Universidade do Minho Escola de Engenharia Hélder Luís Oliveira Brito UMinho | 2010 Hélder Luís Oliveira Brito Desenvolvimento de um Thyristor Switched Capacitor (TSC) Desenvolvimento de um Thyristor Switched Capacitor (TSC) Outubro de 2010 Universidade do Minho Escola de Engenharia Hélder Luís Oliveira Brito Desenvolvimento de um Thyristor Switched Capacitor (TSC) Tese de Mestrado Ciclo de Estudos Integrados Conducentes ao Grau de Mestre em Engenharia Electrónica Industrial e Computadores Trabalho efectuado sob a orientação do Professor Doutor Manuel João Sepúlveda Mesquita de Freitas Outubro de 2010 AGRADECIMENTOS Não teria sido possível a realização deste trabalho sem o apoio, a orientação e o empenho do meu orientador, Doutor Manuel Freitas. Aos meus colegas, agradeço a paciência e boa companhia demonstrada. E finalmente agradeço à minha família, que sempre me apoiaram e incentivaram ao longo de todos estes anos de estudo. iii iv RESUMO Desde que apareceram os sistemas de tensão alternada sinusoidal que se depara com a existência de energia reactiva, a qual deve ser atenuada para uma melhor eficiência no transporte de energia. Tendo em conta o objectivo de compensar a energia reactiva, uma das possibilidades é o modelo em estudo, o TSC (Thyristor Switched Capacitor), o qual é a base deste trabalho. Como o equipamento baseado neste modelo corrige o factor de potência de forma dinâmica, torna o sistema mais flexível do que com a solução tradicional, a qual utilizava módulos de condensadores estáticos. Este tipo de equipamento é normalmente utilizado pelas entidades fornecedoras de energia eléctrica, visto necessitarem de regular o valor da energia reactiva das linhas eléctricas e a não compensada pelos clientes, os quais não têm de compensar o factor de potência para a unidade. Devido ao seu elevado custo, as empresas optam habitualmente por sistemas menos dispendiosos como os módulos de condensadores estáticos. No desenvolvimento do equipamento, recorreu-se ao uso de programas informáticos para simular o modelo em diferentes situações, com o objectivo de analisar as características positivas e negativas deste. Depois de simulado o modelo do equipamento, foi construído um protótipo de baixa potência e monofásico, com o objectivo de analisar o funcionamento em condições reais. Por fim, foram realizados testes experimentais com recurso a uma carga indutiva, para observar a capacidade de compensar o factor de potência, bem como interferências causadas ao sistema pelo equipamento. Palavras-chave: TSC, factor de potência, simulações Matlab e Pscad, protótipo de 7 níveis. v vi ABSTRACT Since the appearance of sinusoidal alternating current systems, the existence of reactive energy has been discovered, which must be reduced for a more efficient energy transport. With the objective of cancelling a reactive energy, one of the possibilities is the model in study, the Thyristor Switched Capacitor (TSC), which is the basis of this work. As the equipment based in this model compensate the power factor dynamically, making the system more flexible when compared with the traditional solution, which utilised static capacitor modules. This type of equipment is normally utilised by electric energy distribution companies, because of the necessity to compensate the reactive power of the lines and the power not compensated by clients, which haven’t to adjust the power factor to unit. Because their high cost, the companies chose systems which are more accessible like the static capacitor module. In development of the equipment, computer programs for simulate de model in different situations were used, with the objective of analyses the positive and negative characteristics of this. After simulating the model of equipment, a prototype of low power and a single phase was built, with the objective of analysing the real conditions working. At last, experimental tests were accomplished with the aid of an inductive load, to observe the capability of compensating the power factor, and also interferences in the system made by equipment. Keywords: TSC, power factor, Matlab and Pscad simulations, 7 levels prototype. vii viii ÍNDICE AGRADECIMENTOS .................................................................................................... iii RESUMO ......................................................................................................................... v ABSTRACT ................................................................................................................... vii ABREVIATURAS ......................................................................................................... xv 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 2 1.1 Energia Reactiva ..................................................................................................... 2 1.2 Inconvenientes da Energia Reactiva ....................................................................... 3 1.3 Correcção do Factor de Potência ............................................................................ 4 1.4 Enquadramento ....................................................................................................... 5 1.5 Objectivos deste Trabalho ...................................................................................... 5 1.6 Organização da Dissertação.................................................................................... 6 2 MÉTODOS PARA COMPENSAR O FACTOR DE POTÊNCIA ............................... 8 2.1 Módulo de Condensadores Estático ....................................................................... 8 2.2 Compensador Síncrono .......................................................................................... 9 2.3 STATCOM (Static Synchronous Compensator) .................................................. 11 2.4 Static Var Compensator (SVC) ............................................................................ 12 2.4.1 Thyristor Switched Capacitor (TSC) ............................................................. 12 2.4.2 Thyristor Commuted Reactor (TCR) ............................................................. 13 2.4.3 Thyristor Commuted Reactor (TCR) com Condensadores ........................... 15 2.4.4 Modelo Híbrido (TSC e TCR) ....................................................................... 16 2.5 Filtros Activos ...................................................................................................... 17 2.6 Equipamentos existentes ...................................................................................... 18 2.6.1 Equipamento DynaWind ............................................................................... 18 2.6.2 TSC da Areva ................................................................................................ 19 2.6.3 TSC da Claritas.............................................................................................. 20 2.6.4 Equipamento da BHEL.................................................................................. 20 3 SIMULAÇÃO DO TOPOLOGIA TSC ...................................................................... 22 3.1 Características das Simulações ............................................................................. 22 3.2 Carga linear .......................................................................................................... 24 3.2.1 PSCAD .......................................................................................................... 24 3.2.1.1 TCR em estrela ....................................................................................... 24 3.2.1.2 TCR em triângulo ................................................................................... 25 3.2.1.3 TSC em estrela ....................................................................................... 27 3.2.1.4 TSC em triângulo ................................................................................... 28 3.2.2 Matlab ............................................................................................................ 29 3.2.2.1 TCR em estrela ....................................................................................... 30 3.2.2.2 TCR em triângulo ................................................................................... 31 3.2.2.3 TSC em estrela ....................................................................................... 32 3.2.2.4 TSC em triângulo ................................................................................... 33 3.3 Carga não linear .................................................................................................... 34 3.3.1 PSCAD .......................................................................................................... 34 3.3.1.1 TCR em estrela ....................................................................................... 34 3.3.1.2 TCR em triângulo ................................................................................... 35 3.3.1.3 TSC em estrela ....................................................................................... 36 3.3.1.4 TSC em triângulo ................................................................................... 37 3.3.2 Matlab ............................................................................................................ 39 3.3.2.1 TCR em estrela ....................................................................................... 39 ix 3.3.2.2 TCR em triângulo ................................................................................... 40 3.3.2.3 TSC em estrela ....................................................................................... 41 3.3.2.4 TSC em triângulo ................................................................................... 42 3.4 Interferências no instante de comutação entre módulos de condensadores com carga linear ................................................................................................................. 43 3.4.1 PSCAD .......................................................................................................... 43 3.4.1.1 TSC em estrela ....................................................................................... 44 3.4.1.2 TSC em triângulo ................................................................................... 45 3.4.2 Matlab ............................................................................................................ 47 3.4.2.1 TSC em estrela ....................................................................................... 47 3.4.2.2 TSC em triângulo ................................................................................... 48 3.5 Interferência no instante de comutação entre módulos de condensadores, com carga não linear........................................................................................................... 50 3.5.1 PSCAD .......................................................................................................... 