MÍDIAS E A EDUCAÇÃO: EXPERIÊNCIAS NAS PRÁTICAS DE ENSINO PRESENCIAL E A DISTÂNCIA EM GEOGRAFIA Camila Xavier Nunes /UFRGS/UFBA [email protected] Márcia Fernandes/FACED/UFRGS [email protected] INTRODUÇÃO (...) mudar os significados das palavras implica mudar os domínios de ação, e mudar os domínios de ação implica mudar o modo de conviver (MATURANA, 1998, p. 89). As novas tecnologias informacionais e comunicacionais potencializam o processo ensino-aprendizagem ampliando a habilidade cognitiva de assimilação e tratamento das informações e estimulando a produção do conhecimento em rede – dentro deste contexto, as mídias exercem um importante papel. A presença delas nas práticas cotidianas deve-se ao fato de que seu consumo é uma das atividades predominantes da sociedade urbana. O acesso às redes informacionais e comunicacionais é muito díspar e tende a reafirmar desigualdades historicamente presentes na educação brasileira. Embora um número significativo de educandos não tenha acesso as novas tecnologias, podem participar de atividades pedagógicas que tenham algum tipo de mídia como recurso para o aprendizado – desde que a escola esteja estruturada para isso. Desse modo, algumas questões mostram-se pertinentes na prática docente em Geografia: Como amenizar as disparidades existentes na apropriação e no uso de novas tecnologias? Como instrumentalizar diferentes mídias para contextos e níveis diversificados de ensino? A utilização de mídias, como filmes e documentários, desde sua simples recepção até uma posterior produção já ressignificada, permite intensificar possibilidades de ressemantização que propiciam o diálogo e o debate entre os educandos. A socialização das experiências resulta na construção de conhecimento e troca de saberes, para tanto, escola e universidade devem assumir sua responsabilidade institucional nestas mediações. Nesse intuito, têm-se como objetivo principal analisar e contextualizar diferentes formas de abordagem na utilização de mídias como instrumentos didático-pedagógicos no ensino de Geografia. Outrossim, pretende-se evidenciar como as mídias podem ser utilizadas tanto no ensino de Geografia quanto nas diferentes áreas do conhecimento, analisando práticas pedagógicas em turmas das séries finais do Ensino Fundamental e de Licenciatura em Geografia à distância. Linguagem, cognição, novas tecnologias e educação do sensível (...) na medida em que a linguagem tem a ver com a ação, a linguagem sempre nos prende no fazer (MATURANA, 1998, p.90). O corpo é nossa mídia ancestral, é o primeiro lugar de ação da linguagem, pois através dele temos as primeiras impressões da realidade vivida, assim, podemos afirmar que a linguagem é nosso primeiro expoente midiático. Os processos pertencentes ao pensamento se apresentam sob forma de metáfora antes de se organizarem efetivamente como linguagem. A construção conceitual se estabelece primeiramente no corpo a partir das experiências vivenciadas pelo sistema cognitivo, enquanto as emoções exercem importante função no desenvolvimento da estrutura cognitiva, uma vez que operam entre o visível e o invisível que compõem o território do corpo. O processo cognitivo é propiciado pelo saber da consciência, ou seja, pelo conhecimento e os reflexos sensoriais: os pensamentos e as lembranças se organizam em um processo mental que escolhe ou descarta determinados aspectos e cria uma concepção de mundo, formando um domínio cognitivo próprio. A complexidade e multiplicidade, que envolve os diferentes tempos-espaços contemporâneos, são essencialmente incorporadas pela linguagem midiática, então, uma educação que prepare para a dinamicidade e inconstância do mundo torna-se fundamental: “ao dizer que a linguagem não carrega, em si mesma, os diferentes sentidos que são dados a um objeto no mundo, está-se referindo ao papel do sujeito como ser interativo e que se posiciona no mundo” (VANIN, 2009, p.45). As novas tecnologias reproduzem, em sua linguagem e artefatos, a dinâmica da sociedade que a constrói. As inconstantes e intensas transformações que envolvem a sociedade trazem a necessidade de aprofundamento reflexivo e apuramento dos sentidos. A educação do sensível insere nesse processo reflexões éticas e estéticas, e atua através da relação experiência/sentido. A estruturação de uma sociedade em redes conduz a uma educação instrumentalizada para o conhecimento construído coletivamente e para os saberes em comum: “Vivemos hoje num mundo globalmente interligado, no qual os fenômenos biológicos, psicológicos, sociais e ambientais são todos