O que é ser igreja, à luz da Carta aos Efésios O que é

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B ÍBLICAS
LIÇÕES
R E V I S TA PA R A E S T U D O S N A S E S C O L A S B Í B L I C A S
2º TRIMESTRE • 2013 • Nº 303
O que é ser igreja,
igreja, à luz
da Carta aos Efésios
MISSÃO DA
ESCOLA BÍBLICA
Transformar as pessoas em
discípulas de Cristo, através
do ensino e da prática da
palavra de Deus.
Copyright © 2013 – Igreja Adventista da Promessa
Revista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial
ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.
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Revisão de textos
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Projeto Gráfico
Editoração
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Fone: (11) 2955-5141
Assinaturas
Informações na página 108
Impressão
Gráfica Regente – Maringá, PR
Somos
igreja
O que é ser igreja, à luz
da Carta aos Efésios
SUMÁRIO
Apresentação ................................................... 5
1
Ser igreja é... Participar da comunidade local ...... 8
2
Ser igreja é... Desfrutar de bênçãos espitituais ... 15
3
Ser igreja é... Existir para a glória de Deus ......... 22
4
Ser igreja é... Viver a salvação pela graça .......... 29
5
Ser igreja é... Desfazer muros e construir pontes .. 36
6
Ser igreja é... Engajar-se no projeto de Deus ..... 43
7
Ser igreja é... Recusar a superficialidade da fé ... 49
8
Ser igreja é... Lutar pela unidade do corpo ........ 56
9
Ser igreja é... Abandonar a velha vida ............... 63
10
Ser igreja é... Andar como filhos da luz ............. 70
11
Ser igreja é... Cultivar relacionamentos santos ... 77
12
Ser igreja é... Saber que há uma guerra ............ 83
13
Projeto Proclamar: 130 sábado ......................... 90
Lição Bíblica especial:
Quando os cativos são libertos .......................... 91
Sugestão para programa de culto ..................... 97
Sermão: Deixe Deus usar a sua vida .................. 99
ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA
UTILIZADAS NAS LIÇÕES
4
ANTIGO TESTAMENTO
NOVO TESTAMENTO
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Josué
Juízes
Rute
1 Samuel
2 Samuel
1 Reis
2 Reis
1 Crônicas
2 Crônicas
Esdras
Neemias
Ester
Jó
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cantares
Isaías
Jeremias
Lamentações
Ezequiel
Daniel
Oséias
Joel
Amós
Obadias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Mateus
Marcos
Lucas
João
Atos
Romanos
1 Coríntios
2 Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
1 Tessalonicenses
2 Tessalonicenses
1 Timóteo
2 Timóteo
Tito
Filemon
Hebreus
Tiago
1 Pedro
2 Pedro
1 João
2 João
3 João
Judas
Apocalipse
Gn
Ex
Lv
Nm
Dt
Js
Jz
Rt
1 Sm
2 Sm
1 Rs
2 Rs
1 Cr
2 Cr
Ed
Ne
Et
Jó
Sl
Pv
Ec
Ct
Is
Jr
Lm
Ez
Dn
Os
Jl
Am
Ob
Jn
Mq
Na
Hc
Sf
Ag
Zc
Ml
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
Mt
Mc
Lc
Jo
At
Rm
1 Co
2 Co
Gl
Ef
Fp
Cl
1 Ts
2 Ts
1 Tm
2 Tm
Tt
Fm
Hb
Tg
1 Pe
2 Pe
1 Jo
2 Jo
3 Jo
Jd
Ap
ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E
VERSÕES BÍBLICAS
UTILIZADAS NAS LIÇÕES
AM
ARA
ARC
AS21
ECA
EP
NVI
KJA
BV
NBV
BJ
TEB
NTLH
A Mensagem
Almeida Revista e Atualizada
Almeida Revista e Corrigida
Almeida Século 21
Edição Contemporânea de Almeida
Edição Pastoral
Nova Versão Internacional
Tradução King James Atualizada
Bíblia Viva
Nova Bíblia Viva
Bíblia de Jerusalém
Tradução Ecumênica da Bíblia
Nova Tradução na Ling. de Hoje
APRESENTAÇÃO
Todos estão a sua espera. Quando ela chega, faz com que todas as
pessoas presentes se levantem. As cabeças e os olhares se voltam para o
corredor central do templo para vê-la passar. É assim com toda noiva! Ela
passa o dia todo se preparando para aquele momento. Fica escondida dos
amigos e parentes, até que se ouça o som da marcha nupcial. Então ela
surge, bela e graciosa!
O encanto de uma “noiva mexe com todos. Ela é o centro da cerimônia
nupcial e irradia toda esperança e sonho naquele dia”.1 Cremos que essa
seja uma das razões de o Senhor ter escolhido essa figura para representar
a igreja. Ele queria que ela atraísse a atenção, sendo um lugar de esperança e fé num mundo cheio de desilusões. Ele desejava que as cabeças e os
olhares do mundo inteiro se voltassem para vê-la passar. A igreja é a noiva
mais linda do universo!
Nós somos a igreja; somos a amada do Senhor e estamos no centro dos
planos eternos dele. Infelizmente, muitas vezes, nós nos esquecemos disso
e perdemos de vista o que de fato é ser igreja e, assim, ignoramos as coisas
magníficas que podemos fazer ao lado do nosso noivo onipotente.
Sabemos que o Senhor edificou a sua igreja, aqui na terra, e trabalha para
conservá-la e expandi-la. Isso nos leva a uma reflexão: Qual é a razão de Cristo ter edificado a igreja e trabalhado por ela? O que significa ser a igreja de
Cristo? O que há de tão especial nessa noiva? Na Carta de Paulo aos Efésios,
encontramos as respostas.
Efésios é uma das várias cartas que Paulo escreveu enquanto estava preso
em Roma, por causa de Cristo (cf. At 28:30). Essa é considerada por muitos a
Rainha das Epístolas, e é também chamada de a coroa dos escritos de Paulo,2
devido à profundidade de seu conteúdo. Isso porque ela não foi escrita em
1. Swindoll (2006:9).
2. Lopes (2009:24).
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5
resposta a alguma circunstância específica ou controversa, como a maioria
das cartas paulinas; de modo que Paulo se deu o luxo de apenas expor o
conhecimento espiritual que havia acumulado, ao longo de quase trinta anos
de ministério e de caminhada com Jesus.
Stott, em sua introdução a essa epístola, afirma: “A carta aos Efésios é
um resumo, muito bem elaborado das boas novas do cristianismo e de suas
implicações. Ninguém pode lê-la sem ser compelido a adorar a Deus e a ser
desafiado a melhorar a sua vida cristã”. 3
O tema central desta carta é o mistério da gloriosa igreja de Cristo. O
apóstolo nos apresenta a essência do Evangelho de Cristo aplicada à prática
de vida da igreja. É impossível sair de uma leitura cuidadosa de Efésios com o
conceito de um evangelho privado ou individualista. Efésios é o evangelho da
igreja, pois “estabelece o propósito eterno de Deus de criar através de Jesus
Cristo um povo que se destaca em relevo brilhante contra o fundo sombrio
do velho mundo”.4
Nesta carta, o apóstolo usa algumas figuras para representar a igreja, entre
as quais se destacam três: a de corpo, do qual Cristo é cabeça (1:22-23); a de
um edifício, do qual Cristo é pedra fundamental (2:20-21), e a de um casal,
em que a igreja é a esposa e Cristo é o marido (5:25-32). Neste sentido, a
igreja é uma noiva que está sendo preparada para se encontrar com o seu
amado noivo. Logo, é imprescindível que nós, igreja de Cristo, dediquemo-nos ao estudo da Carta aos Efésios para entendermos quem somos, de fato,
e descobrirmos o que nosso Senhor espera de nós.
Por estas razões, apresentamos a vocês, com uma satisfação imensa,
esta série de lições bíblicas, intitulada: Somos igreja: o que é ser igreja,
à luz da Carta aos Efésios. Ao longo deste trimestre, vamos aprender
que ser igreja é participar da comunidade local, desfrutar de bênçãos espirituais, existir para a glória de Deus e viver a salvação pela graça; é, ainda,
desfazer muros e construir pontes, engajar-se no projeto de Deus, recusar a superficialidade da fé; é, igualmente, lutar pela unidade do corpo,
abandonar a velha vida e andar como filhos da luz; além disso, é cultivar
relacionamentos santos, e, por fim, saber que há uma guerra espiritual e
que estamos nela.
3. Stott (2007:7).
4. Idem, p.10.
6
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
Que o Senhor ilumine cada aluno no aprendizado. Que ele inspire cada
professor nas ministrações das aulas, e que, neste trimestre, tenhamos uma
Escola Bíblica ainda mais abençoada.
Ao Senhor Jesus, a pedra fundamental do edifício, a cabeça do corpo e
noivo da igreja, sejam dadas a glória e a honra devidas ao seu nome. Amém!
Pr. Alan Pereira Rocha
Diretor do Departamento de Educação Cristã
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7
1
SER IGREJA É...
Participar da
comunidade local
6 DE ABRIL DE 2013
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Apresentar ao aluno
da Escola Bíblica uma
breve introdução à Carta
aos Efésios e mostrar o
quanto é precioso o papel
das comunidades locais,
no conceito bíblico de
igreja de Cristo.
Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade
de Deus, aos santos e fiéis em Cristo Jesus
que estão em Éfeso: A vocês, graça e paz.
(Ef 1:1-2)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
31/03
01/04
02/04
03/04
04/04
05/04
06/04
Ef 1:1-2
Ef 1:3-6
Ef 1:7-10
Ef 1:11-14
Ef 1:15-17
Ef 1:18-21
Ef 1:22-23
Acesse os
Comentários Adicionais
e os Podcasts
deste capítulo em
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8
Hinos sugeridos – BJ 232 • BJ 108
INTRODUÇÃO
Pela graça de Deus, estamos iniciando
mais uma série de Lições Bíblicas. Desta
vez, estudaremos a Carta aos Efésios. Esta
é uma das várias cartas que Paulo escreveu,
quando estava aprisionado em Roma (cf. At
28:30). É considerada por muitos a “Rainha
das Epístolas”, devido à profundidade de
seu conteúdo, pois nos apresenta a essência
do evangelho de Cristo aplicada à prática
de vida da igreja.
É também considerada uma carta gêmea
de Colossenses, pois ambas foram escritas
no mesmo lugar e na mesma época e tratam basicamente das mesmas questões. O
que muda é o enfoque central de cada uma.
Colossenses apresenta o glorioso Cristo da
igreja, enquanto Efésios apresenta a gloriosa igreja de Cristo. Aquela trata a respeito
de Cristo como cabeça da igreja, enquanto
esta, da igreja como o corpo de Cristo. Quer
entender o que é ser igreja? Basta estudar
Efésios, e, assim, conhecerá mais de perto a
noiva do Cordeiro.
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
I
PARA A IGREJA SABER
No presente estudo, que tem
como título “Ser igreja é participar
da comunidade local”, vamos aprender o quanto são importantes as
igrejas locais, no plano eterno de
Deus. Para tanto, precisamos apreciar algumas questões fundamentais, que estão por trás da Carta aos
Efésios, tais como: o seu escritor, a
ocasião da escrita, os destinatários e
a sua mensagem.
1. O escritor da carta: Há certos
personagens da história que dispensam apresentações, e Paulo é um
desses. Mas vale a pena relembrar.
Antes de se converter, ele era um fariseu tão devoto e dedicado que se
tornou o líder do movimento anticristão, em Jerusalém (cf. Gl 1:13-14).
Era o perseguidor implacável da igreja de Cristo. Mas, um dia, quando
saiu para capturar os crentes, Paulo
foi “capturado” por Jesus e transformado num cristão (At 9:1-23). O perseguidor tornou-se perseguido.
Outrora, ele tinha a função de acabar com a igreja, mas, agora, Cristo
o transformara em um plantador de
igrejas pelo mundo. A Bíblia diz que,
enquanto ele servia a Deus, em Antioquia, o Espírito Santo o chamou
para levar o evangelho aos gentios
(At 13:1-4). Em obediência ao chamado, ele saiu pelo Império Romano
pregando a palavra. Fez três viagens
missionárias, passando por várias ci-
dades, nessa que foi uma das maiores ações evangelísticas da história.
Entre aquelas cidades visitadas
por Paulo estava Éfeso. A primeira
vez em que ele ministrou ali foi ao
fim da segunda viagem missionária,
por volta do ano 53,1 mas não ficou
muito tempo na cidade (At 18:1821). Dois anos mais tarde, já em sua
terceira viagem, o pastor dos gentios
voltou àquele lugar e dedicou dois
anos de sua vida à evangelização de
toda a região (At 19).
Foi nessa época que Paulo fundou
uma forte igreja ali, numa cidade
idólatra, dedicada ao culto à deusa
Diana. Na visão dele, a plantação
de igrejas locais era essencial “para
o enraizamento do evangelho”,2 nas
cidades e nos corações. Estrategicamente, por onde passava, discipulava
pessoas, treinava líderes e estabelecia
comunidades cristãs locais. Em Éfeso,
não foi diferente.3 Por isso, Paulo conhecia muito bem os cristãos dali e
os amava como pastor e amigo.
2. A ocasião da carta: Quase dez anos após ter fundado essa
igreja, Paulo escreveu aos seus amigos efésios. Na ocasião, estava preso em Roma, por causa de Cristo
1. Wiersbe (2006:8).
2. Lidório (2007:11).
3. Para compreender melhor o ministério de
Paulo em Éfeso, leia os capítulos 19 e 20 do
Livro de Atos.
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9
(Ef 3:1, 4:1, 6:20). Com saudade,
deseja compartilhar algumas revelações que o Espírito Santo lhe havia
dado acerca de Cristo e da igreja.
Se você quiser entender um pouco
melhor esse contexto histórico, leia
Ef 6:21-22, compare com Cl 4:7-9 e
com a Carta a Filemom.
Em resumo, sabe-se que um escravo chamado Onésimo havia fugido da casa de seu senhor, um cristão
chamado Filemom, que morava em
Colossos, cidade vizinha de Éfeso. Lá
em Roma, Paulo encontrou Onésimo, evangelizou-o e convenceu-o a
voltar para casa. Na mesma época,
Tíquico, colaborador de Paulo na
igreja em Colossos, foi visitar o apóstolo na prisão.
Desse modo, Paulo aproveitou a
visita de seu amigo e enviou, pelas
mãos deste, três cartas: a Carta aos
Efésios, a Carta aos Colossenses e a
Carta a Filemom. Mandou também
com ele o servo fugitivo de volta.
Portanto, a epístola que estamos estudando foi escrita em Roma, aproximadamente, no ano 62 d.C., pelas
mãos de um pastor amoroso, que,
mesmo na prisão e em pleno julgamento, estava preocupado com as
igrejas que havia plantado.
Em Efésios 1:1, ele se apresenta:
Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela
vontade de Deus. O termo apóstolo
significa: “enviado em missão”. Era
assim que ele se via. Sentia-se incumbido de ensinar a palavra e de
edificar aquelas igrejas (cf. Ef 4:1110
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
12). Por sua vez, a expressão “pela
vontade de Deus” mostra que ele sabia muito bem quem lhe havia dado
tal incumbência.
3. O destino da carta: O início
da carta aos Efésios segue o padrão
das cartas paulinas, que, geralmente, tinham três partes: 1) A apresentação do remetente (escritor);
2) A descrição dos destinatários, e
3) A saudação.4 Sendo assim, após
se apresentar com alguns detalhes,
Paulo, agora, se volta para os destinatários. Ele está escrevendo aos
santos e fiéis em Cristo Jesus que estão em Éfeso (Ef 1:1b).
Nessa bela descrição, vemos algumas características daqueles irmãos.
Em primeiro lugar, eram santos. Na
Bíblia, os “santos” não são pessoas
mortas que foram canonizadas, mas
pessoas vivas que creem em Jesus
como Salvador. Os cristãos efésios
eram “santos” vivos. Esse termo “santos” (gr. hagioi) significa “separados”
ou “consagrados”. Os efésios eram
separados para posse e uso de Deus.
Em segundo lugar, eles eram fiéis. Esse
termo (gr. pistoi) tem duas ideias em
seu significado: crença e fidelidade.
Aqueles cristãos tinham fé em Jesus
e eram obedientes a ele. Como bem
afirmou Taylor: “O ato de crer resulta
em fidelidade”. 5
Quanto à situação em que se encontravam os destinatários da carta,
4. Taylor et al. (2009:115).
5. Idem.
também temos algumas informações. Em primeiro lugar, estavam
em Cristo. Essa expressão aparece
quinze vezes em Efésios e mostra a
posição ou situação espiritual daqueles que estão unidos a Jesus pela fé,
que vivem e subsistem por meio de
Cristo, que têm comunhão com Cristo e se identificam com ele. E, como
escreveu Paulo, quem está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas
já passaram; eis que tudo se fez novo
(2 Co 5:17 – grifo nosso).
Em segundo lugar, eles participavam de uma igreja local, em Éfeso;
pertenciam a uma comunidade cristã localizada no tempo e no espaço;
eram cidadãos do mundo (estavam
em Éfeso) e cidadãos do céu (estavam em Cristo). No Novo Testamento, a igreja é o corpo de Cristo. Portanto, é impossível estar em Cristo
sem estar na igreja. No cristianismo,
não há lugar para o individualismo.
4. O assunto da carta: Em nossos
dias, temos visto um número crescente de crentes cujo lema é: “Cristo, sim; igreja, não!”. Obviamente,
isso é uma grande contradição. Na
Bíblia, sobretudo, em Efésios, estar
em Cristo é sinônimo de ser igreja.
Ninguém pode pertencer a Cristo,
sem pertencer à igreja. Para Paulo,
a igreja é o grande projeto de Jesus
Cristo, a partir da cruz. Ser cristão ou
pertencer a Cristo é, naturalmente,
fazer parte desse projeto. Por isso,
em sua carta, o apóstolo tem como
propósito “ensinar aos cristãos em
Éfeso a maravilha e as implicações
práticas de ser a igreja em Cristo”.6
O que é ser igreja, à luz da Carta aos
Efésios? É desfrutar de bênçãos espirituais; é existir em comunidade, para
a glória de Deus; é viver a salvação
pela graça; é ser um corpo em Cristo;
é lutar por esta unidade; é andar nos
caminhos de Cristo, sem retornar aos
caminhos do mundo de pecado; é ser
a noiva de Cristo; é buscar forças para
o combate espiritual. Esses conceitos
serão tratados nos próximos estudos
desta série.
Contudo, cabe aqui uma pergunta:
Na prática, o que é ser ou pertencer à
igreja? A resposta é simples: das 109
vezes em que a palavra eklesia aparece no Novo Testamento referindo-se à
igreja de Cristo, apenas 5 vezes é usada
restritamente para referir-se à igreja em
geral, composta por crentes de todos
lugares e de todos os tempos, chamada
pelos teólogos de igreja universal.
Em 9 ocasiões, todas em Efésios,
essa palavra tem duplo sentido: refere-se tanto à igreja universal quanto à
igreja local. Todavia, as 95 vezes restantes refere-se diretamente a igrejas
locais, ou seja, na Bíblia, principalmente nas cartas de Paulo, o conceito
de igreja é ligado ao de igreja local.7
Ser igreja ou pertencer à igreja, indiscutivelmente, significa envolver-se e
participar ativamente da vida de uma
comunidade cristã local.
6. Bíblia de Estudo de Genebra (2009:1566).
7. Douglas (1995:735).
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11
Na carta aos Efésios, podemos
ver isso, quando lemos: ... aos santos e fiéis em Cristo Jesus que estão
em Éfeso: A vocês, graça e paz (Ef
1:1-2a – grifo nosso). Depois desta
saudação, o apóstolo começa discorrer sobre bênçãos espirituais que
são dadas à igreja e sobre práticas
cristãs, como: comunhão, uso dos
dons, relacionamentos etc. Onde
aprendemos e vivenciamos essas
bênçãos e práticas? Na igreja local!
De fato, é nela que as coisas acontecem. Ser igreja é, entre outras coisas, estar e participar de uma comunidade cristã local.
01. Quem foi o escritor da Carta aos Efésios? Que ligação ele tinha
com a comunidade cristã de Éfeso? Fale também sobre o valor que ele
dava às igrejas locais. Baseie-se em Gl 1:13-14; At 18:18-21, 19:1-10.
02. Leia Ef 6:20-22; Cl 4:7-9; Fm 1-17, e responda: Onde Paulo estava,
quando escreveu a Carta aos Efésios? Como esta chegou ao seu
destino? Comente sobre o contexto histórico.
03. Com base no item 3 e em Ef 1:1, responda: Como Paulo descreveu
os destinatários de sua carta? Quem eles eram e qual a sua situação?
04. De acordo com o item 4, há um número crescente de crentes cujo
lema é: “Cristo, sim; igreja, não!”. Qual é a contradição dessa frase?
Para responder, leia Ef 1:1-3 e o item 4.
12
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
05. O assunto principal da Carta aos Efésios é a “igreja de Cristo”.
Mas, na prática, o que é ser ou pertencer a essa igreja? O que nossa
participação na igreja local tem a ver com isso?
II
PARA A IGREJA VIVER
1. A igreja local é preciosa: participe ativamente dela!
A igreja local é preciosa, porque
é nela que nos relacionamos e ministramos uns aos outros, através
dos dons espirituais. É através dela
que nos tornamos agentes transformadores da sociedade. Aqui, na
comunidade, vivemos e cumprimos
a nossa missão proclamadora. Nela,
os pecadores vivenciam a salvação
em Cristo, são inseridos na unidade
e acolhidos na comunhão.
Na comunidade cristã, aprendemos a viver o evangelho, a cumprir
os mandamentos da mutualidade. É
aqui que amamos e somos amados,
que aceitamos e somos aceitos, que
perdoamos e somos perdoados,
que encorajamos e somos encorajados, que edificamos e somos edificados. É aqui que nos preparamos
para encontrar o nosso noivo: Jesus. Portanto, participe ativamente
da igreja local em que o Senhor lhe
deu a honra de congregar.
06. Qual é a importância da igreja local em sua vida? O que significa
participar ativamente da igreja local?
2. A igreja local é preciosa: cuide firmemente dela!
Qual é o endereço do templo onde
você congrega? Há quanto tempo você
está congregando neste lugar? Esta é
a comunidade cristã local em que o
Senhor Jesus lhe permitiu congregar.
Esta igreja, que está neste bairro, é estratégica e preciosa aos olhos de Deus,
pois nela se vê a face da incomparável
noiva de Jesus. É isso mesmo. Apesar
de suas fragilidades e falhas, Deus a
vê assim. Além disso, ela está neste
endereço para que outras pessoas deswww.portaliap
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13
ta região tenham a oportunidade de
ouvir o evangelho e ser salvas.
Sendo assim, é papel de cada
membro da igreja local valorizá-la e
zelar por ela. Faça algo por sua igreja: doe-se mais pelo fortalecimento
do corpo de Cristo; comprometa-se
financeiramente; respeite as autoridades eclesiásticas constituídas; esteja presente nos cultos; lute pela a
unidade; trabalhe para que sua igreja local cresça; faça tudo que tiver ao
seu alcance, para que ela seja cada
vez mais santa.
07. Dê exemplos de como podemos cuidar da igreja local onde
congregamos.
DESAFIO DA SEMANA
A noiva de Cristo tem sua face mais bem revelada na igreja local. Como afirma Barclay, a ekklesia, em essência, é um grupo de
pessoas que se reúnem, não tanto por que decidiram agir assim,
“mas porque Deus as chamou para Si; não se reúnem tanto para
compartilharem dos seus próprios pensamentos e opiniões, mas
para escutarem a voz de Deus”. 8 Podemos vivenciar isso nas nossas comunidades cristãs locais.
É na igreja local da qual participamos que aprendemos o evangelho e é dela que saímos para praticá-lo. Ela é preciosa! Se você
quer, de fato, ser igreja de Cristo, faça parte ativamente da sua
igreja local. Quer um exemplo? Envolva-se em algum ministério
dentro dela. Escolha uma área em que você tem aptidão e dedique-se com fidelidade, usando seus dons para edificar os demais
irmãos. Pense nisso!
8. Barclay (1985:46).
14
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
2
SER IGREJA É...
Desfrutar de
bênçãos espirituais
13 DE ABRIL DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 2 • BJ 293
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Levar o estudante da
Bíblia a refletir sobre
as bênçãos espirituais
desfrutadas por aqueles
que estão em Cristo Jesus,
e motivá-lo a desfrutar
dessas bênçãos com
gratidão e santidade.
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as
bênçãos espirituais nas regiões celestiais em
Cristo. (Ef 1:3)
LEITURA DIÁRIA
D
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T
Q
Q
S
S
07/04
08/04
09/04
10/04
11/04
12/04
13/04
Ef 2:1-3
Ef 2:4-5
Ef 2:6-7
Ef 2:8-9
Ef 2:10-11
Ef 2:12-13
Ef 2:14-15
INTRODUÇÃO
Esta é a segunda lição desta nova série de
estudos na carta aos Efésios, e tem por título
“Ser igreja é desfrutar de bênçãos espirituais!”. Este estudo abrange os versículos 3 a 14
do primeiro capítulo dessa carta considerada
como a “coroa” dos escritos de Paulo.
O texto em estudo é extremamente relevante para nossos dias, pois nos traz um conceito
bíblico, próprio do Novo Testamento, acerca
das bênçãos de Deus. Ao longo do estudo,
aprenderemos sobre a origem das bênçãos, sua
natureza, sua abrangência e seus propósitos.
Isso nos ajudará a não apenas conhecermos as
bênçãos espirituais que o Deus Triúno nos concede, mas a desfrutá-las de modo apropriado.
I
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Comentários adicionais
e os Podcasts
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PARA A IGREJA SABER
Paulo estava preso em Roma e tinha todos
os motivos do mundo para estar triste, abatido
e frustrado com Deus. No entanto, ele o estava glorificando e afirmando ser alvo das bênwww.portaliap
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çãos divinas. A pergunta é: Qual era
a sua concepção de bênção? Será
que era a mesma de alguns pregadores modernos televisivos? Vejamos o
que podemos aprender, durante o
estudo desta lição.
1. Fomos eleitos por Deus: É
assim que Paulo inicia o trecho que
estamos analisando: Bendito seja o
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo, que nos abençoou com todas
as bênçãos espirituais nas regiões
celestiais em Cristo (Ef 1:3). Aqui,
vemos a triunidade divina em ação.
