico) • Parainfluenza (laringotraqueobronquite, causa edema infraglótico, levando a insuf. Respiratória) • Adenovírus (amigdalite, conjutivite= angina estreptocócica, + comum em criança) • Rinovírus • Coronavírus Complicações: • Sinusite Bacteriana Aguda (principalmente. Cavidade do seio é coberta por mucosa que está inflamada pela produção de mediadores inflam com exsudação no local. Com espirro e tosse, aumenta pressão interna, que facilita entrada de patógeno, e o edema dificulta saída da bact, propiciando um meio de cultura. Na otite média é igual, só que é obstrução do óstio ) • Otite média Diagnóstico: É clínico, não faz swab Diagnóstico Diferencial: • Gripe ( principal, tem sintomas sistêmicos, causada pelo vírus influenza) • Faringoamigdalite (semelhante ao resfriado, mas também tem dor de garganta) • Laringotraqueobronquite (vírus parainfluenza, ocorre em crianças entre 6 meses e 5 anos, começa com resfriado comum e vai aparecendo “tosse de cachorro” mais a noite) Tratamento: É sintomático: Analgésico (em criança pode ter encefalopatia hepática+hepatite); Descongestionante oral/nasal (+ efeito rebote); Nebulização com soro fisiológico (melhor: vaporização com s.f.); Anti histamínico (resseca mucosacontroverso); Anti-pirético( paracetamol); Repouso; Hidratação Prevenção: Lavar as mãos, evitar lenços de pano, usar lenço de papel quando tossir e espirrar INFLUENZA Síndrome resultante de infecção de alguns vírus influenza (A ,B ou C). Doença respiratória aguda. Transmitida principalmente por aerossóis gerados por tosse e espirros, embora possa também por contato das mãos, pessoal, objeto... Período de incubação de 18 a 72 hs. Costuma causar epidemias que afetam todos os grupos etários. É de início abrupto de sinais e sintomas sistêmicos. Costumam durar de 2 a 5 dias, mas a tosse pode persistir por até 2 semanas. A infecção por vírus C resulta apenas em resfriados de pequenas proporções. Ataques são comuns em crianças, mas hospitalizações são mais comuns em idosos. Sintomas: o Febre o Frio o Tremores o Dores de cabeça o Mialgia o Mal estar o Anorexia o Tosse seca o Corrimento nasal o Obstrução nasal o Rouquidão o Dor de garganta o Fotofobia o Lacrimejamento o Dor ocular Nos idosos a febre pode estar muito baixa ou ausente e os sintomas gerais diminuídos, sendo a apresentação dominante a fadiga, mialgia e o desânimo. Sinais: o Febre: é o mais importante achado. Sobe rapidamente para 38/41º C em 12 horas do início dos sintomas sistêmicos. Usualmente contínua. Costuma durar de 1 a 5 dias. o Achados respiratórios e nasais: um corrimento nasal claro é comum. A tosse é o sintoma mais freqüente e problemático. Obstrução nasal, corrimento e dor faríngea são comuns. Os sintomas podem persistir de 3 a 4 dias após a febre ceder. Achados laboratoriais: leucocitose acima de 15.000 pode ser observada geralmente sem desvio para a esquerda. Diagnóstico: o Cultura Viral: Obter amostra através de SWAB da garganta e nariz. Devem ser coletadas imediatamente nos meios de transporte virais. Em caso de traqueobronquite ou pneumonia o escarro deve ser analisado, enquanto em crianças uma lavagem nasal é melhor. Para casos complicados, o diagnóstico viral é essencial. o Teste de detecção direta de antígenos imunologicamente. o Dados epidemiológicos são suficientes para fazer o diagnostico dos casos não complicados em adultos. Tratamento: o Sintomáticos através de paracetamol e outros analgésicos e antipiréticos. Mas ATENÇÃO: deve-se evitar o uso de salicilatos em crianças com influenza por causa do risco da síndrome de Reye. o Agentes antivirais: Inibidores da neuraminidase, que são agentes que trabalham inibindo esta partícula viral, uma enzima com papel critico na penetração no muco do trato respiratório e na liberação do vírus das células infectadas. São eles: OSELTAMIVIR e ZANAMIVIR. Eles têm demonstrado