interdependentes” (CAPRA, 1982, p. 14). A educação contemporânea deve possuir como objetivo principal a autonomia do estudante, partindo de um processo ensino-aprendizagem que incorpore o conhecimento coletivamente produzido e o auxilie a reagir criticamente aos estímulos e dificuldades externas. Diante disso, o papel do professor é apresentar as possibilidades de uso, interpretação e representação propiciadas por essas tecnologias e não tentar moldar a construção analítica utilizada pelo estudante. As inovações tecnológicas promovem críticas divergentes que vão desde a aceitação imediata sem uma reflexão prévia à excessiva rejeição, no entanto, como afirma Freire (2002, p.34) não se deve nem “[...] divinizar ou diabolizar a tecnologia ou a ciência [...]”. Desse modo, é necessário que o estudante tenha acesso aos mais variados tipos de tecnologias (desde as mais simples até as mais sofisticadas) para que possa refinar sua percepção acerca dessas novas possibilidades de aprendizado – quais seus usos possíveis e quais questões ético-estéticas podem ser suscitadas. Novas tecnologias e o perfil docente Parece-me que, às escolas, não basta disponibilizar os produtos midiáticos, os equipamentos e o que quer que seja se não entendermos as mudanças produzidas pelas tecnologias, exige bem mais do que simples adesão. Exigem conhecimento do que está se passando com a sociedade, com as formas de educar, com as formas dos mais jovens, suas lógicas, etc (FILÉ, 2008, p.41). A educação formal tem sofrido inúmeras transformações ao longo de sua história para acompanhar os avanços da sociedade. A integração entre tecnologia e educação tem se tornado fundamental no cotidiano escolar. Para que esse processo aconteça é necessário um acúmulo de conhecimento técnico pois, ainda hoje, o uso de recursos tecnológicos é restrito e isolado: somente alguns professores se dispõem a aprender a manusear essas ferramentas e transformá-las em instrumentos de auxílio no processo ensino-aprendizagem. O tempo, a disposição, a vontade de buscar novos rumos e mediações entre o assunto abordado pelo professor e a compreensão do estudante são essenciais para que aconteçam mudanças positivas na educação. Sem dúvida, as novas tecnologias de comunicação trouxeram grandes mudanças para o sistema educacional: onde predominava o giz, o livro didático e a fala do professor, agora tem-se o uso de vídeo, computador, televisão com programas educacionais, softwares direcionados as diferentes áreas do conhecimento. No caso brasileiro, por exemplo, poucas escolas dispõem de recursos didáticos avançados (televisão, computadores com internet, vídeos, câmeras digitais) porque apenas há alguns anos houve uma real preocupação do poder público em aparelhá-las – o processo é seletivo por não se materializar de forma homogênea. Os estabelecimentos de ensino que disponibilizam desses instrumentos tecnológicos enfrentam a dificuldade de obter recursos financeiros para a sua manutenção e qualificação profissional, visto que, não basta constatar que as novas tecnologias e suas linguagens facilitem o ensino se não aprendemos a trabalhar com ela. A resistência existe por parte dos professores que defendem a manutenção de um sistema tradicional de ensino que não o instrumentaliza para a utilização de recursos tecnológicos, uma vez que isso requer investimento e qualificação profissional do corpo docente (Quadro 1). Quadro 1 Habilidades Docentes para o trabalho com as novas tecnologias Estágio Habilidade Entrada Adoção Adaptação Descrição O professor tenta dominar a tecnologia e o novo ambiente de aprendizagem, mas não tem a experiência desejada. O professor realiza treinamento bem sucedido e domina o uso básico da tecnologia. O professor sai do uso básico para descobrir uma variedade de aplicações para o uso da tecnologia. O professor tem conhecimento operacional do hardware e pode detectar falhas básicas do equipamento. O professor tem domínio sobre a tecnologia e pode usá-la para alcançar vários objetivos instrucionais ou para gerenciar a sala de aula. O professor tem boa noção do hardware e das redes. Desenvolvimento profissional desejável Nenhum 30 horas + 45 horas de treinamento; três meses de experiência e apoio técnico permanente e imediato. Apropriação + 60 horas de treinamento; dois anos de experiência e apoio técnico permanente e imediato. Invenção O professor desenvolve novas habilidades de ensino e utiliza a + 80 horas de treinamento; tecnologia como uma ferramenta flexível. quatro a cinco anos de experiência; apoio técnico imediato. Fonte: