UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR NELSON TADEU VIQUETTI METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR NA DISCIPLINA DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS II NO CURSO DE TECNOLOGIA EM ELETROELETRÔNICA CRICIÚMA, JULHO DE 2005. 1 NELSON TADEU VIQUETTI METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR NA DISCIPLINA DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS II NO CURSO DE TECNOLOGIA EM ELETROELETRÔNICA Monografia apresentada à Diretoria de Pósgraduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, para a obtenção do título de especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior. Orientador: Prof. Esp. Giovani Batista de Souza CRICIÚMA, JULHO DE 2005. 2 AGRADECIMENTOS A Deus, por todas as concessões a mim permitidas que, através do saber, tornou possível o aprimoramento pessoal e profissional. A minha esposa Marineusa, por seu incansável apoio que, sem medir esforços, me auxiliou para o desenvolvimento desta pesquisa. Aos meus filhos Ellen, Renan, Mabel e Elton, por grandioso respeito e interesse, puderam compartilhar comigo as diversas vivências diárias. Aos meus colegas do curso, do qual me encontrava algumas vezes, se fizeram amigos e companheiros de ideal e de jornada. Aos meus orientadores, que atuaram diretamente com suas valiosas sugestões e orientações, estimulando esta pesquisa. E principalmente à meu grande colega de curso e amigo Cesar Augusto Rilo Fernandes e sua esposa Luzia, que com demasiado esforço e paciência, conseguiram encontrar de seu tempo e lacuna do seus afazeres, muita dedicação e força de vontade,me auxiliando para que esse trabalho fosse concluído. As demais pessoas que por ventura não tenham sido citadas, mas que de forma direta ou indireta puderam contribuir com a elaboração da presente pesquisa, meus sinceros agradecimentos. 3 RESUMO Organizamos uma pesquisa, para a elaboração de uma metodologia voltada para o crescimento e maior envolvimento dos alunos do curso de Tecnologia em Eletroeletrônica na disciplina de Instalações elétricas II. Esta disciplina é de fundamental importância para o curso, para a empresa e principalmente para o aluno, dando-se muita ênfase para o motor elétrico, foco de nossos estudos nessa disciplina. Tecnologias estão provocando profundas mudanças em todas as dimensões da nossa vida. Elas vêm colaborando, sem dúvida, para modificar o mundo.As tecnologias não mudam necessariamente a relação pedagógica. Chamase eletrotécnica à parte da física que se dedica ao estudo das aplicações técnicas da eletricidade. De importância primordial foi à possibilidade de converter a energia elétrica em energia mecânica, por meio de motores. A aplicação de tecnologias avançadas facilitou a adoção de sistemas com microcomputadores, técnicas desenvolvidas principalmente em veículos ferroviários, como o trem monotrilho. Lembramos que este avanço também permitiu aumentar a eficiência dos motores elétricos, pois permite controlar as variáveis elétricas, tais como: tensão e freqüência, nos terminais de um motor elétrico com precisão. A criação do curso superior de tecnologia na área eletroeletrônica dá ênfase em geração, distribuição e transmissão de energia elétrica, formando profissional para suprir uma deficiência no mercado de trabalho, vindo ao encontro das necessidades da região contribuindo de forma a qualificar pessoas para exercer com competência e confiabilidade as funções que lhes sejam atribuídas nestas empresas. Objetivando, portanto o curso a capacitar os profissionais para o desenvolvimento de atividades técnicas e administrativas, intervindo nos processos produtivos de manutenção e instalação de sistemas elétricos de potência e dimensionamento de circuitos elétricos. Palavras-chave: Motor Elétrico de Indução. Curto-circuito. Fusíveis. Disjuntores. Contatores. Correção de Fator de Potência. 4 LISTA DE ILUSTRAÇÃO FIGURA 1 – Exemplo água do poço.......................................................................46 5 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Grade curricular ....................................................................................31 Tabela 2 – Velocidade de rotação de motores ......................................................53 Tabela 3 – Exigências de desempenho dos fusíveis UL ........................................66 Tabela 4 – Exigências de desempenho dos fusíveis CSA......................................66 Tabela 5 - Fusíveis máximos admissíveis para contatores tripolares.....................67 Tabela 6 – Fusíveis máximos admissíveis para relés de sobrecarga.....................68 Tabela 7 – Consumo dos contatores ......................................................................70 Tabela 8 – Características típicas de relés de sobrecarga .....................................75 Tabela 9 – Categorias de emprego de contatores..................................................77 Tabela 10 – Métodos de partida x motores ............................................................81 6 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................09 2 CURSO DE TECNOLOGIA EM ELETROELETRÔNICA....................................11 2.1 Mas, afinal, o que é tecnologia?....................................................................14 2.2 Trilha evolutiva ...............................................................................................15 2.3 Eletrotécnica ...................................................................................................18 2.4 Eletrônica ........................................................................................................21 2.5 Sinais ...............................................................................................................23 2.6 Tecnologia em eletroeletrônica .....................................................................26 2.7 Grade curricular..............................................................................................30 3 METODOLOGIA DE ENSINO APLICADA NA DISCIPLINA DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS II ........................................................................................................33 3.1 Proposta de plano de ensino: instalações elétricas 2.................................34 3.2 Conceitos a serem ministrados na disciplina de instalações elétricas II..36 3.3 Definições de termos técnicos usuais..........................................................37 3.4 Noções fundamentais de motores elétricos ................................................44 3.5 Conjugado .......................................................................................................45 3.6 Energia e potência mecânica.........................................................................46 3.7 Energia e potência elétrica ............................................................................48 3.7.1 Circuitos de corrente contínua...................................................................49 3.7.2 Circuitos de corrente alternada..................................................................49 3.8 Rendimento .....................................................................................................51 3.9 Velocidade síncrona ......................................................................................52 7 3.10 Características da rede de alimentação .....................................................54 3.10.1 Sistema trifásico ........................................................................................54 3.10.2 Sistema monofásico..................................................................................54 3.11 Tensão nominal ............................................................................................55 3.11.1 Tensão nominal múltipla...........................................................................55 3.12 Freqüência nominal (Hz) ..............................................................................57 3.13 Ligação em freqüências diferentes.............................................................57 3.14 Curto-circuito ................................................................................................58 3.14.1 Tipos de curto-circuito ..............................................................................58 3.14.2 Corrente de curto-circuito ........................................................................58 3.14.2.1 Corrente de curto-circuito presumida ..................................................59 3.14.2.2 Corrente de curto-circuito presumida mínima .....................................61 3.15 Proteção coordenada de circuitos de motor..............................................63 3.15.1 Dispositivos de proteção contra curto-circuitos ....................................63 3.15.1.1 Fusíveis ...................................................................................................64 3.15.1.2 Dimensionamento...................................................................................66 3.15.1.3 Fusível de comando ...............................................................................68 3.16.1.4 Corrente de pico .....................................................................................69 3.16.1.5 Tempo mínimo de atuação do fusível ...................................................70 3.15.1.6 Transformador de comando ..................................................................73 3.15.1.7 Disjuntores ..............................................................................................73 3.16 Relés de sobrecarga.....................................................................................75 3.16.1 Dimensionamento......................................................................................75 3.16.2 Considerações importantes......................................................................76 3.17 Contatores de força......................................................................................76 8 3.17.1 Limitação da corrente de partida em motores trifásicos .......................78 3.17.1.1 Partida com chave estrela-triângulo .....................................................78 3.17.1.2 Partida de chave compensadora (auto-transformador) ......................79 3.17.1.3 Partida com chave série-paralelo..........................................................80 3.17.1.4 Partida eletrônica (soft-stater)...............................................................80 3.17.2 Dimensionamento dos componentes básicos de uma chave de partida ...............................................................................................................................81 3.18 Fator de potencia..........................................................................................82 3.18.1 Causas do baixo fator de potencia ..........................................................83 3.18.2 Conseqüências do baixo fator de potencia.............................................83 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................85 REFERÊNCIAS ......................................................................................................89 ANEXOS ................................................................................................................90 9 1 INTRODUÇÃO Ao iniciarmos um trabalho na educação, nossas expectativas, são imensas, sonhamos com um envolvimento de nossos alunos, que todos estejam satisfeitos, empenhados, que possamos trabalhar juntos encontrando soluções para os problemas existentes na nossa sociedade. À medida que nos deparamos com outra situação, alunos desinteressados, faltosos e até desistentes, questionamos: Qual o nosso papel diante destes problemas? O que um mediador consciente pode fazer para resolver esta situação? O que é possível fazer? Como poderia ser feito? Se de um lado a transformação das condições de trabalho na escola não depende apenas da atuação dos profissionais da educação, por outro lado se estes não se empenharem para encontrar uma solução para os problemas existentes, dificilmente ocorrerá uma mudança. Em função disto, organizamos nossa pesquisa para a elaboração de uma metodologia voltada para o crescimento e maior envolvimento dos alunos do curso de Tecnologia em Eletroeletrônica na disciplina de Instalações elétricas II. Este precisa construir e reconstruir o conhecimento a partir do que faz, para isto o professor também precisa ser curioso, buscar sentido para o que faz e apontar novos sentidos para o fazer do aluno. A disciplina de Instalações Elétricas é de fundamental importância para o curso, para a empresa e principalmente para o aluno, tratando principalmente de um componente básico em nossas vidas, o motor elétrico, que é um dos mais notórios 10 inventos do homem ao longo de seu desenvolvimento tecnológico. Máquina de construção simples, custo reduzido, versátil e não poluente, portanto seus princípios de funcionamento e seleção (aplicação) necessitam ser estudados juntamente com seus componentes de instalação, tais como elementos de proteção, fusíveis, disjuntores e relés e, componentes de comando, contatores e chaves manuais. Para tanto deve-se conhecer também as condições elétrica da rede de alimentação, fazendo-se necessário um estudo das normas e prescrições de segurança, bem como condições do nível de curto-circuito. Objetivando otimizar o uso da energia elétrica usada no país e também racionalizar o consumo dos equipamentos elétricos, gerando maior economia, proporcionado às empresas maior qualidade e competitividade a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) estabelece às empresas um Fator de Potência a ser seguido, também foco de nossos estudos nesta disciplina, que se dará através da utilização de manuais e catálogos técnicos dos fabricantes dos componentes elétricos, que acreditamos seja um dos principais elementos práticos e de fácil entendimento, para tornar as aulas mais produtivas e interativas, também com a disponibilidade dos laboratórios para aulas práticas, além de despertar o espírito empreendedor dos alunos, que saibam montar e operar sistemas, contribuindo significativamente para o fortalecimento industrial necessário para o crescimento econômico, político e social do nosso país. 11 2 CURSO DE TECNOLOGIA EM ELETROELETRÔNICA Não poderíamos falar de tecnologia em eletroeletrônica sem primeiro mencionarmos a infantaria deste curso que seria o trilhar das tecnologias. Lemos, com freqüência, que as tecnologias estão