Resumos trabalhos do Congresso Brasileiro de Disfagia

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MEDICINA
REVISTA FUNDADA PELO CENTRO ACADÊMICO ROCHA LIMA, DOS ALUNOS DA
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO EM 1961
VOLUME 48
SUPLEMENTO 1
JUNHO 2015
Reitor da Universidade de São Paulo
Editor
Prof. Dr. MARCO ANTONIO ZAGO
Prof.Dr. ORLANDO DE CASTRO E SILVA JÚNIOR
Vice-Reitor
Comissão de Publicação:
Prof.Dr. VAHAN AGOPYAN
Prof. Dr. JOSÉ ANTONIO BADDINI MARTINEZ
Prof. Dr. ORLANDO DE CASTRO E SILVA JÚNIOR
Profª Drª TEREZILA MACHADO COIMBRA
Diretor da F.M.R.P.
Prof. Dr. CARLOS GILBERTO CARLOTTI JUNIOR
Secretaria
Superintendente do H.C.R.P.
Prof. Dr. MARCOS FELIPE SILVA DE SÁ
MARLENE CANDIDA DE FARIA
Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
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Sumário
APRESENTAÇÃO ....................................................................................................................................................... 12
COMISSÃO ORGANIZADORA ................................................................................................................................... 13
APOIO E PATROCÍNIO ............................................................................................................................................... 14
TRABALHOS ............................................................................................................................................................... 15
1. PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE PACIENTES COM DISFAGIA OROFARÍNGEA EM HOSPITAL PRIVADO DO
RIO DE JANEIRO ................................................................................................................................................... 15
Sales, Déborah; Nunes, Eveline; Abreu, Lais; Feldberg, Denise; Mancopes, Renata ............................................. 15
2. BIOMECÂNICA LARÍNGEA EM IDOSOS ROBUSTOS E SUA RELAÇÃO COM A DEGLUTIÇÃO ................. 15
Brito, Patrícia Araújo; ; Magalhães Júnior, Hipólito Virgilio ...................................................................................... 15
3. ANÁLISE DA DEGLUTIÇÃO EM IDOSOS HOSPITALIZADOS APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL 16
Ferreira,Jm; Pereira-Carvalho,Nav; Chaves,Ts; Vicente,Lcc................................................................................... 16
4. CUIDADOS PALIATIVOS: PERFIL CLÍNICO E INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM IDOSOS
INTERNADOS ......................................................................................................................................................... 16
Scopel-Recla,R; Firmo,A; Chaves,Ts; Vicente,Lcc .................................................................................................. 16
5. IMPLICAÇÕES DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS NA DEGLUTIÇÃO: REVISÃO DE LITERATURA ....... 17
Corrêa, Camila de Castro; Costa, Danila Rodrigues; Berretin-Felix, Giédre............................................................ 17
6. IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO PARA RASTREAMENTO EM DISFAGIA,
EM HOSPITAL TERCIÁRIO .................................................................................................................................... 17
Ribeiro,E; Costa, Adrielle ......................................................................................................................................... 17
7. O PAPEL DA FONOAUDIOLOGIA NA EQUIPE DE CUIDADOS PALIATIVOS ................................................ 18
Guimarães, Valeriana de Castro; Amaral, Inez Janaina de Lima; Araújo, Kássia Valéria Dutra; Silva, Duanne
Nascimento................................................................................................................................................................18
8. REFLEXÃO SOBRE O (NÃO) USO DE VIA ALTERNATIVA DE ALIMENTAÇÃO EM PACIENTES DE
CUIDADOS PALIATIVOS ....................................................................................................................................... 18
Amaro, Jéssica Moscatelli; Annunciato, Bruna Gabriela Pascarelli; Kudo, Aide Mitie Bianchi, Maiara; Pizzo,
Vladimir......................................................................................................................................................................18
9. ATUAÇÃO FONOAUDIOLOGICA EM UMA ENFERMARIA DE CUIDADOS PALIATIVOS ............................. 19
Silva-Afonso,Janaina B.; Souza, Taísa C.; Souza, Jaqueline F.; Domingues, Carla A.S.; Pelicani, Ariane D. ........ 19
10. VIDEODEGLUTOESOFAGOGRAMA DE IDOSA SARCOPÊNICA COM DIVERTÍCULO DE ZENKER ......... 19
Pereira, Melissa; Soares, Luciane; Tavares, André; Almada, Clineu ....................................................................... 19
11. AVALIAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO EM IDOSOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DO
INTERIOR DE SERGIPE ......................................................................................................................................... 20
Araújo, M.S.F.; Seixas, V.M.; Santos, D.C.; Ribeiro, G.C.A; Domenis, D.R. ........................................................... 20
12. RELATO DE CASO: ATUAÇÃO MULTIPROFISSIONAL NO PROCESSO DE INTRODUÇÃO DA
ALIMENTAÇÃO ENTERAL EM PACIENTE SENIL................................................................................................ 21
Lovato, Maria Eduarda Rissato; Lima, Célia Mara Garcia; Takaara, Cecília K Ratazima; Marin, Maria Alice
Sonehara; Chayamiti, Emília M P Campos................................................................................................................21
13. SPEECH THERAPY IN POST-INTUBATION PATIENTS WITH OROPHARYNGEAL DYSPHAGIA: A
RANDOMIZED CONTROLLED TRIAL ................................................................................................................... 21
Turra,Gs; Almeida,St; Martinez,Cc; Bridi,M; Schwartz,Ivd; Barreto,Ssm; ................................................................ 21
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14. QUEIXA DE DEGLUTIÇÃO EM INDIVÍDUOS COM DIABETES MELITO TIPOS I E II .................................... 22
Ricci, Gabriela Lima; Nascimento, Weslania Viviane; Dantas, Roberto Oliveira ...................................................... 22
15.GLOSSECTOMIA
TOTAL
E
QUALIDADE
DE
VIDA:
NECESSIDADE
DE
INTEGRAÇÃO
MULTIPROFISSIONAL ............................................................................................................................................ 22
Giroldo, Gasn; Bernardes, Apl; Oliveira, Mfb; Simões, Mr; Giroldo, Jjr .................................................................... 22
16. EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO DO FLUXO AÉREO NASAL NA DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES COM
ATAXIA-TELANGIECTASIA.................................................................................................................................... 23
Nishinaka, Maria Lúcia T; Guedes, Zelita CF; Costa-Carvalho, Beatriz T ................................................................ 23
17. INFLUÊNCIA DA ESTATURA NA DEGLUTIÇÃO DE HOMENS E MULHERES SAUDÁVEIS ........................ 23
Regueiro, Márcia RKB, Dantas Roberto ................................................................................................................... 23
18. SEMANA DE ATENÇÃO À DISFAGIA – UMA AÇÃO PARA IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS QUESTIONÁRIO EAT – 10 ...................................................................................................................................... 24
Torres,Lp; Prado,Accb; Antonioli,Cs; Sardinha, Mcl ................................................................................................. 24
19. CORRELAÇÕES ENTRE ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE DOS MÚSCULOS SUPRAHIÓIDEOS E
FORÇA DE PRESSÃO DE LÍNGUA ........................................................................................................................ 24
Folha, Gislaine Aparecida; Mapelli, Andrea; de Felício, Claudia Maria .................................................................... 24
20. ATIVAÇÃO CORTICAL DA DEGLUTIÇÃO EM SUJEITOS SAUDÁVEIS: CONSTRUÇÃO DE UM
PARADIGMA EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA FUNCIONAL ............................................................................. 25
Guedes, Rlv; Pastorello, Bf; Nucci, Mp; Geraldini, Bm; Kowalski, Lp; Amaro Jr, E; Carrara-De Angelis, E ............. 25
21. EFEITO DE EXERCÍCIOS DE RESISTÊNCIA NA ATIVAÇÃO DA MUSCULATURA SUPRAHIÓIDEA..........26
Vilas Bôas, Thami Q.; Geraldini, Bruna M.; Barcelos, Camila Barbosa; Siqueira, Luciana D.; Claudino-Lopes,
Simone A. C.; Netto, Irene de Pedro; Carrara-de-Angelis, Elisabete ....................................................................... 25
22. IMPACTO DA DISFAGIA NA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM MIOPATIA ................................ 26
Domenis, Danielle R; Nascimento, Weslania V; Sobreira, Claudia F; Dantas, Roberto O ....................................... 26
23. CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PROTOCOLO DE RISCO DE ASPIRAÇÃO EM UM HOSPITAL
ONCOLÓGICO......................................................................................................................................................... 26
Spineli, T; Netto, IP; Montoni, NPC; Milanello, PM; Vilas Bôas, TQ; Carrara-de Angelis, E. ................................... 26
24. DESENVOLVIMENTO DE BIOMEMBRANAS DE LÁTEX CARREADOR DE ESCOLPLAMINA PARA
CONTROLE DE SALIVA NA CAVIDADE ORAL .................................................................................................... 27
Norberto, Ana Maria Queirós; Barros, Natan Roberto; Miranda, Matheus Carlos Romeiro; Moriguti, Júlio César;
Octvaio Marques, Pontes-Neto Herculano, Rondinelli Donizetti................................................................................27
25. DISFAGIA OROFARÍNGEA EM NEONATOS ................................................................................................... 27
Melo, Luana F; Maschi, Enzo G.; Nascimento, Ana Carolina C.; Flabiano-Almeida, Fabíola C.; Bühler,
Karina
E.B............................................................................................................................................................................ 27
26. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UTI NEONATAL: RELATO DE UM CASO COM SÍNDROME DE
PATAU.......................................................................................................................................................................28
Keitel, Patrícia; De Almeida, Sheila Tamanini; Marchand, Daniel Lucas Picanço; Da Silva, Kariny Zencke; Zen,
Paulo Ricardo Gazzola ............................................................................................................................................. 28
27. AVALIAÇÃO DE RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS DURANTE A PRIMEIRA OFERTA DE SEIO
MATERNO EM UMA UTI NEONATAL .................................................................................................................... 28
Keitel, Patricia; De Almeida, Sheila Tamanini........................................................................................................... 28
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28.ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UM RECÉM NASCIDO COM FISSURA LABIAL: RELATO
DE
CASO.........................................................................................................................................................................29
Otto, Danielle Martins; Keitel, Patricia; De Almeida, Sheila Tamanini .................................................................... 29
29.
ACOMPANHAMENTO
FONOAUDIOLÓGICO
A
PACIENTES
SUBMETIDOS
À
HIPOTERMIA
TERAPÊUTICA ....................................................................................................................................................... 29
Brandt, Bruna; Levy, Deborah; Pereira, Karine; Procianoy, Renato; Silveira, Rita .................................................. 29
30. DISFAGIA OROFARÍNGEA EM PACIENTES SUBMETIDOS À HIPOTERMIA TERAPÊUTICA: RELATO DE
CASO ...................................................................................................................................................................... 30
Brandt, Bruna; Levy, Deborah; Pereira, Karine; Procianoy, Renato; Silveira, Rita .................................................. 30
31. REINTERNAÇÕES DE PACIENTES QUE FAZEM ACOMPANHAMENTO FONOAUDIOLÓGICO NO
AMBULATÓRIO DE SEGMENTO DO PREMATURO ............................................................................................ 30
Brandt, Bruna; Levy, Deborah; Pereira, Karine; Haack, Brenda; Procianoy, Renato; Silveira, Rita ......................... 30
32.
CERVICAL
ACOUSTIC
SIGNAL
OF
SILENT
TRACHEAL
ASPIRATION
IN
CHILDREN
WITH
OROPHARYNGEAL DYSPHAGIA: A PILOT STUDY ............................................................................................ 31
Almeida,St; Ferlin,El; Callegari-Jacques,Sm; Fornari,F; Goldani,Has ..................................................................... 31
33. ASSOCIAÇÃO DE DOENÇA GASTROINTESTINAL COM DISFAGIA E BAIXO PESO PARA ESTATURA EM
PACIENTES PEDIÁTRICOS GRAVES ................................................................................................................... 31
Barth, Fabiola Luciane; Barbosa, Lisiane De Rosa ................................................................................................. 31
34. ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO PREMATURO: PERCEPÇÃO DA FAMÍLIA E DOS PROFISSIONAIS
DE SAÚDE .............................................................................................................................................................. 32
Klossowski, Diulia Gomes; Godoi, Vanessa Cristina; Fujinaga, Cristina Ide; Landowsky, Thais Fernanda; Pankiw,
Paula Maria; Karkow, Isabella Karina; Foltran, Laís Nadal........................................................................................32
35. A AMAMENTAÇÃO SOB A ÓTICA DAS PROFISSIONAIS DE SAÚDE: SABERES E PRÁTICAS DO
PROCESSO ............................................................................................................................................................ 32
Godoi, Vanessa Cristina; Klossowski, Diulia Gomes; Fujinaga, Cristina Ide; Landowsky, Thais Fernanda; Pankiw,
Paula Maria; Karkow, Isabella Karina; Foltran, Laís Nadal........................................................................................32
36. DISFAGIA EM PACIENTES INTERNADOS EM UTI PEDIÁTRICA POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS.........33
Giorgetti, Marilia de Paula; Flabiano-Almeida, Fabíola Custódio; Bühler, Karina Elena Bernardis .......................... 33
37. ACHADOS FONOAUDIOLÓGICOS EM INDIVÍDUOS COM GASTROSQUISE .............................................. 33
Bonfim, Danielle; Befi-Lopes, Debora; Glebocki, Aline ............................................................................................ 33
38. INTRODUÇÃO DE DIETA VIA ORAL EM RECÉM-NASCIDO COM EPIDERMÓLISE BOLHOSA: RELATO
DE CASO ................................................................................................................................................................ 34
Bonfim, Danielle; Ponciano, Bianca; Glebocki, Aline; Befi-Lopes, Debora .............................................................. 34
39. MATERIAL MULTIMÍDIA SOBRE CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO EM BEBÊS COM SEQUÊNCIA DE
ROBIN ..................................................................................................................................................................... 34
Mendes, Caroline Antonelli; Silva, Nathane Sanches Marques; Prado-Oliveira, Rosana ........................................ 34
40. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM MEDULOBLASTOMA CLÁSSICO –
RELATO DE UM CASO .......................................................................................................................................... 35
Pereira, Michelle Miranda; Glebocki, Aline Cristina Gabriel; Befi-Lopes, Débora Maria .......................................... 35
41. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM MEDULOBLASTOMA CLÁSSICO –
RELATO DE UM CASO .......................................................................................................................................... 36
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Gasparin, Marisa; Schweiger, Cláudia; Manica, Denise; Maciel, Antônio Carlos; Kuhl, Gabriel; Levy, DeborahSalle;
Marostica, Paulo José Cauduro.................................................................................................................................36
42.
TRANSFORMACION
DE
CONSISTENCIA
LÍQUIDA
PARA
FAVORECER
LA
BIOMECÁNICA
DEGLUTORIA/ REDUCIR RIESGOS ASPIRATIVOS EN NIÑOS LESION CEREBRAL ........................................ 36
Vargas, Miguel; Rodríguez, Yohandris ..................................................................................................................... 36
43. A IMPORTÂNCIA DA FONOAUDIOLOGIA COM PACIENTES TRAQUEOSTOMIZADOS ............................. 37
Rocha, Luciana; Rock, Luciana ................................................................................................................................ 37
44. O USO DA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA NA DISFAGIA ........................................................................... 37
Goldoni, NI; Netto, Irene de Pedro; Carrara de-Angelis, Elisabete ........................................................................... 37
45. DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES COM LARINGITE – ASPECTOS QUANTITATIVOS ..................................... 38
Moda, Isabela, Dantas, Roberto Oliveira .................................................................................................................. 38
46. DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES COM LARINGITE – ASPECTOS DESCRITIVOS .......................................... 38
Moda, Isabela, Dantas, Roberto Oliveira .................................................................................................................. 38
47. PERFIL FONOAUDIOLÓGICO DOS PACIENTES ENCAMINHADOS PARA A FONOAUDIOLOGIA EM UM
HOSPITAL DE PORTO ALEGRE ............................................................................................................................ 39
Burkhard, Laura; Keitel, Patricia; De Almeida, Sheila Tamanini ............................................................................... 39
48. INTERVENÇÃO INTERDISCIPLINAR NO CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO: RELATO DE CASO .......... 39
Costa, Danila Rodrigues; Mituuti, Cláudia Tiemi; Golçalves, Jeanne Kelly; Battisti, Maíra de Paula Leite; Favoretto,
Natália
Caroline;
Rubira,
Cássia
Maria
Fischer;
Santos,
Paulo
Sérgio
da
Silva;
Berretin-Felix,
Giédre.......................................................................................................................................................................39
49.
DISFAGIA
OROFARÍNGEA
EM
PACIENTES
SUBMETIDOS
À
INTUBAÇÃO
OROTRAQUEAL
PROLONGADA EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA ................................................................................... 40
Chagas de Medeiros, Gisele; Chiaron Sassi, Fernanda; Furquim de Andrade, Claudia Regina .............................. 40
50. DISFAGIA OROFARÍNGEA EM PACIENTES COM SEPSE DE FOCO PULMONAR ...................................... 40
Chagas de Medeiros, Gisele; Moreira, Renata; Chiaron Sassi, Fernanda; Furquim de Andrade, Claudia Regina .. 40
51. ESOFAGITE EOSINOFÍLICA: O IMPACTO NA DEGLUTIÇÃO ....................................................................... 41
Santos, Luciana Avila dos; Carrara de Angelis, Elisabete; Montoni, Neyller Patriota Cavalcante ............................ 41
52. DISFAGIA OROFARINGEA MECÂNICA DECORRENTE DE GLOSSECTOMIA PARCIAL: UM ENFOQUE
NA SAÚDE PÚBLICA .............................................................................................................................................. 41
Santiago, Elissandréa; Britto, Glenda ....................................................................................................................... 41
53. IMPACTO DA XEROSTOMIA NA DEGLUTIÇÃO ............................................................................................. 42
Bianchi, Maiara Cavichioli; Gonçalvez, Aline Nogueira; Carrara – De Angelis, Elisabete ........................................ 42
54. ACHADOS CLÍNICOS DA DEGLUTIÇÃO OROFARÍNGEA NA SÍNDROME DE HANHART: RELATO DE
CASO ....................................................................................................................................................................... 42
Mendes, Caroline Antonelli; Silva, Nathane Sanches Marques; Souza, Olívia Mesquita Vieira; Aferri, Homero
Carneiro; Dutka, Jeniffer de Cássia Rillo; Totta, Tatiane...........................................................................................42
55. ÍNDICE DE DESVANTAGEM DA DEGLUTIÇÃO: APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO “DYSPHAGIA
HANDICAP INDEX” ................................................................................................................................................. 43
Souza, Dhb; Guedes, Rlv; Francisco, Al; Martinez, Lgp; Villas-Bôas, Tq; Cordeiro, Jt; Vartanian, Jg; Carrara-De
Angelis, E ..................................................................................................................................................................43
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56. PROTOCOLO DE DEGLUTIÇÃO DE YALE: TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL PARA A
LÍNGUA PORTUGUESA DO BRASIL .................................................................................................................... 43
Vieira, Eg; Guedes, Rlv; Geraldini, Bm; Netto, Ip; Almeida, Rc; Carrara-De Angelis, E .......................................... 43
57. SINTOMAS DE VIAS AÉREAS SUPERIORES EM PACIENTES PRÉ-TIREOIDECTOMIA ............................ 44
Oliveira, Danyellë Sardinha; Barcelos, Camila Barbosa; Netto, Irene de Pedro; Siqueira, Luciana Dall’Agnol;
Gonçalves, Aline Nogueira; Carrara-de Angelis, Elisabete.......................................................................................44
58. QUALIDADE DE VIDA NOS PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO .................................. 44
Claudino-Lopes, SA; Andrade, MS; Montoni, NPC; Gonçalves, AN; Caruso, P; Carrara-de Angelis, E. ................. 44
59. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÒGICA EM POS OPERATÓRIO DE TORACOTOMIA: RELATO DE CASO ........ 45
Moraes, Alba Maria Soares; Mota, Vanise Barros Rodrigues, Brito, Nildany Reis .................................................. 45
60. CARACTERIZAÇÃO DO ATENDIMENTO FONOAUDIOLÓGICO NA REABILITAÇÃO DA DISFAGIA
OROFARÍNGEA EM INDIVÍDUOS DEMENCIADOS EM UTI ................................................................................. 45
Alves, Irina; Venturini, Juliana; Silva, Andréia; Arévalo, Rosana ............................................................................. 45
61. VÁLVULA DE FALA – AUXÍLIO TERAPÊUTICO NA REABILITAÇÃO DE DEGLUTIÇÃO ............................ 46
Alves, Irina; Venturini, Juliana; Silva, Andréia; Arévalo, Rosana ............................................................................. 46
62. CORRELAÇÃO ENTRE TEMPO DE TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA PARA DISFAGIA OROFARÍNGEA E
NÍVEL DE INGESTÃO ORAL ................................................................................................................................. 46
Sales, Déborah; Nunes, Eveline; Abreu, Lais; Carvalho, Beatriz; Feldberg, Denise; Mancopes, Renata ............... 46
63. REABILITAÇÃO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA PÓS AVE CEREBELAR ISQUÊMICO:ESTUDO DE
CASO........................................................................................................................................................................47
Souza, Nayara de Oliveira; Mituuti,Cláudia Tiemi; Berretin-Felix,Giédre ................................................................. 47
64. AVALIAÇÃO VIDEOFLUOROSCÓPICA DA DEGLUTIÇÃO NA ANOREXIA NERVOSA ............................... 47
Carla M. Santos; Rachel A. Cassiani; Roberto O. Dantas ....................................................................................... 47
65. ATENDIMENTO FONOAUDIOLÓGICO EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO A PACIENTES COM DISTÚRBIO
DE DEGLUITIÇÃO DE ORIGEM NEUROLÓGICA ................................................................................................. 48
R. Montaldi, Marina; M. Takayanagui, Osvaldo; C. M. I. Okubo, Paula ................................................................... 48
66. GRAU DE COMPROMETIMENTO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA APÓS AVE COM LESÃO DE
HEMISFÉRIO DIREITO. .......................................................................................................................................... 48
Souza,A.B; Tavares,A.M.S ...................................................................................................................................... 48
67. REABILITAÇÃO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA PSICOGÊNICA: RELATO DE CASO ................................ 49
Ramos de Luccas, Gabriele; Benedicto Machado, Isabela; Berretin-Felix, Giédre .................................................. 49
68. ACHADOS DA NASOFIBROSCOPIA DA DEGLUTIÇÃO EM INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE
PARKINSON ........................................................................................................................................................... 49
Spazzapan, Evelyn Alves; Cola, Paula Cristina; Alves, Thaís Coelho; Silva, Roberta Gonçalves da; Onofri, Suely
Mayumi Motonaga.....................................................................................................................................................49
69. DISFAGIA OROFARÍNGEA PÓS INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL PROLONGADA EM UM CASO DE
POLINEUROPATIA DO PACIENTE CRÍTICO ........................................................................................................ 50
Wagner, Julianne; Salvatori, Daniela; Burkhard, Laura Fabiana; Keitel, Patricia; De Almeida, Sheila Tamanini......50
70. DEGLUTIÇÃO E REFLEXO DE TOSSE NA DOENÇA DE PARKINSON ........................................................ 51
Gasparim, Az; Santos, Rs; Marques, Jm; Marcelino, Pco; Júnior, Fh ..................................................................... 51
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71. ELABORAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE DESMAME DE TRAQUEOSTOMIA EM AMBIENTE
HOSPITALAR .......................................................................................................................................................... 51
Faggioni,Mr; Bizinoto, Sn; Naques, Js; Barbosa,P ................................................................................................... 51
72. CLASSIFICAÇÃO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA NUEROGÊNICA PÓS ACIDENTE VASCULAR
CEREBRAL ISQUÊMICO ........................................................................................................................................ 51
Silva, Daniele; Lemos, Érika; Gomes, Nivea; Bizinoto, Samanta ............................................................................. 51
73.
ASSOCIAÇÃO ENTRE
COMPROMETIMENTO NEUROLÓGICO E SEVERIDADE DA DISFAGIA
OROFARÍNGEA EM PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ..................................................... 52
Otto, Dm; Ribeiro, Mc; Barea, Lm; Mancopes,R; Almeida, St .................................................................................. 52
74. ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS NA REABILITAÇÃO DA DISFAGIA NEUROGÊNICA: REVISÃO
SISTEMÁTICA ......................................................................................................................................................... 52
Almeida, St; Martinez, Cc; Gurgel, Lg ...................................................................................................................... 52
75. ESTUDO DA DEGLUTIÇÃO NA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA: RELATO DE CASOS ................ 53
Viera, Agda Ribeiro Harrisson; Magalhães Júnior, Hipólito Virgilio .......................................................................... 53
76. CRITÉRIOS FONOAUDIOLÓGICOS PARA INDICAÇÃO DE VIA ALTERNATIVA DE ALIMENTAÇÃO EM
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ...................................................................................................................... 53
BARROQUEIRO, Priscila Carneiro; MORAES, Alba Maria Soares; LOPES, Monique Kelly Duarte........................ 53
77. APLICAÇÂO DA GUGGING SWALLOWING SCREEN (GUSS) EM PACIENTES BRASILEIROS PÓS-AVC
ISQUÊMICO AGUDO ............................................................................................................................................... 54
Mourão, Aline; Vicente, Laélia; Chaves, Tatiana; Sant´Anna, Romeu; Ribeiro, Amanda; Costa, Luiza; Vale,
Simone; Bougo, Graziela; Melo, Amanda; Teixeira, Antônio.....................................................................................54
78. RELAÇÃO ENTRE LIBERAÇÃO DE DIETA VIA ORAL E NÍVEL DE COMPROMETIMENTO NEUROLÓGICO
PÓS-AVC ISQUÊMICO AGUDO ............................................................................................................................. 54
Mourão, Aline; Vicente, Laélia; Chaves, Tatiana; Sant´Anna, Romeu; Braga, Marcela; Nunes, Ciomara; Meira,
Fidel; Xavier, Rodrigo; Tanure, Marco Túlio; Teixeira, Antônio.................................................................................54
79. RELAÇÃO ENTRE CAPACIDADE FUNCIONAL DA DEGLUTIÇÃO COM CAPACIDADE FUNCIONAL
GLOBAL DO PACIENTE PÓS-AVC ISQUÊMICO AGUDO .................................................................................... 55
Mourão, Aline; Vicente, Laélia; Chaves, Tatiana; Sant´Anna, Romeu; Braga, Marcela; Nunes, Ciomara; Meira,
Fidel; Xavier, Rodrigo; Tanure, Marco Túlio; Teixeira, Antônio.................................................................................55
80. DISFAGIA EM SUJEITOS COM DIAGNÓSTICO DE NEUROACANTOCITOSE ............................................. 55
Attoni, T; Moraes, En; Britto, At; Cardoso, F ............................................................................................................ 55
81. DISFAGIA APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO: FATORES DE PROGNÓSTICO ........ 56
Pereira-Carvalho,Nav; Vicente,Lcc; Schettino,Mstb; Friche,Aal ............................................................................... 56
82.
ANÁLISE
DA
CONCORDÂNCIA
DA
FUNCTIONAL
ORAL
INTAKE
SCALE
(FOIS)
ENTRE
ACADÊMICOS ......................................................................................................................................................... 57
Oliveira,Acm; Pereira-Carvalho,Nav; Friche,Aal; Vicente,Lcc .................................................................................. 57
83. ANÁLISE QUANTITATIVA DA DEGLUTIÇÃO NA ESCLEROSE MÚLTIPLA ................................................. 57
Bacelete,Vsb; Vicente,Lcc; Santos,Mar .................................................................................................................... 57
84. A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO FONOAUDIOLOGIA JUNTO AOS PACIENTES COM DOENÇAS
CRÔNICAS – ENFOQUE NA DISFAGIA OROFARÍNGEA ..................................................................................... 58
Souza, Juliana; Santos, Diana.................................................................................................................................. 58
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Congresso Brasileiro de Disfagia
85. PROGRAMA INTERDISCIPLINAR DE ATENÇÃO E CUIDADO À DISFAGIA EM HOSPITAL TERCIÁRIO .. 58
Ribeiro, Elizabeth ..................................................................................................................................................... 58
86. GESTÃO EM FONOAUDIOLOGIA HOSPITALAR COM VISÃO SISTÊMICA DOS PROCESSOS
ASSISTENCIAIS ..................................................................................................................................................... 59
Ribeiro, Elizabeth; Menezes, Mário ......................................................................................................................... 59
87. AVALIAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO NOS PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA – ESTUDO PILOTO .... 60
Amaral, Inez Janaina de Lima; Guimarães, Valeriana de Castro; Araújo, Kássia Valéria Dutra; Silva, Duanne
Nascimento ...............................................................................................................................................................60
88. PERFIL FUNCIONAL DA DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO ..... 60
Valente, Isabela; Zenaro, Mariana; Cortiñas, Paula; Nakanishi, Juliana; Pesce, Milena ......................................... 60
89. EFICÁCIA E IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO CLÍNICA DA DEGLUTIÇÃO .................................................. 61
Santos, Luciana Avila Dos; Dantas, Roberto Oliveira .............................................................................................. 61
90. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES ATENDIDOS PELO SERVIÇO DE FONOAUDIOLOGIA EM
UM HOSPITAL GERAL ........................................................................................................................................... 61
Marini-De Carli, Caroline; Catusso, Lisiane; Peruchena, Giseli da Silva Moura; Vargas, Emerson Luis ................. 61
91. FONOTERAPIA PRECOCE ASSOCIADA À ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR NA DISFAGIA
OROFARÍNGEA EM PACIENTES COM AVCI PONTINEO .................................................................................... 62
Torres,Lp; Fonsechi,Tb; Antonioli,Cs; Batista,Gf; Campos-Herrera,Cr .................................................................... 62
92. PRESENÇA DE DISFAGIA NA SÍNDROME DE POMPE – RELATO DE UM CASO ...................................... 62
Silva-Afonso, Janaina B.; Picinato-Pirola, Melissa N. C........................................................................................... 62
93.
EFICÁCIA DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR
NO TRATAMENTO DA DISFAGIA
OROFARÍNGEA EM IDOSOS ACOMETIDOS POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO .............................. 63
Mituuti, Cláudia Tiemi; Berretin-Felix, Giédre .......................................................................................................... 63
94. PERFIL DOS PACIENTES QUE REALIZAM O DESMAME DA VIA ALTERNATIVA DE ALIMENTAÇÃO EM
AMBIENTE HOSPITALAR ...................................................................................................................................... 63
Sodré, Carolina; Suckow, Darinka; Franco, Laís; Grillo, Quéssia ............................................................................ 63
95. EFEITOS DA TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA CONVENCIONAL EM PACIENTES COM DISFAGIA
OROFARÍNGEA NEUROGÊNICA: RELATO DE CASOS ...................................................................................... 64
Silva-Arone, Marcela Maria Alves; Mituuti, Cláudia Tiemi; Berretin-Felix, Giédre.................................................... 64
96.PERFIL DOS PACIENTES COM DISFAGIA ATENDIDOS EM UM CENTRO DE REABILITAÇÃO
TERCIÁRIO ............................................................................................................................................................. 64
Borges, L.A.S; Guedes-Granzotti, R.B.; Fukuda, M.T.H.; Domenis, D.R. ................................................................ 64
97. GRAVIDADE DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NA ALTA HOSPITALAR É ASSOCIADA A
PREJUÍZO NUTRICIONAL EM TRÊS MESES APÓS O ICTUS ............................................................................ 65
Santos, Rafaela Silveira; Pacheco, Aline Cristina; Norberto, Ana Maria Queiros; Montaldi, Marina Rodrigues;
Miranda, Rubia Poliana Crisóstomo; Nascimento, Weslania Viviane; Favoretto, Diandra Bosi; Dal Bem, Fernanda
Jardinette; Alves, Luciana Bezerra de Mello; Rimoli, Bruna Pileggi; Braga, Monica Carvalho; Bueno, Thatiana
Barboza Carnevalli; Santos-Pontelli, Taiza Elaine Grespan; Weber, Karina Tavares; Cougo-Pinto, Pedro Telles;
Mazin, Suleimy Cristina; Dantas, Roberto Oliveira; Pontes-Neto, Octávio Marques ................................................65
98. SINTOMAS DE DISFAGIA APÓS TRÊS MESES DO ICTUS SÃO ASSOCIADOS A GRAVIDADE DO
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NA ALTA HOSPITALAR ............................................................................ 66
Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
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Congresso Brasileiro de Disfagia
Pacheco, Aline Cristina; Santos, Rafaela Silveira; Norberto, Ana Maria Queiros; Montaldi, Marina Rodrigues;
Miranda, Rubia Poliana Crisóstomo; Nascimento, Weslania Viviane; Favoretto, Diandra Bosi; Dal Bem, Fernanda
Jardinette; Alves, Luciana Bezerra de Mello; Rimoli, Bruna Pileggi; Braga, Monica Carvalho; Bueno, Thatiana
Barboza Carnevalli; Santos-Pontelli, Taiza Elaine Grespan; Weber, Karina Tavares; Cougo-Pinto, Pedro Telles;
Dantas, Roberto Oliveira; Pontes-Neto, Octávio Marques.........................................................................................66
99. ALTERAÇÃO COGNITIVA RELACIONADA A PREJUÍZO NUTRICIONAL E SINTOMAS DE DISFAGIA EM
PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ....................................................................................... 66
Norberto, Ana Maria Queiros; Santos, Rafaela Silveira; Pacheco, Aline Cristina; Montaldi, Marina Rodrigues;
Miranda, Rubia Poliana Crisóstomo; Nascimento, Weslania Viviane; Favoretto, Diandra Bosi; Dal Bem, Fernanda
Jardinette; Alves, Luciana Bezerra de Mello; Rimoli, Bruna Pileggi; Braga, Monica Carvalho; Bueno, Thatiana
Barboza Carnevalli; Santos-Pontelli, Taiza Elaine Grespan; Weber, Karina Tavares; Cougo-Pinto, Pedro Telles;
Dantas, Roberto Oliveira; Pontes-Neto, Octávio Marques.........................................................................................66
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Congresso Brasileiro de Disfagia
APRESENTAÇÃO
Bem-vindos a Ribeirão Preto,
Organizamos o Congresso Brasileiro de Disfagia com o objetivo de reunir em nossa
cidade pessoas de várias áreas interessadas no melhor conhecimento das causas,
manifestações, complicações, métodos diagnósticos e tratamento de pacientes com
disfagia.
Disfagia é um sintoma de crescente importância, gerando comprometimento
significativo da qualidade de vida, associada a quadros de desnutrição, desidratação,
mortalidade, e aumento dos custos. Profissionais preparados irão melhorar os aspectos
relacionados a estes itens.
Teremos a presença da Dra. Rosemary Martino, da Universidade de Toronto,
profissional que muito contribui em aspectos relacionados ao tema, ex-presidente da
Dysphagia Research Society e líder internacional em Deglutição e Disfagia.
Esperamos que o Congresso tenha importância na vida futura de todos aqueles
relacionados ao tema, entre aqueles que desenvolvem novos conhecimentos,
profissionais que irão diagnosticar e tratar e, principalmente, importante para os
pacientes, que serão os maiores beneficiados.
A participação de vocês demonstra o interesse e comprometimento com a vida
daqueles que tem disfagia.
Aline Cristina Pacheco
Weslania Viviane do Nascimento
Roberto Oliveira Dantas
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COMISSÃO ORGANIZADORA
Prof. Dr. Roberto Oliveira Dantas
Prof. Dr. João Pereira Leite
Prof. Dr. Octávio Marques Pontes-Neto
Profa. Dra. Roberta Gonçalves da Silva
Profa. Dra. Paula Cristina Cola
Profa. Dra. Suely Mayumi Motonaga Onofri
Fga. Doutoranda Aline Cristina Pacheco
Fga. Doutoranda Weslania Viviane Nascimento
COMISSÃO CIENTÍFICA
Prof. Dr. Hilton Marcos Alves Ricz
Profa. Dra. Lilian Neto Aguiar Ricz
Profa. Dra. Claudia Maria de Felício
Profa. Dra. Ana Maria Furkim
Dra. Elisabete Carrara de Angelis
Profa. Dra. Danielle Ramos Domenis
Dra. Paula Issa Okubo
Fga. Dra. Adriana Defina Ikeda
13
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APOIO E PATROCÍNIO
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Congresso Brasileiro de Disfagia
TRABALHOS
1.
PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE PACIENTES COM DISFAGIA OROFARÍNGEA EM HOSPITAL PRIVADO DO
RIO DE JANEIRO
Sales, Déborah; Nunes, Eveline; Abreu, Lais; Feldberg, Denise; Mancopes, Renata
Hospital Evangélico do Rio de Janeiro - Universidade Federal de Santa Maria
Introdução: A disfagia orofaríngea é um distúrbio da deglutição que pode trazer prejuízo aos aspectos
nutricional, de hidratação e estado pulmonar de indivíduos internados em ambiente hospitalar, prolongando o tempo
e aumentando os custos de internação. Objetivo: Descrever e analisar o perfil epidemiológico de pacientes avaliados
e diagnosticados com disfagia orofaríngea em unidade hospitalar. Metodologia: estudo retrospectivo e descritivo
realizado em Hospital privado do Rio de Janeiro, a partir da análise dos prontuários de 327 pacientes avaliados e
elegíveis para terapia fonoaudiológica em unidade hospitalar, mediante solicitação de parecer médico no período de
janeiro de 2013 a dezembro de 2014. Os pacientes foram divididos segundo a idade (idoso e não idoso), doença de
base (AVC prévio, demência, outras doenças neurológicas, DPOC, idosos sem doenças previas e adultos sem
doenças previas) e caracterização da disfagia (mecânica, neurogênica e mista). O teste do qui quadrado foi utilizado
para avaliar a associação entre idade e patologias de base e entre idade e caracterização da disfagia. Em cada teste
de hipótese foi fixado o nível de significância de 0,05. Os dados foram digitados e analisados no programa SPSS
versão 14.0, 2006. Resultados: quanto ao gênero, 68,5% foram do sexo feminino e 31,5% do sexo masculino. A
média de idade foi de 75,2 anos ±16,84 (82% idade ≥ 65 anos). As doenças de base mais frequentes foram a
demência (35,8%), seguida pelo AVC (19,3%). Quanto a caracterização da disfagia, 57,5% apresentavam disfagia de
origem neurogênica, 34,5% mista e somente 8% de origem mecânica. Houve associação estatisticamente
significante entre as variáveis idade ≥ 65 anos e os tipos de disfagia neurogênica (p=0,03) e mecânica (p = 0,01),
assim como entre idade e demência (p=0,00) e outras doenças neurológicas (p=0,001). Conclusão: a disfagia se
mostra frequente em pacientes idosos internados em ambiente hospitalar, estando esta, associada a presença de
desordens neurológicas.
Descritores: Disfagia, unidade hospitlar, caracterização disfagia, desordens neurológicas
2.
BIOMECÂNICA LARÍNGEA EM IDOSOS ROBUSTOS E SUA RELAÇÃO COM A DEGLUTIÇÃO
Brito, Patrícia Araújo; ; Magalhães Júnior, Hipólito Virgilio
Departamento de Fonoaudiologia - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Introdução: O envelhecimento é um processo normal, individual e gradativo, que caracteriza uma etapa da
vida, em que ocorrem modificações fisiológicas, bioquímicas e psicológicas em consequência da ação do tempo. A
deglutição no idoso sofre algumas modificações, dentre as quais, está á biomecânica laríngea. Objetivo: Avaliar a
elevação laríngea durante a deglutição em idosos robustos e sua associação com a queixa de problema de
deglutição. Método: Estudo seccional, descritivo e de associação. A amostra foi composta por 133 idosos, de ambos
os sexos entre 60 e 96 anos de idade (média de 72,28% ± 8,2). Foram excluídos os idosos que apresentavam
alteração neurológica, cognitiva, histórico de câncer ou malformação de cabeça e pescoço, os submetidos à
radioterapia; O levantamento dos dados foi realizado no período de fevereiro a setembro de 2014, com os pacientes
atendidos na clinica escola de fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A amostra foi de
conveniência proveniente da pesquisa intitulado: “Validação no Brasil de um protocolo de triagem internacional para
risco de disfagia orofaríngea”. A avaliação foi realizada utilizando-se a técnica dos quatro dedos. Para analise dos
dados utilizou-se a descrição de frequências absolutas e relativas em relação a sexo, idade e o desfecho da
avaliação da elevação laríngea. Para a análise bivariada, foi considerada a associação dos resultados entre a
elevação da biomecânica laríngea e as demais variáveis, por meio do teste do qui-quadrado ou teste exato de Fisher,
a depender dos valores encontrados nas frequências esperadas, em que este último teste só é utilizado quando
estas tiverem seus valores menores que cinco, considerando o nível de significância em 5%. desfecho da avaliação
da elevação laríngea. Resultados: foram avaliados 101 voluntários do sexo feminino (75,9%) e 32 do sexo masculino
(24,1%). Dos indivíduos avaliados, 42 (31,6%) apresentaram queixa de deglutição, 9 (6,8%) tiveram presença de
disfagia, 4 (3,0%) tiveram elevação laríngea reduzida. Durante a avaliação funcional da deglutição, 129 (96,2%)
apresentaram maior dificuldade no selamento labial, 61 (45,9%) com presença de resíduo em cavidade oral, 7 (5,3%)
com tosse e pigarro após a deglutição, 1 (0,8 %) apresentou atraso na deglutição faríngea, 4 (3,0%) ficaram com voz
molhada após a deglutição e 22 (16,5%) apresentaram múltiplas deglutições por bolo. Houve associação entre
redução na elevação laríngea e disfagia (p< 0,001). Conclusão: na amostra estudada, houve maior frequência de
queixa de deglutição, sem associação com presença de disfagia. Verificou-se que a biomecânica laríngea encontrouse preservada no idoso robusto. Porém há associação entre presença de disfagia e redução na elevação laríngea.
Descritores: deglutição, biomecânica laríngea, idoso robusto, envelhecimento.
15
Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
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3.