51 3.5.1.1 TSC em estrela ....................................................................................... 51 3.5.1.2 TSC em triângulo ................................................................................... 53 3.5.2 Matlab ............................................................................................................ 54 3.5.2.1 TSC em estrela ....................................................................................... 54 3.5.2.2 TSC em triângulo ................................................................................... 56 3.6 Conclusões ............................................................................................................ 58 4 CONCEPÇÃO DO PROTÓTIPO TSC ....................................................................... 62 4.1 Princípio de Funcionamento ................................................................................. 62 4.2 Estrutura do Equipamento .................................................................................... 67 4.2.1 Unidade de Medida........................................................................................ 67 4.2.2 Unidade de Controlo...................................................................................... 68 4.2.3 Unidade de Actuação ..................................................................................... 69 4.2.4 Fonte de Alimentação .................................................................................... 70 4.2.5 Sistemas de Protecção e Segurança ............................................................... 71 5 MONTAGEM DO PROTÓTIPO TSC ....................................................................... 74 5.1 Programador ......................................................................................................... 74 5.2 Interface com o LCD (Liquid Crystal Display) .................................................... 75 5.3 Fonte de alimentação ............................................................................................ 78 5.4 Unidade de medida ............................................................................................... 79 5.5 Unidade de controlo ............................................................................................. 80 5.6 Unidade de actuação ............................................................................................. 82 5.7 Soluções Abandonadas ......................................................................................... 83 5.8 Testes .................................................................................................................... 84 5.8.1 Valores das amostras obtidas para uma carga linear ..................................... 84 5.8.2 Sinal de controlo para accionar o semicondutor ............................................ 86 5.8.3 Condensador accionado pelo microcontrolador ............................................ 86 5.8.4 Carga utilizada nos testes .............................................................................. 88 5.8.5 Testes experimentais...................................................................................... 89 5.8.5.1 Carga com uma potência de 150 VA ...................................................... 90 5.8.5.2 Carga com uma potência de 550 VA ...................................................... 91 5.8.6 Conclusões ..................................................................................................... 92 6 CONCLUSÕES ........................................................................................................... 96 6.1 Objectivos Atingidos ............................................................................................ 96 6.2 Principais Resultados e Conclusões ..................................................................... 97 6.3 Sugestões para Trabalho Futuro ........................................................................... 99 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 102 x A MODELOS DAS SIMULAÇÕES ........................................................................... 106 A.1 PSCAD .............................................................................................................. 106 A.1.1 TSC Ligado em Estrela............................................................................... 107 A.1.2 TSC Ligado em Triângulo .......................................................................... 108 A.1.3 TCR Ligado em Estrela .............................................................................. 110 A.1.4 TCR Ligado em Triângulo ......................................................................... 111 A.1.5 Módulos comuns......................................................................................... 112 A.1.5.1 Módulo Cargas .................................................................................... 113 A.1.5.2 Módulo de controlo ............................................................................. 114 A.1.5.3 Módulo de cálculo do factor de potência............................................. 115 A.1.5.4 Módulo de cálculo da distorção harmónica ......................................... 116 A.2 Matlab ................................................................................................................ 116 A.2.1 TSC Ligado em Estrela............................................................................... 117 A.2.2 TSC Ligado em Triângulo .......................................................................... 118 A.2.3 TCR Ligado em Estrela .............................................................................. 119 A.2.4 TCR Ligado em Triângulo ......................................................................... 120 B ESQUEMAS DO EQUIPAMENTO ........................................................................ 122 B.1 Unidade de Actuação ......................................................................................... 122 B.2 Unidade de medida ............................................................................................ 123 B.3 Unidade de controlo ........................................................................................... 124 xi ÍNDICE DE FIGURAS Figura 2.1: Módulo de condensadores estático ................................................................ 8 Figura 2.2: Modelo da máquina síncrona como compensador de reactivos ..................... 9 Figura 2.3: Diagrama fasorial da máquina síncrona ....................................................... 10 Figura 2.4: Modelo do STATCOM [5] .......................................................................... 11 Figura 2.5: Modelo do TSC ............................................................................................ 13 Figura 2.6: Modelo do TCR ........................................................................................... 14 Figura 2.7: Modelo do TCR com módulo de condensadores ......................................... 15 Figura 2.8: Modelo do Híbrido (TSC-TCR)................................................................... 16 Figura 2.9: Modelo do filtro activo ................................................................................ 17 Figura 2.10: DynaWind 6000 ......................................................................................... 19 Figura 2.11: TSC da Areva ............................................................................................. 19 Figura 2.12: TSC da Claritas .......................................................................................... 20 Figura 2.13: TSC da BHEL ............................................................................................ 20 Figura 3.1: Diagrama de blocos da simulação com carga linear .................................... 24 Figura 3.2: Tensão e corrente (a negrito) na carga ......................................................... 24 Figura 3.3: Tensão e corrente (a negrito) na fonte ......................................................... 25 Figura 3.4: Tensão e corrente (a negrito) na carga ......................................................... 26 Figura 3.5: Tensão e corrente (a negrito) na fonte ......................................................... 26 Figura 3.6: Tensão e corrente (a negrito) na carga ......................................................... 27 Figura 3.7: Tensão e corrente (a negrito) na fonte ......................................................... 28 Figura 3.8: Tensão e corrente (a negrito) na carga ......................................................... 28 Figura 3.9: Tensão e corrente (a negrito) na fonte ......................................................... 29 Figura 3.10: Tensão e corrente (direita) na carga ........................................................... 30 Figura 3.11: Tensão e corrente (direita) na fonte ........................................................... 30 Figura 3.12: Tensão e corrente (direita) na carga ........................................................... 31 Figura 3.13: Tensão e corrente (direita) na fonte ........................................................... 31 Figura 3.14: Tensão e corrente (direita) na carga ........................................................... 32 Figura 3.15: Tensão e corrente (direita) na fonte ........................................................... 32 Figura 3.16: Tensão e corrente (direita) na carga ........................................................... 33 Figura 3.17: Tensão e corrente (direita) na fonte ........................................................... 33 Figura 3.18: Diagrama de blocos da simulação com carga linear e não linear .............. 34 Figura 3.19: Tensão e corrente (a negrito) na carga ....................................................... 34 Figura 3.20: Tensão e corrente (a negrito) na fonte ....................................................... 35 Figura 3.21: Tensão e corrente (a negrito) na carga ....................................................... 35 Figura 3.22: Tensão e corrente (a negrito) na fonte ....................................................... 36 Figura 3.23: Tensão e corrente (a negrito) na carga ....................................................... 36 Figura 3.24: Tensão e corrente (a negrito) na fonte ....................................................... 37 Figura 3.25: Tensão e corrente (a negrito) na carga ....................................................... 38 Figura 3.26: Tensão e corrente (a negrito) na fonte ....................................................... 38 Figura 3.27: Tensão e corrente (direita) na carga ........................................................... 39 Figura 3.28: Tensão e corrente (direita) na fonte ........................................................... 39 Figura 3.29: Tensão e corrente (direita) na carga ........................................................... 