provocando profundas mudanças em todas as dimensões da nossa vida. Elas vêm colaborando, sem dúvida, para modificar o mundo. A máquina a vapor, a eletricidade, o telefone, o carro, o avião, a televisão, o computador, as redes eletrônicas contribuíram para a extraordinária expansão do capitalismo, para o fortalecimento do modelo urbano, para a diminuição das distâncias. Mas, na essência, não são as tecnologias que mudam a sociedade, mas a sua utilização dentro do modo de produção capitalista, que busca o lucro, a expansão, a internacionalização de tudo o que tem valor econômico. Os mecanismos intrínsecos de expansão do capitalismo apressam a difusão das tecnologias, que podem gerar ou veicular todas as formas de lucro. Por isso há interesse em ampliar o alcance da sua difusão, para poder atingir o maior número possível das pessoas economicamente produtivas, isto é, das que podem consumir. O capitalismo visa essencialmente o lucro. Tanto as tecnologias -o hardware- como os serviços que elas propiciam -os programas de utilizaçãocrescem pela organização empresarial que está por trás e que as torna viáveis numa economia de escala. Isto é, quanto maior a sua expansão no mercado mundial, mais baratas se tornam e, com isso, mais acessíveis. As tecnologias viabilizam novas formas produtivas. As redes de comunicação permitem o processo de distribuição just in time, em tempo real, com 12 baixos estoques. Permite a produção compartilhada, o groupware, permitem o aparecimento do teletrabalho - poder estar conectado remotamente à sede da empresa e a outros setores, situados em lugares diferentes. Mas tudo isso são formas de expressão da expansão capitalista na busca de novos mercados, de racionalizar custos, de ganhar mais. A rede Internet foi concebida para uso militar. Com medo do perigo nuclear, os cientistas criaram uma estruturação de acesso não hierarquizada, para poder sobreviver no caso de uma hecatombe. Ao ser implantada a rede nas universidades, esse modelo não vertical se manteve e com isso propiciou-se a criação de inúmeras formas de comunicação não previstas inicialmente. Todos procuram seus semelhantes, seus interesses. Cada um busca a sua "turma". Ninguém impõe o que você deve acessar na rede. Nela você encontra desde o racismo mais agressivo ou a pornografia mais deslavada até discussões sérias sobre temas científicos inovadores. A Internet continua sendo uma rede para uso militar. Também continua sendo utilizada para pesquisa no mundo inteiro.Mas agora existe também para todo tipo de negócios e formas de comunicação. A tecnologia basicamente é a mesma, mas hoje está mais acessível, com mais opções, mais mercados, mais pessoas. É possível criar usos múltiplos e diferenciados para as tecnologias. Nisso está o seu encantamento, o seu poder de sedução. Os produtores pesquisam o que nos interessa e o criam, adaptam e distribuem para aproximá-lo de nós. A sociedade, aos poucos, parte do uso inicial, previsto, para outras utilizações inovadoras ou inesperadas. Podemos fazer coisas diferentes com as mesmas tecnologias. Com a Internet podemos comunicar-nos, enviar e receber mensagens, 13 podemos buscar informações, podemos fazer propaganda, ganhar dinheiro, divertirnos ou vagar curiosos, como voyers, pelo mundo virtual. Há um novo reencantamento pelas tecnologias porque participamos de uma interação muito mais intensa entre o real e o virtual. Também, porque estamos numa fase de reorganização em todas as dimensões da sociedade, do econômico ao político; do educacional ao familiar. Percebemos que os valores estão mudando, que o referencial teórico com o qual avaliávamos tudo não consegue dar-nos explicações satisfatórias como antes. A economia é muito mais dinâmica. Existe ruptura visível entre a riqueza produtiva e a riqueza financeira. Há mudanças na relação entre capital e trabalho. Na política diminui a importância do conceito de nação, e aumenta o de globalização, de mundialização, de inserção em políticas mais amplas. Os partidos políticos tornam-se pouco representativos dessa nova realidade. A sociedade procura através de movimentos sociais, ONG’s, novas formas de participação e expressão. E ao mesmo tempo em que nos sentimos mais cosmopolitas porque recebemos influências do mundo inteiro em todos os níveis procuramos encontrar a nossa identidade no regional, no local e no pessoal; procuramos o nosso espaço diferencial dentro da padronização mundial tanto no nível de país como no individual. A humanidade passou por diversas fases históricas de crucial importância; cada uma foi caracterizada pelos conhecimentos adquiridos e pelas tecnologias desenvolvidas. Algumas dessas transformações foram tão significativas que receberam a denominação de revolução, como Revolução Agrícola e Revolução Industrial. 14 Todas elas modificaram substancialmente a forma de vida das pessoas, o tempo e a tecnologia diferenciaram sua forma de pensar e seu cotidiano. Com o surgimento dos meios de transportes e de comunicação as distâncias foram diminuindo e a humanidade começou a trocar informações com uma freqüência cada vez maior. A tecnologia continuou a crescer, até que, após uma grande seqüência de inventos, a humanidade conheceu o computador... A tecnologia não é privilégio dos adultos, desde que nascem, as crianças em geral têm contato com a eletrônica e mídias cativantes, crescem diante da televisão vendo-a como a companheira de seus momentos de liberdade. Enquanto brincam com videogames ou usam computadores os jovens criam, com estes objetos, relações afetivas e entram no mundo da ciência naturalmente como entram em suas fantasias de contos de fadas. Os educadores podem ver nesse encantamento dos jovens uma significante justificativa para utilização das mídias e da eletrônica na condução de seus alunos ao aprendizado. 2.1 Mas, afinal, o que é tecnologia? O conceito de tecnologia se refere a um conjunto de conhecimentos científicos e intuitivos, que podem alterar um produto, o processo de produção e o de comercialização deste produto (serviço). A evolução tecnológica apresenta-se em síntese colocadas em duas fases: 1ª Fase: Descoberta dos primeiros mecanismos: século XV: invenção da imprensa; "Século XVII: Jornais; Século XIX: Revolução Industrial, aumento da 15 velocidade de transporte, agilizando a comunicação, surgimento do telefone, cinema. 2ª Fase: Primeira metade do século XX: guerras mundiais: transferência de tecnologia dos computadores militares para a sociedade civil; Disseminação da eletrônica. 2.2 Trilha evolutiva A evolução da tecnologia segue uma seqüência desde os primórdios da existência humana, que podemos colocá-la na seguinte ordem: • Pré-História: Pedra Lascada; Pintura em Cavernas: 17.000 a.C. • Papel: 105 d.C. • Quadro de Giz: 1700 • Fotografia: 1822 • Motor Elétrico (1829) • Telefone: 1876 • Caneta-Tinteiro: 1880 • Projetor de filme: 1887 • Televisão: 1926 • Projetor de transparência: 1944 • Transistor (1948) • Circuito Integrado de Silício (1958) 16 • Projetor de slide Carrossel • Microprocessador (1971) • Controladores Lógicos (CLP) (1973) • Videodisco: 1974 • Computador pessoal (1975) • Planilhas, processamento de texto: 1980. • PC – Computador padrão IBM (1981) • Banco de dados (baseado em texto): 1982 • Editoração eletrônica: 1985 • Gráfico em computador: 1988 • Vídeo Digital: 1989 • Multimídia: 1990 • Internet: 1995 (povo) As tecnologias não substituem o professor, mas modificam algumas das suas funções. A tarefa de passar informações pode ser deixada aos bancos de dados, livros, vídeos, programas em CD. O professor se transforma agora no estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por buscar a informação mais relevante. Num segundo momento, coordena o processo de apresentação dos resultados pelos alunos. Depois, questiona alguns dos dados apresentados, contextualiza os resultados, os adapta à realidade dos alunos, 17 questiona os dados apresentados. Transforma informação em conhecimento e conhecimento em saber, em vida, em sabedoria – o conhecimento com ética. As tecnologias permitem um novo encantamento na escola, ao abrir suas paredes e possibilitar que alunos conversem e pesquisem com outros alunos da mesma cidade, país ou do exterior, no seu próprio ritmo. O mesmo acontece com os professores. Os trabalhos de pesquisa podem ser compartilhados por outros alunos e divulgados instantaneamente na rede para quem quiser. Alunos e professores encontram inúmeras bibliotecas eletrônicas, revistas na rede internet (on line), com muitos textos, imagens e sons, que facilitam a tarefa de preparar as aulas, fazer trabalhos de pesquisa e ter materiais atraentes para apresentação. O professor pode estar mais próximo do aluno. Pode receber mensagens com dúvidas, pode passar informações complementares para determinados alunos. Pode adaptar a sua aula para o ritmo de cada aluno.Pode procurar ajuda em outros colegas sobre problemas que surgem, novos programas para a sua área de conhecimento. O processo de ensino-aprendizagem pode ganhar assim um dinamismo, inovação e poder de comunicação, inusitados. O reencantamento, em fim, não reside principalmente nas tecnologias cada vez mais sedutoras, mas em nós mesmos, na capacidade em tornar-nos pessoas plenas, num mundo em grandes mudanças e que nos solicita a um consumismo devorador e pernicioso. É maravilhoso crescer, evoluir, comunicar-se plenamente com tantas tecnologias de apoio. É frustrante, por outro lado, constatar que muitos só utilizam essas tecnologias nas suas dimensões mais superficiais, alienantes ou autoritárias. O reencantamento, em grande parte, vai depender de nós. 18 2.3 Eletrotécnica Segundo Mamede (1998) o ano de 1882 assistiu ao nascimento da indústria elétrica, quando começou a operar, em Londres, a primeira central de iluminação elétrica da cidade. Falando historicamente, as pilhas, as baterias de alimentação e os motores em geral constituem as primeiras aplicações técnicas da eletricidade. Nascidos para a indústria no século XIX, logo encontraram múltiplas aplicações. Os motores elétricos começaram a fazer parte fundamental dos sistemas de transporte. Foi o caso da tração elétrica nas ferrovias e nos bondes. A telegrafia também experimentou avanços importantes na mesma época e impulsionou a incipiente indústria telefônica. No início do século XX, nasceu a radiotelegrafia, que teve como um de seus principais artífices o italiano Guglielmo Marconi. O avanço nas pesquisas da eletricidade propiciou à indústria o aparecimento de novos setores tecnológicos, como a eletroquímica, a eletrometalurgia e a galvanoplastia, esta última uma técnica que permite conformar e moldar objetos metálicos por meio de métodos elétricos, a partir de matrizes. Pouco mais tarde, a eletricidade converteu-se em fonte de energia indispensável, que lida com potências muito elevadas e apresenta como principais vantagens à limpeza, o transporte fácil, o baixo preço e a conversão em outras fontes de energia. Nesse aspecto, cabe citar a transformação de energia elétrica em calor (aplicável em processos de soldagem e no fabrico de fornos para a fundição de metais). No que toca aos métodos de trabalho, a eletrotécnica abriu a possibilidade de mecanização e automatização da produção. 19 Como fontes de energia elétrica podemos citar o armazenamento de grandes massas de água para aproveitamento energético passou a constituir uma fonte fundamental da geração de eletricidade. As obras associadas a esse processo são de grande complexidade: é preciso construir represas, canais, diques e instalações auxiliares. A quantidade de energia que se obtém depende do caudal de líquido armazenado e do salto ou altura da queda d'água. Outros processos permitem obter a eletricidade a partir de diversas fontes. A energia termelétrica, obtida a partir do aquecimento da água, através da queima de vários combustíveis, tem resultados especialmente favoráveis, pela redução de seus custos em comparação com outras fontes. A localização de centrais desse tipo é condicionada pela presença de combustível em lugares próximos, que garantam a rentabilidade dos empreendimentos. Centrais nucleares também são empregadas na produção de energia elétrica: a partir de materiais radioativos, obtém-se o calor necessário à formação do vapor de água que move as turbinas. Têm-se experimentado outros sistemas alternativos na obtenção de eletricidade, como as fontes solares, geotérmicas, eólicas e marítimas. Os principais dispositivos de produção de energia elétrica são os alternadores e dínamos, que geram, respectivamente, corrente contínua e alternada, caso se mantenha a tensão (voltagem) constante no tempo ou oscilante em torno de um valor central. Ambos os mecanismos baseiam seu funcionamento nas leis de indução elétrica: cargas móveis induzem movimento em cargas em repouso. A corrente contínua apresenta o inconveniente de requerer condutores tanto mais espessos quanto maior é a intensidade da corrente, o que dificulta seu transporte. Assim, para grandes distâncias se empregam centrais de geração de corrente alternada, das quais saem às linhas de alta tensão que ligam os geradores 20 elétricos às máquinas. As estações transformadoras encarregam-se de converter a tensão e a corrente das linhas de acordo com a necessidade dos usuários. Numerosos aparelhos empregam a eletricidade como fonte de energia. Entre estes, encontram-se os motores que convertem energia elétrica em mecânica, os aparelhos de calefação ou transformadores da eletricidade em calor, e os elementos de iluminação. Em geral, uma máquina elétrica é um sistema baseado na interação entre um circuito fixo e um móvel, por meio de outro comum a ambos e chamado magnético. Essas máquinas baseiam-se nos princípios do eletromagnetismo, segundo os quais os campos magnéticos induzem correntes elétricas em elementos condutores e vice-versa. Assim, os alternadores transformam energia mecânica em elétrica e os motores realizam a operação inversa. Ainda que diante do esgotamento de determinadas fontes e combustíveis se promovam pesquisas de técnicas alternativas de obtenção da energia, a eletricidade parece insubstituível e o estudo de suas possibilidades constitui um campo em permanente evolução. 