Congresso Brasileiro de Disfagia
ANÁLISE DA DEGLUTIÇÃO EM IDOSOS HOSPITALIZADOS APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Ferreira,Jm; Pereira-Carvalho,Nav; Chaves,Ts; Vicente,Lcc
Universidade Federal de Minas Gerais; Hospital Risoleta Tolentino Neves
Introdução: No Brasil, as doenças cerebrovasculares estão entre as principais causas de morte e ocorrem
mais frequentemente em indivíduos a partir dos 60 anos de idade, considerados idosos no país. Dentre as diversas
complicações decorrentes do Acidente Vascular Encefálico (AVE), a disfagia é um sintoma recorrente, com
incidência variando entre 18% e 81% na fase aguda e prevalência de 42% a 68%. Mesmo no processo de
senescência, os idosos são mais vulneráveis à ocorrência de modificações fisiológicas no mecanismo da deglutição,
denominadas presbifagia. Desta forma é de extrema relevância a análise a dinâmica da deglutição no idoso após
AVE, uma vez que há dois fatores que os tornam mais propensos à disfagia. Objetivo: Analisar os perfis
sociodemográfico e clínico dos idosos após acidente vascular cerebral; identificar a prevalência da disfagia; analisar
as alterações do sistema sensório motor oral e da deglutição; verificar a associação entre o tipo de lesão cerebral e
as características sociodemográficas e clínicas, averiguar a ocorrência de pneumonia aspirativa e de óbito; e
investigar a efetividade da fonoterapia para disfagia durante a hospitalização. Materiais e métodos: Tratou-se de um
estudo longitudinal e exploratório, com amostra de conveniência de pacientes a partir de 60 anos de idade, admitidos
em hospitais universitários e atendidos pelo Serviço de Fonoaudiologia segundo a linha de cuidados da Unidade de
Acidente Vascular Cerebral (UAVC), no período de outubro de 2013 a abril de 2014. Este estudo foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de ensino vinculada aos hospitais sob o número do parecer 368.453. Foi
realizada avaliação clínica da deglutição em 61 idosos hospitalizados em fase aguda de acidente vascular cerebral.
Os pacientes disfágicos foram submetidos à fonoterapia e reavaliados na alta. Resultados: A média de idade dos
idosos foi de 72,6 anos e a amostra homogênea em relação ao sexo. O acidente vascular cerebral isquêmico
(90,2%) e do lado esquerdo (49,2%), infartos lacunares (41,0%) predominaram. A prevalência de disfagia foi de 40%,
o edentulismo em 65,9% e a paralisia facial ocorreu em 57,6%. Não houve associação estatisticamente significante
entre a escala funcional de ingesta por via oral e as características sociodemográficas, do sistema sensório motor
oral, o tipo e o topodiagnóstico do acidente vascular cerebral. Não houve óbito e dois pacientes apresentaram
pneumonia. Após a fonoterapia, 54,2% dos disfágicos evoluíram segundo os níveis da escala funcional de ingesta
por via oral na alta, sendo que 79,2% estavam com via oral de alimentação exclusiva. Conclusões: A presença de
disfagia em idosos hospitalizados após acidente vascular cerebral foi alta e a fonoterapia para disfagia foi efetiva
para a evolução da ingesta por via oral dos idosos.
Descritores: Transtornos de Deglutição, Acidente Vascular Cerebral, Idoso, Fonoterapia
4.
CUIDADOS PALIATIVOS: PERFIL CLÍNICO E INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM IDOSOS
INTERNADOS
Scopel-Recla,R; Firmo,A; Chaves,Ts; Vicente,Lcc
Hospital Risoleta Tolentino Neves; Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: A medicina paliativa vem assumindo importância cada vez maior em todo o mundo,
incorporando o conceito de cuidar e não somente de curar. Ainda é discreta a presença do fonoaudiólogo na equipe
de cuidados paliativos, porém seu papel é importantíssimo para que os objetivos de uma equipe humanizada, na
qual promova o bem estar físico, mental e social do paciente, sejam plenamente alcançados. Conhecer o perfil dos
pacientes em cuidados paliativos, bem como suas demandas e necessidades é essencial para organizar esses
planos e propiciar a eles processo de morte digno. Objetivos:Traçar o perfil clínico e fonoaudiológico dos pacientes
idosos sob os cuidados da Equipe dos Cuidados Paliativos e verificar o tipo e a efetividade da intervenção
fonoaudiológica realizada. Materiais e métodos: Estudo exploratório quase experimental de caráter
retrospectivo.Foram incluídos pacientes com idade superior há 59 anos eacompanhados pela equipe de Cuidados
Paliativosde um Hospital Público de Belo Horizonte.Os dados foram coletados por meio da análise dos registros de
prontuários eletrônicos, no período de um ano. Coletou-se informações referentes ao sexo,idade, doença de base
(divididas nos grupos: idoso frágil, neoplasias, demência, doenças neurológicas e outras),presença de
traqueostomia, grau de funcionalidade -Palliative Performance Scale, via de alimentação, dados referentes à
fonoterapia (tipo de terapia utilizada – direta e/ou indireta) eregistros da escala de ingestão oral pré e pósfonoterapia- Functional Oral IntakeScale(FOIS). Resultados:Dos108 idosos em cuidados paliativos, 50% eram do
sexo feminino e 50% masculino, a média de idade foi de 78,2 anos (mínima de 61e máxima de 100 anos),
distribuição equilibrada entre as doenças de base, sem predomínio de alguma, 24,1% tinham traqueostomia, 58,3%
precisavam de suporte O2 não invasiva, 58,3% estavam com via enteral de alimentação e 60,2% foram
acompanhados pela equipe de fonoaudiologia. Dos 65 idosos que fizeram fonoterapia, o tempo médio foi de 16,8
dias, 23% apresentaram melhora no FOIS com a intervenção e 67% não apresentaram mudança, sendo que a
maioria era FOIS 1 e casos neurológicos. Os pacientes da categoria Idoso frágil, foram os que apresentaram maior
percentual de piora no FOIS (66,7%) e também os que apresentaram melhora (40%). Quanto ao tipo de terapia
utilizada, verificou-se que as técnicas de terapia indireta foram pouco utilizadas nos que apresentaram melhora com
a fonoterapia. Houve associação entre melhora do FOIS após intervenção com adequação da consistência, volume e
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Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
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Congresso Brasileiro de Disfagia
utensílio e estimulação sensório motora oral (p<0,05). Não houve relação entre o grau de funcionalidade e a
mudança do FOIS, mas houve com o tipo de terapia empregado, quanto maior foi o grau de funcionalidade do idoso
mais foram utilizadas as técnicas diretas e indiretas. Conclusão: Os idosos internados em cuidados paliativos
apresentam uma diversidade de doenças de base e a via enteral de alimentação ainda é opção empregada em
muitos casos. A fonoterapia é capaz de melhorar a via de alimentação para alguns, principalmente quando atua-se
diretamente com a função. Sendo assim, justifica-se a importância do fonoaudiólogo na equipe de cuidados
paliativos.
Descritores: fonoaudiologia, idoso, cuidados paliativos, fonoterapia e transtornos de deglutição
5.
IMPLICAÇÕES DOS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS NA DEGLUTIÇÃO: REVISÃO DE LITERATURA
Corrêa, Camila de Castro; Costa, Danila Rodrigues; Berretin-Felix, Giédre
Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo.
Introdução: A deglutição tem como função transportar o alimento da boca para o estômago, sendo
necessária a coordenação entre a deglutição e a respiração para a proteção das vias aéreas inferiores. Objetivo:
investigar evidências científicas de relações entre alterações da função respiratória e disfagia orofaríngea. Materiais
e Métodos: revisão de literatura realizada em abril de 2015, consultando as bases de dados Lilacs, Pubmed e
Scopus, com o cruzamento “Transtornos da Deglutição” AND “Respiração” e seus respectivos em inglês, “Deglutition
Disorders” AND “Respiration”. Foram incluídos estudos clínicos controlados e estudos de coorte que abordassem
alterações da respiração em indivíduos com disfagia orofaríngea, com a data máxima de publicação do artigo
científico de 10 anos. Foi realizada a leitura do título, resumo e do artigo na íntegra, considerando critério de
exclusão apresentar em sua casuística pacientes com diagnóstico de transtornos invasivos do desenvolvimento,
síndromes genéticas ou intubação orotraqueal. Resultados: Foram localizados 27 trabalhos na Lilacs, 364 na
Medline, e 1 na base Scopus, selecionando-se pelo título 14 artigos. Com a leitura dos 14 trabalhos, 10 foram
excluídos por se referirem a indivíduos que, além da dificuldade de deglutição, apresentavam Paralisia Cerebral,
Intubação Orotraqueal, Síndrome de Pierre Robin e Síndrome de Apert. Dessa forma, foram considerados 3 artigos
da Base Medline e 1 da Base Scopus, possibilitando verificar que a coordenação entre a respiração e deglutição
pode diminuir com o aumento da idade, estando associado a um mecanismo natural e compensatório de proteção e
não a um comprometimento patológico. Também foi verificado que existe uma maior prevalência de distúrbios
noturnos da respiração de natureza obstrutiva em pacientes que tenham sofrido acidente vascular encefálico (AVE)
isquêmico, quadro causal também de distúrbios de deglutição. Estes acontecimentos obstrutivos podem ser
explicados pela disfunção muscular como consequência do problema neurológico. Conclusão: Foram evidenciadas
associações entre alterações na coordenação entre a respiração e deglutição em idosos e prevalência de distúrbios
noturnos coexistindo com disfagia em casos após AVE, sendo importante o desenvolvimento de pesquisas futuras
nessa área.
Descritores: Respiração, Transtornos de Deglutição, Fonoaudiologia.
6.
IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE UM PROTOCOLO PARA RASTREAMENTO EM DISFAGIA, EM
HOSPITAL TERCIÁRIO
Ribeiro,E; Costa, Adrielle
NEFEG: Núcleo de estudos e serviços em fonoaudiologia Elizabeth Gonçalves Ltda
INTRODUÇÃO: Disfagia deve ser entendida como um distúrbio de deglutição, com sinais e sintomas
específicos, que se caracteriza por alterações em qualquer etapa e/ou entre as etapas da dinâmica da deglutição,
podendo ser congênita ou adquirida após comprometimento neurológico, mecânico ou psicogênico, podendo trazer
prejuízo aos aspectos nutricionais de hidratação, no estado pulmonar, prazer alimentar e social do indivíduo. Tendo
como principio este conceito mais amplo do que significa disfagia, suscitou-se a idéia de desenvolver um protocolo
de rastreamento para ser aplicado á pacientes idosos internados nas unidades semi-intensiva do hospital Pasteur.
Trata-se um hospital geral, localizado na zona norte da cidade do Rio de janeiro caracterizado como de alta
complexidade. Muito comum na prática diária em fonoaudiologia hospitalar, os fonoaudiólogos serem chamados para
responderem parecer médico para início do programa de reabilitação em disfagia. Pensamos que neste formato a
nossa ação fica limitada, uma vez que não participamos do processo inicial para liberação de via oral. Refletindo
sobre estas questões, é que desenvolvemos este trabalho com adesão da equipe médica,e por acreditar que a
conscientização da equipe sobre este fato será mais bem justificada através de um estudo com esta população.
OBJETIVO: Conscientizar a equipe médica sobre a importância de aplicação do protocolo de rastreamento à
pacientes idosos alocados em hospital de alta complexidade. MATERIAL E MÉTODO: O protocolo tem início através
de busca ativa, realizada pelos estagiários na unidade semi-intensiva, que sinalizam os pacientes idosos com via oral
liberada pela equipe médica. Com base nos horários de refeições do hospital, os estagiários treinados comparecem
ao quarto para observação do desempenho com fins de sinalizar a fonoaudióloga rotina sobre a necessidade de
triagem da deglutição, assim como estabelecer conduta fonoaudiológica. Todos os pacientes são registrados em
uma planilha de Excel com as seguintes variáveis: idade, doença de base, consistência de dieta, risco nutricional
17
Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
http://www.fmrp.usp.br/revista
Congresso Brasileiro de Disfagia
incluído posteriormente na planilha, devido a observação de percentual significativo para dieta pastosa.
RESULTADOS: Foram estudados 100 pacientes com idade compreendida entre 69 á 97 anos, 20% apresentavam
disfagia orofaríngea leve com necessidade de acompanhamento fonoaudiológico. Outro resultado interessante é de
que os pacientes diagnosticados como disfágicos, apresentavam doença de base grave ( ex: sepse pulmonar,
DPOC, AVC, PNM, e outros). Com relação às consistências, observado que 56% alimentam-se em branda, 27% em
pastosa, 7% em semi-liquida. Desses 100 pacientes estudados 56 apresentam risco nutricional, vale ressaltar que a
mudança de consistência ocorreu por critério médico.CONCLUSÃO: Com base nos resultados descritos, concluímos
sobre a necessidade de aplicação de protocolo para rastreamento á população de idosos em ambiente hospitalar
com visão interdisciplinar. Uma vez que constatamos pacientes com dieta via oral liberada em consistências
inadequadas, e com presença de disfagia leve. Acreditamos ser importante a mudança de cultura da equipe de
saúde, no que se refere à abrangência de atuação da fonoaudiologia no âmbito hospitalar. Desta forma seria
possível atuar de forma primária em fonoaudiologia, contribuindo para segurança e qualidade na assistência.
7.
O PAPEL DA FONOAUDIOLOGIA NA EQUIPE DE CUIDADOS PALIATIVOS
Guimarães, Valeriana de Castro; Amaral, Inez Janaina de Lima; Araújo, Kássia Valéria Dutra; Silva, Duanne
Nascimento
Universidade Federal de Goiás – Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde
Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde, Cuidados Paliativos é toda assistência oferecida por
uma equipe multidisciplinar frente a uma doença sem cura, podendo ser câncer, HIV, doenças crônico-progressivas
entre outras. Essa assistência tem por objetivo aliviar os sintomas, a dor e o sofrimento destes pacientes e seus
familiares, promovendo a qualidade de vida e minimizando os efeitos da progressão da doença. O conceito foi
inicialmente associado à prática médica, mas à medida que o cuidado tornou-se mais amplo, houve a necessidade
do envolvimento do trabalho multi/interdisciplinar, envolvendo enfermeiros, fonoaudiólogos, fisioterapeutas,
terapeutas ocupacionais e assistentes espirituais. Assim, a Fonoaudiologia pode contribuir nesse processo de
promoção de bem estar físico, psicológico, social e espiritual, considerando as limitações devido a evolução da
doença. Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi avaliar papel e atuação do fonoaudiólogo na equipe de cuidados
paliativos. Métodos: O estudo trata-se de uma revisão bibliográfica sobre fonoaudiologia em cuidados paliativos.
Foram utilizados os descritores: cuidados paliativos e fonoaudiologia. O levantamento compreendeu o período de
2001 a 2011, com textos em português, e inglês, junto às bases de dados Bireme e Pubmed. Resultados: As
pesquisas sobre os cuidados paliativos apresentaram um crescimento significativo a partir de 2000, e a
Fonoaudiologia, neste contexto, pode trazer benefícios, avaliando e intervindo na qualidade do processo de
deglutição e comunicação. A definição do papel do fonoaudiólogo na equipe de atendimento em cuidados paliativos
ainda é recente, e não foi possível compreender quais são suas atribuições e limitações. Maiores pesquisas e
estudos se fazem necessários nessa área de atuação. Conclusão: É importante promover o direito aos cuidados
médicos apropriados, o apoio pessoal, o direito de ser informado e de recusar diagnósticos e/ou tratamentos que não
acrescentem nada diante da morte. No entanto, o conhecimento do fonoaudiólogo acerca da morte e temas
correlatos não é bem debatido dentro da realidade acadêmica, e sua atuação na equipe multidisciplinar é pouco
corriqueira. Os estudos são escassos, e ainda não estão bem definidas as intervenções que podem ser realizadas.
Descritores: Cuidados Paliativos, Fonoaudiologia.
8.
REFLEXÃO SOBRE O (NÃO) USO DE VIA ALTERNATIVA DE ALIMENTAÇÃO EM PACIENTES DE
CUIDADOS PALIATIVOS
Amaro, Jéssica Moscatelli; Annunciato, Bruna Gabriela Pascarelli; Kudo, Aide Mitie Bianchi, Maiara; Pizzo,
Vladimir
Monografia de Conclusão do Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Cuidados Paliativos do Núcleo de Estudos do
Hospital Sírio Libanês
Introdução: A alimentação além da função de nutrição e hidratação, também é de caráter social, religioso e
possui um significado muito importante na sociedade. O paciente que não está mais com a função da deglutição
íntegra poderá ter muito sofrimento seja pelos engasgos, emagrecimentos, entre outras coisas que a disfagia poderá
acarretar, ou até por estar privado de compartilhar da mesma alimentação que seus familiares além, da preocupação
com a nutrição e hidratação destes familiares. Neste cenário surge o questionamento, tanto por parte da família
quanto dos profissionais envolvidos, da necessidade ou não de indicação de via alternativa de alimentação. Objetivo:
Analisar os benefícios e malefícios da indicação de via alternativa de alimentação em pacientes de Cuidados
Paliativos. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo de revisão de literatura. Foi realizada uma revisão sistemática
nas bases Lilacs e Scielo de artigos publicados até janeiro de 2014, utilizando como descritores na língua portuguesa
e inglesa: via alternativa de alimentação, deglutição, câncer de cabeça e pescoço, cuidados paliativos. Resultados: A
ausência da alimentação causa angustia principalmente nos familiares e equipes, trazendo a sensação de que não
está sendo efetuado o cuidado básico. O suporte nutricional e hídrico pode ser ofertado de diversas formas ao
paciente em cuidados paliativos, por via oral, em quantidades fracionadas e de acordo com a aceitação do paciente,
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com consistência e posicionamento adequado e supervisão, sonda nasoentérica, gastrostomia e jejunostomia. Todas
essas medidas podem oferecer algum alivio para o paciente, porém, acarretam prejuízos também. A sonda
nasoentérica poderá ocasionar refluxo, náuseas e vômitos, diarréias, além de eventual contenção do paciente para
que este não saque a sonda. A gastrostomia e jejunostomia também poderão ocasionar os sintomas relacionados
anteriormente além do risco de fistulas e ulceração. E não há indícios de real melhora do quadro após a colocação
do tubo de alimentação, nem mesmo da broncoaspiração. O objetivo do suporte nutricional em Cuidados Paliativos
irá variar com a progressão da doença. No estágio inicial o objetivo será garantir que o paciente receba um aporte
hídrico/ nutricional para responder bem ao tratamento e manter bom estado nutricional, porém, a medida que o
quadro geral muda e o paciente se aproxima mais do fim de sua vida, os objetivos mudam. O alimento continua
sendo ofertado, mas, com a preocupação do bem estar e qualidade de vida. Conclusão: Pacientes em terminalidade
necessitam de quantidades hídricas e calóricas menores que indivíduos saudáveis e muitas vezes podem não se
beneficiar com a indicação de via alternativa de alimentação. Cabe ao fonoaudiólogo discutir com a equipe
multiprofissional envolvida no caso e se possível com os familiares e pacientes para oferecer a opção que promova
maior segurança e bem estar ao paciente.
Descritores: disfagia, cuidados paliatitivos, via alternativa de alimentação
9.
ATUAÇÃO FONOAUDIOLOGICA EM UMA ENFERMARIA DE CUIDADOS PALIATIVOS
Silva-Afonso, Janaina B.; Souza, Taísa C.; Souza, Jaqueline F.; Domingues, Carla A.S.; Pelicani, Ariane D.
Hospital Estadual Américo Brasiliense-HEAB
Introdução: O envelhecimento é um processo natural caracterizado por mudanças morfológicas e
fisiológicas. Mudanças relacionadas ao avanço da idade ocorrem também nos músculos esqueléticos resultando em
perda de massa e força muscular, o que prejudica a execução de diversas funções vitais, como a deglutição. A
fonoaudiologia atua no processo de envelhecimento, mas timidamente começa a se inserir nas equipes de cuidados
paliativos, demonstrando a importância dessa atuação na preservação ou segurança da deglutição, no
reestabelecimento da comunicação, contribuindo de forma humanizada e respeitando os limites da doença
avançada. Portanto, cuidados paliativos é uma abordagem que aprimora a qualidade de vida dos pacientes que
enfrentam problemas associados com doenças ameaçadoras de vida, através da prevenção e alívio do sofrimento.
Objetivo: descrever a atuação fonoaudiológica dentro de uma enfermaria de cuidados paliativos. Metodologia: O
estudo foi realizado por meio da coleta de dados e análise dos prontuários via sistema HCFMRP-USP de 177
pacientes, sendo 86 do gênero feminino, média de idade de 76 anos e 91 do gênero masculino, média de idade de
72 anos, que foram internados na enfermaria de cuidados paliativos no ano de 2012. Foram extraídos dados
referentes ao diagnóstico médico, avaliação fonoaudiológica com ênfase na clínica da deglutição (estrutural e
funcional), grau de severidade da disfagia, Escala FOIS, encaminhamentos realizados e condutas. Foram capturadas
e analisadas as seguintes variáveis: diagnóstico médico; caracterização quanto ao gênero e idade; avaliação
fonoaudiológica; voz; características da qualidade vocal; linguagem oral; fala; motricidade orofacial (MO): aspecto,
mobilidade e tonicidade dos órgãos fonoarticulatórios; disfagia: aspectos funcionais da deglutição, tipo e grau de
severidade da disfagia, classificação de acordo com a Escala FOIS – Functional Oral Intake Scale, encaminhamentos
e condutas. Resultados: Dos 177 pacientes analisados, apenas 58 apresentavam alterações nas cinco áreas
fonoaudiológica, voz, motricidade orofacial (MO), linguagem, fala e disfagia. Destes pacientes, todos foram
submetidos a tratamento fonoaudiológico durante a internação. 57 pacientes, oito se alimentavam por via oral na
primeira avaliação fonoaudiológica e no decorrer da internação evoluíram para dieta por sonda ou sonda mais
pastosa sem líquidos (grau 1 ou 3 da escala FOIS); 6 pacientes na primeira avaliação utilizam dieta exclusiva por
sonda e no decorrer da internação evoluíram para dieta por VO exclusiva, todos tiveram alta hospitalar. Porém, 43
pacientes mantiveram o grau da disfagia nível 1 ou 3 até alta hospitalar, a fonoaudiologia atuou na tentativa da
manutenção da via oral para prazer e melhor forma de comunicação. Conclusão: Os Cuidados Paliativos utilizam
uma abordagem humanista e integrada para o tratamento de pacientes sem possibilidade de cura, reduzindo os
sintomas e aumentando a qualidade de vida. Para isto é necessário uma equipe multiprofissional apta a
compreender todas as necessidades físicas, psicológicas e espirituais presentes nestes casos. As principais
intervenções fonoaudiológicas analisadas para esses pacientes são a readaptação para uma alimentação segura ou
para prazer e desenvolver estratégias para melhor comunicação do paciente.
Descritores: cuidados paliativos; disfagia, fonoaudiologia
10. VIDEODEGLUTOESOFAGOGRAMA DE IDOSA SARCOPÊNICA COM DIVERTÍCULO DE ZENKER
Pereira, Melissa; Soares, Luciane; Tavares, André; Almada, Clineu
UNIFESP
Introdução: O divertículo de Zenker é considerado um pseudo-divertículo. Pois é formado pela herniaçao da
mucosa hipofaríngea através de uma área frágil entre as fibras oblíquas dos músculos faríngeo inferior e
cricofaríngeo, em combinações com altas pressões intraluminais. São relativamente comuns, observados em 1% dos
esofagogramas, especialmente em idosos (Senaga, 2007). No inicio são assintomáticos, mas conforme aumentam
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de tamanho passam a reter alimentos e saliva, promovendo sintomas clássicos como halitose e regurgitação,
principalmente quando se inclina ou deita, podendo aspirar e desenvolver um quadro respiratório associado, como
tosse, broncoespasmo e pneumonias de repetição.Objetivo: Descrever o videodeglutoesofagograma de acordo com
as alterações em fase oral, faríngea e esofágica. Material e Método: Estudo de Caso associado à revisão de
literatura. Resultado: Paciente Idosa Sarcopênica , 89 anos, orientada em tempo e espaço apresentava queixa de
engasgos durante alimentação com pior padrão com líquidos e sólidos. Ao exame paciente, na fase oral: apresentou
captação e preensão adequada, porém com controle oral prejudicado e ocorrência de discreto escape precoce;
Mastigação adaptada e parcialmente eficiente. Na fase faríngea: Movimentação do complexo hiolaringeo
discretamente reduzida, porem eficientes. Sem episódios de penetração ou aspiração laringotraqueal, porém após a
deglutição forte refluxo com episodio de penetração. Intensos resíduos em recessos piriformes e região
faringoesofágica. Fase esofágica: Volumoso divertículo em parede posterior da transição faringoesofágica, acúmulo
de grande quantidade de contraste, refluxo à faringe, presença de ondas não propulsoras e anti-peristálticas.
Conclusão:Disfagia Orofaríngea leve com risco de aspiração por refluxo gastroesofágico. O idoso deve ser avaliado e
observado mediante suas diversas alterações. O exame não reflete o alto risco de aspiração que a paciente esta
sujeita por perda de massa músculo esquelética, consequentemente diminuição da motilidade e diminuição dos
reflexos protetores de laringe e zona respiratória.
Descritores: Videoglutoesofagograma, Idoso, Divertículo de Zenker
11. AVALIAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO EM IDOSOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA DO
INTERIOR DE SERGIPE
Araújo, M.S.F.; Seixas, V.M.; Santos, D.C.; Ribeiro, G.C.A; Domenis, D.R.
Universidade Federal de Sergipe – Campus Lagarto.
Introdução: O envelhecimento da população é um fenômeno mundial. Os distúrbios de deglutição podem
estar presentes no idoso, e sua incidência pode ser mais alta em idosos institucionalizados, o que aumentam os
riscos de desnutrição, desidratação, infecções pulmonares e morte. Objetivo: Caracterizar a dinâmica da deglutição
de idosos moradores em uma Instituição de Longa Permanência (ILP) do município de Lagarto, interior de Sergipe.
Métodos: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com parecer nº 27022214.3.0000.5546. Os
critérios de inclusão foram: ser morador da ILP com idade igual ou maior que 60 anos e a concordância na
participação, através da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Como critérios de exclusão foram
considerados idosos que se alimentassem exclusivamente por via alternativa ou que não concluísse todas as fases
do estudo. O estudo foi dividido em quatro fases: análise dos prontuários; anamnese realizada com o próprio idoso
ou cuidador responsável; avaliação estrutural dos órgãos fonoarticulatórios e avaliação funcional da deglutição. Para
avaliação funcional foi utilizado o Protocolo de Avaliação do Risco para Disfagia (PARD), o qual avalia o
desempenho do indivíduo nas consistências pastosa e líquida em volumes específicos e após a oferta o classifica
quanto à gravidade das alterações. Para a consistência pastosa foi utilizado água (25 ml) adicionado de espessante
alimentar da marca Nutilis (7,5 g) e água para a líquida. Os volumes oferecidos seguiram o protocolo. Resultados:
Dos 50 moradores da ILP, foram incluídos 28, pois sete tinham menos de 60 anos, sete foram a óbito no período da
coleta e oito não colaboraram durante a avaliação. A média de idade foi de 79,9 anos (± 8,8 DP), sendo metade
deles homens. Com relação à comorbidades descrita em prontuário, 24 (85,7%) idosos apresentaram pelo menos
uma e quanto a situação motora 7 (25%) eram acamados, totalmente dependentes. Nos prontuários não foram
encontrados dados relacionados à ocorrência de pneumonia, e durante a anamnese foi mencionado ocorrência de
internação hospitalar de 6 (21,4%) idosos no último ano, porém sem conhecimento da causa por parte do idoso ou
cuidador. Na avaliação estrutural dos órgãos fonoarticulatórios, 22 (78,6%) apresentaram alguma alteração, sendo as
mais comuns alterações na dentição, com ausência total de dentes e prótese ou mau estado de conservação dos
mesmos. Na avaliação funcional, as alterações ocorreram principalmente para a consistência líquida, sendo elas:
atraso para o início da deglutição, escape oral anterior, deglutições múltiplas e tosse. Quanto a classificação, 7 (25%)
foram classificados com deglutição normal, 13 (46,4%) apresentaram alterações isoladas, sendo considerados como
deglutição funcional e 8 (28,6%) apresentaram algum grau de disfagia de acordo com o PARD. Conclusão:
Alterações de deglutição estiveram presentes nos idosos da Instituição de Longa Permanência, podendo trazer
riscos de saúde, como infecções pulmonares, desnutrição e desidratação. A participação do fonoaudiólogo na equipe
é de grande importância na tentativa de detecção precoce dessas alterações, trazendo assim qualidade de vida a
esses idosos.
Descritores: Idoso. Instituição de Longa Permanência. Fonoaudiologia. Transtornos da deglutição.
20
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12. RELATO DE CASO: ATUAÇÃO MULTIPROFISSIONAL
ALIMENTAÇÃO ENTERAL EM PACIENTE SENIL
Congresso Brasileiro de Disfagia
NO
PROCESSO
DE
INTRODUÇÃO
DA
Lovato, Maria Eduarda Rissato; Lima, Célia Mara Garcia; Takaara, Cecília K Ratazima; Marin, Maria Alice
Sonehara; Chayamiti, Emília M P Campos
Serviço de Atenção Domiciliar- SAD da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto
Introdução: A alimentação é condição essencial para a sobrevivência humana. Muitas vezes os pacientes
idosos deixam de se alimentar o suficiente para atingir suas necessidades calórico-protéicas devido aos mais
variados fatores, como doença de base, inapetência, disfagia, depressão, incapacidade funcional, entre outros.
Muitas vezes, a introdução da dieta enteral, pode gerar ansiedade e medo, particularmente, no cuidador familiar
podendo levá-lo a situação de estresse e de não aceitação da dieta alternativa. Objetivo: Descrever a atuação da
equipe multiprofissional no processo de introdução da alimentação enteral em paciente senil, atendida pelo Serviço
de Atenção Domiciliar-SAD de Ribeirão Preto-SP. Materiais e Métodos: Paciente do sexo feminino, 89 anos, tendo
como cuidadora a filha, 56 anos. Foram utilizados dados do prontuário da paciente, a partir de junho de 2014,
incluindo as anotações referentes às ligações telefônicas entre a cuidadora e equipe multiprofissional. Resultados: A
paciente foi assistida pela equipe do Serviço de Atenção Domiciliar em todas as suas necessidades: médico clínicogeral, equipe de enfermagem, fonoaudióloga e nutróloga. Foi ajustada a medicação anti-hipertensiva, realizadas
orientações e curativos das lesões em calcâneo, avaliação subjetiva da deglutição e prescrição e introdução de
sonda nasogástrica. Durante todo o período de acompanhamento da paciente, a equipe procurou responder,
também, as angústias da cuidadora que se mostrava muito insegura e abalada emocionalmente com a indicação da
introdução da via alternativa de alimentação. Conclusão: Observamos que o cuidado prestado pelos profissionais de
saúde à pessoa que necessita de alimentação enteral vai além do aspecto técnico, ele deve permear as
subjetividades, as histórias de vida do paciente/cuidador familiar. Entendemos que a inclusão de um profissional da
psicologia poderia enriquecer a equipe, auxiliando no controle do estresse dos pacientes, cuidadores e profissionais.
Descritores: disfagia, nutrição enteral, cuidadores, equipes de saúde
13. SPEECH THERAPY IN POST-INTUBATION PATIENTS WITH OROPHARYNGEAL DYSPHAGIA: A
RANDOMIZED CONTROLLED TRIAL
Turra,Gs; Almeida,St; Martinez,Cc; Bridi,M; Schwartz,Ivd; Barreto,Ssm;
Univ. Federal do Rio Grande do Sul; Univ. Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre; Univ. Federal de Ciências da
Saúde de Porto Alegre
Introduction: Orotracheal intubation (OTI) is used in intensive care units in severe patients who need assistance to
maintain breathing. When used for a long periods, it is considered one of the main risk factors for oropharyngeal
dysphagia (OPD). Deglutition disorders in patients who need respiratory assistance are usually a result of laryngeal
lesions caused by OTI, such as traumatic placement of the orotracheal tube, patient agitation causing friction of the
tube against the laryngeal mucous membrane, or the presence of the tube. Lesions may also occur in the oral and
pharyngeal cavities, causing a decrease in orofacial myofunctional and local sensitivity. The prevalence of postintubation dysphagia in patients intubated for over 48 hours has been reported as ranging from 20% to 83%. Purpose:
This study hypothesized that speech therapy contributes to an early return to oral intake. Methods: Single-blinded
randomized controlled trial for two years (2010-12) with patients of intensive care units of a hospital. Recorded in the
committee of ethics of the hospital (nº 09-617). Study inclusion criteria were OTI>48 hours, age≥18 years old, clinical
stability, and oropharyngeal dysphagia. Exclusion criteria were tracheotomy, score 4 to 7 in FOIS (Functional Oral
Intake Scale), neurological disorders. Patients were randomized into two groups: speech treatment and control, both
with maximum period of ten days of follow-up. The treated group (TG) received daily guidance, therapeutic
techniques, airway protection and glottal cleaning maneuvers, orofacial myofunctional and vocal exercises, and diet
introduction; the control group (CG) received SHAM treatment. Primary outcomes were oral intake progression and
dysphagia severity, measured by the number of days with nasoenteric tube (NET), FOIS scores, and Dysphagia Risk
Evaluation Protocol (DREP). Statistical analysis was performed by SPSS 18.0, Mann-Whitney, and Fisher’s Exact
tests, maximum significance level of 5% (p≤0.05), and RV.UNIFORM (0.1) was used for randomization. Results: 240
patients were assessed and 40 (16.6%) had dysphagia. 32 met the inclusion criteria, and 17 (53%) received speech
therapy. NET permanence was shorter in TG (median of 3 days) compared to CG (median of 10 days) (p<0.001). TG
showed progress on FOIS scores compared to CG (p=0.005). TG also had a progression in severity levels of DREP
(from moderate to mild dysphagia). Conclusion: Speech therapy favors an early progression of oral intake in postintubation patients with dysphagia. Clinical Trial Registration: RBR-9829jk.
Descritores: Deglutition disorders; Intubation Intratracheal; Intensive care units; Speech therapy
Financing: Fundo de Incentivo a Pesquisa e Eventos – FIPE
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Congresso Brasileiro de Disfagia
14. QUEIXA DE DEGLUTIÇÃO EM INDIVÍDUOS COM DIABETES MELITO TIPOS I E II
Ricci, Gabriela Lima; Nascimento, Weslania Viviane; Dantas, Roberto Oliveira
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
Introdução: O Diabetes Melito afeta o sistema digestório ao longo dos anos. Embora seja grande o relato da
ocorrência de disfagia nesta população, não existem na literatura descrições da frequência de dificuldade na
deglutição destes pacientes. Objetivo: Verificar a presença de queixas quanto à deglutição em indivíduos com
Diabetes Melito utilizando o questionário EAT-10 (versão Português). Materiais e Métodos: Foram selecionados 36
voluntários adultos, independente do gênero, com ou sem queixas de deglutição, acompanhados no ambulatório de
Diabetes de um hospital universitário, divididos em dois grupos de acordo com o tipo de diabetes. Para a avaliação
do voluntário em relação à dificuldade na deglutição, foi utilizado o questionário de dificuldade de ingestão alimentar
(Protocolo Eating Assessment Tool - EAT-10), versão brasileira. Tal instrumento possui dez questões de formulação
simples e fornece informações sobre funcionalidade, impacto emocional e sintomas físicos que um problema de
deglutição pode acarretar na vida de um indivíduo. Resultados: Todos os voluntários apresentavam o diagnóstico
médico de Diabetes Melito há mais de 10 anos. Vinte e quatro voluntários tinham Diabetes Melito tipo I, com média
de idade de 35,1 (DP = 15,1) anos, 13 pertencentes ao sexo feminino, e doze voluntários tinham Diabetes Melito tipo
II, média de idade 58,3 (DP = 12,0) anos, 9 mulheres. Em relação aos escores do questionário EAT-10, observou-se
que no grupo com Diabetes Melito tipo I, para todas as questões a média de pontuação variou entre 0 e 0,3 (DP = 0 e
1), e pontuação total com média de 1,5 (DP = 5,7). Quanto ao grupo com Diabetes Melito tipo II, as questões 8, 9 e
10 (8. Fico com comida presa/entalada na garganta; 9. Eu tusso quando como; e 10. Engolir me deixa estressado),
foram as que apresentaram maiores pontuações médias: 1,2 (DP = 1,8), 1,1 (DP = 1,7), 1,1 (DP = 1,8),
respectivamente, e pontuação total com média de 4,5 (DP = 7,1). Observou-se que os voluntários com Diabetes
Melito tipo II apresentaram mais queixas quanto à deglutição do que voluntários com Diabetes Melito tipo I, o que
pode estar relacionado com a idade mais avançada dos pacientes com Diabetes Melito tipo II, além das
complicações ocasionadas pela doença. Conclusão: Concluímos que as queixas quanto à deglutição apresentam-se
mais acentuadas em voluntários com Diabetes Melito tipo II. Estudos futuros, com medidas objetivas, são
necessários para definir o impacto da diabetes na deglutição.
Descritores: Diabetes Melito, Deglutição, Disfagia
15. GLOSSECTOMIA
TOTAL
MULTIPROFISSIONAL
E
QUALIDADE
DE
VIDA:
NECESSIDADE
DE
INTEGRAÇÃO
Giroldo, Gasn; Bernardes, Apl; Oliveira, Mfb; Simões, Mr; Giroldo, Jjr
Hospital de Câncer de Barretos Fundação Pio XII
Introdução: Dentre os tumores que acometem a cavidade bucal, o carcinoma de língua é o de maior
incidência, o que implica em grandes perdas funcionais dependendo de sua evolução. A falta de conhecimento e
acesso às informações preventivas com relação ao câncer, falta de profissionais envolvidos para um bom exame do
paciente, bem como centros especializados para diagnóstico são alguns fatores que podem contribuir para o
aumento de sua incidência, morbidade e mortalidade.Assim, geralmente o diagnóstico é estabelecido tardiamente,
fato que torna o tratamento muitas vezes mutilador levando às perdas funcionais, tais como a fala e a alimentação,
exigindo o uso de sondas por um longo período. Objetivo: Objetivo deste trabalho é relatar o caso clinico de um
paciente glossectomizado e a qualidade de vida alcançada pelo tratamento reabilitador fonoaudiológico e
odontológico. Caso Clinico: Paciente J.A.B., masculino, 65 anos, leucoderma, procedente de Guairá-SP, foi
encaminhado ao departamento de cabeça e pescoço com queixa de dor de garganta e caroço no pescoço com
evolução aproximadamente 60 dias, sem disfagia e odinofagia. Ao exame intra bucal apresentava lesão ulceroinfiltrtativa em hemi-base de língua esquerda com progressão além da linha mediana. Realizou-se glossectomia total,
laringectomia supra glótica, mais esvaziamento cervical radical à esquerda com rotação de retalho do músculo
peitoral maior e traqueostomia. Após 20 dias da cirurgia, foi encaminhado para tratamento fonoaudiológico e
odontológico sendo confeccionada prótese abaixadora de palato para melhoria da fonação, alimentação, deglutição e
remoção da sonda nasoenteral, associados a exercícios fonoaudiológicos para aumento da motricidade oral,
relaxamento cervical, sucção de bochecha, elevação laríngea e coaptação glótica. Após o termino da radioterapia e
com os exercícios para deglutição o paciente iniciou-se dieta por via oral exclusiva sem apresentar sinais sugestivos
de aspiração, engordando 4,5kg em 35 dias. Discussão: As orientações pré operatória e pós operatória nos tumores
da boca são de grande importância para os pacientes e seus familiares para que ambos tenham um melhor grau de
entendimento sobre a cirurgia e suas seqüelas, podendo contribuir no processo de reabilitação, diminuindo o grau de
ansiedade e stress, provocado pela perda das funções vitais como a fala, deglutição, confecção da próteses que
aumentam o palato diminuindo a dimensão vertical entre o assoalho da boca e o palato contribuem para o aumento
da força de propulsão do alimento durante a deglutição e auxiliando na fonação, esses procedimentos visam
desenvolver movimentos compensatórios com as estruturas remanescentes da boca e orofaringe. Conclusão: O
envolvimento de vários profissionais como médicos, dentistas, fonoaudiólogos, psocologos e nutricionista contribuem
para que através do tratamento e a reabilitação todos compreendam suas atuações e as limitações de cada área e
tenham como única meta a reintegração social do paciente, melhorando a sua qualidade de vida.
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Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
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Congresso Brasileiro de Disfagia
16. EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO DO FLUXO AÉREO NASAL NA DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES COM ATAXIATELANGIECTASIA
Nishinaka, Maria Lúcia T; Guedes, Zelita CF; Costa-Carvalho, Beatriz T
Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina
Introdução: Ataxia-Telangiectasia - AT é uma doença neuromuscular rara cuja causa é a mutação no gene
ATM codificado no cromossomo 11q22-23. Apresenta manifestações multissistêmicas que incluem ataxia cerebelar
progressiva, telangiectasia oculocutânea, apraxia ocular, imunodeficiência, infecções sinopulmonares de repetição,
risco aumentado para o desenvolvimento de neoplasias, hipersensibilidade à radiação, disartria e disfagia. Apesar da
complexidade das manifestações clínicas, a AT apresenta um comprometimento muscular progressivo, que inclui os
músculos orofaciais e respiratórios acarretando no declínio importante da função pulmonar e piora da disfagia nesses
pacientes. Objetivo: avaliar a efetividade e a eficácia da terapia fonoaudiológica adaptada para os pacientes com AT,
com finalidade de melhorar a sua função respiratória, e os seus reflexos na qualidade de vida relacionada à
deglutição, após 18 meses de tratamento. Método e métodos: O estudo foi realizado com dez pacientes, cinco
tratados uma vez por semana (Grupo S) e cinco tratados uma vez por mês (Grupo M). Foram submetidos à avaliação
fonoaudiológica e os pais ou responsável responderam conjuntamente com seus filhos ao questionário de qualidade
de vida em disfagia SWAL-QOL no início e após 18 meses de tratamento fonoaudiológico adaptado para estes
pacientes. Realizaram também, exames de PNIF (Pico de Fluxo Nasal Inspiratório), e PImáx (Pressão Inspiratória
máxima) que foram coletados nos tempos início, 6, 12 e 18 meses. Resultados: Após o tratamento foi observada a
melhora da patência nasal Grupo S (37 l/min x 95 l/min, p=0,004) e Grupo M (30 l/min x 51 l/min, p=0,012) e da força
muscular inspiratória Grupo S (40,6 cmH2O x 106,6 cmH2O, p=0,004) e Grupo M (45,6 cmH2O x 69,6 cmH2O,
p=0,004), ao longo do tempo e em ambos os grupos, porém maior no Grupo S (p=0,009). Com relação ao SWALQoL o Grupo S apresentou melhora significativa dos domínios deglutição como fardo (p=0,042), frequência de
sintomas (p=0,043), medo de se alimentar (p=0,043) e saúde mental (p=0,042), comparados aos resultados iniciais,
resultando na melhora da qualidade de vida destes pacientes. O Grupo M apresentou melhora, porém não
significante em nenhum dos domínios, contudo, inicialmente já apresentava melhor qualidade de vida relacionada à
deglutição comparado ao Grupo S. Todos referiram melhora na respiração, deglutição e maior facilidade de
mastigação. Conclusão: Conclui-se que a terapia fonoaudiológica adaptada para pacientes com Ataxia
Telangiectasia foi eficiente na melhora das funções orofaciais, principalmente respiração e deglutição, auxiliando na
melhoria da qualidade de vida.