40 Figura 3.30: Tensão e corrente (direita) na fonte ........................................................... 40 Figura 3.31: Tensão e corrente (direita) na carga ........................................................... 41 Figura 3.32: Tensão e corrente (direita) na fonte ........................................................... 41 Figura 3.33: Tensão e corrente (direita) na carga ........................................................... 42 Figura 3.34: Tensão e corrente (direita) na fonte ........................................................... 42 Figura 3.35: Diagrama de blocos da simulação de comutação, para carga linear .......... 43 xii Figura 3.36: Tensão e corrente (a negrito) na carga ....................................................... 44 Figura 3.37: Tensão e corrente (a negrito) na fonte ....................................................... 44 Figura 3.38: Tensão e corrente (a negrito) no módulo de maior potência...................... 45 Figura 3.39: Tensão e corrente (a negrito) na carga ....................................................... 45 Figura 3.40: Tensão e corrente (a negrito) na fonte ....................................................... 46 Figura 3.41: Tensão e corrente (a negrito) no módulo de maior potência...................... 46 Figura 3.42: Tensão e corrente (direita) na carga ........................................................... 47 Figura 3.43: Tensão e corrente (direita) na fonte ........................................................... 48 Figura 3.44: Tensão e corrente (direita) no módulo de maior potência ......................... 48 Figura 3.45: Tensão e corrente (direita) na carga ........................................................... 49 Figura 3.46: Tensão e corrente (direita) na fonte ........................................................... 49 Figura 3.47: Tensão e corrente (direita) no módulo de maior potência ......................... 50 Figura 3.48: Diagrama de blocos da simulação da comutação, para carga linear e não linear ............................................................................................................................... 50 Figura 3.49: Tensão e corrente (a negrito) na carga ....................................................... 51 Figura 3.50: Tensão e corrente (a negrito) na fonte ....................................................... 52 Figura 3.51: Tensão e corrente (a negrito) no módulo de maior potência...................... 52 Figura 3.52: Tensão e corrente (a negrito) na carga ....................................................... 53 Figura 3.53: Tensão e corrente (a negrito) na fonte ....................................................... 53 Figura 3.54: Tensão e corrente (a negrito) no módulo de maior potência...................... 54 Figura 3.55: Tensão e corrente (direita) na carga ........................................................... 55 Figura 3.56: Tensão e corrente (direita) na fonte ........................................................... 55 Figura 3.57: Tensão e corrente (direita) no módulo de maior potência ......................... 56 Figura 3.58: Tensão e corrente (direita) na carga ........................................................... 56 Figura 3.59: Tensão e corrente (direita) na fonte ........................................................... 57 Figura 3.60: Tensão e corrente (direita) no módulo de maior potência ......................... 57 Figura 4.1: Gráfico da cobertura da potência do equipamento baseado no TSC ........... 63 Figura 4.2: Diagrama de blocos da estrutura do protótipo ............................................. 67 Figura 4.3: Diagrama de blocos da unidade de medida por fase .................................... 68 Figura 4.4: Diagrama de blocos da unidade de controlo ................................................ 69 Figura 4.5: Diagrama de blocos da unidade de actuação ............................................... 70 Figura 4.6: Diagrama de blocos da fonte de alimentação............................................... 71 Figura 5.1: Ambiente visual do programador................................................................. 75 Figura 5.2: LCD utilizado no equipamento .................................................................... 76 Figura 5.3: Menu de créditos .......................................................................................... 76 Figura 5.4: Menu base .................................................................................................... 77 Figura 5.5: Menu de funcionamento .............................................................................. 77 Figura 5.6: Imagem da fonte de medida (esquerda) e de actuação (direita) ................... 78 Figura 5.7: Imagem da unidade de medida..................................................................... 79 Figura 5.8: Microcontrolador ATmega128 .................................................................... 80 Figura 5.9: Imagem da unidade de actuação .................................................................. 82 Figura 5.10: Módulos de condensadores ........................................................................ 83 Figura 5.11: Amostras da tensão .................................................................................... 85 Figura 5.12: Amostras da corrente ................................................................................. 85 Figura 5.13: Onda da tensão (10V/div) e sinal de controlo para os semicondutores (2V/div), escala de tempo (2ms/div) .............................................................................. 86 Figura 5.14: Onda da Tensão (10V/div) e corrente (0,5A/div) no condensador accionada pelo equipamento, escala de tempo (2ms/div)................................................................ 87 Figura 5.15: Onda da tensão (10V/div) e da corrente (0,5A/div) no condensador, escala de tempo (2ms/div) ......................................................................................................... 87 xiii Figura 5.16: VARIAC utilizado como carga .................................................................. 88 Figura 5.17: Onda da Tensão (10V/div) e corrente (1A/div) no VARIAC, escala de tempo (2ms/div).............................................................................................................. 89 Figura 5.18: Diagrama de blocos do sistema dos testes ................................................. 89 Figura 5.19: Forma de onda da tensão (10V/div) e corrente (0,5A/div) na fonte, escala de tempo (2ms/div) ......................................................................................................... 90 Figura 5.20: Imagem do LCD para o teste da carga de 150VA ..................................... 91 Figura 5.21: Forma de onda da tensão (10V/div) e corrente (2A/div) na fonte, escala de tempo (2ms/div).............................................................................................................. 91 Figura 5.22: Imagem do LCD para o teste da carga de 550VA ..................................... 92 A MODELOS DAS SIMULAÇÕES ........................................................................... 106 Imagem 1: Visão geral do módulo base ....................................................................... 107 Imagem 2: Visão superior do módulo base .................................................................. 107 Imagem 3: Visão inferior do módulo base ................................................................... 108 Imagem 4: Visão geral do módulo base ....................................................................... 108 Imagem 5: Visão superior do módulo base .................................................................. 109 Imagem 6: Visão inferior do módulo base ................................................................... 109 Imagem 7: Visão geral do módulo base ....................................................................... 110 Imagem 8: Visão superior do módulo base .................................................................. 110 Imagem 9: Visão inferior do módulo base ................................................................... 111 Imagem 10: Visão geral do módulo base ..................................................................... 111 Imagem 11: Visão superior do módulo base ................................................................ 112 Imagem 12: Visão inferior do módulo base ................................................................. 112 Imagem 13: Visão geral do módulo cargas .................................................................. 113 Imagem 14: Visão superior do módulo cargas ............................................................. 113 Imagem 15: Visão inferior do módulo cargas .............................................................. 113 Imagem 16: Visão geral do módulo de controlo .......................................................... 114 Imagem 17: Visão superior do módulo de controlo ..................................................... 114 Imagem 18: Visão inferior do módulo de controlo ...................................................... 115 Imagem 19: Visão do módulo de cálculo do factor de potência .................................. 115 Imagem 20: Visão do módulo de cálculo da distorção................................................. 116 Imagem 21: TSC ligado em estrela .............................................................................. 117 Imagem 22: TSC ligado em Triângulo ......................................................................... 118 Imagem 23: TCR ligado em estrela .............................................................................. 119 Imagem 24: TCR ligado em triângulo .......................................................................... 120 B ESQUEMAS DO EQUIPAMENTO ........................................................................ 122 Imagem 25: Esquema da unidade de actuação ............................................................. 122 Imagem 26: Esquema da unidade de medida ............................................................... 123 Imagem 27: Esquema da unidade de controlo .............................................................. 124 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1.1: Variação da potência do transformador em função do valor do factor de potência [1] ....................................................................................................................... 4 Tabela 1.2: Variação da secção relativa dos cabos eléctricos devido ao factor de potência [1] ....................................................................................................................... 4 Tabela 4.1: Efeito do aumento do número de condensadores na percentagem de compensação................................................................................................................... 