O apóstolo mostra que toda bênção
que desfrutamos tem como origem
o Pai, e o louva por isso. Paulo não
tem dúvida de que todo cristão é
abençoado com “todas as bênçãos
espirituais”, uma possível referência
à ação do Espírito, que aplica a obra
de Cristo em nós.
Na continuação, lemos: Porque
Deus nos escolheu nele antes da
criação do mundo (v.4a). A partir daqui, Paulo inicia sua exposição sobre
as bênçãos espirituais desfrutadas
pela igreja a partir da eleição. Eleger
significa tomar ou escolher algo para
si. De acordo com esse texto, Deus
Pai, em sua multiforme sabedoria e
presciência, antes mesmo que houvesse mundo, formou um propósito
em sua mente. Esse propósito dizia
respeito tanto a Cristo quanto a nós.
Ele colocou “a nós e a Cristo juntos
na sua mente”.1
1.Stott (2007:16).
16
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
Deus resolveu tornar-nos seus filhos, quando ainda nem existíamos,
através da obra de Cristo, mesmo
quando esta nem havia sido realizada. Segundo as palavras de Pedro,
essa eleição aconteceu segundo a
presciência de Deus Pai (1 Pd 1: 2),
isto é, segundo o seu conhecimento
prévio sobre a nossa resposta à salvação. A eleição em Cristo deve levar-nos a louvar a Deus, que, sabendo
de antemão que o ser humano cairia
em pecado, decidiu, sem qualquer influência externa, estabelecer o meio
para a salvação da humanidade: a fé
em seu filho Jesus. Isso se chama graça, no mais puro sentido da palavra.
No entanto, o próprio texto ensina-nos que ele nos elegeu para a salvação em Cristo, para sermos santos
e irrepreensíveis (Ef 1:4b). Hagios é
a palavra grega traduzida por “santos”, e significa ser diferente, separado. A palavra “irrepreensível” é a
tradução para a palavra grega amomos, que significa “sem qualquer
espécie de mancha”.2 A santificação
não é a causa, mas a prova da nossa eleição em Cristo.3 Os que foram
eleitos na eternidade, com base no
prévio conhecimento de Deus de
que aceitariam a oferta da salvação,
vão viver em santidade. Ser igreja é
ser eleito em Cristo.
2. Fomos adotados pelo Pai: A
eleição não é a única bênção que Pau2. Lopes (2009:24).
3. Idem, p. 22.
lo menciona. Ele continua: Em amor
nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus
Cristo, conforme o bom propósito da
sua vontade (v. 5-6 – NVI). Aqui, predestinar (gr. proorizo) significa “decidir de antemão”. Paulo quer explicar,
nesse texto, que, na eternidade, Deus
decidiu, por amor, que os eleitos, isto
é, os que creriam (v.19), seriam seus
filhos, através de Jesus Cristo.
A Bíblia Viva traduz assim esse
versículo: Seu plano imutável sempre
foi adotar-nos em sua própria família (BV). Deus quis que fosse assim!
A adoção é, sem sombra de dúvidas,
uma das maiores bênçãos espirituais
desfrutadas por nós, crentes em Jesus. O Novo Testamento está cheio
de referências a essa graça que Deus
nos outorgou em Cristo: Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus,
aos que creem no seu nome (Jo 1:12).
A igreja é formada por aqueles
que receberam Jesus como Senhor e
Salvador, que creram em seu nome.
Ou seja, todo cristão autêntico é um
filho adotivo de Deus: Porque todos
sois filhos de Deus pela fé em Cristo
Jesus (Gl 3:26). Paulo nos ensina que
em Cristo recebemos o privilégio de
nos tornarmos participantes da sua
herança (Rm.8: 17).
Essa filiação também subentende
responsabilidade.4 A responsabilidade de nos parecermos com o nosso
4. Stott (2007:19).
“irmão mais velho” (Rm 8: 29), pois,
o interesse divino é que sejamos
transformados em réplicas, imagens
de Jesus Cristo e retratos vivos dele.5
Se nos parecermos com Jesus, seremos “a cara do nosso Pai”: Vocês
são filhos queridos de Deus e por
isso devem ser como ele (Ef 5:1). Ser
igreja é fazer parte de um povo adotado por Deus.
3. Fomos redimidos pelo Filho: As bênçãos continuam: Nele
temos a redenção por meio de seu
sangue, o perdão dos pecados, de
acordo com as riquezas da graça
de Deus, a qual ele derramou sobre
nós (Ef 1:7-8 – NVI). Paulo explica
que, em Cristo, o cristão é redimido
e perdoado. A palavra “redenção”,
que aparece no texto, significa
comprar e libertar mediante o pagamento de um preço,6 ou seja, somos abençoados porque Cristo nos
comprou para a liberdade (Hb 9:1112). De acordo com as Escrituras,
não há condenação alguma para
aqueles que estão em Cristo Jesus
(Rm 8:1). Através de seu sacrifício
vicário, Jesus cancelou a cédula que
era contra nós (Cl 2: 14).
Por sua vez, “perdão” (Ef 1:7)
significa “levar embora”. Não há
qualquer acusação registrada contra
nós, pois os nossos pecados foram
levados embora através da morte de
5. Lopes (2009:25).
6. Wiersbe (2006:13).
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Cristo.7 Jesus é o Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo (Jo
1:29). A Escritura diz que Cristo se
entregou para ser morto, a fim de tirar nossos pecados e assim nos livrar
deste mundo mau (Gl 1:4 – NTLH).
Além disso, nós, crentes em Jesus,
recebemos a iluminação da parte de
Deus para compreendermos a sua
vontade, que é fazer com que todas
as coisas sejam reunidas sob o domínio de Cristo (Ef 1:9-10). Na plenitude dos tempos, as duas criações
de Deus, todo o seu universo e a sua
igreja por completo, serão unificadas
sob Cristo, que é o cabeça supremo
das duas8 (Rm 8:17-23). Ser igreja é
fazer parte de um povo redimido e
perdoado por Jesus.
4. Fomos selados com o Espírito: No final do trecho, que estamos
estudando, Paulo apresenta mais
uma bênção espiritual: o selo com
o Espírito Santo: Nele, quando vocês ouviram e creram na palavra da
verdade, o evangelho que os salvou,
vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa, que é a
garantia da nossa herança (vv.13-14a – grifo nosso).
Paulo está lembrando os irmãos
da cidade de Éfeso que, quando receberam o evangelho e creram que
Jesus era o Cristo, foram selados com
o Espírito Santo. Na antiguidade, um
selo era usado para três finalidades:
7. Idem.
8. Stott (2007:23).
18
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
garantir a autenticidade de um documento, marcar uma propriedade e
proteger contra violação e dano.9
De acordo com o texto, os cristãos
recebem o Espírito Santo quando creem em Cristo, e são “selados” para o
dia da redenção. Ser selado com o Espírito Santo significa recebê-lo, tornar-se habitação dele: Ou não sabeis que
o vosso corpo é o templo do Espírito
Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? (1 Co 6: 19). O selo, então, é a
presença do Espírito na pessoa salva.
Por haver alguns equívocos teológicos acerca desse texto, vale ratificar:
Todo cristão autêntico, no momento
da sua conversão, foi selado com o
Espírito Santo prometido pelos profetas. O Espírito Santo é a sua garantia
de que o cristão foi aceito por Deus,
de que agora lhe pertence e receberá
seus cuidados, até o dia da redenção.
Ser parte da igreja é ser selado pelo
Espírito e ter garantida a herança final.
Somos a igreja de Cristo, o povo
mais rico da terra. Portanto, louvemos
ao nosso Deus, que nos abençoou
com toda sorte de bênçãos espirituais em Cristo Jesus. Louvemos-lhe por
nos eleger para a salvação em Cristo,
antes mesmo da criação do mundo.
Louvemos-lhe por nos ter feito membros de sua família. Louvemos-lhe por
nos ter redimido e levado nossos pecados embora. Louvemos-lhe por nos
ter selado com o Espírito Santo.
9. Hendriksen (2005:109).
01. Leia o texto de Ef 1:3 e responda: O verdadeiro cristão tem motivos
para se alegrar em Deus? Qual a fonte das bênçãos que recebemos?
02. Leia Ef 1:4-6; 1 Pd 1:2; o item 1, e comente sobre o significado da
eleição e a sua base.
03. Leia Ef 1:7-10; o item 2, e comente sobre os diversos textos
bíblicos apresentados que tratam sobre a nossa adoção,
especialmente o de Efésios.
04. Leia Ef 1:11-12; o item 3, e explique, de acordo com o texto, o
significado de ser redimido e perdoado.
05. Leia Ef 1:13-14, o item 4, e responda: O que significa ser selado com
o Espírito Santo? Em que momento da vida do cristão isso acontece?
II
PARA A IGREJA VIVER
1. Desfrute das bênçãos espirituais com gratidão.
O texto em estudo transmite-nos
a clara ideia de que Paulo era extre-
mamente grato a Deus por poder
desfrutar de todas as suas bênçãos
espirituais. Suas palavras, em Efésios
1:3-14, dão-nos a entender que ele
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pretendia despertar em seus leitores
a consciência do quanto eram abençoados espiritualmente, a fim de que
fossem gratos a Deus por tudo.
É muito comum, hoje em dia, vermos, na igreja, pessoas aborrecidas,
descontentes e infelizes, por não perce-
berem o quanto são abençoadas espiritualmente em Cristo. Elas se esquecem
de que Deus, por sua graça, fez-nos
co-herdeiros com Cristo (Rm 8:17).
Cientes dessa verdade, agradeçamos
ao Senhor; afinal, ser igreja é desfrutar
das bênçãos de Deus com gratidão.
06. Após ler a primeira aplicação, discuta com a classe sobre a
importância de encontrarmos significado nas bênçãos espirituais
para vivermos com gratidão.
2. Desfrute das bênçãos espirituais com santidade.
Até aqui, pudemos ver o quanto
Deus foi e é generoso para conosco. Ele nos abençoou plenamente
em Cristo, elegendo-nos para a salvação, adotando-nos como filhos,
redimindo-nos, perdoando-nos e
selando-nos com o seu Espírito. Tudo
isso Deus fez por nós. Mas como lidar
com isso, agora? Qual deve ser a nossa postura, diante de tamanha graça?
A resposta está no texto: Deus nos
elegeu para sermos santos e irrepreensíveis; adotou-nos para o imitarmos, como filhos amados (Ef 5:1);
redimiu-nos e perdoou-nos para
vivermos debaixo da autoridade de
Cristo; selou-nos com o Espírito Santo para sermos identificados como
sua propriedade particular. Agora
que você já sabe disso, desfrute dessas bênçãos com santidade.
07. Leia a segunda aplicação e discuta com a classe sobre os
privilégios e as responsabilidades dos cristãos.
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Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
DESAFIO DA SEMANA
Chegamos ao final deste estudo com a certeza de que somos
as pessoas mais abençoadas e bem-aventuradas deste mundo.
Aprendemos que as maiores e mais importantes bênçãos na vida
de um cristão não são materiais, mas, sim, espirituais. Aprendemos
que, por estarmos unidos com Cristo, podemos desfrutar do melhor de Deus para a nossa vida.
Agora, quanto ao desafio semanal, a proposta é que estudemos
essa lição com um amigo, parente ou vizinho, com a finalidade
de lhes mostrar o quanto são abençoados os que se entregam a
Cristo. Mostre a essa pessoa o que é ser abençoado, segundo a
Bíblia. Feito isso, convide-a a participar da próxima lição, na igreja.
Aceita o desafio?
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3
SER IGREJA É...
Existir para a
glória de Deus
20 DE ABRIL DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 187 • BJ 315
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Mostrar ao estudante
da palavra de Deus
que precisamos, cada
vez mais, entender
precisamente o nosso
chamado e vivenciar
responsavelmente a
nossa missão, a fim de
glorificarmos a Deus.
Oro também para que os olhos do coração
de vocês sejam iluminados, a fim de que
vocês conheçam a esperança para a qual ele
os chamou, as riquezas da gloriosa herança
dele nos santos. (Ef 1:18 – NVI)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
14/04
15/04
16/04
17/04
18/04
19/04
20/04
Ef 2:16-18
Ef 2:19-20
Ef 2:21-22
Ef 3:1-2
Ef 3:3-7
Ef 3:8-10
Ef 3:11-13
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INTRODUÇÃO
Alguém já disse que “a oração é o espelho da vida interior”.1 Observe alguém,
quando estiver orando, e preste atenção ao
conteúdo da oração. Essa é uma das melhores maneiras de descobrir as ambições e
as principais ansiedades de alguém. Afinal,
nós oramos por aquilo que é importante
para nós, e estas coisas estão presentes em
nossas orações.
Se alguém parasse para analisar as orações
de Paulo, chegaria à conclusão de que ele
era um cristão maduro. Dificilmente o veriam
orando por coisas materiais. De modo constante e objetivo, o apóstolo estava suplicando
pela igreja em favor de bênçãos espirituais.
Efésios 1:15-23 é uma dessas orações. Através
dela, temos muito a aprender sobre a razão
da existência da igreja.
1. Vaughan apud Lopes (2009:37).
22
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
I
PARA A IGREJA SABER
O trecho de Efésios 1:15-23, na NVI,
começa com a expressão: “Por essa
razão”. Esta expressão faz referência
a toda a descrição dos propósitos de
Deus aludida nos versículos anteriores
(vv. 3-14). Paulo louva a Deus por ter
abençoado a igreja e, depois, ora pedindo ao Senhor que a ajude a entender todas essas bênçãos (vv. 15-23).
Quais, exatamente, são esses pedidos e
o que isso tem a ver com existir para a
glória de Deus? É o que veremos agora.
1. Uma igreja em progresso contínuo: O ser humano foi criado para a
glória de Deus, para agradar-lhe e alegrar-se nele. Mas, depois da queda no
Éden, a humanidade afastou-se desse
propósito. Todavia, a Carta aos Efésios revela que a igreja é a retomada,
através de Jesus, do propósito eterno
de Deus para os seres humanos, e
cumpre o seu papel, quando contribui para que seus membros obedeçam a Deus e vivam a razão máxima
de sua existência, isto é, vivam para o
louvor e glória de Deus.
Na igreja, os cristãos precisam ser
ensinados sobre a adoração a Deus,
o amor mútuo, o amor para com os
de fora e a proclamação do evangelho. Na igreja de Éfeso, os crentes foram ensinados a esse respeito, e, por
isso, Paulo pode louvar a Deus pelo
testemunho deles (1:17). Os cristãos
de Éfeso tinham uma fé verdadeira
em Jesus e um amor profundo uns
pelos outros (1:16). A caminhada de
fé dessa igreja glorificava a Deus. Assim, em sua oração, Paulo pede que
ela continue progredindo na fé.
Paulo pede a Deus que dê “espírito
de sabedoria e de revelação” àquela
igreja (v. 17). De acordo com Stott,2
embora o texto traga espírito com
“e” minúsculo, é provável que a referência seja ao Espírito Santo, o mestre
do povo de Deus.3 Neste caso, então,
Paulo estaria orando pelo ministério
de iluminação do Espírito na vida dos
crentes, que já são a sua morada.
É somente através da atuação e da
iluminação do Espírito Santo que nós,
crentes em Jesus, podemos nos tornar
sábios e conhecer a Deus mais plenamente. É bom lembrar que “Espírito
de revelação” não tem a ver com
revelação além daquilo que já está
revelado na Escritura, mas com uma
iluminação da parte do Espírito Santo
na vida do crente, para que este possa entender com clareza as verdades
espirituais,4 e realmente compreender
quem é Cristo (v.17b – BV).
2. Uma igreja com entendimento claro: Na continuação de sua
oração, o apóstolo faz um pedido a
Deus para que a igreja de Éfeso tenha os olhos do coração (...) ilumina-
2. Stott (2007:31).
3. A NTLH diz: ... dê a vocês o seu Espírito.
4. Cabral (1999:18).
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23
dos (v.18a). A expressão “iluminar os
olhos do coração” deve ser entendida
como uma referência a “abrir a mente” para a compreensão das verdades
de Deus. Se uma igreja quer glorificar
a Deus, em sua existência e atuação,
precisa entender essas verdades. E
que verdades são essas? Enumeraremos, pelo menos, três delas.
Em primeiro lugar, a igreja precisa
compreender a esperança do chamado
de Deus. A compreensão da “esperança do chamamento” (Ef 1:18b) diz respeito à expectativa que os cristãos possuem diante do chamado divino. Deus
os chamou a algo, e eles precisam entender isso claramente. Todo cristão é
alguém chamado para uma vida totalmente nova (cf. Rm 1:6-7; 1 Co 1:2,9;
2 Tm 1:9; 1 Pd 1:15; Gl 5:13).
Em segundo lugar, a igreja precisa compreender o valor da herança
de Deus. Efésios 1:18c pode ser uma
referência à “herança” que Deus
recebe, como a tradução da Bíblia
Viva sugere: Quero que vocês compreendam que Deus enriqueceu porque nós, que somos de Cristo fomos
dados a Ele!. Neste caso, Paulo está
dizendo que os crentes são a herança de Deus e está orando para que
entendam o quanto são preciosos.
Contudo, é também possível entender que se trata de uma “herança” que Deus outorga, como a tradução da Bíblia de Jerusalém sugere:
... para que entendam como é rica e
gloriosa a herança destinada ao seu
povo. Neste segundo caso, Paulo está
24
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
orando para que os crentes entendam
o quanto é gloriosa a herança que
Deus lhes dará. Entendemos que esta
segunda interpretação é melhor, tanto pelo contexto (Ef 1:13-14) quanto
pelo texto paralelo de Cl 1:12.
Em terceiro lugar, a igreja precisa
compreender o incomparável poder
de Deus. Paulo também ora para que
os cristãos de Éfeso compreendam o
poder de Deus. É assim que a Nova
Tradução na Linguagem de Hoje
anuncia este pedido do apóstolo:
Peço que Deus abra a mente de vocês
para que vejam (...) como é grande
o seu poder que age em nós, os que
cremos nele (Ef 1:19). Você já parou
para pensar o quanto o Deus que
servimos é poderoso? Esse “poder é
como um caudal impetuoso que arrasta com sua força os obstáculos que
encontra pelo caminho”.5 O apóstolo
quer que os crentes entendam isso.
3. Uma igreja com chefia correta: Na sequência, Paulo apresenta
duas situações em que o grande poder de Deus atuou: na ressurreição
e na ascensão de Cristo. Por seu poder, Deus ressuscitou Jesus dentre
os mortos (v.20a) e o fez assentar
a sua direita, nas regiões celestiais
(v.20b), isto é, deu autoridade a
Cristo para que administrasse o governo do céu e da terra.6 A metáfora emprestada é a dos príncipes
terrenos, que conferem aos seus ge5. Lopes (2009:43).
6. Calvino (2010:228-229).
nerais a honra de sentarem ao seu
lado,7 posição esta de autoridade.
Logo em seguida, no v. 21, temos
uma referência aos anjos. Eles são chamados de “principados”, “autoridades”, “domínios” e “poder”. Não se
trata de diferentes tipos de anjos, mas
de uma possível hierarquia que existe
entre eles. Investigar tal hierarquia não
é importante para nós, nem era para
Paulo. Ficamos com o que o evangelho
diz sobre eles, isto é, que são poderosos, mas não podem ser comparados a
Cristo, em sublimidade e glória. Jesus
é superior a tudo e a todos.
Por mais famosa que uma pessoa
seja, não pode ser comparada a Cristo. Seu poder não tem limites e não
é passageiro. Ele vai desde esta era
até a que há de vir. Por isso mesmo,
Deus colocou todas as coisas debaixo de seus pés e o designou cabeça
de todas as coisas para a igreja (v.22
– NVI). Jesus é chefe sobre todo o universo e sobre a igreja. Ele é chamado
de “cabeça” da igreja, porque tem
autoridade suprema sobre ela, assim
como tem sobre o universo. Assim, se
quiser agradar a Deus, a igreja precisa
entender o quanto ele é poderoso e
submeter-se ao seu senhorio.
4. Uma igreja com um encargo
solene: No último versículo de Ef 1,
temos verdades importantíssimas sobre a igreja de Cristo. Paulo usa uma
metáfora para ensinar algo sobre ela:
Cristo e sua igreja são um corpo, do
7. Idem.
qual ele é a cabeça. O bem-estar de
um corpo humano depende de seu
bom funcionamento: a dependência
das demais partes de um bom comando que procede da cabeça.8
Essa metáfora mostra que existe
uma união íntima e vital entre Cristo e
a igreja. De Cristo, a “igreja deriva sua
vida, seu poder e tudo quanto é necessário à sua existência”.9 Isto é fantástico: Jesus ascendeu ao céu, mas deixou
seu “corpo” na terra. A igreja é, de
alguma maneira, o prolongamento da
encarnação de Cristo; “é o seu corpo
em ação na terra”.10 Neste sentido,
deve acontecer em torno dela o que
acontecia em torno de Jesus.
A igreja, como corpo de Cristo,
chefiada por ele, continua amando
as pessoas como ele amou e anunciando a mesma mensagem que ele
anunciou: as boas notícias aos povos,
de que o reino de Deus chegou, de
que as pessoas precisam arrepender-se e depositar sua confiança inteiramente no Filho de Deus. Ela é o corpo
de Cristo, o instrumento através do
qual Jesus age. Sua capacitação para
essa missão vem do próprio Cristo,
que enche todas as coisas (Ef 1:23b).
A igreja é chamada, nesse texto, de
“plenitude de Cristo” (v.23). Existem
duas explicações para essa expressão.
A palavra grega pleroma, traduzida
por “plenitude”, pode ser entendida
8. Davidson (1995:1666).
9. Lopes (2009:44).
10. Idem.
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no sentido ativo, como “aquilo que
preenche”, ou no sentido passivo,
como “aquilo que é preenchido”. A
Nova Tradução na Linguagem de Hoje
entende que o primeiro sentido é o
correto: A igreja (...) completa Cristo,
o qual completa todas as coisas. A Bíblia Viva, por sua vez, entende que o
segundo sentido é o correto: ... [a igreja] é o seu corpo, repleto dele mesmo.
Entendemos que o segundo sentido é o correto, ou seja, a igreja é
a plenitude de Cristo, porque ele a
enche. Ela recebe força dele e é plenificada por ele. Segundo Stott, o con-
texto confirma essa interpretação;
afinal, nos vv. 20-22, Paulo mostra
o senhorio e a soberania de Jesus sobre tudo.11 Dizer que a igreja, de alguma maneira, completa esse Cristo
supremo seria, no mínimo, incoerente. A igreja é a plenitude de Cristo;
porém, “é Cristo quem a enche e a
torna plena com a sua glória e a sua
presença”.12 Ela é a sua representante, mas é ele quem a capacita.
11. Stott (2007:40).
12. Cabral (1999:21).
01. Leia Ef 1:15-17; o item 1, e comente sobre as notícias que Paulo
tem a respeito da igreja de Éfeso e sobre o pedido que faz a Deus em
favor dela. O que ele está pedindo?
02. Em Ef 1:18, Paulo trata sobre duas verdades que a igreja de Éfeso
precisava compreender. Que verdades são essas? Baseie-se no item 2.
03. Leia Ef 1:19-21 e responda: Qual a terceira verdade que os efésios
precisavam compreender? O que Paulo diz sobre essa verdade, a fim
de que eles a aceitassem?
04. Em Ef 1:22-23, Paulo usa uma metáfora para se referir a Jesus
e a sua igreja. O que ele quis ensinar? Baseie-se nos três primeiros
parágrafos do item 4.
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Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
05. Paulo chama a igreja de “plenitude de Cristo”, em Ef 1:23. Cite as
duas explicações possíveis para essa expressão, com base nos dois
últimos parágrafos do item 4.
II
PARA A IGREJA VIVER
1. Prossigamos em entender
precisamente o nosso chamado.
Fé e razão não são dois temas irreconciliáveis. Viver pela fé não significa viver sem saber o que pode
acontecer amanhã. Viver pela fé não
é sinônimo de ignorância intelectual. Não cometemos pecado, quando
buscamos entender mais profundamente a nossa fé, com base na revelação de Deus em sua palavra. Paulo
ora para que o Espírito, mediante a
palavra, dê um conhecimento mais
amplo de Deus à igreja.
Em Ef 1:17, ele não usa a palavra
gnosis (conhecimento), mas epignosis, que denota um conhecimento
mais amplo e mais preciso. No v.18
Paulo suplica por entendimento do
chamado, da herança e do poder
de Deus, e mostra reconhecer a importância de a igreja pensar, raciocinar, meditar mais sobre o Deus em
quem crê e sobre o que ele quer. Se
ela não fizer isso, corre o risco de
adorá-lo de forma inadequada e não
atuar naquilo a que foi chamada.
Pensemos nisso seriamente.
06. Todos nós sabemos exatamente quem é o Deus que nos chamou, de
onde ele nos chamou, para que nos chamou e para onde nos chamou?
A igreja consegue viver para a sua glória, sem saber essas respostas?
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2. Prossigamos em vivenciar responsavelmente a nossa missão.
De acordo com Efésios 1:22-23, a
igreja tem uma grande responsabilidade. Ela é o corpo de Cristo e sua
representante na terra. Precisamos
questionar se estamos vivenciando
responsavelmente a nossa missão.
Nesse corpo, cada parte é importante e precisa agir como Jesus, em obediência a ele, que é a cabeça.
A igreja é a mão que realiza a
obra de Cristo, os pés que vão aos
mais diferentes lugares, a voz que
pronuncia palavras de ânimo e esperança aos que estão desesperados. Quando as pessoas olham
para as ações de nossas igrejas locais, podem enxergar Jesus? Se a
resposta for sim, com toda certeza,
essas igrejas estão vivendo para a
glória de Deus.
07. Cite ações práticas realizadas por Jesus que devem estar
presentes na vida cotidiana de uma igreja local.
DESAFIO DA SEMANA
Gostaríamos de desafiar a liderança local da igreja a reunir-se,
nesta semana, para conversar a respeito da igreja e perguntar se
ela está existindo para glória de Deus. Como descobrir isso? Refletindo sobre o conhecimento que essa igreja tem a respeito de
Deus e como se relaciona com ele; refletindo sobre o amor que
ela, como um todo, demonstra em seu dia-a-dia e sobre o quanto
ela ama Jesus.