2.4 Eletrônica O crescente desenvolvimento da tecnologia tem sido acompanhado, e em grande parte sustentado, pelo avanço da eletrônica, disciplina hoje fundamental para a ciência e a tecnologia. A eletrônica é à parte da física aplicada que estuda os fenômenos relacionados com os elétrons, ou cargas elétricas elementares, seu comportamento e suas propriedades em estado livre. De um ponto de vista mais próximo da 21 engenharia, tende-se a considerar a eletrônica como a parte da física que trata dos circuitos elétricos e de instrumentos constituídos por válvulas termiônicas, dispositivos semicondutores (transistores, diodos, tiristores, circuitos integrados), tubos de raios catódicos e outros componentes, entre os quais os baseados no efeito fotoelétrico (células fotoelétricas, válvulas fotomultiplicadoras etc.). Normalmente, a utilização de dispositivos eletrônicos requer a transformação prévia dos fenômenos por meio de procedimentos elétricos. Esses últimos são empregados, por exemplo, para converter informação acústica ou visual em elétrica, ou vice-versa. As técnicas eletrônicas têm importância capital no campo da informática. O progresso da microeletrônica e a chamada eletrônica de potência permitiram a melhoria das técnicas de regulagem e de controle para sistemas tais como os de tração elétrica. A regulagem também foi aperfeiçoada com a fabricação de diodos cada vez mais rápidos e potentes. O desenvolvimento da eletrônica ocorreu a partir de inícios do século XX, como conseqüência do acúmulo, nas décadas precedentes, de conhecimentos sobre a eletricidade. Assim, o americano Thomas Alva Edison, quando experimentava suas lâmpadas elétricas incandescentes, observou que seu interior ficava negro por causa da emissão de elétrons provocada pelo aquecimento dos filamentos. O inventor não fez nenhum uso prático do fenômeno, que se tornou conhecido como efeito Edison. Posteriormente confirmou-se que a eletricidade pode-se propagar mesmo na ausência de um meio material transmissor. Essas descobertas confluíram nos trabalhos do engenheiro inglês John Ambrose Fleming, que idealizou uma aplicação prática do efeito Edison (emissão termoiônica) na recepção de ondas de rádio. Quando o pólo negativo de um tubo a vácuo, alimentado por uma bateria, se 22 aquecia, estabelecia-se uma corrente contínua de elétrons para o pólo positivo, ao passo que não se produzia corrente se a polaridade era trocada. O dispositivo resultante, que só permitia a passagem da corrente elétrica em um sentido, denominado válvula termoiônica, ou diodo (que contém apenas dois eletrodos), foi aperfeiçoado posteriormente com a incorporação de um terceiro eletrodo, dando lugar aos triodos. Estes, junto com todos os demais tipos de tubos e válvulas a vácuo, vieram formar os fundamentos da moderna técnica eletrônica. A indústria eletrônica teve grande desenvolvimento a partir da segunda guerra mundial. Em 1948, foi inventado o transistor - componente constituído por um semicondutor que amplia, modula e detecta oscilações elétricas - que substituiu a válvula e permitiu a fabricação de sistemas complexos que viriam a ser a base dos computadores. O tamanho dos circuitos reduziu-se consideravelmente e essa diminuição foi maior ainda após o surgimento, na década de 1970, dos circuitos integrados, formados por elementos fixos instalados em um único suporte semicondutor. Com os circuitos integrados abriram-se novos caminhos, em virtude de sua miniaturização e da possibilidade de sua fabricação em série. Os anos seguintes foram de desenvolvimento contínuo da eletrônica, que se transformou em uma das mais pujantes indústrias dos países desenvolvidos. 2.5 Sinais 23 Denomina-se sinal a variável elétrica que contém informação. Essa característica diferencia um sinal das demais variáveis físicas consideradas em um circuito. A informação é introduzida num sinal ou dele extraída por meio de um sistema denominado codificação. O conjunto de regras de interpretação de um sinal chama-se código. Os sinais empregados em eletrônica dividem-se em três grupos: periódicos, cuja forma se repete a intervalos determinados de tempo; analógicos, se variam em função do tempo sem seguir uma regra determinada; e digitais, quando assumem valores discretos a cada momento, sem apresentar valores intermediários. Materiais eletrônicos. Em função de seu comportamento elétrico, os materiais usados em eletrônica dividem-se em condutores, isolantes e semicondutores. Os primeiros configuram redes de átomos que compartilham uma nuvem de elétrons livres, como ocorre com os metais. Nos corpos isolantes, quase todos os elétrons permanecem ligados aos átomos da estrutura, e a aplicação de um campo elétrico quase não gera movimento nas cargas. Os semicondutores apresentam um comportamento misto: a baixas temperaturas são isolantes, convertendo-se em bons condutores quando se aquecem. Os semicondutores desempenharam um papel fundamental no notável avanço da eletrônica. São materiais que se apresentam ou em estado natural, caso de elementos químicos como o germânio e o silício, ou que são elaborados artificialmente, mediante o acréscimo de pequenas quantidades de impurezas ao cristal semicondutor (semicondutores dopados). Os semicondutores artificiais podem ser do tipo n, se a impureza tem cargas negativas livres e cargas positivas fixas, e do tipo p, se ocorre o contrário. A natureza dessas substâncias constitui o campo da física do estado sólido. 24 Componentes, dispositivos e circuitos. Chama-se componente qualquer dos elementos básicos que servem à construção de circuitos. Exemplos de componentes são as resistências, as bobinas e os condensadores. O avanço nas técnicas de fabricação possibilitou o aperfeiçoamento de outros tipos de circuito, cuja existência seria inconcebível sem os semicondutores. É o caso dos diodos e dos transistores. Já os transdutores são dispositivos que servem para transformar a informação (fenômeno físico qualquer) em um sinal elétrico. O termo foi introduzido tardiamente na prática eletrônica, razão pela qual criaram-se discrepâncias quanto a seu campo de validez. Os transdutores trocam variáveis físicas por variáveis elétricas e podem medir deslocamentos, velocidades, acelerações ou temperaturas. Exemplos de transdutores são as células de carga, o termopar, o sensor indutivo, o sensor capacitivo, os giroscópios, os medidores de arcos e velocidades angulares, os microfones e os acelerômetros. A eletrônica emprega grande número de circuitos, de diversos tipos. Os retificadores, por exemplo, convertem corrente alternada em contínua, e são constituídos de transformadores, diodos e condensadores. Já os filtros são utilizados para selecionar tensões dentro de uma margem estreita de freqüências, e em geral são formados por resistências, bobinas e condensadores, agrupados em função da finalidade visada. Os amplificadores destinam-se a incrementar a amplitude ou potência de um sinal, e classificam-se em lineares e não-lineares, segundo a natureza da resposta dos componentes às polarizações a que são submetidos. Os amplificadores não-lineares, além de aumentar o sinal de entrada, podem mudar a forma de sua onda. 25 Nos circuitos de comutação empregam-se componentes cujos sinais de saída só assumem valores discretos. Entre eles podem-se citar os flip-flop, de grande utilidade nos circuitos de computador para o tratamento do código binário; os circuitos lógicos, que empregam diodos; e os geradores de dentes de serra. Na área das telecomunicações destacam-se por seu grande uso os circuitos moduladores (que fazem variar a amplitude ou a freqüência das ondas), os detectores e os conversores. Um dos parâmetros mais importantes usados na eletrônica é a freqüência dos sinais, que é uma função do tempo. Se o sinal é periódico, chama-se freqüência o número de vezes que ele se repete em um tempo determinado. Os elementos condutores de freqüência vão dos fios comuns e dos cabos coaxiais, que diminuem as perdas, até os guias de onda, próprios de freqüências muito altas do transmissor à antena, ou desta ao receptor. Esses guias podem apresentar formas distintas, sendo as mais comuns as de seções circular e retangular. Os sinais propagam-se no vácuo ou no ar na forma de ondas eletromagnéticas, que são geradas e captadas por dispositivos denominados antenas. Uma antena é um condutor por onde circula uma intensidade elétrica que varia no tempo segundo uma função senoidal. Ao redor da antena forma-se um campo magnético que, por sua vez, gera um campo elétrico. Ambos os campos se propagam no espaço e induzem correntes também senoidais nas antenas receptoras. As antenas podem ter forma linear, parabólica, cilíndrica etc. Seu emprego estende-se ao campo das comunicações e adquire uma importância especial no aperfeiçoamento dos sistemas de radar, localização, apoio à navegação aérea e marítima, recepção e intercomunicação com satélites orbitais de comunicações. Nesse contexto, a antena é o elemento destinado a emitir a energia 26 eletromagnética fornecida por um sistema gerador e a receber a das ondas que provêm do meio circundante. 2.6 Tecnologia em eletroeletrônica Em razão do crescimento econômico, observado na Região Sul do Brasil, com o conseqüente aumento de demanda no consumo de energia elétrica, a saturação do sistema de geração e distribuição de energia de outras regiões do país, observa-se a tendência de crescimento da geração e distribuição de energia, através da implantação de usinas geradoras de energia elétrica. Em santa Catarina podemos destacar as termoelétricas de Guaramirim com 300MW, Siderópolis com 400 MW, as pequenas Hidroelétricas de Portobello com 15 MW e Braço do Norte com 12 MW (em projeto). Ainda a instalação de um parque Eólico com potência de 12 MW na região de Laguna e Bom Jardim da Serra. Não bastasse estes investimentos, em andamento ou previstos na construção de usinas geradoras e por conseqüência construção de redes de transmissão e distribuição de energia elétrica, temos que considerar também o grande potencial industrial da região. Na região Sul de Santa Catarina, concentra-se o mais moderno pólo cerâmico do Brasil, o maior produtor de molduras a América latina, além de uma variada gama de indústrias, como por exemplo, a indústria têxtil, química, plásticos etc. As quais requerem uma mão-de-obra extremamente qualificada, principalmente na área eletroeletrônica. Por estas razões, justifica, a criação do curso superior de tecnologia na área eletroeletrônica com ênfase em geração, distribuição e transmissão de energia elétrica. Este profissional vem suprir uma deficiência no 27 mercado de trabalho, vindo ao encontro das necessidades da região contribuindo de forma a qualificar pessoas para exercer com competência e confiabilidade as funções que lhes sejam atribuídas nestas empresas. O Objetivo geral do curso é Capacitar os profissionais para o desenvolvimento de atividades técnicas e administrativas, intervindo nos processos produtivos de manutenção e instalação de sistemas elétricos de potência e dimensionamento de circuitos elétricos. Como Objetivos específicos o curso apresenta a ideologia de fornecer sólidos conhecimentos nas áreas básicas, de modo que o estudante domine os elementos e técnicas fundamentais da profissão, com conhecimentos teóricos e práticos, dos assuntos de conteúdo, sintonizado com as inovações tecnológicas e exigências do mercado globalizado. Pretende despertar o espírito empreendedor nos alunos do curso, capacitar os alunos para conceber, montar e operar sistemas de alta complexidade tecnológica; despertar o espírito de pesquisa nos alunos; proporcionar aos alunos condições para realizarem visitas técnicas a empresas das áreas de geração distribuição e transmissão de energia, assim como empresas consumidoras; envolver os docentes e alunos em atividades de pesquisa e extensão nas áreas afins. É claro que o curso tende a proporcionar aptidões especiais como habilitar os alunos para trabalhos em equipe e liderança de grupos; proporcionar aos alunos experimentações em laboratórios, participações em seminários, conferências exposições etc. Este curso pretende despertar os futuros profissionais sobre as necessidades de preservação, buscando novas formas de desenvolvimento sem a destruição da natureza imbuindo o aluno de uma forte postura ética. 28 Segundo a Unisul (2005), a habilitação de tecnólogo em Eletroeletrônica possui um período mínimo de Conclusão de 3 anos, com carga horária composta por um número de créditos de 172 e um número de horas-aula de 2580. A Proposta curricular do Curso de Tecnologia em eletroeletrônica – Sistemas de Potência e Eletrônica Industrial está direcionada para formação de profissionais especializados na área de geração, transmissão e distribuição de Energia Elétrica e também em Eletrônica industrial, capazes de utilizar seus conhecimentos em Sistemas Elétricos de Potência, para condução de equipes de montagem e manutenção de sistemas de Geração, Transmissão e distribuição de energia elétrica; propor intervenções nos processos de fabricação eletroeletrônica, visando à sua otimização, com racionalização de recursos e o conseqüente aumento da produtividade, através de análise do processo como um todo, identificação dos problemas que interferem no processo e apresentação de soluções; utilizar os conhecimentos, os recursos e as técnicas da área de eletroeletrônica para a gestão de processos produtivos, desenvolvimento de produtos, definição de processos de fabricação e controle de máquinas e equipamentos; receber, montar, testar e acompanhar a instalação de máquinas e equipamentos em geral, através da análise das especificações técnicas, observação das normas técnicas e de segurança; planejamento das atividades, leitura e interpretação de desenhos, esquemas elétricos e eletrônicos. Para coordenar e assistir tecnicamente os profissionais que atuam na instalação, montagem, operação de máquinas e equipamentos em geral o curso dispõe de uma organização hierárquica para assessorar equipes de engenharia na operacionalização e manutenção dos processos produtivos, através de: montagem, análise e teste de dispositivos e sistemas eletro-eletrônicos; realização de estudos 29 sobre o comportamento dos processos produtivos; elaboração de relatórios; execução de desenhos técnicos na área eletroeletrônica; prestar assistência técnica aos setores de compra e/ou venda na especificação de materiais, componentes e equipamentos em geral; na análise de propostas de fornecimento e no acompanhamento do processo de instalação e entrega técnica do equipamento; realizar estudos sobre padronização, mensuração e controle de qualidade, visando à organização, simplificação e otimização do trabalho, segundo as técnicas de melhoria de qualidade e produtividade, através de: definição de arranjos físicos de oficinas, laboratórios ou postos de trabalhos; utilização de normas e na elaboração de procedimentos de produção, testes, inspeção e manutenção; proporção de medidas necessárias ao aperfeiçoamento das atividades de produção e manutenção em geral; ter condições de identificar nichos de mercado utilizando seu espírito empreendedor, contribuindo para a criação de novos postos de trabalho. A sociedade atual delineia a necessidade de desenvolver novos valores que venham ao encontro, anseios e às reais necessidades sociais e das relações comerciais, que se estabelecem, nesse universo globalizado, que se descortina. Entre as novas demandas destacam-se: • O movimento transformador fundamentado na tecnologia da informação, da comunicação e da própria educação, acompanhado por uma profunda revolução tecnológica e uma crise de paradigmas. A imagem e a informação rápida destroem o interesse por informações centradas nos textos de livros e a prática de mestres ortodoxos. • O indicativo para o desenvolvimento sustentável que, hoje, está centrado no conhecimento tecnológico e nas relações interpessoais. A escola, no novo século, desperta para essa nova realidade social, onde o conhecimento deve 30 ser concebido como algo dinâmico, construído pelo sujeito humano, com valor de práxis. • O processo tecnológico com ênfase: na informática, impulsionadora da revolução nas áreas do conhecimento. Ela será capaz de produzir os meios para difusão e atualização do conhecimento e possibilitar, a todos, o mesmo acesso; • Nas novas formas de energia, entre tantas, o lazer na medicina, a energia solar e a nuclear; • Nos novos, materiais, como supercondutores, fibras de carbono e as várias formas de plásticos. 