Kenski (2003), p.79. Tabela acessada através do site http://benton.org/kickSart, em 1996/ Dados da National Information Infrastruture Advisory Council (Conselho ligado ao anterior governo federal americano). O modelo estrutural da educação ainda é individualista e não facilita a interação das diferentes áreas do conhecimento e do trabalho conjunto: professores desenvolvem metodologias isoladas, sem articulação dos temas e dos recursos utilizados. Algumas experiências pedagógicas, como a descrita a seguir, demonstram que a utilização de tecnologias como instrumentos auxiliares no processo de ensino-aprendizagem pode acarretar significativas mudanças, tanto na estrutura educacional, quanto na ressignificação e produção de conhecimento pelos estudantes. O trabalho foi desenvolvido com alunos da oitava série do Ensino Fundamental do Instituto Estadual Rio Branco – pertencente à rede pública de ensino do Rio Grande do Sul. Documentário como instrumento pedagógico: trabalhando a globalização nas séries finais. A atividade ocorreu de forma integrada e participativa, as disciplinas participantes foram Geografia e Língua Portuguesa e o tema abordado a influência do processo de globalização no espaço cotidiano. A maioria dos estudantes, pertencente à população considerada de baixa renda, reside em bairros periféricos de Porto Alegre ou em cidades próximas (Viamão e Alvorada). Inicialmente, partimos do pressuposto de que o conceito de globalização abrange diferentes escalas de análises sobre os mais variados aspectos, em seguida, propomos uma leitura do espaço cotidiano, considerando abordagens levantadas pelos estudantes. Primeiro momento Aula expositiva e dialogada Objetivo: definir o conceito de globalização e analisar seu contexto histórico. Metodologia: leitura e análise de textos de diferentes autores. Segundo momento: Exposição de “Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá” (Gênero: Documentário/Tempo de Duração: 89 minutos /Ano de Lançamento (Brasil): 2007/Direção: Sílvio Tendler). Objetivo: Analisar e discutir o tema da globalização e seus efeitos nos países e cidades do planeta. Terceiro momento Proposta de trabalho: elaboração de documentário a partir do documentário anteriormente exibido. Metodologia: Na aula de geografia, foram organizados grupos de quatro componentes, sendo que o principal critério para a composição dos grupos foi à disponibilidade por parte de pelo menos um componente, do material necessário: máquina fotográfica digital e/ou filmadora e computador com internet. Os grupos fizeram a análise textual abordando como o processo de globalização se apresenta em nossa comunidade e em nosso cotidiano a partir do que foi apresentado no documentário, tendo como base as seguintes frases: O centro do mundo está em qualquer lugar, o mundo é o que se vê de onde se está. Globalização: muito para poucos, pouco para muitos e nada para outros. Os estudantes também pesquisaram e coletaram imagens, fotos e filmagens que mostram como o processo de globalização se efetiva no seu lugar e é percebido por sua comunidade. * A análise do material coletado e a elaboração dos textos foi orientada pela professora de língua portuguesa. * O tempo disponibilizado para a elaboração do trabalho foram de três semanas: semanalmente um período das disciplinas envolvidas era disponibilizado para orientação dos trabalhos. Quarto momento Pré-apresentações Objetivo: organizar o material pesquisado de acordo com a estrutura de um documentário. Metodologia: Na terceira semana foram realizadas as pré-apresentações, nas quais os grupos socializaram suas produções e os professores orientaram pra as correções textuais, edições e estrutura dos vídeos. Quinto momento Socialização dos conhecimentos Objetivo: demonstrar aos colegas da escola as experiências vivenciadas e a integração do meio tecnológico com o conhecimento que resulta das suas ambiências, além da reflexão sobre o lugar. Metodologia: As duas turmas de oitava série (81 e 82) reuniram-se no auditório da escola e convidaram pra participar das apresentações uma turma de sexta série e outra de sétima. Os grupos exibiram suas produções documentadas, mostrando aos colegas que eles também podem ser construtores e não somente receptores de conhecimento. * A aula deu-sede forma conjunta, utilizando para isso três períodos de 50 minutos. Último momento Avaliação Objetivo: construção coletiva dos critérios avaliativos. Metodologia: os alunos foram orientados a analisar (em grupo) qualitativamente seus trabalhos: pensar os aspectos positivos