Que, nessa reunião, também se reflita sobre o chamado de
Deus. Porque ele permitiu que a igreja se estabelecesse no bairro
em que ela está? Ela tem sido um sinal de Deus, nessa comunidade? Tem servido as pessoas como Jesus serviria? Nós oramos a
Deus para que cada igreja local entenda essas questões e não viva
apenas para si mesma, para sua própria glória, mas, sim, para a
glória de Deus. Façamos todos nós essa reflexão.
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Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
4
SER IGREJA É...
Viver a salvação
pela graça
27 DE ABRIL DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 24 • BJ 371
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Mostrar à igreja que
a salvação que recebemos
é pela graça e que esta
nos capacita a viver
para o Senhor com
gratidão, devoção,
humildade e santidade.
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e
isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem
das obras, para que ninguém se glorie. (Ef 2:8-9)
LEITURA DIÁRIA
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21/04
22/04
23/04
24/04
25/04
26/04
27/04
Ef 3:14-15
Ef 3:16-17
Ef 3:18-19
Ef 3:20-21
Ef 4:1-3
Ef 4:4-6
Ef 4:7-8
INTRODUÇÃO
Chegamos, hoje, ao capítulo 2 da carta que
Paulo escreveu aos Efésios. Neste trecho das Escrituras, o apóstolo dá ênfase à salvação recebida pela igreja de forma tão graciosa e imerecida.
O objetivo de Paulo, nesta carta, não é dizer à
igreja como poderia ser salva, mas, sim, lembrar-lhe como já havia sido salva pela graça de Jesus.
Relembrar esse glorioso fato é extremamente
benéfico. Trazer à memória tão grande salvação
é injetar no coração humano doses altíssimas de
louvor a Deus e reconhecimento por sua infinita
misericórdia. A lição de hoje tem esse propósito.
Aprenderemos, então, como podemos, como
comunidade cristã, viver a salvação pela graça;
afinal, ser igreja é viver essa salvação. Com a
Bíblia aberta, vamos ao estudo.
I
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PARA A IGREJA SABER
Não basta saber que a salvação é pela graça: é preciso vivê-la do mesmo modo. Em nossos dias, infelizmente, existe um abismo entre
o que se crê e o que se vive; entre teoria e prática. Há muito, somos conscientes do fato de
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que somos salvos pela graça de Jesus. A questão é: o que é necessário
à igreja para que viva a salvação pela
graça? Vejamos o que Paulo nos diz.
1. Gratidão: Muitos não gostam
de recordar o que ficou para trás.
Paulo não sofria desse problema. Nos
primeiros três versículos do capítulo
2, o apóstolo está claramente evocando o passado, fazendo-nos lembrar do caminho no qual “andávamos” sem Jesus e de como “éramos”,
antes de conhecê-lo (v.3).
Segundo ele, éramos escravos
da carne, do mundo e do diabo. Da
carne, porque andávamos em seus
desejos, fazendo sua a vontade (v.3);
do mundo, porque seguíamos o seu
curso (v.2), e do diabo, porque éramos guiados pelo príncipe da potestade do ar, do espírito que agora
opera nos filhos da desobediência
(v.2). Não importa se nascemos na
igreja ou não: todos fomos achados
por Cristo nesse estado lamentável.
Nesse mau caminho, “todos
nós andávamos outrora”, afirmou
o apóstolo. Mas por que Paulo deseja relembrar-nos desse passado
tão tenebroso? A razão é simples:
lembrar esse passado produz em
nós gratidão. Quanto “mais os
homens aprendem a ver a dimensão real de sua profunda condição
perdida, tanto mais apreciarão
também, pela graça de Deus, sua
maravilhosa libertação”.1
1. Hendriksen (2005:132).
30
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
Olhar para trás e recordar o triste
estado em que nos encontrávamos
sem Cristo produz gratidão em nossos corações. Paulo desejava ver uma
igreja cheia de gratidão a Deus. Por
isso, evoca o seu triste passado. Uma
igreja que não olha para trás tem
imensa dificuldade de viver a salvação que recebeu pela graça do Senhor. Ser igreja é viver com gratidão
pela salvação recebida.
2. Devoção: Nesta carta, Paulo
leva a igreja não somente a visitar
o lugar de onde viera, a sepultura
espiritual onde se encontrara morta
em seus pecados, mas também a vislumbrar o amor de Deus. Ele afirma:
Deus, sendo rico em misericórdia,
pelo seu muito amor com que nos
amou, estando nós ainda mortos em
nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (Ef 2:5).
O apóstolo está embasbacado com tamanho amor. Faltam-lhe adjetivos para descrevê-lo. Por
isso, utiliza a expressão “muito nos
amou”. Tal amor é inigualável. É
tão imenso que desafia toda e qualquer definição.2 Aqueles, e somente
aqueles, que o experimentam sabem o que ele é, ainda que nunca
possam compreendê-lo em toda a
sua plenitude.3
Paulo deseja estimular a devoção da igreja por Jesus. A melhor
maneira que existe de fazer isso
2. Idem, p. 139.
3. Idem, p. 140.
é levá-la a vislumbrar o amor de
Deus, a visitar o Calvário. Tal contemplação do amor divino é extremamente importante para a vitalidade espiritual da igreja. Sem isso,
sua devoção por seu Senhor corre o
sério risco de desaparecer.
Aqueles que não conseguem enxergar o amor de Deus têm sua devoção por Cristo afetada para pior,
com o passar do tempo. Infelizmente, muitos dizem que a mensagem
do amor de Deus é apenas para “não
cristãos”. É obvio que não. O apóstolo está escrevendo para crentes.
Essas palavras são dirigidas a todos
nós. É imprescindível que os cristãos
vislumbrem sempre o amor de Deus.
Ser igreja é viver com devoção.
3. Humildade: Após discorrer
sobre o estado lamentável em que
nos encontrávamos sem Jesus – escravizados pela carne, pelo mundo
e pelo diabo – e sobre como Deus
nos encontrou e nos amou, quando
estávamos mortos espiritualmente na sepultura de nossos pecados,
o apóstolo só poderia concluir que
nossa salvação é somente por graça.
Sendo assim, ele afirma categoricamente: Pela graça sois salvos, por
meio da fé; e isto não vem de vós, é
dom de Deus (v.8). A fonte da salvação é a graça, o favor divino, sem
qualquer obra ou mérito humano; é
a amorosa gentileza de Deus para
com os que nada merecem,4 ou seja,
4. Dudley (2006:243).
todos nós. Trata-se de um presente,
não de uma recompensa.5
Jamais podemos conquistar a salvação. Se Deus não nos oferecesse
essa dádiva, não seríamos salvos.
Tampouco podemos merecê-la, pois
não é concedida por obras. Isso é
para que ninguém se glorie (v.9),
como explica o apóstolo Paulo. Ora,
não havendo, então, lugar para o
mérito humano, também não há lugar para a arrogância humana.6
Lamentavelmente, muitas igrejas
tornam-se arrogantes. Pensam que
são as melhores, que são salvas porque possuem méritos, que são dignas da salvação porque obedecem
aos mandamentos. Não há nada
mais deplorável do que a arrogância e nada é mais atraente do que a
humildade.7 Por isso, uma igreja que
reconhece a graça de Deus será sempre humilde, diante dos outros e de
seu Senhor. Ser igreja é fazer parte
de um povo humilde, que entende a
salvação que recebeu.
4. Santidade: Para que a igreja
viva a salvação que recebeu pela graça de Jesus precisa manifestar gratidão, devoção e humildade. Mas ainda falta outro elemento igualmente
importante: a santidade. Para viver a
salvação pela graça, a igreja precisa
vivê-la em santidade; precisa ter boas
obras; afinal, de acordo com Paulo,
5. Lopes (2009:56).
6. Stott (2007:56).
7. Dudley (2006:317).
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fomos criados em Cristo para as boas
obras, as quais Deus antes preparou
para que andássemos nelas (v.10).
Precisamos entender que fomos
salvos para as boas obras, não por
elas (v.9). A santidade, que se revela
em uma vida de boas obras, é o resultado da salvação, não o seu meio.
A única obra capaz de nos salvar foi
aquela realizada por Jesus, no Calvário. No entanto, uma vez que fomos
salvos por ele, certamente evidenciaremos isso através da santidade.
Quem é salvo pela graça, demonstra isso através de uma vida santa. As
boas obras são indispensáveis para a
salvação – não como sua base ou meio,
mas, sim, como sua consequência e evidência.8 Afinal, a fé sem obras é morta
(Tg 2:26). Uma igreja que persiste em
obedecer aos mandamentos de Deus
e a praticar boas obras mostra que entende e valoriza a graça de Deus.
8. Stott (2007:57).
É interessante notarmos que o
apóstolo conclui essa parte do capítulo 2 usando o mesmo verbo “andar” que usou no início deste capítulo; mas apresenta um contraste
glorioso: antes, andávamos em nossos delitos e pecados, escravizados
pela carne, pelo mundo e pelo diabo
(v.1-3); mas, depois de alcançados
pelo amor de Deus e salvos por sua
graça (v.4-9), andamos em santidade
(v.10). Ser igreja é viver em santidade e reconhecer que esta provém da
salvação recebida pela graça.
Que glorioso é sabermos que
fomos salvos pela graça de Jesus!
Não fizemos nada para merecer tão
grande salvação. O que podemos
fazer agora é vivê-la com profunda
gratidão, devoção, humildade e santidade. Era assim que Paulo desejava
que a igreja de Éfeso vivesse. É assim
que Deus deseja que a igreja de hoje
viva. Vejamos, a seguir, duas lições
que nos ajudam a viver dessa forma.
01. Com base em Ef 2:1-3 e no item 1, responda: Por que Paulo
desejava relembrar à igreja de Éfeso o seu passado tenebroso? Isso é
importante para a igreja, hoje?
02. Leia Ef 2:5; o item 2, e responda: Qual o objetivo do apóstolo, ao
escrever à igreja sobre o amor de Deus?
32
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
03. Ainda com base no item 2, responda: Muitos crentes pensam
que a mensagem do amor de Deus é apenas para “não cristãos”.
Você concorda?
04. A salvação pode ser conquistada ou merecida? A igreja pode
se orgulhar ou tornar-se arrogante por ter sido salva pela graça de
Deus? Baseie-se em Ef 2:8-9 e no item 3.
05. Responda, com base em Ef 2:10 e no item 4: A santidade é o meio
pelo qual podemos ser salvos ou é o resultado da salvação? Como
devemos viver, uma vez que fomos salvos pela graça?
II
PARA A IGREJA VIVER
1. Uma vez salvos pela graça,
demonstremos sempre devoção a Deus.
Nada estimula mais a nossa devoção
por Cristo do que vislumbrarmos seu
grande amor por nós. Por saber disso,
Paulo escreveu acerca do Deus que
muito nos amou (v.5). Quando uma
igreja deixa de vislumbrar o amor de
Deus, sua devoção se esvai, com o passar do tempo. Foi isso que aconteceu
à igreja de Éfeso. Anos depois, Jesus
escreveu-lhe uma carta alertando-a a
voltar ao seu primeiro amor (Ap 2:1-4).
Conquanto religiosa em sua prática, com o passar do tempo, aquela
igreja havia esfriado em seu amor
por Jesus. É assim que muitas igrejas
e cristãos se encontram hoje: religiosos; porém, secos e vazios de amor
por Cristo. Frequentam a igreja, contribuem, estudam a lição, escutam a
pregação da palavra, oram, mas já
não amam a Cristo como outrora.
Não podemos incorrer nesse mesmo
erro. Em nossos corações, deve haver sempre devoção. É assim que a
igreja deve viver.
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06. Com base nesta primeira aplicação, reflita: Muitas igrejas se
encontram neste estado: religiosas em sua prática, mas destituídas
de amor e devoção por Cristo. E você? Como anda a sua devoção
por Jesus?
2. Uma vez salvos pela graça,
demonstremos sempre gratidão a Deus.
Lembrar os erros do passado com
saudade é um erro, mas recordar de
como éramos, antes de Cristo nos encontrar, é extremamente salutar. Ele
nos achou no túmulo de nossos pecados, onde nos encontrávamos sepultados. Ele nos encontrou atolados na
lama de nossas iniquidades. Lembrar
isso traz ao coração um poderoso e
belo sentimento: gratidão.
A gratidão é essencial para vivermos a salvação que recebemos
pela graça, pois aqueles que não
são gratos a Deus desprezam-na
facilmente. Igrejas ingratas nunca
se lembram do que Cristo lhes fez;
cantam músicas que não expressam
gratidão; vivem pedindo, sem agradecer; exigem sempre de Deus, ao
invés de agradecer-lhe por tudo que
já lhes fez. Pensemos nisto: fomos
salvos pela graça. Demonstremos
gratidão a Deus.
07. Com base na segunda aplicação, pense: Temos expressado
gratidão ao Senhor por tudo o que ele já fez? Qual o conteúdo de
nossas orações e canções na igreja? Temos realmente vivido de
maneira grata?
34
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
DESAFIO DA SEMANA
Aprendemos, neste estudo, como podemos viver a salvação
pela graça. Vimos que, para isso, é necessário que a igreja tenha
gratidão, devoção, humildade e santidade. Nosso desafio, nesta
semana, é aferirmos esses elementos em nossa vida pessoal e também comunitária. Temos sido gratos a Deus? As músicas que cantamos expressam isso? E a pregação? E a oração?
Com relação à devoção, como anda seu coração, diante do Senhor? Quando vai à igreja, canta, oferta, serve, ora, você o faz por
causa do amor de Cristo e com amor a Cristo? E a humildade?
Você se acha mais santo e melhor do que outros? Você tem vivido
em santidade? Como andam seus pensamentos? E o namoro ou
o casamento? Reflita em oração nessas perguntas, durante esta
semana. Permita que a palavra de Deus o transforme.
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5
SER IGREJA É...
Desfazer muros e
construir pontes
4 DE MAIO DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 6 • BJ 104
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Explicar que Cristo,
através da cruz, uniu
judeus e gentios num
só corpo e os reconciliou
com Deus, o que
resultou no que
chamamos de igreja.
Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos
fez um e destruiu a barreira, o muro de
inimizade. (Ef 2:14)
LEITURA DIÁRIA
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28/04
29/04
30/04
01/05
02/05
03/05
04/05
Ef 4:9-10
Ef 4:11
Ef 4:12-13
Ef 4:14
Ef 4:15-16
Ef 4:17
Ef 4:18-19
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36
INTRODUÇÃO
O apartheid, “vidas separadas”, era o
nome dado ao regime político de segregação
racial implantado na África do Sul, de 1948
a 1990, que consistiu na negação de direitos fundamentais à maior parte da população, pelo governo, formado por uma minoria
branca. As pessoas eram divididas em grupos
raciais (brancos, negros, mestiços etc.) e separadas em áreas residenciais distintas.
Os negros, os mais prejudicados, foram
privados de sua cidadania: não tinham direito à saúde, nem à educação. Esse regime,
marcado pela violência, foi derrubado por
um grupo de oposição e de resistência liderado por Nelson Mandela, que foi eleito
presidente daquele país, em 1994. Pois bem,
Efésios 2 trata de um outro “apartheid”, ainda pior. Por causa do pecado, os seres humanos foram afastados de Deus e separados
uns dos outros.
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
I
PARA A IGREJA SABER
Enquanto os versículos:1-10 de Efésios 2 tratam do ser humano separado
de Deus, os versículos 11-22 tratam,
de forma especial, da situação dos
gentios, que, antes de Cristo, eram totalmente separados da comunidade de
Israel (v. 14). Gentio é quem não faz
parte do povo judeu. É o não-israelita.
A maioria dos cristãos em Éfeso era formada por gentios. Nesse texto, o apóstolo aponta o nosso triste passado, por
não fazermos parte do povo da aliança, e mostra o que Cristo fez por nós.
1. A separação: O apóstolo
começa dizendo: Portanto, lembrem-se (Ef 2:11). Ele assinala dois
fatos importantes que os efésios não
deveriam esquecer a respeito de seu
passado como gentios: Em primeiro
lugar, os gentios eram socialmente
desprezados. Os judeus, o povo da
aliança, olhavam-nos com desdém.
Entre esses dois povos havia uma
barreira racial intransponível.
Os judeus diziam que os gentios
haviam sido criados por Deus para
serem combustível para o fogo do
inferno. Era realizado o enterro simbólico de um rapaz judeu que casasse com uma moça gentia. Não era
lícito a um judeu ajudar uma mulher
gentia que estivesse dando à luz,
pois isso contribuiria para que outro
miserável gentio viesse ao mundo.1
1. Stott (2007:23).
Em segundo lugar, os gentios eram
espiritualmente falidos. Sobre isso,
Paulo escreve: ... naquela época vocês
estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, sendo estrangeiros quanto às alianças da promessa,
sem esperança e sem Deus no mundo
(Ef 2:12). A palavra mais apropriada
para os não-judeus era “sem”.2 Estavam sem Cristo, sem cidadania, sem
alianças, sem esperança e sem Deus.
Assim era a vida dos efésios, antes de
encontrarem a Cristo.
Note que Paulo iniciou o trecho
com a expressão lembrem-se (v.11).
Há algumas coisas que a Bíblia nos
manda esquecer, tais como as afrontas de outras pessoas contra nós;
mas essa questão, em particular, jamais deve ser esquecida. Não devemos nos esquecer de quem éramos,
no passado, para percebermos a graça do Deus que nos perdoou.3
2. O reconciliador: Depois de
fazer os efésios olharem para o
passado, Paulo os faz olhar para
o presente: Mas agora, em Cristo
Jesus, vocês, que antes estavam
longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo (Ef 2:13). As
palavras “mas agora” contrastam
com a expressão “antigamente”,
do versículo 11, e apontam para a i
2. Wiersbe (2006:27).
3. Stott (2007:23).
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37
ntervenção de Deus, pela graça, em
favor dos pecadores.
Se quisermos entender essas
questões mais a fundo, precisamos
fazer, aqui, uma pausa e voltar ao
início de tudo: Deus criou o ser humano para o louvor de sua glória.
Criou-o como expressão de si mesmo. Disse: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança (Gn 1:26-27). Quem é esse
Deus? É o Deus Triúno. Trata-se de
três pessoas distintas que se relacionam. É essa unidade de três pessoas que nós chamamos de Deus. Por
isso, a palavra “unidade” descreve
bem o nosso criador.
Então, reflita: o ser humano, imagem e semelhança de um Deus que,
em essência, é unidade, obviamente,
foi criado para viver em unidade e
em paz. De fato, no início, o Criador
olhava para a humanidade unida e
via um só homem (cf. Gn 5:2). Esse
era o projeto original. Fomos criados
para viver em paz com os semelhantes e em comunhão com o Criador.
Era assim no Éden. Mas, infelizmente, o pecado entrou na história
e arruinou os relacionamentos. A
inimizade entre Deus e os homens,
entre os judeus e os gentios é consequência disso. Ainda bem que Jesus
veio a este mundo para colocar as
coisas em seus devidos lugares. Ele
esteve entre nós em missão de paz.
Assim, os afastados foram aproximados mediante o sangue de Cristo (Ef
2:13), pois, o castigo que nos trouxe
38
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados (Is 53:5).
3. A reconciliação: Na sequência,
Paulo começa a descrever o que Jesus fez e como fez. Em primeiro lugar, ele derrubou o muro da separação. O texto afirma: Pois ele é a nossa
paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade
(Ef 2:14). Esta figura do muro tem
base em algo que os crentes gentios
conheciam: em Jerusalém, havia, de
fato, um muro que impedia os gentios de se aproximarem do templo.
O forasteiro que infringisse a regra
poderia ser morto. A partir do conhecimento desse fato, Paulo lhes ensina
que, agora, todos têm acesso a Deus.
Em segundo lugar, Jesus anulou as
ordenanças segregadoras. O apóstolo escreve: ... anulando em seu corpo a lei dos mandamentos expressa
em ordenanças (Ef 2:15). A partir de
Cl 3:11-16, entendemos que, aqui,
Paulo se refere às leis sobre rituais,
tais como a circuncisão e os sacrifícios, que levantavam barreiras entre
os judeus e outros povos.
Em terceiro lugar, Jesus criou
uma nova humanidade. Paulo segue
dizendo: O objetivo dele era criar
em si mesmo, dos dois, um novo
homem, fazendo a paz (Ef 2:15b –
grifo nosso). Essa expressão “novo
homem” significa “uma nova humanidade”. Segundo Stott,4 a igreja
é essa “nova humanidade”.
4. Idem, p.58.
De acordo com o versículo 14, Jesus evangelizou a paz entre judeu e
gentio (representantes de toda a raça
humana), e fez destes um só homem
(v. 15). Logo, a igreja é “a retomada, em Jesus, do propósito eterno de
Deus para a raça humana”.5 Esse seu
propósito era restabelecer a unidade
entre os seres humanos e estabelecer a sua igreja.
Em quarto lugar, Jesus desfez a
inimizade entre Deus e os homens.
Paulo completa, dizendo: ... e reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele
destruiu a inimizade (v.16). O termo
“reconciliar”, aqui, significa “estabelecer paz entre”. 6 Nesse sentido, o
apóstolo está ensinado que o grande
objetivo de Jesus, ao ir à cruz, era restaurar a comunhão, perdida no Éden,
entre Deus e os seres humanos.
4. O resultado: Por causa do sacrifício de Cristo na cruz, hoje, temos
paz com Deus. É claro que o Deus
de amor deseja reconciliar consigo
os pecadores; mas, por ser santo
e justo, não pode deixar o pecado
impune. Todavia, esse problema foi
resolvido, quando o Filho veio para
ser o sacrifício pelos nossos pecados.
Ele tomou o nosso lugar e pagou o
nosso débito com Deus. A dívida foi
paga e a inimizade, desfeita.
5. Kivitz, Ed René. Igreja: ser e pertencer. Disponível em: <http://edrenekivitz.com/blog/tag/
igreja>. Acesso em: 6 de agosto de 2012.
6. Wiersbe (2006:28).
Realmente, Jesus Cristo é a nossa
paz (v.14). Ele fez a paz (Ef 2:15) e
evangelizou a paz (v.17). Wiersbe7
afirma que, como Santo Juiz, ele
poderia ter vindo declarar guerra
contra os rebeldes seres humanos;
contudo, graciosamente, veio em
missão de paz. Chegou para acabar com o apartheid espiritual. Em
Cristo, judeus e gentios têm paz entre si e o livre acesso a Deus (v.18),
pois o véu foi rasgado, quando o
Cordeiro morreu. A reconciliação
está consumada.
Chamamos de igreja de Cristo ao
resultado dessa reconciliação. A unificação de judeus e não-judeus, em
Cristo, é a Noiva do Cordeiro. Em
Efésios 2:19-22, encontramos três
figuras que o apóstolo usou para
ilustrar essa unidade da igreja. Em
primeiro lugar, Paulo se refere a um
só povo. O texto diz: Portanto, vocês
já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos
(v.19a). Por sua vez, o apóstolo Pedro nos ajuda a entender essa condição da igreja, ao afirmar que ela
é o novo povo de Deus, raça eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo
exclusivo de Deus (1 Pd 2:9).
Em segundo lugar, Paulo se refere
a uma só família: ... sois da família
de Deus (Ef 2:20). Na igreja, somos
todos irmãos e, por causa de Jesus,
temos o privilégio de chamar Deus
de Pai, pois aos que creram em seu
7. Idem, p.30.
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39
nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus (Jo 1:12 – NVI).
Em terceiro lugar, Paulo se refere
a um só templo. O apóstolo conclui
seu ensino dizendo que os crentes
foram edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de
que Jesus Cristo é a principal pedra
da esquina; no qual todo o edifício,
bem ajustado, cresce para templo
santo no Senhor (Ef 2:20-21). Unida em Cristo, a igreja é um santo
templo em construção, uma habitação de Deus, no Espírito (v.22). Nós,
igreja de Jesus, somos, individual e
coletivamente, casa de Deus. Antes,
nós, os gentios, estávamos alienados, longe do Pai e dos irmãos, mas
fomos reconciliados. Cristo nos trouxe de volta para casa.
01. Leia Ef 2:11, 3:8; At 9:15-17, e responda: O que é um gentio? Nós
somos gentios? Como os judeus viam as pessoas gentias?
02. Com base no comentário e em Ef 2:11-12, comente sobre a
situação social e espiritual dos gentios, antes de conhecerem a
Cristo. Quais os dois fatos importantes que os efésios não deveriam
esquecer? Aponte a razão para não esquecerem.
03. Em Ef 2:13, aprendemos que Jesus reconciliou os homens entre
si e os reaproximou de Deus. Comente sobre o acontecimento, lá no
Éden, que tornou necessária essa reconciliação.
04. Após ler Ef 2:14-16 e o item 3, responda: Quais foram as quatro
ações que Cristo fez, através da cruz?
40
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
05. Por que podemos afirmar que a igreja é “a retomada, em Jesus,
do propósito eterno de Deus para a raça humana”? Leia Ef 2:17-22
e comente as três figuras que Paulo usou para ilustrar a unidade da
igreja em Cristo.
II
PARA A IGREJA VIVER
1. Ser igreja é desfazer muros.
O que é a igreja? É o grupo daqueles que foram alcançados pela graça.
É o novo povo de Deus, uma comunidade (At 2:42-47): a comunidade do
reino; é uma família (Ef 2:11-19): a
família de Deus; é também um corpo
(Rm 12:5): o corpo de Cristo. Nesse
grupo, família, comunidade ou corpo, todas as pessoas devem ser graciosamente acolhidas, sem distinção
e preconceito. Ao edificar a igreja,
Jesus demoliu “os muros”. Mas, infelizmente, em certas situações, nós,
cristãos, levantamos outros “muros”,
no lugar dos que ele demoliu.
Estamos construindo muros que
afastam as pessoas, quando nos
isolamos dentro das “quatro paredes”; quando pensamos apenas
no bem-estar dos que estão dentro e esquecemos aqueles que estão lá fora; quando, por falta de
sabedoria, perdemos os jovens
para o mundo; quando agimos
sem paciência com os novos convertidos; quando, por preconceito,
não evangelizamos viciados, prostitutas, alcoólatras, descamisados
etc. Acorda, igreja! Nosso exemplo é Jesus. Devemos derrubar esses muros.
06. Com base na primeira aplicação, tente identificar alguns “muros”
que acabamos erguendo.
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2. Ser igreja é construir pontes.