2.7 Grade curricular Para o curso de Tecnologia em Eletroeletrônica da Unisul (2005) a grade curricular utilizada é apresentada abaixo (Tabela 01). Tabela 01 – Grade Curricular Fase 1 Disciplina Química Geral Créditos H/A 4 60:00 31 1 Física Geral I 4 60:00 1 Álgebra Linear e Geometria Analítica I 4 60:00 1 Circuitos Elétricos I 4 60:00 1 Cálculo Diferencial e Integral I 4 60:00 1 Geometria Descritiva I 4 60:00 1 Metodologia da Pesquisa 2 30:00 2 Física Geral II 4 60:00 2 Desenho Técnico 4 60:00 2 Mercado de Energia Elétrica 2 30:00 2 Circuitos Elétricos II 4 60:00 2 Cálculo Diferencial e Integral II 4 60:00 2 Resistência dos Materiais 4 60:00 2 Informática Aplicada 4 60:00 3 Medidas Elétricas 4 60:00 3 Eletromagnetismo 4 60:00 3 Instalações Elétricas I 4 60:00 3 Probabilidade e Estatística 4 60:00 3 Fundamentos de Administração 4 60:00 3 Circuitos Elétricos III 6 90:00 4 Instalações Elétricas II 4 60:00 4 Livre I 6 90:00 4 Sistemas de Potência 4 60:00 4 Instrumentação Industrial I 4 60:00 4 Geração de Energia Elétrica I 8 120:00 5 Transmissão de Energia Elétrica 4 60:00 5 Higiene e Segurança do Trabalho 3 45:00 5 Geração de Energia Elétrica II 4 60:00 5 Estágio Supervisionado em Eletroeletrônica 12 0180:00 5 Livre I 4 60:00 5 Eletrônica Industrial II 6 90:00 32 5 Instrumentação Industrial II 4 60:00 6 Tecnologia de Equipamentos de Distribuição de Energia Elétrica 4 60:00 6 Distribuição de Energia Elétrica 4 60:00 6 Proteção de Sistemas Elétricos 3 45:00 6 Automação e Controle 6 90:00 6 Gestão de Recursos Humanos 4 60:00 6 Eletrônica Industrial III 4 60:00 3 METODOLOGIA DE ENSINO APLICADA NA DISCIPLINA DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS II A construção do saber na Educação superior, com enfoque na disciplina de Instalações Elétricas apresenta por finalidade o ensino, a pesquisa, em uma pauta ampla que envolve a formação do profissional associada à metodologia da didática de ensino. O presente trabalho vem observar como pode ser realizada a metodologia do Ensino diante da disciplina de Instalações elétricas. É de maneira simples e objetiva que abordaremos os conteúdos da disciplina, procurando enfatizar os métodos de ensino-aprendizagem, a fim de motivar o aluno nessa disciplina visando o ensino, a pesquisa e a profissionalização. No que diz respeito à metodologia do Ensino segue-se uma preocupação social quanto à exigência na diversificação dos estudos em contrapartida a atual crise econômica, social e emocional que a humanidade vem passando. Os principais métodos estão compreendidos em didáticas de aulas expostas pelo professor, intuitivo, demonstrativo e bibliográfico, e ainda métodos ativos com atividades independentes, com elaboração conjunta e trabalho em grupo. 33 Para atrair o interesse do aluno utilizam-se estratégias como a utilização de computadores com recurso multimídia associado a catálogos e manuais de fabricantes de equipamentos, acrescentado de aulas praticas em laboratório. Os conteúdos a serem aplicados bem como plano de ensino adotado serão vistos nos subcapítulos a seguir. 3.1 Proposta de plano de ensino: instalações elétricas 2 Para elaborar o plano de ensino precisamos definir a ementa da disciplina, o objetivo geral e os objetivos específicos que nortearão o professor em sala de aula. O plano de ensino deve ser escrito conforme o padrão adotados por cada faculdade e ou Universidade. Em nosso caso procuraremos delimitar os principais itens que devem constam neste plano de ensino para a disciplina proposta neste trabalho. I – Ementa Instalação de motores monofásico, trifásico e de corrente contínua, com chave reversora bipolar manual, de motor trifásico rotor gaiola com chave reversora manual, de motor trifásico com chave estrela-triângulo/manual; instalação de motor trifásico com chave compensadora manual, de motor Dahlander com chave de comutação polar manual, de motor trifásico comandado por disjuntor industrial, de motor trifásico com chave magnética para partida com reversão, de motor trifásico com chave magnética para partida estrela-triângulo, de motor trifásico com chave magnética para partida compensada, partida eletrônica (Soft-Starter). 34 II – Justificativa Disciplina considerada fundamental e indispensável ao curso, onde possibilitará ao aluno, contato com equipamentos relacionados a instalações elétricas industriais, obtendo noções e conhecimentos sobre motores, seus tipos de acionamentos e suas aplicações. III – Objetivo Iniciar os alunos, no manuseio e interpretação de catálogos dos produtos, bem como o dimensionamento e especificação destes,propiciando-lhes o conhecimento prático e familiaridade com alguns dos diversos componentes utilizados na indústria, em seu processo fabril. IV – Conteúdo programático 1. MOTOR ELÉTRICO DE INDUÇÃO (Definição dos motores; Principais tipos; Características típicas). 2. CURTO-CIRCUITO (tipos de curto-circuito; Análise da corrente de curto-circuito; Efeitos do curto-circuito; Cálculo do curto-circuito). 3. DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO (Fusíveis; Dimensionamento dos fusíveis; Disjuntores; Tipos de Disjuntores; Classe de disjuntores; Curvas; Dimensionamento; Relés de sobrecarga; Classificação; Dimensionamento; Curvas de disparo). 4. DISPOSITIVOS DE COMANDO (Contatores; Funcionamento; Categoria de emprego; Diagrama elétrico; 5. CHAVES DE PARTIDA Partida direta; Dimensionamento; Partida Estrela-triângulo; Dimensionamento; Diagrama elétrico; Partida Compensadora; 35 Dimensionamento; Diagrama elétrico; Partida Suave (Soft Start); Dimensionamento; Diagrama Elétrico; Partida Série-Paralela; Dimensionamento; Diagrama elétrico). 6. CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA (Causas do baixo fator de potência; Cálculo do fator de potência; Dimensionamento dos capacitores). 7. PROJETO DE C.C.M (Centro de Controle de Motores), Trabalho de pesquisa. V – Metodologia de ensino No processo ensino-aprendizagem, serão utilizados recursos tecnológicos (data-show, retroprojetores, trabalhos em rede), aulas expositivas e laboratórios de de instalacoes eletricas. VI – Procedimentos de avaliação As avaliações dos conteúdos ministrados em aula serão realizadas de forma individual e em grupos, constando de três avaliações no semestre. 3.2 Conceitos a serem ministrados na disciplina de instalações elétricas II No ambiente atual das operações de manufatura, os motores contribuem com a maior parte da energia necessária para converter matérias primas em produtos acabados. Na verdade, os motores são responsáveis por mais de 50% do trabalho realizado atualmente nas fábricas (WEG, 2004). A previsão é de que esse percentual continuará a aumentar no futuro. Devido a essa alta dependência da capacidade de manufatura nos motores elétricos, é importante garantir que os motores e seus circuitos sejam protegidos adequadamente, para maximizar o tempo de operação e minimizar o as paradas. Nas fábricas modernas, a presença de 36 motores ou circuitos desprotegidos poderá resultar em perdas que variam de centenas de milhares de dólares por hora, sem contar o custo do material sendo processado, que poderá ser destruído. Não se admira, portanto, os enormes esforços empreendidos e os recursos utilizados nos últimos anos pelos fabricantes da área de controle, para desenvolver e melhorar dispositivos econômicos de proteção contra curto-circuito e contra sobrecarga. Esta proposta aborda várias questões essenciais ao atendimento dos dispositivos de proteção contra curto-circuito e sobrecarga, indicando como obter uma “proteção coordenada” para os motores e seus circuitos. Os seguintes tópicos serão discutidos a seguir: 3.3 Definições de termos técnicos usuais As definições a seguir estão baseadas nas normas VDE (Norma alemã de eletrotécnica) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Termilogia Brasileira (TB). Acionamento Manual: componente mecânico de acionamento de um equipamento. Ex.: botão de comando, punho, alavanca. Acionamento por botão (ou tecla): comando de um circuito por meio de um dispositivo de comando por botão (ou tecla). Com esse tipo de acionamento são dados apenas impulsos de comando de curta duração. Acionamento por Corrente Alternada (CA): circuito de comando alimentado por corrente alternada. Acionamento por Corrente Contínua (CC): os equipamentos de comando à distância podem, independentemente da natureza da corrente do circuito 37 principal em que operam, ser acionado por corrente alternada ou corrente contínua; no caso de acionamento por corrente contínua (CC), o circuito de comando através do qual o equipamento é ligado e desligado, possui uma fonte de alimentação em corrente contínua. Evidentemente, a bobina magnética de um contador deve ser, então, apropriada para corrente contínua ou ser um sistema magnético em corrente alternada (ligação por resistência) próprio para acionamento em corrente contínua. Acionamento por impulso: ligação e desligamento instantâneos por meio de um dispositivo de comando, com repetição dentro de curtos intervalos de tempo. O acionamento por impulsos, na operação de motores, leva a elevada solicitação do dispositivo de comando. O motor não alcança a sua rotação nominal, de forma tal que o dispositivo de comando tem que ligar e desligar continuamente a corrente de partida do motor e, com isso, várias vezes o valor de sua corrente nominal. O acionamento por impulsos está incluído na utilização AC4 (ver definição mais adiante). Botão de comando de fim do curso: botão acionado mecanicamente, para sinalização, comando e limitação de curso. O miolo da botoeira é que contém os contatos e os terminais do dispositivo de fim de curso. Botão sinalizador: botoeira com botão transparente de forma tal que se obtenha, assim como no sinalizador luminoso, indicação ótica dada por uma lâmpada nele embutida. Capacidade de interrupção: máxima corrente que um dispositivo de manobra (contador, disjuntor, chave seccionadora, etc.) pode interromper sob condições definidas (VDE0660, parte 1/3.68). Capacidade de ligação: a capacidade de ligação indica a grandeza da corrente de ligação com a qual o dispositivo de manobra (contador, disjuntor, chave 38 seccionadora, etc.) ainda pode operar com segurança. Caso a corrente de ligação ultrapasse a capacidade de ligação, os contatos do dispositivo de manobra podem fundir-se. Chave principal: dispositivo destinado a comandar o circuito principal de alimentação, ligado diretamente ao consumidor, passando através desse a corrente elétrica de operação. Chave seccionadora: chave que, na posição aberta, satisfaz as exigências de distância de isolação especificadas para um seccionador (TB 1915/20-205). Chave seccionadora sob carga: dispositivo de manobra que preenche os requisitos de uma chave sob carga e de uma chave principal. Circuito auxiliar ou de comando: circuito pelo qual são acionados os dispositivos de manobra. Além disso, ele é usado para fins de medição, comando, travamento e sinalização (TB 19-15/10-60). Esse circuito engloba a fonte de alimentação (tensão de comando), os contatos do dispositivo de comando, os acionamentos elétricos (bobina) dos dispositivos de manobra, assim como os elementos auxiliares de manobra. Circuito principal: é formado das partes mais importantes, dos contatos principais e dos terminais. Tais partes são destinadas a conduzir a corrente de operação. Contato: parte de um dispositivo de manobra, pelo qual um circuito é ligado ou interrompido. Há os contatos fixos e móveis e, de acordo com a utilização, contatos principais e contatos auxiliares (TB26/2.2.2). 39 Contato NF (normalmente fechado): contato que abre, quando do estabelecimento e, que fecha, quando da interrupção de um dispositivo de manobra (TB 19-15/10-045). Contato auxiliar: contato de chave auxiliar. Contato inserido em um circuito auxiliar e operado mecanicamente pelo dispositivo principal (contator, rele térmico, disjuntor motor) (TB 26/2.2.9). Contato de selo: contato fechador auxiliar, encontrado particularmente nos contatores e, que é comandado simultaneamente com os contatos principais fechados e através do qual é selada a alimentação da bobina do contator. Este contato é ligado em paralelo com o botão de ligação do contator. Contato NA (normalmente aberto): contato que fecha quando do estabelecimento e que abre quando da interrupção de um dispositivo de manobra. Em literatura antiga, designado por normalmente aberto (TB 19-15/10-040). Contato principal: contato no circuito principal de um dispositivo de manobra. Contato inserido no circuito principal de um contator, previsto para conduzir, na posição fechada, a corrente desse circuito (TB 26/2.2.6) Corrente de interrupção: corrente que pode ser interrompida por um dispositivo de manobra (contator, disjuntor, chave seccionadora, etc) em condições normais de operação. Da amplitude dessa corrente depende, principalmente, a vida útil dos contatos. Corrente de partida: corrente que um motor consome, quando ligado, porém ainda em repouso (na partida ou na frenagem). Seu valor médio é cerca de seis a nove vezes, a corrente nos motores de gaiola. 