uma rápida resolução da doença e um retorno mais rápido às atividades normais e têm reduzido as taxas de complicações, como a pneumonia e bronquite. O tratamento deve começar nas 48 horas do início dos sintomas e continuar por cinco dias. Inibidores da M2: AMANTADINA e RIMANTADINA. Inibem a proteína M2 que é crítica para o desenvelopamento viral. Ambas as drogas são ativas apenas contra os vírus da influenza A. (hoje pouco usadas) A resistência pode tornar-se um problema nestes antivirais. Antibióticos não devem ser dados em casos não complicados, pois não trazem benefício e podem causar resistência. ATB devem ser reservados para infecções bacterianas confirmadas. Complicações: o Pneumonia viral primária: comum em cardiopatas e grávidas. Tem uma rápida progressão para febre, tosse, dispnéia, hipoxemia e cianose. Pode-se observar achados radiológicos de edema pulmonar, mas não é vista consolidação. Taxa de mortalidade é alta. o Pneumonia bacteriana secundária: mais comum que a pneumonia primária, mais encontrada em idosos e com doenças pulmonares préexistentes. Começa como uma doença por influenza típica, seguida por um período de melhora (de 1 a 4 dias) e depois prosseguindo para um novo quadro de febre com sinais e sintomas de pneumonia bacteriana, com tosse produtiva e freqüente consolidação. A cultura e o GRAM do escarro podem revelar o patógeno. Os mais comuns: Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae. Pneumonias bacterianas mistas e pneumonia secundária por Staphylococcus aureus também ocorrem mais freqüentemente após influenza. Estes pacientes respondem bem a ATB específico. o Otite média: ocorrem em mais de 30% de 3 a 4 anos após influenza. o Síndrome de Reye: complicação hepática que ocorre em crianças que ingeriram salicilatos após uma infecção viral por influenza.Apresenta encefalopatia e degeneração gordurosa do fígado. o Outras: miosite pericardite... e mioglobinuria, Guillain-Barré, miocardite e Prevenção: o Vacina inativadora de influenza: - Previne contra gripe. - Reduz as taxas de otite média e a exacerbação da asma em crianças. - Reduz taxas de pneumonia em idosos. Consiste em vírus inativados, rompidos ou proteínas purificadas. Devido à freqüente mudança antigênica devem ser substituídas regularmente. São indicadas para: - pessoas com grande risco de complicações. - pessoas que podem transmitir para outras com risco aumentado. - indivíduo com idade entre 50 e 64 anos. Administração: - uma dose da vacina é suficiente para a maioria das pessoas. - vacinação anual. - recomendada no outono. - deve ser administrada junto com a vacina anti-pneumocócica. Efeitos colaterais mínimos, como leves sinais inflamatórios no sítio da injeção. Outros sintomas são raros. o Vacina com vírus vivo atenuado (FluMist): Possui excelente eficácia em crianças menores de 6 anos de idade. o Quimioprofilaxia: Não substitui a vacinação. Pode ser indicada nas seguintes situações: - Profilaxia pós vacinação: a resposta imune pode demorar duas semanas e a administração de OSELTAMIVIR, por exemplo, pode evitar uma contaminação enquanto a vacina não faz efeito. Deve ser usada em paciente de alto risco. - Profilaxia Sazonal: O anti-viral é administrado durante toda a época (estação) em que o influenza está atacando. - Profilaxia familiar: reduz os casos de contaminação de outros integrantes da família. - Profilaxia em surtos dentro das instituições de tratamento: evitar a contaminação de uma população de alto risco pela população infectada. Os indivíduos potencialmente expostos devem receber o agente antivirual por no mínimo duas semanas. Caso 4 B Paciente idoso (65), DPOC, com história de doença infecciosa aguda do trato respiratório com febre e tosse pouco produtiva. Contaminação recente de esposa e neto. Não se pode afirmar, mas tem que se questionar sempre se paciente não poderia