Descritores: ataxia-telangiectasia, disfagia, deglutição, respiração, qualidade de vida.
Financiamento: Fundação CAPES – Ministério da Educação
17. INFLUÊNCIA DA ESTATURA NA DEGLUTIÇÃO DE HOMENS E MULHERES SAUDÁVEIS
Regueiro, Márcia RKB, Dantas Roberto
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Introdução: Há descrição de que a duração os eventos relacionados com a deglutição são diferentes em
homens e mulheres, o que pode ser conseqüente ao fato de que, na população, os homens têm maior estatura que
as mulheres. Objetivo: Avaliar se a estatura interfere na duração dos eventos da deglutição de homens e mulheres.
Material e Método: Participaram do estudo 40 indivíduos saudáveis com idades entre 20 e 50 anos, distribuídos em
quatro grupos de 10 de acordo com o sexo (masculino e feminino) e a estatura (alta e baixa). As mulheres de
estatura baixa tinham de 1,52m a 1,59m (média: 1,57m) e a alta de 1,71m a 1,79m (média 1,74 m). Os homens de
estatura baixa tinham de 1,61m a 1,70m (média 1,66m) e a alta de 1,80m a 2,07m (média 1,87m. Os participantes
foram submetidos à videofluoroscopia da deglutição, sendo investigada a deglutição de liquido (sulfato de bário 50%)
e testados os volumes de 5mL e 10mL ofertados em copo plástico, totalizando três deglutições de cada volume, de
forma randomizada. A partir das imagens foram analisadas a duração dos seguintes eventos da deglutição: trânsitos
oral, faríngeo, pelo esfíncter superior do esôfago, orofaringeo, depuração faríngea, e da movimentação do osso
hióide. Na análise da correlação entre estatura e a duração dos eventos da deglutição foi utilizado o coeficiente de
correlação de Spearman (ρ). Resultados: Com o volume de 5mL, entre os homens não houve correlação entre altura
e duração dos eventos (p>0,21), mas entre as mulheres houve correlação positiva no tempo de trânsito oral (ρ=0,61,
p=0,01), tempo de depuração faríngea (ρ=0,47, p=0,04), e no tempo de trânsito pelo esfíncter superior do esôfago
(ρ=0,58, p=0,01), ficando o valor de p entre 0,05 e 0,08 para a duração dos tempos de trânsito faríngeo e trânsito
orofaríngeo. Com o volume de 10mL, entre os homens não houve correlação entre altura e duração dos eventos
(p>0,12). Entre as mulheres houve correlação positiva no tempo de trânsito oral (ρ=0,63, p<0.01), tempo de trânsito
faríngeo (ρ=0,45, p=0,04), e trânsito orofaríngeo (ρ=0,69, p<0.01). Conclusão: Os resultados deste estudo permitem
concluir que apenas para a deglutição das mulheres há efeito da estatura na duração dos eventos da deglutição
investigados.
Descritores: Deglutição, Estatura, Sexo, Gênero
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Congresso Brasileiro de Disfagia
18. SEMANA DE ATENÇÃO À DISFAGIA – UMA AÇÃO PARA IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS - QUESTIONÁRIO
EAT – 10
Torres,Lp; Prado,Accb; Antonioli,Cs; Sardinha, Mcl
Complexo Hospitalar Pref. Edivaldo Orsi
Introdução: Alterações na deglutição podem estar presentes em diversas faixas etárias como sintomas
decorrentes de várias doenças. Inúmeros estudos são realizados com a utilização de instrumentos de identificação
de riscos de disfagia em populações específicas como portadores de doenças neurodegenerativas, acidente vascular
cerebral, câncer de cabeça e pescoço, entre outras. Estudos de rastreio da disfagia em indivíduos não pertencentes
a grupos com doenças específicas não é comum, mas pode ser de grande valia na detecção e no tratamento da
disfagia antes de suas complicações. Objetivo: Identificar indivíduos com queixa e/ou risco para disfagia orofaríngea
durante ação realizada no Dia de Atenção a Disfagia. Orientar e encaminhar para avaliação fonoaudiológica os
indivíduos que apresentarem risco positivo. Métodos: Os indivíduos presentes no ambulatório foram convidados a
responder o Questionário de Risco para Disfagia EAT -10 (BELAFSKI, 2008). Após análise, os indivíduos com
resultados indicativos de risco para disfagia foram convidados a realizar a triagem funcional da deglutição nas
consistências líquido, néctar, mel, pudim e sólido. Os que apresentaram alteração foram encaminhados para
avaliação fonoaudiológica. Resultados: 101 indivíduos (74 mulheres e 27 homens) com idade entre 16 e 82 anos
responderam voluntariamente o EAT-10. 39 apresentaram risco para disfagia (score _ 3) e foram convidados, via
telefone, a participar da triagem funcional da deglutição, com 13 presenças, sendo 7 avaliados como função de
deglutição adequada e 6 como alterada para as consistências néctar, mel, pudim e sólido (1), pudim e sólido (1),
sólido (2), líquido e néctar (1) e líquido (1). Na triagem funcional da deglutição a incidência de queixa de globus
faríngeos ficou evidenciada confirmando os achados do EAT- 10. A idade média dos indivíduos com alteração foi de
55 anos. As condutas adotadas foram orientação sobre cuidados durante a alimentação, sinais e sintomas disfágicos
para todos os indivíduos e encaminhamento para avaliação fonoaudiológica para aqueles com resultado da triagem
alterado (6). Conclusão: A realização de triagem por meio do EAT-10 na população avaliada mostrou-se eficiente na
identificação do risco de disfagia pela alta especificidade. Foi possível informar e orientar sobre os sinais e sintomas
da disfagia com indicação de avaliação fonoaudiológica, quando necessário. A realização de protocolos de triagem
mostrou-se ser um instrumento importante no auxílio da minimização dos agravos decorrentes da disfagia.
Descritores: Deglutição. Disfagia. Triagem.
19. CORRELAÇÕES ENTRE ELETROMIOGRAFIA DE SUPERFÍCIE DOS MÚSCULOS SUPRAHIÓIDEOS E
FORÇA DE PRESSÃO DE LÍNGUA
Folha, Gislaine Aparecida; Mapelli, Andrea; de Felício, Claudia Maria
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, Núcleo de Pesquisa em Morfofisiologia do
Complexo Craniofacial - Universidade de São Paulo
Introdução: a ativação muscular durante a eletromiografia de superfície (sEMG) dos músculos suprahióideos
está estritamente conectada aos eventos biomecânicos da deglutição. O Iowa Oral Performance Device (IOPI) tem
sido utilizado para medir a força e a resistência da língua em populações saudáveis e em diversas patologias,
incluindo aquelas que causam alterações das fases oral e faríngea da deglutição. Objetivo: verificar se há correlação
entre resultados da avaliação de força de pressão de língua pelo IOPI com os valores de amplitude do sinal sEMG
dos músculos suprahióideos. Métodos: trinta e seis pacientes com apneia obstrutiva do sono foram avaliados. A
atividade sEMG bilateral simultânea dos músculos suprahióideos (médias entre os lados direito e esquerdo) foi
avaliada durante a deglutição espontânea de saliva, 10ml e 15ml de água e, de uma torrada (sólido). Cada sinal
sEMG foi filtrado e retificado. O valor de amplitude do pico máximo da deglutição espontânea de saliva foi
considerado 100% e todos os outros valores extraídos foram normalizados como uma porcentagem deste valor.
Foram avaliados os valores de amplitude do pico máximo para a deglutição de cada bolo, bem como os valores de
amplitude inicial e final. Para as avaliações com o Iowa Oral Performance Device (IOPI), as provas de protrusão e
acoplamento lingual e, deglutição foram realizadas três vezes, a média destas bem como o valor máximo (Kg/f) foram
utilizados para as análises. Também, a fadiga foi avaliada por meio do tempo para ocorrência (s). A correlação de
Spearman foi calculada e adotado como significante P<0,05. Resultados: a amplitude do sinal EMG na deglutição do
bolo sólido se correlacionou com as forças de acoplamento da língua médio (r=0,37) e máximo (r=0,39), e ao tempo
para ocorrer fadiga (r=0,47), P<0,05. Nas demais provas não houve correlações significantes. Conclusão: Na
amostra estudada, as provas de acoplamento lingual (IOPI) e a amplitude sEMG com o bolo sólido, que demandam
maior ativação dos músculos suprahióideos apresentaram correlações significantes. A resistência no tempo também
relacionou-se com a capacidade de produzir atvidade para deglutir o sólido.
Descritores: deglutição, eletromiografia, língua
Financiamento: Coordenação de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Núcleo de Pesquisa em Morfofisiologia do
Complexo Craniofacial (NAP-CF), Universidade de São Paulo
24
Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
http://www.fmrp.usp.br/revista
Congresso Brasileiro de Disfagia
20. ATIVAÇÃO CORTICAL DA DEGLUTIÇÃO EM SUJEITOS SAUDÁVEIS: CONSTRUÇÃO DE UM PARADIGMA
EM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA FUNCIONAL
Guedes, Rlv; Pastorello, Bf; Nucci, Mp; Geraldini, Bm; Kowalski, Lp; Amaro Jr, E; Carrara-De Angelis, E
AC Camargo Cancer Center; NIF-LIM44, Faculdade de Medicina USP-SP
Introdução: A Ressonância Magnética Funcional (RMf) é um avançado método de neuroimagem que
monitora a atividade cerebral associada com a performance de uma tarefa solicitada, através da análise de
mudanças locais na oxigenação do sangue. A utilização deste método de avaliação constitui uma ferramenta
poderosa para investigar a neurofisiologia da deglutição e os efeitos de seu tratamento na neuroplasticidade, além do
papel das áreas supramedulares do cérebro neste processo. Os paradigmas para estudo da deglutição em RMf, que
se referem à sequência de atividades que uma pessoa realiza durante um exame de mapeamento cerebral,
necessitam de métodos acurados para medir a elevação laríngea e correlacionar este movimento com a ativação
cortical. Objetivo: Descrever o desenvolvimento e a utilização de um paradigma para avaliação da ativação cortical
relacionada à deglutição em indivíduos saudáveis. Materiais e Métodos: Foram incluídos 5 indivíduos saudáveis,
destros e sem queixas relacionadas à deglutição, com média de idade de 33,2 anos. Os participantes foram
orientados a realizar a tarefa de deglutição em um paradigma evento-relacionado (deglutição de saliva vs. repouso),
em 3 runs (sessões de coleta de imagens) de 3,6 minutos (EPI 108; sistema 3T – Philips Achieva; 3mm voxels
isotrópicos). Cada run foi constituído de 12 tarefas de deglutição (período de 10 segundos) intercalados com
períodos de repouso variável, de acordo com a distribuição de Poisson, diminuindo o efeito do aprendizado quanto
ao evento. Para realização da tarefa de deglutição foram utilizados estímulos visuais (bola e cruz) no centro de uma
tela de projeção. Os estímulos foram programados para estar em sincronismo com o pulso de aquisição das imagens
da ressonância magnética. Para medição do movimento de elevação laríngea e análise dos dados fisiológicos foi
utilizado um monitor de movimentos respiratórios acoplado na região cervical e desenvolvido um software para
converter automaticamente os dados fisiológicos em algoritmo, que foi posteriormente utilizado como preditor para
análise dos dados. As imagens de RMf foram corrigidas em relação ao movimento de cabeça e os mapas de
ativação cortical foram obtidos através de um modelo linear geral (do inglês: General Linear Model - GLM). Como
preditor da resposta da função cerebral, foi utilizado um algoritmo para detectar o sinal da deglutição durante a
aquisição das imagens. Resultados: Todos os voluntários concluíram os 3 runs de deglutição de saliva e o exame
completo (tempo total: 30 minutos). A sensibilidade do software em detectar o movimento de elevação laríngea foi de
86% e os mapas de ativação cortical apresentaram atividade em regiões relacionadas ao controle da função de
deglutição: córtex motor primário e somatosensorial, córtex pré motor, área motora suplementar e ínsula (p<0,05).
Conclusão: O paradigma criado e o sistema de medida do movimento de elevação laríngea mostraram-se efetivos
para demonstrar uma atividade cortical robusta relacionada à função de deglutição de forma confiável. Este estudo
piloto foi utilizado como base para o início da aplicação deste paradigma em pacientes disfágicos.
Descritores: deglutição; disfagia; ativação cortical.
21. EFEITO DE EXERCÍCIOS DE RESISTÊNCIA NA ATIVAÇÃO DA MUSCULATURA SUPRAHIÓIDEA
Vilas Bôas, Thami Q.; Geraldini, Bruna M.; Barcelos, Camila Barbosa; Siqueira, Luciana D.; Claudino-Lopes,
Simone A. C.; Netto, Irene de Pedro; Carrara-de-Angelis, Elisabete
AC Camargo Cancer Center – São Paulo/SP
Introdução: A ativação da musculatura suprahióidea proporciona o deslocamento anterior e superior do
complexo hiolaríngeo e abertura do esfíncter esofágico superior (EES). Técnicas como as manobras de Shaker e
Mendelsohn são eficazes na reabilitação das disfagias decorrentes de abertura ineficaz do EES e redução da
elevação laríngea, no entanto são consideradas técnicas árduas e de difícil compreensão. Recentemente foram
descritas técnicas menos extenuantes e com impacto equivalente ou superior, ao exercício de Shaker, sobre os
músculos suprahióideos, tal como a técnica Chin Tuck Against Resistance (queixo baixo com resistência - QBR), que
consiste na compressão de uma bola de borracha inflável entre o queixo e o esterno. Outro exercício com o mesmo
objetivo é o jaw opening against resistance (abertura mandibular com resistência - AMR) que utiliza o dispositivo
TheraBite adaptado para auxiliar na resistência. Em estudo recente, o exercício de QBR também foi realizado com o
TheraBite, em que ao invés de uma bola de borracha foi utilizado esse dispositivo como resistência. Objetivos:
descrever e comparar os achados da videofluoroscopia e da eletromiografia de superfície (EMGs) com as técnicas de
QBR e AMR numa série de 3 adultos saudáveis. Metodologia: três participantes do sexo feminino, saudáveis e sem
queixas de deglutição, realizaram EMGs e videofluoroscopia, separadamente, durante as técnicas de QBR e AMR.
As técnicas foram realizadas com o auxílio do aparelho Neckline Slimmer, desenvolvido por Paul Younane em 2009.
A ativação da musculatura suprahióidea foi captada com a EMGs durante a normalização (Mendelsohn), o repouso e
durante a execução dos exercícios. As participantes foram orientadas a colocar o Neckline entre o queixo e o
esterno. A técnica de QBR foi realizada nas tarefas isométrica e isocinética e a técnica de AMR foi realizada na tarefa
isocinética. As estruturas da orofaringe e laringe, durante os exercícios, foram avaliadas com a videofluoroscopia.
Resultados: a atividade eletromiográfica foi mais elevada durante o exercício de AMR, nas três participantes, com o
valor médio de 42,2 MicroVolts (µV) em comparação com o exercício de QBR, nas tarefas isométrica (19,9µV) e
isocinética (13,5µV). Os valores obtidos dos exercícios de AMR e QBR (isométrica e isocinética) representam 62%,
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Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
http://www.fmrp.usp.br/revista
Congresso Brasileiro de Disfagia
20% e 29%, respectivamente, do valor de normalização (67,3µV). Na análise videofluoroscópica, observou-se ampla
movimentação vertical da laringe e abertura do EES, principalmente nas tarefas isocinética dos exercícios de QBR e
AMR, além da participação efetiva da base da língua durante o exercício de AMR. Conclusões: As técnicas descritas
mostraram-se eficazes na contração da musculatura suprahióidea e modificação das estruturas da orofaringe e
laringe, podendo ser uma opção viável no fortalecimento da musculatura suprahióidea e mais uma alternativa na
reabilitação das disfagias. Além disso, a fácil execução e compreensão favorece uma maior adesão à terapia das
disfagias.
Descritores: dysphagia exercises, suprahyoid muscle, CTAR
22. IMPACTO DA DISFAGIA NA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM MIOPATIA
Domenis, Danielle R; Nascimento, Weslania V; Sobreira, Claudia F; Dantas, Roberto O
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP
Introdução: Avaliar a qualidade de vida relacionada à deglutição nos permite interpretar a percepção do
paciente sobre a dificuldade de deglutição antes, durante e após seu tratamento. Indivíduos com miopatia
apresentam limitações funcionais que podem impactar diretamente a qualidade de vida. Nossa hipótese é que as
dificuldades na deglutição em pacientes com miopatia podem resultar em uma piora da qualidade de vida quando
comparados com pacientes com miopatia sem disfagia. Objetivo: Comparar a qualidade de vida relacionada à
deglutição em pacientes com miopatia, com e sem disfagia orofaríngea, utilizando o Questionário de Qualidade de
Vida em Disfagia - SWAL-QOL. Material e Métodos: Cinquenta e oito pacientes com diagnóstico médico, histológico
e análise do DNA mitocondrial condizentes com miopatia, independente do tipo, foram submetidos à avaliação
videofluoroscópica da deglutição com as consistências líquida, pastosa e sólida. Após esta avaliação, os voluntários
foram separados em dois grupos: 29 voluntários com disfagia orofaríngea (12 homens e 17 mulheres; média de
idade igual a 40,1±14,3 anos; tempo de doença 15,8±6,9 anos) e 29 voluntários sem disfagia orofaríngea (9 homens
e 20 mulheres; média de idade igual a 41,0±10,0 anos; tempo de doença 17,3±11,1 anos). Todos os pacientes com
disfagia apresentaram dificuldades somente para a deglutição de sólidos. Todos os voluntários responderam a um
questionário específico para abordar a qualidade de vida relacionada à deglutição (Qualidade de Vida em Disfagia SWAL-QOL), composto por 44 questões que avaliam dez domínios (fardo, desejo, frequência de sintomas, seleção
de alimentos, comunicação, medo, saúde mental, função social, sono e fadiga). As respostas foram convertidas
numa pontuação que varia de 0 a 100, onde 0 corresponde a uma pontuação ruim (má qualidade de vida) e 100
corresponde à melhor pontuação (boa qualidade de vida). Resultados: Os escores da qualidade de vida foram
menores do que 50%, tanto no grupo de pacientes com disfagia quanto no grupo de pacientes sem disfagia, nos
domínios sono (46,6±36,6 com disfagia e 49,1±40,5 sem disfagia) e fadiga (31,0±16,2 com disfagia e 28,7±24,9 sem
disfagia). Os escores de qualidade de vida foram inferiores a 90% nos diferentes domínios, exceto para fardo e
função social em pacientes sem disfagia, nos quais os resultados mostraram escores de 91,4±14,6 para fardo e
94,3±20,9 para função social. Nos domínios fardo (77,6±26,2 com disfagia e 91,4±14,6 sem disfagia) e duração da
alimentação (45,7±41,2 com disfagia e 68,5±38,5 sem disfagia) os escores da qualidade de vida foram menores nos
pacientes com disfagia do que nos pacientes sem disfagia (p=0.03) Conclusão: A disfagia em pacientes com
miopatia está associada a uma piora dos escores de qualidade de vida nos domínios fardo e duração da
alimentação, porém os escores também estão diminuidos como consequência da própria doença.
Descritores: Miopatias, Deglutição, Disfagia, Videofluoroscopia
23. CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PROTOCOLO DE RISCO DE ASPIRAÇÃO EM UM HOSPITAL
ONCOLÓGICO
Spineli, T; Netto, IP; Montoni, NPC; Milanello, PM; Vilas Bôas, TQ; Carrara-de Angelis, E.
AC Camargo Cancer Center – São Paulo/SP
Introdução: A pneumonia aspirativa consiste no processo infeccioso do pulmão resultante da aspiração de
alimentos, secreções da orofaringe ou conteúdo gástrico para os pulmões. Está relacionada significativamente à
presença de morbidade e mortalidade, acompanhada de altos custos hospitalares. A disfagia pode ser uma das
causas da aspiração, por isso recomenda-se que seja feita a identificação precoce deste sintoma em indivíduos
hospitalizados, através de uma avaliação clínica fonoaudiológica da deglutição com objetivo de detectar
precocemente a presença de indicadores de risco de aspiração Objetivo: Descrever o processo de criação e
implementação do protocolo de risco de aspiração em um hospital oncológico. Materiais e métodos: O protocolo de
risco de aspiração foi elaborado com base na literatura e prática clínica dos especialistas participantes. Foram
descritos passo a passo da criação e implementação do protocolo. Resultados: O protocolo foi criado por uma equipe
multiprofissional composta por médicos de diversas especialidades, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e
nutricionistas que se reuniram quinzenalmente durante três meses a fim de discutir quais pacientes deveriam ser
incluídos, planos de ação para a adesão do protocolo, estratégias e dinâmicas para agilizar a oferta via oral. Todos
os pacientes com risco de aspiração foram identificados pela equipe da UTI (enfermeiros, médicos e fisioterapeutas)
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Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
http://www.fmrp.usp.br/revista
Congresso Brasileiro de Disfagia
no ato da admissão de acordo com os cirtérios de inclusão: rebaixamento do nível de consciência, doenças
neurológicas, taquipnéia, ventilação mecânica não invasiva, pacientes com intubação > de 24 horas, traqueostomia,
sonda gástrica, enteral ou gastrostomia, tumores de esôfago, estômago, pâncreas, duodeno, cerebral, pulmão e
cabeça e pescoço. Pacientes com Glasgow abaixo de 13 foram excluídos. Todos os pacientes foram submetidos à
avaliação clínica fonoaudiológica á beira do leito, e quando indicado, encaminhados para avaliações objetivas da
deglutição e/ou outros exames. Conclusão: O protocolo foi criado com base na literatura e prática clínica dos
especialistas como ferramenta para auxiliar na identificaçãos dos pacientes com risco de aspiração.
Descritores: Aspiração; Disfagia; Protocolo; Avaliação
24. DESENVOLVIMENTO DE BIOMEMBRANAS DE LÁTEX CARREADOR DE ESCOLPLAMINA PARA
CONTROLE DE SALIVA NA CAVIDADE ORAL
Norberto, Ana Maria Queirós; Barros, Natan Roberto; Miranda, Matheus Carlos Romeiro; Moriguti, Júlio César;
Pontes-Neto, Octvaio Marques; Herculano, Rondinelli Donizetti
Departamento de Clínica Médica - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Ribeirão Preto, Brazil, Departamento
de Bioquímica e Tecnologia Química – Instituto de Química de Araraquara – UNESP, Araraquara, Brazil, Departamento
de Bioprocessos e Biotecnologia - Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara – UNESP, Araraquara, Brazil
Introdução: A broncoaspiração por saliva é frequente em pacientes com disfagia em decorencia de
disfunçoes neurológicas, tumores e/ou cirurgias de cabeça e pescoço, e está relacionada aos quados de pneumonia.
Além do prejuízo pulmonar, o acumulo de saliva na cavidade oral pode ser um limitador no processo de reabilitação
fonoaudiológica nesses pacientes. Atualmente, há no mercado medicamentos e/ou procedimentos cirurgicos Um
exemplo a ser destacado é o adesivo transdermico de escopolamina, porém seu custo elevado impossibilida o
acesso da maioria dos pacientes a esse recurso. Desta forma, há a necessidade de desenvolver produtos os quais
possam ter um custo mais baixo. Objetivo: O objetivo deste estudo foi desenvolver um biomaterial carreador e
liberador de escopolamina com a finalidade de ser usado como adesivo transdérmico para diminuição de saliva na
cavidade oral. Materiais e métodos: O trabalho foi desenvolvido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de
Araraquara / UNESP. Foram produzidas membranas utilizando 3m de látex natural extraído da seringueira (Hevea
brasiliensis), devido a suas propriedades e baixo custo. Adicionados a este material, 3 ml de escopolamina (10
mg/mL). Essas membranas foram submetidas ao processo de secagem em estufa de 37º. As membranas Controle
foram confeccionadas com 3ml de latex natural e 3ml de água deionizada, com secagem nos mesmos padrões. O
ensaios de liberação do fármaco foram realizados em 100ml de água deionizada. Para análise da liberação do
fármaco, foi utilizado protocolos já estabelecidos na literatura para esta finalidade Resultados: O fármaco foi
monitorado no comprimento de onda de 257nm. 70% (63mg) da escopolamina foi liberada em 100 horas no volume
de 100mL de tampão-fosfato (PBS) à 37oC, em uma liberação lenta e prolongada. A cinética desta liberação seguiu
uma função bi-exponencial (ExpDec2). Conclusão: Estes resultados demonstram que este biomaterial é um
promissor carreador para a escopolamina afim de ser utilizado no controle de saliva na cavidade oral.
Descritores: Broncoaspiração , saliva, adesivo transdérmico, látex, escopolamina
Financiamento: CNPq, FAPESP, Capes
25. DISFAGIA OROFARÍNGEA EM NEONATOS
Melo, Luana F; Maschi, Enzo G.; Nascimento, Ana Carolina C.; Flabiano-Almeida, Fabíola C.; Bühler, Karina E.B.
Hospital Universitário da Universidade de São Paulo
Introdução: Poucos estudos descrevem os distúrbios de deglutição na população neonatal utilizando a
videofluoroscopia da deglutição. Objetivo: analisar a fase faríngea da deglutição em neonatos, por meio do exame de
videofluoroscopia da deglutição. Materiais e Métodos: Estudo descritivo retrospectivo. Foram analisados todos os
exames de videofluoroscopia da deglutição de neonatos provenientes da unidade de neonatologia de um hospital
público secundário, no período de janeiro de 2014 até março de 2015. As queixas que motivaram a solicitação do
exame pela equipe médica foram: quedas freqüentes de saturação de oxigênio às mamadas, cianose, estridor,
apnéia e tosse. Todos os exames foram gravados em DVD e foram analisadas as seguintes variáveis: refluxo para a
nasofaringe, resíduo, penetração laríngea, aspiração e aplicada a Escala de Penetração-Aspiração.Resultados: Um
total de 16 neonatos com suspeita de disfagia foram encaminhados para a videofluoroscopia da deglutição. 8 do
gênero feminino e 8 do gênero masculino, com média de peso de 1852.5g e desvio padrão de 903,54g. Dos sujeitos,
62,5% (10) apresentaram aspiração, dos quais 90% foram silente. 31,25% (5) apresentaram refluxo para rinofaringe,
12% (2) apresentaram apenas estase e 37% (6) apresentaram estase correlacionada com aspiração e/ou penetração
e 62,5% (10) apresentaram penetração, Em relação à Escala PEN-ASP, 37,5% (6) apresentaram contraste com
resíduo em subglote, sem resposta do paciente, 25% (4) apresentaram contraste abaixo do nível glótico sem resíduo
no nível subglótico, 6,25% (1) apresenaram contraste atingindo pregas vocais, sem resíduo, 6,25% (1) apresentaram
contraste acima do nível de ppvv, sem resíduo e 25% (4) apresentaram ausência de contraste em via aérea. Com
relação à escala de gravidade da disfagia, 25% (4) dos neonatos apresentaram-se dentro dos limites funcionais,
18,75% (3) apresentaram disfagia discreta, 43,75% (7) apresentaram disfagia discreta/moderada, 6,25%(1)
27
Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
http://www.fmrp.usp.br/revista
Congresso Brasileiro de Disfagia
apresentaram disfagia moderada e 6,25% (1) apresentou disfagia grave. Conclusão: Estes resultados evidenciam as
alterações de fase faríngea da deglutição em neonatos e novos estudos prospectivos devem ser conduzidos para
verificar o impacto destas alterações na saúde pulmonar desta população específica.
Descritores: Fluoroscopia, Recém-Nascido, Prematuro, Transtornos da Deglutição
26. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UTI NEONATAL: RELATO DE UM CASO COM SÍNDROME DE PATAU
Keitel, Patrícia; De Almeida, Sheila Tamanini; Marchand, Daniel Lucas Picanço; Da Silva, Kariny Zencke; Zen,
Paulo Ricardo Gazzola
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto
Alegre
Introdução: a Síndrome de Patau é uma doença genética causada pela trissomia do cromossomo 13. Pode
apresentar anomalias congênitas múltiplas, caracterizada por fissura labiopalatina, polidactilia, anomalias oculares e
nas extremidades, alterações viscerais com malformações cardíacas, renais, cerebrais e outras malformações, com
curta expectativa de vida. Objetivo: Relatar o caso de um recém-nascido (RN) internado em UTI neonatal de um
hospital público de Porto Alegre. Materiais e métodos: inicialmente realizou-se a avaliação das estruturas do sistema
sensório motor orafacial (lábio, língua no repouso, língua na sucção e deglutição, bochecha, mandíbula e palato
duro), reflexos orais (procura, sucção, mordida e vômito), avaliação da oferta de seio materno e da oferta de via oral
(VO) através da técnica sonda-dedo. Resultados: RN do sexo masculino, com as seguintes dismorfias constatadas:
microtia; fronte e occipital discretamente proeminentes; hemangioma em face, região mediana e pálpebras; nariz
grande e bulboso; sobra de pele em nuca; criptorquidia lateral. A alimentação dava-se por sonda, VO e seio materno.
O paciente fazia uso de traqueostomia devido à laringomalacia grave. O acompanhamento fonoaudiológico do RN
iniciou-se com 1 mês e 13 dias de vida, conforme prescrição médica. Na avaliação das estruturas do sistema
sensório motor orafacial, obteve-se: postura global de extensão, com normotonia, língua retraída, com movimentação
alterada e sem canolamento. Quanto aos reflexos orais, verificou-se: procura ausente, sucção débil e arrítmico com
padrão superior a 8 sucções por pausa, mordida exacerbado, vômito ausente. Observou-se na oferta de seio
materno que o RN realizou pega fechada com escape de pressão intraoral. Na oferta VO, houve saída de leite pela
traqueostomia (aspiração). Conclusão: pelo risco de aspiração laringotraqueal, as equipes de fonoaudiologia e
médica decidiram pela suspensão da VO. Foi mantida dieta por sonda, e pela curta expectativa de vida e
manutenção do vínculo mãe-RN, decidiu-se manter o seio materno, com orientações.
Descritores: Fonoaudiologia, UTI neonatal, Síndrome de Patau, Disfagia
27. AVALIAÇÃO DE RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS DURANTE A PRIMEIRA OFERTA DE SEIO MATERNO
EM UMA UTI NEONATAL
Keitel, Patricia; De Almeida, Sheila Tamanini
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto
Alegre
Introdução: o aleitamento materno é a forma mais natural e segura de alimentar um recém-nascido (RN)
prematuro. A recomendação dele para o RN prematuro tem sido defendida com base nas propriedades
imunológicas, no seu papel na maturação gastrointestinal, no vínculo mãe - RN e para melhorar o desempenho
neurocomportamental. Quando o RN nasce, é esperado que ele possa desempenhar suas funções básicas como
respirar, deglutir e sugar de maneira independente. Muitos desses RNs nascem semanas antes do amadurecimento
dessas funções, e necessitam de um longo tempo até que estejam maduras, coordenadas e possam alimentar-se
com segurança. O estabelecimento do aleitamento materno nessa população apresenta dificuldades específicas
tanto para a mãe quanto para seu filho. A observação e avaliação da primeira oferta de seio materno em uma
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal tornam-se imprescindíveis para que tais questões sejam vistas
precocemente e, quando necessário, intervenções diárias sejam feitas. Objetivo: observar recém-nascidos
prematuros durante a primeira oferta de seio materno em uma Unidade de Terapia Intensiva neonatal. Materiais e
métodos: foram avaliadas 15 díades mãe/recém-nascido durante a primeira oferta de seio materno na Unidade de
Terapia Intensiva neonatal da Maternidade da instituição de origem. A coleta ocorreu em três partes: 1ª) Consulta ao
prontuário do recém-nascido e preenchimento de um formulário. 2ª) Aplicação de um questionário estruturado às
mães. 3ª) Avaliação da primeira oferta de seio materno aplicando o Formulário de Avaliação Fonoaudiológica das
mamadas. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética do hospital sob nº 434.378. Resultados: 46,7% dos recémnascidos apresentaram a prematuridade como único motivo de internação, 60% já estavam em acompanhamento
fonoaudiológico antes de iniciarem o aleitamento materno. A média de idade das mães foi 29,27 +/- 8,058 anos e
40% delas afirmou terem relacionamento estável com o pai do recém-nascido. Foi verificado que quanto maior a
idade gestacional corrigida do recém-nascido, melhor as condições de pega e ordenha ao seio materno e
classificação final da mamada, assim como, quanto mais dias de vida o recém-nascido tem, melhor a pega ao seio
materno. Conclusão: a prematuridade foi o principal obstáculo para o aleitamento materno, porém, as características
positivas das mães, como grau de escolaridade, estado civil, experiência prévia em aleitamento materno, e
28
Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
http://www.fmrp.usp.br/revista
Congresso Brasileiro de Disfagia
atendimento fonoaudiológico iniciado antes do aleitamento materno em grande parte dos RN, podem ter
proporcionado bons resultados na primeira oferta de seio materno.
Descritores: Aleitamento Materno; Prematuro; Unidades de Terapia Intensiva Neonatal
28. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM UM RECÉM NASCIDO COM FISSURA LABIAL: RELATO DE CASO
Otto, Danielle Martins; Keitel, Patricia; De Almeida, Sheila Tamanini
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
Introdução: fissuras do lábio e/ou palato (FL/P) representam as anomalias congênitas mais comuns da face,
correspondendo a aproximadamente 65% de todas as malformações da região craniofacial. Clinicamente, as FL/P
são classificadas tendo como base anatômica o forame incisivo, em 4 grupos: fissuras pré-forame incisivo ou,
simplesmente, fissuras labiais (FL), fissuras pós-forame incisivo ou fissuras palatinas (FP), fissuras transforame
incisivo ou fissuras lábio-palatinas (FLP) e fissuras raras da face. A dificuldade na alimentação do bebê fissurado
surge logo após o nascimento devido a prejuízos no mecanismo de sucção e deglutição, decorrentes da falta de
integridade anatômica. Objetivo: relatar um caso de recém-nascido (RN) com fissura labial (FL) com atuação
fonoaudiológica no auxílio à alimentação oral. Materiais e Métodos: estudo de caso pertencente a projeto de
pesquisa aprovado pelo comitê de ética sob número 9742014.0.0000.5335. SR, sexo feminino, 10 dias de vida,
nascida a termo. Internou na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal por asfixia neonatal, permanecendo intubada
por 2 dias. Foi solicitada avaliação fonoaudiológica pela equipe médica, após estabilidade clinica do RN, para auxílio
na transição da via alternativa de alimentação para a via oral e seio materno (SM). Resultados: na avaliação clínica
estrutural, observou-se: fissura labial, palato íntegro, postura de lábios entreabertos e reflexo de sucção débil. Na
sucção não-nutritiva (SNN) apresentou: sucções débeis, padrão de 8 sucções/pausa, rítmicas, sinais de stress de
choro e tiragem. Em SM apresentou pega e sucção inadequadas e ineficientes. Iniciou-se intervenção
fonoaudiológica, com estimulação sensório-motora-orofacial e de SNN, além de apoio ao aleitamento materno (AM).
Após 5 dias em atendimento fonoaudiológico apresentou: pega adequada em SM, com sucções fortes e eficientes,
rítmicas, com pausas adequadas, sendo indicado SM em livre demanda. A equipe multiprofissional considerou que a
RN apresentou condições de alta hospitalar com AM exclusivo. Conclusões: o caso-clínico evoluiu de sucção débil e
dificuldades de AM, para sucções fortes e eficientes com pega adequada em SM, culminando com alimentação plena
por AM exclusivo. A atuação fonoaudiológica é fundamental nos casos de RN fissurados, devido às dificuldades
alimentares que os mesmos podem apresentar logo após o nascimento.
Descritores: Fonoaudiologia; Fenda Labial; Sucção; Deglutição; Unidade de Terapia Intensiva Neonatal
29. ACOMPANHAMENTO FONOAUDIOLÓGICO A PACIENTES SUBMETIDOS À HIPOTERMIA TERAPÊUTICA
Brandt, Bruna; Levy, Deborah; Pereira, Karine; Procianoy, Renato; Silveira, Rita
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Introdução: A atuação fonoaudiológica no gerenciamento da deglutição em pacientes disfágicos pediátricos
é bem relatada na literatura. No entanto, não foram encontrados estudos sobre a conduta terapêutica em relação aos
pacientes submetidos ao protocolo de hipotermia terapêutica.Objetivo: Descrever as condutas no gerenciamento da
deglutição de pacientes que realizaram o protocolo de hipotermia terapêutica no período Neonatal.Materiais e
Métodos: Relato de três pacientes que foram submetidos ao protocolo de hipotermia terapêutica e encaminhados
para acompanhamento ambulatorial fonoaudiológico devido a disfagia orofaríngea. Dois pacientes tinham como
diagnóstico médico asfixia grave ao nascer e um paciente com Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica do Recém-Nascido.
No seguimento fonoaudiológico foram estimadas condutas de acordo com o parecer da avaliação videofluoroscópica
da deglutição. As condutas propostas foram: estimulação intra-oral, estimulação extra-oral, treino de via oral com
volume reduzido, modificação de consistência, manobra de controle de volume. Uma análise descritiva ocorreu para
as variáveis no estudo. Resultados: Os pacientes começaram o acompanhamento fonoaudiológico aos 11 meses, 1
mês e 1 ano e 2 meses de idade cronológica. Nos dois pacientes com prognóstico de via de alimentação oral restrita
foram utilizadas as seguintes condutas: estimulação intra-oral, estimulação extra-oral, treino de via oral com volume
reduzido e a frequência de atendimentos foi estabelecida de forma quinzenal. No paciente com competência motoraoral e coordenação entre sucção, deglutição, respiração suficiente para se alimentar foi utilizada a modificação de
consistência, manobra de controle de volume com a modificação de utensílios (redução de fluxo do bico da
mamadeira) e a frequência de atendimento foi estabelecida de forma mensal.Conclusão: Mais pesquisas são
necessárias para entendermos as habilidades motoras-orais para a deglutição dos pacientes que foram submetidos
ao tratamento de hipotermia terapêutica.
Descritores: hipotermia induzida, disfagia, pediatria.
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Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
http://www.fmrp.usp.br/revista
Congresso Brasileiro de Disfagia
30. DISFAGIA OROFARÍNGEA EM PACIENTES SUBMETIDOS À HIPOTERMIA TERAPÊUTICA: RELATO DE
CASO
Brandt, Bruna; Levy, Deborah; Pereira, Karine; Procianoy, Renato; Silveira, Rita
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Introdução: A hipotermia terapêutica está sendo amplamente utilizada no tratamento da Encefalopatia
Hipóxico-Isquêmica do Recém-Nascido de grau moderado à severo. Muitos casos que passaram por este tratamento
estão chegando ao atendimento fonoaudiológico com queixa de dificuldade de deglutição. Objetivo: Descrever os
achados fisiopatológicos de deglutição em pacientes submetidos ao protocolo de hipotermia terapêutica.Materiais e
Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo, observacional. Relato de caso de três pacientes encaminhados para
avaliação videofluoroscópica por apresentar dificuldades de deglutição, durante o seu período de internação na
Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal. Todos os pacientes tinham como história o protocolo de hipotermia
terapêutica; idade gestacional 36,2; 40,4 e 39 semanas; escore de apgar no décimo minuto 4, 2, 2; e diagnóstico
médico de asfixia grave ao nascer em dois pacientes e um paciente com Encefalopatia Hipóxico-Isquêmica do
Recém-Nascido. A primeira avaliação videofluoroscópica foi realizada nos pacientes com 11 meses, 1 mês, 1 ano e 6
meses de idade cronológica. No paciente com 11 meses foram testadas as consistências pastoso fino e pastoso
grosso ofertadas de colher. No paciente com 1mês foram utilizadas as consistências líquido concentrado e líquido
fino na mamadeira com bico ortodôntico para fluxo leite. No caso do paciente com 1 ano e 6 meses foram testadas
as consistências líquido engrossado, pastoso fino e pastoso grosso ofertadas de colher. Para o contraste das
consistências foi utilizado sulfato de bário a 100%. O exame foi realizado por uma fonoaudióloga e um médico
radiologista no setor de radiologia do hospital. Os dados qualitativos foram expressos em números
absolutos.Resultados: A disfagia orofaríngea foi identificada nos três pacientes. Na avaliação videofluoroscópica da
deglutição observou-se: atraso no disparo da deglutição1, escape posterior 3, refluxo para nasofaringe 2, penetração
laríngea 1 e aspiração traqueal 1. Conclusão: Disfagia orofaríngea ocorreu em todos os casos relatados. O achado
videofluoroscópico mais comum foi escape posterior, seguido por penetração laríngea.
Descritores: hipotermia induzida, transtorno de deglutição, disfagia, pediatria.