40 Corrente de pico: máximo valor instantâneo de corrente, por exemplo, no ato da ligação. É a corrente que a bobina do contator consome, por exemplo, em curto espaço de tempo, durante a fase de ligação do contator. Corrente Nominal (In): corrente que é função das condições de operação de um circuito, determinado pelas condições de emprego em função da qual são escolhidos os diversos dispositivos. Um dispositivo de manobra pode possuir várias correntes nominais, dependendo do regime de operação. Não se deve confundir corrente nominal com corrente de regime permanente. Curto-circuito: ligação, praticamente sem resistência, de condutores sob tensão. Nestas condições, através de uma resistência transitória desprezível, a corrente assume um valor muitas vezes maior do que a corrente de operação; assim sendo, o equipamento e parte da instalação poderão sofrer esforços térmicos e eletrodinâmicos excessivos. Três são os tipos de curto-circuito: o trifásico, entre três condutores de fase; o monofásico, entre dois condutores de fase; e o para a terra, entre condutor de fase e a terra ou um condutor aterrado (falta para a terra). Curva característica Tempo corrente: é a curva que indica em quanto tempo, a uma determinada corrente, um relé ou um fusível opera. Extinção de Arco: interrupção da corrente após a abertura das peças de contato. Há diversas formas de extinção: ¬ O arco de corrente alternada pode auto extinguir-se pela passagem da corrente pelo ponto zero; deve ser evitado um restabelecimento do arco, devido à presença da tensão (uso da câmara de aletas extintoras). ¬ O arco de corrente contínua pode ser extinto prolongando-o e resfriando-o intensivamente (uso da câmara em cunha e da bobina de sopro). 41 Frenagem por contracorrente: método de frenagem de motores trifásicos, invertendo-se a polaridade de dois condutores, com que o motor passa a ter um momento de torção de sentido contrário. Interrompendo-se a contracorrente no instante exato (com sensores de frenagem) evita-se que o motor passe ao sentido de rotação inverso. Forma de frenagem regenerativa na qual é invertida a corrente principal de uma máquina de corrente contínua (TB19-10/5-035). Frenagem por corrente continua: método de frenagem de motores trifásicos, utilizado com inversores de freqüência que aplica um percentual de corrente continua no circuito de alimentação do motor para frenar o movimento do eixo do motor elétrico. Freqüência de operações (manobras ou ligações): indica quantas manobras por unidade de tempo podem ser utilizadas por um dispositivo. Ligação em paralelo: tipo de ligação na qual mais de um dispositivo de manobra, contatos ou condutores são ligados paralelamente no mesmo circuito. Aplicado em um dispositivo de manobra, onde contatos ligados em paralelo elevam a corrente de regime permanente do dispositivo, porém não a capacidade de operação e nem a tensão nominal. Ligação em série: tipo de ligação na qual mais de um dispositivo, componente ou contato, são ligados consecutivamente no mesmo circuito. Ligandose os contatos de um dispositivo de manobra em série, o arco de corrente da interrupção pela abertura simultânea dos contatos é dividido em vários e reduzidos arcos. Com isso eleva-se a tensão. Limitação de corrente: limitação de corrente de curto-circuito, calculada em função das impedâncias do circuito. É conseguido com a utilização de fusíveis e disjuntores que, perante correntes muito elevadas de curto-circuito operam em um 42 intervalo de tempo tão curto que a corrente de curto-circuito não atinge o seu valor máximo. Linha elétrica: instalação elétrica, destinada ao transporte de energia elétrica, compreendendo um conjunto de condutores com seus suportes e acessórios (terminais e contatos TB 19-25/15/045). Nível de isolamento: conjunto de valores de tensões suportáveis nominais, que caracterizam o isolamento de um equipamento elétrico em relação a sua capacidade de suportar solicitações dielétricas (TB 19-25/55-010). Painéis de Distribuição CCM: painéis que contém os Centros de Controles de Motores. São conjuntos de armários modulados, com gavetas ou racks onde são instalados os respectivos comandos de acionamentos dos motores. Partida Lenta: são partidas em que a inércia da carga é alta, provocando um tempo de partida acima de: ¬ 5s – partida direta ¬ 10s – partida estrela-triângulo ¬ 15s – partida compensadora ¬ 10s – partida estrela-série-paralelo Potência de retenção: potência permanente de alimentação da bobina de um sistema eletromagnético (ex. um contator), destinado a fornecer o fluxo magnético necessário para manter o núcleo móvel atraído pelo fixo. Distinguem-se as potências de retenção no fechamento e potência de retenção em serviço normal. Proteção de motor: proteção contra os efeitos de sobrecarga e curtocircuito sobre o motor, isto é, proteção da isolação do enrolamento contra aquecimentos e esforços eletrodinâmicos inadmissíveis, por meio de: 43 ¬ relés térmicos de sobrecarga ¬ sondas térmicas ¬ fusíveis ¬ disjuntores Tensão nominal de comando: é a tensão de valor padrão (geralmente) segundo a qual se especificam os equipamentos auxiliares de comando, proteção e sinalização. 3.4 Noções fundamentais de motores elétricos Motor elétrico é a maquina destinada a transformar energia elétrica em energia mecânica. É o mais utilizado de todos os tipo de motores, pois, combina as vantagens da utilização de energia elétrica – baixo custo, facilidade de transporte, limpeza e simplicidade de comando – com sua construção simples, custo reduzido, versatilidade de adaptação às cargas dos mais diversos tipos e melhores rendimentos. Os tipos mais comuns de motores elétricos são: a. Motores de corrente continua – são motores de custo mais elevado e, além disso, precisam de uma fonte de corrente contínua, ou de um dispositivo que converta a corrente alternada comum em contínua. Podem funcionar com velocidade ajustável entre amplos limites e se prestam a controles de grande flexibilidade e precisão. Por isso, seu uso é restrito a casos especiais em que estas exigências compensam o custo muito mais alto da instalação. b. Motores de corrente alternada – são os mais utilizados, porque a distribuição de energia elétrica é feita normalmente em corrente alternada. Os principais tipos são: 44 • Motor síncrono: funciona com velocidade fixa; utilizado somente para grandes potencias (devido ao seu alto custo em tamanhos menores) ou quando se necessita de velocidade invariável. • Motor de indução: funciona normalmente com uma velocidade constante, que varia ligeiramente com a carga mecânica aplicada ao eixo. Devido a sua grande simplicidade, robustez e baixo custo, é o motor mais utilizado de todos, sendo adequado para quase todos os tipos de máquinas acionadas, encontradas na prática. Atualmente é possível controlarmos a velocidade dos motores de indução com auxilio de inversores de freqüência. Apresentaremos a seguir os conceitos de algumas grandezas básicas, cuja compreensão é necessária para melhor acompanhar as explicações das outras partes do programa. 3.5 Conjugado O conjugado (também chamado de torque, momento ou binário) é a medida do esforço necessário para girar um eixo. É sabido, pela experiência pratica que, para levantar um peso por um processo semelhante ao usado em poços a força F que é necessário aplicar à manivela depende do comprimento l da manivela. Quanto maior a manivela, menor será a força necessária. Podemos exemplificar o conjugado através da operação de retirar água de um poço (Figura 01), com as seguintes características: um balde pesa 20N e o diâmetro do tambor é de 0,20m, a corda transmitirá uma força de 20N na superfície do tambor, isto é, a 0,10m do centro do eixo. Para contrabalançar esta força, 45 precisam 10N na manivela, se o comprimento l for de 0,20m. Se l for o dobro, isto é, 040m, a força F será a metade, ou seja, 5N. Como vemos, para medir o “esforço” necessário para girar o eixo, não basta definir a força empregada: é preciso também dizer a que distância do eixo a força é aplicada. O esforço é medido pelo conjugado, que é o produto da força pela distância, F x l. No exemplo citado, o conjugado vale: C = 20N x 0,10m = 10N x 0,20m = 5N x 0,40m = 2,0N.m. C = F . l (N . m) Figura 01 – Exemplo água do poço Fonte: WEG, 2004, p. 20. Um outro exemplo seria o fechamento de uma porta, tomando-se como ponto de aplicação da força próximo à fechadura da porta e um ponto próximo a dobradiça, no segundo caso a força será bem maior que o primeiro caso, pois o braço de alavanca é menor. 3.6 Energia e potência mecânica 46 A potência mede a velocidade com que a energia é aplicada ou consumida. No exemplo anterior, se o poço tem 24,5 metros de profundidade, a energia gasta, ou trabalho realizado para trazer o balde do fundo até a boca do poço é sempre a mesma, valendo 20N x 24,5m = 490Nm (note que a unidade de medida de energia mecânica, Nm, é a mesma que usamos para o conjugado – trata-se, no entanto, de grandezas de naturezas diferentes, que não devem ser confundidas). W = F . d (N m) Obs.: 1Nm = 1J = W . ∆ t Fonte: WEG, 2004, p. 20. A potência exprime a rapidez com que esta energia é aplicada e se calcula dividindo a energia ou trabalho total pelo tempo gasto para realizá-lo. Assim, se usarmos um motor elétrico capaz de erguer o balde de água em 2,0 segundos, a potência necessária será: P¹ = 490 = 245W 2,0 Se usarmos um motor mais potente, com capacidade de realiza o trabalho em 1,3 segundos, a potencia necessária será: P² = 490 = 377 W 1,3 A unidade mais usual para medida de potência mecânica é o cv (cavalovapor), equivalente a 736W. Então as potências dos dois motores acima serão: 47 P¹ = 245 = 1 736 3 cv P ² = 377 = 1 736 2 cv P mec = F . d (cv) 736.t como, 1 cv = 736W então, Pmec = F .d 736.t (cv) Para movimentos circulares: C = F . r (Nm) V = π . d . n (m/s) 60 Pmec = F .d 736 (cv) Fonte: WEG, 2004, p. 20. onde: C = conjugado em Nm F = força em N L = Distância entre fonte e aplicação da força (braço da alavanca) em m r = raio da polia em m v = velocidade angular em m/s d = diâmetro da peça em m n = velocidade em rpm Relação entre unidades de potência: P (k W) = 0,736 . P (cv) P (cv) = 1,359 P(k W) Fonte: WEG, 2004, p. 20. 48 3.7 Energia e potência elétrica Embora a energia seja uma só, ela pode se apresentar em formas diferentes. Se ligarmos uma resistência a uma rede elétrica com tensão, passará uma corrente elétrica que irá aquecer a resistência. A resistência absorve a energia elétrica e a transforma em calor, que também é uma forma de energia. Um motor elétrico absorve a energia elétrica da rede e a transforma em energia mecânica disponível na ponta do eixo. 3.7.1 Circuitos de corrente contínua A potência elétrica, em circuitos de corrente contínua, pode ser obtida por meio da relação da tensão (U), corrente (I), e resistência (R) envolvidas no circuito, ou seja: P = U . I (W) ou, P = U² R (W) P = RI² (W) ou, Fonte: WEG, 2004, p. 21. onde: U = tensão em volt I = corrente em ampére R = resistência em ohm 49 P = potência média watt 3.7.2 Circuitos de corrente alternada a) Resistência: no caso de resistências, quanto maior a tensão da rede, maior será a corrente e mais depressa a resistência irá se aquecer. Isto quer dizer que a potência será maior. A potência elétrica absorvida da rede, no caso da resistência, é calculada multiplicando-se a tensão da rede pela corrente, se a resistência (carga), for monofásica. P = U x I (W). No sistema trifásico a potência em cada fase da carga será P¹ = U¹ x I¹, como se fosse um sistema monofásico independente. A potência total será a soma das potências das três fases, ou seja: P = 3P¹ = 3 x U¹ x I¹ Fonte: WEG, 2004, p. 07. Lembrando que o sistema trifásico é ligado em estrela ou triângulo, temos as seguintes relações: Ligação estrela: U = 3 xU e I = I¹ Ligação triângulo: U = U¹ e I = 3 xI Assim, a potência total, para ambas as ligações, será: P= 3 xUxI (W) Fonte: WEG, 2004, p. 08. 50 b) Cargas reativas: Para as cargas reativas, onde existem defasagem, como é o caso dos motores de indução, esta defasagem de que ser levada em conta e a expressão fica: P= 3 xU x I x cos ϕ (W) Fonte: WEG, 2004, p. 07. A unidade de medida usual para potencia elétrica é o watt (W), correspondente a 1 volt x 1 ampére, ou seu múltiplo, o quilowatt = 1000 watts. Esta unidade também é usada para medida de potência mecânica. A unidade de medida usual para energia elétrica é o quilo-watt-hora (kWh) correspondente à energia fornecida por uma potência de 1 kW funcionando durante uma hora – é a unidade que aparece, para cobrança, nas contas de luz. 3.8 Rendimento O motor elétrico absorve energia da linha e a transforma em energia mecânica disponível no eixo. O rendimento define a eficiência com que é feita esta transformação. Chamando potência útil Pu a potência mecânica disponível no eixo, e potência absorvida Pa a potência elétrica que o motor retira da rede, o rendimento será a relação entre as duas, ou seja: η = Pu(W) = 736 x P (cv) = 1000 x P (kW) ν3.U.I.cos ϕ Pa (W) ν3.U.I.cos ϕ ou, η% = 376 x P (cv) x 100 ν3.U.I.cos ϕ 51 Fonte: WEG, 2004, p. 07. É importante frisar que o momento em que vivemos aponta para a economia na utilização dos recursos naturais, e, portanto é de fundamental importância o aumento da eficiência dos equipamentos elétricos, para a redução do consumo de energia elétrica. No caso dos motores elétricos as empresas investem na utilização de novos materiais, com menor índice de perdas, e aumento da condutividade elétrica dos bobinados, para diminuir a perda nos motores. 