65 xiv ABREVIATURAS STATCOM – (do inglês Static Synchronous Compensator) Compensador Síncrono estático SVC – (do inglês Static Var Compensator) Compensador Estático de Reactivos TSC – (do inglês Thyristor Switched Capacitor) Condensador Accionado por Tirístor TCR – (do inglês Thyristor Commuted Reactor) Bobina Comutada por Tirístor SPI – (do inglês Serial Peripheral Interface) Interface de Periféricos Série ADC – (do inglês Analogic to Digital Converter) Conversor Analógico para Digital LCD – (do inglês Liquid Crystal Display) Ecrã de Cristais Liquidos xv 1 - INTRODUÇÃO DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 1 INTRODUÇÃO 1.1 Energia Reactiva Desde a implantação da estrutura da rede eléctrica em corrente alternada que esta se depara com o problema da energia reactiva indutiva, a qual deve ser atenuada o máximo possível para a melhor eficiência no transporte de energia. A parte reactiva da energia eléctrica não produz trabalho útil, mas no entanto é necessária ao correcto funcionamento da maioria dos equipamentos eléctricos. Esta resulta da existência de elementos acumuladores de energia (e.g. condensadores e bobinas). Quando se analisa fisicamente o fenómeno, verifica-se que estes provocam o desfasamento da corrente em relação à tensão. O factor de potência de um equipamento ou carga é obtido através do co-seno do ângulo resultante do desfasamento entre a tensão e a corrente. Assim, o factor de potência será igual a um quando o equipamento não possui energia reactiva (carga resistiva) e será inferior a um quando este possui a componente correspondente à energia reactiva (carga capacitiva ou indutiva). Para resolver esta situação, como grande parte das cargas ligadas ao sistema eléctrico são indutivas, utilizam-se elementos capacitivos como é o caso dos módulos de condensadores. 2 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 1.2 Inconvenientes da Energia Reactiva A energia reactiva quando não compensada apresenta diversos inconvenientes [1], tais como: - Aumento das perdas na rede; - Redução da vida útil dos equipamentos; - Penalizações tarifárias; - Subutilização da potência instalada; - Cabos eléctricos de maior secção. As perdas energéticas na rede eléctrica variam com a intensidade da corrente ao quadrado (efeito de Joule), a qual aumenta com o aumento da energia reactiva, assim, a diminuição da energia reactiva na rede eléctrica tem um impacto directo na redução das perdas desta. Sendo as linhas de baixa tensão maioritariamente indutivas, a utilização de elementos reactivos pode provocar sobretensões ou subtensões, devido a um fenómeno de ressonância das reactâncias. Estes valores de tensão podem danificar os equipamentos eléctricos mais sensíveis da rede. Como a potência reactiva utiliza a capacidade de transporte da linha eléctrica, as empresas fornecedoras de energia cobram pela energia reactiva, o que se reflecte na factura energética. Se uma instalação apresentar um factor de potência baixo e se pretender a ampliação da potência instalada, sem compensar o factor de potência, vai ter custos avultados devido à possível substituição ou adição em paralelo, do transformador e restante instalação eléctrica. Enquanto que através da compensação da energia reactiva, obtém-se o aumento da potência útil disponível, que pode ser suficiente para evitar as medidas referidas. Na tabela 1.1 pode-se observar como varia a potência dos transformadores com o factor de potência. 3 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR Tabela 1.1: Variação da potência do transformador em função do valor do factor de potência [1] A secção relativa dos cabos eléctricos necessária para transportar uma determinada potência útil (activa), aumenta com o aumento da potência reactiva a transportar, ou seja, aumenta com a diminuição do factor de potência. Na tabela 1.2 pode-se observar este fenómeno. Tabela 1.2: Variação da secção relativa dos cabos eléctricos devido ao factor de potência [1] 1.3 Correcção do Factor de Potência Conforme referido no capítulo 1.1, grande parte das cargas ligadas ao circuito eléctrico são indutivas, o que pressupõe a utilização de condensadores para a correcção do factor de potência, embora existam técnicas que não recorrem a este elemento. Para tal, actualmente existem vários métodos: o módulo de condensadores estático, o compensador síncrono, Static Synchronous Compensator (STATCOM), os filtros activos de potência e os compensadores estáticos de reactivos (SVC). 4 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 1.4 Enquadramento Este trabalho engloba-se no estudo contínuo dos sistemas eléctricos, desde passados e actuais como os que se prevêem vir a ser desenvolvidos, desde novas soluções a algumas abandonadas. Desde que existem sistemas eléctricos, o homem tenta constantemente melhorá-los de modo a tornar estes sistemas mais eficientes, cómodos e seguros. Referindo-se à eficiência dos sistemas eléctricos, este trabalho apresenta um estudo de um equipamento para compensar o factor de potência de modo dinâmico. Esse equipamento é baseado na tecnologia ou no modelo do TSC (Thyristor Switched Capacitor). Pretende-se com base em simulações detectar problemas que este equipamento pode não conseguir resolver ou que impeçam o bom funcionamento do equipamento, bem como problemas causados ao sistema pela inclusão de equipamentos deste tipo. Visto este já ser um problema conhecido, praticamente desde da implementação do sistema eléctrico, já existem inúmeras soluções, muitas delas implementadas no mercado. Assim tendo em conta este facto, outro objectivo deste trabalho é o desenvolvimento e implementação de um equipamento de baixo custo, para uma utilização alargada pelos mais diversos tipos de empresas, na compensação dinâmica do factor de potência. Como os equipamentos mais tradicionais deixam de estar à altura dos novos desafios que são aplicados ao sistema eléctrico, é necessário desenvolver novas tecnologias que consigam elevar o patamar de qualidade com que a energia eléctrica é distribuída. 1.5 Objectivos deste Trabalho O objectivo principal definido para o presente estudo é o desenvolvimento de um protótipo de baixo custo do tipo “Thyristor Switched Capacitor” (TSC), que permita a correcção do factor de potência de instalações eléctricas de baixa potência. Este está dividido nas seguintes tarefas: - Estudo das várias topologias possíveis para um TSC; - Escolha de uma topologia a utilizar no equipamento; - Simulação da topologia seleccionada; 5 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR - Desenvolvimento e implementação de um protótipo laboratorial; - Realização de testes laboratoriais ao equipamento desenvolvido. 1.6 Organização da Dissertação Este trabalho começa por apresentar uma revisão bibliográfica, incluída no capítulo 2, sobre os métodos para corrigir o factor de potência (e.g. das diferentes topologias e dos componentes mais relevantes). Neste capítulo, são ainda apresentados alguns dos projectos em curso actualmente e equipamentos disponíveis no mercado. No capítulo seguinte são apresentadas as simulações efectuadas, utilizando os programas informáticos Pscad e Matlab, para os modelos do TSC e TCR (Thyristor Commuted Reactor) com o objectivo de ter uma forma de avaliar as características e potencialidades do equipamento a desenvolver. No capítulo 4 é apresentada a descrição e demonstração de funcionamento da topologia, bem como a definição e constituição do protótipo. No capítulo 5 é apresentado o que foi desenvolvido, desde os módulos que integram o protótipo como equipamentos auxiliares, necessários como suporte para os módulos incluídos na estrutura. Para além da descrição da construção do equipamento, apresentase os testes que foram realizados. Por fim são apresentadas as conclusões e as sugestões para trabalho futuro. 6 2 – MÉTODOS PARA COMPENSAR O FACTOR DE POTÊNCIA DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 2 MÉTODOS PARA COMPENSAR O FACTOR DE POTÊNCIA Neste capítulo serão apresentados os modelos para a compensação do factor de potência, bem como algumas vantagens e desvantagens. Por fim são apresentados alguns equipamentos já disponíveis no mercado para o efeito, semelhantes ao modelo abordado por este trabalho. 2.1 Módulo de Condensadores Estático Uma solução para compensar o factor de potência, e que é a mais utilizada pelas empresas, consiste em módulos de condensadores ligados enquanto as cargas estão ligadas. Pode-se observar o esquema na figura 2.1. Esta solução funciona para a maior parte das empresas, pois os equipamentos que causam mais energia reactiva são os da unidade de produção, visto que estes equipamentos passam todo o dia de trabalho ligados; o módulo de condensadores liga-se ao início do dia de produção e desliga-se no fim do dia. Assim, como a maior parte das empresas ou utilizam um valor de potência elevado ou um valor reduzido, desprezável quando comparado com o anterior, determina-se o valor de potência reactiva indutiva que a empresa produz no seu funcionamento e aplica-se um módulo de condensadores com um valor aproximado ao da potência da empresa referida. Figura 2.1: Módulo de condensadores estático O equipamento deste modelo tem como vantagem o facto de ser simples de implementar, o mais barato e possível de aplicar em grande parte das empresas. 8 CAPÍTULO 2 – MÉTODOS PARA COMPENSAR O FACTOR DE POTÊNCIA Quanto a desvantagens, depara-se com o problema de ter que compensar cada equipamento individualmente, pelo menos para as cargas de elevada potência. Pois ao se compensar toda a instalação com um único módulo de condensadores por fase, quando algumas cargas com maior potência forem desligadas, a instalação fica com factor de potência capacitivo. O efeito ferrante [2], sobretensão nos pontos de acoplamento do módulo de condensadores ao sistema eléctrico, é uma característica destas instalações. Que pode danificar equipamentos mais sensíveis, como é o caso dos computadores e outros equipamentos electrónicos. Para além do facto, que uma instalação com factor de potência capacitivo é tão prejudicial para a eficiência do sistema eléctrico como com factor de potência indutivo. 