Através da cruz, Cristo uniu os
cristãos judeus e os cristãos gentios
num só corpo, chamado igreja, e
aproximou-os de Deus. Ele entregou
sua vida para promover essa reconciliação. O que se espera daqueles
que foram alcançados por essa graça? Espera-se que compartilhem a
mensagem de paz com os que ainda
estão em guerra com Deus.
A palavra de Deus nos afirma: Isso
provém de Deus, que nos reconciliou
consigo mesmo por meio de Cristo
e nos deu o ministério da reconciliação (2 Co 5:18). Como membros
da igreja de Cristo, devemos ser
“construtores de pontes”, embaixadores da paz (2 Co 5:20). A igreja deve promover a união entre as
pessoas e aproximá-las do Pai, por
meio de Cristo.
07. Com base em 2 Co 5:17-21 e na segunda aplicação, comente
a frase “Ser igreja é construir pontes”. De que maneira podemos
exercer esse ministério da reconciliação?
DESAFIO DA SEMANA
Aprendemos, hoje, que a igreja é a retomada, em Jesus, do
propósito eterno de Deus para a raça humana. Fomos recriados,
por meio da cruz, para vivermos a comunhão do Éden, que fora
perdida. Cristo uniu todos nós (judeus e gentios) em um só corpo,
que ele chamou de igreja. De fato, “o grande objetivo de Jesus é
ter um corpo de pessoas, como igreja, que não apenas se amem,
mas que por tanto se amarem, tornam-se um só homem”.8
Que privilégio magnífico fazer parte desse plano eterno de
Deus! O nosso desafio é compreender a verdade bíblica de que ser
igreja é desfazer muros e construir pontes. Precisamos saber que,
uma vez reconciliados com o Pai e unidos uns aos outros num só
corpo, somos embaixadores dessa verdade. Foi-nos dado o ministério da reconciliação. Devemos promover a paz.
8. Ramos (2000:41).
42
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
6
SER IGREJA É...
Engajar-se no
projeto de Deus
11 DE MAIO DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 286 • BJ 165
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Ajudar o estudante da
Bíblia a compreender que
o projeto de Deus é tornar
pessoas, de todos os
povos, membros do corpo
de Cristo e que nós nos
engajaremos neste projeto
evitando o preconceito e
suportando a aflição.
O segredo é este: por meio do evangelho
os não-judeus participam com os judeus das
bênçãos divinas. Eles são membros do mesmo
corpo e participam da promessa que Deus fez
por meio de Cristo Jesus. (Ef 3:6 – NTLH)
LEITURA DIÁRIA
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Ef 4:20-21
Ef 4:22-23
Ef 4:24
Ef 4:25
Ef 4:26
Ef 4:27
Ef 4:28
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INTRODUÇÃO
Ser igreja é, acima de tudo, viver no centro
da vontade de Deus. Isso implica envolvimento no projeto dele e submissão à sua palavra.
Paulo, servo de Deus, entendia isso, na prática. Após sua conversão, dedicou sua vida à
obra do Senhor. Dizia ele: ... já não sou eu
quem vive, mas Cristo vive em mim (Gl 2:20a).
O referido apóstolo se tornou um proeminente pregador dos conselhos de Deus. Paulo
era uma peça essencial do projeto divino. Deus
o usaria para a revelação de seu mistério, que,
até então, não havia sido compreendido pela
mente humana (Ef 3:5). Por trás da revelação
desse mistério, está a realização do projeto de
Deus relacionado aos gentios. É sobre isso que
trataremos neste estudo.
I
PARA A IGREJA SABER
Na antiguidade, Deus escolheu para si um
povo. Deste, ele fez a sua própria herança peculiar entre todos os povos, reino de sacerdowww.portaliap
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43
tes e nação santa (Ex 19:5, 6). Israel,
no entanto, “rejeitou tanto a Jesus
como a sua mensagem a respeito do
Reino”.1 Por isso, perdeu todos esses
privilégios, sendo que “seu lugar seria assumido por outros que se provassem dignos de tal participação”2
(Mt 21:43; Mc 12:1-9). Essa informação nos ajudará a entender o conceito, os obstáculos, a relevância e os
despenseiros do projeto divino.
1. O projeto divino e seu conceito: Por mais sábio que seja, o ser
humano não é detentor de toda a sabedoria. Muitas coisas ainda lhe estão
ocultas, e assim permanecerão, até
que Deus decida revelá-las (Dt 29:29).
Desse modo, no Novo Testamento,
Deus revela um mistério antes oculto,
e o faz por intermédio do apóstolo
Paulo: ... segundo a revelação, me foi
dado a conhecer o mistério (Ef 3:3).
De fato, nesse texto, a palavra
traduzida por mistério (gr. mistérion)
“não inclui a ideia de doutrina incompreensível, mas é uma verdade
anteriormente oculta, que agora foi
divinamente revelada”.3 As coisas espirituais não podem ser compreendidas por pessoas carnais, que não têm
o conhecimento de Deus. Por isso,
por meio de Paulo, o segredo divino
foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito. (Ef 3:5)
1. Ladd (2001:101).
2. Idem, p.107.
3. Lopes (2008:112-113).
44
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
O que vem a ser o mistério revelado ao sábio apóstolo? O projeto de
Deus relacionado aos povos gentios,
como está escrito: ... os gentios são
co-herdeiros, membros do corpo e
co-participantes da promessa em
Cristo Jesus por meio do evangelho
(v.6). Em outras palavras, os gentios,
isto é, os não judeus, têm direito aos
privilégios espirituais por meio do
evangelho, tanto quanto tinham os
judeus como povo eleito. Isso mesmo. A igreja, formada por gente de
todas as tribos, línguas e nações, é o
povo de Deus na terra (1 Pd 2:9-10).
Portanto, agora faz sentido pregar o evangelho a esses povos, pois
este é poder de Deus para salvação
tanto do judeu quanto do grego (Rm
1:16), do etíope (At 8:27-38) etc.
Não foi à toa que o próprio Senhor
comissionou Paulo a pregar o evangelho a todos os homens (At 9:15,
26:13-18). Cristo morreu para que
todo o que nele crê (independentemente de etnia, língua, escolaridade
etc.) não pereça, mas tenha a vida
eterna (Jo 3:16).
2. O projeto divino e seus obstáculos: Engajar-se no projeto de
Deus não é isentar-se de sofrimento,
mas é servir, apesar do sofrimento.
Paulo se propôs a enfrentar os mais
cruéis obstáculos, quando resolveu,
a mando de Deus, descortinar o
evangelho aos gentios. A oposição
que enfrentou foi violenta e covarde.
Pelo menos, dois grandes obstáculos
merecem ser observados aqui.
Em primeiro lugar, por se engajar
no projeto de Deus, Paulo enfrentou
o preconceito. Unir judeus e gentios
numa mesma comunidade era algo
inaceitável pela liderança judaica. Não
havia união entre esses povos. Para termos uma ideia, segundo “os judeus ortodoxos do tempo de Paulo, os gentios
não passavam de ‘cães’, e a atitude de
alguns dos judeus cristãos para com os
gentios não era muito melhor”.4
A princípio, até o apóstolo Pedro
teve dificuldade em aceitar os gentios
na comunidade cristã, mas logo entendeu que Deus não faz acepção de
pessoas (At 10:28,34-36). Deus não
aprova o preconceito em sua comunidade. Ele não nos ama pela cor que
temos, pela profissão que escolhemos ou pela pátria em que nascemos.
O seu amor é incondicional. Sabendo
disso, Paulo continuou a pregar o
evangelho entre os gentios (Ef 3:8).
Em segundo lugar, por se engajar no
projeto de Deus, Paulo enfrentou a perseguição. Dizer que os gentios tinham
os mesmos direitos espirituais que os
judeus era uma afronta. Por isso, Paulo
foi lançado na prisão e açoitado, sob a
acusação de disseminar o preconceito
contra os judeus (At 21:28-33). Porém,
o apóstolo não murmurava; antes,
agradecia a Deus pelo privilégio de sofrer por amor a Cristo (Cl 1:24).
3. O projeto divino e sua relevância: Até aqui, estudamos sobre o
conceito do projeto divino e seus obs4. Wiersbe (2006:33).
táculos. Agora, porém, passaremos a
analisar outro aspecto desse projeto:
a sua relevância. Por ser relevante, foi
revelado por Deus no tempo apropriado. Alguns motivos atestam a relevância do projeto divino, dentre os
quais, destacaremos três.
O primeiro motivo refere-se a uma
reconciliação completa. Por meio de
Jesus, os cristãos gentios foram reconciliados com os cristãos judeus (Ef
2:12-13). Sendo assim, as desavenças entre ambos os povos não fazem
sentido, pois pertencem ao mesmo
Deus (Rm 3:29). Além disso, por meio
de Cristo, os gentios também foram
aproximados de Deus (Ef 2:16).
O segundo motivo refere-se a uma
inclusão eclesial. A igreja não é composta somente de judeus, pois, em
Cristo, os gentios também foram nela
incluídos pelo próprio Deus. Assim
sendo, não pode haver judeu nem
grego; nem escravo nem liberto; nem
homem nem mulher; porque todos
vós sois um em Cristo Jesus (Gl 3:28).
O terceiro motivo refere-se a uma
herança espiritual. Além de membros
do mesmo corpo, os cristãos gentios
são também co-herdeiros e co-participantes da promessa em Cristo Jesus
por meio do evangelho (Ef 3:6). Não
há privilégios no corpo de Jesus. Tanto
judeus quanto gentios, ricos e pobres,
altos e baixos, brancos e negros, intelectuais e leigos, têm parte nas bênçãos espirituais. Glória a Deus por isso!
4. O projeto divino e seus despenseiros: Paulo se considerava
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45
um despenseiro do mistério divino
(Ef 3:2). O “termo dispensação, oikonomia, indica uma pessoa encarregada de administrar os bens do seu
senhor (Lc 16.1-8)”.5 Em outras palavras, o despenseiro assemelha-se ao
mordomo. Paulo, como despenseiro
ou mordomo, não tinha o “dever
de providenciar o alimento, mas de
prepará-lo e servi-lo. Não lhe cabia
colocar o alimento na despensa, mas
prepará-lo e levá-lo à mesa”.6 Assim
sendo, duas importantes atitudes foram por ele adotadas no sentido de
levar adiante o projeto divino.
A primeira delas foi a proclamação. Disse ele: ... me foi dada
esta graça de pregar aos gentios o
evangelho das insondáveis riquezas
de Cristo (Ef 3:8). Tanto os gentios
quanto os judeus precisavam ouvir
o evangelho e aceitar a sua proposta. Como despenseiros das verdades
divinas, devemos imitar Paulo nes5. Lopes (2008:112).
6. Idem 5.
se sentido. Sem hesitar, precisamos
apresentar Jesus e a sua obra de salvação a todos os pecadores.
A segunda atitude de Paulo, no
sentido de promover o projeto divino, foi o discipulado (Ef 3:4). A proclamação era apenas uma parte de
sua responsabilidade como despenseiro. Além de pregar aos gentios,
ele “também deveria ensinar-lhes
sobre sua posição maravilhosa em
Cristo como membros do corpo, participando da graça de Deus em pé de
igualdade com os judeus”.7
Com base no que aprendemos até
aqui, cabe uma importante reflexão:
Como despenseiros do evangelho,
qual tem sido a nossa atitude em
relação à proclamação? E o discipulado, como tem sido encarado
em nossas ações? A proclamação e
o ensino bíblico se complementam.
Mais do que trabalhar para que o
evangelho seja aceito, precisamos
nos preocupar em fazê-lo entendido.
7. Wiersbe (2006:34).
01. O que é o mistério revelado ao apóstolo Paulo, de acordo com Ef
3:3,5? Baseie-se também no item 1.
02. Com base no item 2, fale sobre os obstáculos enfrentados por
Paulo, depois que este passou a se envolver no projeto de Deus.
46
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
03. Por que o projeto divino é relevante? Comente baseando-se em
Ef 2:12, 3:6; Gl 3:28, e no item 3.
04. Leia Ef 3:8; o item 4, e comente sobre a primeira atitude adotada
por Paulo como despenseiro do projeto divino.
05. Leia Ef 3:4; o item 4, e comente sobre a segunda atitude adotada
por Paulo como despenseiro do projeto divino.
II
PARA A IGREJA VIVER
1. Para envolver-se no projeto
de Deus, evite a acepção.
Os gentios ou não judeus, por
muito tempo, ficaram separados da
comunidade de Israel e estranhos à
aliança da promessa (Ef 2:12). Eram
chamados, ironicamente, de incircuncisos pelos judeus (v.11). Porém, o
sacrifício de Jesus tornou-os filhos de
Deus, quando aceitaram o Salvador (Jo
1:12). O evangelho chegou até eles!
Para engajar-se no projeto de
Deus, Paulo não podia ter acepção
de pessoas; precisava estar perto dos
gentios, comer com eles, falar com
eles. Nós, também, não podemos
cair no erro de elitizar o evangelho.
O rico e o pobre, o branco e o negro,
o europeu e o africano, o jovem e o
ancião precisam ser alcançados pela
mensagem do evangelho. Foi por todos que Cristo morreu.
06. Por que é tão importante evitarmos a acepção de pessoas, ao nos
envolvermos no projeto de Deus?
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47
2. Para envolver-se no projeto
de Deus, suporte a aflição.
Tendo Paulo desenvolvido o
seu ministério entre os gentios (At
21:19), foi alvo de violenta oposição,
por parte dos judeus. Como um bandido perigoso, foi lançado na prisão.
Lá, além de ter sido algemado, foi
espancado como um fora da lei e
ameaçado de morte (vv. 31-33). Por
tudo isso ele passou, ao se envolver
no projeto de Deus.
Não pensemos que, pelo fato de
sermos cristãos, as aflições não baterão em nossa porta. Neste mundo,
teremos aflições (Jo 16:33). Mas, se
quisermos estar envolvidos com o projeto de Deus, precisamos suportá-las.
Portanto, estejamos conscientes de
que, como despenseiros, serviremos ao
mundo com o evangelho como ovelhas no meio de lobos (Mt 10:16). Contudo, faremos isso com alegria, porque
até morrer por Jesus é lucro (Fp 1:21).
07. Por que é tão importante suportarmos a aflição, ao nos
envolvermos no projeto de Deus?
DESAFIO DA SEMANA
No estudo de hoje, aprendemos que o projeto de Deus foi revelado a Paulo, que o transmitiu aos demais apóstolos e também
aos gentios. Esse projeto ou mistério consiste em unir os cristãos
judeus e gentios em um só corpo, a igreja (Ef 3:6).8 Por isso, Paulo
lhes pregou a palavra, mesmo diante da oposição de muita gente.
Isso nos leva a um importante desafio: Que tal, nesta semana,
superarmos os nossos medos e preconceitos e falarmos de Cristo
àquele tipo de pessoa que, até agora, temos receio de evangelizar?
Que tal visitarmos uma favela, uma prisão, uma clínica de dependentes químicos, ou, quem sabe, conversar com um homossexual sobre
a verdade do evangelho? A salvação é também para essas pessoas.
8. Idem, p.33.
48
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
7
18 DE MAIO DE 2013
SER IGREJA É...
Recusar a
superficialidade da fé
Hinos sugeridos – BJ 79 • BJ 68
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Levar o estudante a
compreender que, com
o poder fortalecedor
do Espírito e com a
presença de Cristo, a
igreja pode aprofundarse na compreensão e na
prática do amor de Deus,
e, assim, viver uma vida
cristã robusta.
Oro para que, estando arraigados e alicerçados
em amor, vocês possam, juntamente com
todos os santos, compreender a largura, o
comprimento, a altura e a profundidade, e
conhecer o amor de Cristo que excede todo
conhecimento, para que vocês sejam cheios de
toda a plenitude de Deus. (Ef 3:18-19 – NVI)
LEITURA DIÁRIA
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INTRODUÇÃO
A vida na superfície é cômoda. Aliás, como
seres humanos, é assim que vivemos: sobre a superfície terrestre. Nela, temos ar em condições
ideais, desfrutamos de mananciais de águas e
locomovemo-nos com facilidade. Excluindo esse
aspecto, as demais referências ao que está na
superfície, ao que é superficial ou a quem vive
na superficialidade são negativas. Nesta lição,
faremos o contraponto entre superficialidade e
profundidade, para tratar sobre a fé cristã.
A fé necessita de profundidade para amadurecer. Vivê-la na superfície é permanecer na
imaturidade, sem raízes ou alicerces profundos. Como igreja de Cristo, devemos recusar
viver a nossa fé superficialmente, pois sabemos que temos um Deus riquíssimo em graça
e misericórdia. Por saber disso, Paulo expressou, em oração, seu desejo de que os crentes
em Éfeso tivessem uma fé profunda. Ser igreja
é recusar a superficialidade da fé.
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49
I
PARA A IGREJA SABER
A lição desta semana tem por base
Efésios 3:14-21, trecho em que Paulo escreve uma oração considerada
por muitos a mais sublime de toda
a Bíblia Sagrada. Nela, o apóstolo
suplica a Deus, em favor da igreja,
por maturidade. Ele se expressa por
meio de uma oração porque rejeitar
a superficialidade da fé não é algo
fácil. Viver na superfície é cômodo.
Rejeitar esse estado de conforto é
um desafio. Analisemos, então, a
oração do apóstolo. Vamos dividi-la
em duas partes.
1. Um pedido por poder, para
que a superficialidade da fé seja
rejeitada: Paulo inicia sua oração
dizendo: Por essa razão (v.14). A razão em questão foi vista na última
lição: o projeto de Deus relacionado
aos povos gentios de que fossem
co-herdeiros, membros do corpo
e co-participantes da promessa em
Cristo Jesus por meio do evangelho
(v.6). Em outras palavras, os gentios
têm direito aos privilégios espirituais, por meio do evangelho, tanto
quanto o tinham os judeus, como
povo eleito.
A cruz igualou todas as pessoas:
todos têm acesso a Deus, por meio
do Espírito. Depois de anunciar
essa verdade, Paulo ora para que
a igreja, composta por gente de
todas as tribos, línguas e nações,
seja madura e desfrute das glorio50
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
sas riquezas em Cristo. Em primeiro lugar, o apóstolo pede por fortalecimento, através do poder do
Espírito: Oro para que sejais interiormente fortalecidos com poder
pelo seu Espírito (v. 16). É o poder
do Espírito que dá a capacitação
necessária à vida cristã.
Note que esse poder precisa agir
no íntimo. No texto grego, temos a
expressão éso anthropon, que significa “dentro do homem” ou no
“interior da pessoa humana”, e, na
época, era usada para descrever o
centro da personalidade humana;
era o oposto de “homem exterior”,
que se referia à aparência humana.
O homem interior “era o centro da
vontade, da inteligência, dos valores da pessoa humana”.1 Podemos
dizer que essa expressão é sinônima
de “coração”, que aparece no v.17.
O Espírito Santo opera no interior do ser humano, que o visível e
o aparente não alcançam. É pelo
poder da presença do Espírito em
nós que Cristo habita em nossos
corações, em nosso “homem interior”, em nossas mentes. Stott afirma que “é precisamente mediante o
Espírito que Cristo habita em nosso
coração”.2 Cristãos, por natureza,
são templos do Espírito Santo.
1. Monteiro (2004:62).
2. Stott (2007:96).
Ainda que essa seja uma verdade, aqui está em jogo não a habitação propriamente dita, mas sua
qualidade. Como diz Hodge,3 a
questão é de intensidade. Lopes4
tem uma expressão muito interessante para isso: “... uma coisa
é ter o Espírito residente, outra é
ter o Espírito presidente”. Além de
consolar e animar, o Espírito precisa reinar no coração do crente. E
como ele faz isso? Fazendo Cristo
habitar em nós mais plenamente. A
escolha da palavra para a ideia da
“habitação” só vem a confirmar a
noção da intensidade.
Dois verbos gregos são traduzidos
por “habitar”: paroikeo e katoikeo.
O primeiro significa habitar como estrangeiro. Trata-se de uma habitação
temporária, da qual não temos posse
completa. O segundo foi utilizado no
texto de Paulo e significa “estabelecer-se em algum lugar”; também
traz a ideia de permanência, propriedade.5 O primeiro verbo refere-se a
estar em uma morada com restrições
e sem intimidade; o segundo, a estar
confortavelmente em um ambiente
e sentir-se verdadeiramente em casa.
Paulo deseja que Cristo, por meio do
Espírito, sinta-se em casa em nosso
coração; afinal, trata-se da casa dele,
definitiva e totalmente, não somente
na sala de visitas.
3. Idem.
4. Lopes (2009: 91).
5. Stott (2007: 97).
Só poderemos romper com a superficialidade quando nosso ser interior, nossas mentes e nossa personalidade forem controlados por Cristo.6 Oremos para que o Espírito, que
habita em nós, nos encha de Cristo,
cada dia mais, para que este tenha
acesso e controle sobre o íntimo de
cada um de nós.
2. Um pedido por entendimento, para que a profundidade da fé seja alcançada: Na
continuidade de sua oração, o
apóstolo roga a Deus que a igreja tenha um amor, não superficial,
sem raízes, sem fundamento, mas
profundo. Paulo sabia que, para
exercitar o amor, a “igreja necessita do poder do Espírito Santo
e precisa de Cristo habitando
nela”. Depois, ele suplica: Oro para
que vocês tenham raízes e alicerces
no amor (v. 17b – NTLH).
O apóstolo utiliza duas metáforas
para se referir ao alcance da profundidade: “arraigar”, como uma árvore, e “alicerçar”, como um edifício.
A árvore e o edifício são a aparência,
mas sua saúde e firmeza encontram-se, respectivamente, na profundidade das raízes e na forte estrutura dos
alicerces fincados profundamente
na terra. Em se tratando da fé cristã,
precisamos ter raízes e alicerces no
amor. Este deve “ser a base na qual
a vida é edificada”.7
6. Idem, p.40.
7. Lopes (2009:99).
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51
Prosseguindo, Paulo, em oração,
apresenta a razão pela qual pediu
que os cristãos estivessem arraigados e alicerçados no amor: ... a
fim de que vos seja possível compreender, juntamente com todos
os santos, a largura, o comprimento, altura e a profundidade (v.18)
do amor de Cristo. Essas quatro
medidas matemáticas referem-se ao todo da sabedoria de Deus
demonstrada no seu infinito amor
para a salvação da humanidade.8
Segundo Stott, parece legítimo dizer que o amor de Cristo é suficientemente largo para abranger a totalidade da humanidade, suficientemente comprido para durar por toda
a eternidade, suficientemente profundo para alcançar o pecador mais
degradado e suficientemente alto
para levá-lo ao céu.9 Veja com que
grande amor Deus nos amou! Paulo
quer que os cristãos compreendam
essas questões, apesar de reconhecer que o amor de Deus excede todo
entendimento (v.19).
Um detalhe importante da oração
é que a compreensão dessa grandiosidade do amor de Deus ocorre somente com todos os santos (v.18a).
É impossível alguém se aprofundar
na compreensão do amor de Deus
sozinho. É na comunidade, com nossos irmãos, com a troca de experiências, que caminhamos para entendi8. Calvino (2010:280).
9. Stott (2007:98).
52
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
mentos mais claros e elevados sobre
o amor de Deus.
Romper com a superficialidade
da fé implica também crescer em
comunhão; afinal, Paulo não ora só
para que os cristãos compreendam o
amor, mas para que o conheçam (v.
19a). O verbo “conhecer”, que aparece no v.19, refere-se a um conhecimento alcançado pela experiência.
Por isso, a Bíblia Viva apresenta a
seguinte tradução: ... e por si mesmos experimentar este amor. Estar
“arraigado” e “alicerçado” em amor
implica relacionar-se em amor de
maneira racional e prática.
É isto que o Senhor espera: crentes frutíferos, que atinjam a maioridade da fé. Juntemos, então, as
partes da oração até aqui: o fortalecimento e o poder operam no íntimo
do ser humano para que Cristo tenha residência permanente nele, de
tal maneira que ele se aprofunde no
conhecimento e na prática do amor.
Só assim pode caminhar para a intensificação da plenitude de Deus
(v. 19c). Esse talvez seja o pedido
mais ousado de Paulo.
A plenitude ou perfeição de Deus
é o padrão que devemos desejar. Caminhamos, querendo ser, cada dia,
mais parecidos com ele. Assim, ao
fazermos comparações, na vida cristã, olhamos para Cristo. Por isso, enchamo-nos de humildade, na busca
constante por nos parecermos mais
e mais com o Salvador e Senhor de
nossas vidas.
Por essas e outras razões, essa é
considerada a mais sublime oração
da Bíblia, feita por um homem em
prisão, que não foca suas petições
em necessidades materiais, mas no
sublime aprofundamento do conhe-
cimento de Deus. A plenitude a que
Paulo se refere é um alvo, o estado
final de perfeição. Como vimos, isso
só é possível por meio da abertura
para um relacionamento mais profundo com o Senhor.
01. Leia Ef 3:14-16 e comente com a classe sobre o primeiro pedido
de Paulo aos cristãos de Éfeso.
02. Por que Paulo ora pedindo a Cristo que habite nos corações
dos crentes efésios? Leia Ef 3:17a e explique o sentido da palavra
“habitar” e o que ela ensina.
03. Quais as duas metáforas para o crescimento profundo utilizadas
por Paulo e o que elas nos ensinam? Leia Ef 3:17b.
04. Uma vez que os crentes estão “arraigados” e “alicerçados” no
amor, podem “compreender” e “conhecer” o amor de Cristo. Como é
isso, na prática? Como entender Ef 3:18-19a? Baseie-se no item 2.
05. O que é a “plenitude de Deus”? Como o cristão caminha para
essa plenitude? Leia Ef 3:19 e os últimos parágrafos do item 2.
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53
II
PARA A IGREJA VIVER
1. Recusar a superficialidade
da fé pode ser difícil, mas é fundamental.
Um judeu costuma orar de pé.
Ao colocar-se de joelhos, para
fazer a oração estudada por nós,
nesta lição, Paulo demonstra
a importância do conteúdo de sua
súplica (Ef 3:4). Aprofundar-se é
uma necessidade fundamental da
igreja, porque somos “família do
Pai”, isto é, carregamos o nome
dele, como igreja. Assim, não po-
demos rejeitar as “riquezas de
sua glória” e aceitar uma vida cristã superficial.
Não é natural do ser humano recusar a superficialidade; essa é uma
tarefa difícil, que requer o poderoso fortalecimento do Espírito Santo.