ter evoluído para pneumonia. Primária, secundária bacteriana ou mista. Os principais agentes da PNM bacteriana seriam: H. influenzae, S pneumoniae e S. aureus. O diagnóstico pode ser confirmado por: o Gram o Cultura do escarro o RX tórax (consolidação...) o Clínica. O tratamento seria com levofloxacina ou cefuroxime. Caso não melhorasse, se introduziria azitromicina para pegar atípicas. A principal hipótese é de que um quadro de infecção viral por influenza descompensou o DPOC. Com ou sem infecção bacteriana. Doença de 24 horas de evolução que quase não altera hemograma (em 1 xerox de caderno). Então poderíamos fazer os exames acima para descartar ou não PNM e...: o Swab com teste rápido: é imunológico. Placa com anti-corpo monoclonal onde se coloca o material e se observa se haverá reação com antígeno viral que produzirá cor. o Hemograma inespecífico. Tratamento: Agente anti-viral: OSELTAMIVIR e ZANAMIVIR. (benefícios no texto acima). Antitérmico: Dipirona... sintomáticos em geral. Hidratação. Profilaxia: Tem que se tomar a vacina inativada de influenza anualmente. Principalmente pacientes com risco aumentado. Além da vacina anti-pneumococo. Quimioplofilaxia: OSELTAMIVIR ou ZANAMIVIR (os velhinhos deveriam ter feito ao constatarem a contaminação do neto. Seria uma quimioprofilaxia familiar – meu pensamento...) Pré-exposição: vacina + quimioprofilaxia sazonal. Pós-exposição: vacina + quimioprofilaxia pós vacinação. Reações a vacina: (Não são comuns) Alergia Dor local NÃO CAUSA GRIPE!!!! Caso 4 C Paciente com gripe que complicou com SINUSITE BACTERIANA AGUDA Obs: Gripe: mialgia, prostração, fadiga,com sintomas respiratórios (vírus influenza), vírus lesa mucosa, é citotóxico,tem alto grau de mutação. Precaução: boa higiene, vacinação (> 65 anos, dpoc, icc, diabetes, asma, pcts em ambientes fechados, contactantes) Fisiopatologia da SBA ( repetindo o que foi explicado no caso A): Geralmente precidido de infecção viral (influenza) que provoca lise de céls→ favorece penetração da bact → resp. inflam. provoca vasodilatação nos seios da face → extravasamento local, mediadores inflam. alteram motilidade dos cílios → altera esvaziamento do seio, ↓ limpeza muco-ciliar e via de drenagem está obstruída por inflam.→ quando tosse ou espirra, ↑ pressão→ microorganismo ascende ao seio, onde encontra meio de cultura para multiplicação Agentes Etiológicos mais comuns: • Streptococcus pneumoniae • Haemophylus influenzae: tem maior produção de β lactamase • Moraxella catarrhalis (crianças) tem maior produção de β lactamase • Staphylococcus aureus Diagnóstico: É clínico (sintomas como dor à palpação) Fazer exames complementares quando: dúvida do diagnóstico, pacientes graves(imunodeprimidos, sinusites recorrentes), não responde ao tto adequado • Transiluminação maxilar e frontal • TC coronal (se não responde ao tto, punção ou suspeita de complicação intra craniana ou orbital) • Rx simples de seios da face (maxilar e frontal são bem vistos, observar nível hidroaéreo, espessamento mucoso e opacificação do seio) • Aspiração direta dos seios da face (identificar agente+ antibiograma. Indicação: sinusite nosocomial, paciente imunodeprimido, pct grave com sinusite, sem resposta ao tto) Complicações: Celulite Orbitária e de face; Abscessos (cerebral e orbital); Trombose do Seio Cavernoso Obs: se comprometimento intra orbitário, tratar com ATB que passe BHE: Ceftriaxone Tratamento: • AMOXICILINA ( S. pneumoniae, H. influenzae) VO 6/6 hs 10-15 dias. Se não melhorar em 48- 72 hs, fazer AMOXICILINA + CLAVULANATO 10-15 dias ou CEFUROXIME 10-15 dias • Descongestionante nasal VO • Mucolíticos • AINES (para os sintomas) Obs: Gatifloxacina (quinolona respiratória de 4ª geração), usada em pacientes graves alérgicos a penicilina Em crianças graves e alérgicas : Cloranfenicol, Azitromicina, Sulfametoxazol + Trimetropim