31. REINTERNAÇÕES DE PACIENTES QUE FAZEM
AMBULATÓRIO DE SEGMENTO DO PREMATURO
ACOMPANHAMENTO
FONOAUDIOLÓGICO
NO
Brandt, Bruna; Levy, Deborah; Pereira, Karine; Haack, Brenda; Procianoy, Renato; Silveira, Rita
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Introdução: Crianças prematuras frequentemente possuem dificuldade de deglutição devido à imaturidade
das habilidades motoras-orais e a incoordenação da sucção, deglutição, respiração. Além disso, procedimentos
médicos podem contribuir negativamente no desenvolvimento da sucção, da deglutição e das habilidades motorasorais. Assim, a assistência do fonoaudiólogo é imprescindível para que não ocorra maiores comprometimentos do
quadro clínico desses pacientes. Objetivo: Verificar a quantidade e o motivo das internações dos pacientes em
acompanhamento fonoaudiológico ambulatorial. Materiais e métodos: Estudo retrospectivo, descritivo, observacional
realizado no período de maio de 2014 a abril de 2015 no Ambulatório do Segmento do Prematuro. O critério de
inclusão foi crianças que estavam em acompanhamento fonoaudiológico. A amostra foi composta por 16 crianças
prematuras. As variáveis estudadas foram: idade gestacional, peso ao nascer, apgar, diagnóstico médico,
acompanhamento fonoaudiológico no ambulatório, número de reinternações após a alta da Unidade de Tratamento
Intensivo Neonatal e motivo das internações. As variáveis qualitativas foram expressas em média ± desvio padrão e
números absolutos e relativos. O nível de significância adotado foi p = 0,05. Resultados: Das 16 crianças
identificadas, 12 (75%) reinternaram. Destas, 13 (81,2%) não possuem outro diagnóstico além da prematuridade, 1
(6,25%) possui asfixia grave perinatal, 1 (6,25%) atresia de esôfago com fístula traqueoesofágica e 1 (6,25%)
displasia broncopulmonar. 6 (37,5%) são do sexo masculino. A média de idade gestacional 29,8± 3,4 semanas, e a
média do peso ao nascimento 1320g±490g. No total foram identificadas 44 reinternações, sendo que 10 (22,7%)
ocorreram por bronquite aguda, 4 (9,09%) por náuseas e vômitos, 1 (2,2%) por colocação de sonda, 4 (9,09%) crises
convulsivas, 3 (6,8%) por bronquiolite aguda, 5 (11,3%) por sintomas não especificados, 3 (6,8%) por asma, 1 (2,2%)
por cuidados a orifício artificial, 2 (4,5%) por nasofaringite aguda, 2 (4,5%) por febre, 2 (4,5%) por infecção viral, 2
(4,5%) por cianose, 1 (2,2%) por dificuldades de alimentação e erros na administração da alimentação, 1 (2,2%) por
mal funcionamento de traqueostomia, 1 (2,2%) por infecção de vias aéreas e 1 (2,2%) por dispneia. A média de
reinternações por criança foi de 2,93± 3,4. Nenhuma criança dessa amostra reinternou por disfagia ou alguma
comorbidade relacionada ao transtorno de deglutição. Conclusão: Crianças em acompanhamento fonoaudiológico
apresentam muitas comorbidades e menor número de reinternação por disfagia. Neste estudo, a bronquite aguda
apareceu como causa mais frequente de reinternação.
Descritores: readmissão hospitalar, disfagia, pediatria.
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Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
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32. CERVICAL ACOUSTIC SIGNAL OF SILENT
OROPHARYNGEAL DYSPHAGIA: A PILOT STUDY
Congresso Brasileiro de Disfagia
TRACHEAL
ASPIRATION
IN
CHILDREN
WITH
Almeida,St; Ferlin,El; Callegari-Jacques,Sm; Fornari,F; Goldani,Has
Univ. Federal do Rio Grande do Sul; Hospital de Clinicas de Porto Alegre
Introduction: Oropharyngeal dysphagia (OPD) is defined as a dysfunction of the oral and/or pharyngeal
stages of swallowing associated (or not) with laryngeal penetration and tracheal aspiration of foods of one or more
consistencies. Aspiration is known as the entry of secretions or foreign bodies into the larynx that pass below the
vocal folds, with the potential risk for acute and chronic airway disease. Aspiration may be associated with coughing
or choking, or may be entirely asymptomatic (silent aspiration), whose identification is difficult without the aid of an
imaging assessment. Purpose: To characterize the acoustic signal of silent tracheal aspiration in children with
oropharyngeal dysphagia (OPD). Method: This cross-sectional study was approved by the Research and Ethics
Committee of Hospital (protocol no. 09/554). Informed and written consent was obtained from children’s parents or
caretakers. In this pilot study, 32 children with OPD (aged 1 to 14 years) were examined with combined digital cervical
auscultation (DCA) and videofluoroscopic swallow study (VFSS). The acoustic detector employed was a tiny
piezoelectric microphone (4mm x 2mm) with a flat response curve (-3 dB) between 15 Hz and 15.000 Hz. Power
spectral density (PSD, in 1/√Hz) of a sequential series of five liquid swallows was the acoustic signal used for
comparisons between children who silently aspirated and children who did not aspirate at VFSS. Results: Among 32
children, 14 were excluded due to either DCA/VFSS artifacts or non-silent aspiration. The remaining 18 participants
(median age 6 years) were classified based on VFSS as aspirators (n = 8) and non-aspirators (n = 10). The PSD
curve of aspirators presented an ascending pattern (1st vs. 5th deglutition: 695.2 vs 4421.9 1/√Hz), while the curve of
non-aspirators was flat (1st vs. 5th deglutition: 509 vs 463.4 1/√Hz), with marked differences being observed from the
3rd measure onwards (P < 0.001). Conclusion: In this pilot study, we used digital cervical auscultation for identification
of silent tracheal aspiration in children with oropharyngeal dysphagia. This non-invasive technique demonstrated
aspiration by an increase in the power spectral density curve. Large scale studies are needed to confirm this
promising technique in the diagnostic process of oropharyngeal dysphagia.
Descritores: Deglutition disorders; Acoustical analysis; Speech, Language and Hearing Sciences.
Financial support: Fundo de Incentivo a Pesquisa e Eventos/ FIPE
33. ASSOCIAÇÃO DE DOENÇA GASTROINTESTINAL COM DISFAGIA E BAIXO PESO PARA ESTATURA EM
PACIENTES PEDIÁTRICOS GRAVES
Barth, Fabiola Luciane; Barbosa, Lisiane De Rosa
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Introdução: Bebês e crianças com dificuldades de alimentação e deglutição frequentemente apresentam
problemas de trato gastrointestinal, sistema que representa influência soberana para prover a nutrição do organismo.
Problemas do trato gastrointestinal incluem anormalidades estruturais de esôfago e estômago, alterações de
motilidade, doenças inflamatórias e constipação. Esses podem resultar ou contribuir para problemas de alimentação
e deglutição, e se não identificados precocemente, podem rapidamente evoluir para deficiência de nutrição e falha no
crescimento em bebês e crianças com pouca ou nenhuma reserva nutricional. Até mesmo em crianças sem
alterações na deglutição, o adequado manejo das alterações gastrointestinais é essencial para o sucesso potencial
da alimentação. Mesmo que a condição médica orgânica tenha sido resolvida, deve-se notar que muitas vezes estes
pacientes são privados por longos períodos da alimentação enteral, e por consequência das experiências de
alimentação via oral, podendo comprometer o sucesso da alimentação, e requerendo atenção. O fonoaudiólogo
especialista na área de transtornos de alimentação e deglutição trabalha com o intuito de evitar ou minimizar o
impacto para complicações, favorecendo o crescimento e maturação no período crítico do desenvolvimento,
promovendo melhora do status nutricional e a diminuição da morbidade. Objetivos: Analisa os resultados da
avaliação clínica fonoaudiológica da deglutição e o estado nutricional de pacientes graves internados por doença de
base gastrointestinal em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, e suas associações. Métodos: Previamente
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número do parecer 467.673. Trata-se de estudo desenvolvido em
uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, com amostra de conveniência. Os critérios de inclusão foram possuir
doença de base gastrointestinal, solicitação médica e estabilidade clínica para avaliação de deglutição. Os critérios
de exclusão compreenderam dados incompletos em prontuário. Os dados foram coletados através de registro em
prontuários médico e fonoaudiológico. A avaliação clínica da deglutição baseou-se na identificação de problemas em
uma ou mais fases da deglutição. AdotouResultados: O diagnóstico de etiologia gastrointestinal foi apontado para 18 pacientes. Observou-se associação
significativa (p=0,012) para o diagnóstico clínico fonoaudiológico de disfagia com etiologia gastrointestinal, 86,7%
(n=13). Associação significativa (p=0,023) também foi encontrada para doença gastrointestinal com baixo peso para
estatura, 52,9% (n=9). Conclusões: Os achado deste trabalho corroboram a literatura no que diz respeito à influência
da maturidade gastrointestinal sobre as habilidades e eficiência da alimentação oral. Apesar de a falha no
crescimento ter causas multifatoriais, a otimização do funcionamento do trato gastrointestinal é importante para
restituir e manter a saúde ideal nesse grupo complexo de crianças, que vem aumentando sua incidência. Interromper
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Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
http://www.fmrp.usp.br/revista
Congresso Brasileiro de Disfagia
o ciclo de crescimento abaixo do esperado e o desenvolvimento secundário de deficiência de nutrição é essencial e
faz-se apropriado em qualquer estágio do desenvolvimento, a fim de reverter doenças anatômicas, fisiológicas e
psicológicas decorrentes da malnutrição. O fonoaudiólogo especializado é essencial às equipes de atenção ao
paciente com alterações gastrointestinais, pois é o profissional habilitado para gerenciar a disfagia, garantir
segurança nutricional e prevenir recusa e aversão alimentar.
Descritores: Transtornos de deglutição, Trato gastrointestinal, Unidade de terapia intensiva, Pediatria, Desnutrição
34. ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO PREMATURO: PERCEPÇÃO DA FAMÍLIA E DOS PROFISSIONAIS DE
SAÚDE
Klossowski, Diulia Gomes; Godoi, Vanessa Cristina; Fujinaga, Cristina Ide; Landowsky, Thais Fernanda;
Pankiw, Paula Maria; Karkow, Isabella Karina; Foltran, Laís Nadal
Universidade Estadual do Centro-Oeste
Introdução: O nascimento prematuro e suas complicações são as principais causas das mortes neonatais e
outras morbidades (paralisia cerebral, deficiências cognitiva, auditiva e de aprendizagem). Visando prevenir e reduzir
a gravidade das comorbidades, o Ministério da Saúde do Brasil adota como Política Pública a Norma de Atenção
Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso (Método Canguru- MC). O Método é realizado em três etapas, sendo
que as duas primeiras se concentram no ambiente hospitalar e a terceira etapa é o acompanhamento ambulatorial.
Objetivo: O objetivo geral do presente estudo foi compreender a forma como ocorre a assistência ao recém-nascido
prematuro, conforme preconiza a política pública de saúde, Método Canguru, a partir da percepção da família e
profissionais de saúde. Método: Trata-se de um estudo de cunho qualitativo. Foram entrevistados dezoito
profissionais de saúde e seis famílias. Os locais de entrevista com os profissionais foi na Secretaria Municipal de
Saúde, no Consórcio Intermunicipal de Saúde e no Hospital Santa Casa de Irati/PR. As famílias foram entrevistadas
neste último estabelecimento. As entrevistas foram encerradas a partir da saturação das respostas. A análise das
entrevistas foi a partir da análise de conteúdo, modalidade temática. Emergiram os seguintes núcleos temáticos das
entrevistas com os profissionais: Descompasso na comunicação entre os serviços de saúde e as famílias; A
fragmentação do cuidado ao prematuro e as famílias; Contradições entre as práticas profissionais e a política pública
instituída. Já para as famílias, os núcleos temáticos foram: Valorização do cuidado hospitalocêntrico; Assistência
centrada nos indicadores físicos do desenvolvimento do prematuro.
Resultados: Os discursos nos remetem a uma
comunicação superficial e pautada em técnicas médicas como sendo o necessário à gestante e ao bebê. A família e
o bebê recebem um cuidado fragmentado, centrado na doença, e não integralmente conforme preconiza a política.
Houve relatos concisos sobre a política, observamos que os profissionais desconhecem o que ela preconiza, e
valorizam a atenção e cuidado hospitalar. Em decorrência disso, ocorrem contradições entre as práticas profissionais
e o que está instituído na política. Conclusão: A formação dos profissionais de saúde não acompanhou a mudança
do paradigma no cuidado, e está afastada da forma de um cuidado integral. O que se percebe é uma formação
insuficiente para as transformações instituídas na prática. A valorização do cuidado hospitalar ficou marcado nas
falas das famílias. O bebê recebe uma assistência básica, de pesagem e vacinação e atendimento médico. Não há o
cumprimento da política pública e a existência de um serviço e de profissionais que garantam ações conjuntas e
eficientes no cuidado com o bebê e a família.
Descritores: prematuro; assistência à saúde; família; profissional de saúde; pesquisa interdisciplinar, desenvolvimento da
comunidade.
35. A AMAMENTAÇÃO SOB A ÓTICA DAS PROFISSIONAIS DE SAÚDE: SABERES E PRÁTICAS DO
PROCESSO
Godoi, Vanessa Cristina; Klossowski, Diulia Gomes; Fujinaga, Cristina Ide; Landowsky, Thais Fernanda;
Pankiw, Paula Maria; Karkow, Isabella Karina; Foltran, Laís Nadal
Universidade Estadual do Centro-Oeste
Introdução: Ser mulher na atualidade não significa mais somente ser ou tornar-se mãe. As mulheres hoje
possuem o direito de escolha sobre suas decisões, seu estilo de vida e principalmente sobre a maternidade. Por
esse viés, a compreensão da amamentação na contemporaneidade envolve ao ser mulher: mãe, esposa,
trabalhadora e cidadã, visando as mudanças de acordo com os contextos histórico, social e cultural. A decisão de
amamentar da mulher está interligada a sua história de vida, ao significado que atribui a este ato, sendo uma opção
pessoal da mulher determinada pelo seu existir no mundo. Entretanto, ela sente-se cobrada pela sociedade, que
valoriza a maternidade e vê a prática de amamentar como uma virtude natural, um dom divino, puro e universal. O
desprazer nem sempre é explícito por quem vivencia, por não ser compatível ao perfil idealizado de mãe. Os
aspectos biológicos da amamentação sobrepõem a subjetividade da mulher e, ao mesmo tempo em que ela diz ser
livre para escolher, é necessário estar preparada para as cobranças impostas pela sociedade. Percebe-se que as
profissionais de saúde, detentoras do conhecimento sobre o aleitamento materno, tem como principal papel o auxílio
às nutrizes e, a partir disso, acabam se tornando as protagonistas no sucesso dessa prática. Objetivos: Compreender
o processo da amamentação pela ótica das profissionais da saúde, descrever a vivência da amamentação das
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Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
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Congresso Brasileiro de Disfagia
profissionais de saúde e identificar saberes e práticas que envolvam o aleitamento materno mediante o que foi
vivenciado no processo da amamentação. Método: Foi realizada uma abordagem qualitativa, em que foram
entrevistadas 12 profissionais de saúde de diferentes áreas de formação que já haviam passado pela experiência de
amamentar seus filhos e que atuavam ou já atuaram na UTI neonatal e Alojamento Conjunto da Santa Casa de Irati.
Os dados foram analisados mediante a análise do conteúdo, modalidade temática. Resultados: Pôde-se perceber
que a amamentação é vista pelas profissionais como um ato natural e naturalizado; como uma prática associada ao
gênero feminino, como uma obrigação, tanto pelas cobranças sociais, quanto pelo próprio saber científico e técnico
que possuem e, que foram muitos os desdobramentos que essa vivência causou no processo de atuação
profissional. Conclusão: Embora se referindo à amamentação como algo natural, aspectos relativos a momentos
negativos e desagradáveis vivenciados pelas mulheres durante a amamentação foram ressaltados por elas em suas
falas, evidenciando uma visão diferente do que se vem apregoando nos discursos em prol do aleitamento materno.
Percebemos também que a amamentação para essas mulheres é tomada muitas vezes como obrigação, como um
fardo que carregam pela qualificação que possuem, e pelas determinações sociais e de gênero. No entanto,
independente da vivência ter sido boa ou ruim, as profissionais de saúde modificaram seu olhar para as nutrizes.
Descritores: Amamentação, gênero, profissionais de saúde.
Financiamento: CAPES/Fundação Araucária
36. DISFAGIA EM PACIENTES INTERNADOS EM UTI PEDIÁTRICA POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
Giorgetti, Marilia de Paula; Flabiano-Almeida, Fabíola Custódio; Bühler, Karina Elena Bernardis
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP
Introdução: As doenças respiratórias são uma das principais causas de internações em Unidades
Pediátricas de Terapia Intensiva, sendo a disfagia orofaríngea um achado freqüente, geralmente em função de
prejuízos na coordenação entre deglutição e respiração durante a alimentação. Além disso, essas crianças podem
necessitar de intubação orotraqueal (IOT) prolongada, o que também pode levar a quadros de disfagia. Objetivo:
Analisar as alterações de deglutição apresentadas por pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva
pediátrica devido a doenças respiratórias, comparando-se os pacientes submetidos e os não submetidos à intubação
endotraqueal prolongada. Método: estudo retrospectivo de revisão de prontuário. Foram analisadas as avaliações
clínicas fonoaudiológicas realizadas na UTI Pediátrica de um hospital público de nível secundário, durante o período
compreendido entre Janeiro e Junho de 2014. Todas as avaliações foram realizadas utilizando-se o Protocolo de
Avaliação Clínica da Disfagia Pediátrica (PAD-PED). Os critérios de inclusão foram: pedido médico de avaliação
fonoaudiológica para verificação da prontidão para reintrodução de alimentação por via oral, diagnóstico de
internação relacionado exclusivamente à doenças respiratórias. Os critérios de exclusão foram: queixa prévia de
dificuldade de deglutição, histórico de prematuridade, alterações neurológicas, presença de síndromes e/ou
cardiopatias. Assim, dos 145 pacientes que deram entrada na UTI do referido serviço, foram selecionados 16 para
composição deste estudo. O grupo sem IOT foi composto por seis crianças (quatro do gênero feminino e duas do
gênero masculino), com média de idade de 3 meses e 10 dias. O grupo com IOT foi composto por 10 crianças (5 do
gênero masculino e 5 do gênero feminino), com média de idade de 10 meses e 12 dias. O tempo médio de intubação
foi de 7,2 dias (DP =2,44). Os diagnósticos de internação foram crise de sibilância, bronquiolite, pneumonia e
insuficiência respiratória. Resultados: Após análise das avaliações fonoaudiológicas realizadas, foi constatada
ocorrência de disfagia orofaríngea de grau leve em 16% do grupo sem IOT enquanto no grupo com IOT, observou-se
disfagia de grau moderado a severo em 50% dos sujeitos e disfagia de grau leve em 10% dos sujeitos. O teste de
Mann-Whitney revelou forte tendência à significância estatística na comparação entre os grupos (p-valor = 0,059).
Conclusão: Observou-se um número significativo de pacientes com disfagia orofaríngea na população estudada,
especialmente nos casos em que foi necessária intubação orotraqueal, sendo a maioria classificada como de grau
moderado a grave. Tal achado reforça a importância da presença do Fonoaudiólogo em unidades pediátricas de
terapia intensiva, uma vez que este é o profissional mais indicado para a determinação do diagnóstico e intervenção
dos distúrbios da deglutição, reduzindo o tempo de internação e custos hospitalares.
Descritores: disfagia, crianças, doenças respiratórias, intubação orotraqueal.
37. ACHADOS FONOAUDIOLÓGICOS EM INDIVÍDUOS COM GASTROSQUISE
Bonfim, Danielle; Befi-Lopes, Debora; Glebocki, Aline
Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais
Introdução: A Gastrosquise é uma anomalia congênita caracterizada pela extrusão do intestino fetal,
secundária a um defeito na parede abdominal anterior, dentro da vida uterina. Logo após a cirurgia de correção, se
faz necessária a permanência prolongada do recém-nascido na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, tendo por
consequência dificuldade em estabelecer alimentação por via oral. Objetivo: descrever os achados fonoaudiológicos
em indivíduos com gastrosquise, em pacientes internados em UTI neonatal. Método: Estudo retrospectivo transversal
realizado a partir da análise de registros das avaliações fonoaudiológicas nos pacientes. Foram incluídos dados dos
pacientes internados que passaram por avaliação fonoaudiológica da deglutição de janeiro de 2012 a novembro de
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Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
http://www.fmrp.usp.br/revista
Congresso Brasileiro de Disfagia
2014, totalizando 28 indivíduos. Aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa sob no. 796.415. Resultados: Todas
as mães eram primigestas, 57% abaixo dos 20 anos de idade; A ocorrência de prematuridade foi de 57,1%. A média
de idade dos RN foi de 37,3 dias na avaliação e de 48,5 dias na alta fonoaudiológica. O tempo médio entre avaliação
e alta fonoaudiológica foi de 11,2 dias. O principal motivo da solicitação médica para avaliação foi de transição de via
alternativa de alimentação exclusiva para via oral. A principal via de alimentação no momento da avaliação foi a
sonda orogástrica em 21% dos pacientes e a principal dieta foi a fórmula hidrolisada. Os parâmetros de sucção nãonutritiva, captação, reflexos, coordenação entre sucção, deglutição e respiração, saturação e ausculta cervical
apresentaram resultados dentro do esperado em mais de 50% da amostra. A presença de escape anterior ocorreu
em 65% das avaliações realizadas e em 64% foi necessária a indução de pausas durante a oferta. Todos os
pacientes do estudo receberam alta hospitalar com via oral exclusiva. Conclusão: Os dados encontrados
demonstram a necessidade da avaliação e terapia nos pacientes com gastrosquise e a importância da atuação
fonoaudiológica na transição de via alternativa de alimentação à via oral no período de internação hospitalar.
Descritores: Transtornos de deglutição; Gastrosquise; Fonoaudiologia
38. INTRODUÇÃO DE DIETA VIA ORAL EM RECÉM-NASCIDO COM EPIDERMÓLISE BOLHOSA: RELATO DE
CASO
Bonfim, Danielle; Ponciano, Bianca; Glebocki, Aline; Befi-Lopes, Debora
Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais
Introdução: A epidermólise bolhosa é definida como uma dermatose rara, de caráter hereditário,
caracterizada pelo desenvolvimento de bolhas na região cutaneomucosa de todo o corpo, em resposta ao trauma
mínimo, ao calor, ou a nenhuma causa aparente, podendo se manifestar ao nascimento ou durante os primeiros
anos de vida. Pode ser classificada como epidermólise bolhosa simples, juncional ou distrófica, segundo a herança
genética, distribuição anatômica das lesões e o nível histológico de formação das bolhas; no entanto, o diagnóstico
concreto, só pode ser feito através de biópsia cutânea e exame de imunofluorescência ou microscopia eletrônica. As
bolhas podem se estender na pele e mucosas, incluindo orofaringe e esôfago; seu surgimento é seguido de ruptura e
cicatrização hipertrófica, le¬vando à anquiloglossia, microstomia e estenose de laringe, vestíbulo nasal e de esôfago,
em casos mais avançados. Objetivo: Descrever o processo de introdução de dieta via oral, pela equipe de
fonoaudiologia, em um recém-nascido com epidermólise bolhosa internado em unidade de terapia intensiva neonatal.
Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo transversal realizado a partir da análise dos dados relatados nas
evoluções fonoaudiológicas em prontuário. Resultados: Na avaliação fonoaudiológica o recém-nascido se encontrava
em uso de sonda orogástrica (SOG) exclusiva para alimentação e clinicamente estável. Foram encontrados os
seguintes achados fonoaudiológicos: prontidão, e vedamento labial, sucções ritmadas, lentificadas e com pressão
intra-oral diminuída. A oferta de dieta via oral com fórmula láctea na mamadeira de bico comum de silicone foi,
inicialmente, dificultada pela não aceitação do bico, por provável estímulo doloroso devido à presença de lesões nas
regiões peri e intra-orais. Os atendimentos fonoaudiológicos foram realizados diariamente, com periodicidade de uma
ou duas vezes ao dia, com objetivo de introdução de dieta via oral com segurança e conforto ao paciente. Com a
utilização de bico de látex houve melhor desempenho com boa coordenação sucção-deglutição-respiração, sendo
possível iniciar a liberação de dieta via oral já no terceiro atendimento fonoaudiológico. Com a adaptação do bico, a
melhora do padrão de sucção e progressiva aceitação da dieta foi possível liberar dieta exclusivamente por via oral
no décimo atendimento fonoaudiológico. Com a melhora das lesões foi introduzido o bico de silicone, com boa
aceitação e desempenho. Foram realizadas orientações à mãe quanto à utilização do bico de látex somente em caso
de desconforto pela presença de novas bolhas ou lesões na cavidade oral após a alta hospitalar. Conclusão: O
manejo do paciente com epidermólise bolhosa deve ser cuidadoso, porém a introdução de dieta via oral é possível,
com a devida intervenção fonoaudiológica, considerando a existência de bolhas na orofaringe e evitando a possível
formação de novas lesões.
Descritores: Epidermólise Bolhosa; Disfagia; Neonatal
39. MATERIAL MULTIMÍDIA SOBRE CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO EM BEBÊS COM SEQUÊNCIA DE
ROBIN
Mendes, Caroline Antonelli; Silva, Nathane Sanches Marques; Prado-Oliveira, Rosana
Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais – Universidade de São Paulo
Introdução:A Sequência de Robin é definida pela presença de micrognatia e glossoptose com ou sem
fissura palatina. Caracteriza-se por obstrução alta e dificuldades respiratórias e alimentares que são mais frequentes
e mais graves no período neonatal. Sendo o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de
São Paulo, um centro de referência na reabilitação de pacientes com deformidades craniofaciais, a diversidade de
casos, a complexidade das deformidades e a demanda por tratamento multidisciplinar impele a instituição a não
somente ser um centro assistencialista, mas também, centro de ensino e pesquisa. Desta forma, cabe aos
profissionais atuantes na área de saúde, disseminar conhecimentos para outros profissionais e para os pais e/ou
cuidadores por meio de materiais gráficos, multimídia ou programas de teleassistência abordando os conceitos que
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Congresso Brasileiro de Disfagia
favoreçam a prevenção e o tratamento das alterações associadas. Objetivo: Desenvolver um material multimídia com
informações a respeito da alimentação do bebê com Sequência de Robin para ser utilizado pelos profissionais da
área como facilitador da compreensão dos pais e/ou cuidadores sobre questões relativas à alimentação dos
lactentes. Material e Métodos: Este estudo está sendo realizado no Hospital de Reabilitação de Anomalias
Craniofaciais e foi inciado após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisas da instituição. O material está em
processo de execução, no Laboratório de Fonética Experimental do Hospital. Foi selecionado como público alvo os
pais e/ou cuidadores de bebês com Sequência de Robin nos diversos níveis culturais e sócio-econômicos, e
profissionais da saúde. O material em preparo segue as planilhas propostas por Wen (2008) para identificação da
prioridade de assuntos e da abordagem pedagógica para organização do conteúdo. Uma vez elaborado o roteiro
(imagens e descrições), a finalização computacional será realizada utilizando-se o programa Power Point ou Word
(Microsoft, 2007), e este material será convertido em um vídeo auto-demonstrativo, material multimídia que
futuramente será disponibilizado online no site do Hospital: http://www.centrinho.usp.br/. Resultados: Realizou-se a
organização do conteúdo abrangendo as seguintes habilidades: conhecer ou entender o que é Sequência de Robin e
familiarização com uso dos termos clínicos micrognatia, glossoptose e dificuldade respiratória; conhecer ou entender
o que é Sequência de Robin e familiarização com uso dos termos clínicos micrognatia, glossoptose e dificuldade
respiratória; habilidade de compreender como ocorre o processo em que os bebês podem passar quanto à cânula,
intubação nasofaringea; compreender a posição correta durante a alimentação do bebê e a necessidade um
processo de intervenção ampliado com equipe Multiprofissional; conhecer e realizar estratégias que possam auxiliar
a alimentação do bebê com fissura labiopalatina. Mantendo-se um enfoque nas questões relacionadas à alimentação
dos bebês com Sequência de Robin, optou-se pelo desenvolvimento de um conteúdo que ajudasse a compreensão
desse processo e auxiliasse os pais e/ou cuidadores quanto ao manejo de técnicas para facilitar essa alimentação.
Conclusão: Foi organizado o conteúdo do material multimídia com informações a respeito da alimentação do bebê
com Sequência de Robin para ser utilizado pelos profissionais da área como facilitador da compreensão dos
cuidadores. Futuramente com a finalização do material multimídia, o mesmo será disponibilizado para o público.
Descritores: Síndrome de Pierre Robin, Fissura Palatina, Multimídia, Orientação, Cuidadores, Alimentação Artificial e
Aleitamento Materno
40. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM MEDULOBLASTOMA CLÁSSICO –
RELATO DE UM CASO
Pereira, Michelle Miranda; Glebocki, Aline Cristina Gabriel; Befi-Lopes, Débora Maria
Instituto da Criança – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
Introdução: A região da fossa posterior é o local mais comum de tumores cerebrais na infância. Estruturas
desta região, incluindo o cerebelo, tronco cerebral, gânglios basais e vias da substância branca córtico-cerebelar
conectando estas áreas desempenham um papel crucial na execução precisa e eficiente dos movimentos da fala e
da deglutição. Um dos tipos de tumores da região da fossa posterior é o meduloblastoma. Objetivo: descrever caso
de paciente pediátrico com diagnóstico de meduloblastoma clássico acompanhado pela equipe fonoaudiológica em
hospital oncológico pediátrico. Materiais e métodos: Estudo retrospectivo transversal realizado a partir da análise dos
dados relatados nas evoluções fonoaudiológicas em prontuário. Resultado: Paciente do sexo masculino, cinco anos
de idade, iniciou acompanhamento fonoaudiológico após ressecção parcial do tumor evoluindo com paralisia facial,
disfagia e disartria. Em avaliação fonoaudiológica paciente encontrava-se com sonda nasogástrica como via de
alimentação exclusiva, em ar ambiente, contactuante, responsivo e colaborativo. Apresentava: assimetria facial com
paralisia à direita, tônus e mobilidade reduzidos de órgãos fonoarticulatórios, deglutição espontânea de saliva com
força e elevação laríngea diminuída, ausculta cervical ruidosa e “voz molhada” sugerindo estase salivar em recessos
faríngeos. Foi realizada oferta de alimento pastoso homogêneo em colher e observado abertura de boca reduzida,
captação do alimento, vedamento labial completo, tempo de trânsito oral aumentado, ejeção do bolo enfraquecida,
elevação laríngea reduzida, deglutições múltiplas, ausculta cervical ruidosa mantida e tosse fraca durante oferta.
Após a avaliação foi indicada gastrostomia, devido à necessidade de ganho nutricional para continuidade do
tratamento com quimioterapia e radioterapia. O planejamento terapêutico, após a gastrostomia, visou o aumento da
mobilidade e elevação laríngea, da mobilidade e força dos órgãos fonoarticulatórios, da sensibilidade e função de
hemiface direita, além do treino com terapia direta para possível transição de via de alimentação. As sessões foram
divididas em terapia de regulação orofacial, exercícios de motricidade oral, manobras terapêuticas como: Shaker com
objetivo de elevação, anteriorização e estabilização laríngea; deglutição de esforço para aumentar a força muscular
das estruturas envolvidas; deglutição com lateralização de cabeça para auxiliar limpeza em recessos faríngeos;
estimulação tátil-térmico-gustativa intra-oral e oferta de volume com consistência pastosa. Após as seis primeiras
sessões foi possível notar melhora da elevação laríngea e ausência de resíduo salivar em recessos faríngeos em
ausculta cervical. Após quinze sessões de terapias diárias, foi liberada dieta pastosa duas vezes ao dia com
ausência de sinais clínicos de penetração e/ou aspiração laringotraqueal. Em treinos realizados com líquidos, a
criança apresentou escape nasal significativo. Diante disso, acrescentou-se durante o processo exercícios para
mobilidade velofaríngea. Após dezoito terapias foi liberada dieta semi-sólida com restrição para líquidos, pois o
paciente mantinha escape nasal. Na última sessão (vigésima segunda) foram liberados líquidos no canudo ou no
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Congresso Brasileiro de Disfagia
copo com goles controlados, evoluindo com dieta geral para idade. Conclusão: o presente estudo de caso evidencia
a importância da atuação fonoaudiológica no paciente com meduloblastoma, e sugere que novos estudos, com
população ampliada, sejam realizados em busca de promover melhor qualidade de vida para os pacientes
oncológicos pediátricos.
Descritores: pediatria, oncologia, fonoaudiologia, disfagia, meduloblastoma, reabilitação
41. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM MEDULOBLASTOMA CLÁSSICO –
RELATO DE UM CASO
Gasparin, Marisa; Schweiger, Cláudia; Manica, Denise; Maciel, Antônio Carlos; Kuhl, Gabriel; Levy, Deborah Salle;
Marostica, Paulo José Cauduro.
Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente - Faculdade de Medicina, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. Serviço de Otorrinolaringologia, Unidade de Laringologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
Serviço de Radiologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Faculdade de Fonoaudiologia, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Unidade de Pneumologia Infantil do Serviço de Pediatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
INTRODUÇÃO: a investigação da disfagia inicia-se, usualmente, através da avaliação clínica seguida de
exames complementares, como a videofluoroscopia, considerada o padrão-ouro para diagnóstico de aspiração. A
avaliação clínica da deglutição é amplamente utilizada na rotina fonoaudiológica por ser um método rápido e de baixo
custo, que pode ser realizado tanto em unidades de internação quanto em unidades ambulatoriais. Sabe-se, porém,
que não há instrumentos validados para a população pediátrica, e a acurácia do método é desconhecida. Sendo
assim, é fundamental conhecer sua sensibilidade e sua especificidade para melhor entender a aplicabilidade do
método. OBJETIVOS: verificar a acurácia de um protocolo de avaliação clínica da deglutição em uma amostra de
crianças com diagnóstico de laringomalacia ou de glossoptose, bem como descrever a prevalência de disfagia em
cada uma dessas doenças e a resposta da dinâmica da deglutição às intervenções fonoterapêuticas de redução de
fluxo e de modificação de consistência dos líquidos. MÉTODOS: foi realizado um estudo transversal que avaliou
crianças com idade entre um mês e 11 anos de vida com diagnóstico de laringomalacia ou glossoptose,
acompanhados pelo Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), entre abril de
2013 e outubro de 2014. O diagnóstico dessas patologias foi realizado pelo médico otorrinolaringologista através de
endoscopia de vias aéreas. Realizou-se a avaliação clínica da deglutição por uma fonoaudióloga e, após, a
videofluoroscopia, seguindo-se a mesma rotina e padronização da avaliação clínica, porém por outra fonoaudióloga e
por um médico radiologista. Foram utilizados os protocolos propostos por DeMatteo et al. (2005) e modificados pelos
pesquisadores do presente estudo, sendo testadas as consistências líquida rala e líquida engrossada na viscosidade
néctar. Os utensílios testados na oferta da via oral foram mamadeira e bico que a criança utilizava na alimentação
usual, bico ortodôntico para líquidos de média consistência (fluxo leite) e bico ortodôntico para líquidos ralos (fluxo
água/chá). RESULTADOS: a amostra do estudo foi composta por 29 pacientes, sendo 10 portadores de
laringomalacia e 19 de glossoptose. A sensibilidade da avaliação clínica não ultrapassou 50% em nenhuma das
observações, mas a especificidade alcançou valor de 100% em alguns casos. A prevalência de disfagia foi de 100%
e o espessamento dos líquidos reduziu significativamente as aspirações traqueais. CONCLUSÕES: a disfagia foi
altamente prevalente em crianças com laringomalacia ou glossoptose. A avaliação clínica mostrou-se pouco sensível
na identificação de penetração laríngea e aspiração traqueal. No entanto, sua elevada especificidade sugere
repensar a indicação da videofluoroscopia nos casos em que tais eventos são identificados através da avaliação
clínica.
Descritores: distúrbio de deglutição; laringomalacia; glossoptose; acurácia
42. TRANSFORMACION DE CONSISTENCIA LÍQUIDA PARA FAVORECER LA BIOMECÁNICA DEGLUTORIA/
REDUCIR RIESGOS ASPIRATIVOS EN NIÑOS LESION CEREBRAL
Vargas, Miguel; Rodríguez, Yohandris
Facultad de salud – Universidad de Pamplona – Colombia
Introducción: Dentro del abordaje fonoaudiológico, especialmente en sujetos con déficit motores, se
privilegia el trabajo con funciones vitales como la deglución, proceso por medio del cual el ser humano se nutre a
través de la ingesta de los alimentos. La condición motora “atípica” generará trastornos en el proceso que implican,
incluso, factores de riesgo para la vida. La búsquedas de estrategias que permitan a esta población efectivizar su
deglución y disminuir sobre medida las implicaciones riesgosas de la alteración, es un deber disciplinar. Sin embargo,
históricamente la fonoaudiología ha dado cuenta de los procesos de abordaje a esta población, pero por más
evidente que se haga el trastorno, el contexto, que es al final el encargado de proporcionar, facilitar y adecuar los
procesos, no sucumben ante la idealidad, pero si ante las exigencias de tiempo de la sociedad y el trabajo, aspectos
evidenciados en el campo. Objetivo: Fundamentar aspectos que adquiere el proceso deglutorio al adoptar, como
herramientas terapéuticas, transformaciones de consistencias que posibiliten al usuario con lesiones cerebrales un
control funcional del alimento. Metodos: El proceso se plantea bajo la modalidad de investigación de campo, de
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Congresso Brasileiro de Disfagia
carácter interpretativo, de base cuali-cuantitativa y de observación participativa, cuya función permitirá al investigador
conocer la relación o grado de asociación existente entre los factores implícitos en la transformación de la
consistencia líquida y la adecuación del proceso deglutorio evidenciado en la aplicación de la A.C. Para efectos
interpretativos se remite el estudio a la arqueología documental, teniendo en cuenta los antecedentes históricos que
describen los trastornos deglutorios en sujetos en condición de discapacidad motora. La metodología aplicativa inicia
con la elección de la muestra poblacional y pasa posteriormente a la aplicación de la prueba y toma de muestra.
Resultados: Sujetos con Insuficiencia Motriz de Origen Cerebral, secuelas motoras de Eventos Cerebro-Vasculares,
Traumatismos Cráneo-Encefálicos, entre otras, conviven con limitaciones físicas propias de su patología, generando
inconvenientes específicamente en una función primordial, primitiva pero compleja, la deglución. Deglutir se concibe
como ese proceso sensorio-motor encargado de transportar alimento de boca a estómago; comandado por un alto
número de músculos orales, faríngeos y esofágicos, y estructuras óseas, dinámicas y móviles, que anclan grupos de
fuerza encargados del envío. Es un proceso complejo que exige la coordinación de estructuras aparentemente
inconexas y que de fallar puede incluso arriesgar la vida. Conclusión: Se deben establecer procesos que puedan
suplir las necesidades motoras de la población con déficit motor. Las transformaciones de consistencias, aunque
mejoran cualitativamente el proceso biomecánico deglutorio, no revela una deglución eficaz en el indicador de la
ausculta cervical Se concluye que la transformación de consistencia líquida favorece la disminución de riesgos
aspirativos en la biomecánica deglutoria, ocasiona un mejor control del bolo del alimento en la cavidad oral,
inhibiendo por ejemplo la salida anterior del mismo, el derrame por comisura e incluso el escape posterior.
Descritores: Trastornos del movimiento; Deglución; Espectrografía del sonido; Terapéutica; Trastornos de deglución
Fuente de financiamiento: Universidad de Pamplona
43. A IMPORTÂNCIA DA FONOAUDIOLOGIA COM PACIENTES TRAQUEOSTOMIZADOS
Rocha, Luciana; Rock, Luciana
Instituto de Ciências da Saúde – Universidade Federal da Bahia Institute of Health Sciences - Federal University of Bahia
Introdução A traqueostomia, ou seja, abertura temporária da traquéia na parte anterior do pescoço e com a
introdução de uma cânula para melhorar a respiração, é um procedimento muito utilizado atualmente. Antigamente
esse método era usado em situações de emergências para salvar vidas, por se trata de uma técnica que
apresentava altas taxas de mortalidade. Após a padronização da técnica o procedimento passou a ser usado
rotineiramente de maneira segura e eficaz (CHEVALIER JACKSON, 1921). O procedimento é indicado em pacientes
com problema de deglutição e aspiração, laringotraqueal, mas a própria traqueostomia pode apresentar aspiração. A
importância do uso da traqueostomia é reduzir as complicações severas, seja a aspiração laringotraqueal, a infecção
local ou estenose laringotraqueal.Objetivos Goals Mostra a importância do acompanhamento Fonoaudiologico com
paciente que utilize a traqueostomia.Métodos Através de uma extensa revisão de literatura por meio de pesquisa em
artigos científicos que abordam o conteúdo sobre a Fonoaudiologia e pacientes traqueostomizados. Foram utilizadas
as bases de dados eletrônicas: Pubmed, CEFAC, Scielo e CAPES. Resultados Independentemente da
traqueostomia ser o fator desencadeante da disfagia ou uma conseqüência, deve-se pensar em estratégias que
minimizem seu impacto na deglutição, mesmo que essas estratégias ainda não estejam totalmente comprovadas
como eficazes. Antes da realização da traqueostomia, o cirurgião deve decidir pelo tipo de incisão na traquéia e pelo
tipo de Cânula utilizada que menos afetarão a deglutição. Foi possível perceber que os artigos, demonstraram que os
pacientes traqueostomizados dependentes do ventilador e apresentam comprometimento das estruturas
orofaríngeas como atrofia muscular e diminuição da mobilidade, possivelmente interferindo na coordenação da
dinâmica da deglutição. É importante durante o uso da traqueostomia desinsuflar o canff por pouco tempo em alguns
momentos do dia.Conclusões O acompanhamento fonoaudiologico é de extrema importância para os pacientes
traqueostomizados principalmente os que dependem da ventilação mecânica internados em Unidade de Terapia
Intensiva que podem apresentar alteração de tonicidade e amplitude do movimento e das estruturas orofaríngeas e
alteração da deglutição, principalmente nos pacientes disfágicos com cuff insuflado. A reabilitação fonoaudiológica
contribuiu para a melhora da deglutição nesses pacientes.
Descritores: Traqueotomia, Fonoaudiologia, Disfagia
44. O USO DA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA NA DISFAGIA
Goldoni, NI; Netto, Irene de Pedro; Carrara de-Angelis, Elisabete
A. C. Camargo Cancer Center – São Paulo/SP
Introdução: Pacientes em UTI têm dificuldade com a comunicação em situações onde não conseguem falar.
Estas situações podem gerar um impacto na participação ativa do paciente no tratamento e no processo de cura. A
escassez de literatura sobre a importância da comunicação alternativa ao paciente disfágico é real. Assim, há a
necessidade do levantamento das contribuições da comunicação alternativa ao paciente disfágico em unidades de
terapia intensiva. Objetivo: Realizar revisão da literatura dos estudos que demonstram o papel da comunicação
alternativa no auxílio à reabilitação do paciente disfágico na Unidade de Terapia Intensiva. Material e Método: Foi
realizado levantamento na literatura nacional e internacional, publicada nos idiomas Inglês ou Português, utilizando-
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Congresso Brasileiro de Disfagia
se a base de dados Biblioteca Virtual em Saúde - BVS (www.bireme.br) que engloba as bases de dados LILACS,
MEDLINE, Biblioteca Cochrane, SciELO e IBECS e a base de dados PubMed-NCBI (Us National Library of Medicine
and National Institute of Health), sem restrição de tempo. Foram utilizadas as seguintes palavras, em combinações
variadas: comunicação alternativa; disfagia; leito; deglutição; unidade de terapia intensiva; centro de terapia
intensiva; UTI. Resultados: Vinte e seis estudos contemplaram os critérios propostos. Os artigos foram tabulados
quanto à caracterização da amostra e à metodologia. A maioria dos artigos envolveu pacientes com ausência
temporária da comunicação oral. Houve diferentes formas de comunicação: lousa mágica; símbolos pictográficos;
prancha com fotos; questões fechadas como “sim” ou “não”. Os achados referentes à deglutição foram variados e
descritos de acordo com objetivos de cada estudo. Conclusão: Foi constatado que a comunicação alternativa é um
método eficaz na redução da frustração da comunicação em pacientes disfágicos durante o período de internação.