É de suma importância que a igreja assuma sua condição de habitação do Espírito, através de seus
membros. Da mesma forma, cada
um precisa buscar ser cheio do Espírito, constantemente.
06. Leia a primeira aplicação e responda: Apesar de difícil, por que é
fundamental recusarmos a superficialidade da fé?
2. Recusar a superficialidade da fé pode ser difícil, mas
é possível.
Conhecer racionalmente algo
não significa saber praticar o que se
conhece. Talvez você conheça toda
a teoria da natação, mas nunca tenha nadado. Somente a prática trará o verdadeiro conhecimento dessa
atividade. Quanto ao amor, além de
conhecermos sua profundidade em
Cristo, precisamos praticá-lo. Ser
igreja é amar uns aos outros, amar
o pecador e amar a Deus profunda54
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
mente. Sem amor, é vã a nossa fé.
Por mais que seja difícil vivenciarmos esse amor, podemos fazê-lo e
ter uma vida cristã robusta. Paulo
ora sabendo que serve a um Deus
capaz de fazer infinitamente mais
do que pedimos ou pensamos, de
acordo com seu poder que atua
em nós (Ef 3:20). Peçamos a esse
Deus que nos fortaleça com o seu
Espírito e que Cristo habite em nós
intensamente. Quanto mais isso
acontecer, mais entenderemos e vivenciaremos o amor.
07. Leia a segunda aplicação e responda: Apesar de difícil, por que é
possível recusarmos a superficialidade da fé?
DESAFIO DA SEMANA
Estudamos sobre recusar a superficialidade da fé. Consegue
perceber isso em você? Será que está em sintonia com “todos os
santos”, para compreender o amor de Cristo? Será que você tem
aceitado o desafio de aprofundar-se no conhecimento de Cristo,
permitindo a ação poderosa do Espírito Santo em sua vida? Veja
que esse conhecimento profundo não conduz ao orgulho do sábio, mas ao amor de Cristo. É na prática do amor que você pode
conhecê-lo mais e mais.
Para quem e em que circunstâncias você precisa demonstrar
mais amor? Que tal aproveitar os próximos dias para viver essas
verdades, orando para que isso se torne seu alicerce e fundamento? Nesta semana, marque um encontro com outro cristão para
partilhar com ele o que Deus fez em sua vida, e peça-lhe que faça
o mesmo. Depois, na troca de experiências, louvem a Deus, pois,
assim, vocês verão o quanto o amor de Deus é grandioso.
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55
8
SER IGREJA É...
Lutar pela
unidade do corpo
25 DE MAIO DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 21 • BJ 272
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Levar o estudante a
entender quais são as
virtudes, as colunas, os
dons e os resultados da
unidade, a fim de que
lute pela unidade da
igreja, usando seus dons e
ensinando a verdade.
Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo
auxílio de todas as juntas, cresce e edificase a si mesmo em amor, na medida em que
cada parte realiza a sua função. (Ef 4:16)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
19/05
20/05
21/05
22/05
23/05
24/05
25/05
Ef 5:4
Ef 5:5
Ef 5:6
Ef 5:7-8
Ef 5:9-10
Ef 5:11
Ef 5:12-13
INTRODUÇÃO
A unidade é proporcionada por Deus, necessária à igreja e um desejo de todo membro. Muito se fala sobre o assunto, muito se
lê, muito se estuda, muito se prega; entretanto, pouco se vive, de fato. Como a unidade
é uma marca significativa da igreja de Cristo,
esta precisa vivê-la plenamente.
Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu o texto de Efésios 4:1-16, a fim de revelar
questões imprescindíveis à unidade, que serão
analisadas na presente lição. Que você, estudante, se dedique ao estudo deste assunto,
não apenas com o intuito de somar conhecimento ou criticar a realidade, mas com o empenho para promover a unidade.
I
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56
PARA A IGREJA SABER
Nos primeiros três capítulos de Efésios,
Paulo trata de doutrina e benefícios obtidos
por meio do sacrifício e da ressurreição de
Cristo. Na sequência, trata dos deveres – os
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
que desfrutam das bênçãos precisam portar-se como verdadeiros
filhos de Deus – e faz uma convocação: se alguém é cristão, que viva
como tal.1 Seu primeiro ensino, nesta parte de Efésios, é sobre a unidade da igreja.
1. Virtudes necessárias à preservação da unidade: Paulo lista
virtudes necessárias para vivermos
de modo digno do nosso chamado
(Ef 4:1-3). Essas virtudes são essenciais para a vida em unidade. A primeira delas é a humildade (v.2a), que
nada mais é do que o realismo acerca
de nós mesmos, ou seja, não nos considerarmos além, nem aquém do que,
de fato, somos.
Jesus foi um modelo perfeito de
humildade.2 Não considerou toda
a sua glória, ao rebaixar-se à forma
humana. Quem somos nós para não
o imitarmos? Pessoas humildes relacionam-se facilmente, ao passo que
as orgulhosas vivem promovendo
discórdia e maculando a união.
A segunda virtude é a mansidão
(v.2b), que é a qualidade da moderação.3 A palavra grega traduzida
por “mansidão” servia para designar um animal submetido à disciplina. Isso pode indicar que precisamos ter todo o nosso corpo sob
o controle de Deus. Pessoas mansas
são mais acessíveis.
1. Wiersbe (2006:44).
2. Foulkes (1983:90).
3. Stott (2007:105).
A terceira virtude é a longanimidade (v.2c), que é a capacidade de
se ter longo ânimo e tolerar provocação, sem revidar. A palavra grega
traduzida por “longanimidade” dá
o sentido de não se apressar em retaliar.4 A quarta virtude necessária à
preservação da unidade é a tolerância (v.2d), que está implícita na expressão “suportando-vos”. Suportar
transmite a ideia de saber tolerar as
fraquezas alheias em amor. Não existe, nesta terra, ser humano perfeito.
Por isso, essa virtude é essencial nos
relacionamentos humanos.
Paulo incentiva os cristãos a se esforçarem constantemente para manter a unidade: Façam todo esforço
para manter a unidade do Espírito
(v.3a). As virtudes anteriormente
mencionadas não podem “criar” a
unidade entre os crentes: ela é criada
pelo “Espírito”; por isso, é chamada
de “unidade do Espírito”. Paulo ainda diz que a ligadura que a mantém
é a paz (v.3b). Nosso desafio é preservar tanto uma quanto outra, pois
são constantemente ameaçadas; daí
a necessidade de cultivarmos as virtudes tratadas aqui.
2. Colunas indispensáveis na
unidade: Paulo passa a tratar sobre
algo que sustenta a unidade da igreja. Ele menciona sete colunas (Ef 4:46). Destas, três se referem à triunidade: “um Espírito”, “um só Senhor”,
“um só Deus e Pai”. As demais se
4. Foulkes (1983:91).
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57
referem à “experiência cristã com relação às três pessoas da Trindade”.5
Então, vamos lá:
Em primeiro lugar, há um só
corpo (Ef 4:4), que é a igreja (1 Co
12:12-31), composta por todos os
tipos de pessoas, que divergem em
termos de origem, posição social,
temperamentos; contudo, constituem apenas um corpo (Rm 12:5).
Em segundo lugar, há um só Espírito (v.4b), porque o corpo de Cristo,
composto por pessoas de todas as
tribos, raças e nações, só é unificado
pelo Espírito Santo (cf. 1 Co 12:13).
Em terceiro lugar, há uma só esperança (v.4c), que é a volta do Senhor
Jesus e a vida eterna ao seu lado.
Em quarto lugar, há um só Senhor.
Quem é ele? É o Senhor Jesus Cristo,
que morreu por nós, vive por nós e
voltará para nos buscar.
Em quinto lugar, há uma só
fé (v.5a). A fé a que o texto se refere é a que uma vez foi entregue
aos santos (Jd 3), o conjunto de
verdades que Cristo confiou a sua
igreja. Os cristãos verdadeiros podem até discordar de alguns pontos
de interpretação secundários, mas
todos concordam nos assuntos fundamentais da fé.
Em sexto lugar, há um só batismo (Ef 4:5b), porque todos nós
apresentamos o mesmo testemunho público da nossa fé. O batismo
é a demonstração pública da crença
5. Stott (2007:15).
58
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
no evangelho de Jesus e é feito em
nome da Trindade.
Em sétimo lugar, há um só
Pai (v.6). A igreja possui um Pai; portanto, é uma só família. Deus é sobre todos, porque governa a igreja;
é por todos, pois a sustenta, e em
todos, porque preenche ou habita os
seus. O pronome todos indica que o
relacionamento com Deus se faz não
apenas na singularidade, mas também na unidade.
3. Dons ministeriais e a unidade: O apóstolo Paulo deixa de lado
os elementos comuns aos cristãos e
passa a enfocar o que lhes é distinto: os dons espirituais (Ef 4:7-11).6 A
unidade na igreja não significa uniformidade, pois o corpo de Cristo
é composto por variados membros.
Portanto, a diversidade é sua característica, já que as pessoas possuem
diferentes dons. Sabe a razão? Ele,
em sua maravilhosa sabedoria, quer
que dependamos uns dos outros.7
Assim, por mais simples que seja a
sua função ou por mais humilde que
seja o membro, ele é fundamental
ao bom andamento da igreja.8
Em Efésios, não temos mencionados todos os dons; apenas alguns.
Lemos que Deus constituiu uns para
apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para
pastores e mestres (4:11). Apóstolos
6. Wiersbe (2006:46).
7. Foulkes (1983: 95).
8. Wiersbe (2006: 47).
foram somente os doze; não nomeamos ninguém assim atualmente.
Contudo, a palavra grega para apóstolo traz a ideia de alguém que é enviado. Os dotados deste dom são enviados a implantar igrejas onde ainda
não há. Profetas são aquelas pessoas
que recebem uma capacitação divina
para expor a palavra de Deus à igreja
num grau incomum. O dom de profeta é diferente do dom de profecia.
Evangelistas são os dotados de habilidade para expor o evangelho de
modo bastante acessível aos não crentes. Claro que um dom especial para
pregar não isenta os demais cristãos
de fazê-lo. Por fim, temos pastores e
mestres, que sãos dois dons em uma
função. Pastor é aquele que apascenta, ou seja, orienta e lidera os cristãos.
Todo pastor é mestre; porém, nem
todo mestre é pastor. Mestres são capacitados a ensinar com maestria os
demais cristãos acerca da Bíblia.9
No versículo 12, de Efésios 4, Paulo mostra que o alvo de Deus com os
dons é, em primeiro lugar, o aperfeiçoamento dos santos. Essa expressão traz a ideia de remendar redes
(cf. Mt 4:21), ou, ainda, de restaurar
um osso partido. Em segundo lugar,
Deus visa ao desempenho do serviço. Aqui, o apóstolo mostra mais
uma vez que cada crente tem uma
função a desempenhar na igreja. Em
terceiro lugar, Deus visa à edificação
do corpo de Cristo. À medida que os
9. O Doutrinal (2012:118).
membros usam os seus dons, todos
são edificados e fortalecidos na unidade da fé (Ef 4:13).
4. Resultados esperados na
unidade: Em Efésios 4:13-16, Paulo mostra que o resultado básico da
unidade da igreja é seu crescimento
espiritual. Esse crescimento pode ser
confirmado em três aspectos. O primeiro é a maturidade espiritual (v.
13). Uma igreja que se esforça diligentemente para manter a unidade
está caminhando para a maturidade,
isto é, tem Cristo como referencial
e caminha para se parecer com ele
cada dia mais.
O segundo aspecto que confirma
o crescimento espiritual da igreja é
a estabilidade espiritual. Uma igreja
que se esforça diligentemente para
manter a unidade não é levada por
ventos de doutrinas: O propósito é
que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para o outro
pelas ondas, nem jogados para cá e
para lá por todo o vento de doutrinas (v.14). A palavra grega traduzida
por levados (v.14b) sugere a imagem
de um barco sendo levado violentamente pelas águas.
Há charlatões no meio evangélico,
há falsas doutrinas sendo difundidas.
Somente uma igreja madura é capaz
de rejeitá-los. Esses impostores usam
de artimanha e astúcia (v. 14c). “Artimanha” é a tradução para a palavra
grega kubeia, usada em referência a
jogadores de dados trapaceiros. “Astúcia” é a tradução para panourgia,
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que indica a habilidade de ludibriar.
Infelizmente, há crentes oscilantes,
sem convicção, que aceitam qualquer novidade, por não serem firmados na verdade.
O terceiro e último aspecto que
confirma o crescimento espiritual da
igreja é a cooperação espiritual. Ajudamos uns aos outros em verdade
e amor (v.15-16). Vimos que alguns
enganam (os charlatões); mas a
igreja de Cristo transmite a verdade,
movida pelo amor, visando ao benefício de outros (v. 15).
O crescimento que há na igreja
é proporcionado por Cristo e tem
como objetivo glorificá-lo. Paulo encerra o v. 16 afirmando que a saúde do corpo provém de um crescimento que emana da cabeça, ou
seja, de Cristo; contudo, não isenta
cada membro de uma postura ativa
e altruísta em busca da edificação de
todo o corpo.10
10. Calvino (2010:306).
01. Leia Ef 4:1-3, o item 1 do comentário e responda: Por que as
virtudes exigidas aos cristãos são fundamentais para a vida em
unidade? Fale sobre cada uma delas.
02. O item 2 do comentário trata sobre as colunas da unidade. Quais
são elas? Leia Ef 4:4-6.
03. Leia Ef 4:7-11; o item 3, e fale sobre os dons. Quais as razões de
termos dons diferentes?
04. Leia Ef 4:12; o último parágrafo do item 3, e comente sobre os
propósitos de Deus, ao conceder dons à sua igreja.
60
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
05. Leia Ef 4:13-16; o item 4, e comente com a classe sobre os
resultados produzidos pela unidade da igreja.
II
PARA A IGREJA VIVER
1. A igreja luta pela unidade,
quando usa seus dons com esmero.
Dom é a tradução para a palavra
charismata, e tem sua origem na palavra charis, que significa graça. Dom é
um presente recebido do Espírito Santo. Se é presente, não é recebido por
mérito, não é resultado de habilidades humanas. Sendo assim, deve ser
usado como requer aquele que o deu.
Não podemos nos envaidecer por
receber os dons, mas, sim, entender
que trazem responsabilidades.11 Os
dons são para o serviço, e isso significa que os usamos para servirmos aos
outros, não para nos destacarmos ou
sermos servidos. Se não forem usados para o benefício do corpo e para
promover a unidade deste, os dons
não têm valor.
11. Idem p.289.
06. Qual a forma correta de usarmos os dons? Por que o cristão não
deve se envaidecer por ter algum dom?
2. A igreja luta pela unidade, quando ensina a verdade
com amor.
A igreja precisa ser guiada pela
verdade, que costumamos entender
como um conjunto de normas bíblicas a serem cumpridas. Isto está certo; contudo, podemos ampliar esse
conceito, entendendo que, mais do
que regras, a verdade é uma pessoa,
o próprio Jesus (Jo 14:6). Sendo assim, nossa conduta deve ser guiada
por ele, de modo que evidenciemos
o amor.
Alguns cristãos estão dispostos
a digladiar entre si, pois desejam
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manter a verdade, custe o que custar. Costumam não refletir sobre
suas exigências, e, às vezes, contendem por questões supérfluas ou
tradicionalismos que não valem a
dissolução da unidade. O contrário
também acontece, quando, visando ao amor, os cristãos tornam-se
permissivos. Verdade e amor precisam ser equilibrados. Isso só será
possível quando formos cheios do
Espírito Santo.
07. Como pode a igreja ensinar e viver a verdade com amor?
Como é possível manter uma postura amorosa e, ao mesmo tempo,
não permissiva?
DESAFIO DA SEMANA
O desafio para esta semana não é simples, mas é possível em
Cristo, o cabeça da igreja. Você verificou, na palavra de Deus, que,
sendo um cristão, precisa viver como tal. Cristãos que vivem de
modo digno são humildes, mansos, longânimes, tolerantes, amorosos e pacíficos. Desafie-se a desenvolver essas virtudes, pois, assim, estará promovendo a unidade.
Use os dons espirituais que você tem para a edificação do corpo
de Cristo. Não se considere superior a ninguém, por ter um dom
que lhe confere evidência. Se ainda não descobriu seu dom, peça
ao Espírito que o ajude a assumi-lo e usá-lo para o reino de Deus.
Seu pastor pode ajudá-lo a descobrir seu dom e a desenvolvê-lo.
Cuidado com os impostores no meio evangélico. Não se deixe levar por ventos de doutrina, mas se firme na palavra.
62
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
9
1 DE JUNHO DE 2013
SER IGREJA É...
Abandonar
a velha vida
Hinos sugeridos – BJ 138 • BJ 56
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Refletir a respeito de que,
como igreja, não podemos
viver de forma pagã; antes, devemos nos “despir”
do “velho homem” e nos
“revestir” da “nova natureza”, criada por Deus.
... quanto ao trato passado, vos despojeis do
velho homem, que se corrompe segundo a
concupiscência do engano, e vos revistais do
novo homem, criado segundo Deus, em justiça
e retidão procedentes da verdade. (Ef 4:22-24)
LEITURA DIÁRIA
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S
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Q
S
S
26/05
27/05
28/05
29/05
30/05
31/05
01/06
Ef 5:14
Ef 5:15
Ef 5:16
Ef 5:17
Ef 5:18
Ef 5:19
Ef 5:20
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INTRODUÇÃO
Imagine que você é convidado para um
casamento, e recebe o convite dos noivos
quando está voltando para casa, após um dia
cheio de trabalho. Então, além de pensar no
presente, certamente você irá pensar no que
vestirá. Se possível, é claro, não irá com uma
roupa velha: vestirá roupas novas. A lição de
hoje trata, não de um convite para uma festa, mas de um mandamento (Ef 4:17) para
“abandonarmos a velha vida” e nos “vestirmos” com a nova roupa que ganhamos:
nossa nova natureza.
Viver de maneira nova é um dos quesitos
para o corpo de Cristo viver unido, como vimos na lição da semana passada. Já que somos igreja, temos, pela graça, o poder de
Deus para viver de acordo com sua lei, da
maneira que o agrada (Rm 8:7-10). Devemos
aceitar esse desafio da Bíblia; afinal, ser igreja
é fazer parte de um povo que abandonou a
velha vida.
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63
I
PARA A IGREJA SABER
Que tal se desfazer de algumas
coisas velhas? Como o ser humano
gosta de juntar coisas desnecessárias! Quase todo mundo tem o seu
“quartinho da bagunça”. No que se
refere a nossa vida cristã, isso não
pode acontecer, de maneira alguma.
Paulo diz aos cristãos de Éfeso que
precisam abandonar tudo o que faz
parte da “velha vida” e devem ser
controlados pela “nova natureza”.
Vamos ao estudo.
1. Um apelo incisivo: O trecho
de Efésios em que se baseia esta lição
começa da seguinte maneira: Assim,
eu lhes digo, e no Senhor insisto, que
não vivam mais como os gentios (Ef
4:17 – NVI). O apóstolo conclama os
cristãos de Éfeso a um novo andar.
Viver como os gentios está em contraste com o que ele diz no v.1 do
mesmo capítulo: ... vivam da maneira
digna da vocação que receberam.
Esse apelo de Paulo está baseado na certeza que ele tinha de que
essa era a vontade de Deus para seu
povo. Tal certeza torna-se clara na
expressão no Senhor insisto (NVI). A
tradução Almeida Revista e Atualizada traz a expressão no Senhor testifico. A palavra grega traduzida por
“insisto” e “testifico” é marturomai,
que poderia também ser traduzida
por “declaro solenemente”.
Paulo tinha, então, absoluta certeza de que a exortação para um
64
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
novo andar não era uma vontade
apenas sua para os crentes (eu lhes
digo), mas era, também, do Senhor
(no Senhor insisto). É na autoridade
de Deus que o apóstolo insiste, e, na
autoridade de Deus, ele apresenta
todas as recomendações do restante
do capítulo 4.
Paulo não está se dirigindo a pagãos, mas a crentes em Jesus. Deveria ser óbvio que estes não poderiam
mais viver como os gentios (v.18c). A
palavra “gentios” é usada, aqui, para
se referir aos incrédulos, os que não
pertencem a Cristo. Paulo faz o apelo
solene porque sabe que, se não tomassem cuidado, até mesmo os convertidos poderiam continuar reproduzindo, em certa medida, valores e
comportamentos da velha vida.
2. Recapitulando a velha vida:
Para que fique clara a sua admoestação do início do v. 17 de Efésios 4,
Paulo apresenta algumas características da vida do mundano incrédulo,
para contrastá-las com a nova vida
que os crentes receberam em Cristo.
Vejamos como era a vida daqueles
pagãos, conforme Efésios 4:17-19.
Paulo começa dizendo que os pagãos vivem na vaidade dos pensamentos (v.17), ou seja, suas mentes
estão corrompidas. Sendo assim, tudo
que estas produzem é manchado pelo
pecado. Por isso, seus pensamentos
são obscuros, o que os leva a viverem
como se Deus não existisse. Na continuação, Paulo mostra que tudo isso
nasce de um coração duro (v.18).
Esse “coração”, aqui, é uma referência à mente, e o termo “duro”
é a tradução para uma palavra que
“podia ser usada num sentido médico para o endurecimento caloso”.1
Por causa disso, eles são insensíveis,
sem nenhuma tristeza pelo pecado. A análise da velha vida mostra
que, devido a sua insensibilidade, os
pagãos praticam todas as impurezas imagináveis. Suas mentes estão
cheias de calos.
O apóstolo mostra, ainda, em
Efésios, que os pagãos se entregaram à dissolução para, com avidez,
cometerem toda sorte de impureza
(v.19). Por não “sentirem” que estão
errados, fazem tudo que lhes vem à
mente. Aqui, “dissolução” significa
disposição para todo tipo de prazer,
e “avidez”, o desejo de alguém por
possuir tudo o que não lhe pertence.2 Assim vivem os incrédulos: afastados de Deus, sem direção de vida,
mortos em seus pecados (Ef 2:1).
Como veremos na sequência, ser
igreja é viver na contramão da vida
que eles levam.
3. Tirando as roupas velhas
e vestindo roupas novas: Em Ef
4:20-24, entendemos que os crentes em Jesus vivem de maneira diferente, pois “aprenderam a Cristo”
1. Rienecker (1995: 395).
2. Lopes (2009:118).
(v.20), ou aprenderam a conhecer
Cristo (BJ), e isso “significa ter um
relacionamento pessoal com ele de
modo a conhecê-lo melhor a cada
dia”.3 Uma coisa é aprender sobre
Cristo, ter informações sobre ele,
ouvir falar dele, num filme, numa
classe batismal ou num estudo bíblico; outra, bem diferente, é aprender com Cristo, ter um encontro
com ele e tê-lo como parceiro na
caminhada cristã.
O que aprendemos, nessa caminhada? Em primeiro lugar, aprendemos a nos “despojar do velho
homem” (v.22). Esse “despojar” é
como se chegássemos da rua e tirássemos, de uma vez, toda a roupa suja. Segundo o texto, o “velho
homem”, que é a velha natureza, é
corrompida por desejos enganosos
(concupiscência), ou seja, desejos
passageiros, falsos, que levam apenas à destruição.
Precisamos, então, de renovação! É por isso que, em segundo
lugar, na caminhada com Cristo,
aprendemos a renovar o nosso
modo de pensar, revestindo-nos
do novo homem. Essa renovação
começa na mente. É o que lemos
no v. 23, na tradução Almeida Revista e Atualizada: ... e vos renoveis
no espírito do vosso entendimento.
Espírito, aqui, é uma referência ao
“homem espiritual”, ao cristão que
tem a mente de Cristo (1 Co 2:16).
3. Wiersbe (2006:51).
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65
O homem e a mulher salvos precisam revestir-se do “novo homem”.
Mas como sabemos se estamos
revestidos desse novo homem? Paulo diz que esse novo ser é criado por
Deus, para uma vida justa e reta
(Ed 4:24b). Entendemos essa “justiça” como uma referência ao homem
que cumpre seus deveres para com o
seu próximo, e “retidão” como uma
referência aos seus deveres para com
Deus.4 Isso vem da verdade do evangelho de Cristo, através da pregação
e do estudo da palavra de Deus. Ser
igreja é fazer parte de um povo que
passou por essa transformação.
4. Mudando de vida: Em
Ef 4:25-32, Paulo apresenta pecados
e virtudes. Ele começa pela mentira,
que deve ser deixada (v.25); em seguida, apresenta a ira (v.26) como
uma possibilidade ao cristão (a “ira
justa”), como indignação contra o
pecado (cf. Mt 21:12), mas alerta
quanto ao perigo de ela se transformar em algo perpétuo, que abrirá uma “porta” para o diabo agir
(v.27); por isso, orienta os crentes a
abandoná-la, antes de o dia acabar,
no pôr-do-sol.
Paulo também trata sobre o roubo, que deve ser combatido com trabalho honesto, para sustento tanto
de quem trabalha quanto de quem
necessita (v.28). No v.29, ele orienta os crentes a não falarem o que
é “torpe” ou “inconveniente” (EP),
4. Foulkes (1983:109).
66
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
mas, sim, o que traz edificação. Também os orienta a falarem apenas o
necessário (Tg 1:19), para o bem dos
que ouvem (v.29).
Paulo também ensina que o estilo de vida do cristão pode alegrar ou entristecer o Espírito Santo
(v.30). Este é “o Autor de toda virtude cristã e de todo bom fruto”,5
uma pessoa divina. Sendo assim,
em Efésios, Paulo orienta os crentes a não entristecerem o Espírito
de Deus, que, sendo “Santo”, abomina todo tipo de pecado e se entristece pela falta de santidade dos
filhos de Deus, inclusive quando
estes falam palavras torpes.
Após alertar os cristãos efésios a
não entristecerem o Espírito, Paulo
combate a amargura, manifestada
por quem guarda ressentimentos; a
cólera, que é um sentimento de fúria; a ira, que é um coração ardendo
de raiva; a gritaria, que é o descontrole total; as blasfêmias, que são insultos contra Deus e o próximo, e as
malícias, que são a vontade de fazer
mal ao próximo (v.31).6
Em seguida, o apóstolo encoraja os crentes em Jesus à pratica das
boas atitudes. Paulo apresenta, no v.