2.2 Compensador Síncrono Outra possibilidade para compensar a energia reactiva é através da utilização de uma máquina síncrona, a funcionar como compensador de energia reactiva, o esquema pode ser observado na figura 2.2. Assim mediante a excitação da máquina, é possível ajustar o factor de potência desde indutivo até capacitivo. Figura 2.2: Modelo da máquina síncrona como compensador de reactivos Assim quando a máquina está sobre-excitada a tensão à saída da máquina tem um valor superior ao do sistema que está acoplado. A diferença de tensão entre a do sistema e a máquina é negativa, como a impedância associada ao equipamento é indutiva, a corrente fica atrasada em relação à diferença de tensão. Essa corrente em relação à tensão do sistema está adiantada, assim quando sobre-excitada o compensador síncrono vai ter um 9 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR comportamento equivalente a um condensador [3]. Estas características podem ser observadas nos diagramas fasoriais da figura 2.3. Figura 2.3: Diagrama fasorial da máquina síncrona Legenda: Vrede : Tensão do sistema eléctrico a que a máquina síncrona está acoplada; VMS : Tensão da máquina síncrona; jX S .I MS : Tensão na reactância associada à máquina síncrona; I MS : Corrente da máquina síncrona; θ : Ângulo entre a tensão do sistema eléctrico e a da máquina síncrona; φ : Ângulo entre a tensão do sistema eléctrico e a corrente da máquina síncrona. Esta implementação tem como vantagem o facto de ser mais robusta do que as soluções que utilizam condensadores. Por outro lado, tem perdas maiores do que os condensadores, tem o problema do ruído, desgaste das partes mecânicas como rolamentos e em algumas inclui-se o desgaste das escovas. Outro problema deve-se ao facto da máquina síncrona ter um controlo mais complexo que os módulos de condensadores estáticos, em que o controlo é manual. Apesar de a máquina síncrona possuir um rendimento elevado, necessita de potência activa mesmo que reduzida, devido às perdas no cobre, uma pequena carga que corresponde à massa do rotor e perdas mecânicas. O tempo e complexidade para colocar em funcionamento são superiores aos restantes equipamentos com unidade de controlo. 10 CAPÍTULO 2 – MÉTODOS PARA COMPENSAR O FACTOR DE POTÊNCIA 2.3 STATCOM (Static Synchronous Compensator) Quanto ao modelo STATCOM, apresentado na figura 2.4, utiliza um inversor de fonte de tensão. Conforme o valor da tensão à saída do inversor o equipamento origina energia reactiva capacitiva ou indutiva. Se a tensão à saída do inversor do STATCOM for inferior à tensão do sistema que o equipamento está acoplado, a corrente circula do sistema para o equipamento. Essa troca de energia origina energia reactiva indutiva e o equipamento comporta-se como uma bobina, atrasando a corrente em relação à tensão [4]. O tipo e o valor da potência reactiva são dados pela diferença das tensões: quanto maior a diferença de tensão maior a potência, se a diferença for positiva é indutiva e capacitiva se negativa. Assim este equipamento tem um conceito de funcionamento similar à máquina síncrona, visto que a máquina síncrona também varia o valor da tensão, para mediante o sentido da corrente na impedância indutiva, gerar energia reactiva. Figura 2.4: Modelo do STATCOM [5] Quanto às vantagens, tal como a máquina síncrona consegue fornecer energia reactiva capacitiva ou indutiva. Embora que para a maioria das empresas, a energia reactiva capacitiva seja suficiente, pode ser uma mais valia em alguma situação menos habitual, tornando o sistema mais flexível. Para além de conseguir ajustar o valor da energia reactiva capacitiva ou indutiva, para um valor próximo do valor da energia reactiva da instalação a compensar. O STATCOM consegue responder mais rápido a distúrbios do que os modelos incluídos no SVC, bem como ter uma resposta com melhor resolução a baixas tensões [4]. Para frequências em que os semicondutores conseguirem comutar, pode-se colocar o STATCOM a funcionar como um filtro activo e desta maneira compensar harmónicos do sistema [4]. 11 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR Como desvantagens, tem o seu preço e complexidade pois é necessário semicondutores de potência totalmente controláveis e a sua interface, bem como a unidade de controlo e medida, necessários ao seu funcionamento. Apesar de utilizar todo um conjunto de módulos semelhante aos modelos constituintes do SVC (Static Var Compensator), o custo deste equipamento é superior, principalmente devido ao custo dos semicondutores. Outra desvantagem, deve-se ao facto de gerar harmónicos, visto este equipamento não se comportar como uma carga linear. 2.4 Static Var Compensator (SVC) Os modelos englobados nesta categoria são capazes de gerar energia reactiva variável, através da comutação de elementos armazenadores de energia. Recorre a semicondutores para efectuarem a acção descrita, normalmente a módulos de tirístores em anti-paralelo, com unidades de controlo que comutam os semicondutores em instantes específicos. 2.4.1 Thyristor Switched Capacitor (TSC) Este modelo é composto por um conjunto de módulos de condensadores ligados em paralelo a cada fase, em que cada módulo de condensadores de uma fase está em série com um bloco de tirístores em anti-paralelo, o que se pode verificar na figura 2.5. Assim tendo em conta apenas uma fase, conforme a necessidade de energia reactiva capacitiva, o equipamento adiciona ou retira módulos de condensadores. Assim, para o mesmo valor de potência, quantos mais módulos de condensadores o equipamento tiver por fase, maior vai ser a sua resolução em termos de energia reactiva gerada. Os módulos de condensadores de uma fase podem ter valores iguais ou diferentes, embora se forem iguais a resolução é menor, ou seja, tem menos níveis discretos de energia reactiva capacitiva. Assim este equipamento possui um determinado número de valores de energia reactiva capacitiva, mediante a necessidade selecciona o valor mais adequado [6]. 12 CAPÍTULO 2 – MÉTODOS PARA COMPENSAR O FACTOR DE POTÊNCIA Figura 2.5: Modelo do TSC Quanto a vantagens, este modelo tem o facto de não produzir harmónicos, assim como a solução do módulo de condensadores estático. Embora possua ajuste da energia reactiva como o STATCOM, a máquina síncrona, filtro activo e alguns dos modelos do SVC, só produz energia reactiva capacitiva. Em relação ao STATCOM e filtros activos, os semicondutores têm um custo inferior, visto não serem totalmente controláveis. Quanto a desvantagens, mediante a potência do equipamento e o número de condensadores utilizados por fase, o sistema eléctrico a controlar pode continuar com um valor de energia reactiva indutiva bastante elevado. Nesse caso a diferença entre cada nível é considerável, assim desde que o equipamento baseado neste modelo está num nível até comutar para o seguinte, a energia reactiva do sistema eléctrico pode variar entre os níveis sem qualquer reacção do equipamento. O custo deste equipamento é superior ao módulo de condensadores estático, mas esta desvantagem é partilhada por todos os modelos com controlo, que é o caso de todos os equipamentos apresentados excepto o módulo de condensadores estático. Os equipamentos baseados neste modelo e no híbrido, apresentado posteriormente no tópico 2.4.4, podem ocupar mais espaço que os restantes. Para aumentar a potência ou o número de níveis adicionam-se módulos de condensadores a cada equipamento, o que para algumas aplicações pode impossibilitar a sua utilização. 2.4.2 Thyristor Commuted Reactor (TCR) A estrutura deste modelo é bastante similar ao TSC, possui os tirístores em anti-paralelo, a necessidade de unidade de controlo e equipamento de medida. A 13 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR diferença reside no tipo e número dos elementos armazenadores de energia, bobinas por vez de condensadores, como apresentado na figura 2.6. Assim este equipamento apenas gera energia reactiva indutiva, o que inviabiliza a sua aplicação na maior parte das empresas. Remetendo a sua utilização para as empresas fornecedoras de energia eléctrica, com vista a controlar a energia reactiva derivada do transporte de energia eléctrica. Enquanto o TSC varia a energia gerada por níveis, adiciona ou retira módulos de condensadores, neste modelo a variação da energia é efectuada de uma forma contínua, em que o elemento armazenador de energia é comutado entre 90 e 180 graus em relação à tensão [6]. Figura 2.6: Modelo do TCR Quanto a vantagens, este equipamento ajusta o valor da energia reactiva para um valor próximo do necessário, ao contrário do modelo anterior que é por intervalos. Caso o objectivo, seja desenvolver um equipamento para gerar energia reactiva indutiva variável, é o que tem o custo inferior. Como desvantagem, este equipamento não é possível ser aplicado para o projecto em questão, pois não consegue gerar energia reactiva capacitiva, apenas foi apresentado por ser incluído no conjunto do SVC. Outra desvantagem do equipamento baseado neste modelo é o facto de gerar harmónicos, para fazer o ajuste do valor de energia reactiva indutiva, os tirístores são comutados com ângulos de disparo compreendidos entre 90 e 180 graus, e tirando o ângulo de 90 graus a corrente não é sinusoidal. 14 CAPÍTULO 2 – MÉTODOS PARA COMPENSAR O FACTOR DE POTÊNCIA 2.4.3 Thyristor Commuted Reactor (TCR) com Condensadores Nesta solução o modelo inclui uma parte igual ao anterior, em que é adicionado em cada fase, um condensador com um valor de potência reactiva igual ao da bobina. Pode-se observar o esquema na figura 2.7. Quando o equipamento baseado neste modelo entra em funcionamento, para cada fase liga o condensador e comuta a bobina com um determinado ângulo de disparo. Para que a diferença, seja a potência reactiva capacitiva necessária para compensar o sistema eléctrico, em que o equipamento está inserido. Caso seja necessário energia reactiva indutiva, o equipamento também consegue gerar, sendo para isso suficiente não ligar os condensadores. Figura 2.7: Modelo do TCR com módulo de condensadores Quanto a vantagens, este equipamento consegue gerar energia reactiva capacitiva e indutiva, como a máquina síncrona, o STATCOM e os filtros activos. Em comparação com o modelo do TSC o ajuste de energia reactiva não é por níveis, mas de forma contínua. Por outro lado, tem como desvantagens o facto de gerar harmónicos, pois como já foi referido devido à comutação da bobina, a corrente que passa nesta não é sinusoidal. Esta solução comparada com a primeira tem custo superior, enquanto que com as outras têm um custo e complexidade de controlo similar, excepto a máquina síncrona que desde o custo da máquina aos elementos utilizados no controlo, praticamente é tudo diferente. 15 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 2.4.4 Modelo Híbrido (TSC e TCR) Este modelo baseia-se num TSC, assim ao conjunto de módulos de condensadores é adicionado um módulo de bobinas, como é possível observar na figura 2.8. À semelhança do modelo TSC, os condensadores são ligados e desligados fazendo um determinado número de níveis de energia reactiva capacitiva. Quando a energia reactiva capacita necessária, for superior a um determinado nível, mas ainda não chega para ligar os condensadores correspondentes ao nível seguinte, o sistema eléctrico pode consumir um valor de energia reactiva elevada. Para minimizar esta limitação do TSC, é adicionado um módulo de bobinas, com um valor de energia reactiva indutiva igual à diferença dos níveis de energia dos módulos de condensadores. Assim quando a energia reactiva capacitiva necessária, for diferente de um dos níveis dos condensadores, o equipamento liga os condensadores para o nível imediatamente acima e reduz a energia reactiva capacitiva através da comutação do módulo de bobinas. Desta forma, atenua-se a energia reactiva indutiva entre os níveis de módulos de condensadores. Figura 2.8: Modelo do Híbrido (TSC-TCR) Como vantagens, este equipamento consegue uma melhor correcção do factor de potência em relação ao TSC, principalmente quando se pretende compensar potências elevadas com poucos módulos de condensadores. Em relação ao modelo do tópico 2.4.3, o consumo de corrente distorcida tem um valor inferior, pois o valor da potência do módulo de bobinas é para o valor da diferença entre níveis. Em relação ao STATCOM, este equipamento gera menos harmónicos, pois só o módulo de bobinas não é linear, e o valor da potência é para a diferença de níveis. 