Alguns achados demonstram que o sistema aumenta a eficiência e a rapidez da comunicação. Ainda há escassez na
literatura.
Descritores: Comunicação Alternativa; Disfagia; Unidade de Terapia Intensiva
45. DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES COM LARINGITE – ASPECTOS QUANTITATIVOS
Moda, Isabela, Dantas, Roberto Oliveira
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
Introdução: A laringite é uma doença que pode ser causada por fatores como tabaco, bebidas alcoólicas,
alergias, infecções rinofaríngeas e lesões traumáticas, entretanto, nos últimos anos, tem sido observada com
frequência como uma manifestação extra-esofágica decorrente do refluxo gastroesofágico. Nossa hipótese é que
estas lesões em laringe possam afetar a deglutição. Objetivo: Comparar os tempos dos eventos da deglutição nas
fases oral e faríngea, entre pacientes com laringite e indivíduos normais Materiais e Métodos: Participaram do estudo
21 pacientes com laringite (14 mulheres e sete homens; idade média: 50 anos) e 21 indivíduos normais (14 mulheres
e sete homens; idade média: 50 anos). Todos os participantes do estudo passaram pela avaliação videofluoroscópica
da deglutição, na qual foram analisadas as deglutições nas consistências líquida, pastosa e sólida, numa sequência
randomizada. Os pacientes com queixas sugestivas de alteração em laringe foram submetidos, antes da
videofluoroscopia, ao exame laringoscópico, com o qual foi feito o diagnóstico de laringite. No grupo de pessoas
normais, que não tinham queixas, não foi realizada laringoscopia. Resultados: No exame laringoscópico, as
principais alterações laríngeas encontradas nos pacientes foram hiperemia e edema posterior de laringe (71%),
hiperemia e edema de pregas vocais (29%) e paquidermia laríngea (19%). As principais queixas relatadas pelos
mesmos foram rouquidão (86%), pigarro (86%), pirose (76%), regurgitação ácida (76%), globus faríngeo (71%) e
necessidade de realizar deglutições múltiplas (62%). Não houve diferença significativa entre pacientes e indivíduos
normais na deglutição da consistência líquida. Para a consistência pastosa, o tempo de preparo oral do bolo foi mais
lento nos pacientes (média: 4691 ms) do que nos indivíduos normais (média: 2700 ms; p=0,002). Para a consistência
sólida, o tempo de trânsito oral foi mais rápido nos pacientes (média: 548 ms) do que nos indivíduos normais (média:
1533 ms; p=0,012). Conclusão: Pacientes com laringite tem um maior tempo de preparo oral do bolo e um menor
tempo de trânsito oral, após a preparação do bolo. Estas alterações podem ser consequências da presença de
lesões laríngeas, que não afetam o trânsito faríngeo.
Descritores: Deglutição, Laringite, Refluxo Gastroesofágico, Rouquidão
Financiamento: CAPES
46. DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES COM LARINGITE – ASPECTOS DESCRITIVOS
Moda, Isabela, Dantas, Roberto Oliveira
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
Introdução: Alguns casos de laringite têm sido associados a episódios de refluxo gastroesofágico (RGE). Os
achados laríngeos nesses casos vão desde hiperemia e edema posterior, até quadros de úlceras de contato em
processo vocal, tecidos cicatriciais exuberantes, alterações do revestimento laríngeo, estenose subglótica e
degeneração neoplásica do epitélio. Alguns autores referem a presença de disfagia nestes pacientes que
apresentam laringite relacionada ao RGE. Objetivo: Comparar o padrão da deglutição nas fases oral e faríngea entre
pacientes com laringite e indivíduos normais. Materiais e Métodos: Foram realizadas avaliações clínica e
videofluoroscópica da deglutição em 21 pacientes com laringite detectada através da realização do exame de
laringoscopia (14 mulheres e sete homens; idade média: 50 anos), e 21 indivíduos normais (14 mulheres e sete
homens; idade média: 50 anos). Os dois grupos passaram por avaliações clínica e videofluoroscópica da deglutição.
Tanto na avaliação clínica quanto na videofluoroscópica, foram estudadas as deglutições nas consistências líquida,
pastosa e sólida, numa sequência randomizada e em duplicata. Resultados: Na avaliação clínica, os pacientes com
laringite apresentaram maior número de deglutições múltiplas, manobras compensatórias, sensação de alimento
parado, tosse e resíduos em cavidade oral, em comparação aos indivíduos normais. Na avaliação
videofluoroscópica, foi observado que os pacientes com laringite apresentaram maior ocorrência de escape
prematuro posterior para as consistências líquida (p=0,006) e pastosa (p=0,0001). Na consistência sólida não houve
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diferença entre os grupos. Além disso, de um modo geral, observou-se tendência dos pacientes apresentarem
resíduo em cavidade oral, estase em valécula e recessos piriformes, e fracionamento do alimento embora, nestes
aspectos, não haver diferença estatisticamente significativa entre os grupos. Conclusão: Os resultados deste estudo
permitem concluir que há diferença na deglutição do paciente com laringite comparada a pessoas normais. O estudo
de um grupo maior e com lesões específicas poderá caracterizar melhor esta diferença.
Descritores: Deglutição, Refluxo Gastroesofágico, Laringite
Financiamento: CAPES
47. PERFIL FONOAUDIOLÓGICO DOS PACIENTES ENCAMINHADOS PARA A FONOAUDIOLOGIA EM UM
HOSPITAL DE PORTO ALEGRE
Burkhard, Laura; Keitel, Patricia; De Almeida, Sheila Tamanini
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto
Alegre
Introdução: a disfagia pode ser definida como uma desordem neurológica ou anatômica da deglutição e
pode resultar em desnutrição e desidratação, além da exposição ao risco de aspiração e infecções pulmonares. A
inserção fonoaudiológica no atendimento à beira do leito, assegura ao paciente a avaliação precoce e o diagnóstico
diferencial da deglutição, interpreta o diagnóstico e estabelece condutas terapêuticas que propiciem a melhor
qualidade na reabilitação da deglutição, linguagem e funções neurovegetativas. Objetivo: descrever o perfil dos
pacientes encaminhados para avaliação fonoaudiológica de um hospital público de Porto Alegre. Materiais e
métodos: estudo retrospectivo, através de revisão de prontuários de um banco de dados. O estudo avaliou 79
pacientes no período de janeiro a novembro de 2014. Quarenta eram do sexo feminino, com idades entre 28 e 97
anos, encaminhados para avaliação fonoaudiológica à beira do leito pelas equipes de medicina de um hospital
público de Porto Alegre. Os pacientes foram submetidos à avaliação sensório-motora-orofacial e ao protocolo
Gugging Swallowing Screening (GUSS), para classificar a deglutição. Estudo aprovado pelo comitê de ética do
hospital sob n° 41354. Resultados: a amostra apresentou média de idade de 64 anos (28 – 97 anos), com
equivalência entre gêneros (49,36% do gênero masculino e 50,63% do gênero feminino). Os diagnósticos médicos
mais prevalentes na população estudada foram AVC em 15 pacientes (18,98%), neoplasias em 13 pacientes
(16,45%), HAS em 5 pacientes (6,32%), choque séptico em 4 (5,06%), crise convulsiva em 3 pacientes (3,79%) e
AIDS em 3 (3,79%), entre outros casos. A equipe médica responsável por um maior numero de encaminhamentos foi
a equipe de Medicina Interna com 46 encaminhamentos (58,22%) seguida da Neurologia com 8 (10,12%). O motivo
predominante para a avaliação fonoaudiológica foi verificar a capacidade de reintrodução de via oral em 48 pacientes
(60,75%). Na avaliação sensório-motora-orofacial 45 pacientes (56,96%) apresentaram uma ou mais alterações na
mobilidade dos lábios, 41 pacientes (51,89%) na mobilidade da língua, 43 (54,43%) na força da língua, 17 (21,51%)
na sensibilidade da língua, 8 (10,12%) pacientes apresentaram alterações de sensibilidade da face, 55 (69,62%)
apresentaram uma ou mais alterações na mobilidade da mandíbula. Em relação à disfagia, 7 pacientes (8,86%)
apresentaram deglutição normal ou disfagia leve sem ou com mínimo risco de aspiração, 23 (29,11%) apresentaram
disfagia leve com baixo risco de aspiração, 13 (16,45%) apresentaram disfagia moderada com risco de aspiração, 15
(18,98%) apresentaram disfagia grave com alto risco de aspiração, 11 (13,92%) apresentaram deglutição Funcional,
em 6 (7,59%) não foi possível realizar o teste de deglutição, 4 (5,06%) pacientes estão sem informações referentes
ao grau de disfagia no banco de dados. Conclusão: foi possível verificar que o perfil fonoaudiológico dos pacientes
avaliados é equivalente em relação ao gênero, com média de 64 anos e com predomínio de doença cérebro vascular
e neoplasias de diversas etiologias. Contudo observa-se que há uma frequência importante de alterações de
deglutição nas diferentes doenças identificadas. Fato este que necessita de atenção especializada como forma
preventiva de complicações pulmonares e nutricionais, as quais adiam a alta hospitalar.
Descritores: fonoaudiologia, disfagia, deglutição, diagnóstico médico
48. INTERVENÇÃO INTERDISCIPLINAR NO CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO: RELATO DE CASO
Costa, Danila Rodrigues; Mituuti, Cláudia Tiemi; Golçalves, Jeanne Kelly; Battisti, Maíra de Paula Leite; Favoretto,
Natália Caroline; Rubira, Cássia Maria Fischer; Santos, Paulo Sérgio da Silva; Berretin-Felix, Giédre
Faculdade de Odontologia de Bauru - Universidade de São Paulo
Introdução: O câncer de cabeça e pescoço pode trazer grande impacto no bem estar físico, psicológico e
social do paciente. Os tratamentos cirúrgico, de radioterapia e quimioterapia podem resultar em déficits funcionais na
mastigação, deglutição e fala, influenciando a condição emocional, o estado nutricional e a qualidade de vida. Para
uma terapêutica eficaz, se faz necessário uma ação em conjunto com a equipe interdisciplinar, onde o objetivo final é
o melhorar a qualidade de vida do paciente. Objetivo: apresentar os resultados de intervenção multidisciplinar no
caso de um paciente pós-tratamento de câncer de cabeça e pescoço. Método: paciente de 65 anos, homem, com
diagnóstico de carcinoma espinocelular de língua, após tratamento quimioterápico/radioterápico, tendo realizado
acompanhamento na Clínica Multidisciplinar e na Clínica de Fonouadiologia da FOB-USP. Foram aplicados os
questionários EAT-10, OHIP-14, avaliação clínica da deglutição e avaliação subjetiva global produzida pelo próprio
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Congresso Brasileiro de Disfagia
paciente (ASG-PPP) pré e pós intervenção. A intervenção interdisciplinar foi constituída por terapia fonoaudiológica
voltada à função de deglutição utilizando exercícios miofuncionais orofaciais e manobras facilitadoras, tratamento
odontológico convencional e reabilitação protética, assim como orientação nutricional. Resultados: Os resultados dos
protocolos antes das intervenções da equipe multidisciplinar demonstraram 16 pontos no EAT-10 e houve impacto
fraco na qualidade de vida do paciente relacionada à saúde oral (OHIP-14). Na avaliação clínica com alimento líquido
e sólido foi verificada elevação laríngea reduzida, alteração vocal e tosse após a deglutição, além de engasgo para
líquido e resíduo em língua e bochecha para o alimento sólido. Na ASG-PPP, foi observada perda de 25% de seu
peso habitual e mudança de dieta geral para pastosa. Após quatro meses de intervenção fonoaudiológica semanal,
odontológica e nutricional foi obtido 6 pontos no questionário EAT-10, enquanto no OHIP-14 foi obtido impacto fraco
na qualidade de vida relacionada à saúde oral. Na avaliação clínica da deglutição foi observado presença de pigarro
após a deglutição de líquido e sólido, além de presença de resíduo em língua para alimento sólido. A partir da ASGPPP houve recuperação de 83% do peso habitual e mudança para dieta semi-sólida, porém com necessidade de
acompanhamento nutricional regular. Conclusão: A intervenção interdisciplinar mostrou impacto positivo na qualidade
de vida, no estado nutricional e no quadro de disfagia orofaríngea em um paciente com câncer de cabeça e pescoço.
Descritores: Neoplasias de Cabeça e Pescoço, Equipe Interdisciplinar de Saúde, Transtornos da Deglutição,
Reabilitação Bucal, Qualidade de Vida
49. DISFAGIA OROFARÍNGEA EM PACIENTES SUBMETIDOS À INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL PROLONGADA
EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
Chagas de Medeiros, Gisele; Chiaron Sassi, Fernanda; Furquim de Andrade, Claudia Regina
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Introdução: A deglutição é um processo complexo que requer a coordenação precisa de mais de 25
músculos, seis pares de nervos cranianos e os lobos frontais. O comprometimento neste processo, denominado de
disfagia, pode aumentar a taxa de morbidade dos pacientes e também o risco para a aspiração, retardando a
administração de uma nutrição adequada por via oral. A intubação orotraqueal prolongada, definida na literatura
como período superior a 48 horas de intubação, poderá causar alterações na deglutição e ocasionar a disfagia após
a extubação. Objetivo: O objetivo deste estudo foi verificar as variáveis independentes da avaliação fonoaudiológica
da deglutição que são preditoras do risco de disfagia após intubação orotraqueal prolongada nas Unidades de
Terapia Intensiva. Métodos: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética para Análise de Projetos e Pesquisas
(CAPPesq da Diretoria Clínica do Hospital das Clínicas e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo,
sob o número 0224/10). Foi realizado um estudo transversal observacional. Participaram deste estudo 148 pacientes
submetidos à avaliação em beira de leito da deglutição, no período entre setembro de 2009 e setembro de 2011.
Todos os pacientes apresentavam histórico de intubação orotraqueal prolongada e foram admitidos em uma das
Unidades de Terapia Intensiva de um grande hospital escola brasileiro. Os critérios de inclusão adotados foram:
estabilidade clínica e respiratória; pontuação na Escala de Coma Glasgow acima de 14 pontos; idade acima de 18
anos; ausência de traqueostomia; ausência de doenças neurológicas; ausência de disfagia esofágica; ausência de
procedimentos cirúrgicos envolvendo a área de cabeça e pescoço. Além disso, os pacientes deveriam ser
submetidos à avaliação em beira de leito da deglutição no prazo de 48 horas após a extubação. A avaliação da
deglutição foi realizada através do Protocolo de Avaliação do Risco da Disfagia e a determinação do nível de
deglutição de acordo com a American Speech-Language-Hearing Association National Outcome Measurement
System. A análise estatística incluiu a correlação entre os resultados obtidos no teste de deglutição de água e a
pontuação do nível da deglutição. Resultados: Os resultados do modelo de regressão logística das variáveis
independentes do risco de disfagia mostraram que o item ausculta cervical e tosse são variáveis preditoras
independentes do risco de disfagia. Conclusão: Os resultados do estudo sugerem que pacientes submetidos à
intubação orotarqueal prolongada que apresentarem alteração da ausculta cervical e tosse durante o teste da água,
devem ser submetidos a uma avaliação precoce e mais detalhada da deglutição.
Descritores: Deglutição; Intubação intratraqueal; Transtornos de deglutição
50. DISFAGIA OROFARÍNGEA EM PACIENTES COM SEPSE DE FOCO PULMONAR
Chagas de Medeiros, Gisele; Moreira, Renata; Chiaron Sassi, Fernanda; Furquim de Andrade, Claudia Regina
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Introdução: A sepse consiste em uma resposta do organismo frente uma infecção, podendo ser
desencadeada por diversos microorganismos. Os principais focos da sepse são pulmonar, abdominal e urinário.
Pode haver uma evolução para quadros mais severos: sepse grave e choque séptico. A sepse é a principal causa de
morte nas Unidades de Terapia Intensivas em todo o mundo. A fisiopatologia da sepse é complexa e envolve fatores
hemodinâmicos e inflamatórios, sendo que não é completamente conhecida. O cérebro pode estar afetado na sepse,
assim como qualquer outro órgão, porém com vários efeitos únicos. Além da questão neurológica, o fato de
pacientes com sepse/choque séptico apresentarem dificuldades respiratórias significativas, necessitando de
ventilação mecânica prolongada, há um maior risco para o surgimento da disfagia, uma vez que estudos indicam que
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pacientes submetidos à intubação orotraqueal por mais de 48 horas apresentam risco de disfagia. Objetivo: O
objetivo deste trabalho foi caracterizar a deglutição em pacientes com sepse de foco pulmonar sem
comprometimento neurológico prévio, considerando a relação entre o grau de disfagia e uma escala de gravidade em
Unidades de Terapia Intensiva. Métodos: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética para Análise de Projetos e
Pesquisas (CAPPesq da Diretoria Clínica do Hospital das Clínicas e da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo, sob o número 0224/10). Consiste num estudo transversal retrospectivo, com base no banco de dados.
Participaram deste estudo 15 pacientes submetidos à avaliação em beira de leito da deglutição com histórico de
intubação orotraqueal prolongada. Para caracterização do estado de saúde geral dos pacientes foi utilizada a escala
de gravidade em UTIs: Simplified Acute Physiology Score. A avaliação da deglutição foi realizada através do
Protocolo de Avaliação do Risco da Disfagia e a determinação do nível de deglutição de acordo com a American
Speech-Language-Hearing Association National Outcome Measurement System. Resultados: Em relação aos sinais
encontrados no teste de deglutição com água, 47% dos participantes apresentaram tosse e 40% apresentaram
alteração na qualidade vocal. Resultados semelhantes podem ser encontrados na literatura nacional. Os pacientes
com pior desempenho na avaliação de deglutição apresentam os maiores valores do Simplified Acute Physiology
Score, indicando uma gravidade no quadro clínico geral. Conclusão: Este estudo representa o início da correlação
entre escalas de gravidade em UTIs e o perfil de deglutição dos pacientes, sendo um tema inovador, sem referências
já publicadas na área de disfagia nacional.
Descritores: Deglutição; Transtornos de deglutição; Sepse; Fonoaudiologia; Unidades de terapia intensiva
51. ESOFAGITE EOSINOFÍLICA: O IMPACTO NA DEGLUTIÇÃO
Santos, Luciana Avila dos; Carrara de Angelis, Elisabete; Montoni, Neyller Patriota Cavalcante
Fundação Antônio Prudente- Hospital Ac. Camargo Cancer Center- Sp
Introdução: A esofagite eosinofílica (EE) ou esofagite alérgica ou idiopática é uma doença inflamatória
primária crônica do esôfago, distinguidos por uma exacerbada eosinofilia esofágica, e para o qual o antígeno
alimentar parece ser um importante fator de condução do processo da doença, em que nota-se uma intensa
infiltração anormal de eosinófilos no epitélio esofágico. Sendo o esôfago desprovido de eosinófilos, a sua presença
nesta porção do tubo digestivo é sempre indicativa de patologia subjacente, logo se pode observar um quadro de
esofagite eosinofílica. A sintomatologia da esofagite eosinofílica tem sido frequentemente confundida com a Doença
do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), devido à presença de eosinofilia intraepitelial, hiperplasia da camada basal e
alongamento papilar, que são freqüentemente observadas em pacientes com DRGE. Objetivo: O presente estudo
tem como objetivo descrever o impacto da esofagite eosinofílica na fisiologia da deglutição, através de uma revisão
de literatura. Materiais e métodos: O estudo foi realizado por meio de revisão de literatura, onde foram utilizados
periodicos nacionais e internacionais, bem como publicações bibliográficas nacionais. Foram pesquisados os
descritores “esofagite eosinofílica”, “refluxo gastroesofágico”, “deglutição”, “transtornos de deglutição”, “disfagia” e
“esofagite” nas bases de dados Pub Med, Bireme, Lilacs, Scielo, Google acadêmico, bem como no acervo da
Biblioteca do Hospital A.C. Camargo os anais e revistas específicas referentes ao assunto. Resultados: A esofagite
eosinofílica apresenta diversos estudos e pesquisas de cunho científico a nível internacional e nacional, com
publicações voltadas para a área médica nas especialidades de pediatria e gastroenterologia. Porém, pode-se
observar uma escassez de estudos e publicações com correlações entre a fonoaudiologia e a esofagite eosinofílica,
uma vez que um distúrbio da deglutição afeta a fisiologia, função e metabolismo do indivíduo, sendo necessário um
suporte de uma equipe multiprofissional para melhor acompanhamento do caso. Conclusão: Concluiu-se que a
esofagite eosinofílica impacta diretamente na fisiologia da deglutição, pois uma vez que o bolo alimentar se torna de
difícil passagem para o estômago, o sujeito tem a sensação de alimento parado na garganta, odinofagia, e até
mesmo uma consequente impactação para se alimentar, a qual acarretará numa indisposição para vários alimentos,
e consequentemente modificará sua dieta alimentar, bem como qualidade de vida.
Descritores: Esofagite eosinofílica, Refluxo gastroesofágico, Deglutição, Transtornos de deglutição, Disfagia; Esofagite
52. DISFAGIA OROFARINGEA MECÂNICA DECORRENTE DE GLOSSECTOMIA PARCIAL: UM ENFOQUE NA
SAÚDE PÚBLICA
Santiago, Elissandréa; Britto, Glenda
Clínica Escola Santa Edwirges - Faculdade Santa Terezinha – CEST
Introdução: O ato de engolir é uma função vital para os seres humanos, processo este bastante complexo e
dinâmico e de grande importância para a nutrição do organismo. A presença de câncer na cavidade oral pode
comprometer as funções de mastigação, deglutição e fala, portanto estas podem ser mais alteradas se estruturas
como a língua, fundamentais no desempenho destas funções, forem retiradas total ou parcialmente no ato cirúrgico.
Objetivo: Identificar alterações na deglutição, na mastigação e na fala de um paciente submetido à glossectomia
parcial. Levando em consideração apenas o atendimento fonoaudiológico em saúde pública. Método: O estudo foi
realizado em um paciente do sexo masculino, 29 anos, com diagnóstico de câncer de língua, submetido à cirurgia de
glossectomia parcial além da retirada de linfonodos sub-mandibulares, na qual foi realizada anamnese e avaliação
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fonoaudiológica da deglutição. Resultados: Verificaram-se alterações significantes na mastigação e deglutição.
Identificamos mudança na função mastigatória onde os movimentos mastigatórios são ineficientes e a manipulação
do bolo dentro da cavidade oral é realizada com dificuldade. Com relação à deglutição identificamos estase intra-oral
e presença de movimentos compensatórios de cabeça, mas sem sinais de bronco-aspiração ou engasgos. Durante a
fala identificamos que a produção dos fonemas onde exigem o contato da língua com o alvéolo e o palato
encontravam-se alteradas. Conclusão: Tendo em vista os resultados encontrados o paciente recebeu
encaminhamento pra realizar fonoterapia. Palavras-chave: Disfagia; Câncer de cavidade oral; Glossectomia
Descritores: Disfagia; Câncer de cavidade oral; Glossectomia
53. IMPACTO DA XEROSTOMIA NA DEGLUTIÇÃO
Bianchi, Maiara Cavichioli; Gonçalvez, Aline Nogueira; Carrara – De Angelis, Elisabete
Monografia de Conclusão do Curso de Pós Graduação Lato Sensu Disfagia da Fundação Antônio Prudente
Introdução: Xerostomia é a sensação de secura na boca ou ausência de saliva. Este ainda é um sintoma
pouco valorizado mas, que pode influenciar de forma significativa no processo de deglutição principalmente nas
fases oral e faríngea. Os pacientes que apresentam xerostomia referem muito desconforto e apresentam alterações
na mastigação, deglutição e na articulação das palavras além de estarem predispostos a apresentarem infecções na
mucosa oral e caries dentárias. Objetivo: Verificar o impacto da xerostomia na deglutição e eventuais condutas que o
fonoaudiólogo possa realizar para auxiliar no processo de deglutição do paciente com este tipo de alteração.
Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo de revisão de literatura. Foi realizada uma revisão sistemática nas bases
Lilacs e Scielo de artigos publicados até março de 2013, utilizando como descritores na língua portuguesa e inglesa:
xerostomia, deglutição, câncer de cabeça e pescoço e ausência de saliva. Resultados: Foram encontrados diversos
artigos que abordam a xerostomia, porém, poucos se aprofundam na discussão do tema xerostomia e deglutição.
Pode-se notar que a xerostomia pode estar presente em patologias como Parkinson, Tumores Cerebrais, alterações
neurológicas e em pacientes submetidos à radiação e/ou quimioterapia devido a tumores de cabeça e pescoço. A
ausência de saliva é uma alteração significativa na deglutição, pois poderá alterar a sua dinâmica e todo o processo
alimentar podendo ocasionar alteração na formação do bolo alimentar, estases de alimento na cavidade oral e
recusa alimentar devido a feridas na mucosa oral e odinofagia gerando assim riscos para disfagia, danos a saúde e
na qualidade de vida do indivíduo. Seu tratamento está mais voltado para os sintomas do paciente que para a causa,
pois, em muitos casos essa alteração é irreversível, porém existem algumas medidas paliativas que poderão
influenciar de forma positiva na dinâmica da deglutição tais como: discutir com médico eventual troca da medicação
anticolinérgica, utilizar saliva artificial, oferecer goles de água frequentes, realizar assepsia oral no mínimo três vezes
ao dia para evitar saburra, umedecer os lábios, ofertar alimentos mais umedecidos e macios, oferecer líquidos
cítricos e gelados ou pedacinhos de gelo para casos de odinofagia. Também é importante que o ambiente esteja
úmido para evitar ressecar a mucosa oral. Conclusão: A xerostomia é uma alteração recorrente em muitos casos
com demanda fonoaudiológica e poderá alterar o processo de deglutição e até mesmo na fala, portanto cabe ao
fonoaudiólogo o conhecimento desta alteração para que possa auxiliar com estratégias que melhorem a deglutição.
Descritores: xerostomia, deglutição, ausência de saliva
54. ACHADOS CLÍNICOS DA DEGLUTIÇÃO OROFARÍNGEA NA SÍNDROME DE HANHART: RELATO DE
CASO
Mendes, Caroline Antonelli; Silva, Nathane Sanches Marques; Souza, Olívia Mesquita Vieira; Aferri, Homero
Carneiro; Dutka, Jeniffer de Cássia Rillo; Totta, Tatiane
Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais – Universidade de São Paulo
Introdução: A Síndrome de Hanhart é uma doença rara, com diagnóstico clínico e radiológico, em que o
paciente apresenta micrognatia, microglossia e alterações do desenvolvimento dos segmentos distais dos membros.
Objetivo: Apresentar aspectos clínicos da deglutição orofaríngea numa menina com Síndrome de Hanhart, em
processo de desmame de prótese de palato preventiva a estenose faríngea. Materiais e métodos: Relato de caso.
Paciente do sexo feminino, com 12 anos, apresentando Síndrome de Hanhart, com microtia severa, microstomia,
migroglossia, micrognatia severa, malformação dos dentes inferiores, ausência de fissura e desenvolvimento
neuropsicomotor adequado. Foi submetida à avaliação clínica da deglutição orofaríngea por uma fonoaudióloga, no
período pós-desmame de prótese de palato, utilizada para inibir um processo de estenose faríngea iniciado após
cirurgia de reconstrução de faringe e adenoidectomia. Apresentava alimentação exclusiva por via oral (VO),
queixando-se de início de sialorreia após a retirada da prótese de palato. Realizou-se uma avaliação dos órgãos
fonoarticulatórios incluindo-se os aspectos: sensibilidade, mobilidade, tonicidade e análise morfofisiológica. Foram
ofertadas as consistências: sólida, pastosos grosso e fino heterogêneo (40ml); líquidos engrossado homogêneo
(40ml), e fino (5, 10, 30ml e volume livre), ofertados na colher de metal e em copos plásticos. Resultados: Verificouse sensibilidade extraoral adequada, porém diminuída na região dos pilares palatinos; mobilidade adequada das
bochechas e lábios; hipertonia de lábio inferior e mentual, e normotonia de bochechas e lábio superior; presença de
broto lingual, palato atrésico e ogival; e overjet acentuado. Para a saliva e todos os alimentos foi observada fase oral
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adaptada à micrognatia e à microglossia, havendo: apreensão anterior; propulsão do alimento para a região oclusal
ou para a orofaringe gerada pela posteriorização do lábio inferior e retração mandibular; mastigação/amassamento
bilateral alternado, sem formação de bolo; deglutição realizada com o selamento e a pressão do lábio inferior no
palato associada à retração mandibular, gerando a captação, propulsão em direção à orofaringe e a deglutição (1 a 3
por oferta). Observou-se a manobra espontânea de extensão cervical, e a ausência de escape extraoral, refluxo
nasal e de sialorreia. Na fase faríngea observou-se elevação laríngea reduzida, porém sem demais sinais indicativos
de penetração laringotraqueal, havendo ausência de tosse, engasgos, alterações vocais, dispneia e ausculta cervical
adequada. A recomendação foi manter a alimentação exclusiva por VO para todas as consistências, o que a paciente
faz com segurança ao manter as compensações descritas e a manobra de extensão cervical. A sialorreia foi
considerada uma descompensação da fase oral mediante a retirada da prótese de palato, cuja espessura auxiliava
no apoio do lábio inferior na deglutição. Existe indicação clínica para um futuro avanço mandibular secundário, o qual
deve ser realizado com cuidado, uma vez que pode trazer riscos de disfagia orofaríngea ao desestabilizar as
compensações da fase oral da deglutição, necessárias à microglossia. Conclusão: Em um caso com síndrome de
Hanhart englobando microglossia, microstomia e anomalias dentárias, a severa micrognatia e a adequação da
mobilidade de lábios permitiram a adaptação de uma efetiva deglutição por via oral, por meio do apoio do lábio
inferior no palato com movimentos de retração mandibular.
Descritores: Transtornos de Deglutição. Síndrome. Constrição patológica
55. ÍNDICE DE DESVANTAGEM DA DEGLUTIÇÃO: APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO “DYSPHAGIA
HANDICAP INDEX”
Souza, Dhb; Guedes, Rlv; Francisco, Al; Martinez, Lgp; Villas-Bôas, Tq; Cordeiro, Jt; Vartanian, Jg; CarraraDe Angelis, E
Hospital Sirio Libanês, São Paulo; AC Camargo Cancer Center, São Paulo; Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Introdução: A avaliação da qualidade de vida (QV) associada à função de deglutição é fundamental para a
reabilitação em pacientes com câncer de cavidade oral e orofaringe. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a
QV relacionada à disfagia em pacientes tratados por câncer de cabeça e pescoço através do Índice de Desvantagem
da Disfagia (IDD). Métodos: Foi realizado um estudo transversal, incluindo pacientes adultos tratados do câncer de
cabeça e pescoço, independente do sítio tumoral. Foram aplicados o IDD, o Questionário de Qualidade de Vida em
Deglutição (SWAL-QOL) e o Questionário de Qualidade de Vida - Short Form Health Survey (SF36). Os resultados
foram correlacionados com dados clínicos e demográficos. O questionário Índice de Desvantagem da Disfagia (IDD)
foi previamente traduzido e validado pelos pesquisadores (Coeficiente de Correlação Intraclasse = 0,89; p < 0,001).
Resultados: Foram avaliados 80 pacientes, 72,5% do gênero masculino, média de idade de 58 anos. O sítio do tumor
primário predominante foi cavidade oral (61,2%), 31,2% com estadiamento avançado e tratados com modalidades
combinadas (47,5%). O questionário IDD apresentou correlações estatisticamente significantes com o SWAL-QOL e
o SF 36 (quanto pior a QV relacionada à deglutição, piores os escores da QV geral). Os pacientes que realizaram
fonoterapia (56,25%) obtiveram valores significativamente melhores no IDD. Foi observada diferença significativa em
todos os domínios para questão global nos questionários e uma média do score total de 42,5. Observamos maiores
(piores) scores em todos os domínios e no score total em pacientes com idade avançada (>=60 anos), gênero
masculino, estadiamento T avançado, presença de linfonodos positivos, baixa escolaridade, modalidades
combinadas de tratamento e esvaziamento cervical, apesar da não significância estatística. Conclusão: O IDD de
pacientes tratados do câncer de cabeça e pescoço demonstra uma limitação de 42,5 no score total, que pode ser
considerada uma limitação mínima na qualidade de vida.
Descritores: qualidade de vida; disfagia; câncer
56. PROTOCOLO DE DEGLUTIÇÃO DE YALE: TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL PARA A
LÍNGUA PORTUGUESA DO BRASIL
Vieira, Eg; Guedes, Rlv; Geraldini, Bm; Netto, Ip; Almeida, Rc; Carrara-De Angelis, E
AC Camargo Cancer Center
Introdução: O uso de protocolos de avaliação e de triagem em deglutição no âmbito hospitalar tem se
tornado imperativo para o estabelecimento de intervenções planejadas e controladas, instituindo-se assim métodos
objetivos e princípios de avaliações consensuais. Com isso o trabalho desenvolvido permite a aplicação do conceito
de uma atuação baseada em evidências, e de que os dados obtidos sejam coletados de forma pré-estabelecida,
possibilitando melhor análise e definição de condutas. O protocolo de Yale foi criado com o objetivo de identificar de
forma rápida e eficiente os pacientes com disfagia no ambiente hospitalar, permitindo assim um tratamento precoce e
efetivo. Objetivo: Realizar a tradução e adaptação transcultural do Protocolo de Deglutição de Yale para a língua
portuguesa do Brasil. Material e método: A tradução foi realizada por três tradutoras bilíngues, segundo as regras
pré- estabelecidas na literatura. As três versões foram comparadas e analisadas por uma equipe de cinco
fonoaudiólogas especialistas em deglutição, chegando-se à versão final do protocolo. Resultados: Houve consenso
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Congresso Brasileiro de Disfagia
entre a primeira versão realizada pelas tradutoras bilíngues e a equipe de fonoaudiólogas especialistas em
deglutição em relação à equivalência semântica e de conteúdo nas três versões. Não foi necessário realizar
nenhuma modificação de conteúdo no protocolo. A versão retro-traduzida foi aceita como válida pelo autor original do
questionário. Conclusão: O Protocolo de Deglutição de Yale foi traduzido e adaptado para a língua portuguesa do
Brasil possibilitando a utilização de mais um instrumento padronizado na atuação fonoaudiológica hospitalar. Com
sua aplicação e validação será possível evidenciar de forma clara e precisa dados relativos a condutas terapêuticas
fonoaudiológicas. O questionário encontra-se em processo de validação.
Descritores: protocolos; disfagia; deglutição
57. SINTOMAS DE VIAS AÉREAS SUPERIORES EM PACIENTES PRÉ-TIREOIDECTOMIA
Oliveira, Danyellë Sardinha; Barcelos, Camila Barbosa; Netto, Irene de Pedro; Siqueira, Luciana Dall’Agnol;
Gonçalves, Aline Nogueira; Carrara-de Angelis, Elisabete
A. C. Camargo Cancer Center – São Paulo/SP
Introdução: Atualmente, muitos são os estudos que avaliam as alterações vocais e seu impacto em
pacientes pós-tireoidectomia, no entanto vemos a importância de estudar esses pacientes no pré-operatório visto que
indivíduos candidatos à tireoidectomia podem apresentar alterações vocais e de deglutição mesmo antes da cirurgia.
Estas alterações pré-cirúrgicas dificultam a interpretação dos achados após a tireoidectomia e, até o presente
momento, esses dados não foram devidamente investigados. Objetivo: Verificar e descrever os sintomas de vias
aéreas superiores pré-tireoidectomia por meio de um questionário de auto-avaliação. Material e Método: Trata-se de
um estudo prospectivo, em sujeitos com indicação de tireoidectomia parcial ou total independente do tipo histológico
do tumor. Os sujeitos foram submetidos à aplicação do questionário de Sintomas de Vias Aéreas Superiores que
avalia sintomas de voz e deglutição. Posteriormente foi realizada uma análise descritiva dos dados encontrados.
Resultados: Foram identificados 255 sujeitos (GG – grupo geral), com idade média de 42 anos, sendo 211(82,7%) do
sexo feminino. Os sujeitos do GG foram divididos em dois grupos, o grupo A (GA) (n=185) com idade de 18 a 50
anos (média 36,2 anos) e grupo B (GB) (n=70) maiores de 51 anos (média 59,5 anos). Observou-se que no GG, 116
(45,5%) apresentavam sintomas em relação à deglutição, 98 (38,4%) não tinham queixas, 33 (12,9%) apresentaram
sintomas vocais e em 8 (3,1%) voz e deglutição foram similares. Quando divididos em grupos, o GA mostrou 85
(45,9%) com sintomas de deglutição, 71 (38,3%) sem queixas, 24 (12,9%) com sintomas de voz e em 5 (4,2%) voz e
deglutição foram iguais. No GB, foram observados 31 (44,2%) com sintomas de deglutição, 27 (38,5%) sem queixas,
9 (12,9%) com sintomas vocais e em 3 (4,2%) voz e deglutição foram iguais. Os sintomas de deglutição mais
encontrados foram: garganta seca (GG: 82 (32,1%) GA: 56 (30%) GB: 26 (37,1%) e tosse (GG: 69 (27%) GA: 48
(25%) GB: 21 (30%). Conclusão: Podemos observar a presença de sintomas de vias aéreas superiores, onde a
queixa predominante são os sintomas relacionados à deglutição com similaridade entre o grupo A e B. Essas
evidências merecem atenção por todos os profissionais envolvidos para melhor orientação pré-tireoidectomia e
conduta no pós-operatório.
Descritores: Deglutição; Voz; Disfonia; Tireoidectomia
58. QUALIDADE DE VIDA NOS PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO
Claudino-Lopes, SA; Andrade, MS; Montoni, NPC; Gonçalves, AN; Caruso, P; Carrara-de Angelis, E.
AC Camargo Cancer Center
Introdução: As mudanças nos aspectos físicos, emocionais e funcionais decorrentes de alterações na
deglutição ou na respiração dos pacientes que evoluem com disfagia decorrentes do câncer ou do seu tratamento
podem trazer consequências indesejáveis em termos psicossociais, acarretando maior ou menor impacto na
qualidade de vida dos indivíduos, a depender de sua representação pessoal e da necessidade de interação social,
familiar ou professional Objetivo: avaliar a qualidade de vida (QV) de pacientes tratados do câncer de cabeça e
pescoço. Método: Trata-se de um estudo prospectivo, realizado no Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço
e Otorrinolaringologia, com pacientes com diagnóstico de tumores de cavidade oral, orofaringe, hipofaringe e laringe,
no período de fevereiro de 2012 a maio de 2014, independentes de sexo e idade. Os pacientes foram submetidos à
aplicação dos questionários específicos de QV (UW-QOL – QV da Universidade de Washington; SGRQ –
Questionário do Hospital Saint George na doença respiratória; MDADI – Questionário de disfagia M.D. Anderson).
Foram avaliados em 4 momentos: pré-tratamento, 1 a 3 meses após o tratamento, 6 a 9 meses após o tratamento e
1 ano e 6 meses após o tratamento. Resultados: foram incluídos 38 pacientes, 28 homens (73,7%) com média de
idade de 60 (27-85) anos. Histórico de pneumonia aspirativa foi observado em 4 (10,5%). Houve mudanças na
qualidade de vida específica em câncer, em doença respiratória e em deglutição. No questionário UW -QOL,
observou-se piora significativa nos domínios aparência, paladar, fala, saliva e escore total pós-tratamento e melhora
significativa no domínio ansiedade ocorreu na avaliação após 1 ano. No questionário SGRQ, houve mudança
significativa no domínio sintomas no decorrer das avaliações. No questionário MDADI, houve mudança significativa
na qualidade de vida específica em deglutição com piora significativa dos domínios funcional, físico e total na
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avaliação após 1 a 3 meses, quando comparados ao pré-tratamento. Conclusão: A QV específica em câncer,
deglutição e em respiração mudam após o tratamento.
Descritores: qualidade de vida, UW-QOL – Questionário da Universidade de Washington; SGRQ – Questionário do
Hospital Saint George na doença respiratória; MDADI – Questionário de disfagia M.D. Anderson
Financiamento: Fundação de Amparo à pesquisa do estado de São Paulo – FAPESP
59. ATUAÇÃO FONOAUDIOLÒGICA EM POS OPERATÓRIO DE TORACOTOMIA: RELATO DE CASO
Moraes, Alba Maria Soares; Mota, Vanise Barros Rodrigues, Brito, Nildany Reis
Hospital Universitário Presidente Dutra – HUUPD São Luís – Maranhão
Introdução: Tratar dor aguda pós operatória ainda é um desafio, apesar da evolução das técnicas em
analgesia. Dor de difícil controle gera angústia, sofrimento para o paciente e para a equipe. Todos os esforços para
aliviar as queixas são utilizados. A cetamina é um bloqueador do receptor N-metil-D-aspartato (NMDA), inicialmente
empregada com fins anestésicos. A partir do conhecimento dos seus efeitos anti-hiperalgésicos e antialódínicos, tem
sido utilizada no tratamento adjuvante de dor de difícil controle aguda ou crônica. Objetivos :Relatar a experiência do
uso de dextrocetamina venosa para tratamento de paciente com dor pós-operatória de difícil controle em unidade de
terapia intensiva e a atuação da equipe de reabilitação. Materiais e Método: Paciente de 36 anos com histórico de
dor em região torácica de forte intensidade. Após 5 meses observou abaulamento de região de manúbrio esternal
com aumento progressivo e lento. Após tomografia foi evidenciado tumor aderido ao externo (Schawannoma). Foi
admitido na UTI em IOT após toracotomia, apresentava-se estável hemodinamicamente, acordado, usava drenos
torácicos direito e esquerdo além de drenos suctores em tecido celular subcutâneo. Após efeito residual da
anestesia, apresentou-se desconfortável, agitado referindo dor de forte intensidade. Mesmo com várias tentativas de
analgesia e avaliação do Serviço de Dor foi iniciado morfina. Após extubação o paciente continuava a referir dor em
forte intensidade (EM=10-10) levando ao ajuste da morfina. Devido a persistência da dor, ansiedade, desconforto,
dificuldade de inspiração, para o atendimento fisioterapêutico, fonoaudiólogo e da enfermagem, foi prescrito
dextrocetamina associado com morfina e diazepam. Após esse esquema obteve-se melhora do quadro de dor e
possibilidade de atendimento mesmo diante a ansiedade da equipe devido ao fato do uso de dextrocetamina ser um
procedimento novo na UTI. No 3º dia foi possível realizar a Avaliação Fonoaudiológica Clínica da Deglutição e das
Habilidades de Comunicação. O paciente apresentou habilidades de linguagem compreensiva e expressiva
preservadas, qualidade vocal, fonoarticulação e tempo máximo de fonação alterados devido ao quadro de
taquidispnéico, órgãos fonoarticulatórios com mobilidade funcional, sensibilidade preservada e tonicidade norma.