e negativos e também avaliar a coletividade e o comprometimento na realização das tarefas. Novas práticas: a educação a distância e o ambiente virtual de aprendizagem Criam-se novos tempos e novos espaços de ensinar e aprender com o oferecimento de períodos letivos diferenciados e propostas de ensino a distância, conforme as necessidades da comunidade (KENSKI, 2006, p.82). A educação a distância (EAD) surgiu da necessidade do preparo profissional e cultural de uma parcela da população que não possuía condições de freqüentar um estabelecimento de ensino presencial, e assim, formava-se por meio de cursos por correspondência1. Os meios disponíveis na modalidade de EAD são muito diversificados e o processo se dá através de teleconferência, ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs), espaços wiki, weblogs, correio eletrônico, chats que possibilitam interação multidirecional e também assíncrona entre alunos e tutores. O AVA surge como um novo espaço para a interação entre os que estão envolvidos na modalidade EAD. O ambiente serve como suporte das atividades didático-pedagógicas através de sistemas computacionais disponibilizados na Internet (ALMEIDA, 2003). A EAD evoluiu com as tecnologias disponíveis em cada momento histórico, atualmente utiliza as mais variadas mídias, desde o material impresso a simuladores online com grande interação entre o aluno e o centro produtor – quer fazendo uso de inteligência artificial, ou mesmo de comunicação síncrona entre professores e alunos. O ambiente virtual de aprendizagem (AVA): a interatividade através do Fórum de Discussões O que se pode comparar são as possibilidades e potencialidades de cada meio, as práticas mais comuns na sala de aula convencional e aquelas que vêm sendo utilizadas em cada tipo de curso online (TAVARES, 2008, s.p.). Na EAD a interação é estabelecida entre o docente/estudante, docente/tutor estudante/tutor, e estudante/estudante. A interatividade ocorre através das diferentes mídias utilizadas. Mesmo constituindo-se como um curso para adultos, o estudante é cercado de cuidados pedagógicos e técnicos que nem mesmo o presencial é capaz de fazer: as atividades realizadas pelos estudantes são acompanhadas via AVA – o que não 1 A modalidade tem uma longa história e têm origem nas experiências de educação por correspondência iniciadas no final do século XIX, todavia, os cursos eram considerados como de educação complementar e/ou voltados para a formação puramente técnica. Afirma-se a educação a distância no Brasil tenha iniciado em 1914 através do ensino por correspondência. é feito apenas pelo professor responsável pela disciplina, mas também por toda a equipe docente do curso. Na modalidade semipresencial, composta por aulas presenciais semanais, a interação ocorre entre os estudantes e o tutor, posto que o professor atua como mídia, , devido ao fato de a relação ser mediada tecnologicamente. Essas novas formas de interação/interatividade permitem que o ensino-aprendizagem ocorra de forma contextualizada, baseada em pressupostos que se inscrevem em uma modalidade que permita o acesso em larga escala de estudantes das mais diferentes localidades do país. O AVA, conjuntamente com as aulas de video-streaming (transmissão veiculada para os alunos) e o material didático são a base de atuação da EAD, são importantes espaços de debates entre os docentes e os estudantes, espaço aqui apresentado através do Fórum de Discussões da plataforma Dokeos (Figura 1), utilizada também pelo curso de Licenciatura em Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FTC EAD) – sede transmissora situada em Salvador/BA. Figura 1: Plataforma Dokeos Metodologia de trabalho “A mixagem entre imagens, movimento, cores e textos provocativos mobiliza sentimentos e pensamentos criativos. Transmite novas formas de linguagens que estão presentes ao pensar e sentir” (KENSKI, 2006, p.59). No AVA, além do material didático específico de cada disciplina, os professores postam artigos, textos, imagens, audiovisuais, links a serem visitados, a análise de filmes e seu uso didático. O Fórum de Discussões é o espaço dentro do AVA no qual ocorrem debates, discussões, trocas de informações, enquetes. A interatividade permite que os alunos participem sincronicamente via e-mail e assincronicamente através do Fórum de Discussões. Com a EAD o ensino é estruturado a partir das redes que são estabelecidas entre os interlocutores e as tecnologias. Essa forma de conceber o conhecimento traz grandes transformações para o ensino-aprendizagem, torna o ensino em