16 CAPÍTULO 2 – MÉTODOS PARA COMPENSAR O FACTOR DE POTÊNCIA Como desvantagens, tem o facto do controlo ser mais complexo do que o TSC e o TCR com condensadores pois é necessário o controlo dos dois modelos. O aumento do custo, pois em relação ao TSC é necessário mais um modulo de bobinas, bem com os semicondutores associados. Apesar de os semicondutores utilizados neste modelo, terem um custo inferior que os utilizados no STATCOM e nos filtros activos, devido ao número necessário podem ter um custo superior. 2.5 Filtros Activos Quanto aos filtros activos, surgem para compensar harmónicos devido à expansão das cargas não lineares acopladas à rede eléctrica, como a distorção harmónica gerada por estas cargas pode levar ao mau funcionamento de determinados equipamentos e inclusive a danificá-los permanentemente, torna-se necessário atenuar os harmónicos o mais possível. Pode-se observar a parte de potência deste modelo na figura 2.9. Para além de compensarem harmónicos, estes compensam dinamicamente o factor de potência e corrigem problemas de desequilíbrios, ou seja, em que num sistema eléctrico polifásico o valor da corrente das fases é diferente. Figura 2.9: Modelo do filtro activo Quanto a vantagens, o equipamento baseado neste modelo para além de ajustar a energia reactiva de forma contínua, compensa desequilíbrios e harmónicos. 17 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR Outra vantagem, reside no facto de tanto este modelo, o STATCOM e a máquina síncrona não serem tão sensíveis aos efeitos dos harmónicos, devido a não recorrem ao accionamento de condensadores para a correcção do factor de potência. Quando acoplados a um sistema com a tensão bastante distorcida, os condensadores podem-se danificar, a redução do tempo de vida destes deve-se às elevadas variações da tensão. Este modelo tem como desvantagem o custo, pois é composto por semicondutores de potência totalmente controláveis, estes têm um custo superior ao dos tirístores ou triacs, semicondutores utilizados nos modelos SVC. Para compensar harmónicos estes semicondutores têm de comutar a frequências elevadas, senão só compensam os harmónicos com frequências mais baixas, mesmo com bobinas de alisamento este modelo gera ruído no sistema acoplado. Outra desvantagem, embora possa não ser tão significativa, é o facto de o modelo ter mais perdas do que os que utilizam tirístores. Como tem que comutar a frequências mais elevadas, os tirístores comutam na ordem da frequência da rede, as perdas de comutação vão ser superiores. 2.6 Equipamentos existentes Nesta secção pretende-se apresentar alguns produtos existentes no mercado. Como a topologia do TSC é uma tecnologia já utilizada há algum tempo, existem várias soluções para as diversas situações. Desde o valor da tensão que os equipamentos são dimensionados, configurações e valor da potência. 2.6.1 Equipamento DynaWind O equipamento seguinte é baseado no TSC, foi desenvolvido especificamente para parques eólicos, pode ser observado na figura 2.10. Denominado de DynaWind 6000, foi desenvolvido pela empresa alemã “MODL”, com componentes da empresa “EPCOS”. 18 CAPÍTULO 2 – MÉTODOS PARA COMPENSAR O FACTOR DE POTÊNCIA O equipamento tem uma potência de 400 kVA, consegue este nível quando os oito módulos de condensadores de 50 kVA estão activos. São accionados por módulos de tirístores, para módulos de condensadores de 50 kVA com uma tensão de 690 V [7]. Figura 2.10: DynaWind 6000 2.6.2 TSC da Areva O próximo equipamento é um TSC da empresa “Areva”, apresentado na figura 2.11, com uma potência compreendida entre 50 kVA e 450 kVA. O equipamento pode ser seleccionado para tensões entre 400 V e 690 V, o número de módulo pode variar entre 2 e 12. Quanto à instalação, foi desenvolvido para funcionar no interior e o peso pode variar entre os 250 kg e 700 kg [8]. Figura 2.11: TSC da Areva 19 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 2.6.3 TSC da Claritas De seguida é apresentado o equipamento da empresa Claritas Power System Solution (CPSS) [9], o qual pode ser observado na figura 2.12, as características deste são equivalentes aos restantes, com a tensão compreendida entre os 400 V e os 690 V. A potência de cada nível varia entre os 50 kVA e os 30 kVA, enquanto que a potência total varia entre 50 kVA e os 1000 kVA. Figura 2.12: TSC da Claritas 2.6.4 Equipamento da BHEL O equipamento da empresa BHEL tem valores de tensão, potência e número de níveis semelhantes aos anteriores, esses dados podem ser observados na figura 2.13, onde são apresentados os dados mais relevantes do equipamento [10]. Figura 2.13: TSC da BHEL 20 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 3 SIMULAÇÃO DO TOPOLOGIA TSC O modelo foi simulado com recurso a dois programas informáticos, um mais genérico, o Matlab e por outro lado um mais específico de electrónica de potência, o Pscad. Com os resultados obtidos por estes dois programas, pretende-se compreender melhor o funcionamento do equipamento baseado neste modelo. Os problemas que podem surgir, bem como possíveis soluções obtidas através da análise das simulações. Com utilização de dois programas, pretende-se que os resultados similares de ambos sejam tomados em consideração e que os díspares sejam analisados, para verificar se o problema é do modelo ou de alguma característica específica do programa. Para se ter uma referência das características foi simulado também um modelo da mesma categoria, um TCR com condensadores que tal como o TSC pertence ao grupo dos SVC, afim de se ter um ponto de comparação. As simulações são compostas por 4 configurações, para cada um dos programas de simulação. Referentes aos modelos TSC e TCR com condensadores, em que cada modelo é ligado em estrela e triângulo. Os modelos elaborados nos programas estão no apêndice A. Em cada gráfico não é apresentado mais de que uma fase, apesar do modelo ser trifásico, pois seria sobreposição de informação, uma vez que nas configurações em estrela os desequilíbrios do factor de potência, não são mais de que outras condições de teste. Cada fase é independente, enquanto que nas configurações em triângulo não se compensa o factor de potência das fases individualmente. 3.1 Características das Simulações Nas diversas simulações, será utilizado um factor de potência de 0,707 para as cargas lineares, em que o valor da potência reactiva e activa é igual. Valor escolhido depois de verificar que segundo a EDP, grande parte das empresas em Portugal, caso a energia reactiva não fosse compensada, teriam um factor de potência de 0,7. [1] 22 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC Embora os modelos tenham uma constituição semelhante nos dois programas informáticos, as simulações podem apresentar diferenças devido a particularidades destes, como é o caso do Matlab ter o passo de integração variável enquanto que no Pscad é fixo. As impedâncias no Matlab incluem a componente capacitiva, para além da resistiva e da indutiva, embora esteja anulada pela componente indutiva. Nas simulações para além de analisar a capacidade de compensar o factor de potência, o qual é considerado compensado para valores iguais ou superiores a 0,93, vai ser analisada a distorção da forma de onda da tensão e da corrente para os vários gráficos. A distorção é apresentada em percentagem e corresponde ao valor da deformação na forma de onda da tensão ou da corrente em relação à onda sinusoidal da fundamental, para o sistema das simulações a frequência fundamental é 50 Hz. Nas simulações do TSC, os modelos têm uma unidade de controlo na configuração de malha aberta, ou seja, o cálculo da potência reactiva indutiva para determinar o nível é obtido apenas da potência da carga, não inclui a potência do TSC. Para além de se pretender analisar as distorções de forma de onda, pretende-se analisar o valor das tensões e correntes no momento das transições de nível. Pode-se verificar mais uma das interferências do equipamento no sistema eléctrico em que está inserido. Este modelo é constituído por três módulo de condensadores, com uma potência total de 50 kVA. Os módulos têm todos valores de potência diferentes, duplicando o valor entre cada módulo a partir do com menor potência. Os valores dos módulos são de 7142 VA, 14284 VA e 28568 VA, em que quando combinados conseguem fazer 7 níveis de potência. Como o modelo TCR com condensadores não possui parte de controlo, o ângulo de disparo dos tirístores vai ser ajustado manualmente, para um valor em que o factor de potência esteja dentro de valores aceitáveis. O objectivo consiste em analisar a distorção nas formas de onda, causada pelo equipamento ao sistema eléctrico e as interferências deste no funcionamento do equipamento. Este modelo é constituído por um módulo de condensadores e um de bobinas, em que cada um tem uma potência de 50 kVA. Enquanto que o módulo de condensadores tem dois estados, ligado e desligado, o módulo de bobinas é controlado para ajustar a potência para cada instante. 23 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 3.2 Carga linear Nesta simulação, pretende-se utilizar apenas uma carga linear, em que esta possui uma potência reactiva indutiva de 10 kVAr e factor de potência de 0,707. Como se pode observar na figura 3.1. Deste modo, pretende-se analisar as formas de onda da tensão e corrente, para determinar a capacidade de correcção de factor de potência, bem como interferências devido à introdução do equipamento num sistema com cargas lineares. Figura 3.1: Diagrama de blocos da simulação com carga linear 3.2.1 PSCAD De seguida serão apresentados os resultados dos modelos, obtidos no Pscad, quando simulados para uma carga linear. 3.2.1.1 TCR em estrela Nas figuras 3.2 e 3.3 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga e a fonte respectivamente. Figura 3.2: Tensão e corrente (a negrito) na carga 24 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC O factor de potência na carga para esta simulação é igual a 0,73, a potência reactiva indutiva corresponde a 9 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 1,7%, enquanto que a da corrente é igual a 0,4%. Na figura 3.3 observa-se que a forma de onda da corrente está bastante distorcida, tendo em conta que a única carga é linear, a acção conjunta do módulo de condensadores e de bobinas são os responsáveis pela distorção. A comutação do módulo de bobinas através do consumo de corrente não linear, distorce a tensão devido à impedância da linha. Para além desta corrente distorcida, a distorção na tensão faz com que o consumo de corrente no módulo de condensadores seja não linear. Figura 3.3: Tensão e corrente (a negrito) na fonte O factor de potência na fonte para esta simulação é igual a 0,98, a potência reactiva indutiva corresponde a 500 VAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 1,7%, enquanto que a da corrente é igual a 70%. Para compensar o factor de potência o módulo de condensadores está ligado e o módulo de bobinas está a comutar com um ângulo de 97,35 graus atrasado em relação à tensão. 