32, três virtudes que eles deveriam
cultivar: a primeira é a benignidade,
que é a disposição mental para demonstrar amor pelos outros; a segunda é a compaixão, que é a dis5. Hendriksen (2005:263).
6. Idem (2005:265).
posição para ajudar o próximo com
amor verdadeiro;7 a terceira e última
virtude é o perdão, que é a atitude
de não levar em conta a falta come7. Foulkes (1983:114).
tida por alguém e imitar Deus Pai,
que, através da morte de Cristo, na
cruz, perdoa quem não merece perdão (v.32; 5:1). Ser igreja é viver essa
vida transformada. A seguir, veremos
duas lições práticas para a igreja.
01. Lendo Ef 4:17-19 e a argumentação presente nos itens 1 e 2, faça
uma recapitulação da vida dos pagãos. Como era a nossa vida, antes
de conhecermos a Cristo? Que incisivo apelo temos nesse texto?
02. Explique a expressão bíblica “aprendestes a Cristo”. O que ela quer
dizer? Baseie-se no primeiro parágrafo do item 3 e em Ef 4:20-21.
03. Com base em Ef 4:22, comente com a classe a expressão “despirse do velho homem”. Baseie-se no segundo parágrafo do item 3.
04. O que é o “revestir-se do novo homem”? Qual a maior
dificuldade que a nova vida nos traz? Baseie-se no último parágrafo
do item 3 e em Ef 4:23-24.
05. Confira Ef 4:25-32; o item 4, e fale sobre a prática da nova vida.
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67
II
PARA A IGREJA VIVER
1. Abandonemos a velha vida:
Tiremos essa roupa velha logo!
Você já foi arrancado do reino das
trevas e foi transportado para o reino
de Cristo (Cl 1:13); por isso, as trevas que existiam em seu coração já
foram dissipadas pelo evangelho (2
Pd 1:19). Agora, falta-lhe a coragem
para se despir do “velho homem”.
Você precisa, com a ajuda do Espírito, tirar logo o que está corrompido.
Viva a vida liberto das velhas práticas! Vença o alcoolismo, a homossexualidade, a pedofilia, as drogas,
a fofoca, a mentira, o adultério, o
crime, os vícios, com o poder de
Cristo. Lembre-se de que você já o
conhece e já está livre da velha natureza humana com seus pecados
(Rm 6:6; Cl 3:9). Peça a Deus, diariamente, que o fortaleça.
06. Quais as atitudes práticas que nos mostram que nos “despimos”
do “velho homem”? Você tem conseguido se desfazer dos pecados
da velha vida?
2. Abandonemos a velha vida:
Vistamos essa roupa nova logo!
Sendo nova criação de Deus (Rm
8:1), já podemos viver de maneira diferente. Porém, precisamos revestir-nos do “novo homem”. A cada dia,
precisamos renovar a nossa mente
com o que é bom (Rm 12:2; Fp 4:8).
Isso certamente nos levará à prática
das coisas que alegram o Espírito
Santo. Vamos progredir, pois somos
como a luz do sol, que cresce até o
seu momento mais claro (Pv 4:18).
Cresça na nova vida em Jesus. Leia
a Bíblia; leia bons livros; seja moderado em tudo que fizer; fale coisas
boas e edificantes; ajude quem precisa; esqueça o mal que lhe fizeram;
faça o bem a todas as pessoas; viva a
nova vida, diariamente; vista-se com
a nova natureza de Deus.
07. Fale sobre atitudes práticas que mostram a nova natureza criada
segundo Deus. Como isso tem se desenvolvido em seu dia-a-dia?
68
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
DESAFIO DA SEMANA
Diante de tudo que estudamos hoje, você deve estar pensando
em sua vida. No que tem pensado, vivido e no que tem melhorado,
no que de bom você tem feito. Deus deseja que troquemos nossa
velha vida pela nova vida, segundo a sua graça. Essa nova vida é
demonstrada numa nova maneira de viver, com Deus, a família, a
igreja e os amigos.
Nesta semana, procure desafiar-se a não mais cometer os erros
de outrora; substitua a prática errada por uma nova prática (por
exemplo: se você fofocava, procure falar mais de Jesus). Peça poder de Deus, e veja que, de pouco em pouco, você se parecerá
mais com o próprio Deus. Cresça na graça e no conhecimento de
Jesus Cristo.
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69
10
SER IGREJA É...
Andar como
filhos da luz
8 DE JUNHO DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 317 • BJ 34
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Ensinar ao estudante da
palavra de Deus, com
base em Efésios, que
a igreja é constituída
por aqueles que foram
chamados a andar como
filhos da luz.
Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos
amados; e andai em amor, como Cristo
nos amou e se entregou a si mesmo por
nós em oferta e sacrifício a Deus, em
cheiro suave. (Ef 5:1-2)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
02/06
03/06
04/06
05/06
06/06
07/06
08/06
Ef 5:21-22
Ef 5:23
Ef 5:24-25
Ef 5:26-27
Ef 5:28
Ef 5:29-30
Ef 5:31-32
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70
INTRODUÇÃO
Uma das coisas que caracterizam o ser
igreja é o abandono da velha vida, que, com
certeza, demonstra a distância do ser humano
em relação a Deus (Ef 4:18). No presente estudo, veremos que, como filhos de Deus, somos
não somente herdeiros de uma nova vida, no
porvir, mas representantes, aqui e agora, de
um Pai amoroso, santo e verdadeiro, a quem
devemos imitar.
Existe um velho ditado, que diz: Tal pai,
tal filho. A ideia presente, neste provérbio
popular, é que, assim como é o pai, o filho é
ou será. Sabemos, entretanto, que nem sempre as coisas são assim: nem todos os filhos
são iguais aos pais. Contudo, com relação à
igreja, que é o ajuntamento de pessoas feitas, em Cristo, filhas de Deus, essa deve ser
uma verdade comum a todos. Aliás, uma exigência das Escrituras é que os filhos de Deus
exprimam o santo caráter de seu Pai em suas
condutas (Mt 5:43-48; Lc 6:35; 1 Jo 4:10-11).
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
I
PARA A IGREJA SABER
Paulo é muito claro ao dizer que
nosso comportamento deve refletir
a santidade e pureza de Deus, visto que, em Cristo, nós nos tornamos seus filhos; filhos imitam seus
pais; por isso, como filhos de Deus
devemos imitá-lo. Paulo argumenta
que os filhos são como seus pais;
eles aprendem pela imitação. Deus
é amor (1Jo 4.8); por isso, os crentes
devem andar em amor. Deus é luz
(1Jo 5.8); portanto, os crentes devem andar como filhos da luz. Deus
é verdade ( 1 Jo 5.6); por isso, os
crentes devem andar em sabedoria1.
1. Imitadores de Deus: Assim
começa o trecho de Efésios que vamos analisar: Portanto, sejam imitadores de Deus (5:1 – NVI). A palavra
“imitadores” é a tradução da expressão grega mimetai. Aparece inúmeras vezes no Novo Testamento, para
indicar o ato de seguir um exemplo
humano; mas só aqui aparece com
o sentido de imitar o próprio Deus.
Ela tem a mesma origem da palavra
“mímica”. Os grandes oradores do
passado faziam uso da mímica para
serem eficientes em suas exposições.
Se você quiser ser um grande
orador, então imite os oradores do
passado. Mas, se você quiser ser
santo, então imite Deus.2 Certa-
mente, não podemos imitar a Deus
criando um universo ou inventando
um método de satisfação das exigências da justiça e da misericórdia
para salvar os seres humanos do
abismo em que haviam se lançado.
Mas é surpreendente como Jesus,
por exemplo, é enfático em ensinar sobre a necessidade de sermos
semelhantes a ele (Mt 5:43-48; Lc
6:35-36; Jo 13:34). Por ser Deus,
Jesus deve ser imitado. Os apóstolos também enfatizaram esse ensino (Rm 15:2-3, 7; Fp 2:3-8).
Deus é infinito; nós, não. Porém,
em nossa própria forma finita, podemos e devemos imitá-lo, ou seja,
devemos copiar seu amor,3 e sua
santidade deve nos inspirar a sermos
santos. A igreja é a nova criação de
Deus. Dela fazem parte pessoas que
já passaram pela restauração divina,
gente que em nada se parecia com o
criador, pois vivia conforme o curso
deste mundo (Ef 2:1-3), mas, agora,
compõe um ajuntamento em que
Deus pode ser visto.
Portanto, o modelo de vida dos
crentes em Deus deve expressar semelhança com o Senhor. Imitar é a
palavra de ordem, e a razão para isso,
segundo Paulo, é que somos filhos
amados (Ef 5:1b). Este fato acrescen-
1. Lopes (2009:128).
2. Idem.
3. Hendriksen (2005:268).
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71
ta ainda maior peso à admoestação.
Nossos costumes e ações devem evidenciar quem é nosso Pai. Ser igreja
é viver imitando Deus.
2. Andando em amor: Na sequência do capítulo 5, Paulo diz:
... e andai em amor (v.2). O verbo
“andar” aparece cerca de cinco vezes em toda a carta (2:10, 4:1,17,
5:8,15). É a tradução para a palavra
grega peripateo, que, dentre tantas
coisas, significa pisar ao redor, isto é,
andar de maneira irrestrita, especialmente como prova de habilidade;
no sentido figurado, significa viver;
comportar-se ou acompanhar, ou,
ainda, estar ocupado com4 alguma
coisa; neste caso, estar ocupado
com o amor.
A exortação de Paulo aos seus leitores é que façam do amor a principal regra de suas vidas, a fim de
que tenham habilidade para andar
em amor. Para encorajar a igreja de
Éfeso a essa prática, Paulo evoca o
exemplo do Senhor, cujo amor tem
duas características distintas dignas
de imitação. A primeira é que o amor
de Cristo é perdoador (Ef 4:32). Ele
nos ama e, por isso, nos perdoa. Seu
amor é benevolente, capaz de eliminar toda e qualquer culpa. Assim
também devemos amar, a ponto de
desconsiderar as ofensas.
A segunda característica do amor
de Cristo é que é sacrificial (5:2b). O
4. Bíblia de Estudo Palavras-chave Hebraico e
Grego (2011:2351).
72
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
amor de Cristo o levou para o Calvário. O seu sacrifício prova, de modo
contundente, seu amor por nós.
Paulo diz que esse sacrifício é uma
oferta de cheiro suave (5:2), numa
comparação com os sacrifícios do
Antigo Testamento, descritos como
de “aroma agradável” para expressar sua aceitabilidade perante Deus.
Aos nossos olhos, a cruz pode parecer apenas uma cena de horror, mas
foi uma ação tão sublime e aceitável,
perante o Pai, que encheu o céu de
fragrância agradável, pois atendeu
à justiça divina. Andemos em amor
como Cristo andou.
3. Luz e não trevas: Chegamos
a Efésios 5:2, e é interessante notarmos como Paulo nos tira repentinamente da contemplação do amor sacrificial de Cristo para a perversão do
amor, no adultério e no abuso sexual. Ele tinha consciência dos perigos
que rondavam as igrejas, naquela região: a imoralidade sexual grassava
nos templos de Afrodite, em Corinto, e de Diana, em Éfeso; era uma
prática comum naquele tempo.5
O Apóstolo não perde a oportunidade de ser direto e específico. Numa sociedade que louvava
a promiscuidade e a perversão, ele
precisava ser contundente, e a igreja precisava ser radicalmente santa. A prostituição e toda impureza
não deveriam ser nomeadas, isto
é, não deveriam ser assunto entre os
5. Lopes (2009:129).
santos (v.3). A palavra prostituição,
ou imoralidade, é a tradução para
porneia, que significa perversão sexual de quase todos os tipos e envolve, também, tudo que opera contra
a santidade dos laços matrimoniais.
Isso não deve existir na igreja.
Não apenas os pecados sexuais
deveriam ser erradicados da igreja:
os pecados da língua também não
deveriam estar presentes na vida dos
crentes6 (v.4). Conversas tolas, gracejos obscenos, piadas com assuntos imorais e coisas tais como estas
não devem existir no vocabulário
dos santos; ao invés disso, ações de
graças, como diz Paulo (v.4 – NVI),
que também alerta sobre a certeza
do julgamento: ... os devassos e incontinentes não herdarão o Reino
de Deus; (...) porque por essas coisas
vem a ira de Deus (vv.5-6).
A igreja é a nova sociedade, a
nova criação de Deus. Por essa razão,
deve adotar padrões novos e santos (5.26-27). Os salvos, que, antes,
não apenas andavam em trevas, mas
eram trevas, agora, não só estão na
luz, mas são luz (5:8). A luz purifica,
ilumina, aquece, aponta a direção,
avisa sobre os perigos e produz vida.7
4. Andando em sabedoria:
A expressão vede prudentemente
como andais (v.15) significa “andem com cuidado e exatidão”. O
oposto seria andar de modo des6. Idem.
7. Idem.
cuidado, sem a devida orientação e
prudência.8 A ideia de Paulo é que
seus leitores deveriam andar de
modo preciso e cuidadoso.
Há uma relação interessante entre os vv. 14 e 15. O resultado seria:
“Não andem enquanto dormem!
Despertem e vejam com prudência
por onde andam”. Como imitadores
de Deus e filhos da luz, os crentes
precisam andar em sabedoria.
Andar como sábio não significa,
necessariamente, ser genial ou academicamente treinado, mas, sim, ser
capaz de aplicar com habilidade o
que se conhece ou sabe. Andar com
sabedoria é andar compreendendo
o caminho e sabendo para onde vai.
Quando um piloto não sabe para
onde está rumando, nenhum vento
é o certo.
Paulo nos ensina que, além de
andarmos com sabedoria, precisamos andar com o aproveitamento do tempo: Remindo o tempo
(v.16). “Remir” significa “resgatar
de perda ou prejuízo”, mas pode
significar, também, “aproveitar
oportunidade”.9 Oportunidade é um
termo que vem do latim e significa
“em direção ao porto”. Indica um
navio aproveitando o vento e a maré
para chegar ao ancoradouro em segurança.10 A igreja deveria aproveitar
8. Wiersbe (2006:60).
9. Bíblia de Estudo Palavras-chave Hebraico e
Grego (2011:2193).
10. Wiersbe (2006:60).
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73
bem seu tempo, porque os dias eram
maus: de perseguição e hostilidade.
Se os dias de Paulo eram maus, o
que dizer dos nossos dias?
Entretanto, tudo isso seria inútil,
se a igreja não entendesse a vontade
do Senhor (v.17). Entender a vontade de Deus é essencial para andar
com sabedoria e enfrentar dias hos-
tis. Em tempos como o nosso, nada
é mais importante do que estarmos
no centro da vontade do Senhor.
Descobrimos Deus e entendemos
sua vontade, à medida que nossa
mente é transformada (Rm 12:1-2).
Essa transformação só é possível por
meio da Palavra de Deus, da oração,
da meditação e da adoração.
01. Leia Ef 5:1,8; o item 1, e responda: Como devemos viver, segundo
a palavra de Deus? O que significa ser um imitador?
02. Leia Ef 4:32, 5:2; o item 2, e comente com a classe sobre o
significado de andar em amor. Fale sobre as características do amor
de Cristo.
03. Leia Ef 5:3-6; o item 3, e responda: Que tipos de pecados
assediavam a igreja de Éfeso? Como filhos da luz, qual deve ser
nossa postura, frente a essas coisas?
04. Leia Ef 5:15 e responda: Que cuidados a igreja deve ter nestes
dias maus?
74
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
05. Leia Ef 5:16-17 e explique a expressão “remindo o tempo”. Fale
também sobre a importância de a igreja entender a vontade do Senhor.
II
PARA A IGREJA VIVER
1. As práticas antigas devem
ser banidas.
A igreja de Jesus Cristo é formada por pessoas de todas as raças e
nações que amam a Cristo e se comprometem a servi-lo. São pessoas
que, um dia, pertenceram às trevas
(Ef 5:8), mas, agora, são luz. Quando
éramos trevas, vivíamos segundo o
curso deste mundo, mas, agora que
somos filhos da luz e imitadores de
Deus, devemos abandonar as práticas das trevas.
Não deve haver, no meio do rebanho do santo Deus, nenhum tipo de
conduta que quebre a comunhão,
que manche a pureza da igreja ou
perverta a moral. A ordem é que sejamos santos, imitadores de Deus;
que sejamos sóbrios, andemos em
sabedoria, reflitamos a luz de Cristo
e abandonemos as práticas antigas.
06. Como, na prática, os costumes antigos podem ser banidos de
nosso modo de viver?
2. As práticas novas devem
ser vividas.
Paulo desafia a igreja a andar em
pureza. Sua ênfase é sobre a nova
vida contrastada com a velha vida.
No versículo 2, lemos: ... andai em
amor. No versículo 12, também lemos: ... andai como filhos da luz. No
versículo 15, ainda lemos: ... vede
prudentemente como andais. A
maneira de viver da igreja deve ser
coerente e deve refletir a pureza dawww.portaliap
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75
quele que a chamou das trevas para
a sua maravilhosa luz.
É triste sabermos de pessoas, na
igreja, que ainda não conseguiram
desvencilhar-se das velhas práticas. Andam como que dormindo.
A esses, diz Paulo: Desperta, tu que
dormes (Ef 5:14). Por outro lado, é
animador ver a luz daqueles que, de
fato, se tornaram filhos da luz: gente que expressa, em sua vida, a vida
de Cristo. É isso que glorifica a Deus.
Portanto, vivamos essa nova vida
que ele nos deu.
07. Comente com a classe sobre nossa responsabilidade de vivermos
a nova vida em Cristo.
DESAFIO DA SEMANA
Ser igreja, como vimos, é andar como filhos da luz. Em Cristo,
fomos libertos das trevas; tivemos nossa vida iluminada. Agora,
somos representantes de Deus e nossa vida deve evidenciar quem
é o nosso Pai. Uma igreja de verdade não compactua com as impurezas de seu tempo. A verdadeira igreja não se mancha com as
sujeiras deste mundo. O verdadeiro filho de Deus anda na luz, não
nas trevas.
O desafio desta semana é que você faça um autoexame, reflita
sobre sua conduta e conclua se você tem andado como filho da luz
ou se ainda há muito da velha vida a ser erradicado de sua alma.
Faça isso nesta semana, e, na próxima semana, antes do próximo
desafio, tente identificar o quanto você mudou. Que Deus o ajude
e que sua vida resplandeça a luz de Cristo.
76
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
11
SER IGREJA É...
Cultivar relacionamentos santos
15 DE JUNHO DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 33 • BJ 48
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Ajudar o estudante da
Escola Bíblica a cultivar
relacionamentos santos,
ensinando-lhe que, para
alcançar esse propósito,
é necessário ser submisso
e respeitador para com
o próximo.
E não vos embriagueis com vinho, no qual
há dissolução, mas enchei-vos do Espírito,
falando entre vós com salmos, entoando e
louvando de coração ao Senhor com hinos e
cânticos espirituais. (Ef 5:18-19)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
09/06
10/06
11/06
12/06
13/06
14/06
15/06
Ef 5:33
Ef 6:1
Ef 6:2-3
Ef 6:4
Ef 6:5-8
Ef 6:9
Ef 6:10
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INTRODUÇÃO
Não é bom que o homem esteja só
(Gn 2:18) é uma importante declaração divina,
no princípio, pouco antes da criação da mulher. De fato, nós, seres humanos, não fomos
criados para a solidão. Somos completamente
relacionais. Por isso, Deus instituiu a família,
ao juntar homem e mulher. Ambos supririam
as necessidades relacionais um do outro.
Os relacionamentos, no entanto, não se limitam à esfera familiar. Nós nos aproximamos das
pessoas e nos relacionamos com elas em outros
ambientes, tais como igreja, trabalho, escola
etc. É importante cultivarmos boas relações com
as pessoas; porém, mais que isso, precisamos
aprender a fazê-lo. A Bíblia, a palavra de Deus,
tem muito a nos ensinar a respeito.
I
PARA A IGREJA SABER
Santidade é o propósito de Deus para os nossos relacionamentos. Cristo morreu pela igreja, a
fim de santificá-la (Hb 13:12). Por isso, sede vós
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77
também santos em toda a vossa maneira de viver (1 Pd 1:15), diz a Bíblia.
E é assim que devem ser os relacionamentos entre irmãos em Cristo, entre
marido e esposa, pais e filhos, patrões
e empregados. No tocante a isso, analisemos o ensino bíblico a seguir.
1. Irmãos em Cristo: Paulo observa que, entre os membros do corpo de Cristo, deve haver celebração
de louvor e gratidão a Deus (Ef 5:1920). Em seguida, ele completa: ...
sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo (Ef 5:21). O verbo “sujeitar” é a tradução para a palavra
grega hupotasso, “que, na voz ativa,
significa ‘sujeitar’, ‘subordinar’ e, na
voz passiva, tem o sentido de ‘ficar
subordinado’, ‘ser submetido’”.1
Nesse texto, trata-se do uso da voz
passiva. Isso implica que a expressão
de Paulo sujeitando-vos uns aos outros significa que o cristão não apenas
obedece a alguém, mas também abre
mão dos próprios direitos em prol do
próximo, com humildade e amor;
sacrifica-se para fazer que o relacionamento com o outro seja saudável.2
Assim sendo, no corpo de Cristo, o
cristão honra as autoridades, mas estas lhe fazem o bem. (Rm 13:1,4)
A submissão não ignora o valor pessoal dos membros do corpo de Cristo.
Quem é submisso não é inferior àquele
que está numa escala maior de hierarquia, na igreja do Senhor. Além disso,
1. Champlin (1983:627).
2. Lopes (2007:32).
78
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
a submissão não ignora o valor da Palavra. Nenhuma autoridade está acima
dos princípios da Bíblia (At 5:29). Portanto, a sujeição só será santa e agradável quando praticada dentro dos parâmetros estabelecidos por Deus.
Cuidado com os empecilhos à
submissão! O orgulho e o egoísmo
são obstáculos fortíssimos a essa
prática santa. O orgulhoso acha-se
grande demais para se sujeitar a alguém. O egoísta não se sujeita aos
outros porque só pensa em si. Logo,
para vencermos tais obstáculos, precisamos ter o mesmo sentimento que
houve também em Cristo Jesus (Fp
2:5). Como Jesus, os cristãos devem
sujeitar-se e respeitar uns aos outros.
2. Marido e esposa: O casamento
foi feito para durar e para ser bênção
na vida dos cônjuges. Para que isso
aconteça, necessário é que o relacionamento entre esposo e esposa seja
saudável. Isso acontecerá se cada qual
fizer a sua parte. Quanto ao papel da
esposa, a Bíblia destaca: As mulheres
sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor (Ef 5:22).
Submissão é obediência sob a liderança de alguém. Todo lar precisa
de um líder. A liderança do lar cristão
foi confiada ao marido, o cabeça da
mulher (Ef 5:23). Essa é a vontade de
Deus. Ao ser submissa, a esposa agrada, acima de tudo, ao Senhor. Portanto, submissão não é sinal de inferioridade, mas de fidelidade. É um item de
fundamental importância para o bom
relacionamento entre os cônjuges. Se
isso não for levado a sério, o relacionamento conjugal poderá desestabilizar-se e a santidade inexistir no lar.
A submissão não é o único papel
da mulher em sua vida conjugal (Pv
31:10-31); porém, é de muita relevância. No que se refere ao papel do
marido, a Bíblia diz: Maridos, amai
vossa mulher, como também Cristo
amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela (Ef 5:25). O amor do
marido para com sua esposa deve
ser constante. A “expressão amai
é um imperativo presente (agapate)
e significa ‘continuai amando’”.3 O
tempo passa, mas o amor, jamais.
Além de constante, o amor do marido para com a sua esposa deve ser
sacrificial. O exemplo que ele deve
seguir é o de Cristo, que entregou
a própria vida pela igreja. O marido
não pode hesitar em se sacrificar pelo
bem-estar de sua esposa. Não deve
desampará-la, tampouco maltratá-la;
antes, deve sustentá-la e protegê-la,
lembrando que se tornou, no Senhor,
uma só carne com ela (Gn 2:24).
3. Pais e filhos: Além dos cônjuges, o lar é, também, composto pelos filhos. A Bíblia observa que estes
são herança do Senhor (Sl 127:3).
Por isso, o cuidado para com os filhos é muito importante. Para que
o relacionamento entre pais e filhos
seja santo, a Bíblia adverte tanto a
estes quanto aqueles a adotar algumas atitudes fundamentais.
3. Howard (2006:183).
Quanto aos filhos, a Bíblia orienta:
Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor (Ef 6:1). Em outras palavras, é
papel do filho atender as ordens dos
seus pais, de acordo com a vontade
do Senhor. O contrário disso é rebelião contra Deus. Além de obedecer,
o filho também deve honrar aos pais
(v.2). Honrar aos pais significa “mostrar respeito e amor por eles, cuidar
deles enquanto precisarem de nós
e procurar honrá-los pela maneira
como vivemos”.4 Vida longa têm os
que procedem dessa maneira (v.3).
Quanto aos pais, o texto sagrado
diz: E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor
(Ef 6:4). Aqui, Paulo “exorta os pais
a não ‘excitarem as paixões ruins dos
filhos por severidade, injustiça, parcialidade ou exercício irracional de
autoridade’”.5 A disciplina é necessária, mas não deve ser exagerada.
Não pode ser aplicada pela raiva,
mas mediante o amor, até porque o
seu objetivo é restaurar.
Além de disciplinar, é dever dos pais
admoestar os filhos, ou seja, instruir,
ensinar. Não pode haver negligência
quanto a isso. É dos pais essa responsabilidade, não da escola, da igreja,
muito menos da TV. É no lar que a
criança aprende a palavra de Deus, caminhando, deitando-se e levantando-se (Dt 6:7). Na admoestação, os pais
4. Wiersbe (2006:69).
5. Howard (2006:188).
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devem portar-se de maneira exemplar:
nada de falar uma coisa e fazer outra.
4. Patrões e empregados: Após
dar orientações relacionadas à santidade nos relacionamentos entre os
irmãos em Cristo, marido e esposa e
pais e filhos, Paulo passa a tratar do
relacionamento entre servos e senhores. Os termos servos e senhores, de
Ef 6:4-9, referem-se a escravos cristãos
e a senhores cristãos, donos de escravos. A escravatura era comum no império romano e resultava “de pessoas
capturadas em guerra, culpados de crime, alguém vendido pelo pai quando
criança, ou alguém desesperadamente
endividado a um credor”.6
A nossa cultura, porém, não é escravagista. Contudo, os princípios relacionados aos escravos e senhores podem
ser utilizados aos empregados e patrões de hoje. É isso que faremos agora. Aos servos, Paulo escreve: ... obedecei a vosso senhor segundo a carne
com temor e tremor, na sinceridade do
vosso coração, como a Cristo (Ef 6:5).