Apresentou deglutição voluntaria e sob comando, reflexo de tosse presente porém ineficiente, ausculta cervical sem
ruídos anormais, controle miofuncional, tempo de transito oral e faríngeo e excursão do complexo hiolaringeo seguro
e funciona e deglutições múltiplas como recurso protetivo e de clearense. Após avaliação, foi sugerida via oral
assistida e gerenciada pela fonoaudióloga a fim de prevenir broncoaspiração e favorecer qualidade de vida através
da dieta por via oral segura e funcional durante o período em que esteve na UTI. Conclusão: Controlar dor em alguns
paciente é tarefa árdua e o uso de analgesia combinada tende a ser vantajoso. A UTI aponta para a necessidade de
cuidados intensivos fonoterápicos diante de casos como estes em que a atuação assistida intensiva possibilita ao
paciente qualidade de vida e minimização de riscos.
Descritores: Dextrocetamina, Dor de difícil controle, Unidade de Terapia Intensiva
60. CARACTERIZAÇÃO DO ATENDIMENTO FONOAUDIOLÓGICO NA REABILITAÇÃO DA DISFAGIA
OROFARÍNGEA EM INDIVÍDUOS DEMENCIADOS EM UTI
Alves, Irina; Venturini, Juliana; Silva, Andréia; Arévalo, Rosana
Hospital Israelita Albert Einstein
Introdução: Com o crescente aumento da incidência de demência, surgem questões relacionadas à
qualidade de vida e cuidados a esses pacientes, principalmente aos profissionais da saúde e a familiares ou
cuidadores, que os assistem até o final da vida. Na demência de Alzheimer os dados de prevalência de disfagia
orofaríngea são significativos, mesmo em estágios iniciais da doença. Muitos são impossibilitados de se alimentar por
via oral, sendo que o processo torna-se mais complexo naqueles pacientes com demência avançada, devido a
questões éticas e morais associadas com a continuidade dos cuidados de conforto. Objetivo: Caracterizar o
atendimento fonoaudiológico à beira de leito em pacientes demenciados, internados em unidade de terapia intensiva.
Método: Foram incluídos sujeitos com demência de Alzheimer internados em unidade de terapia intensiva, que
realizaram avaliação clínica fonoaudiológica durante o período de dezembro de 2014 a fevereiro de 2015. A partir da
avaliação clínica fonoaudiológica realizada à beira de leito, os indivíduos receberam a classificação do nível da
escala ASHA NOMS para deglutição. Todos os sujeitos seguiram em acompanhamento fonoaudiológico durante a
internação, com objetivo de melhora do padrão de deglutição. De acordo com indicação clínica, foram realizadas
técnicas específicas. Foi realizada análise do indicador de prognóstico de tempo para retorno da alimentação por via
oral e a quantidade de tempo terapêutico após a avaliação fonoaudiológica. A quantidade de tempo terapêutico foi
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medida em UVR (unidade de valor de rendimento). Cada UVR correspondeu a 15 minutos de tempo de terapia.
Resultados: Dos 89 sujeitos avaliados, 10 se encaixaram nos critérios de inclusão estabelecidos. 70% dos sujeitos
incluídos nesta pesquisa tiveram como motivo de internação pneumonia. Após o acompanhamento fonoaudiológico,
63,3% dos sujeitos foram capazes de retornar a alimentação via oral, porém todos com restrições importantes de
consistências alimentares. Na avaliação fonoaudiológica inicial, 60% apresentaram nível na escala ASHA NOMS
menor que 3. Após fonoterapia, 70% por sujeitos apresentaram nível maior que 3. Observamos como média de dias
de internação 27,4, sendo o tempo terapêutico de 23UVR em média. Apenas um paciente permaneceu com via
alternativa de alimentação exclusiva. Conclusão: Apesar de o quadro demencial impactar de maneira importante na
alimentação, é possível por meio do acompanhamento fonoaudiológico, manter alimentação por via oral mesmo que
com restrições de consistências, com foco na qualidade de vida do paciente.
Descritores: demência, Alzheimer, disfagia, UTI
61. VÁLVULA DE FALA – AUXÍLIO TERAPÊUTICO NA REABILITAÇÃO DE DEGLUTIÇÃO
Alves, Irina; Venturini, Juliana; Silva, Andréia; Arévalo, Rosana
Hospital Israelita Albert Einstein
Introdução: A presença da traqueostomia diminui a capacidade do indivíduo em se comunicar e se alimentar
por via oral, uma vez que se usa grande fluxo de pressão, necessária para ventilação do indivíduo. A traqueostomia
e cuff insuflados impedem o fluxo de ar através da glote, reduzindo assim a sensibiilidade e o aumento da pressão
subglótica durante a deglutição o que pode resultar em um quadro de disfagia. O uso da válvula de fala na
traqueostomia proporciona benefícios à deglutição, o que viabiliza o início da alimentação via oral. Devido à
complexidade respiratória e clínica de indivíduos traqueostomizados, faz-se necessário aprofundar os conhecimentos
para diagnosticar e propor estratégias terapêuticas adequadas na introdução e transição da dieta via oral. Objetivo:
Classificar o nível funcional da deglutição de pacientes submetidos à traqueostomia e sua evolução funcional após
abordagem fonoaudiológica auxiliada pelo uso de válvula de fala. Método: Foram incluídos 13 sujeitos com
patologias neurológicas, pulmonares, infecciosas e gastrointestinais, que realizaram avaliação clínica fonoaudiológica
durante o período de setembro de 2014 a fevereiro de 2015. A partir da avaliação clínica fonoaudiológica realizada à
beira de leito, os indivíduos receberam a classificação do nível da escala ASHA NOMS para deglutição. Todos os
sujeitos seguiram em acompanhamento fonoaudiológico durante a internação, com objetivo de melhora do padrão de
deglutição e auxilio no desmame da traqueostomia com o uso da válvula de fala. De acordo com indicação clínica,
foram realizadas técnicas específicas. Foi realizada análise do indicador de prognóstico de tempo para retorno da
alimentação por via oral e a quantidade de tempo terapêutico após a avaliação fonoaudiológica. A quantidade de
tempo terapêutico foi medida em UVR (unidade de valor de rendimento). Cada UVR correspondeu a 15 minutos de
tempo de terapia. Resultados: Dos 13 sujeitos avaliados, 46,15% era do gênero feminino e 53,85 do gênero
masculino. Com relação ao diagnóstico, 61,54% apresentavam quadro de distúrbio neurológico, 15,38% moléstias
infecciosas, 15,38% doenças pulmonares e 7,69% doença gastroenterológica. Na avaliação fonoaudiológica inicial,
todos os indivíduos foram classificados como nível 1 na escala ASHA NOMS, dependentes de via alternativa de
alimentação. Após o acompanhamento fonoaudiológico com adaptação de válvula de fala, 53,85% dos sujeitos foram
capazes de retornar a alimentação via oral (ASHA NOMS maior ou igual a 5). Observamos 75,07 dias como média
de dias de internação, sendo o tempo terapêutico médio de 128,97UVR. Em 53,85% foi possível decanulação.
Conclusão: Os dados apresentados sugerem a eficácia da válvula de fala no processo de reabilitação de indivíduos
traqueostomizados, tanto no processo de desmame da cânula, como na reintrodução segura da alimentação por via
oral.
Descritores: traqueostomia, disfagia, válvula de fala
62. CORRELAÇÃO ENTRE TEMPO DE TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA PARA DISFAGIA OROFARÍNGEA E
NÍVEL DE INGESTÃO ORAL
Sales, Déborah; Nunes, Eveline; Abreu, Lais; Carvalho, Beatriz; Feldberg, Denise; Mancopes, Renata
Hospital Evangélico do Rio de Janeiro - Universidade Federal de Santa Maria
INTRODUÇÃO: A disfagia orofaríngea é um sintoma frequente nos casos de doenças neurológicas. A
escala funcional de ingestão por via oral (FOIS) é um dos instrumentos para medir a eficácia da terapia e o tempo de
terapia é fator a ser considerado, visto que o objetivo é alcançar alta hospitalar com alimentação via oral segura.
OBJETIVO: Correlacionar o tempo de terapia, a doença de base e a evolução na escala FOIS dos pacientes
atendidos em hospital privado do Rio de Janeiro. METODOLOGIA: estudo retrospectivo em banco de dados
realizado a partir da análise dos prontuários de pacientes disfágicos atendidos pelo setor de fonoaudiologia,
submetidos a fonoterapia no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2014. Foram relacionados tempo de
fonoterapia com o tipo de doença neurológica e a FOIS. Para análise utilizou-se o programa SAS versão 9, sendo
utilizado o teste qui-quadrado ou o teste exato de Fisher para comparação das variáveis categóricas e o teste
Kruskal-Wallis para comparação das variáveis numéricas. O nível de significância adotado foi P<0.05.
RESULTADOS: Dos 327 prontuários analisados, 68,5% era do sexo feminino, sendo 51,68% da amostra composta
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por idosos com idades entre 66-85anos, seguidos de 29,05% de idosos ˃86anos e de adultos ˂65anos. Em relação a
doença de base o perfil mais prevalente foi o de idoso sem doença prévia (40,67%) seguido de demência (35,78%),
adultos sem doença prévia (9,17%), outras doenças neurológicas (9,17%), AVC prévio (3,67%) e DPOC (1,53%).
Quanto ao tempo de fonoterapia por doença de base observou-se que foram atendidos de 1- 5dias idosos sem
doença prévia (46,62%), adultos sem doença prévia (36,67%), aqueles com outras doenças neurológicas (43,33%) e
demências (42,74%). Foram atendidos de 6-10 dias aqueles com AVC prévio (33,33%) e os com DPOC (20%),
relações estas que não foram significantes. A análise das medianas quanto ao nível de ingestão oral demonstrou
que os pacientes com AVC prévio apresentaram FOIS inicial 4 e final 6, os pacientes com demência FOIS inicial 1 e
final 4; aqueles com outras doenças apresentaram FOIS inicial 1 e final 4 , aqueles com DPOC FOIS inicial 1 e final
6, os idosos sem doença prévia FOIS inicial 2 e final 3 e os adultos sem doença prévia FOIS incial 3 e final 7; sendo
essa relação estatisticamente significante para FOIS inicial nos com AVC prévio e demência (p=0,012) e FOIS final
nos adultos sem doença prévia, nos com DPOC e nos com AVC prévio ( ˂0,001). Na análise da relação entre FOIS e
tempo de fonoterapia obteve-se significância estatística para FOIS inicial e final naqueles com menor tempo de
terapia (1-5dias) onde p=˂0,001 e p=0,03. CONCLUSÃO: A relação entre tempo de terapia e doença de base não foi
significativa. Entretanto as relações entre doenças de base e FOIS e do tempo de terapia e FOIS foram
estatisticamente significantes, o que parece indicar que a doença de base isoladamente não determina o tempo de
terapia, sendo importante considerar a progressão do nível de ingestão oral determinado pela FOIS como marcador
da eficácia terapêutica.
Descritores: Disfagia, terapia, FOIS, reabilitação
63. REABILITAÇÃO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA PÓS AVE CEREBELAR ISQUÊMICO: ESTUDO DE CASO
Souza, Nayara de Oliveira; Mituuti,Cláudia Tiemi; Berretin-Felix,Giédre
Faculdade de Odontologia de Bauru– Universidade de São Paulo
Introdução: As disfagias neurogênicas representam distúrbios no processo de deglutição e/ou alimentação
que tem como origem doença ou trauma neurológico, cuja prevalência em casos pós Acidente Vascular Encefálico
(AVE) tem sido de 20% a 40%. Neste sentido, a reabilitação da deglutição pode envolver tanto a terapia
convencional como a aplicação de técnicas coadjuvantes, como a Eletroestimulação Neuromuscular (EENM).
Objetivo: Apresentar a evolução do caso de um paciente com disfagia orofaríngea neurogênica decorrente de AVE,
tratado com terapia convencional e EENM. Materiais e métodos: Foram coletados os dados de um paciente
acometido por AVE cerebelar isquêmico em 2001, gênero masculino, 68 anos, com quadro de disfagia orofaríngea
diagnosticado no ano de 2011. O paciente foi submetido primeiramente à terapia com EENM e posteriormente à
terapia convencional seis meses após o término da terapia com EENM. As avaliações foram realizadas com a
consistência líquida por meio do exame de videofluoroscopia da deglutição antes e imediatamente após as diferentes
modalidades de intervenção. A terapia com técnica coadjuvante consistiu na aplicação de EENM em nível sensorial
na região da musculatura supra e infra hióidea durante vinte minutos, solicitando-se deglutição com esforço a cada
dez segundos, com dois minutos de descanso após dez minutos de aplicação, três vezes por semana, por quatro
semanas. A terapia convencional ocorreu por meio de exercícios para otimizar tônus de lábios e língua, fortalecer
músculos expiratórios e melhorar a função de esfíncter esofágico superior (EES), como também o movimento de
parede posterior da faringe, seguidos do treino funcional da deglutição, uma vez por semana, durante 6 semanas.
Resultados: No exame de videofluoroscopia pré terapia foram encontrados sinais de escape oral posterior, atraso no
início da fase faríngea, resíduos em valécula, em seios piriformes e em esfíncter esofágico superior (EES),
penetração e pigarro após deglutição. Após a intervenção com terapia EENM os sinais de penetração e pigarro foram
eliminados. Após seis meses da intervenção com EENM, foram observados os mesmo sinais clínicos de disfagia da
avaliação pré terapia. Após a terapia convencional, foram eliminados os sinais de penetração, pigarro e resíduo no
EES. Conclusão: As terapias com EENM e a convencional foram eficazes no tratamento do paciente com quadro de
disfagia orofaríngea neurogênica. A partir dos resultados, é possível inferir que o modelo terapêutico ideal seja a
associação da EENM com a terapia convencional, uma vez que ambas levaram a diminuição das alterações
apresentadas, porém, a EENM não substitui as estratégias utilizadas na terapia convencional, no que se refere à
eliminação de sinais clínicos, como o resíduo em EES.
Descritores: Disfagia; Acidente Vascular Cerebral; Terapêutica
64. AVALIAÇÃO VIDEOFLUOROSCÓPICA DA DEGLUTIÇÃO NA ANOREXIA NERVOSA
Carla M. Santos; Rachel A. Cassiani; Roberto O. Dantas
Hospital da Clínicas da FMRP/USP
INTRODUÇÃO: Anorexia nervosa (AN) é um transtorno alimentar caracterizado por distorção da imagem
corporal e uso de dieta extremamente restrita, resultando em prejuízos biológicos e psicológicos. Nossa hipótese é
de que este transtorno pode estar associado a modificações na função de deglutição. OBJETIVOS: Avaliar a
deglutição orofaringeana de pacientes com AN e comparar com sujeitos saudáveis e de peso próximo ao ideal.
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Congresso Brasileiro de Disfagia
MÉTODOS: O estudo foi realizado com 22 sujeitos, divididos em 2 grupos: 8 indivíduos com diagnóstico clínico de
AN do tipo restritiva (G1) e 14 sujeitos saudáveis (G2). Foram avaliadas deglutições em triplicata no volume de 5mL,
nas consistências líquida (sulfato de bário 100%) e pastosa (sulfato de bário 100% adicionado a 3g de espessante
alimentar). O método utilizado foi a videofluoroscopia da deglutição. Durante o exame foi aplicado uma Escala de
Sensibilidade para verificar a sensação da passagem do alimento pela orofaringe. RESULTADOS: A média de
duração do tempo de trânsito faríngeo (TTF) do G1 foi menor (média= 404ms) na deglutição da consistência pastosa
em comparação ao G2 (média= 499ms, p=0,02). Já a duração do tempo de movimento do hióide (TMH) foi maior no
G1 (média 1265ms) em comparação ao grupo G2 (média 864ms, p=0,01), na deglutição da consistência líquida. Na
Escala de Sensibilidade, o G1 apresentou maior desconforto durante a passagem do alimento líquido pela orofaringe
em relação ao G2. CONCLUSÃO: As alterações encontradas não apresentaram repercussão clínica na função de
deglutição dos sujeitos estudados. No entanto, a combinação entre o reduzido TTF e o aumento do TMH pode ser
uma adaptação da deglutição dos indivíduos que rejeitam a ingestão alimentar.
65. ATENDIMENTO FONOAUDIOLÓGICO EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO A PACIENTES COM DISTÚRBIO DE
DEGLUITIÇÃO DE ORIGEM NEUROLÓGICA
R. Montaldi, Marina; M. Takayanagui, Osvaldo; C. M. I. Okubo, Paula
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
Introdução: A deglutição é o ato de engolir alimentos, tendo seu início na vida fetal. É uma ação automática,
que é comandada pelo tronco cerebral. Quando há alguma dificuldade neste processo, denominamos de disfagia. O
fonoaudiólogo é dentro da equipe multidisciplinar, o profissional indicado para ajudar no diagnóstico, no prognóstico,
assim como na reabilitação do distúrbio da deglutição. Esses processos devem ser aplicados adequadamente, para
que se tenham parâmetros de análise quanto à aplicabilidade e evolução de cada paciente. Eles estão diretamente
relacionados aos objetivos propostos, a adesão às condutas e, principalmente, aos fatores intrinsecamente
relacionados a não melhora do quadro de deglutição. Objetivo: Desta forma o propósito do presente estudo é
caracterizar o perfil de atendimento do ambulatório de disfagia neurogênica do HCFMRP/USP, por meio de uma
pesquisa documental. Materiais e Métodos: A coleta foi realizada em fichas de avaliação e arquivos de prontuários,
selecionados no período de fevereiro de 2001 a dezembro de 2006. Registramos os dados: gênero, idade, clinica
que encaminhou para avaliação fonoaudiológica, diagnóstico médico, e diagnostico e conduta fonoaudiológica, e
analisamos de forma descritiva esses aspectos, seguindo valores relativos e percentuais. Resultados: Foram
analisadas 732 fichas de avaliação, e os resultados demonstraram que houve um predomínio do gênero masculino
(56 %), com idade média de 60 anos, sendo que a maioria dos pacientes foram encaminhados por ambulatórios de
caráter neurológico do próprio HCFMRP-USP (57,65%). A doença de base diagnosticada pelos médicos mais
freqüente foi o AVC (60,24%), e como diagnostico fonoaudiológico observamos um alto percentual de pacientes
disfágicos (50,54%). Conclusão: Podemos concluir que com o alto percentual de disfagia encontrado nos pacientes
aqui analisados, é necessário termos uma atenção especial voltada àqueles que tenham alguma doença neurológica
de base, tendo como apoio uma equipe multidisciplinar. Além disso, mais estudos devem ser realizados em outras
instituições a fim de verificarmos a evolução dos serviços prestados, e sempre que necessário e possível reformular
os parâmetros questionáveis, buscando sempre a maior eficácia nos atendimentos.
Descritores: Disfagia orofaríngea neurogênica. Deglutição. Prevalência
66. GRAU DE COMPROMETIMENTO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA APÓS AVE COM LESÃO DE HEMISFÉRIO
DIREITO.
Souza,A.B; Tavares,A.M.S
Faculdade De Tecnologia Intensiva
Introdução: A deglutição é um processo complexo, que envolve estruturas relacionadas à cavidade oral,
faringe, laringe e esôfago, submetidas a um controle neural que permite a condução do conteúdo oral até o
estômago. Dessa maneira, uma lesão neurológica, tal como o acidente vascular encefálico (AVE), ao comprometer
qualquer uma dessas estruturas, pode acarretar um distúrbio de deglutição, denominado de disfagia. A disfagia pode
trazer déficits nutricionais e de hidratação ao indivíduo, bem como comprometimentos do seu estado pulmonar. A
presença de disfagia orofaríngea no Acidente Vascular Encefálico (AVE) é estudada desde a década de 70, sendo
que a incidência descrita nestes estudos varia de 19% à 81% . A classificação da disfagia no AVE tem sido descrita
na literatura especializada como instrumento para determinar o grau de comprometimento do distúrbio de deglutição,
sendo que a relação topodiagnóstica ainda não está totalmente esclarecida. Objetivo: Classificar o grau de
comprometimento da disfagia orofaríngea neurogênica em indivíduos pós-AVE com lesão em hemisfério direito.
Casuística e Método: Foram avaliados 10 indivíduos, pós-AVE agudo, com lesão de hemisfério direito comprovado
por exame de neuroimagem, com idade entre 40 e 83 anos (médiade 58,7 anos), atendidos no leito em UTI de um
Hospital Público de Referência de Fortaleza. Realizada avaliação fonoaudiológica clínica e videofluoroscópica da
deglutição com aplicação da escala de grau de comprometimento proposta em literatura. Os autores classificaram a
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Congresso Brasileiro de Disfagia
disfagia em leve, moderada e grave, utilizando como critério a presença de penetração laríngea e aspiração
laringotraqueal para uma ou mais consistências. Resultado: Foram encontrados 60% de casos com disfagia leve e
40% classificados como disfagia moderada. Conclusão: A maior frequência de disfagias orofaríngeas leve e
moderada no AVE de hemisfério direito em fase aguda sugere que há possibilidade de via oral gerenciada. No
entanto, considerando que a escala utilizada tem como parâmetro de grau de comprometimento somente a presença
de penetração laríngea e aspiração laringotraqueal, sugere-se que as condutas não considerem somente a
classificação, mas incluam o desempenho da fase oral e seu impacto nutricional.
67. REABILITAÇÃO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA PSICOGÊNICA: RELATO DE CASO
Ramos de Luccas, Gabriele; Benedicto Machado, Isabela; Berretin-Felix, Giédre
Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo
Introdução: A disfagia orofaríngea pode ser decorrente de várias doenças de base. Nos casos psicogênicos,
normalmente a ocorrência é brusca e associada a um acontecimento traumático, problemas insolúveis ou relações
interpessoais difíceis. Tende a desaparecer após algumas semanas de tratamento e há contradição entre os
resultados obtidos nas avaliações e a queixa dos pacientes, sendo os relatos mais acentuados do que as evidências
nos exames. Não há dados claros acerca da epidemiologia da disfagia psicogênica, das formas de tratamento e
principais características, devido ao número restrito de estudos e casos relatados na literatura. Objetivo: Apresentar a
evolução do caso de uma paciente com disfagia orofaríngea psicogênica, reabilitada com terapia fonoaudiológica
convencional. Materiais e métodos: Paciente do gênero feminino, 51 anos, com quadro de disfagia orofaríngea
diagnosticado por meio de exames clínicos e instrumentais. Relatou ser muito ansiosa, ter problemas de
relacionamento em casa e medo de engasgar nas refeições. A avaliação clínica e instrumental (videofluoroscopia e
nasoendoscopia) evidenciou alteração da função de língua, tempo de trânsito oral aumentado, escape posterior
prematuro, resíduos em valécula e alteração vocal nas consistências líquido e sólido, além de ineficiência
mastigatória, prejuízos na organização do bolo, resíduos na língua e bochechas, bem como alteração na motilidade
esofágica para sólidos. Notou-se aumento dos batimentos cardíacos após a paciente introduzir o alimento na boca
em todas as consistências testadas. As escalas EAT-10 e FOIS, aplicadas antes do início da terapia, tiveram como
resultados 23 pontos e nível 5, respectivamente. A terapia convencional ocorreu por meio de exercícios
miofuncionais orofaciais, exercícios respiratórios, treino da coordenação pneumofonoarticulatória e da coordenação
entre a respiração e a deglutição. Realizou-se encaminhamento para as áreas de gastroenterologia, nutricionista,
psicologia e otorrinolaringologia. A paciente também foi encaminhada para fisioterapia e ortopedia por referir dores
na coluna e para neurologia devido a queixas de formigamento nos membros superiores. Resultados: Foram
realizadas seis sessões de terapia, com frequência de um atendimento por semana com duração de 50 minutos.
Após as sessões, a avaliação clínica evidenciou melhora no tipo e modo respiratório, batimentos cardíacos estáveis
durante a deglutição, melhora na função de língua, da organização do bolo e ausência de resíduos após as
deglutições, o que demonstrou melhora no quadro de disfagia, principalmente devido à melhora da coordenação
entre a respiração e a deglutição, sendo o mesmo relatado pela paciente. As escalas EAT-10 obteve uma pontuação
de três pontos e a FOIS permaneceu com nível 5. A partir dos resultados obtidos na avaliação psicológica, indicou-se
a necessidade da paciente realizar terapia psicológica individual e familiar, uma vez que apresenta sugestivo quadro
de Ansiedade e Depressão, devido a problemas emocionais, o que provavelmente pode ter desencadeado o quadro
de disfagia. A paciente encontra-se em acompanhamento de alta e aguarda atendimento nas áreas em que foram
realizados os encaminhamentos. Conclusão: A terapia convencional resultou em diminuição dos sinais e sintomas de
disfagia orofaríngea em um caso com componente psicogênico, sendo a abordagem interdisciplinar uma importante
meta a ser alcançada em tais casos.
Descritores: transtornos de deglutição; estresse psicológico; reabilitação; fonoaudiologia
68. ACHADOS DA NASOFIBROSCOPIA DA DEGLUTIÇÃO EM INDIVÍDUOS COM DOENÇA DE PARKINSON
Spazzapan, Evelyn Alves; Cola, Paula Cristina; Alves, Thaís Coelho; Silva, Roberta Gonçalves da; Onofri, Suely
Mayumi Motonaga
Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista –
UNESP/Campus de Marília
Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa comum que afeta principalmente
pessoas idosas. Além das manifestações clínicas motoras, a DP causa distúrbios na voz, fala e deglutição. As
alterações na deglutição dificultam a hidratação e a nutrição adequada, e pode acarretar maior ocorrência de
pneumonias aspirativas. Objetivos: O objetivo deste estudo foi verificar os achados da fase faríngea da deglutição
nos indivíduos com DP. Método: Estudo clínico transversal com 25 indivíduos adultos, com diagnóstico médico de
DP, sendo 14 homens e 11 mulheres, com idade entre 43 a 85 anos, com média de 70,8 anos. O tempo de
diagnóstico da DP variou entre 8 meses a 20 anos, com média de 5,8 anos. Os participantes foram classificados
segundo a escala de classificação da Doença de Parkinson (Hoehn & Yahr, 1967) sendo 3 (12%) indivíduos com
classificação 1; 8 (32%), com classificação 2; 6 (24%), com classificação 3; 6 (24%), com classificação 4 e 2 (8%),
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Congresso Brasileiro de Disfagia
com classificação 5. Todos os participantes foram submetidos à avaliação nasofibroscópica da deglutição, por um
mesmo médico otorrinolaringologista, sendo observados parâmetros como escape oral posterior, resíduos em
faringe, penetração laríngea e aspiração traqueal. Foi utilizado o nasofibroscópio da marca Pentax®, acoplado ao
sistema de microcâmera da marca Pentax® e o software de captura de imagem Zscan 6,0. Foi oferecido dez mililitros
das consistências alimentares pastosa fina, líquida engrossada e líquida (água) na colher descartável. Essas
consistências foram preparadas com líquido em forma de suco dietético, sabor pêra, espessante alimentar
instantâneo e corado com pigmento na cor azul. Para o alimento líquido engrossado foi colocada uma medida de
espessante (fornecida pelo próprio fabricante) para 100 ml de líquido e para o pastoso fino uma medida e meia de
espessante para 100 ml de líquido. Resultados: Quanto aos achados da nasofibroscopia de deglutição, com o
alimento pastoso fino, observamos que 8 (32%) indivíduos apresentaram escape oral posterior, 9 (36%) deles
presença de resíduos em faringe e 2 (8%), com penetração laríngea. Na consistência líquida engrossada verificamos
que 13 (52%) indivíduos apresentaram escape oral posterior; 8 (32%), resíduos em faringe e 4 (16%), penetração
laríngea. Na oferta de água, observamos que 14 (56%) indivíduos apresentaram escape oral posterior; 3 (12%),
resíduos em faringe; 3 (12%), penetração laríngea e 1 (4%), aspiração traqueal com tosse. Conclusão: De acordo
com nossos resultados os achados mais frequentes na nasofibroscopia de deglutição na DP foram escape oral
posterior, presença de resíduos em faringe e penetração laríngea, com todas as consistências oferecidas e a
aspiração traqueal ocorreu apenas quando oferecemos água.
Descritores: Doença de Parkinson, Deglutição, Disfagia e Nasofibroscopia de Deglutição
Financiamento: FAPESP
69. DISFAGIA OROFARÍNGEA PÓS INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL PROLONGADA EM UM CASO DE
POLINEUROPATIA DO PACIENTE CRÍTICO
Wagner, Julianne; Salvatori, Daniela; Burkhard, Laura Fabiana; Keitel, Patricia; De Almeida, Sheila Tamanini
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Introdução: a polineuropatia do paciente crítico (PPC) é uma doença de natureza predominantemente
motora, axonal, aguda e simétrica e pode ser observada em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva
(UTI) que manifestam dificuldade no desmame da ventilação mecânica, por serem acometidos por uma redução em
sua funcionalidade de modo generalizado. A intubação orotraqueal prolongada, num período superior a 48 horas,
pode ocasionar lesões na cavidade oral, na faringe e na laringe, causando uma diminuição da motricidade e da
sensibilidade – o que compromete o processo da deglutição, desencadeando a disfagia orofaríngea. Posteriormente,
problemas como a desnutrição e pneumonia aspirativa podem ocorrer, complicando o quadro clínico do paciente
internado. Objetivo: relatar o caso de um paciente com PPC, em uso de traqueostomia, que apresentou disfagia
orofaríngea pós intubação orotraqueal prolongada. Materiais e métodos: estudo retrospectivo, através de revisão de
prontuários obtidos em um banco de dados. Relato de caso de um indivíduo do sexo masculino, 68 anos,
traqueostomizado, com diagnóstico de PPC, internado em um hospital de Porto Alegre. Durante a internação, o
paciente fez uso de ventilação mecânica por tubo orotraqueal por período prolongado, tendo sido substituído por
traqueostomia. O paciente foi encaminhado pela equipe de Medicina Interna para avaliação fonoaudiológica com o
objetivo de verificar a possibilidade de reintrodução de alimentação por via oral. Os protocolos de avaliação utilizados
foram o Gugging Swallowing Screening (GUSS), que classifica a deglutição e o Functional Oral Intake Scale (FOIS),
que classifica a ingestão oral em níveis. O caso faz parte de estudo aprovado pelo comitê de ética do hospital sob n°
41354. Resultados: na avaliação inicial da deglutição, o paciente apresentou disfagia grave com alto risco de
aspiração, segundo a escala GUSS e nível de ingestão via oral 1 (nada por via oral), de acordo com a FOIS. Foi
solicitada Videofluoroscopia da deglutição e nesta, observou-se que em fase oral houve escape posterior prematuro
de alimento para orofaringe; na fase faríngea foi observada aspiração após a deglutição de líquido espessado,
provavelmente relacionada com estase alimentar em faringe. Deste modo, o paciente necessitou permanecer com
via alternativa de alimentação exclusiva e terapia indireta. Na avaliação final da deglutição (pré-alta hospitalar),
observou-se que o paciente ainda permanecia com disfagia grave com alto risco de aspiração, mantendo o mesmo
nível de ingestão por via oral. O acompanhamento pela equipe de Fonoaudiologia do hospital foi realizado por 27
dias 2 vezes por semana. O paciente recebeu alta hospitalar e encaminhamento fonoaudiológico para sua cidade de
origem. Conclusão: No caso relatado, observa-se o impacto da intubação orotraqueal prolongada associada à PPC e
posterior uso de traqueostomia. A compilação de complicações e fatores que interferem na biomecânica da
deglutição pode explicar o prognóstico reservado do caso para retomada da via oral em um curto espaço de tempo.
Salienta-se, contudo, a importância da investigação ainda à beira do leito para prevenir possíveis complicações
relacionadas à introdução de via oral de forma indiscriminada.
Descritores: adulto, fonoaudiologia, polineuropatias, protocolos clínicos, respiração artificial, transtornos de deglutição
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70. DEGLUTIÇÃO E REFLEXO DE TOSSE NA DOENÇA DE PARKINSON
Gasparim, Az; Santos, Rs; Marques, Jm; Marcelino, Pco; Júnior, Fh
Universidade Estadual de Maringá; Universidade Tuiuti do Paraná
Introdução: A doença de Parkinson é uma das patologias que mais comumente afetam a deglutição.
Objetivo: Analisar a eficácia da deglutição e do reflexo de tosse nos casos de penetração laríngea ou aspiração
traqueal de alimento, em diferentes estágios de severidade na doença de Parkinson. Material e Método: A amostra
constou de 38 pacientes, com diagnóstico de doença de Parkinson, divididos em quatro grupos em relação aos graus
de estadiamento da doença. Todos foram submetidos à avaliação neurológica e otorrinolaringológica, com o uso da
nasofibrolaringoscopia, para verificar a presença de reflexo nauseoso, reflexo de tosse sem e com alimento, rima da
glote, constrição supraglótica, tremor laríngeo e/ou glótico e mobilidade de prega vocal. Na avaliação da deglutição, o
reflexo de tosse foi classificado em eficaz (manifestação de tosse) e não eficaz (ausência de tosse), nos casos de
penetração laríngea e/ou aspiração traqueal por alimento. Resultados: Quanto aos achados laringológicos constatouse rima glótica do tipo fusiforme anteroposterior em 14 indivíduos (36,8%), constrição supraglótica tipo
anteroposterior em 12 indivíduos (31,6%) e tremor laríngeo em 50% dos casos. O reflexo de tosse manifestou-se em
100% dos pacientes quando avaliados sem a oferta de alimento. A presença de estase alimentar em recessos
piriformes e valéculas epiglóticas na deglutição das consistências líquida, pastosa e sólida foram significativas
(p=0,0000). A ocorrência de penetração laríngea na consistência líquida foi significativa (p=0,0036). Aspiração
traqueal ocorreu em seis pacientes no grupo experimental na consistência líquida, e ausente no grupo-controle.
Conclusão: A deglutição foi eficaz para os alimentos nas consistências líquida e sólida em pacientes parkinsonianos
nos estágios 1 a 2,5 da escala de estadiamento; e na consistência pastosa em pacientes parkinsonianos nos
estágios 1 a 4; o reflexo de tosse foi eficaz para alimento de consistência pastosa nos estágios de 1 a 4 da doença
de Parkinson.
Descritores: doença de Parkinson, tosse, transtornos de deglutição.
71. ELABORAÇÃO DE UM PROTOCOLO DE DESMAME DE TRAQUEOSTOMIA EM AMBIENTE HOSPITALAR
Faggioni,Mr; Bizinoto, Sn; Naques, Js; Barbosa,P
Fundação Santa Casa de Misericórdia de Franca
Introdução: A traqueostomia é uma técnica cirúrgica que tem por finalidade possibilitar a respiração por uma
nova via aérea. Ela facilita a remoção da secreção brônquica, diminui a incidência de infecções hospitalares e o
tempo de ventilação artificial, no entanto não há consenso sobre o modo de realizar seu desmame e decanulação.
Objetivo: Formular um protocolo de desmame e decanulação de traqueostomia. Métodos: O estudo se tratou da
formulação de um protocolo de desmame e decanulação da cânula de traqueostomia a partir de uma revisão
bibliográfica, com artigos publicados de 2004 a 2013, relacionados ao tema, nas bases BIREME, SCIELO, MEDLINE
e LILACS, assim como a experiência clínica dos autores e a rotina das enfermarias do local sobre os temas.
Resultados: Formulamos um protocolo de desmame e decanulação de traqueostomia com base na literatura,
experiência dos autores e rotina local. Conclusão: Concluímos que há uma escassez de artigos científicos e
protocolos relacionados ao tema, porém a nossa experiência e rotina condizem com a literatura encontrada
72. CLASSIFICAÇÃO DA DISFAGIA OROFARÍNGEA NUEROGÊNICA PÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
ISQUÊMICO
Silva, Daniele; Lemos, Érika; Gomes, Nivea; Bizinoto, Samanta
Universidade de Franca – Unifran
Introdução: O acidente vascular cerebral (AVC), é uma das principais causas de lesões permanentes em
adultos, podendo provocar seqüelas motoras globais, alterações de fala, linguagem e deglutição. Durante a fase
aguda, a detecção do risco de aspiração é fundamental para prevenir complicações pulmonares e permitir
apropriadas intervenções terapêuticas, possibilitando a alimentação por via oral precoce e segura. Objetivo: Esta
pesquisa tem por objetivo classificar o grau de disfagia orofaríngea neurogênica em pacientes Pós Acidente Vascular
Cerebral Isquêmico. Materias e métodos: por meio da aplicação do Protocolo de Avaliação Fonoaudiológica
Preliminar e do Protocolo Fonoaudiológico de Avaliação do Risco para Disfagia. No período de 21 de junho a 09 de
agosto de 2013, deram entrada na Fundação Santa Casa de Misericórdia de Franca 34 indivíduos com idades entre
39 a 88 anos, dos gêneros masculino e feminino, com diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral Isquêmico.
Resultados: Os resultados obtidos indicaram uma prevalência de 47,04% na relação entre o Acidente Vascular
Cerebral Isquêmico e a incidência da disfagia orofaríngea neurogênica, classificadas em grau leve 23,7%, leve a
moderada 3,0% e grave 20,7%. Na amostra analisada houve maior incidência de disfagia em sujeitos do sexo
feminino e idade superior a 60 anos. Conclusão: A avaliação fonoaudiológica no leito auxilia no mapeamento das
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situações de risco inerentes a disfagia e busca recursos para melhor qualidade de vida, afim de garantir ao paciente
uma alimentação segura.
Descritores: Fonoaudiologia, disfagia, transtornos da deglutição, acidente vascular cerebral
73. ASSOCIAÇÃO ENTRE COMPROMETIMENTO NEUROLÓGICO E SEVERIDADE
OROFARÍNGEA EM PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
DA
DISFAGIA
Otto, Dm; Ribeiro, Mc; Barea, Lm; Mancopes,R; Almeida, St
Univ. Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre; Univ. Federal de Santa Maria
Introdução: A disfagia orofaríngea (DOF) é um distúrbio da deglutição que pode impossibilitar o indivíduo de
se alimentar. A DOF apresenta alta incidência após o acidente vascular cerebral (AVC), sendo a principal causa de
mortalidade relacionada com as complicações respiratórias e desnutrição apresentadas pelo paciente. Objetivo:
Verificar o comprometimento do processo de deglutição em pacientes acometidos por AVC, associando o grau de
alteração desta função com a gravidade (pontuação da escala National Institute of Health Stroke Scale – NIHSS), o
tipo e a localização da lesão neurológica. Materiais e métodos: Estudo transversal, prospectivo e descritivo de 42
pacientes com diagnóstico de AVC atendidos na enfermaria do SUS de um hospital público, no período de junho de
2012 a agosto de 2013. A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do referido hospital, sob
o número 41354/12. Todos os pacientes passaram por avaliação clínica neurológica e aplicação da escala NIHSS –
que compreende a avaliação do nível de consciência, campo visual, mímica facial, força motora, ataxia, linguagem,
disartria e atenção –, revisão de prontuário e avaliação fonoaudiológica clínica. A avaliação das disfagias foi
realizada a partir de dois instrumentos: a Escala Funcional de Ingestão por Via Oral (FOIS) – a qual avalia a
quantidade e tipo de alimento que o paciente consegue ingerir por via oral de forma segura – e o Protocolo de
Avaliação para Investigação de Disfagia Orofaríngea em Adultos – constituído por anamnese, avaliação sensório
motora-oral e testes indireto e direto da deglutição (teste das consistências alimentares: pastoso, líquido, sólido). Foi
utilizado o Teste Exato de Fisher para verificar associação entre o grau de comprometimento da deglutição e a
escala NIHSS, o tipo e a localização da lesão neurológica. Para os resultados deste estudo o valor de significância
adotado foi p≤0,05. Resultados: 52,4% da amostra total eram mulheres com idade média de 65,7 anos (DP = ± 14,4);
92,9% apresentavam AVC do tipo isquêmico; 59,5% apresentaram comprometimento da circulação anterior. Houve
significância estatística entre o resultado da escala neurológica NIHSS e o grau de comprometimento da deglutição
(p=0,016). Identificou-se que a classificação de AVC leve (NIHSS 0-6) estava significativamente associada à
deglutição normal e disfagia leve; já a classificação de AVC grave (NIHSS ≥16) estava significativamente associada à
disfagia grave. Além disso, todos os pacientes com NIHSS igual ou superior a 16 (AVC Grave) apresentaram algum
grau de DOF. Ainda, observou-se que, independente da gravidade do AVC, 32 pacientes (76,2%) apresentaram
algum grau de disfagia orofaringea. Conclusão: Há evidências suficientes para apontar a associação entre a
gravidade do AVC e a gravidade do distúrbio de deglutição. Houve predomínio de pacientes com disfagia orofaríngea
grave que apresentavam AVC do tipo isquêmico e com comprometimento da circulação anterior como área de
localização da lesão neurológica.