3.9 Velocidade síncrona A velocidade síncrona do motor é definida pela velocidade de rotação do campo girante, a qual depende o número de pólos (2p) do motor e da freqüência (f) da rede, em hertz (Tabela 02). Os enrolamentos podem ser construídos com um ou mais pares de pólos, que se distribuam alternadamente (um norte e um sul) ao longo da periferia do núcleo magnético. O campo girante percorre um par de pólos (p) a cada ciclo. Assim, como o enrolamento tem pólos ou “p” pares de pólos, a velocidade do campo será: ns = 60 x f p = 120 x f 2p rpm Exemplos.: a. Qual a rotação síncrona de um motor de 6 pólos, 50Hz? ns = 120 x 50 = 1000 rpm 6 52 b. Motor de 12 pólos? Ns = 120 x 60 = 600 rpm 12 Fonte: WEG, 2004, p. 10. Note que o numero de pólos do motor terá que ser sempre par, para formar os pares de pólos. Para as freqüências e polaridades usuais, as velocidades são síncronas. Tabela 02 – Velocidade de Rotação de Motores Nº de pólos Rotação Síncrona por minuto 2 60 Hertz 3.600 50 Hertz 3.000 4 1.800 1.500 6 1.200 1.000 8 900 750 10 720 600 Fonte: WEG, 2004, p. 10. Para motores de dois pólos, o campo percorre uma volta a cada ciclo. Assim, os graus elétricos equivalem aos graus mecânicos. Para motores com mais de dois pólos, teremos de acordo com o número de pólos, um giro geométrico menor, sendo inversamente proporcional a 360º em dois pólos. Por exemplo: para um motor de seis pólos teremos, em um ciclo completo, um giro de campo de 360º x 2/6 = 120º geométricos. Isto equivale, logicamente, a 53 1/3 da velocidade em dois pólos. Conclui-se, assim, que: graus geométricos = graus mecânicos x p. 3.10 Características da rede de alimentação No Brasil, o sistema de alimentação pode ser monofásico ou trifásico. O sistema monofásico é utilizado em instalações do tipo domésticas, comerciais e rurais, enquanto o sistema trifásico, em aplicações industriais, ambos em 60Hz. 3.10.1 Sistema trifásico As tensões trifásicas mais usadas nas redes industriais são: • Baixa tensão: 220V, 380V e 440V • Media tensão: 2.300 V, 4.160 V e 6.600 V O sistema trifásico estrela de baixa tensão, consiste de três condutores de fase (L1, L2, L3) e o condutor neutro (N), sendo este, conectado ao ponto estrela do gerador ou secundário dos transformadores. 3.10.2 Sistema monofásico 54 As tensões monofásicas padronizadas no Brasil são as de 115V (conhecidas como 110V), 127V e 220V. Os motores monofásicos são ligados a duas fases (tensão de linha UL) ou a uma fase e o neutro (tensão de fase Uf). Assim, a tensão nominal do motor monofásico deverá ser igual à tensão UL ou Uf do sistema. Quando vários motores monofásicos são conectados ao sistema trifásico (formados por três sistemas monofásicos), deve-se tomar o cuidado para distribuílos de maneira uniforme, evitando–se assim, desequilíbrio entre as fases. 3.11 Tensão nominal É a tensão para qual o motor foi projetado. 3.11.1 Tensão nominal múltipla A grande maioria dos motores é fornecida com terminais do enrolamento religáveis, de modo a poderem funcionar em redes de pelo menos duas tensões diferentes. Os principais tipos de religação de terminais de motores para funcionamento de mais de uma tensão são: a) Ligação série paralela: o enrolamento de cada fase é dividido em duas partes (lembrar que o número de pólos é sempre par, de modo que este tipo de ligação é sempre possível). Ligando duas metades em série, cada metade ficará com a metade da tensão de fase nominal do motor. Ligando as duas metades em paralelo, o motor poderá ser alimentado com uma tensão igual à metade da tensão anterior, sem que se altere a tensão aplicada a cada bobina. Este tipo de ligação 55 exige nove terminais no motor e a tensão nominal (dupla) mais comum, é 220/440V, ou seja, o motor é religado na ligação paralela quando alimentado com 220V e na ligação série quando alimentado em 440V. O mesmo esquema serve para outras duas tensões quaisquer, desde que uma seja o dobro da outra, por exemplo, 230V /460V. b) Ligação estrela-triângulo: o enrolamento da cada fase tem as duas pontas trazidas para fora do motor. Se ligarmos as três fases em triangulo, cada fase receberá a tensão da linha. Se ligarmos as três fases em estrela, o motor pode ser ligado a uma linha de tensão igual a 220 x ν3 = 380 volts sem alterar a tensão no enrolamento que continua igual a 220 volts por fase. Este tipo de ligação exige seis terminais no motor e serve para quaisquer tensões nominais duplas, desde que a segunda seja igual a primeira multiplicada por ν3. Exemplos: 220/380V – 380/660V – 440/760V Nos exemplos 380/660V e 440/760V, a tensão maior declarada só serve para indicar que o motor pode ser acionado por meio de uma chave de partida estrela-triângulo. Motores que possuem tensão nominal de operação acima de 660V deverão possuir um sistema de isolação especial, apto a esta condição. c) Tripla tensão nominal: podemos combinar os dois casos anteriores: o enrolamento de cada fase é dividido em duas metades para ligação série-paralelo. Além disso, todos os terminais são acessíveis para podermos ligar as três fases em estrela ou triângulo. Deste modo, temos quatro combinações possíveis de tensão nominal. 1. Ligação triângulo paralelo; 2. Ligação estrela paralela, sendo igual a ν3 vezes a primeira; 3. Ligação triângulo série, valendo o dobro da primeira; 56 4. Ligação estrela série, valendo ν3 vezes a terceira. Mas, como esta tensão seria maior que 600V, é indicada apenas como referência de ligação estrelatriângulo. Ex.: 220/380/440(760) V 3.12 Freqüência nominal (Hz) É a freqüência da rede para qual o motor foi projetado. 3.13 Ligação em freqüências diferentes Motores trifásicos bobinados para 50Hz poderão ser ligados também em rede de 60Hz. a) Ligando o motor de 50Hz, com a mesma tensão, em 60Hz. • a potência do motor será a mesma; • a corrente nominal é a mesma; • a corrente de partida diminui em 17%; • conjugado de partida diminui em 17%; • conjugado máximo diminui em 17%; • a velocidade nominal aumenta em 20%. Deverão ser observados os valores de potência requeridas, para motores que acionam equipamentos que possuem conjugados variáveis com a rotação. b) Se alterar a tensão em proporção à freqüência: • aumenta a potência do motor em 20%; • a corrente nominal é a mesma; 57 • a corrente da partida será aproximadamente a mesma; • conjugado de partida será aproximadamente o mesmo; • conjugado máximo será aproximadamente o mesmo; • a rotação nominal aumenta 20%. Quando o motor for ligado em 60Hz com bobinagem 50Hz, poderemos aumentar a potência em 15%para II pólos e 20% para IV, VI e VII pólos. 3.14 Curto-circuito É um defeito no sistema elétrico. Provém da ligação intencional ou acidental entre 2 ou 3 pontos de um sistema elétrico ou equipamento ou ainda de um componente, através de uma impedância desprezível, quando os pontos considerados se encontram sob potenciais diferentes. 3.14.1 Tipos de curto-circuito • Curto-circuito tripolar – é um curto-cicuito simétrico (tensões e correntes iguais nas três fases, é a situação que apresenta as correntes de maior intensidade e, por isso decisivo para o dimensionamento dos equipamentos elétricos. • Curto-circuito unipolar a terra – é o mais freqüente nas redes de alta e baixa tensão com neutro aterrado. É um defeito assimétrico (tensões e correntes nas três fases). O curto-circuito bipolar sem contato com a terra também é assimétrico. 3.14.2 Corrente de curto-circuito 58 Quando em uma instalação, ocorre um curto-circuito, estabelece-se instantaneamente um percurso de baixa impedância entre a fonte e o ponto de falta, produzindo-se então uma corrente (de curto-circuito) bastante elevada em relação às correntes normais da instalação, que pode atingir valores altíssimos, em um tempo extremamente curto. 3.14.2.1 Corrente de curto-circuito presumida Normalmente, nas instalações de baixa tensão, é desnecessária uma grande precisão e são usados processos aproximados que envolvem diversas hipóteses simplificadoras. Admite-se uma falta direta entre condutores vivos, isto é, um curto-circuito, o que não só simplifica os cálculos como também introduz um fator de segurança, já que conduz os valores máximos. Admite-se também um curto-circuito trifásico. Assim a corrente de curto-circuito presumida, representa a pior condição imaginável. • Efeito dinâmico – são efeitos resultantes de um curto-circuito que estão relacionados com a corrente de crista (Is), os equipamentos devem suportá-la sem sofrer danos mecânicos ou elétricos resultantes das enormes forças eletromagnéticas. • Efeito térmico – são efeitos resultantes de curto-circuito, que estão relacionados com a corrente eficaz, os equipamentos devem suportá-la sem sofrer avarias devido a elevação de temperatura, em geral o tempo limite é de 1s. Fórmulas Básicas para cálculo de corrente curto-circuito presumida: 59 • Para calcular o curto-circuito no ponto zero, utiliza-se a relação entre a tensão e resistências e reatância transformador. Icco =_____Uo___________ (RE² + XE²) • Para calcular o curto-circuito em um ponto distante do transformados, ou seja, ponto 1, a relação entre a tensão e resistências e reatância do ransformador mais as resistências e reatâncias do cabo até o ponto 1 Icc1 =________Uo___________ (RE+R1)² + (XE+X1)² • Para calcular o curto-circuito em um ponto distante do transformados, ou seja, ponto 2, a relação entre a tensão e resistências e reatância do transformador mais as resistências e reatâncias do cabo até o ponto 2. Icc2 =____________Uo___________ (RE+R1 +R2)² + (XE+X1 +X2 )² • Para calcular o curto-circuito em um ponto distante do transformados, ou seja, ponto 3, a relação entre a tensão e resistências e reatância do transformador mais as resistências e reatâncias do cabo até o ponto 3. Icc3 =______________Uo___________________ (RE+R1 +R2 +R3 )² + (XE+X1 +X2 +X3 )² (WEG, 2004, p. 308) 60 A resistência do cabo é calculada através do produto da resistência específica vezes o comprimento do mesmo. RL = r.l (mΩ) A reatância do cabo é calculada através do produto da reatância específica do cabo vezes o comprimento do mesmo. XL = x.l (mΩ) Onde: Uo = tensão secundária de fase do trafo (V) RE = resistência equivalente secundária (mΩ) XE = reatância equivalente secundária do trafo (mΩ) RL = resistência total das linhas a jusante do trafo (mΩ) XL = reatância total das linhas a jusante do trafo (mΩ) Icc = corrente de curto-circuito (KA) 3.14.2.2 Corrente de curto-circuito presumida mínima No estudo da coordenação entre dispositivos de proteção e condutores protegidos é muitas vezes importante conhecer o valor da corrente de curto-circuito (lado da carga). É a chamada corrente de curto-circuito presumida mínima - Icc min. Para avaliação dessa corrente são feitas as seguintes hipóteses simplificadoras: 61 - Só é considerado o circuito em questão, e desprezados todos os componentes a montante de sua origem, isto é, a montante do ponto de aplicação do dispositivo de proteção; - A tensão na origem do circuito quando da ocorrência do curto-circuito, vale 80% da tensão nominal do circuito; - Para condutores com seções até 95mm2 despreza-se a reatância; - Considera-se que, devido ao aumento de temperatura provocado pelo curto-circuito, a resistência do condutor é majorada em 50%; - O curto-circuito é sempre entre dois condutores. A expressão utilizada é: Icc min = 0,8 . U S 1,5 δ 2. I Onde: U em volts é a tensão entre fase e neutro, em circuitos monofásicos, bifásicos e trifásicos com neutro, entre fases em circuitos monofásicos, bifásicos e trifásicos sem neutro. S = secção do condutor em mm2 δ=é a resistividade do metal condutor a 20º C, valendo 0,018Ω.mm²/m para cobre e 0,029Ω.mm²/m para alumínio; l = é o comprimento do circuito em m No caso de condutores de cobre a expressão pode ser escrita: Icc min = 15.U.S 1,5 δ 2. I 62 Exemplo: corrente de curto-circuito presumida mínima num circuito monofásico (FF) com condutor de 4mm², 15m de comprimento e tensão de 220V. Icc = 15.220.4 = 880A 15 Obs.:Para condutores de seção superior a 95mm², a fim de levar em conta a reatância dos condutores, o valor obtido na expressão Icc min deve ser multiplicada por: 0,90 para 120mm² 0,85 para 150mm² 0,80 para 185mm² 0,75 para 240mm² 3.15 Proteção coordenada de circuitos de motor No projeto de circuitos de motores, que serão utilizados em qualquer parte do mundo, existem várias exigências básicas que são normalmente especificadas para os circuitos de motores. O artigo 430 do IEC (Internacional Eletrotecnical Comission) descreve as exigências para instalações que incluem motores, circuitos de motores e controladores. O artigo especifica as exigências de proteção contra curtos-circuitos em instalações de motores, para falha de aterramento e para sobrecarga do motor. 3.15.1 Dispositivos de proteção contra curto-circuitos Os dispositivos de proteção contra curto-circuito podem ser classificados em dois grupos: fusíveis e disjuntores. O código NEC reconhece ainda quatro tipos de dispositivos de proteção contra falhas e especifica seus limites dimensionais baseado no tipo de motor usado no circuito. 63 • Fusível do tipo sem retardo de tempo • Fusível de elemento duplo (com retardo de tempo) • Disjuntor de desarme instantâneo (somente magnético) • Disjuntor de tempo reverso (termomagnético) A análise dos dispositivos de proteção contra curto-circuito não tem o objetivo de recomendar um ou outro dispositivo ou fusível, já que cada tipo tem suas vantagens e desvantagens. Nosso objetivo é permitir o entendimento preciso de ambos os tipos de dispositivos, deixando que as exigências da própria aplicação determinem o dispositivo de proteção que mais atende às necessidades do cliente. 3.15.1.1 Fusíveis Os fusíveis são dispositivos de proteção contra sobrecorrente introduzidos em um circuito elétrico para proteger os componentes de controle, a fiação, isolação e o motor contra danos causados por corrente excessiva e o calor resultante. Considera-se como sobrecorrente qualquer aumento da corrente acima do nível de corrente normal de operação. Nos circuitos com motores, as sobrecorrentes são classificadas em duas categorias distintas (Anexo 01 e 02). As sobrecargas de motor são quaisquer sobrecorrentes que atinjam ou ultrapassem ligeiramente a corrente do motor bloqueado (de 6 a 8 vezes a corrente nominal). A proteção contra essa faixa de sobrecorrente é realizada por meio de dispositivos de proteção com relé de sobrecorrente, os quais serão discutidos detalhadamente mais adiante. As sobrecorrentes de curto-circuito são aquelas produzidas por curto-circuito ou 64 condições de falha de aterramento, com níveis de corrente de falha superiores a 8 vezes a corrente nominal. Nas instalações industriais de hoje, as sobrecorrentes de curto-circuito podem facilmente atingir 50.000A. Se as sobrecorrentes de curtocircuito não forem interrompidas em frações de segundo, podem ocorrer danos graves à instalação elétrica, incluindo danos ao motor, condutor e controlador, e até incêndios. Nos circuitos com motores, os fusíveis são a melhor proteção contra os danos causados por correntes de curto-circuito. Em todo mundo, são usados tipos diferentes de fusíveis para a proteção contra curto-circuitos nos circuitos de motores. Apesar de que os métodos de estrutura e fixação possam ser diferentes, todos os fusíveis realizam basicamente a mesma função de proteção contra curto-circuito. Os fusíveis são fabricados de forma a atender as exigências especificas de padrões de desempenho. No caso dos fusíveis com classificação UL e CSA, características especificas tais como faixas, corrente e tensão, dimensões do fusível, características de rejeição, faixas de resistência, limites máximos de passagem I²T e Ip, parâmetros de tempo de desarme (tempo de retardo) e outras são determinadas pelas normas. A Tabela 03 compara as exigências de desempenho das várias classes de fusíveis UL e CSA. Os fusíveis de classes diferentes, com faixas similares de corrente, podem apresentar resultados significativamente diferentes nos valores de passagem das correntes I²T e Ip. Exigências de Desempenho dos Fusíveis UL (de acordo com o UL 198, 600 Volts, 100kA). 