Os empregados, portanto, devem manter, para com os patrões,
uma atitude de respeito. Não devem
se aproveitar deles, mas trabalhar
diligentemente, sem fazer “corpo
mole” no trabalho ou fingir que es6. Idem, p.189.
tão trabalhando para impressionar.
É isso que significa não servir à vista
(v.6). A sinceridade é uma virtude do
empregado cristão. Deus se agrada
de quem a cultiva (v.7).
Aos patrões, Paulo ordena: ... de
igual modo procedei para com eles,
deixando as ameaças, sabendo que
o Senhor, tanto deles como vosso,
está nos céus (v.9). O patrão cristão
é orientado a não explorar o seu
empregado. Não pode cobrar deste
mais do que lhe é de direito cobrar,
nem agir com ameaças. Deve tratá-lo com respeito e consideração, sabendo que “mesmo depois que um
indivíduo torna-se um líder, deve
continuar liderando para servir”.7
Naquela época, o senhor tinha todos os direitos sobre o escravo, até
mesmo o direito de matá-lo, se este se
rebelasse. Os senhores que os “consideravam como mera propriedade,
não hesitavam em maltratá-los e espancá-los brutalmente.”8 O evangelho, no entanto, estava ensinando aos
senhores cristãos uma nova maneira
de lidar com um servo. Espancamentos e brutalidade seriam substituídos
pelo respeito, pois servos e senhores
servem, na verdade, a um só Deus.
7. Wiersbe (2006:72).
8. Howard (2006:189).
01. Leia Ef 5:21; o item 1 e responda: Que importante orientação
Paulo dá à igreja, no tocante ao relacionamento entre os irmãos em
Cristo? Fale sobre os obstáculos à prática da submissão.
80
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
02. Com base em Ef 5:22,25 e no item 2, comente sobre o papel do
marido e da esposa, no relacionamento conjugal.
03. Que orientação é destinada aos filhos? Baseie-se em Ef 6:1-2 e no
item 3.
04. Que orientação é destinada aos pais? Baseie-se em Ef 6:4 e no item 3.
05. No relacionamento entre patrão e empregado, qual o papel de
um para com o outro? Baseie-se em Ef 6:6-9 e no item 4.
II
PARA A IGREJA VIVER
1. Em nossos relacionamentos,
sejamos submissos.
Se quisermos cultivar relacionamentos santos com os nossos irmãos em
Cristo, com os nossos líderes e com os
nossos pais, não podemos extinguir a
prática da submissão. Essa prática não
é ultrapassada, mas bíblica e atual. É
para nós, deste século presente, como
também o era para os irmãos que viveram antes de nós (Ef 5:21).
Temos agradado a Deus, obedecendo aos nossos pais e sendo-lhes
submissos? Como anda o nosso relacionamento com os nossos pastores? A submissão é a base desse
relacionamento? Há submissão em
nosso relacionamento conjugal?
Se as nossas respostas a essas perguntas forem positivas, glorifiquemos a Deus, pois essa é a vontade dele; se não, lancemos fora o
orgulho e o egoísmo e passemos
a servir a Deus em submissão uns
aos outros.
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81
06. Por que a submissão é tão importante em nossos relacionamentos?
2. Em nossos relacionamentos,
sejamos respeitadores.
Relacionamentos santos são, também, respeitadores. Paulo escreveu
a senhores e escravos, numa época
em que aqueles eram autorizados,
por lei, a maltratar estes, como se
fossem meras propriedades. Isso
acontecia no mundo, mas, entre os
cristãos, tal prática foi expressamente repudiada (Ef 6:9).
O empregado cristão, antes de
tudo, é servo de Deus. O patrão cristão, também. Tanto um quanto outro deve agir com respeito. Nada de
exploração ou ameaça. Ao contrário,
que haja respeito em nossas relações profissionais. Temos glorificado
a Deus, no local de trabalho, respeitando a patrões e empregados?
“Sim” é a resposta que o Senhor
quer ouvir de nós.
07. Por que o respeito é tão importante em nossos relacionamentos?
DESAFIO DA SEMANA
No estudo de hoje, aprendemos princípios importantes que nos
ajudam em nossas relações com os nossos irmãos em Cristo, cônjuges, filhos, pais, patrões e empregados. Submissão, amor, respeito, honra, admoestação, disciplina e diligência são virtudes que
precisam ser praticadas. Bem-aventurado quem assim fizer.
Reflitamos acerca do nosso relacionamento conjugal. Busquemos, nele, mais amor e submissão. Dediquemo-nos a honrar e
respeitar os nossos pais, bem como os nossos líderes, no corpo de
Cristo, e os demais irmãos. Como patrões, respeitemos e valorizemos os nossos empregados. Como empregados, façamos o mesmo aos nossos patrões. Esse é o nosso desafio para esta semana.
82
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
12
22 DE JUNHO DE 2013
SER IGREJA É...
Saber que
há uma guerra
Hinos sugeridos – BJ 188 • BJ 239
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Mostrar ao estudante
da palavra de Deus que
estamos em guerra; apresentar-lhe nosso inimigo,
nossas armas e a maneira
de nos comportarmos
nessa guerra.
Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu
forte poder. Vistam toda a armadura de Deus,
para poderem ficar firmes contra as ciladas
do diabo, pois a nossa luta não é contra
pessoas. (Ef 6:10-12a – NVI)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
16/06
17/06
18/06
19/06
20/06
21/06
22/06
Ef 6:11-12
Ef 6:13
Ef 6:14-17
Ef 6:18-20
Ef 6:21-22
Ef 6:23
Ef 6:24
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INTRODUÇÃO
Na jornada cristã, mais cedo ou mais tarde, todos nós descobrimos esta verdade: estamos em guerra. Temos três inimigos ferozes:
o mundo, a carne e o diabo. Nesta lição, que
tem por base Efésios 6:10-20, trataremos da
nossa luta contra o diabo. Antes, porém, de
entrarmos neste assunto, precisamos partir de
um pressuposto bem sério: a cruz significou
a derrota de Satanás (Cl 2:15). Na cruz, Jesus
deu um golpe fatal no inimigo.
Satanás sabe que pouco tempo lhe resta.
Em sua segunda vinda, Jesus o eliminará completamente, aprisionando-o primeiro, por mil
anos, e, depois, aniquilando-o. No presente,
a paz da cruz é experimentada em meio às lutas. O inimigo derrotado pelo nosso Senhor
tenta, a todo custo, fazer cair os crentes em
Jesus. Contudo, lembremos: não lutamos tão
somente para conseguir vitória: lutamos em
vitória; lutamos na força do Senhor (Ef 6:10).
De qualquer modo, ser igreja é ter consciência dessa guerra e lutá-la. É isso que veremos,
neste último estudo sobre a Carta aos Efésios,
tratada nesta série de Lições Bíblicas.
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83
I
PARA A IGREJA SABER
O Brasil foi invadido por um ensino antibíblico sobre batalha espiritual: oração de guerra, demônios
territoriais, amarração de demônios,
quebra de maldições etc. são terminologias presentes nesse falso ensino. Daí a urgente necessidade de entendermos o que a Bíblia diz sobre a
guerra que enfrentamos e a maneira
correta de nos posicionarmos nessa
condição. À luz de Efésios 6:10-20,
analisaremos duas informações importantes sobre a nossa batalha.
1. Conhecendo o campo de batalha: Contra quem lutamos? Não
podemos lutar contra alguém que
não conhecemos. Há duas coisas
que precisamos saber sobre nosso
inimigo: Em primeiro lugar, o escritor de Efésios mostra que ele não
está para brincadeiras. O capítulo 6,
versículo 11, refere às “ciladas do
diabo”. O nome do nosso adversário
é “diabo”, do grego “diabolos”, que
significa “dado à calúnia”, “difamador”, “o que acusa com falsidade”.
Ele é especialista em fazer isso.
O diabo é um “querubim” caído
(Ez 28:12-17), o chefe geral de todos
os anjos que o acompanharam na
sua rebelião contra Deus. Ele combate pessoalmente e comanda seus
espíritos maus contra o crente.1 E
como ele age? Atente para a pala1. Cabral (1999:89).
84
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
vra “ciladas”, ainda em Ef 6:11. Essa
é a tradução para a palavra grega
methodéias, que pode ser entendida como “métodos artificiosos” ou
“métodos de engano”. Esses “artifícios são ciladas perigosas que surgem
com ares de inocência, mas que são
preparadas para pegar de surpresa o
crente desprevenido”.2 Satanás está
sempre na espreita para pegar cristãos desatentos. Cuidemos! Ele não
está para brincadeiras. A igreja não
pode ignorar essa realidade.
Em segundo lugar, precisamos
saber que o nosso inimigo não está
sozinho em suas investidas. O v. 12
alista o nome dos ajudantes do diabo. Neste texto, somos informados
sobre a existência de “principados e
potestades”, de “dominadores deste mundo tenebroso”, de “exércitos
espirituais da maldade”. Não temos,
aqui, diferentes tipos de anjos, mas
diferentes hierarquias entre eles.
O diabo não está sozinho: ele conseguiu a terça parte dos anjos para
ajudá-lo. Por isso, mesmo “não sendo onipresente, onisciente e onipotente, tem seus agentes espalhados
por toda a parte, e esses seres caídos estão a seu serviço para guerrear
contra o povo de Deus”.3 Eles não
tiram férias, não dormem e nem des2. Idem.
3. Lopes (2009:179).
cansam. E quem faz parte do povo
de Deus precisa saber disso.
Não estamos lutando contra seres
humanos (v.12a, NTLH). Apesar de
reais, nós não os vemos. Eles operam
numa realidade invisível: nas regiões
celestiais (v. 12c). Este termo, em Efésios, serve para referir-se ao mundo
invisível da realidade espiritual, segundo Stott.4 Nós fomos abençoados com
todas as bênçãos espirituais nessas regiões (1:3), e estamos assentados lá
com Cristo Jesus (2:6). É nesses lugares celestiais que ocorre essa guerra.
Porque entregamos a nossa vida a
Cristo, ganhamos uma posição elevada. Satanás e seus agentes lutam para
nos fazer perdê-la. Nossa luta “nos
lugares celestiais” é para mantermos
essa posição em Jesus. E, se a luta é
espiritual, não podemos lutar com
armas materiais: As armas com as
quais lutamos não são humanas; ao
contrário, são poderosas em Deus (2
Co 10:4 – NVI). São essas armas que
Paulo apresenta à igreja, em Efésios 6.
É importante entendermos que
não devemos supervalorizar Satanás
e seus agentes. Há pessoas que enxergam o diabo em tudo: se o pneu
do carro fura, consideram isso uma
investida satânica! Por outro lado,
não podemos menosprezar Satanás,
como que se ele não existisse e não
estivesse tentando prejudicar os seres humanos, criados à imagem e
semelhança de Deus. Não caiamos
4. Stott (2007:15).
em nenhum desses extremos. Ambos são perigosos.
2. Conhecendo as armas para a
batalha: Diante do inimigo que nos
foi apresentado, o que devemos fazer, segundo a palavra de Deus? Paulo apresenta duas ordens que estão
conectadas: fortaleçam-se no Senhor
e no seu forte poder (v.10). Não lutamos com nossa própria força, mas
com a de Deus. É nele que buscamos
fortalecimento. E como fazemos isso?
Vestindo a armadura de Deus (v. 11).
Não é ordenado que façamos armas,
mas que tomemos as existentes.
Quando recebemos a Cristo como
Senhor, temos os equipamentos para
a guerra espiritual à nossa disposição.
Precisamos tão somente “vesti-los”.
E para quê? A armadura é para permanecermos firmes (v. 11) e resistirmos ao dia mau (v. 13). Tomamos a
armadura para permanecermos firmes diante dos ataques do inimigo,
que quer nos derrubar. Com a força
de Cristo e a armadura proporcionada por ele, temos condições de continuar de pé nessa guerra espiritual.
Precisamos conhecer essa armadura, pois nenhum de nós está livre
do dia mau. Não se trata de dia no
sentido literal, de 24 horas, mas de
épocas ou oportunidades em que os
espíritos malignos atacam a igreja
com mais intensidade. A “roupa”
que nos capacita a resistirmos a esses dias é colocada à nossa disposição pelo Espírito Santo, quando aceitamos a Cristo. Assim, inspirado na
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85
roupa de um soldado romano, Paulo
alista seis partes dessa armadura:
Em primeiro lugar, temos o cinto
da verdade (v. 14a). Era o cinto de
couro que o soldado romano usava
para amparar e proteger o abdômen; servia também para prender a
túnica e sustentar a espada. O cinto
o deixava apto para a batalha, pois
garantia que o soldado não teria impedimento algum, ao marchar.5 Por
isso mesmo, esse elemento é comparado com a verdade do evangelho,
que nos torna aptos para essa batalha. Firmada na verdade, a igreja está
pronta para a guerra.
Em segundo lugar, temos a couraça da justiça (v. 14b). A couraça
do soldado romano era feita de uma
placa de metal, que cobria a parte
frontal do corpo, desde o pescoço
até a cintura.6 Paulo compara esse
elemento da armadura com a justiça, que, aqui, é uma referência à
justificação. Fomos declarados inocentes por Deus, quando recebemos
a Cristo. Em dias maus, o inimigo
não pode mudar essa sentença. Ele
pode até nos acusar, mas suas calúnias não mudam o que Deus pensa
de nós. Para ficar firme, diante das
ciladas dele, lembre-se: você é justo
aos olhos de Deus.
Em terceiro lugar, temos as sandálias do evangelho (v.15). As sandálias
que o soldado romano utilizava eram
5. Stott (2007:212).
6. Lopes (2009:184).
86
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
fortes, feitas de couro; davam proteção e estabilidade nas batalhas; tinham cravos em baixo, para garantir
maior apoio e impedi-lo de deslizar.7
Para ficarmos inabaláveis no dia mau,
precisamos do evangelho da paz, a
boa nova que nos foi contada. Uma
vez que o recebemos, temos comunhão com Deus. Não somos mais seus
inimigos. Essa comunhão e essa “paz
com Deus”, que vêm com o evangelho, garantem-nos firmeza no dia mau.
Em quarto lugar, temos o escudo
da fé (v.16). A palavra escudo utilizada por Paulo denota o longo escudo retangular que cobria o soldado
inteiro na batalha. Era feito de duas
camadas de madeira coladas juntas
e cobertas, primeiro com linho e depois com couro. Era projetado para
proteger os soldados contra as lanças e flechas com pontas de fogo
(inflamadas).8 Esse escudo é comparado com a fé, a confiança que
depositamos em Cristo, no início da
nossa jornada cristã. Podemos descansar seguros. A nossa fé em Cristo
funciona como um escudo protetor,
diante dos dardos do maligno.
Em quinto lugar, temos o capacete da salvação (v.17a). O capacete do
soldado romano, usualmente, era feito de metal resistente, tal como bronze ou ferro.9 Servia para proteger a
sua cabeça de golpes mortais. Quan7. Cabral (1999:90).
8. Stott (2007:216).
9. Idem.
do é comparado à salvação, reflete o
ensino de que todo salvo por Cristo
está a salvo dos ataques mortais de
Satanás. O diabo pode até lhe causar
dano, mas nunca lhe roubará a salvação. A não ser que você se apostate e
abandone a Cristo, nada e ninguém o
pode arrancar dos braços do Pai.
Em sexto lugar, temos a espada do
Espírito (v.17b). Essa é a única parte da
armadura utilizada tanto para defesa
quanto para ataque. Existem duas
palavras gregas para se referir à espada dos soldados romanos: uma, que
descreve uma espada maior (gr. rhomphaia), e outra, que descreve uma espada menor, usada no combate corpo
a corpo (gr. machaira). É justamente
esta última que aparece em Efésios
6. Esteja sempre pronto para usar a
palavra de Deus, nos dias de intenso
ataque do inimigo, para não sucumbir
diante de suas investidas. Jesus venceu
o diabo utilizando a palavra.
01. O que o texto de Ef 6:11-12 nos ensina sobre o campo de batalha
em que a igreja está envolvida? Baseie-se no item 1.
02. No que se refere à guerra espiritual e à ação do diabo, quais são os
dois extremos que devemos evitar? Leia o último parágrafo do item 1.
03. Diante do inimigo que nos foi apresentado, o que devemos
fazer, segundo a palavra de Deus? Leia Ef 6:10-11,13 e comente
sobre as duas ordens presentes nesse texto. Para que precisamos da
armadura de Deus?
04. Leia Ef 6:14-15 e fale sobre as três primeiras partes da armadura de
Deus aludidas nesses versículos. Quais são elas e o que nos ensinam?
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87
05. Leia Ef 6:16-17 e fale sobre as três últimas partes do armamento
disponível a todo crente em Jesus, na guerra espiritual que enfrenta.
II
PARA A IGREJA VIVER
1. Não descuidemos da oração,
na guerra espiritual.
Os versículos finais de Ef 6 instruem-nos a tomar a armadura de
Deus em oração. Precisamos estar em
constante comunhão com Deus, para
conseguirmos “vestir” todas as partes
da armadura espiritual, em dias maus.
No v.18, somos exortados a orar de
forma constante (orando em todo o
tempo) e vigilante (estejam atentos).
Vigiar é orar de olhos abertos; é estar
sempre atento, o tempo todo.
Ainda no mesmo versículo, somos
exortados a orar também de forma
perseverante (perseverem na oração). Precisamos entender que orar
com perseverança não é orar até
fazer com que Deus atenda o nosso
pedido, como que se não aceitássemos a sua vontade, mas é orar expondo-lhe nosso interesse ou nossa
preocupação em relação ao motivo
da nossa oração. Que essa postura
nos acompanhe sempre.
06. Leia Ef 6:18 e fale sobre que prática precisamos manter, na guerra
espiritual em que estamos envolvidos? Temos levado isso a sério?
2. Não negligenciemos a comunhão, na guerra espiritual.
Os últimos versículos deste capítulo
de Efésios (vv. 19-20) apresentam um
ensino prático muito importante para
todo cristão: não estamos sozinhos,
nesta batalha. Há outros “soldados,
outros crentes que estão lutando co88
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
nosco, e devemos nos esforçar para
encorajarmos uns aos outros”.10 Fazemos parte da família de Deus. Ser
igreja é saber que há uma guerra em
que estamos envolvidos também como
uma família, em que um ajuda o outro.
10. Lopes (2009:190).
Numa batalha, uma pessoa tem
menos chance de vencer se estiver sozinha do que se estiver acompanhada.
Por saber disso, Paulo faz o seguinte
pedido: Orem também por mim (v.19).
Não oramos apenas por nós mesmos,
diante da guerra espiritual que trava-
mos, mas por todos os santos (v.18d).
Há outros nesta luta. Não queremos
que apenas nós consigamos ficar de
pé: temos interesse em que nossos
irmãos de fé também consigam. Por
isso, oramos: Não nos deixes cair em
tentação, mas livra-nos do maligno.
07. Leia Ef 6:19-20 e comente sobre aqueles que nos acompanham
na guerra espiritual. Como igreja, qual deve ser a nossa postura em
relação aos outros?
DESAFIO DA SEMANA
Pode ser que você esteja vivendo dias maus. Temos um inimigo
poderoso, mas que foi derrotado por Jesus, na cruz. Não ignoremos seus ardis, mas tenhamos certeza de que o que está do
nosso lado é maior, muito maior! Tomemos a armadura de Deus.
Se você é crente em Jesus, ela está à sua disposição. Não precisa
fazer oração de guerra para consegui-la: o próprio Espírito Santo
lhe providenciou esse recurso, quando você recebeu a fé.
Tome a sua armadura, para permanecer firme nos dias maus.
Tome-a em oração, sem desconsiderar os outros soldados que estão com você. Que tal procurar algum irmão em Cristo que não
teve a oportunidade de estudar esta lição e ainda tem conceitos
bem equivocados sobre a guerra espiritual e estudar com ele? Que
tal procurar alguém que esteja enfrentando “dias maus” e orar
com essa pessoa, mostrando o que a Bíblia ensina sobre o enfrentamento dos dias maus? Seu desafio é compartilhar e praticar este
ensino, durante esta semana. Que Deus o abençoe.
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89
13 SÁBADO
o
Escola Bíblica,
Programa de Culto
e Sermão
90
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
13
Quando os cativos
são libertos
29 DE JUNHO DE 2013
Hinos sugeridos – BJ 353 • BJ 242
OBJETIVO
TEXTO BÁSICO
Mostrar ao estudante
que, semelhantes a Jesus,
diante de pessoas cativas,
precisamos ser moderados,
agir com firmeza e, depois
de vê-las libertas, desafiálas a contar aos outros o
que Cristo lhes fez.
Eles atravessaram o mar e foram para a região
dos gerasenos. Quando Jesus desembarcou,
um homem com um espírito imundo veio dos
sepulcros ao seu encontro. (Mc 5:1-2)
LEITURA DIÁRIA
D
S
T
Q
Q
S
S
23/06
24/06
25/06
26/06
27/06
28/06
29/06
Mc 5:1-3
Mc 5:4-5
Mc 5:6-8
Mc 5:9-13
Mc 5:14-15
Mc 5:16-17
Mc 5:18-20
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INTRODUÇÃO
A lição desta semana tem como base a história do endemoniado gadareno. “Gerasa”,
ou “Gadara”, como lemos em algumas traduções, “é uma região, e não uma vila específica
(5:1). O fato de que havia porcos sendo
cuidados ali (c.f. 5:11) indica que a região era
habitada por gentios”.1 Imagine o benefício
que seria, para aquela população, receber Jesus. Alguém grandemente beneficiado foi o
endemoniado gadareno.
Dando prosseguimento às lições da série
“Aprendendo a evangelizar com Jesus”, estudadas a cada 13º sábado, veremos o que
podemos aprender com Jesus, no que diz respeito à evangelização dos cativos, estudando
esse episódio. Jesus, ainda hoje, continua libertando cativos e fazendo cumprir a Escritura, que diz: Deus Pai nos arrancou do poder
das trevas e nos transferiu para o Reino do seu
Filho amado (Cl 1:13 – EP).
1. Adeyemo (2010:1206).
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91
I
AÇÕES DE JESUS NO EVANGELISMO
Você já presenciou um caso de alguém que ficou possesso? Alguém
com uma força incomum, totalmente
fora de si? Nos dias de Jesus, os habitantes da terra dos gerasenos ou gadarenos tiveram de lidar com uma pessoa
assim. Mas Jesus mudou a situação
daquele homem, que sofria por ser
oprimido. Vamos analisar essa história.
1. Um homem possesso: Depois
de enfrentar, pela madrugada, uma
grande tempestade (Mc 4:35-41) e
acalmá-la divinamente, Jesus chegou
com seus discípulos ao outro lado do
mar, em terra firme, na região de Gerasa ou Gadara. Lá, havia outro cenário tempestuoso; agora, não mais na
natureza, mas na vida de um homem.
O fato de Marcos e Lucas (8:26-39)
mencionarem um endemoniado apenas, não significa contradição a Mateus
(8:28-34), que menciona dois. É que
Marcos e Lucas só especificaram um.2
Com isso em mente, vamos à situação daquele homem. O relato do santo evangelho aponta para um homem
dominado por demônios. Seu problema era espiritual (Mc 5:2), o que o levara para longe do convívio familiar e
social; afinal, ele fora morar dentro de
um cemitério, “uma possibilidade real,
pois os sepulcros frequentemente se
localizavam nas cavernas”.3
2. Hendriksen (2003:244).
3. Earle et al. (2006:252).
92
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
Para completar a situação deplorável daquele cidadão, a força demoníaca que o controlava era tão
grande que nenhuma corrente ou
algema conseguia deter sua força
(vs.3-4). Marcos usa a palavra “legião” para descrever o excessivo
controle dos demônios. Essa palavra
era usada em referência às tropas romanas, compostas por cerca de seis
mil homens, que combatiam a favor
do Império Romano. Assim, aquele
homem estava possesso de muitos
espíritos (Mc 5:9). Ele, então, fora de
si e sem noção, cortava-se com pedras. Segundo Mateus, ninguém se
aproximava do local, devido a essa
possessão demoníaca (Mt 8:28).
2. Um Jesus transformador:
Diante de tal cenário e de tal aprisionamento, aquele homem precisava ser liberto. Já que a sua família e
a sociedade não foram capazes de
transformá-lo, Jesus se manifestou
com poder suficiente para mudar
a sua situação. Jesus não era ou é
qualquer um: ele é o Filho do Deus
Altíssimo (Mc 5:8). Não estava ali
para “entrevistar” entidades demoníacas, mas para transformar a vida
daquele homem.
Os demônios estão debaixo da
autoridade de Jesus. Esse texto deixa isso muito claro, por, pelo menos,
três motivos. Em primeiro lugar, os
demônios reconheceram a divindade
de Jesus. Veja o que eles fizeram: E,
quando viu Jesus ao longe, correu e
adorou-o. E, clamando com grande
voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? (vv. 6-7).
Observe que os demônios creem e reconhecem a divindade de Cristo.
Em segundo lugar, os demônios
confirmaram a autoridade de Jesus.
Isso fica muito claro no v. 7: Rogo-te
por Deus que não me atormentes (NVI
– grifo nosso); e no v.10a: E rogou-lhe muito (grifo nosso). Os demônios
evidenciaram, de forma muito clara,
que estavam debaixo da autoridade
de Jesus. Em terceiro e último lugar,
os demônios obedeceram à vontade
de Jesus. No versículo 8, Cristo diz: Sai
deste homem espírito imundo, e, depois de ele lhes dar permissão, saíram e
entraram nos porcos. Não há demônio
que resistia ao poder de Jesus.
3. Uma missão a cumprir: Após a
“gigantesca” expulsão de demônios
daquele homem e o grande prejuízo
para os porqueiros – afinal, uns dois
mil porcos morreram, após Jesus autorizar que os demônios entrassem
neles (Mc 5:11-13) –, o tal gadareno,
agora liberto e em sã consciência de
fé, queria seguir a Jesus, andar por
seus caminhos, com os outros discípulos; porém, o Senhor negou-lhe
tal desejo e o convocou a fazer de
sua própria família, cidade e região
seu campo missionário.