Geografia uma prática contextualizadora, analítica e incita uma postura investigativa. Dessa forma, não existe um formato, um modelo a ser seguido, mas caminhos a serem percorridos, experimentados e intercalados. A linguagem inova-se para atender a uma Geografia Interativa, tanto no ensino presencial quanto a distância. Considerações Finais: o processo continua... “A experiência é a passagem da existência, a passagem de um ser que não tem essência ou razão ou fundamento, mas que simplesmente existe” (LARROSA, 2002, p.25). As novas formas de ensino-aprendizagem possibilitadas pela interatividade permitem a busca de um conhecimento que desenvolva autonomia sobre sua vida: o exercício de sua cidadania como participante da construção do conhecimento. O estudante transforma-se no em sujeito de experiência, na qual ele é o próprio saber, pois, contém e está contido no processo através do par afetividade/inteligência. A ressignificação ocorre porque o processo de ensino-aprendizagem é focado na performance do professor e na interação estabelecida com os estudantes quando o indivíduo adquire informações úteis ao seu caminhar, desde os conteúdos para saber reconstruí-los até aos conceitos teóricos que nos levam às estéticas e éticas da vida. O estudante transforma-se no em sujeito da experiência em que ele é o próprio saber, pois, como já foi citado, contém e está contido no mesmo através do par afetividade/inteligência. Percebemos que o próprio conceito de experiência evidencia isso: ex de exterior, de exílio, de exposição, de existência. Percebemos que se torna essencialmente necessário entender as mudanças estruturais produzidas pelas novas tecnologias, o que requer uma aprofundada reflexão de seus efeitos antes de sua adesão ou rejeição. Por isso, o papel exercido pelo professor é essencial na educação contemporânea, como também sua redefinição, pois é mister afirmar que o conhecimento não é considerado algo já posto, mas sim construído pela interação com os alunos e a interatividade propiciada pelas novas mídias. Apesar de muito dizer-se que o uso de novas tecnologias pode banalizar o papel do professor, é nesse contexto que sua atuação torna-se imprescindível, A multiplicidade de mídias existentes e de seus possíveis usos somada à diversidade de cotidianos que envolvem a prática docente são indicativos importantes a serem considerados para que a interações e as interatividades propiciadas contribuam para a compreensão do conhecimento que está sendo constantemente construído, o que pode ser observado através da ressignificação da linguagem que envolve esse processo. A linguagem se transforma porque se torna uma confluência da experiência do professor, dos estudantes e de sua intermediação midiática. Como já afirmamos anteriormente: a linguagem é o nosso primeiro expoente midiático e a presença das mídias nas práticas cotidianas deve-se ao fato de que seu consumo é uma das atividades predominantes na sociedade urbana. Enfim, a integração entre tecnologia (através do uso das mídias) e educação é ferramenta crucial para a construção do conhecimento no cotidiano escolar. Referências ALMEIDA M. Elizabeth B. “Educação a distância na internet: abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem”. In: Educação e Pesquisa. v. 29 n. 2. São Paulo, FE/USP, jul-dez 2003. CAPRA, Fritjof. O Ponto de Mutação. São Paulo: Cultrix, 2003. FILÉ, Valter . Novas tecnologias, antigas estruturas de produção de desigualdades. In: Wendel Freire. (Org.). Tecnologia e educação - As mídias na prática docente. Rio de Janeiro: Wak editora, 2008. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2002. LARROSA, Jorge Bondia. Notas Sobre a Experiência e o Saber da Experiência. Revista Brasileira de Educação. N.19,p.20-28, jan-abr. 2002. KENSKI, Vani M. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 4ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2003. KENSKI, Vani M. Tecnologias e ensino presencial e a distância. 4ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2006. MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998. VANIN, A. A. Língua, cognição e cultura: uma relação indissociável. In: Letrônica. Porto Alegre v.2, n.1, p. 42-59, jul. 2009. Disponível em: < http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/letronica/index > Acesso em: 28 jul. 2009. TAVARES, K. O papel do professor - do contexto presencial para o ambiente online e vice-versa. In: Conect@, número 3, novembro de 2000. Disponível em: <http://www.revistaconecta.com/conectados/katia_papel.htm> Acesso em: 30 mar. 2009.