65 Tabela 03 - Exigências de Desempenho dos fusíveis UL Faixa de corrente (A) 30 60 Classe de Fusível UL K5, RK5 K1, RK1 J T CC K5, RK5 K1, RK1 J T Máx I²T x 10³(A2-seg) Máx Ip x 103 (A) 50 10 7.0 7.0 7.0 200 40 30 30 11 10 7.5 7.5 7.5 21 12 10 10 Fonte: BUSSMAN, 2000, p. 91. Exigências de Desempenho dos Fusíveis CSA (de acordo com o CSA C22.2 Nº 106)* (Tabela 04). Tabela 04 – Exigências de Desempenho dos Fusíveis CSA Faixa de corrente (A) 30 60 Classe de Fusível CSA HRCII-C HRCI-R HRCI-J HRCI-T HRCII-C HRCI-R HRCI-J HRCI-T Fonte: BUSSMAN, 2000, p. 91. 3.15.1.2 Dimensionamento MáxI²Tx10³ (A2-seg) Máx Ip x 103 (A) 50 50 7 7 200 200 30 30 14 14 12 12 26 26 16 16 66 No dimensionamento de fusíveis, recomenda-se, que sejam observados, no mínimo, os seguintes pontos: • Os fusíveis devem suportar, sem fundir, o pico de corrente (Ip), dos motores, durante o tempo de partida; • Os fusíveis devem ser dimensionados para uma corrente (IF), no mínimo 20% superior à nominal (In) do circuito de alimentação do motor que irá proteger. Este critério permite preservar o fusível do “envelhecimento” prematuro, fazendo com que sua vida útil, em condições normais sejam mantidas. IF > 1,2 In • O fusível de um circuito de alimentação de motores também devem proteger os contatores e relés de sobrecarga. Ver Tabela 05 e 06. IF < IF Max (tabelas B e C) Tabela 5 - Fusíveis máximos admissíveis para contatores tripolares CONTATORES CW0 7 CW0 4 CW7 CW1 7 CW2 7 CW3 7 FUS. RET. (IF max) 16 25 25 35 50 63 Fonte: WEG, 2005, p. 23. CW4 CW5 7 7 CW7 7 CW1 07 CW1 CW2 77 47 CW2 97 CW3 30 CW3 34 125 160 224 250 400 500 630 125 315 67 Tabela 6 – Fusíveis máximos admissíveis para relés de sobrecarga ELÉ FAIXA DE AJUSTE 27.1 27.2 67 207 407 Fonte: WEG, 2005, p. 23. FUSIVEL DE RETARDO (Ifmax) 0.28 a 0.4 0.4 a 0.6 0.56 a 0.8 0.8 a 1.2 1.2 a 1.8 1.8 a 2.8 2.8 a 4.0 4a6 0.28 a 0.4 0.4 a 0.6 0.56 a 0.8 0.8 a 1.2 1.8 a 2.8 1.8 a 2.8 2.8 a 4.0 4a6 5.6 a 8 8 a 12 11 a 17 15 a 23 22 a 32 22 a 32 30 a 46 42 a 62 42 a 62 56 a 80 80 a 120 2A * A 2 A 2 A 4 A 6 A 6 A 10 A 16 2A * A 2 A 2 A 4 A 6 A 6 A 10 A 16 A 20 A 25 A 35 A 50 A 63 63 A 100 A 125 A 125 A 160 A 200 A 120 a 180 160 a 240 204 a 300 240 a 360 306 a 450 360 a 540 476 a 700 560 a 840 300 A 355 A 500 A 500 A 800 A 800 A 1200 A 1200 A 68 3.15.1.3 Fusível de comando Para a proteção dos circuitos de comando normalmente se utilizam fusíveis com características de interrupção retardada e forma construtiva do tipo D. As potências de regime e de pico dos circuitos de comando variam conforme a seqüência de operação dos componentes, sendo assim, devemos dimensionar os fusíveis para o instante de maior potência de consumo. Basicamente existem duas situações para o dimensionamento dos fusíveis de comando (Tabela 07): a) Circuito de comando sem transformador de comando. Neste caso para dimensionamento de fusíveis é necessário que se observem no mínimo duas condições: a. Deve-se escolher um fusível com corrente nominal IF superior a corrente de regime (IR) do circuito de comando. IF > IR sendo: IR = SR/Uc onde: SR, somatória das potências aparentes dos contatores ligados (em regime) no instante em referência. Uc, tensão de comando do circuito b. O fusível escolhido para a condição anterior deve suportar as correntes de pico (Ip) do circuito de comando, durante o tempo de ligação (T) dos contatores. Para se verificar esta condição entra-se no gráfico de fusíveis (3.11). 3.15.1.4 Corrente de pico Ip = Sp/Uc Fonte: WEG, 2004, p. 04. 69 Onde: Sp, somatória das potências aparentes de pico em regime dos contatores no instante em referência. Tabela 07 – Consumo dos contatores - resumo de atuação dos contatores e transformador de comando INSTANTE T1 T2 T3 T4 ATUAÇÃO POT. EM REGIME POT. DE PICO CONTATORES CIRCUITO CIRCUITO COMANDO LIGAR LIGADO COMANDO K1(CW334) K3(CW247) _ _ _ K2(CW334) _ K1(CW334) K3(CW247) K1(CW334) K1(CW334) K2(CW334) SR = 200+84 SR = 284 VA _ SR = 200+200 SR = 400 VA SP = 5100+1100 SP = 6200 VA _ SP = 5100 + 200 SP = 5300 VA _ Fonte: WEG, 2005, p. 19. 3.15.1.5 Tempo mínimo de atuação do fusível Em termos práticos e já considerando a redução no tempo de atuação dos fusíveis quando pré-aquecidos (temperatura de trabalho). Segundo manual Weg (2005) para os seus produtos foram generalizados os seguintes tempos: 0,1s até o CW 77 0,2 s até o CW334 Exemplo: Cálculo dos fusíveis para o circuito de comando, considerandose uma chave Y A (Estrela-Triangulo) de 300CV, com comando 220V. a. 1) Deve-se analisar o instante de maior potência em regime. Neste caso o instante T4. 70 IR = SR Uc IR = 400 220 IR = 1,82 A IF > IR IF > 1,82 A IF = 2A Fonte: WEG, 2004, p. 04. O fusível de 2A permite a maior corrente em regime (instante T4) a. 2) Instante T1, maior potência de pico. Corrente de pico Ip = Sp/Uc Ip = 6200/220 Ip = 28,2A tempo mínimo de atuação do fusível T = 0,2s Em função de TP e “T”, obtém-se o fusível de 6 A. O fusível 6 A atende as duas condições. b) circuito de comando com transformador de comando Existem duas situações: • Fusíveis no primário: é necessário que se verifique as duas condições: b.1)a corrente (IF) do fusível deve ser superior à corrente em regime (IR) do circuito. IF> IR 71 IR = St________ U primário Onde: ST = potência nominal do transformador b. 2) o fusível deve suportar a corrente de pico (Ip) máxima admissível pelo transformador, durante o tempo de ligação dos contatores. • Fusíveis no secundário: devem ser considerados os mesmos critérios de dimensionamento sem transformador. A potência máxima admissível pelo transformador (Smax) é obtida em função do fator de potência do circuito (na condição de pico) e da potência nominal do transformador. IP = St_ U primário Cálculo dos fusíveis para o primário de um transformador de 1.500VA IR = 1.500 380 IR = 3,95A Escolhe-se imediatamente superior o fusível de IF > IR capacidade de IF = 4A O fusível 4A permite a maior corrente de regime Corrente de pico, sendo: fp = 25% Em função do fp e ST, obtem-se: S Max = 9.000VA Ip = S Max U primário p = 9.000 380 Ip = 23,7 A Fonte: WEG, 2004, p. 04. corrente nominal (IF) 72 Resumo do exemplo acima, ver Tabela 07. 3.15.1.6 Transformador de comando O transformador de comando tem como objetivo principal compatibilizar a tensão da rede com a tensão de comando. A norma assim como a experiência de campo recomendam 220V. O uso deste componente possibilita que o circuito de comando entre fase e terra, evitando o desequilíbrio do ponto neutro da ligação estrela da rede. Este desequilíbrio causa a variação de tensão de comando. O transformador isola (separa) eletricamente o circuito de comando do principal. Com esta prática o circuito de comando estará isento de qualquer anomalia (curto-circuito, sobrecargas) do circuito força. 3.15.1.7 Disjuntores Um método cada vez mais comum para a proteção contra curto-circuitos em circuitos de motores é por meio do uso de disjuntores. Os disjuntores se popularizam pelo fato de que, após uma condição de falha, os mesmos podem ser facilmente rearmados depois que os procedimentos de localização de falhas e manutenção tiverem sido realizados. A possibilidade de rearmar um disjuntor, após uma condição de falha, permite que o processo de fabricação recomece a operação com um mínimo de tempo de parada. • Disjuntores magnéticos (desarme instantâneo) 73 Os disjuntores somente magnéticos ou de desarme instantâneo diferem dos dispositivos termomagnéticos pelo fato de que somente incorporam elementos de desarme magnético e nenhum elemento térmico. Nos circuitos de motores, refere-se ao dispositivo somente magnético como um protetor do circuito de motor (MCP). Esse dispositivo deve ser usado em combinação com um relé de sobrecarga separado, o qual proporcionará a proteção contra sobrecorrente até o nível de corrente de rotor travado no motor. • Disjuntores termomagnéticos (tempo reverso) Os disjuntores termomagnéticos (de tempo reverso) oferecem tanto proteção térmica (sobrecorrente) quanto magnética (curto-circuito) em um só dispositivo. Para proteção térmica de sobrecorrente, os elementos térmicos (bimetálicos ou eletrônicos) são usados para proteger os componentes do circuito contra danos causados por níveis contínuos de sobrecorrente elevada. Na medida em que a corrente atravessa os elementos térmicos, estes defletem até atingir o ponto em que desarmam. Nesse momento, o disjuntor desarma, abrindo o circuito do motor. A ação térmica também está associada à característica de tempo reverso, já que as sobrecorrentes mais baixas exigem um tempo mais prolongado de desarme e as sobrecorrentes mais altas resultam em tempos de desarme mais curtos. Para proteção contra curto-circuito, os disjuntores termomagnéticos incorporam um elemento de desarme magnético. Durante uma condição de curtocircuito, uma corrente de falha elevada faz com que o elemento de alarme magnético libere um mecanismo de trava, desarmando o disjuntor e abrindo o circuito de motor. 74 3.16 Relés de sobrecarga Os relés de sobrecarga protegem o motor contra sobrecargas, inclusive falta de fase e rotor bloqueado. E funcionam normalmente por meio de um elemento bimetálico, que deforma-se com o excesso de corrente elétrica, desligando o circuito principal. 3.16.1 Dimensionamento Os relés devem ser dimensionados de forma que contenham em sua faixa de ajuste a corrente (I), conforme Tabela 08, que circula no trecho onde estão ligados. Tabela 08 – Características típicas de relés de sobrecarga TIPO FAIXA DE AJUSTE (A) RW 27.1 RW 27.2 RW 67 RW 207 RW 407 0.28-0.4 0.4-0.6 0.56-0.8 0.8-1.2 1.2-1.8 1.8-2.8 2.8-4 4-6 - 1.2 -1.8 1.8-2.8 8 – 8.4 4-6 5.6 - 8 8 - 12 11 - 17 15 - 23 22 - 32 22 - 32 30 - 46 42 - 62 - 42 - 62 56 - 80 80 -120 120 - 180 - 160-240 204-300 240-360 306-450 360-540 476-700 560-840 - Fonte: WEG, 2005, p. 20. 75 3.16.2 Considerações importantes Sempre que possível, o relé não deve ser dimensionado com a corrente nominal do circuito situada no extremo superior de sua faixa de ajuste, pois se houver necessidade do motor ser usado, com fator de serviço acima de 1, o relé não permitirá tal corrente, mesmo que o motor suporte esta situação. Análise semelhante é válida para o extremo inferior, onde o relé teria dificuldade para detectar falta de fase, quando o motor estivesse trabalhando abaixo de 60% da corrente nominal. Em casos especiais, onde o tempo de partida é longo ou o volume de manobras é elevado (acima de 15 manobras/hora), deve-se utilizar sondas térmicas instaladas junto ao bobinado do motor. Para obter-se a eficácia na proteção contra falta de fase, é necessário regular o relé para a corrente de trabalho (corrente medida) no motor. Em caso de dúvidas ou em situações específicas, pode-se verificar a proteção do relé, comparando-se a curva de capacidade térmica (curva x tempo) do motor com a curva do relé. 3.17 Contatores de força 76 São equipamentos de operação eletromagnética, que tem uma única posição de repouso e são capazes de estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições normais e de sobrecarga no funcionamento. Basicamente os contatores são usados para comandar motores. Ex.: correntes de rotor bloqueado Eles devem ser dimensionados para a corrente (i) que circula no trecho do circuito onde estiverem inseridos, respeitando-se a categoria de emprego e outros aspectos básicos importantes a seguir: • Categoria de emprego: determina as condições para a ligação e interrupção da corrente e da tensão nominal de serviço correspondente, para a utilização normal do contator, nos mais diversos tipos de aplicação para CA e CC, segundo definições extraídas das normas IEC 947-1 e 947-4. Demonstrado na Tabela 09. Tabela 9 – Categorias de emprego de contatores EXEMPLOS DE APLICAÇÃO Aquecedores Lâmpadas incandescentes Lâmpadas fluorescentes compensadas Guinchos Bombas Compressores Bombas Ventiladores Compressores SERVIÇO NORMAL CATEGORIA AC 1 AC 2 AC 3 APLICAÇÕES Manobras leves; carga ôhmica ou pouco indutiva. LIGAR 1 x In Comando de motores com rotor bobinado. 2,5xIn Desligamento em regime. Serviço normal de manobras de motores com rotor de gaiola. 6 x In Desligamento em regime. SERVIÇO OCASIONAL DESLIGAR LIGAR DESLIGAR 1 x In 1,5xIn 1,5 x In 1 x In 4 x In 4 x In 1 x In 10 x In 8 x In 77 Pontes rolantes Tornos AC 4 Manobras pesadas; acionar motores com carga plena; comando intermitente 6 x In (pusatorio); reversão a plena marcha e paradas por contra corrente. 6 x In 12 x In 10 x In Fonte: WEG, 2005, p. 14. 3.17.1 Limitação da corrente de partida em motores trifásicos A partida de um motor trifásico de gaiola, deverá ser direta, por meio de contatores. Deve-se ter em conta de que para um determinado motor, as curvas de conjugado e corrente são fixas, independente de carga, para uma tensão constante. No caso em que a corrente de partida é elevada podem ocorrer as seguintes conseqüências prejudiciais: a) Elevada queda de tensão no sistema de alimentação da rede. Em função disto, provoca a interferência em equipamentos instalados no sistema; b) O sistema de proteção (cabos, contatores) deverá ser superdimensionado, ocasionando um custo elevado; c) A imposição das concessionárias de energia elétrica que limitam a queda de tensão da rede. Caso a partida direta não seja possível, devido aos problemas citados acima, pode-se usar sistema de partida indireta para reduzir a corrente de partida: - Chave Estela-triangulo (Anexo 03 e 04) - Chave compensadora - Chave série-paralela (Anexo 05 e 06) - Partida eletrônica (soft-starter) 78 3.17.1.1 Partida com chave estrela-triângulo É fundamental para a partida que o motor tenha a possibilidade de ligação em dupla tensão, isto é, em 220/380V ou 440/760V. Os motores deverão ter no mínimo seis bornes de ligação. A partida estrela-triângulo poderá ser usada quando a curva de conjugado do motor é suficientemente elevada para poder garantir a aceleração da máquina com a corrente reduzida. Na ligação estrela, a corrente fica reduzida para 25 a 33% da corrente de partida na ligação triângulo. O conjugado resistente da carga não poderá ultrapassar o conjugado de partida do motor, nem a corrente no instante da mudança para triângulo poderá ser de valor inaceitável. Existem casos onde este sistema de partida não pode ser usado. Se a partida for em estrela, o motor acelera a carga aproximadamente em até 85% da rotação nominal. Neste ponto, a chave deverá ser ligada em triângulo. Neste caso, a corrente, que era aproximadamente nominal (100%), salta repentinamente pa 320%, o que não é nenhuma vantagem, uma vez que na partida era somente 190%. 