Jesus transformou aquele homem
em um verdadeiro “monumento da
graça”.4 Aquele que é a vida completa deu-lhe a graça de ser transformado em “canal de transformação”,
através da pregação. Agora, era a
hora de proclamar a todos que mudança sua vida sofrera.
Jesus o encontrou no caminho e
lhe fez grande coisa. Mesmo sem ter
merecimento, foi tratado com graça
por Deus, que lhe proporcionou um
recomeço de vida (At 3:19). O ex-endemoniado tornou-se um missionário,
e “saiu para pregar as boas novas na
região predominantemente gentia de
Decápolis, ou Dez cidades (MC 5:20)”.5
Vimos, então, como Jesus tratou
tal homem desprezado por familiares e pela sociedade, devido ao seu
estado de terrível possessão. O Senhor transformou-o com seu imenso poder. Antes, seu estado era de
insanidade, mas depois que Cristo o
libertou, ele voltou à sanidade. Seguiremos a lição com a praticidade
desse fato real.
4. Lopes (2006:264).
5. Adeyemo (2010:1207).
01. Discuta com a classe sobre a importância de Jesus ir a Gadara.
Consulte Mc 5:1 e a introdução.
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93
02. Com base em Marcos 5:2-5 e no item 1, descreva a situação em
que se encontrava o gadareno.
03. Fale sobre a transformação do endemoniado, devido ao seu
encontro com Jesus. Consulte Mc 5:6-17 e o item 2.
04. Quando lemos Mc 5:18-20 e o item 3, como encaramos a missão
dada por Jesus ao gadareno?
II
LIÇÕES DE JESUS NO EVANGELISMO
1. Diante de pessoas cativas,
seja moderado.
Aquele endemoniado foi alvo do
poder e da graça de Cristo. Por mais
embaraçoso que seja depararmos
com uma cena de possessão demoníaca, não estamos livres disso. Bom
seria se nunca deparássemos com
pessoas possessas. Mas, se o próprio
Cristo não foi poupado, não há razão para pensarmos que estaremos
livres de situações semelhantes.
Como agir nestas situações?
Precisamos lembrar-nos do modo
como Jesus agiu. Ele não se apavorou;
mas manteve a cabeça no lugar o tem94
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
po todo. Jesus sabia quem era e o poder que tinha. Nós, diante de situações
semelhantes, precisamos lembrar que
Deus está no comando e tem sob o seu
controle até as legiões de demônios.
Contenha-se diante de alguém
cativo pelo inimigo. Você não
precisa ficar desesperado; tampouco deve aproveitar o momento para
dar “show”. Você tem o Espírito de
Deus, e, diante de você, estará quem
precisa desesperadamente de Cristo.
Não desperdice a chance de levar
o evangelho aos cativos. Onde eles
estão? Olhe ao seu redor. Vença os
obstáculos à evangelização.
05. Fale sobre o esforço de levar Jesus aos cativos. O que você
precisa fazer para melhorar?
2. Diante de pessoas cativas,
exerça autoridade.
No serviço da evangelização, possivelmente encontraremos pessoas possessas. Contudo, devemos lembrar
que Jesus nunca monopolizou a autoridade para expulsar demônios. Aliás, ele mesmo disse que alguns sinais
acompanhariam os que cressem no
evangelho: ... em meu nome expulsarão demônios (Mc 16:17). Na autoridade dele, podemos ordenar aos espíritos imundos que se retirem. Com
coragem e firmeza, façamos isso.
Observe como aquele endemoniado gadareno estava com a vida
completamente destruída. Era uma
calamidade para a sua família e para
a sociedade. Mas, um dia, aquele
que nos dá vida completa encontrou-o e transformou-o.
Talvez seja o caso de você estar boquiaberto com a situação de
uma pessoa conhecida, completamente evolvida com as drogas,
a prostituição ou o roubo. Deus
pode usar você para levar Jesus
a essa pessoa. Ele se manifestou
para destruir as obras do diabo (1
Jo 3:8). Pela sua morte, aniquilou o
que tinha o império da morte, isto
é, o diabo (Hb 2:14). O inimigo
não pode agir fora da autoridade
suprema de Jesus. Ele foi derrotado por Cristo, na cruz. Você e eu
não precisamos andar com medo
da ação dos espíritos maus: Cristo venceu e tem autoridade sobre eles. A batalha já foi ganha.
Estejamos firmes e disponhamonos para pregar o evangelho também aos cativos.
06. Fale sobre a transformação que Jesus faz, mesmo em situações
difíceis, através da pregação. Você conhece um caso muito
complicado? Compartilhe, se possível.
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3. Diante de pessoas libertas,
constitua multiplicadores.
Depois de libertar o gadareno, Jesus foi constrangido a sair daquela região. Percebemos que aquelas pessoas estavam mais interessadas em sua
economia do que na libertação de
alguém. Ficaram com medo do endemoniado liberto (Mc 5:15) e com raiva, por causa do prejuízo que haviam
tomado. Por isso, Jesus não pôde
pregar em Decápolis: teve de sair às
pressas daquela região. Contudo,
mesmo assim, as pessoas daquelas
cidades ouviram falar dele (Mc 5:20
– AS21), através do ex-endemoniado.
Jesus o desafiara a falar do evangelho
às pessoas que o cercavam.
Todos fomos libertos por Jesus
Cristo, devido à graça do Pai (Ef 2:45). Somos salvos para compartilhar
essa graça que nos salvou. Todos
nós sabemos que somos discípulos-missionários do Senhor. Sendo assim, precisamos fazer discípulos (Mt
28:19-20).
Todos nós temos a capacidade de
contar para as pessoas ao nosso redor o que Jesus fez em nosso favor
e como ele teve misericórdia de nós.
Não deixemos de desafiar aqueles
que um dia foram libertos por Jesus
a contar a sua experiência a outros,
a contar do grande amor de Jesus a
outros. Constituamos multiplicadores da mensagem do evangelho.
07. Leia a primeira aplicação, e comente com a classe a nossa
responsabilidade, diante da libertação de uma pessoa cativa. Você
costuma contar o que Jesus fez por você a outros? Costuma desafiar
outros a fazerem o mesmo?
DESAFIO DA SEMANA
Diante desse maravilhoso relato bíblico de transformação, devemos agir para levar o evangelho às pessoas que estão “presas” por
Satanás. Muitas pessoas não conseguiram ser libertas e continuam
escravizadas pelo inimigo. Mas lembremos: Deus é mais.
Nós temos a mensagem que liberta. Por isso, nesta semana e
nas que virão, ore e jejue mais pelas pessoas que você conhece
e que necessitam de libertação. Talvez, isso seja muito difícil para
você. Mas lembre: há um tipo de demônio que só pode ser expulso
com oração e jejum (Mt 17:21 – NTLH). Busque a Deus, e ele lhe
dará graça.
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Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
13o SÁBADO
Sugestão para programa de culto
Abertura
Hino: 92 BJ – “O Senhor da ceifa chama”
Leitura bíblica: Isaías 6:1-8 - NVI
Diretor: No ano em que o rei Uzias
morreu, eu vi o Senhor assentado num
trono alto e exaltado, e a aba de sua veste enchia o templo. Acima dele estavam
serafins; cada um deles tinha seis asas:
com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam.
Igreja: E proclamavam uns aos outros: “Santo, santo, santo é o Senhor dos
Exércitos, a terra inteira está cheia da sua
glória”. Ao som das suas vozes os batentes das portas tremeram, e o templo ficou cheio de fumaça.
Diretor: Então gritei: Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo
de lábios impuros; os meus olhos viram
o rei, o Senhor dos Exércitos! Logo um
dos serafins voou até mim trazendo uma
brasa viva, que havia tirado do altar com
uma tenaz.
Igreja: Com ela tocou a minha boca e
disse: “Veja, isto tocou os seus lábios; por
isso, a sua culpa será removida, e o seu
pecado será perdoado”.
Diretor: Então ouvi a voz do Senhor,
conclamando: “Quem enviarei? Quem
irá por nós?”
Todos: E eu respondi: Eis-me aqui.
Envia-me!
Oração
Palavra pastoral
Louvores:
Geração Metanoia
Compositores: Elio Mendes, Siderley Porcel, Pablo Jr. / CD Geração Metanoia
Não quero viver
Minha geração
Caminhando sem destino
Pra qualquer lugar.
Eu não posso me calar,
Se conheço a Luz.
Todo mundo precisa saber:
Jesus é salvação.
Deixa a Luz brilhar;
Seu poder pode te transformar.
Minha mente mudou;
Hoje posso ver
Que sem ele não dá pra viver.
Vou seguir a Jesus,
Levarei minha cruz;
Nego a mim mesmo;
Viva Cristo em mim!
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Quero fazer diferença
Não ser mais um na multidão.
Eis-me aqui, Senhor, usa-me!
Nova criação eu sou;
Tudo novo se tornou, em Jesus.
Dedicação das ofertas
(música instrumental)
Louvores:
Consagração
Aline Barros
http://letras.mus.br/aline-barros/44039/
Ao Rei dos reis consagro tudo o que sou;
De gratos louvores transborda o
meu coração.
A minha vida eu entrego nas tuas mãos
meu Senhor,
Pra te exaltar com todo meu amor.
Eu te louvarei conforme a tua justiça
E cantarei louvores pois tu és altíssimo.
Celebrarei a ti ó Deus com meu viver,
Cantarei e contarei as tuas obras,
Pois por tuas mãos foram criados
Terra céu e mar e todo ser que neles há.
Toda a Terra celebra a ti, com cânticos
de júbilo,
Pois tu és o Deus criador. (bis)
A honra, a glória, a força
E o poder ao Rei Jesus,
E o louvor ao Rei Jesus.
Usa-me
Diante do Trono / Compositor: Renan Uchôa -
Mostra-me tua glória,
Que enche a terra,
Tua glória entre os povos,
Teus tesouros
E riquezas,
Tua glória entre os povos.
Ofereço minha vida
Igreja Bíblica da paz
Compositores: Claire Cloninger E Don Moen http://letras.mus.br/igreja-biblica-da-paz/759743/
Tudo o que sou, tudo o que tenho
Está diante de ti, Senhor.
Minhas tristezas e alegrias
A ti entrego agora, Senhor.
Ofereço minha vida a ti.
Usa o meu viver para tua glória.
Os meus dias são teus, Senhor.
Que seja o meu louvor sacrifício agradável.
Minha vida eu te dou.
O meu passado, o meu futuro,
Sonhos que um dia se realizarão,
Minha esperança e os meus planos,
Todo o meu ser pertence ao Senhor.
Ofereço minha vida a ti.
Usa o meu viver para tua glória.
Os meus dias são teus, Senhor.
Que seja o meu louvor sacrifício agradável.
Minha vida eu te dou.
Dou-te porque me deste primeiro.
Tudo o que tenho já pertence ao Senhor.
A minha vida é tua somente.
Me rendo a ti, meu Senhor.
http://letras.mus.br/diante-do-trono/287271/
As nações esperam por ti, Senhor,
Pelos pés dos que anunciam boas novas,
Pelos olhos que se compadecerão,
Pelas mãos que feridas tocarão.
Quero ir por ti.
Dá-me o teu coração.
Quero ver como tu vês
E amar os povos e as vidas perdidas.
Usa-me, sim, usa-me como um instrumento!
Usa-me!
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Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
Mensagem: “Deixe Deus usar
a sua vida”
Momento de oração
Hino: 189 BJ – “Um vaso de bênção”
Benção apostólica
Sermão
DEIXE DEUS USAR
A SUA VIDA
At 8:4-8,26-40
A paz de Cristo, irmãos. Deus, por sua graça, concedeu-nos mais essa
oportunidade para meditarmos na quarta mensagem bíblica da série “Pescadores de homens”. Hoje, queremos tratar, de maneira muito pessoal, sobre
o tema “Deixe Deus usar sua vida”. O texto bíblico que nos servirá de base
é Atos capítulo 8, versículos 4 a 8 e, depois, versículos 26 a 40. Na versão
Almeida Revista e Atualizada diz:
Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra. Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo
os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos
saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. E
houve grande alegria naquela cidade.
Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai para o lado do
Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se
levantou e foi. Eis que um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha
dos etíopes, o qual era superintendente de todo o seu tesouro, que viera
adorar em Jerusalém, estava de volta e, assentado no seu carro, vinha lendo o profeta Isaías. Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro
e acompanha-o. Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou:
Compreendes o que vens lendo? Ele respondeu: Como poderei entender,
se alguém não me explicar? E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a
ele. Ora, a passagem da Escritura que estava lendo era esta: Foi levado como
ovelha ao matadouro; e, como um cordeiro mudo perante o seu tosquiador,
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assim ele não abriu a boca. Na sua humilhação, lhe negaram justiça; quem
lhe poderá descrever a geração? Porque da terra a sua vida é tirada. Então,
o eunuco disse a Filipe: Peço-te que me expliques a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de algum outro? Então, Filipe explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus. Seguindo eles
caminho fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco:
Eis aqui água; que impede que seja eu batizado? Filipe respondeu: É lícito,
se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo
é o Filho de Deus. Então, mandou parar o carro, ambos desceram à água, e
Filipe batizou o eunuco. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, não o vendo mais o eunuco; e este foi seguindo o seu caminho, cheio de júbilo. Mas Filipe veio a achar-se em Azoto; e, passando além,
evangelizava todas as cidades até chegar a Cesaréia.
Provavelmente, a maioria já leu ou ouviu sobre essa história. Apesar disso,
precisamos conhecer melhor seus personagens. Vamos começar pelo eunuco
etíope. Ele era superintendente de todo o tesouro real, no reinado de Candace, rainha dos etíopes (At 8:27). Não sabemos muito mais que isso sobre ele.
Sabemos, contudo, que Deus estava agindo para salvar sua vida. Para isso,
usaria Filipe. Apesar de o Novo Testamento revelar quatro homens com esse
nome, o Filipe de Atos 8 é o diácono. No primeiro século, os cristãos de origem grega reclamavam que suas viúvas estavam sendo desprezadas na distribuição de alimentos. Os apóstolos, então, escolheram sete homens de boa
reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, que passaram a cuidar
dessa questão (At 6:1-3). Dentre esses diáconos, estava Filipe, que, durante a
perseguição aos cristãos, em Jerusalém, foi para Samaria.
A partir desse momento, Filipe começa a ser usado poderosamente por
Deus na proclamação (At 8:4-8). Tanto é assim que também é chamado de
Filipe, o evangelista (At 21:8). É interessante notar que, em pleno livro que
narra os atos dos apóstolos, um diácono é usado como qualquer um destes.
Deus não usa apenas apóstolos, pastores, missionários (as), obreiros (as),
diáconos ou diaconisas. Ele também usa pessoas comuns. Usa homem ou
mulher, criança ou idoso, negro ou branco, pobre ou rico. Deus pode usar
nossa vida para a pregação do evangelho. Precisamos deixá-lo fazer isso!
O que acontece, quando deixamos Deus usar a nossa vida? Com base em
Atos 8:4-8 e 8:26-40, temos três ensinos que respondem essa pergunta.
O primeiro deles é:
100
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
I – SE DEIXARMOS DEUS USAR A NOSSA VIDA NA PROCLAMAÇÃO,
A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO SERÁ NOTÓRIA
O apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, revela que Deus deseja que todos os homens sejam salvos (2Tm 2:4), e decidiu usar pessoas; decidiu usar-nos. Mas, não somos os protagonistas na proclamação. No livro de Atos,
os protagonistas não são os apóstolos, diáconos ou quaisquer outras pessoas, mas, sim, o próprio Espírito Santo. É ele quem atua poderosamente na
vida daqueles que permitem ser usados por Deus. Se deixarmos o Senhor
usar a nossa vida, na proclamação, a atuação do Espírito, que é Deus, será
notória. A partir do exemplo de Felipe, vejamos como se caracteriza essa
atuação do Espírito, na prática:
Em primeiro lugar, o Espírito atua oferecendo-nos sua companhia na proclamação. O relato bíblico revela a presença do Espírito Santo, no início, no
meio e no fim dessa história. O versículo 26 diz que um anjo do Senhor falou
a Filipe. Neste caso, Lucas revela que esse anjo é, na realidade, o Espírito do
Senhor (vv.29,30). Filipe “está a serviço do Senhor, cujo Espírito se comunica
com ele por meio de um anjo”.1 Já os versículos 29 e 39 mostram o mesmo
Espírito falando e arrebatando o diácono. Aprendemos, nesses relatos, que
ele nos acompanha nas atividades evangelística e missionária. Não estamos
sós, quando falamos de Jesus. O Espírito de Deus está conosco.
Em segundo lugar, o Espírito atua oferecendo-nos sua orientação na proclamação. Ainda nos versículos 26 e 29 de Atos 8, percebemos duas expressões importantes. A primeira é: ... falou a Filipe dizendo (v.26); a outra
é: ... disse o Espírito a Filipe (v.29). As duas são seguidas de orientações: ...
apronte-se e vá para o sul (...); chegue perto dessa carruagem e acompanha-a
(NTLH). Que maravilha saber que o Espírito de Deus não é apenas um companheiro na proclamação, mas, também, um orientador! Ele conhece caminhos
que nós desconhecemos. Conhece corações sedentos que nos passam despercebidos. Por isso, orienta-nos na proclamação.
Diante da sua orientação, precisamos obedecer-lhe! Dissemos que, nos
versículos 26 e 29, Filipe foi orientado; porém, não podemos esquecer que
as orientações foram em forma de ordens. Observem: ... apronte-se e vá;
chegue perto; acompanha-a. Aqui, não vemos pedido algum. Trata-se de
ordens do Espírito Santo ao servo de Deus. Como devemos agir diante de
uma ordem sua? Filipe nos ensina: ele se aprontou e foi e correndo. Devemos obedecer ao Senhor com preparo e urgência. Na proclamação, não
1. Kistemaker (2006:410).
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existe lugar para a desobediência. Obedeçamos, e a atuação do Espírito
será notória em nossa vida.
Pois bem, aprendemos que, se permitirmos que Deus use a nossa vida na
proclamação, a atuação do Espírito será notória. Vejamos, agora, o segundo
ensino sobre o que acontece, quando deixamos Deus usar a nossa vida:
II – SE DEIXARMOS DEUS USAR A NOSSA VIDA NA PROCLAMAÇÃO,
A APRESENTAÇÃO DO EVANGELHO SERÁ EFICAZ
O apóstolo Paulo diz que a fé vem pelo ouvir o evangelho a respeito
de Cristo (Rm 10:17 – NVI). Mas como os perdidos ouvirão o evangelho,
se não lhes falarmos a respeito? (Rm 10:14). Temos a sublime tarefa de
proclamar o evangelho de forma eficaz. Em Atos capítulo 8, Filipe é usado
por Deus para proclamar as boas novas sobre Jesus ao tesoureiro etíope, e
sua apresentação do evangelho foi eficaz. É importante entendermos que
uma apresentação eficaz do evangelho não acontece só quando a pessoa
evangelizada se converte: acontece quando o verdadeiro evangelho, em
sua essência, é proclamado no poder do Espírito. Devemos, então, ter
consciência de três questões:
Em primeiro lugar, precisamos ter consciência da necessidade da proclamação. A proclamação não pode ser negligenciada. Aqueles que recebem
poder e dependem do Espírito Santo não têm o direito de se calar perante
a necessidade de falar sobre a salvação em Jesus Cristo. Não podemos
cruzar os braços e terceirizar o “Fazei discípulos” de Cristo. As palavras do
eunuco etíope soam como um clamor dos não-salvos a nós, cristãos: Pois
como poderei entender, se alguém não me ensinar? (8:31). Assim como o
eunuco etíope, muitas pessoas, ao nosso redor, estão sedentas por Jesus
(Rm 10:14). O profeta Isaías nos ensina como atender essa necessidade:
Eis-me aqui, envia-me a mim (Is 6:8).
Em segundo lugar, precisamos ter consciência do conteúdo da proclamação. Além de a proclamação ser necessária, tem um conteúdo inegociável.
Percebam que Filipe, por duas vezes, nos versículos 5 e 35, anuncia Jesus,
o Cristo. Em tempos em que muitas mensagens atrativas são pregadas, é
imprescindível sabermos que quem deseja ser usado pelo Pai, terá como
conteúdo da proclamação o Filho. O tesoureiro etíope, por exemplo, não
compreendia a quem o texto de Isaías 53:7,8 se referia. Então, Filipe passou
a ensinar-lhe. Kistemaker conclui que porções do Antigo Testamento explicadas à luz dos ensinamentos, dos sofrimentos, da morte e da ressurreição
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Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
de Jesus formaram o sermão de Filipe.2 O foco não era Filipe ou o profeta
Isaías, mas o Servo Sofredor. O proclamador honesto das Escrituras sempre
“sairá de cena” (At 8:39) e terá um único conteúdo: Jesus.
Em terceiro lugar, precisamos ter consciência do método da proclamação.
Em Atos 8:31-35, Filipe, sendo usado por Deus, ensina-nos um método eficaz de proclamar. Primeiro, aborda o Etíope, perguntando: Entendes o que
estás lendo? (8:30). Uma boa abordagem permitirá um ambiente favorável.
Depois, ele se aproxima: ... e convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a ele
(8:31). Filipe aceita o convite e assenta-se junto ao eunuco. Não devemos
nos manter distantes e mecânicos na proclamação: precisamos nos envolver
com as pessoas. Em seguida, ele ensina: Filipe tomou a palavra e, começando por esta escritura, anunciou-lhe a Jesus (8:35). Quem se propõe ser usado
por Deus, deve dispor de tempo e de certo conhecimento bíblico. Contudo,
todo método pode ser contextualizado. O conteúdo da proclamação é inegociável, mas a maneira de proclamar é diversa.
Até aqui, aprendemos que, se permitirmos que Deus use a nossa vida na
proclamação, a atuação do Espírito será notória e a apresentação do evangelho será eficaz. Vamos, agora, ao último ensino.
III – SE DEIXARMOS DEUS USAR A NOSSA VIDA NA PROCLAMAÇÃO,
OS RESULTADOS PRÁTICOS SERÃO VISÍVEIS
Jesus disse aos seus discípulos, antes de retornar aos céus, que alguns
sinais acompanhariam os que cressem nele como Senhor (Mc 16:15-18). E
isso, de fato, aconteceu. Quando seus discípulos dispuseram-se a proclamar
o evangelho, vários resultados práticos foram vistos. O diácono Filipe viu três
bênçãos, como resultados da ação de Deus, através da sua vida. Em primeiro
lugar, Filipe viu milagres acontecerem. Os milagres acompanham a proclamação. As pessoas “atendiam às palavras de Filipe especialmente pelo fato de
serem confirmadas por sinais: os possessos de espíritos imundos eram libertos, e os paralíticos e coxos eram curados”.3
Um dos desafios para nossa geração é crer que Deus ainda realiza milagres. Somos uma igreja que acredita e ora por curas e prodígios. A igreja de
Atos nunca deixou de pedir a Deus que continuasse estendendo a sua mão
para realizar sinais e feitos extraordinários pelo nome de Jesus (At 4:30b).
2. Kistemaker (2006:410).
3. Adeyemo (2010:1349).
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No livro de Atos, os sinais acompanhavam a pregação do evangelho. Aliás,
o próprio Jesus disse: Estes sinais acompanharão [gr. parakoloythései – “seguir ao lado”] os que crerem (Mc 16:17). E, depois, saindo os discípulos,
pregaram por toda a parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando
a palavra com os sinais (Mc 16:20). Na obra missionária, não abandonemos
a súplica: “Senhor, realiza sinais extraordinários!”.
Em segundo lugar, Filipe viu pessoas sendo salvas. Uma dessas pessoas foi
o etíope, que experimentou a benção da salvação. O escritor Lucas relata:
... chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco: Eis aqui água;
que impede que seja eu batizado? Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo
o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus
(8:36,37). Cumpriu-se na vida dele a condição de Jesus para a salvação:
Quem crer e for batizado será salvo (Mc 16:16). Nenhuma outra benção é
maior que a da salvação. O Deus abençoador é, principalmente, salvador e
conta conosco. Não esqueçamos: somos salvos para salvar.
Em terceiro lugar, Filipe viu grande alegria. As duas vezes em que Filipe
aparece, no capítulo 8, vemos a alegria tomar conta do cenário. Na primeira
vez, o povo daquela cidade ficou muito alegre (8:8). Trata-se dos samaritanos, povo sofrido, descriminado e com muitas enfermidades. Em tempos de
tanta tristeza, por causa de pobreza, violência, doença e morte, podemos,
também, ser usados por Deus para levar alegria a nossa comunidade. Na
segunda vez, o eunuco etíope continuou a sua viagem, cheio de alegria
(8:39 – NTLH). Ele era um homem importante, no reino etíope, mas, agora,
regozijava-se por fazer parte do reino de Deus. Não devemos pensar que
pessoas ricas ou bem-sucedidas não precisam dessa alegria. Deixemos Deus
nos usar para levarmos alegria a nossa casa, a nossa rua, ao nosso trabalho,
a nossa faculdade, enfim, onde nós estivermos.
CONCLUSÃO
Como vimos, Deus usou Filipe poderosamente para realizar seus desígnios
nos samaritanos e no tesoureiro etíope. Talvez Filipe não tivesse a consciência do alcance de suas obras. Mas, ao que tudo indica, o etíope também foi
usado por Deus no seu país, cumprindo, assim, o mandamento de ser testemunha até os confins da terra. Samaria e a Etiópia foram alcançadas pelo
verdadeiro evangelho de Cristo. E nossa casa? E a nossa comunidade?
Irmãos, Deus é Deus de pessoas, como está escrito em Êxodo 3:6: Eu
sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus
de Jacó. Esse mesmo Deus usa pessoas para cumprir seus propósitos na
104
Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2013
proclamação. Essa honra foi negada aos anjos. Portanto, coloquemo-nos
à disposição dele. Não permitamos que cargos e funções dentro da igreja
nos limitem. Os presbíteros, diáconos, membros e congregados precisam
proclamar a boa notícia a respeito de Jesus. Somos desafiados a dependermos do Espírito Santo, na proclamação, para que as bênçãos da salvação,
dos milagres e da alegria alcancem pessoas sedentas por Cristo. Vamos nos
juntar ao grupo de Filipe, e deixemos que Deus nos use.
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BIBLIOGRAFIA
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