Descritores: Acidente Vascular Cerebral; Distúrbio de Deglutição; Exame Neurológico; Fonoaudiologia
74. ESTRATÉGIAS
SISTEMÁTICA
TERAPÊUTICAS
NA
REABILITAÇÃO
DA
DISFAGIA
NEUROGÊNICA:
REVISÃO
Almeida, St; Martinez, Cc; Gurgel, Lg
Univ. Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Introdução: A disfagia orofaríngea é considerada um sintoma de alguma doença de base e está associada
ao aumento de morbidade e mortalidade, podendo conduzir a uma variedade de complicações clínicas, entre elas:
desidratação, desnutrição e pneumonia aspirativa. A indicação de estratégias terapêuticas comprovadamente
eficazes e eficientes para a reabilitação do distúrbio ainda é considerada um campo de estudo e investigação a ser
desenvolvido com maior rigor científico. Objetivo: verificar sistematicamente na literatura as principais estratégias
terapêuticas utilizadas no tratamento da disfagia orofaríngea neurogênica (DOFN) em adultos e idosos com doenças
neurológicas. Método: Foram pesquisadas as bases de dados MEDLINE, LILACS, Biblioteca Cochrane, SciELO e
referências dos estudos selecionados. Os termos de busca foram “Deglutition Disorder”, “Rehabilitation”,
“Randomized Controlled Trial” e seus entretermos. Os termos relacionados às desordens neurológicas foram
determinados conforme estabelecido na literatura como causas de DOFN. Foram incluídos ensaios controlados
randomizados, sem restrição de língua ou período de publicação e principais estratégias terapêuticas. Foram
excluídos ensaios que não descreveram, de maneira confiável, o tratamento utilizado na DOFN, tratamento com
acupuntura, medicamentos ou aplicados por médicos. Resultados: Foram identificados 196 artigos. Destes, 174
foram excluídos pela análise do titulo e/ou resumo e critérios de elegibilidade. Dos 22 incluídos, 3 tratavam do
exercício de Shaker, 2 de terapia tradicional, 1 da manobra postural “queixo para baixo”, 1 de espessamento de
líquidos, 2 sobre “queixo para baixo” e espessamento, 3 sobre estimulo tátil/térmico e gustativo, 1 sobre treinamento
de força muscular expiratória, e 9 sobre estimulação elétrica. As doenças investigadas nestes estudos foram
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Parkinson e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Conclusão: para o tratamento da DOFN no Parkinson, terapia
tradicional, espessamento de líquidos e treino de força muscular expiratória aparecem como as estratégias de
escolha. No AVC, identifica-se a terapia tradicional, exercício de Shaker e estimulação elétrica sozinha ou
combinada. Em ambas as doenças, há necessidade de maior investigação e rigor científico.
Descritores: distúrbio de deglutição, revisão, reabilitação, fonoaudiologia
75. ESTUDO DA DEGLUTIÇÃO NA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA: RELATO DE CASOS
Viera, Agda Ribeiro Harrisson; Magalhães Júnior, Hipólito Virgilio
Departamento de Fonoaudiologia - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Introdução: A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neuromuscular degenerativa e progressiva
que, aos poucos, vai incapacitando o indivíduo na realização de suas atividades da vida diária, bem como na
manutenção de suas funções vitais, dentre elas, a deglutição e respiração, consequência da fraqueza e atrofia
muscular, que acontece de maneira rápida e constante. O prognóstico da doença varia de 3 a 4 anos após sua
descoberta, levando a óbito, principalmente, por insuficiência respiratória. Diante deste cenário, a equipe
multidisciplinar faz-se necessária para a manutenção da qualidade de vida de acordo com as possibilidades e estádio
de progressão da ELA para aumento no tempo de sobrevida do indivíduo. Nesta equipe o fonoaudiólogo deve estar
inserido para reestruturar a comunicação nos estádios mais avançados que inviabilizam a expressão oral, assim
como para minimizar as complicações nutricionais e pulmonares provenientes dos quadros de disfagia presentes.
Dentre os exames utilizados para avaliar a disfagia, como a ausculta cervical, vídeoendoscopia da deglutição,
cintilografia da deglutição, a videofluoroscopia da deglutição é considerado o exame que melhor visualiza as
estruturas durante as fases da deglutição e possibilita a análise instrumental registrada em mídia sobre os achados
que precisam ser melhor identificados para planejamento terapêutico mais eficiente.Objetivo: Nesta perspectiva, este
trabalho objetiva estudar e descrever as principais alterações da deglutição que atingem os indivíduos com ELA, por
meio do exame da videofluoroscopia da deglutição. Materiais e métodos: Foi realizado o estudo de 3 casos de
pacientes com ELA, por meio da coleta dos prontuários arquivados no Departamento de Fonoaudiologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte em que continham os laudos da videofluoroscopia da deglutição. A
análise dos resultados foi de natureza descritiva com elaboração de quadro comparativo para observação de
comportamentos miofuncionais repetitivos. Resultados: As alterações encontradas nos três casos foram alteração na
formação do bolo, estase no assoalho da boca, no palato duro, na língua, em base de língua, na valécula e na
transição faríngoesofagica, com fase faríngea iniciada em valécula.Conclusão: De acordo com os casos analisados,
pacientes com ELA apresentam maiores dificuldades evidenciadas na deglutição em fase preparatória oral e oral
propriamente dita, por redução do tônus e mobilidade principalmente da língua, o que desencadeia desorganização
maior na fase faríngea, podendo resultar em estases em região faríngoesofagica e risco de aspiração/ penetração
laríngea.
Descritores: esclerose lateral amiotrófica, disfagia, fluoroscopia, fonoaudiologia
76. CRITÉRIOS FONOAUDIOLÓGICOS PARA INDICAÇÃO DE VIA ALTERNATIVA DE ALIMENTAÇÃO EM
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
BARROQUEIRO, Priscila Carneiro; MORAES, Alba Maria Soares; LOPES, Monique Kelly Duarte
Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão
Introdução: O fonoaudiólogo está habilitado para identificar, avaliar e intervir junto a pacientes disfágicos e
de risco para disfagia oral e/ou faríngea. Na unidade de terapia intensiva, os pacientes tendem a maior instabilidade
do quadro clínico devido a diversos fatores, sendo a intervenção fonoaudiológica precoce imprescindível para evitar
complicações clínicas, infecções pulmonares e prolongamento da internação hospitalar. Cabe a este profissional,
após avaliação clínica e considerando o caráter de segurança e funcionalidade, indicar a via de alimentação a ser
utilizada. Objetivos: Analisar quais os critérios fonoaudiológicos para indicação de via alternativa de alimentação na
Unidade de Terapia Intensiva Geral de um hospital universitário. Métodos: O estudo tem caráter transversal,
retrospectivo, quantitativo e descritivo, baseado em dados coletados nos Protocolos de Admissão, Avaliação,
Gerenciamento e Alta Fonoaudiológica dos pacientes atendidos entre janeiro e dezembro de 2014 que tiveram via
alternativa de alimentação indicada por fonoaudiólogo. Os dados coletados foram tabulados no programa Excel e
contrastados com literatura específica. Resultados: Participaram do estudo 25 indivíduos, sendo 13 mulheres e 12
homens. A idade variou entre 18 e 90 anos, com média 64,44. O motivo de internação de maior prevalência foi
neurocirurgia (32%). Seispacientes (24%) apresentaram alterações de linguagem, treze (52%) de fonoarticulação e
onze (44%) de qualidade vocal. Trezepacientes (52%) encontravam-se com dieta prescrita a critério médico e dez
(40%) estavam em dieta zero. Dezessete pacientes (68%) não apresentaram condições para realização da avaliação
funcional da deglutição. O critério fonoaudiológico de maior prevalência para indicação de via alternativa de
alimentação foi alteração do quadro de alerta (52%). Os demais critérios (tempo de trânsito oral aumentado;
alteração importante de tempo máximo fonatório, incoordenação deglutição/respiração e distensão abdominal
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Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
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Congresso Brasileiro de Disfagia
importante; aumento do tempo de trânsito oral e flutuação do quadro de alerta; taquipnéia e diminuição do quadro de
alerta; escape posterior; sonolência e emagrecimento importante; queda da saturação e desconforto respiratório;
quadro de alerta, desconforto respiratório, alteração de controle oral e trânsito orofaríngeo lentificado; dor abdominal
e desconforto respiratório intensos; trânsito orofaríngeo lentificado, baixa ingestão de dieta e intensa dor abdominal;
dispnéia e vômito; nível de consciência e agitação psicomotora) tiveram prevalência de 4% cada. Conclusão:O
fonoaudiólogo é o profissional habilitado para identificar precocemente pacientes de risco para disfagia, utilizando
critérios diferenciados durante suas abordagens. Na amostra estudada, o critério de maior prevalência para indicação
de via alternativa de alimentação foi a alteração do quadro de alerta, visto que, para manutenção de via oral
exclusiva de alimentação, o indivíduo necessita mante-lo estável paraalimentar-se de forma segura e funcional. Na
UTI, fatores como distúrbios metabólicos, uso de medicações edelirium podem levar a alteração deste. O estudo
evendencia a relevância da intervenção fonaudiológica junto a equipe de saúdepara execução de ações proativas,
preventivas e de gerenciamento.
Descritores: Fonoaudiologia; UTI; método de alimentação
77. APLICAÇÂO DA GUGGING SWALLOWING SCREEN (GUSS) EM PACIENTES BRASILEIROS PÓS-AVC
ISQUÊMICO AGUDO
Mourão, Aline; Vicente, Laélia; Chaves, Tatiana; Sant´Anna, Romeu; Ribeiro, Amanda; Costa, Luiza; Vale, Simone;
Bougo, Graziela; Melo, Amanda; Teixeira, Antônio
Hospital Risoleta Tolentino Neves, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) & Faculdade de Medicina, UFMG
Introdução: Em busca de avaliação clínica rápida e confiável para disfagia pós-AVC agudo foram
encontrados testes de triagem para deglutição, constatando-se que a maioria utiliza a consistência líquida para
avaliação inicial. Foi observado também que estudos brasileiros vêm utilizando protocolos de avaliação não
validados. Objetivo: Analisar a eficiência da escala de avaliação clínica de deglutição, Gugging Swallowing Screen –
GUSS em pacientes brasileiros. Métodos: Trata-se de estudo exploratório pré-experimental com amostra não
probabilística em que foram avaliados 45 pacientes admitidos na unidade de acidente vascular cerebral em um
hospital público de referência. Os critérios de inclusão foram: pacientes internados com diagnóstico de AVC
isquêmico com ou sem queixas para deglutição e com presença ou não de disfagia. Critérios de exclusão: disfagia
mecânica associada e pacientes com instabilidade clínica. A avaliação da deglutição foi realizada em dois momentos:
admissão nas primeiras 24 horas após o ictus e alta hospitalar. A GUSS foi escolhida dentre as demais escalas por
estabelecer parâmetros de avaliação das três consistências básicas na fase aguda da doença (pastosa, líquida e/ou
sólida). Inicialmente, utilizou-se a GUSS para definição de conduta (dieta oral suspensa ou liberada, e qual
consistência indicada). Após definição, foi reavaliada a deglutição com os mesmos parâmetros definidos na escala
GUSS, exceto o volume, sendo este da refeição hospitalar. O volume da refeição foi estabelecido pelo serviço de
nutrição e dietética do hospital. Após avaliações foi aplicada a escala funcional de ingestão por via oral - FOIS.
Resultados: Dos 45, 25 pacientes eram do sexo masculino (56%). Foram observadas as médias de 64 anos para
idade, 14,0 dias de internação, sendo de 5,0 (1-7) na FOIS, 16,0 (11-20) na GUSS e 14,0 (10-15) na escala de coma
de Glasgow para admissão hospitalar, e 6,5 (4-7) na FOIS, 18,0 (15-20) na GUSS e 14,9 (13-15) na Glasgow para
alta. Para análise estatística foi utilizado o programa SPSS versão 20.0. O teste de normalidade foi realizado pelo
teste Shapiro-Wilk e teste de Spearman para variáveis contínuas. Houve diferença estatisticamente significativa entre
os resultados obtidos pelas escalas FOIS e GUSS nos dois momentos avaliados (p<0,00). Ao comparar presença ou
não de disfagia observou-se que, pacientes triados como não disfágicos na escala GUSS apresentaram disfagia
durante a refeição, sendo 16 (36%) no momento da admissão hospitalar e 6 (13%) na alta hospitalar. Conclusões: No
presente estudo a GUSS não se mostrou um teste de triagem favorável para identificar pacientes pós-AVC isquêmico
agudo com ou sem disfagia. O volume estabelecido no protocolo original não apresentou resultado funcional para
deglutição segura e eficaz.
Descritores: Triagem, Deglutição, Neurologia, Saúde Pública
78. RELAÇÃO ENTRE LIBERAÇÃO DE DIETA VIA ORAL E NÍVEL DE COMPROMETIMENTO NEUROLÓGICO
PÓS-AVC ISQUÊMICO AGUDO
Mourão, Aline; Vicente, Laélia; Chaves, Tatiana; Sant´Anna, Romeu; Braga, Marcela; Nunes, Ciomara; Meira, Fidel;
Xavier, Rodrigo; Tanure, Marco Túlio; Teixeira, Antônio
Hospital Risoleta Tolentino Neves,Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) & Faculdade de Medicina, UFMG
Introdução: O National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) é uma escala de avaliação quantitativa dos
déficits neurológicos pós-AVC, sendo utilizada para nortear o tratamento da fase aguda e previsão do prognóstico.
Embora seja amplamente utilizada na literatura, de rápida e fácil aplicação, não avalia os distúrbios de deglutição.
Objetivo: verificar a correlação entre o nível funcional de ingestão de via oral (FOIS) com o nível de comprometimento
neurológico definido pela National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) ao longo da internação. Métodos: Trata-se
de estudo observacional com amostra não probabilística em que foram avaliados 45 pacientes admitidos na unidade
de acidente vascular cerebral em um hospital público de referência. Os critérios de inclusão foram: pacientes
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internados com diagnóstico de AVC isquêmico com ou sem queixas para deglutição e com presença ou não de
disfagia. Critérios de exclusão: disfagia mecânica associada e pacientes com instabilidade clínica. Avaliações da
deglutição (FOIS) e do comprometimento neurológico (NIHSS) foram realizadas em três momentos: admissão nas
primeiras 24 horas após o ictus, 72 horas de internação e alta hospitalar. Segundo os critérios da NHISS, o paciente
é avaliado quanto a: nível de consciência, campo visual, paralisia facial, força motora, ataxia, linguagem, disartria e
atenção. Resultados: Dos 45, 25 pacientes eram do sexo masculino (56%). Foram observadas as médias de 64 anos
para idade, 14,7 na escala de coma de Glasgow, 7,0 no NIHSS e 6,0 no FOIS. Para análise estatística foi utilizado o
programa SPSS versão 20.0. O teste de normalidade foi realizado pelo teste Shapiro-Wilk e teste de Spearman para
variáveis contínuas. Houve correlação negativa entre o grau de ingestão por via oral com o nível de
comprometimento neurológico avaliado pela NIHSS em todas as etapas (p<0,00). Não foi possível estabelecer um
valor de corte na NIHSS como preditor para liberação ou não da dieta por via oral. Conclusões: Os resultados
confirmam a relação da gravidade déficit neurológico global com capacidade de ingestão oral A pontuação da NIHSS
não define liberação de dieta oral e/ou exclui avaliação da deglutição.
Descritores: Deglutição, Neurologia, Saúde Pública
79. RELAÇÃO ENTRE CAPACIDADE FUNCIONAL DA DEGLUTIÇÃO COM CAPACIDADE FUNCIONAL
GLOBAL DO PACIENTE PÓS-AVC ISQUÊMICO AGUDO
Mourão, Aline; Vicente, Laélia; Chaves, Tatiana; Sant´Anna, Romeu; Braga, Marcela; Nunes, Ciomara; Meira, Fidel;
Xavier, Rodrigo; Tanure, Marco Túlio; Teixeira, Antônio
Hospital Risoleta Tolentino Neves,Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) & Faculdade de Medicina, UFMG
Introdução: A medida de independência funcional (MIF) é provavelmente o instrumento mais abrangente
para mensurar capacidade funcional. É capaz de medir o desempenho do indivíduo para a realização de um conjunto
de 18 tarefas, referentes às subescalas de autocuidados (alimentação), controle esfincteriano, transferências,
locomoção, comunicação e cognição social. Objetivo: Analisar a correlação entre a evolução da capacidade de
deglutição por meio da escala funcional de ingestão por via oral (FOIS) com medida de independência funcional
(MIF) de indivíduos pós-AVC isquêmico agudo. Métodos: Trata-se de estudo observacional com amostra não
probabilística em que foram avaliados 45 pacientes admitidos na unidade de acidente vascular cerebral em um
hospital público de referência. Os critérios de inclusão foram: pacientes internados com diagnóstico médico de AVC
isquêmico com ou sem queixas para deglutição e com presença ou não de disfagia. Critérios de exclusão: disfagia
mecânica associada e pacientes com instabilidade clínica. Avaliações da deglutição (FOIS) e da incapacidade
funcional (MIF) foram realizadas em dois momentos: admissão nas primeiras 24 horas após o ictus e alta hospitalar.
Resultados: Dos 45, 25 pacientes eram do sexo masculino (56%). Foram observadas as médias de 64 anos para
idade, 14,7 na escala de coma de Glasgow, 7,0 no NIHSS, sendo a média de 5,0 (1-7) na FOIS e 73,0 (18-119) na
MIF para admissão hospitalar e, 6,5 (1-7) na FOIS e 84,0 (21-126) na MIF na alta hospitalar. Para análise estatística
foi utilizado o programa SPSS versão 20.0. O teste de normalidade foi realizado pelo teste Shapiro-Wilk e teste de
Spearman para variáveis contínuas. Houve correlação positiva entre a capacidade funcional da deglutição com
capacidade funcional global do paciente pós-AVC nas duas etapas avaliadas: admissão e alta hospitalar (p<0,00).
Conclusões: Os resultados obtidos confirmam relação entre a MIF à capacidade da deglutição, sugerindo um olhar
mais globalizado por parte do fonoaudiólogo no momento da reabilitação da disfagia.
Descritores: Deglutição, Incapacidade, Neurologia, Saúde Pública
80. DISFAGIA EM SUJEITOS COM DIAGNÓSTICO DE NEUROACANTOCITOSE
Attoni, T; Moraes, En; Britto, At; Cardoso, F
Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: A Neuroacantocitose é um distúrbio neurológico no qual manifestações de movimentos
anormais, amiotrofia e epilepsia associam-se obrigatoriamente à presença de hemácias espiculadas, denominadas
acantócitos, no sangue periférico. Trata-se de síndrome rara, provavelmente subdiagnosticada, autossômica
recessiva, cujos distúrbios motores são variáveis, incluindo hipercinesias (coreia, discinesia buco-línguo-facial,
tiques) ou parkinsonismo, além de alterações do comportamento e declínio cognitivo. A neuroacantocitose é
ocasionalmente confundida com doença de Huntington, havendo poucos casos relatados na literatura. Embora
pacientes com Neuroacantocitose se queixem de dificuldades deglutitórias, pouco se sabe sobre a frequência e as
características da disfagia nesta síndrome. Objetivo: Caracterizar as alterações presentes no processo de deglutição
de pacientes portadores de Neuroacantocitose. Materiais e métodos: Para este estudo, nove sujeitos portadores de
Neuroacantocitose foram avaliados, sendo cinco do gênero masculino e quatro do gênero feminino, com faixa etária
entre 35 e 40 anos (mediana de ). Todos os sujeitos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O
estudo foi aprovado no COEP sob o número CAAE 0523.0.203.000-11. Estes sujeitos são avaliados periodicamente
no Ambulatório de Distúrbios de Movimento, tendo passado por avaliação clínica constituída por exame neurológico
para verificar a presença de distúrbios de movimento e pesquisa de acantócitos no sangue periférico para confirmar
a doença. Para a avaliação da deglutição foi utilizado protocolo próprio constituído por levantamento da história da
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Congresso Brasileiro de Disfagia
disfagia; avaliação clínica da função oral, sensorial, e sistema respiratório; análise da ingestão de alimentos para
identificar as disfunções posturais e uma avaliação independente da alimentação por meio da ingestão de alimentos
de consistência sólida e líquida. Resultados: Todos os sujeitos apresentaram sinais indicativos de disfagia: alteração
de vedamento labial, escape oral para alimentos sólidos e líquidos, incordenação mastigatória, diminuição do
movimento de elevação da laringe, aumento do tempo de trânsito oral, deglutições pequenas e repetidas, sinais
sugestivos de penetração laríngea. Três sujeitos apresentaram protrusão involuntária da língua, resultando em
dificuldade de ejeção do alimento e até mesmo arremesso do alimento para fora da cavidade oral. Na análise da
história da disfagia, um sujeito era alimentado em posição supino, facilitador físico da ação da gravidade, a fim de
vencer a barreira imposta pela incoordenação lingual. De forma geral, os pacientes com Neuroacantocitose
apresentaram discinesia orofacial, presença constante de contração de lábios e tiques vocais característicos, além
de grande incoordenação lingual. Conclusão: A avaliação evidenciou graves dificuldades nas fases preparatória e
oral da deglutição, que são seriamente prejudicadas nos portadores de Neuroacantocitose. Contudo, por ser um
estudo essencialmente exploratório e original, novas avaliações e técnicas devem ser empregadas para se investigar
todo o fluxo da deglutição nesta síndrome.
Descritores: Neuroacantocitose, Transtornos de deglutição, deglutição, coreia
Financiamento: CAPES
81. DISFAGIA APÓS ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO: FATORES DE PROGNÓSTICO
Pereira-Carvalho,Nav; Vicente,Lcc; Schettino,Mstb; Friche,Aal
Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: Uma das complicações mais frequentes após o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a disfagia
orofaríngea - reconhecida como um dos principais fatores de risco para ocorrência de pneumonia aspirativa. A
disfagia possui grande impacto quanto ao estado nutricional do paciente, à ocorrência de pneumonia aspirativa e,
consequentemente, ao tempo de internação dos pacientes. Quanto aos fatores de risco para a não ingestão por via
oral quatro semanas pós-icto, são relatados como sintomas mais frequentes: o distúrbio de consciência, déficit
cognitivo, paralisia facial, dificuldade de protruir a língua, ausência do reflexo de gag, fraqueza muscular e altos
escores na escala NIHSS; é relatado o uso de via alternativa de alimentação em 15,0% dos pacientes após quatro
semanas do evento. Quanto ao prognóstico da disfagia durante a internação e sua relação com a intervenção
fonoaudiológica, é referido que pacientes submetidos à terapia diária tem risco menor de morte intra-hospitalar,
pneumonia, necessidade de suporte respiratório e suporte nutricional ao receberem alta do que pacientes que não o
foram. Objetivos: Analisar a disfagia e fatores de prognóstico para reabilitação da via oral de alimentação em
pacientes hospitalizados após AVC isquêmico e verificar a ocorrência de pneumonia aspirativa entre esses
pacientes. Métodos: Estudo analítico observacional longitudinal com 19 pacientes hospitalizados após o primeiro
AVC isquêmico, nas fases aguda e subaguda, diagnosticados com disfagia orofaríngea por meio de avaliação clínica
até 24 horas após à admissão em hospital de referência; os pacientes foram submetidos diariamente à terapia
fonoaudiológica e reavaliados semanalmente quanto à gravidade da disfagia, capacidade de ingestão de via oral
(escala FOIS), gravidade do AVC (escala NIHSS) e capacidade funcional (Índice de Barthel modificado), até a alta
hospitalar. Os casos de pneumonia aspirativa – diagnosticados pela equipe médica - foram registrados. Para análise
estatística dos dados foram utilizadas medidas de tendência central e dispersão das variáveis contínuas e
distribuição de frequência das variáveis categóricas. Para as variáveis categóricas foram utilizados os testes Quiquadrado e Exato de Fisher. Para verificação das modificações nos parâmetros avaliados, foi utilizado o Teste T
pareado para comparação de médias, ANOVA e os testes não paramétricos Mann Whitney e Kruskal Wallis. Para o
processamento e análise dos dados foi utilizado o SPSS 21.0. Resultados: A disfagia de grau moderado foi a mais
frequente (57,9%), seguido pelos graus leve (26,3%) e grave (15,8%); alteração concomitante nas fases
preparatória-oral, oral e faríngea foi a mais comum (68,4%). Quanto à capacidade de ingestão de via oral à
avaliação, 31,6% tiveram indicação de via alternativa e 68,4% tiveram ingestão de via oral restrita. A nota no Índice
de Barthel à admissão apresentou diferença estatística significante entre pacientes que apresentaram bom
prognóstico para reabilitação da deglutição e aqueles que mantiveram sua capacidade de ingestão inalterada. A
pneumonia aspirativa foi observada 10,5% dos pacientes. Conclusões: A disfagia orofaríngea deve ser
oportunamente avaliada pelo fonoaudiólogo a fim de minimizar seus impactos na evolução do paciente; a nota no
índice de Barhtel foi fator preditivo para a evolução da disfagia durante a internação do paciente pós-AVC.
Descritores: Acidente Vascular Cerebral, Fatores de Risco, Avaliação de Resultados (Cuidados de Saúde), Transtornos
de Deglutição, Fonoaudiologia.
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Congresso Brasileiro de Disfagia
82. ANÁLISE DA CONCORDÂNCIA DA FUNCTIONAL ORAL INTAKE SCALE (FOIS) ENTRE ACADÊMICOS
Oliveira,Acm; Pereira-Carvalho,Nav; Friche,Aal; Vicente,Lcc
Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: A Escala Funcional de Alimentação (Functional Oral Intake Scale – FOIS) descreve o nível
funcional de alimentação oral do paciente, levando-se em consideração as modificações e a necessidade de
manobras compensatórias na deglutição. A FOIS considera as características da dieta do indivíduo classificando-o
em sete níveis de acordo com a via de alimentação, limitações e restrições alimentares. Objetivo: Verificar o grau de
concordância da escala funcional de ingestão por via oral (FOIS) entre acadêmicos de fonoaudiologia. Métodos:
Trata-se de um estudo observacional analítico transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o
parecer de n° 0592.0.203.000-09. Participaram 15 alunos de Fonoaudiologia, sendo 40% do sétimo período e 60%
do oitavo período e três fonoaudiólogos, com experiência mínima de quatro anos na utilização da escala FOIS.
Foram selecionados 28 protocolos de avaliação clínica de pacientes adultos com diagnóstico de disfagia orofaríngea,
de comprometimento e etiologia variados e que se alimentavam por diferentes vias de alimentação. Destes, seis
protocolos foram selecionados para reteste, para verificar a concordância intra-examinador. Após a seleção dos
casos, realizou-se o treinamento com os acadêmicos, que consistiu em uma aula teórica a respeito da escala FOIS e
a prática, por meio da avaliação de protocolos de quatro pacientes com disfagia orofaríngea, diferentes dos utilizados
no estudo. Ao final do treinamento, foram apresentados os 34 casos e durante a avaliação destes, não foi permitida
qualquer troca de experiência. Para comparar as respostas fornecidas pelos estudantes, três fonoaudiólogas
analisaram os mesmos casos, separadamente. As respostas determinadas foram comparadas, com intuito de se
obter apenas um valor da escala FOIS para cada caso. Para os casos que divergiram as respostas foram realizadas
uma nova análise, sendo o resultado desta, obtido em comum acordo entre as profissionais. A concordância entre
as acadêmicas e as fonoaudiólogas foi verificada por meio do Coeficiente Kappa (K). Resultados: Os níveis 1
(K=0.411) e 7 (K=0.596) da escala FOIS apresentaram maiores valores de concordância entre os acadêmicos
quando comparado aos demais, sendo a concordância destes moderada. Esses níveis obtiveram os melhores
resultados quando foram atribuídos pelos acadêmicos que apresentaram concordância substancial e quase perfeita
em suas análises, sendo respectivamente, K=0.509 e K=0.650. Dentre os acadêmicos 33,3% apresentaram
concordância substancial na análise dos casos retestados, assim como as profissionais e 6,6% apresentou
concordância quase perfeita. Dentre esses acadêmicos apenas um cursava o sétimo período, os demais, incluindo o
que obteve concordância perfeita, estavam concluindo o curso. Conclusão: A concordância da escala FOIS foi
influenciada pelo tempo de formação e a experiência prática em disfagia, visto que os alunos do sétimo período
apresentaram concordância fraca e esta melhorou quando determinadas pelos discentes que encontravam-se no
final do curso. Sendo assim, a prática da classificação da escala FOIS é importante para acadêmico, uma vez que
para utilizar a escala de forma eficiente é necessário estar familiarizado com a classificação dos níveis funcionais de
alimentação oral e ainda, estabelecer o raciocínio-clínico coerente com o caso.
Descritores: Reprodutibilidade de testes, estudantes, transtornos da deglutição e classificação
83. ANÁLISE QUANTITATIVA DA DEGLUTIÇÃO NA ESCLEROSE MÚLTIPLA
Bacelete,Vsb; Vicente,Lcc; Santos,Mar
Universidade Federal de Minas Gerais
Introdução: A características da disfagia na esclerose múltipla (EM) descritas são prejuízo na elevação
laríngea, atraso na fase faríngea da deglutição, penetração e/ou aspiração alimentar e resíduos alimentares em
faringe. Analisar fatores associados à ocorrência de presença de resíduos em recessos faríngeos e de
penetração/aspiração permite o desenvolvimento de programas terapêuticos mais específicos. Objetivos: Analisar
quantitativamente o deslocamento hiolaríngeo, constrição faríngea e resíduos alimentares em valéculas de indivíduos
com EM, bem como a sua associação com o gênero, idade e grau de incapacidade neurológica avaliada a partir do
Expanded Disability Status Scale (EDSS) e conhecer os fatores relacionados à ocorrência de resíduos alimentares
em recessos faríngeos e de penetração e/ou aspiração alimentar. Métodos: Foram analisados 40 exames de
videofluoroscopia de sujeitos com Esclerose Múltipla, sendo 20 do grupo caso (exames de indivíduos com resíduos
alimentares em recessos faríngeos com ou sem penetração/aspiração) e 20 do grupo controle (indivíduos sem
alterações da fase faríngea da deglutição). A amostra foi composta por 36 mulheres e quatro homens, com idade
entre 25 e 60 anos, média de 41,1 anos e EDSS entre 1 e 8, média de 4. Dentre as formas de apresentação da
doença, 32 eram do tipo recorrente-remitente, seis secundariamente progressiva, um primariamente progressiva e
progressivamente com recorrência. As medidas de deslocamento hiolaríngeo, de percentual de máxima constrição
faríngea e de resíduos alimentares em valéculas foram realizadas nas consistências líquida, pastosa e sólida por
meio do programa ImageJ do National Institute of Health. Os indivíduos foram pareados segundo gênero, idade e
grau de EDSS e comparados em torno da média das variáveis idade (<=41 e >41) e EDSS (0,0- 4,0 e 4,5-8,0).
Resultados: A média de deslocamento máximo hiolaríngeo entre mulheres foi 1,82 cm e, entre homens, 1,97 cm. Os
sujeitos mais jovens apresentaram média de 1,87 cm e, os mais velhos, 1,82 cm. No grupo com EDSS abaixo de
4,5, a média foi 1,72 cm e, maior que 4,5, o valor foi 2,05 cm. Em sujeitos com resíduos em valéculas e seios
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Congresso Brasileiro de Disfagia
piriformes, as médias foram 1,85cm e 1,66cm, respectivamente. Em sujeitos com penetração/aspiração, a média foi
1,59cm. O percentual médio de máxima constrição faríngea entre mulheres do foi 94,7% e, entre homens, 90,7%.
Em indivíduos mais jovens, foi 96,4% e, entre mais velhos, 95,7%. No grupo com menor EDSS, a média foi 93,7% e,
em EDSS maior, 94,5%. Entre casos com resíduos em valéculas, a média foi 93,9%; com resíduos em seios
piriformes, 91,9%;e, penetração/aspiração, 95,2%. O percentual de resíduo em valéculas foi maior entre mulheres
(68,6%), indivíduos mais jovens (66,1%) e com menor EDSS (68%). Houve associação entre o percentual de
constrição faríngea e resíduos em recessos faríngeos e presença de penetração/aspiração, sendo a porcentagem
menor no grupo caso(p<0,05). Conclusão: Os resultados indicaram que o gênero e idade influenciam medidas
biomecânicas da fase faríngea da deglutição em sujeitos com Esclerose Múltipla e que há associação entre a
presença de resíduos em recessos faríngeos e de penetração/aspiração nos casos com o percentual de constrição
faríngea reduzida.
Descritores: constrição, deglutição, esclerose múltipla, faringe, fenômenos biomecânicos, osso hioide
84. A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO FONOAUDIOLOGIA JUNTO AOS PACIENTES COM DOENÇAS CRÔNICAS
– ENFOQUE NA DISFAGIA OROFARÍNGEA
Souza, Juliana; Santos, Diana
Divisão de Fonoaudiologia HCFMUSP-HAS (Hospital Auxiliar de Suzano)
Introdução: O paciente que apresenta doenças crônicas necessita de um tempo maior de recuperação, a
média de permanência no Hospital é em torno de 90 dias e sendo alguns casos por anos. Devido à longa
permanência torna-se necessário montar um plano terapêutico fonoaudiológico de acordo com o perfil destes
pacientes hospitalizados que difere em alguns aspectos da assistência fonoaudiológica de um hospital geral, ou seja,
não especializado em cuidados prolongados. No Hospital de longa permanecia diferente de um Hospital Geral, a
visita é aberta. Visita Aberta – É um dispositivo que garante, no maior tempo possível, a presença da rede sócio
familiar dos usuários internados, de forma a assegurar o elo entre o usuário do hospital, sua rede social e os demais
serviços da rede de saúde. Assim ampliando a possibilidade de acesso para os visitantes de forma a garantir o elo
entre família e paciente. Nessa modalidade de visita, há possibilidade de um acompanhante permanecer na unidade
como cuidador do paciente, inclusive há cuidadores que permanecem 24 horas no hospital. Isso fez com que a
equipe fonoaudiologia pensasse numa forma de intervenção junto a esses cuidadores. Nos cuidados prolongados a
participação da família e do cuidador é essencial na compreensão da dificuldade de deglutição que o paciente
apresenta e os riscos significativos ao introduzir alimentação por via oral ao paciente sem autorização da equipe de
fonoaudiologia. Considerando que o cuidador permanece a maior parte do tempo com o paciente, e os riscos de
broncoaspiração aumentam quando o paciente é consciente e o cuidador oferta alimento desconhecendo os riscos
que podem ser gerados através daquela oferta. Visando reduzir os riscos de broncoaspiração, foram desenvolvidas
ações educativas como, por exemplo, palestras informativas para cuidadores e familiares uma vez a cada três
meses. Nas palestras a equipe de fonoaudiologia fala sobre os distúrbios da deglutição e os riscos de oferta de
alimentos a pacientes disfágicos. Objetivos: O objetivo deste trabalho é apresentar a importância da atuação
fonoaudiológica com pacientes disfágicos em ambiente hospitalar e mostrar a proposta de como essa atuação é
realizada num hospital de cuidados prolongados. Metodologia: Para este trabalho, foi realizada pesquisa quanto ao
tema pacientes em cuidados prolongados que possuem doenças crônicas, fonoaudiologia e Disfagia, por meio de
publicações e dados científicos. O foco principal do trabalho foi a abordagem fonoaudiológica na Disfagia e o
paciente com tempo de internação prolongado. Resultados: Coube a equipe fonoaudiologia desenvolver estratégias
de caráter informativo sobre a Disfagia e o risco de broncoaspiração nos pacientes com tempo de internação
prolongado, estabelecendo uma comunicação entre equipe e familiares e assim garantindo ao doente uma melhor
qualidade de vida. Conclusão. Embora a Fonoaudiologia contribua na atenção ao paciente disfágicos com doenças
crônicas e internação prolongada, poucos são os artigos que descrevem a atuação do fonoaudiológica nesses
Hospitais. São inúmeros os benéficos que um serviço de fonoaudiologia traz a uma unidade hospitalar sendo assim
na área da saúde é necessário haver ações integradas para uma atuação eficaz e de qualidade no serviço prestado
ao paciente.
Descritores: Fonoaudiologia – Doenças Crônicas - Disfagia Orofaríngea
85. PROGRAMA INTERDISCIPLINAR DE ATENÇÃO E CUIDADO À DISFAGIA EM HOSPITAL TERCIÁRIO
Ribeiro, Elizabeth
Núcleo de fonoaudiologia NEFEG e Hospital Barra D´or RJ
Introdução: O estudo foi realizado no hospital Barra D´or, um hospital terciário, privado, localizado na zona
oeste do Rio de janeiro. Constituído por quatro unidades de terapia intensiva (adultos, cardiointensiva, pósoperatório, neurointensiva), semi-intensiva e quartos. Os programas de Acreditação Hospitalar, agregam as
instituições de saúde o conceito de segurança do paciente, prevenção de risco e interdisciplinaridade. Neste novo
contexto, há necessidade de mudanças de alguns paradigmas, com fins de educar e capacitar toda uma equipe
quanto à integralidade no cuidar. Sendo importante a transformação da cultura hospitalar no que tange aos cuidados
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Congresso Brasileiro de Disfagia
com a disfagia; uma vez que se situa em um limbo multiprofissional. A garantia de segurança do paciente disfágico
não depende só da ação do fonoaudiólogo, mas sim da atenção e cuidado de toda equipe. As variáveis que norteam
a criação deste programa; são: parâmetros de eleição para via oral nas unidades intensivas, parâmetro de
consistências das dietas para disfágicos, consenso clínico quanto ao desmame do catéter nasoenteral, oferta de
dieta oral por terceiros; fluxo de comunicação entre equipe e estimativa de tempo para prognóstico quanto a via de
alimentação. Pensamos que todas estas variáveis acompanhadas de forma integrada, possam vir a corroborar para
segurança do paciente. Objetivo: Instituir protocolo interdisciplinar de acompanhamento a pacientes disfágicos, com
fins de favorecer segurança do paciente e comunicação entre a equipe de saúde. Material e métodos: Descrito
protocolo operacional padrão sobre a metodologia do programa de reabilitação em disfagia, com inserção dos
profissionais de saúde (nutrição, enfermagem , técnicos de enfermagem, médicos) para o desenvolvimento do
processos de acompanhamento fonoaudiológico. O programa inclui sinalização a equipe do nível de risco do
paciente por meio de placas, assim como protocolos para cada setor envolvido na cadeia de ações das respectivas
fases do tratamento. O Programa de reabilitação fonoaudiológica preconiza até 10 sessões para estabelecimento de
prognóstico quanto à via de alimentação. A fase de transição entre alimentação via enteral e alimentação via oral é
orientada por meio de fluxograma que mensura quantidade de oferta via oral em relação ao valor energético total por
via enteral contribuindo para um desmame seguro. Resultados: A partir da adesão da equipe de saúde aos
protocolos inerentes ao “Programa interdisciplinar de atenção e cuidado a disfagia” pudemos observar mudanças
referentes à cultura por parte da equipe de saúde no que se refere à disfagia, menor ocorrência de distúrbios de
comunicação entre a equipe no que concerne à decisão da via de alimentação, e segurança quanto ao desmame do
cateter nasoenteral. Observarmos também menor tempo de internação hospitalar, uma vez que houve maior controle
do tempo de acompanhamento (10 sessões) para o prognóstico quanto à via de alimentação. Conclusão: Com base
nos resultados, concluimos que as estratégias adotadas no programa, contemplam as variáveis apontadas no
estudo. Entendendo a disfagia como uma síndrome multidimensional, acreditamos que o acompanhamento ao
disfágico requer uma abordagem sistêmica, para contribuir com a política de segurança dos hospitais, através do
cuidado seguro por meio de prática consciente. Vemos a necessidade de prosseguir o estudo, uma vez que esta
etapa teve como objetivo a conscientização da equipe quanto aos cuidados a disfagia; não sendo possível mensurar
os resultados para análise da eficiência do programa interdisciplinar. Com base nos resultados de caráter subjetivo,
acreditamos que as estratégias adotadas no programa, corresponderam as expectativas iniciais do estudo.
86. GESTÃO EM FONOAUDIOLOGIA
ASSISTENCIAIS
HOSPITALAR
COM
VISÃO
SISTÊMICA
DOS
PROCESSOS
Ribeiro, Elizabeth; Menezes, Mário
Núcleo de fonoaudiologia NEFEG
Introdução: Implantar um serviço de fonoaudiologia hospitalar em hospitais de alta complexidade é de
grande responsabilidade, pois exige um básico conhecimento dos princípios gerais de administração. A assistência
fonoaudiológica prestada a indivíduos disfágicos em fase aguda requer planejamento de linhas de cuidado
assistencial multidisciplinar. Pensamos que neste contexto a atuação do fonoaudiólogo deve ser orientada por
protocolos que descreva a cadeia de ações inerentes aos diferentes procedimentos fonoaudiológicos.
Problematizando mais a questão, questionamos se o fonoaudiólogo está preparado para esta cultura, uma vez que
em sua formação não há disciplinas relacionada aos princípios básicos de administração. A percepção que temos é
de que o fonoaudiólogo conclui a graduação preparada para atuar de forma autônoma, com a visão de que o seu
maior compromisso é com o domínio das técnicas terapêuticas. Acreditamos que tal cultura, compromete aceitar que
a prática fonoaudiológica exercida neste ambiente, deva ser guiada por protocolos interdisciplinares; com fins de
minimizar os erros evitando eventos adversos. Objetivo: Melhorar a continuidade e a coordenação do cuidado em
todas as diferentes disciplinas e setores minimizando erros, além de melhorar a qualidade do serrviço. Material e
métodos: capacitação da equipe de fonoaudiólogos através de curso teórico-prático com duração de cinco meses,
oferecido por nossa empresa. Descrição de Instrução normativa referente aos principais processos da assistência
fonoaudiológica (avaliação e tratamento) contratualizada com a alta administração do hospital. Participação da
ambientação dos hospitais para o conhecimento e treinamento dos protocolos referente à política de segurança
hospitalar (gerenciamento de risco) Resultados: Diminuição da variabilidade na prática fonoaudiológica levando a
melhores resultados, em contrapartida aumento na rotatividade do quadro de fonoaudiólogas, notificações dos outros
setores assistenciais (enfermagem, nutrição) ao nosso serviço quanto à falta de adesão das fonoaudiólogas ao
protocolo interdisciplinar de cuidado. .Conclusão: Neste contexto em que trabalhamos com uma equipe de
fonoaudiólogas torna-se imperioso afirmar a necessidade da padronização dos processos da assistência
fonoaudiológica, tornando um grupo de fonoaudiólogas em verdadeiro time. Porém gerou grande rotatividade, talvez
pelo fonoaudiólogo não se adaptar a este modelo de visão sistêmica, potencializado pela cultura de trabalho
autônomo. Tal situação compromete sobre maneira a qualidade do serviço, uma vez que torna-se difícil amadurecer
a equipe quanto à dinâmica dos protocolos assistenciais. Ao concluir este trabalho percebemos não ser possivel
apontar soluções, mas sim levantar questões para serem refletidas. Por exemplo, a necessidade de uma formação
diferenciada que seja capaz de satisfazer a demanda da interdisciplinaridade aliada à expertise na área de disfagia.
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Congresso Brasileiro de Disfagia
Assumir a disfagia como multifatorial é valorizar a interação e o cuidado de toda equipe para o alcance de resultados
com eficácia e eficiência.
87. AVALIAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO NOS PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA – ESTUDO PILOTO
Amaral, Inez Janaina de Lima; Guimarães, Valeriana de Castro; Araújo, Kássia Valéria Dutra; Silva, Duanne
Nascimento
Universidade Federal de Goiás – Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde
Introdução: A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença desmielinizante do Sistema Nervoso Central (SNC), de
evolução crônica e progressiva, considerada uma das causas mais comuns de incapacidade neurológica em
mulheres jovens (entre 20 e 40 anos) e de etnia branca. A etiologia mais aceita é uma conjunção de predisposição
genética e fatores ambientais desconhecidos, originando uma disfunção do sistema imunológico e uma ação autolesiva contra a substância branca, alguns estudos têm reconhecido também a existência de fatores infecciosos que
podem explicar o seu aparecimento. Na EM, as alterações da deglutição, ou disfagias, são sintomas relativamente
comuns, e são consideradas complicações graves. O diagnóstico precoce da disfagia é um aspecto importante para
minimizar suas consequências funcionais. A avaliação fonoaudiológica tem por objetivo avaliar os sinais e sintomas
que indicam possíveis alterações no trânsito do bolo alimentar desde a região orofaríngea até possíveis penetrações
e/ou aspirações laríngeas, auxiliando no diagnostico clinico e funcional da deglutição do enfermo. Objetivo: Avaliar a
deglutição em pacientes com diagnóstico de Esclerose Múltipla. Métodos: Estudo realizado no Centro de Referência
em de Esclerose Múltipla FM-UFG. Para avaliação da deglutição foi utilizado o protocolo de avaliação do risco de
disfagia – PARD adaptado com avaliação de alimentos sólidos. Trinta e dois pacientes com diagnostico de EM foram
incluídos nesse estudo. Resultados: Dos 32 pacientes avaliados, 25 (78,12%) eram do sexo feminino e 07 (21,87%)
do masculino. Durante a avaliação 25 (78,12%) pacientes apresentaram deglutição normal, 02 (6,25%) apresentaram
deglutição funcional, 04 (12,5%) apresentaram disfagia orofaríngea leve e 01 (3,12%) disfagia orofaríngea levemoderada. Dos pacientes com alterações na deglutição, 04 (57,14%) referiram alteração de sensibilidade em região
de face (dormência ou formigamento), 02 (28,57%) referiram dificuldades para deglutição de sólidos e 02 (28,57%)
precisaram de líquido para a avaliação de deglutição do alimento sólido. Conclusão: Os resultados encontrados nas
avaliações funcionais da deglutição estão perto dos achados por outras pesquisas, que apontam de 30 a 40% de
casos de disfagia nesta população. Percebe-se no entanto, que esse sintoma é subestimado pelos pacientes, sendo
que as queixas referentes à sensibilidade facial são mais frequentes.
88. PERFIL FUNCIONAL DA DEGLUTIÇÃO EM PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
Valente, Isabela; Zenaro, Mariana; Cortiñas, Paula; Nakanishi, Juliana; Pesce, Milena
Hospital Universitário – Universidade de São Paulo
Introdução: O acidente vascular encefálico (AVE) é a terceira causa de morte no mundo e uma das
principais causas de lesões permanentes em adultos. Um dos sintomas mais comuns é a disfagia orofaríngea,
ocorrendo em 45-65% dos casos. A intervenção fonoaudiológica precoce em ambiente hospitalar visa à identificação
rápida da disfagia e prevenção de complicações clínicas, tais como pneumonias aspirativas, desidratação e
desnutrição. Promove o retorno à alimentação por via oral de forma mais rápida e segura e reduz o tempo de
internação e os gastos hospitalares. Objetivo: Descrever o perfil funcional da deglutição em pacientes com
diagnóstico de AVE, prévio ou recente, durante período de internação hospitalar. Materiais e Métodos: Estudo
retrospectivo, descritivo, realizado a partir do levantamento dos atendimentos fonoaudiológicos conduzidos no
período de janeiro a dezembro de 2014. Foram incluídos os pacientes com diagnóstico de AVE único, recente ou
com ictus previamente à internação. Foram excluídos os pacientes com história de múltiplos AVEs e com diagnóstico
de outros acometimentos do SNC. O desempenho dos pacientes durante a avaliação da dinâmica da deglutição e no
decorrer do acompanhamento fonoaudiológico, até a data da alta hospitalar, foi classificado de acordo com a escala
Swallowing Functional Measure (ASHA NOMS). Foram coletados dados referentes à idade, tempo de internação,
tempo de reintrodução VO, tempo de retirada de via alternativa e progressão da dieta. Resultados: No período em
questão, foram avaliados 95 indivíduos. Foram excluídos 35 pacientes da amostra, 21 por AVE + outros
acometimentos do SNC e 15 por ocorrência de mais de um AVE. Dessa forma, 59 pacientes foram incluídos no
estudo. A média de idade foi de 66,38 anos. Dos pacientes com exames de imagem, 9 apresentaram lesão em
hemisfério direito, 10 em hemisfério esquerdo e 2 lesão bilateral. A média de tempo de internação destes indivíduos
foi de 6,18 dias. A média de atendimentos por paciente foi de 3,96. A prevalência de pacientes com disfagia
orofaríngea foi de 66%. Na avaliação inicial, 40% dos indivíduos foram classificados no nível 4 da ASHA NOMS e
dentre os acompanhados, 34% foram classificados no nível 5 no último dia de atendimento. Em relação aos
pacientes com via alternativa de alimentação (VAA), foram encontrados 11 (18,6%) com SNE e 1 (1,7%) com GTT.
Seis dos 11 pacientes com SNE foram acompanhados. A média de tempo de reintrodução VO foi de 3,60 dias, e o
tempo de retirada de VAA foi de 5,83 dias. Dos pacientes com VO exclusiva, a média de tempo até a primeira
progressão da dieta VO foi de 5,30 dias. Conclusão: Com os dados obtidos, foi possível traçar o perfil funcional da
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deglutição e alimentação de pacientes pós AVE, permitindo verificar a presença de disfagia orofaríngea, classificar o
distúrbio de deglutição quanto à gravidade, necessidade de supervisão e possibilidade de ingestão oral.
Palavras-chave: Acidente vascular encefálico, AVE, AVC, Deglutição, Disfagias orofaríngeas.
89. EFICÁCIA E IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO CLÍNICA DA DEGLUTIÇÃO
Santos, Luciana Avila Dos; Dantas, Roberto Oliveira
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- Universidade de São Paulo-SP
Introdução: O corpo humano executa uma determinada função ao se alimentar, a qual promove a condução
do alimento ao estômago. Esta função é denominada deglutição. A dificuldade na deglutição ou disfagia, pode trazer
alguns problemas ao indivíduo, como entrada de alimento na via aérea, na qual provocam problemas pulmonares,
tosse, sufocação/ asfixia ou aspiração. Além disso, traz danos relacionados ao estado nutricional do indivíduo, como
perda de peso, desidratação e até mesmo morte. A disfagia orofaríngea neurogênica pode ser causada por doenças
neuromusculares degenerativas, encefalopatias, demências, traumas de cabeça ou pescoço, ou acidente vascular
cerebral (AVC). A avaliação clínica da deglutição, tem como objetivo identificar alterações da fisiologia da dinâmica
da deglutição, fornecer a necessidade ou não de exames objetivos, identificar as fases comprometidas, o grau de
severidade, a classificação da disfagia, enfim, colher informações que possam auxiliar num diagnóstico e conduta
terapêutica mais adequada. Objetivo: Este estudo teve como objetivo descrever a eficácia e importância da avaliação
clínica da deglutição, tendo como referência a avaliação objetiva da deglutição (nasolaringofibroscopia), em
pacientes com disfagia orofaríngea neurogênica, com diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (Isquêmico ou
Hemorrágico), Doença de Alzheimer e Doença de Parkinson; investigar a coincidência dos resultados da avaliação
clínica tendo como padrão a avaliação nasofibroscópica da deglutição e avaliar a gravidade da disfagia pelas escalas
da avaliação clínica e nafibroscópica. Materiais e métodos: Foram incluídos 35 sujeitos adultos e idosos, de ambos
os sexos, acima de 40 anos de idade, com diagnóstico prévio de disfagia orofaríngea neurogênica, decorrente de
AVC (Acidente Vascular Cerebral) isquêmico ou hemorrágico, Doença de Parkinson, Doença ou Mal de Alzheimer,
confirmado por Tomografia Computadorizada ou Ressonância Magnética, os quais eram pacientes da Clínica Médica
e UTI do Hospital Universitário de Uberaba-MG. Foram considerados fatores exclu¬dentes da amostra: estado de
coma, pacientes com quadro clínico instável no momento da avaliação, quadros de agitação psicomotora que podiam
impedir o acesso ao paciente. Foram avaliados 35 pacientes, 6 do gênero feminino e 29 do gênero masculino, que
apresentaram a faixa etária de 52-82 anos. A avaliações foram realizadas no mesmo dia, sendo feita primeiramente
a avaliação clínica e posteriormente a avaliação nasofibroscópica da deglutição, seguindo protocolo específicos. O
médico que realizou a avaliação nasofribroscópica não teve conhecimento do resultado da avaliação clínica antes de
dar início ao seu procedimento. Resultados: Ocorreram coincidências entre os achados dos resultados da avaliação
clínica da deglutição, tendo como padrão a avaliação nasofibroscópica. Houve uma forte correspondência e
associação entre as escalas da avaliação clínica e nasofibroscópica. Conclusão: Com base nos achados adquiridos
neste estudo, conclui-se que a avaliação clínica da deglutição deve ser realizada no paciente com disfagia
orofaríngea neurogênica, pois o fonoaudiólogo pode determinar um diagnóstico adequado, classificar a disfagia
quanto ao tipo e grau de severidade; detectar os problemas durante a deglutição; auxiliar na conduta terapêutica;
determinar qual via de alimentação e determinar quais manobras específicas da deglutição podem ser utilizadas no
paciente avaliado.
Descritores: Transtornos de deglutição. Endoscopia. Acidente Vascular Cerebral. Doença de Alzheimer. Doença de
Parkinson.
90. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES ATENDIDOS PELO SERVIÇO DE FONOAUDIOLOGIA EM UM
HOSPITAL GERAL
Marini-De Carli, Caroline; Catusso, Lisiane; Peruchena, Giseli da Silva Moura; Vargas, Emerson Luis
Fundação Universidade de Caxias do Sul
Introdução: a disfagia é uma condição clínica altamente debilitante, que pode acarretar complicações graves
como pneumonia aspirativa, desidratação e desnutrição. Objetivo: verificar o perfil epidemiológico dos pacientes
atendidos pelo serviço de fonoaudiologia em um hospital geral do Estado do Rio Grande do Sul (RS), quanto à
disfagia. Materiais e métodos: foi utilizado como instrumento de avaliação o Protocolo de Avaliação Fonoaudiológica
para Pacientes Adultos, padronizado no referido hospital e baseado na literatura da área, além de coleta de dados
nos prontuários dos pacientes. No decorrer do estudo, avaliaram-se as funções corporais prejudicadas, dentre elas a
deglutição, bem como os sinais e sintomas sugestivos de disfagia, abordando dados referentes ao desempenho do
paciente na alimentação e ao estado clinico geral. Posteriormente, os dados foram analisados, quanto a faixa etária
da população avaliada através de solicitação médica, presença e motivo da disfagia. Resultados: após análise dos
resultados, verificou-se maior prevalência de pacientes idosos apresentando como sintomas associados às
comorbidades a disfagia, bem como principais motivos da disfagia o tempo de ventilação mecânica, disfagia como
sequela de AVE e DPOC. Conclusão: sendo a disfagia uma condição clínica que pode resultar em complicações
graves, o diagnóstico precoce e o tratamento multiprofissional são fundamentais para assistência integral e
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intervenção primária dos pacientes acometidos por tal sintoma. Aliado a isso, o acompanhamento fonoaudiológico
impacta na redução do tempo de internação hospitalar, recuperação mais rápida das comorbidades associadas e
adequação do padrão nutricional, promovendo melhorias na qualidade de vida dos pacientes.
Descritores: disfagia, distúrbios da deglutição, pacientes hospitalizados
91. FONOTERAPIA PRECOCE ASSOCIADA À ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR NA DISFAGIA
OROFARÍNGEA EM PACIENTES COM AVCI PONTINEO
Torres,Lp; Fonsechi,Tb; Antonioli,Cs; Batista,Gf; Campos-Herrera,Cr
Complexo Hospitalar Prefeito Edvaldo Orsi
Introdução: Na oclusão de uma artéria do sistema vértebro-basilar, responsável pela vascularização do
tronco cerebral e consequente AVC, uma das manifestações clínicas comuns é a disfagia com risco de complicações
pulmonares por aspiração, desnutrição, desidratação, hospitalização prolongada e morte. Pacientes com diagnóstico
de oclusão da artéria basilar, frequentemente apresentam disfagia grave de pior prognóstico. A EENM somada à
fonoterapia tem sido aliada na reabilitação da disfagia. Objetivo: Descrever a evolução terapêutica com uso da
eletroestimulação neuromuscular (EENM) associada às técnicas fonoterapêuticas em pacientes com AVCi Pontineo
Material e Método: Relato de caso- Dois pacientes, sexo masculino, 72 e 64 anos, avaliados na Unidade de
Referência Vascular Aguda com diagnóstico de AVCi Pontineo, com disfagia orofaríngea grave, uso de SNE. A
fonoterapia teve início na internação com uso da Estimulação Elétrica Funcional, frequência entre 10 a 80 Hz, pulso
de 250 a 300μs e intensidade suportada pelo paciente. Foram usados exercícios isotônicos e isométricos nas 22
sessões de estimulação sendo 5 dias na semana, 2 vezes por dia. Resultados: Os pacientes evoluíram para uma
disfagia leve, VO exclusiva. A EENM, uma técnica não invasiva, aplicada com eletrodos transcutâneos associada a
exercícios funcionais tem como finalidade promover movimentação laríngea por meio da contração da musculatura
supra-hióidea.Conclusão: Na reabilitação da disfagia orofaríngea, a eletroterapia, é uma importante técnica a
associar aos tratamentos tradicionais, podendo ser mais um recurso para eficácia da reabilitação. Nas alterações
neurológicas pós AVC, o diagnóstico diferencial preciso, uma equipe interdisciplinar preparada somada a intervenção
fonoterapêutica precoce, ainda com o paciente internado são fundamentais para prevenir complicações decorrentes
de aspirações, redução do tempo de internação propiciando melhor qualidade de vida ao paciente.
Descritores: AVC – Disfagia- Eletroestimulação Neuromuscular
92. PRESENÇA DE DISFAGIA NA SÍNDROME DE POMPE – RELATO DE UM CASO
Silva-Afonso, Janaina B.; Picinato-Pirola, Melissa N. C
Fonoaudióloga do Hospital Estadual Américo Brasiliense, Docente da Universidade de Brasília (UnB)
Introdução: A doença de Pompe é uma doença de depósito lisossômico (DDL) causada pela atividade
insuficiente da alfa-glicosidase-ácida. Tem com característica clinica a fraqueza muscular esquelética e respiratória é
progressiva e implacável, levando à dependência de cadeira de rodas e/ou de respirador e, em última instância, à
morte entre o início da infância e o meio da vida adulta. Objetivo: Verificar a evolução clínica fonoaudiológica dos
aspectos miofuncionais e da deglutição em um caso de Síndrome de Pompe. Método: O caso se refere a um
paciente do gênero feminino, de 16 anos, com diagnóstico de Síndrome de Pompe. Traqueostomizada, com cuff
insulflado, em ventilação mecânica, restrita ao leito. Alimentação via nasoenteral exclusiva. Foi realizada uma
avaliação fonoaudiológica, que incluiu avaliação do sistema sensório-motor oral e da deglutição. Avaliação
fonoaudiológica: Observamos mobilidade de lábios reduzida, lábios entreabertos durante o repouso; mobilidade de
língua diminuída na protrusão e retração, tremor no movimento, posicionamento de língua anteriorizado entre as
arcadas no repouso, interposição de língua na deglutição, flacidez de bochechas, palato duro profundo, palato mole
adequado, mordida aberta anterior. Na avaliação da deglutição, foi realizado uma nasofibroscopia da deglutição,
corado em azul 5 ml de pastoso, oferecido na colher, o cuff foi desinsulflado, a paciente foi transferida para
nebulização. Durante o exame foi observado penetração de alimento na via aérea, estases em seios piriformes,
valéculas e parede posterior de faringe, solicitado manobras de proteção de vias aéreas superiores, não sendo
suficiente para clarear a laringe. A paciente apresentou sinais de aspiração, manifestada pela saída de alimento pela
traqueostomia. Resultados: Após avaliação tomou-se como conduta a manutenção de dieta exclusiva por sonda
nasoenteral e a realização de exercícios miofuncionais, a paciente realizou os exercícios diariamente por 6 meses.
Realizada reavaliação do sistema sensório-motor oral e da deglutição. Foi observado melhora da mobilidade de
lábios e do posicionamento no repouso, aumento do tônus da língua, com diminuição do tremor, melhora da flacidez
de bochechas, não foi possível intervenção ortodôntica. Na avaliação da deglutição, foi realizado exame de
videofluoroscopia da deglutição, contrastado com iodo, diluído em água, na proporção 20:50ml; o cuff permaneceu
insulflado, a paciente foi transferida para nebulização. Primeiramente foi ofertado alimento na consistência pastosa,
5ml na colher, a paciente apresentou um episódio de penetração laríngea, porém, com clareamento após deglutições
múltiplas. Para a consistência liquida, oferecida no copo, a paciente não apresentou sinais de penetração e/ou
aspiração laríngea. A consistência sólida, foi ofertada bolacha tipo maisena contrastada com Bário gel, não foi
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observado sinais de penetração e/ou aspiração laríngea. Após os achados, foi dado inicio a treino assistido de
alimentação via oral na consistência pastosa. Em toda alimentação, a paciente era transferida da ventilação
mecânica para a nebulização, o cuff era mantido insulflado. A paciente foi orientada a manter os exercícios
miofuncionais. Após duas semanas de treino assistido, sem sinais de aspiração laríngea, foi liberada dieta via oral.
Conclusão: A realização dos exercícios miofuncionais e sua manutenção auxiliaram na melhora do tônus muscular e
consequentemente no aumento da pressão intra-oral, que acarretou na deglutição funcional.
Descritores: Sindrome de Pompe, disfagia
93. EFICÁCIA DA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR NO TRATAMENTO
OROFARÍNGEA EM IDOSOS ACOMETIDOS POR ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
DA
DISFAGIA
Mituuti, Cláudia Tiemi; Berretin-Felix, Giédre
Universidade Federal de Santa Catarina; Faculdade de Odontologia de Bauru - USP
Introdução: Várias são as propostas para reabilitação da disfagia orofaríngea, sendo a eletroestimulação
neuromuscular (EENM) uma nova modalidade de tratamento. Poucos são os trabalhos que comprovam a eficácia
deste tratamento na reabilitação da disfagia e ainda não foram encontrados estudos que verificaram o efeito da
EENM em idosos em fase tardia do acometimento vascular encefálico. Objetivo: Assim, o objetivo do presente
trabalho foi verificar o efeito, a curto e médio prazo, da terapia da deglutição com EENM sensorial em idosos com
sequelas de acidente vascular encefálico (AVE) que foram submetidos à terapia fonoaudiológica convencional sem
sucesso, quanto ao nível de ingestão oral, ao quadro de disfagia orofaríngea e à qualidade de vida relacionada à
deglutição. Materiais e Métodos: Para isto 10 indivíduos idosos, pós-acidente vascular encefálico (AVE), que já
haviam realizado terapia fonoaudiológica convencional foram classificados quanto ao nível de ingestão oral na escala
funcional de ingestão oral (FOIS), submetidos à avaliação instrumental (videofluoroscopia) da deglutição utilizandose líquido, alimento na consistência de pudim e sólido, a partir da qual foi analisado o grau da disfagia orofaríngea
por meio da escala Dysphagia Outcome and Severity Scale (DOSS), realizada a classificação na escala de
penetração e aspiração e na escala de resíduos. Também foi realizada a aplicação do protocolo de qualidade de vida
relacionado à deglutição SWAL-QOL e aos procedimentos terapêuticos propostos, sendo que os exames foram
repetidos imediatamente e três meses após a reabilitação. As sessões de terapia foram realizadas três vezes por
semana e distribuídas em quatro semanas, totalizando 12 sessões. Cada sessão consistiu em duas etapas de 10
minutos de exercício, nas quais os pacientes foram solicitados a deglutirem a saliva com esforço, ou uma pequena
quantidade de água a cada 10 segundos durante a EENM. Imediatamente após e três meses após as 12 sessões de
terapia, todos os indivíduos foram submetidos novamente às avaliações iniciais. Resultados: Os resultados
demonstram que houve melhora da classificação da deglutição para 4 dos 10 pacientes imediatamente após a
intervenção e, após três meses, um paciente ainda melhorou em mais um nível. Na análise estatística foi confirmada
diferença significante na classificação da escala DOSS (0,023) entre os períodos. Além disso, houve diferença
estatisticamente significante na somatória dos pontos do questionário de qualidade de vida relacionado à deglutição
(p=0,008) entre os períodos pré e pós 3 meses de terapia com EENM. Não foram encontradas diferenças entre os
períodos da reabilitação quanto ao nível de ingestão oral, classificação da penetração e aspiração, aos resíduos na
faringe e aos tempos de trânsito oral e faríngeo (p>0,005). Conclusão: A aplicação da eletroestimulação
neuromuscular em nível sensorial em idosos acometidos por AVE resultou em diminuição do grau da disfagia em
curto e médio prazo, além de melhora na qualidade de vida relacionada à deglutição após três meses de terapia.
Descritores: Acidente cerebrovascular. Transtornos de deglutição. Reabilitação
Financiamentto: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP
94. PERFIL DOS PACIENTES QUE REALIZAM O DESMAME DA VIA ALTERNATIVA DE ALIMENTAÇÃO EM
AMBIENTE HOSPITALAR
Sodré, Carolina; Suckow, Darinka; Franco, Laís; Grillo, Quéssia
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
Introdução: A deglutição é uma função comandada por um mecanismo neuromotor complexo e a alteração
desse mecanismo leva a indicação do uso da via alternativa de alimentação, visto que alguns pacientes podem
apresentar limitações funcionais que impactam diretamente na ingestão oral de alimentos. Em alguns casos, sua
utilização é temporária, podendo o sujeito efetuar o desmame eficiente da via alternativa, alimentando-se
exclusivamente por via oral. Objetivo: Traçar o perfil dos pacientes internados em um hospital geriátrico e de
reabilitação de referência que realizam o desmame da via alternativa de alimentação. Materiais e métodos: Estudo
transversal prospectivo, tendo-se realizado coleta de dados em 58 prontuários de pacientes em uso de via alternativa
de alimentação internados em enfermarias e apartamentos entre abril de 2014 a março de 2015, após aprovação do
Comitê de Ética em Pesquisa Médica da instituição. Resultados: Dentre os 58 prontuários analisados, 29 pacientes
eram do gênero masculino e 29 do feminino, com equidade deste fator. Quanto à faixa etária, 35 pacientes
apresentavam menos de 65 anos (60,34%); 3 entre 65 a 75 anos (5,17%); 7 com mais de 75 anos (12,06%); 13 com
mais de 85 anos (22,41%).Quanto à doença de base, 24 pacientes apresentavam sequelas de AVE (41,37%); 14
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sequelas de TCE (24,14%); 6 DPOC exacerbado (10,34%); 4 ITU/PNM (6,89%); 3 quadro demencial (5,17%); 3
sequelas de mielopatia (5,17%); e um paciente para cada quadro a seguir: PCR (1,72%); TRM (1,72%); quadro
psiquiátrico (1,72%); síndrome de korsakoff (1,72%). Quanto ao grau da disfagia orofaríngea, 25 pacientes possuíam
deglutição funcional (43,10%), 17 deglutição normal (29,31%) e 16 disfagia orofaríngea leve (27,58%). Conclusão:
Quanto à faixa etária, os resultados sinalizam a prevalência de desmame nos pacientes com menos de 65 anos,
sendo o fator idade apontado como favorável ao prognóstico de reabilitação pela maioria dos estudos; contudo, ao
observar o percentil das demais faixas etárias não se estabelece uma correlação direta entre a idade e o desmame,
já que 22,41% dos pacientes que alcançaram o desmame tinham mais de 85 anos, 12,06% entre 75 e 84 anos,
5,17% entre 65 e 74 anos. Quanto ao fator doença de base, observou-se que a maioria dos pacientes que realizaram
o desmame estavam em reabilitação de sequelas de AVE, seguidos da reabilitação de sequelas de TCE, dos
quadros de DPOC exacerbado, quadros infecciosos (ITU, PNM), mielopatias e quadros demenciais, seguidos de um
caso das outras causas menos freqüentes. Quanto ao grau de disfagia, observou-se a incidência de desmame de
pacientes que atingiram após a terapêutica o grau de deglutição funcional, seguidos dos pacientes com deglutição
normal e disfagia orofaríngea leve, demonstrando que é possível efetivar o desmame da via alternativa de
alimentação mesmo com a permanência de alterações no processo da deglutição.
Descritores: Fonoaudiologia; Reabilitação: Transtornos da deglutição; fenômenos fisiológicos da nutrição
95. EFEITOS DA TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA CONVENCIONAL EM PACIENTES COM DISFAGIA
OROFARÍNGEA NEUROGÊNICA: RELATO DE CASOS
Silva-Arone, Marcela Maria Alves; Mituuti, Cláudia Tiemi; Berretin-Felix, Giédre
Faculdade de Odontologia de Bauru – Universidade de São Paulo
In Introdução: A literatura contempla várias propostas de reabilitação da disfagia orofaríngea, como a
utilização de manobras protetoras e facilitadoras da deglutição, os exercícios miofuncionais orofaciais, os exercícios
vocais e o treinamento da força muscular expiratória. O sucesso da reabilitação depende da elaboração de um
programa terapêutico cujos procedimentos sejam capazes de influenciar na dinâmica da deglutição. Poucos são os
estudos que demonstram os resultados longitudinais de tal abordagem em idosos com disfagia neurogênica.
Objetivos: Verificar o efeito, a médio prazo, da terapia convencional em idosos com disfagia orofaríngea neurogênica.
Métodos: Foram reabilitados 6 idosos, sendo 3 acometidos por AVE do tipo isquêmico em fase crônica (tempo de
lesão entre 6 e 13 anos), com média de idade de 64,66 anos, e 3 com doença de Parkinson, com média de idade de
74 anos, todos com diagnóstico de disfagia orofaríngea realizado por meio de exame instrumental. As sessões de
terapia fonoaudiológica foram realizadas três vezes por semana e distribuídas em 5 semanas. Após o término das 15
primeiras sessões, os indivíduos foram acompanhados para gerenciamento da deglutição, uma vez por semana,
durante três semanas, num total de 18 sessões. Foram realizados exercícios isométricos e isotônicos voltados aos
órgãos fonoarticulatórios, exercícios vocais e manobras protetoras e facilitadoras da deglutição para todos os
indivíduos. Aos idosos com doença de Parkinson, ainda foram aplicados exercícios de força muscular expiratória e
de coordenação entre deglutição e respiração. Todos os indivíduos foram submetidos à aplicação do protocolo de
qualidade de vida relacionado à deglutição (SWAL-QOL), à classificação do nível de ingestão oral (FOIS) e à
avaliação instrumental (videofluoroscopia) da deglutição (DOSS) antes, 3 e 6 meses após a terapia fonoaudiológica.
Resultados: Para a avaliação da qualidade de vida, todos os indivíduos apresentaram melhora após 3 e 6 meses de
reabilitação, quando comparado ao período anterior, sendo que após 6 meses o índice foi menor do que pós-3
meses. No que se refere ao nível de ingestão oral, 3 indivíduos apresentaram melhora após 3 meses de reabilitação,
tendo o resultado sido mantido para 2 deles no pós-6 meses. A avaliação instrumental mostrou que 3 indivíduos
tiveram melhora na gravidade da disfagia no período pós-3 meses, mantendo o resultado após 6 meses da
reabilitação. Os outros 3 mantiveram os mesmos resultados em todos os períodos avaliados. Conclusões: Os
resultados demonstram que as estratégias convencionais de reabilitação da disfagia orofaríngea podem resultar em
melhora no nível de ingestão oral, na gravidade da disfagia e, principalmente na qualidade de vida de indivíduos
acometidos por AVE e doença de Parkinson a médio prazo, sendo necessário considerar os diferentes aspectos da
doenças estudadas. A ampliação da amostra poderá auxiliar na melhor análise dos dados apresentados e na
compreensão dos casos que se beneficiam de deferentes abordagens terapêuticas.
Descritores: transtornos de deglutição, doença de Parkinson, acidente vascular cerebral, reabilitação
96. PERFIL DOS PACIENTES COM DISFAGIA ATENDIDOS EM UM CENTRO DE REABILITAÇÃO TERCIÁRIO
Borges, L.A.S; Guedes-Granzotti, R.B.; Fukuda, M.T.H.; Domenis, D.R.
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo; Universidade Federal de Sergipe – Campus
Lagarto.
Introdução: A disfagia orofaríngea é um sintoma que pode estar presente em diversas doenças neurológicas
trazendo como consequências aumento do risco de desnutrição, desidratação, internações por complicações
pulmonares e maiores chances de óbito. A reabilitação do paciente disfágico tem como principal objetivo a busca por
uma deglutição sem riscos, com consequente redução das complicações citadas e melhora na qualidade de vida,
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Congresso Brasileiro de Disfagia
para isso ela deve ser iniciada o mais precocemente possível e baseada em evidências. Objetivo: Traçar o perfil dos
pacientes disfágicos atendidos no Ambulatório de Fonoaudiologia Adulto, em um Centro de Reabilitação Terciário,
favorecendo assim a criação de Programas de Reabilitação em Disfagia. Métodos: Estudo retrospectivo através de
análise de prontuário dos pacientes atendidos no Ambulatório de Fonoaudiologia de um Centro de Reabilitação
Terciário desde sua implantação (agosto de 2010) até dezembro de 2012. O estudo foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa com parecer nº 14466/2013. Foram coletados dados sobre idade, doença de base, especialidade
que encaminhou, avaliação fonoaudiológica e conduta. Como critério de inclusão foi instituído paciente com idade a
partir de 18 anos, independente da doença de base, encaminhado para triagem fonoaudiológica e diagnosticado com
disfagia. Os prontuários com dados incompletos foram excluídos do estudo. Para análise foram calculadas as
frequências absolutas e relativas dos dados, além de análise descritiva dos mesmos. Resultados: Dos 248 pacientes
adultos encaminhados para triagem fonoaudiológica, foram incluídos no estudo 108 (43,5%), diagnosticados com
algum grau de disfagia. A média de idade foi de 55,4 anos (± 18,9 DP), sendo 67 (62,0%) homens e 41 (38,0%)
mulheres. Com relação à doença de base, as mais comuns foram o acidente vascular encefálico (46,3%);
traumatismo cranioencefálico (15,7%); doenças neuromusculares (9,3%) e doença de Parkinson (4,6%). Quanto ao
grau da disfagia diagnosticado após avaliação clínica da deglutição, 57 (52,8%) pacientes apresentaram disfagia
grave para todas as consistências, sendo que desses, apenas 39 utilizavam via alternativa para alimentação. A
consistência em que os pacientes apresentaram mais alterações durante a avaliação, foi a sólida, seguida de líquida
e depois pastosa. Foram encaminhados para exame objetivo da deglutição 23 (21,3%) pacientes, dos quais nove
apresentaram aspiração silente para líquido (água). Todos os pacientes com disfagia apresentaram também outras
alterações fonoaudiológicas associadas como distúrbio de linguagem ou disartria e 74 (68,5%) deles entraram em
processo de reabilitação no próprio centro, enquanto o restante foi encaminhado para atendimento em sua cidade de
origem ou outra instituição. Conclusão: A disfagia esteve presente em um grande número de pacientes seguidos no
Centro de Reabilitação, sendo consequência principalmente de doenças neurológicas agudas. A participação do
fonoaudiólogo na equipe multidisciplinar é imprescindível, tanto para a detecção precoce dessas alterações, quanto
para a tomada de condutas que priorizem a segurança na alimentação e manutenção da qualidade de vida.
Descritores: Centro de reabilitação. Fonoaudiologia. Transtornos da Deglutição. Reabilitação
97. GRAVIDADE DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NA ALTA HOSPITALAR É ASSOCIADA A PREJUÍZO
NUTRICIONAL EM TRÊS MESES APÓS O ICTUS
Santos, Rafaela Silveira; Pacheco, Aline Cristina; Norberto, Ana Maria Queiros; Montaldi, Marina Rodrigues;
Miranda, Rubia Poliana Crisóstomo; Nascimento, Weslania Viviane; Favoretto, Diandra Bosi; Dal Bem, Fernanda
Jardinette; Alves, Luciana Bezerra de Mello; Rimoli, Bruna Pileggi; Braga, Monica Carvalho; Bueno, Thatiana
Barboza Carnevalli; Santos-Pontelli, Taiza Elaine Grespan; Weber, Karina Tavares; Cougo-Pinto, Pedro Telles;
Mazin, Suleimy Cristina; Dantas, Roberto Oliveira; Pontes-Neto, Octávio Marques
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
Introdução: Os pacientes que sofrem Acidente Vascular Cerebral (AVC) frequentemente apresentam
prejuízo no estado nutricional tanto na fase aguda como no período de reabilitação. As disfunções nutricionais
ocorrem quando há uma deficiência, excesso ou desequilíbrio de energia, proteína e outros nutrientes, causando
efeitos adversos no organismo. A prevalência de desnutrição em pacientes com AVC varia na literatura de acordo
com o método utilizado para avaliação. A presença de desnutrição frequentemente está associada a idade,
gravidade do AVC, disfagia orofaríngea, alteração cognitiva, entre outros fatores. Objetivo: O objetivo deste estudo
foi identificar a frequência de desnutrição e analisar os fatores preditivos de prejuízo nutricional em pacientes com
AVC após três meses do ictus. Materiais e métodos: Foram avaliados 87 pacientes com AVC após três meses do
ictus. As avaliações foram realizadas no ambulatório destinado a pacientes com AVC desta instituição. Para
avaliação do estado nutricional foi utilizado o instrumento de triagem MNA, um questionário composto por 18
questões, subdividido em quatro domínios: antropometria, dietética, avaliação global e auto avaliação. Cada questão
possui um valor numérico que varia de 0 a 3. Uma pontuação menor que 17 representa desnutrição, entre 17 e 23,5
risco nutricional e maior ou igual a 24 estado nutricional normal. Para identificar sintomas de disfagia foi utilizado o
questionário EAT-10, e o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) foi utilizado para avaliação da cognição. Os dados
de AVC (NIHSS de admissão, NIHSS na alta, tipo de AVC e realização de procedimentos para recanalização arterial)
foram coletados do Registro de AVC desta instituição. Resultados: O grupo foi constituído por 43 pacientes do sexo
masculino (49%) e 44 pacientes do sexo feminino (51%). A idade média dos pacientes avaliados foi de 63,5 ± 13,56
anos. À admissão hospitalar, os pacientes apresentaram pontuação na escala NIHSS de mediana 7 (IC: 3-14). A
maioria dos pacientes apresentou AVC do tipo isquêmico (86%). Na avaliação do estado nutricional a média de
pontuação foi de 21,6±4,3, na avaliação da deglutição 2,7±6,2 e na avaliação cognitiva 19,4±7,6. Dos pacientes
avaliados, 15 (17%) foram classificados como desnutridos, 39 (45%) sob risco de desnutrição e 33 (38%) com estado
nutricional normal. Na análise multivariada a pontuação na escala NIHSS na alta hospitalar associou-se
independente com pior pontuação no estado nutricional (p<0,0001). Conclusão: Na amostra estudada,17% dos
pacientes estavam desnutridos e 45% apresentavam risco para desnutrição. A gravidade do AVC na alta hospitalar
associou-se independentemente com prejuízo nutricional após três meses do ictus.
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Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
http://www.fmrp.usp.br/revista
Congresso Brasileiro de Disfagia
Descritores: Disfagia; AVC; Desnutrição
Financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
98. SINTOMAS DE DISFAGIA APÓS TRÊS MESES DO ICTUS SÃO ASSOCIADOS A GRAVIDADE DO
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NA ALTA HOSPITALAR
Pacheco, Aline Cristina; Santos, Rafaela Silveira; Norberto, Ana Maria Queiros; Montaldi, Marina Rodrigues;
Miranda, Rubia Poliana Crisóstomo; Nascimento, Weslania Viviane; Favoretto, Diandra Bosi; Dal Bem, Fernanda
Jardinette; Alves, Luciana Bezerra de Mello; Rimoli, Bruna Pileggi; Braga, Monica Carvalho; Bueno, Thatiana
Barboza Carnevalli; Santos-Pontelli, Taiza Elaine Grespan; Weber, Karina Tavares; Cougo-Pinto, Pedro Telles;
Dantas, Roberto Oliveira; Pontes-Neto, Octávio Marques
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
Introdução: Disfagia orofaríngea é frequente em pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC) e está
relacionada a desnutrição e pneumonia. Além do prejuízo pulmonar e no estado nutricional, o indivíduo disfágico
pode apresentar graves consequências emocionais, socioeconômicas e na qualidade vida. Desta forma, é de
extrema importância identificar sintomas de disfagia nesta população para iniciar o processo de reabilitação e evitar
complicações. Objetivo: O objetivo deste estudo foi identificar a frequência de sintomas de disfagia e analisar os
fatores preditivos destes sintomas em pacientes com AVC após três meses do ictus. Materiais e métodos: Foram
avaliados 84 pacientes com AVC após três meses do ictus. As avaliações foram realizadas no ambulatório destinado
a pacientes com AVC desta instituição. Para avaliação dos sintomas de disfagia foi utilizado o questionário EAT-10
que é constituído por 10 questões com respostas que variam de 0 (ausência de problema) a 4 (problema severo).
Uma pontuação ≥3 neste questionário indica presença de sintomas de disfagia. O estado nutricional foi avaliado com
o instrumento de triagem Mini Avaliação Nutricional (MNA) e na avaliação da cognição foi utilizado o Mini Exame do
Estado Mental (MEEM). Os dados de AVC (NIHSS de admissão, NIHSS na alta, tipo de AVC e realização de
procedimento para recanalização arterial) foram coletados do Registro de AVC desta instituição. Resultados: O grupo
foi constituído por 42 pacientes do sexo masculino (50%) e 42 pacientes do sexo feminino (50%). A idade média dos
pacientes avaliados foi de 63,5 ± 13,56 anos. À admissão hospitalar, os pacientes apresentaram pontuação na
escala NIHSS de mediana 7 (IC: 3-14). A maioria dos pacientes apresentou AVC do tipo isquêmico (87%). Dos
pacientes avaliados, 65 (77%) não apresentaram sintomas de disfagia (pontuação ≤3 no questionário EAT-10) e 19
(23%) pacientes apresentaram sintomas de disfagia (pontuação≥3 no questionário EAT-10). Na análise multivariada
a pontuação na escala NIHSS na alta hospitalar associou-se independente com sintomas de disfagia (p=0,002).
Conclusão: Na amostra estudada, 23% dos pacientes apresentaram sintomas de disfagia após três meses do ictus e
a presença destes sintomas associou-se com a gravidade do AVC na alta hospitalar.
Descritores: Disfagia; AVC; screening
Financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
99. ALTERAÇÃO COGNITIVA RELACIONADA A PREJUÍZO NUTRICIONAL E SINTOMAS DE DISFAGIA EM
PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
Norberto, Ana Maria Queiros; Santos, Rafaela Silveira; Pacheco, Aline Cristina; Montaldi, Marina Rodrigues;
Miranda, Rubia Poliana Crisóstomo; Nascimento, Weslania Viviane; Favoretto, Diandra Bosi; Dal Bem, Fernanda
Jardinette; Alves, Luciana Bezerra de Mello; Rimoli, Bruna Pileggi; Braga, Monica Carvalho; Bueno, Thatiana
Barboza Carnevalli; Santos-Pontelli, Taiza Elaine Grespan; Weber, Karina Tavares; Cougo-Pinto, Pedro Telles;
Dantas, Roberto Oliveira; Pontes-Neto, Octávio Marques
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
Introdução: As alterações cognitivas são frequentes em pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC) e
podem estar relacionadas a dificuldades no momento da alimentação. Objetivo: O objetivo deste estudo foi verificar
se a presença de alteração cognitiva se associa com prejuízo nutricional e sintomas de disfagia após três meses do
AVC. Materiais e métodos: Foram avaliados 87 pacientes com AVC após três meses do ictus. As avaliações foram
realizadas no ambulatório destinado a pacientes com AVC desta instituição. Na avaliação da condição cognitiva foi
utilizado o Mini Exame do Estado Mental. Para avaliação dos sintomas de disfagia foi utilizado o questionário EAT-10
que é constituído por 10 questões com respostas que variam de 0 (ausência de problema) a 4 (problema severo).
Uma pontuação ≥3 neste questionário indica presença de sintomas de disfagia. Na avaliação do estado nutricional foi
utilizado o instrumento de triagem Mini Avaliação Nutricional (MNA), um questionário composto por 18 questões,
subdividido em quatro domínios: antropometria, dietética, avaliação global e auto avaliação. Cada questão possui um
valor numérico que varia de 0 a 3. Uma pontuação menor que 17 representa desnutrição, entre 17 e 23,5 risco
nutricional e maior ou igual a 24 estado nutricional normal. Os dados de AVC (NIHSS de admissão, NIHSS na alta,
tipo de AVC e realização de procedimento para recanalização arterial) foram coletados do Registro de AVC desta
instituição. Resultados: O grupo foi constituído por 43 pacientes do sexo masculino (49%) e 44 pacientes do sexo
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Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
http://www.fmrp.usp.br/revista
Congresso Brasileiro de Disfagia
feminino (51%). A idade média dos pacientes avaliados foi de 63,5 ± 13,56 anos. À admissão hospitalar, os pacientes
apresentaram pontuação na escala NIHSS de mediana 7 (IC: 3-14). A maioria dos pacientes apresentou AVC do tipo
isquêmico (87%). Alteração cognitiva foi associada a presença de sintomas de disfagia (r:-0,42; p=0,0001) e prejuízo
nutricional (r:0,29; p=0,01). A presença de prejuízo nutricional também foi associada a presença de sintomas de
disfagia (r:-0,44; p<0,0001). Conclusão: Na amostra estudada alteração cognitiva associou-se a presença de prejuízo
nutricional e sintomas de disfagia em três meses após o ictus. Mais estudos são necessários para avaliar essa
associação.
Descritores: Disfagia; AVC; Cognição
Financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
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Medicina (Ribeirão Preto) 2015; 48 (Supl. 1)
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Congresso Brasileiro de Disfagia
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