3.17.1.2 Partida de chave compensadora (auto-transformador) A chave compensadora pode ser usada para partida de motores sob carga. Ela reduz a corrente de partida, evitando uma sobrecarga no circuito, deixando o motor com um conjugado suficiente para a partida e aceleração. A tensão na chave compensadora é reduzida através de autotransformador que possui normalmente taps de 50, 65 e 80% da tensão nominal. Para motores que partirem 79 com uma tensão menor que a tensão nominal, a corrente e o conjugado de partida devem ser multiplicados pelos fatores K (fator de multiplicação da corrente) e K2 (fator de multiplicação do conjugado). 3.17.1.3 Partida com chave série-paralelo Para a partida em série-paralelo é necessário que o motor seja religável para duas tensões, a menor delas igual a da rede e a outra duas vezes maior. Este tipo de ligação exige nove terminais no motor e a tensão nominal mais comum é 220/240V; durante a partida o motor é ligado na configuração série até atingir sua rotação nominal e, então, faz-se a comutação para a configuração paralelo. 3.17.1.4 Partida eletrônica (soft-stater) O avanço da eletrônica permitiu a criação da chave de partida a estado sólido, a qual consiste de um conjunto de pares de tiristores (SCR) ou de transistores de potência (IGBT) ou combinações de tiristores/diodos, um em cada borne de potência de motor. O ângulo de disparo de cada par de tiristores é controlado eletronicamente para aplicar uma tensão variável aos terminais do motor durante a aceleração. No final do período de partida, ajustável tipicamente entre 2 e 30 segundos, a tensão atinge seu valor pleno após uma aceleração suave ou uma rampa ascendente, ao invés de ser submetido a incrementos ou saltos repentinos. 80 Com isso, consegue-se se manter a corrente de partida (na linha) próxima da nominal e com suave variação. Além da vantagem do controle da tensão (corrente) durante a partida, a chave eletrônica apresenta, também, a vantagem de não possuir partes móveis ou que gerem arco, como nas chaves mecânicas. Este é um dos pontos mais fortes das chaves eletrônicas, pois sua vida útil torna-se mais longa. A Tabela 10 apresenta um resumo dos métodos de partidas que podemos utilizar. Tabela 10 – Métodos de partida x motores EXECUÇAO DOS ENROLAMENTOS 220/380 220/440/230/460 380/660 220/380/440/760 TENSAO DE SERVIÇO PARTIDA COM CHAVE ESTRELATRIÂNGULO PARTIDA PARTIDA COM COM CHAVE CHAVE SÉRIECOMPENPARALELA SADORA PARTIDA COM SOFTSTARTER 220V 380V 220V/230V 440V/460V SIM NÃO NÃO NÃO SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM NÃO SIM SIM SIM SIM 380V 220V 380 440 SIM SIM NÃO SIM SIM SIM SIM SIM NÃO SIM NÃO NÃO SIM SIM SIM SIM Fonte: WEG, 2004, p. 17. 3.17.2 Dimensionamento dos componentes básicos de uma chave de partida Os critérios práticos de dimensionamento apresentados neste capitulo baseiam-se nas características dos componentes da chave. • Fator de serviço (FS) considerado um (1). Caso seja necessário utilizar um FS maior, este deverá ser considerado também no dimensionamento dos componentes de força e dos cabos de alimentação do motor. 81 • Fator de segurança deve ser considerado um fator de segurança no dimensionamento dos componentes básicos da chave para assegurar seu bom desempenho e vida útil, que podem ser prejudicados por: - oscilações na rede (queda de tensão) - altas correntes de partidas (acima de 6 x a nominal) - tempos de partida muito longos. Fator de segurança considerado até 10% (1.1) • tempo de partida (aceleração) partida direta – 5s partida estrela-triângulo - 10s partida compensadora – 15s Estes tempos foram considerados em função de dados práticos e também respeitando-se o tempo máximo de rotor bloqueado dos motores. É importante dizer que o tempo de partida varia conforme a carga. Quando o tempo de aceleração for superior aos mencionado acima, o motor deverá ser protegido por meio de sondas térmicas. 3.18 Fator de potencia É a relação entre a potencia ativa e a potencia aparente. Utiliza-se freqüentemente um triangulo retângulo para representar esta relação. Ele indica a eficiência do uso da energia. • Potencia ativa é a potencia consumida para realizar trabalho gerando calor, luz, movimento, etc. É medida em KW. 82 • Potencia reativa é a potencia consumida apenas para criar e manter os campos eletromagnéticos das cargas indutivas. É medida em KVAr. É o fator que indica o quanto de potencia ativa, está se aproveitando do sistema. Um alto fator de potencia indica uma eficiência alta e inversamente um fator de potencia baixo, indica baixa eficiência. É importante salientar que o alto fator de potência de uma instalação elétrica demonstra um maior aproveitamento de sistema de distribuição e geração de energia da concessionária pública. 3.18.1 Causas do baixo fator de potencia • Motores e transformadores operando “em vazio” ou com pequenas cargas; • Motores e transformadores superdimensionados; • Grande quantidade de motores de pequenas potencias; • Máquinas de solda; • Lâmpadas de descarga fluorescentes, vapor de mercúrio, e vapor de sódio sem reatores de alto fator de potencia. 3.18.2 Conseqüências do baixo fator de potencia • Acréscimo na conta de energia elétrica por estar operando com baixo fator de potencia; • Limitação na capacidade dos transformadores de alimentação; • Quedas e flutuações de tensão nos circuitos de distribuição; 83 • Sobrecarga nos equipamentos de manobra, limitando sua vida útil; • Aumento das perdas elétricas na linha de distribuição pelo efeito Joule; • Necessidade de aumento do diâmetro dos condutores; • Necessidade de aumento da capacidade dos equipamentos de manobra e de proteção. Uma forma econômica e racional de se obter a energia reativa necessária para a operação adequada dos equipamentos é a instalação de capacitores próximos desses equipamentos. A instalação de capacitores, porém, deve ser procedida de medidas operacionais que levem à diminuição da necessidade de energia reativa, como o desligamento de motores e outras cargas indutivas ociosas ou superdimensionadas. As desvantagens de tensões abaixo da nominal em qualquer sistema elétrico são bastante conhecidas. Embora os capacitores elevem os níveis de tensão, é raramente econômico instalá-los em estabelecimentos industriais apenas para este fim. A melhoria da tensão deve ser considerada como um benefício adicional dos capacitores. Quanto à melhoria do desempenho na indústria, pode-se dizer que empresas de tecnologia de ponta sabem que o treinamento proporciona um dos maiores retornos de investimento. O sucesso destas empresas em relação aos seus concorrentes será obtido pelo investimento em treinamento de seus funcionários responsáveis pela instalação, operação e serviços de equipamentos sofisticados. 84 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A transmissão do saber no Ensino Superior por vezes torna-se uma missão exaustiva, pois, mesmo estando presentes as ferramentas-chave se faz necessário o uso destas concomitantemente à recíproca dos alunos, muitas vezes advindas como fator negativo. Este trabalho foi fundamental para estudar os conceitos que envolvam a implantação de novos cursos superiores, enfatizando a importância de levantar as reais necessidades da sociedade para o novo curso. O trabalho concentrou no levantamento de dados para a implementação de uma [única disciplina dentro deste universo, o que permite de antemão levantar todos os problemas necessários antes de aplicação de aulas a turma do curso curricular. O processo de Educação do Ensino Superior voltado às Universidades tem como enfoque o ensino, a pesquisa e a extensão. Para satisfazer esta necessidade, as instituições do ensino superior reconhecem a importância da qualificação do professor e os métodos que utiliza para a aprendizagem. Nesse contexto, o ensino e a aprendizagem constituem uma unidade dialética, que tem no 85 professor o papel de condutor, onde mediante o ensino provoca-se a aprendizagem com conseqüente atividade do aluno. Cabe ao professor produzir e dirigir atividades e ações, necessárias para que o aluno desenvolva um processo de assimilação, construção e reconstrução do conteúdo em questão (ANASTASIOU, 1998). Para tomar este processo como positivo, o professor dispõe de um amplo conjunto de ferramentas auxiliares a qual caracterizamos de Metodologia do Ensino Superior que, conforme Gil (1997) se incumbe de esclarecer o professor acerca da elaboração de planos de ensino, formulação de objetivos, seleção de conteúdos, escolha de estratégias de ensino e instrumentos de avaliação da aprendizagem. Os métodos ou técnicas utilizados pelo professor devem ser selecionados e organizados conforme a característica de cada disciplina. Porém o processo envolve aspectos externos (conteúdos de ensino) e aspectos internos (condições mentais e físicas dos alunos para assimilação). Tradicionalmente, os principais métodos de ensino descritos por Martins (1993), Libânio (1994) e Tosi (1996) constituem de métodos didáticos (expositivo, intuitivo) e os métodos ativos (trabalho independente do aluno, elaboração conjunta e trabalho em grupo). No método didático expositivo, o professor faz a explanação do conteúdo e os alunos exercem atividade receptiva. Associado ao método expositivo, o professor apresenta objetos ou imagens, para que o aluno, após percepção promova a elaboração de conceitos. Libânio (1994) ressalta que, a atividade mental envolve o trabalho independente do aluno, podendo ser adotado na aula como tarefa preparatória (os alunos expressam o que pensam por meio de questionário ou redação), em seguida são realizadas tarefas de assimilação de conteúdo com exercícios de 86 aprofundamento. E, na seqüência, são feitas tarefas de elaboração pessoal, nas quais os exercícios realizados pelos alunos produzam respostas a partir de seu pensamento. As atividades em grupos apresentam-se sob forma de debates (grupos de discussão), mesa redonda, grupo de verbalização-grupo de observação e seminários. Tosi (1996), descreve socializadoras com fundamentos esses métodos como sendo técnicas na transmissão de conteúdos de forma participativas. É do grupo que nasce a motivação para o estudo. A aplicação de metodologias é potente em um ambiente fértil, receptivo entre alunos que se dispõem a inovar, a aprender, a crescer. Construir o grupo é tarefa precípua e fundamental. Tendo em vista, a gama de recursos e métodos que podem ser utilizados nos parece de ato simples fazer uso desta metodologia. Porem, em uma reflexão sobre desinteresse dos alunos frente ao estudo e as atividades desenvolvidas para construção do conhecimento, nos cabe dar ênfase a utilização de métodos psicológicos, estratégias por meio de motivação e criatividade. O processo de aprendizagem compreende uma complexidade aspectos como: as diferenças individuais, motivação, concentração, reação, realimentação, memorização e retenção. Inicialmente, para transmitir a metodologia, se tem por base fazer o planejamento do conteúdo a ser passado. A efetivação do planejamento implica considerar como interdependentes as partes que constituem o conjunto sistêmico e também garantir o fornecimento de feedback ao longo do processo. Em cima do planejamento pedagógico é possível elaborar o plano de ensino tendo como 87 elemento central os objetivos, determinando assim, o conteúdo, os recursos e as estratégias de aprendizagem. A eficiência desta metodologia se dá, principalmente, pelo fato de se usar manuais, catálogos e tabelas técnicas do próprio produto que se vai aplicar, tendo a vantagem de estarem sempre atualizados, melhorando a relação teoria/prática, uma vez que é exatamente esta a forma, com que se dimensionam os componentes para a montagem de qualquer painel elétrico ou centro de controle de motores (CCM). Portanto, uma vez sabendo-se utilizar, manusear e interpretar, estes materiais não importa a marca dos componentes e/ou equipamentos, pois, serão equivalentes para todos os projetos e dimensionamentos. 88 REFERÊNCIAS ANASTASIOU, Lea das Graças Camargo. Metodologia do ensino superior. Curitiba: IBPEX, 1998. CATALOGO COOPER BUSSMANN, Electrical Protection Handbook, St. Louis-USA, 2000. GIL, Antonio Carlos. Metodologia do ensino superior. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1197. Grade Curricular. UNISUL. Disponível em: http://www.unisul.br. Acesso em 01 maio 2005. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de Andrade. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. LAVILLE, Cristian. A construção do saber. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. LUCIANO, Fábia Liliã. Metodologia científica e da pesquisa. Criciúma: UNESC, 2001. MAMEDE FILHO, João. Instalações elétricas industriais. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1994. MARTINS, José do Prado. Didática geral: fundamentos, planejamento, metodologia e avaliação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1993. MARTIGNONI, Alfonso. Máquinas elétricas de corrente contínua. 5. ed. Rio de Janeiro: Globo, 1987. 89 WEG. Catálogo geral de motores elétricos. Jaraguá do Sul, 2004. _____. Módulo 1 comando e proteção. CD-ROM. Jaraguá do Sul, 2005. TOSI, Maria Raineldes. Didática Geral: um olhar para o futuro. Campinas: Alínea, 1996. ANEXOS 90 ANEXO 01 – CURVA TEMPO X CORRENTE DE FUSÍVEIS TIPO “D” FUSÍVEIS TIPO ”D” Curva tempo x corrente de Fusíveis tipo D Fonte: WEG, 2005. 91 ANEXO 02 – CURVA TEMPO X CORRENTE DE FUSÍVEIS TIPO “NH” Curva tempo x corrente de Fusíveis tipo “NH” Fonte: WEG, 2005. 92 ANEXO 03 – LIGAÇÃO ESTRELA-TRIÂNGULO E DIAGRAMA CHAVE ESTRELATRIÂNGULO Ligação estrela- triângulo 93 Chave estrela- triângulo – diagrama de força e comando Fonte: WEG, 2005. ANEXO 04 – LIGAÇÃO TRIÂNGULO-SÉRIE E TRIÂNGULO-PARALELO Ligação triângulo-série 94 Ligação triângulo-paralelo Fonte: WEG, 2005. ANEXO 05 – LIGAÇÃO ESTRELA -SÉRIE E ESTRELA-PARALELO Ligação estrela-série 95 Ligação estrela-paralelo Fonte: WEG, 2005. ANEXO 06 – DIAGRAMA DE FORÇA/CHAVE ESTRELA-SÉRIE-PARALELO E DIAGRAMA DE COMANDO LIGAÇÃO ESTRELA-SÉRIE-PARALELO 96 Diagrama de força - Chave estrela-série-paralelo Diagrama de comando - Ligação estrela-série-paralelo Fonte: WEG, 2005.