3.2.1.2 TCR em triângulo Nas figuras 3.4 e 3.5 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga e a fonte respectivamente. 25 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR Figura 3.4: Tensão e corrente (a negrito) na carga O factor de potência na carga para esta simulação é igual a 0,73, a potência reactiva indutiva corresponde a 8,6 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 1,37%, enquanto que a da corrente é igual a 0,3%. Figura 3.5: Tensão e corrente (a negrito) na fonte O factor de potência na fonte para esta simulação é igual a 0,94, a potência reactiva capacitiva corresponde a 4 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 2%, enquanto que a da corrente é igual a 48%. Na figura 3.5 a potência reactiva é capacitiva, esse facto deve-se à dificuldade de acertar o ângulo de comutação das bobinas. O valor de 50 kVA do módulo de condensadores tem que ser quase anulado pelo módulo de bobinas. Devido a ser nesses instantes que o valor da potência reactiva tem a maior variação em relação à variação do ângulo. 26 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC O ângulo de disparo do módulo de bobinas é de 94,59 graus atrasado em relação à tensão, como próximo do ângulo de 90 graus é quando mais varia o valor da potência foi difícil ajustar correctamente o ângulo. 3.2.1.3 TSC em estrela Nas figuras 3.6 e 3.7 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga e a fonte respectivamente. Figura 3.6: Tensão e corrente (a negrito) na carga O factor de potência na carga para esta simulação é igual a 0,73, a potência reactiva indutiva corresponde a 9 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,001%, enquanto que a da corrente é igual a 0,042%. Como se pode ver na figura 3.7, as formas de onda da tensão e corrente na fonte são sinusoidais, a interferência causada pela inclusão do modelo para compensar o factor de potência, é quase nula. 27 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR Figura 3.7: Tensão e corrente (a negrito) na fonte O factor de potência na fonte para esta simulação é igual a 0,97, a potência reactiva indutiva corresponde a 2,5 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,001%, enquanto que a da corrente é igual a 0,065%. Para compensar o factor de potência, o modelo activa o módulo de condensadores com a potência de 7142 VA. 3.2.1.4 TSC em triângulo Nas figuras 3.8 e 3.9 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga e a fonte respectivamente. Figura 3.8: Tensão e corrente (a negrito) na carga 28 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC O factor de potência na carga para esta simulação é igual a 0,73, a potência reactiva indutiva corresponde a 8,8 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,003%, enquanto que a da corrente é igual a 0,051%. As formas de onda da tensão e corrente na fonte também são sinusoidais, e apresentam o desfasamento entre a tensão e corrente menor que o verificado na carga. Figura 3.9: Tensão e corrente (a negrito) na fonte O factor de potência na fonte para esta simulação é igual a 0,97, a potência reactiva indutiva corresponde a 2,5 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,003%, enquanto que a da corrente é igual a 0,16%. Para compensar o factor de potência, o modelo activa o módulo de condensadores com a potência de 7142 VA. 3.2.2 Matlab De seguida serão apresentados os resultados dos modelos, obtidos no Matlab, quando simulados para uma carga linear. 29 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 3.2.2.1 TCR em estrela Nas figuras 3.10 e 3.11 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga e a fonte respectivamente. Figura 3.10: Tensão e corrente (direita) na carga O factor de potência na carga para esta simulação é igual a 0,709, a potência reactiva indutiva corresponde a 9,94 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,9%, enquanto que a da corrente é igual a 0,4%. Figura 3.11: Tensão e corrente (direita) na fonte O factor de potência na fonte para esta simulação é igual a 0,998, a potência reactiva indutiva corresponde a 400 VAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,9%, enquanto que a da corrente é igual a 68%. Para compensar o factor de potência o módulo de condensadores está ligado e o módulo de bobinas está a comutar com um ângulo de 98,63 graus atrasado em relação à tensão. 30 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC 3.2.2.2 TCR em triângulo Nas figuras 3.12 e 3.13 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga e a fonte respectivamente. Figura 3.12: Tensão e corrente (direita) na carga O factor de potência na carga para esta simulação é igual a 0,718, a potência reactiva indutiva corresponde a 10 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,45%, enquanto que a da corrente é igual a 0,4%. Figura 3.13: Tensão e corrente (direita) na fonte O factor de potência na fonte para esta simulação é igual a 0,999, a potência reactiva indutiva corresponde a 300 VAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,45%, enquanto que a da corrente é igual a 21%. Para compensar o factor de potência o módulo de condensadores está ligado e o módulo de bobinas está a comutar com um ângulo de 98,63 graus atrasado em relação à tensão. 31 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 3.2.2.3 TSC em estrela Nas figuras 3.14 e 3.15 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga e a fonte respectivamente. Figura 3.14: Tensão e corrente (direita) na carga O factor de potência na carga para esta simulação é igual a 0,71, a potência reactiva indutiva corresponde a 10 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,2%, enquanto que a da corrente é igual a 0,2%. Figura 3.15: Tensão e corrente (direita) na fonte O factor de potência na fonte para esta simulação é igual a 0,962, a potência reactiva indutiva corresponde a 2,8 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,2%, enquanto que a da corrente é igual a 1,2%. Para compensar o factor de potência, o modelo activa o módulo de condensadores com a potência de 7142 VA. 32 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC 3.2.2.4 TSC em triângulo Nas figuras 3.16 e 3.17 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga e a fonte respectivamente. Figura 3.16: Tensão e corrente (direita) na carga O factor de potência na carga para esta simulação é igual a 0,71, a potência reactiva indutiva corresponde a 9,9 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,2%, enquanto que a da corrente é igual a 0,2%. Figura 3.17: Tensão e corrente (direita) na fonte O factor de potência na fonte para esta simulação é igual a 0,97, a potência reactiva indutiva corresponde a 2,8 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,2%, enquanto que a da corrente é igual a 1%. Para compensar o factor de potência, o modelo activa o módulo de condensadores com a potência de 7142 VA. 33 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 3.3 Carga não linear Nesta simulação, como se pode observar na figura 3.18, é ligado ao sistema uma carga linear com uma potência reactiva de 10 kVAr, com um factor de potência de 0,707. Para além desta carga ainda é adicionada uma carga não linear, que consiste num rectificador trifásico com uma potência de 31,5 kVA e inclui um condensador para a filtragem. Figura 3.18: Diagrama de blocos da simulação com carga linear e não linear 3.3.1 PSCAD De seguida serão apresentados os resultados dos modelos, obtidos no Pscad, quando simulados para uma carga linear e uma não linear. 3.3.1.1 TCR em estrela Nas figuras 3.19 e 3.20 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga e a fonte respectivamente. Figura 3.19: Tensão e corrente (a negrito) na carga 34 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC O factor de potência na carga para esta simulação é igual a 0,83, a potência reactiva indutiva corresponde a 12 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 4%, enquanto que a da corrente é igual a 21%. Figura 3.20: Tensão e corrente (a negrito) na fonte O factor de potência na fonte para esta simulação é igual a 0,99, a potência reactiva indutiva corresponde a 1 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 4%, enquanto que a da corrente é igual a 71%. Para compensar o factor de potência o módulo de condensadores está ligado e o módulo de bobinas está a comutar com um ângulo de 93,44 graus atrasado em relação à tensão. 3.3.1.2 TCR em triângulo Nas figuras 3.21 e 3.22 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga e a fonte respectivamente. Figura 3.21: Tensão e corrente (a negrito) na carga 35 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR O factor de potência na carga para esta simulação é igual a 0,825, a potência reactiva indutiva corresponde a 12 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 4%, enquanto que a da corrente é igual a 23%. Figura 3.22: Tensão e corrente (a negrito) na fonte O factor de potência na fonte para esta simulação é igual a 0,99, a potência reactiva indutiva corresponde a 1 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 4%, enquanto que a da corrente é igual a 71%. Para compensar o factor de potência o módulo de condensadores está ligado e o módulo de bobinas está a comutar com um ângulo de 92,87 graus atrasado em relação à tensão. 3.3.1.3 TSC em estrela Nas figuras 3.23 e 3.24 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga e a fonte respectivamente. Figura 3.23: Tensão e corrente (a negrito) na carga 36 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC O factor de potência na carga para esta simulação é igual a 0,77, a potência reactiva indutiva corresponde a 15 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 38%. Figura 3.24: Tensão e corrente (a negrito) na fonte O factor de potência na fonte para esta simulação é igual a 0,93, a potência reactiva capacitiva corresponde a 7,5 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 4%, enquanto que a da corrente é igual a 52%. Para compensar o factor de potência, o modelo activa o módulo de condensadores com a potência de 14284 VA, devido à distorção da tensão e da corrente do sistema, o bloco de cálculo do Pscad determinou um valor de potência reactiva superior a 14284 VA, quando na realidade era inferior. O qual é possível constatar pois a carga que produz a potência reactiva indutiva é a mesma da simulação anterior. 3.3.1.4 TSC em triângulo Nas figuras 3.25 e 3.26 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga e a fonte respectivamente. 37 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR Figura 3.25: Tensão e corrente (a negrito) na carga O factor de potência na carga para esta simulação é igual a 0,78, a potência reactiva indutiva corresponde a 13,5 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 35%. Figura 3.26: Tensão e corrente (a negrito) na fonte O factor de potência na fonte para esta simulação é igual a 0,93, a potência reactiva capacitiva corresponde a 9 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 41%. Para compensar o factor de potência, o modelo activa o módulo de condensadores com a potência de 14284 VA, devido à distorção da tensão e da corrente do sistema, o bloco de cálculo do Pscad determinou um valor de potência reactiva superior a 14284 VA, quando na realidade era inferior. O qual é possível constatar pois a carga que produz a potência reactiva indutiva é a mesma da simulação anterior. 38 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC 3.3.2 Matlab De seguida serão apresentados os resultados dos modelos, obtidos no Matlab, quando simulados para uma carga linear e uma não linear. 3.3.2.1 TCR em estrela Nas figuras 3.27 e 3.28 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga e a fonte respectivamente. Figura 3.27: Tensão e corrente (direita) na carga O factor de potência na carga para esta simulação é igual a 0,865, a potência reactiva indutiva corresponde a 11,5 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 46%. Figura 3.28: Tensão e corrente (direita) na fonte 39 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR O factor de potência na fonte para esta simulação é igual a 0,999, a potência reactiva indutiva corresponde a 150 VAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 61%. Para compensar o factor de potência o módulo de condensadores está ligado e o módulo de bobinas está a comutar com um ângulo de 100,37 graus atrasado em relação à tensão. 3.3.2.2 TCR em triângulo Nas figuras 3.29 e 3.30 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga e a fonte respectivamente. Figura 3.29: Tensão e corrente (direita) na carga O factor de potência na carga para esta simulação é igual a 0,868, a potência reactiva indutiva corresponde a 11,2 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 51%. Figura 3.30: Tensão e corrente (direita) na fonte 40 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC O factor de potência na fonte para esta simulação é igual a 0,999, a potência reactiva indutiva corresponde a 250 VAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 39%. Para compensar o factor de potência o módulo de condensadores está ligado e o módulo de bobinas está a comutar com um ângulo de 99,79 graus atrasado em relação à tensão. 3.3.2.3 TSC em estrela Nas figuras 3.31 e 3.32 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga e a fonte respectivamente. Figura 3.31: Tensão e corrente (direita) na carga O factor de potência na carga para esta simulação é igual a 0,862, a potência reactiva indutiva corresponde a 11,6 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 42%. Figura 3.32: Tensão e corrente (direita) na fonte 41 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR O factor de potência na fonte para esta simulação é igual a 0,975, a potência reactiva indutiva corresponde a 4,5 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 58%. Para compensar o factor de potência, o modelo activa o módulo de condensadores com a potência de 7142 VA. 3.3.2.4 TSC em triângulo Nas figuras 3.33 e 3.34 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga e a fonte respectivamente. Figura 3.33: Tensão e corrente (direita) na carga O factor de potência na carga para esta simulação é igual a 0,866, a potência reactiva indutiva corresponde a 11,4 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 44%. Figura 3.34: Tensão e corrente (direita) na fonte 42 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC O factor de potência na fonte para esta simulação é igual a 0,977, a potência reactiva indutiva corresponde a 4,3 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 54%. Para compensar o factor de potência, o modelo activa o módulo de condensadores com a potência de 7142 VA. 3.4 Interferências no instante de comutação entre módulos de condensadores com carga linear Esta simulação tem como objectivo observar a distorção nas formas de onda no momento da comutação de módulos de condensadores. Assim com o sistema a funcionar com a carga linear de 10 kVAr vai ser ligada a carga de 30 kVAr, ambas as cargas com um factor de potência de 0,707, como se pode observar na figura 3.35. Como as configurações do modelo do TCR com condensadores não possui unidade de controlo, as simulações para determinar as interferências causadas pelo equipamento no sistema quando se altera a carga só inclui o modelo do TSC. Figura 3.35: Diagrama de blocos da simulação de comutação, para carga linear 3.4.1 PSCAD De seguida serão apresentados os resultados dos modelos, obtidos no Pscad, quando simulados para analisar o instante de comutação de módulos de condensadores num sistema com cargas lineares. 43 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 3.4.1.1 TSC em estrela Nas figuras 3.36, 3.37 e 3.38 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga, a fonte e o módulo de condensadores de maior potência. Figura 3.36: Tensão e corrente (a negrito) na carga Para a carga no instante da comutação, o factor de potência é igual a 0,5, a potência reactiva indutiva corresponde a 33 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 51%. Depois de estabilizado, o factor de potência é igual a 0,74, a potência reactiva indutiva corresponde a 33 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,1%, enquanto que a da corrente é igual a 0,02%. Figura 3.37: Tensão e corrente (a negrito) na fonte 44 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC Para a fonte no instante da comutação, o factor de potência é igual a 0,87, a potência reactiva indutiva corresponde a 13,5 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 65%. Depois de estabilizado, o factor de potência é igual a 0,97, a potência reactiva indutiva corresponde a 7,5 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,1%, enquanto que a da corrente é igual a 0,02%. Figura 3.38: Tensão e corrente (a negrito) no módulo de maior potência Para compensar o factor de potência devido à alteração da carga, o modelo substitui o módulo de condensadores com a potência de 7142 VA pelo de 28568 VA. 3.4.1.2 TSC em triângulo Nas figuras 3.39, 3.40 e 3.41 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga, a fonte e o módulo de condensadores de maior potência. Figura 3.39: Tensão e corrente (a negrito) na carga 45 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR Para a carga no instante da comutação, o factor de potência é igual a 0,55, a potência reactiva indutiva corresponde a 33 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 58%. Depois de estabilizado, o factor de potência é igual a 0,74, a potência reactiva indutiva corresponde a 33 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,1%, enquanto que a da corrente é igual a 0,02%. Figura 3.40: Tensão e corrente (a negrito) na fonte Para a fonte no instante da comutação, o factor de potência é igual a 0,83, a potência reactiva indutiva corresponde a 13 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 4%, enquanto que a da corrente é igual a 69%. Depois de estabilizado, o factor de potência é igual a 0,99, a potência reactiva indutiva corresponde a 4 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,1%, enquanto que a da corrente é igual a 0,02%. Figura 3.41: Tensão e corrente (a negrito) no módulo de maior potência 46 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC Para compensar o factor de potência devido à alteração da carga, o modelo substitui o módulo de condensadores com a potência de 7142 VA pelo de 28568 VA. 3.4.2 Matlab De seguida serão apresentados os resultados dos modelos, obtidos no Matlab, quando simulados para analisar o instante de comutação de módulos de condensadores num sistema com cargas lineares. 3.4.2.1 TSC em estrela Nas figuras 3.42, 3.43 e 3.44 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga, a fonte e o módulo de condensadores de maior potência. Figura 3.42: Tensão e corrente (direita) na carga Para a carga no instante da comutação, o factor de potência é igual a 0,5, a potência reactiva indutiva corresponde a 39 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 150%, enquanto que a da corrente é igual a 150%. Depois de estabilizado, o factor de potência é igual a 0,71, a potência reactiva indutiva corresponde a 39 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,01%, enquanto que a da corrente é igual a 0,02%. 47 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR Figura 3.43: Tensão e corrente (direita) na fonte Para a fonte no instante da comutação, o factor de potência é igual a 0,8, a potência reactiva indutiva corresponde a 25 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 150%, enquanto que a da corrente é igual a 150%. Depois de estabilizado, o factor de potência é igual a 0,99, a potência reactiva indutiva corresponde a 5 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,01%, enquanto que a da corrente é igual a 0,02%. Figura 3.44: Tensão e corrente (direita) no módulo de maior potência Para compensar o factor de potência devido à alteração da carga, o modelo adiciona o módulo de condensadores com a potência de 28568 VA ao módulo de 7142 VA, corresponde ao nível 5 com a potência de 35710 VA. 3.4.2.2 TSC em triângulo Nas figuras 3.45, 3.46 e 3.47 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga, a fonte e o módulo de condensadores de maior potência. 48 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC Figura 3.45: Tensão e corrente (direita) na carga Para a carga no instante da comutação, o factor de potência é igual a 0,8, a potência reactiva indutiva corresponde a 28 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 140%, enquanto que a da corrente é igual a 125%. Depois de estabilizado, o factor de potência é igual a 0,72, a potência reactiva indutiva corresponde a 39 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,01%, enquanto que a da corrente é igual a 0,02%. Figura 3.46: Tensão e corrente (direita) na fonte Para a fonte no instante da comutação, o factor de potência é igual a 0,85, a potência reactiva indutiva corresponde a 30 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 140%, enquanto que a da corrente é igual a 135%. Depois de estabilizado, o factor de potência é igual a 0,99, a potência reactiva indutiva corresponde a 4 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 0,01%, enquanto que a da corrente é igual a 0,02%. 49 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR Figura 3.47: Tensão e corrente (direita) no módulo de maior potência Para compensar o factor de potência devido à alteração da carga, o modelo adiciona o módulo de condensadores com a potência de 28568 VA ao módulo de 7142 VA, corresponde ao nível 5 com a potência de 35710 VA. 3.5 Interferência no instante de comutação entre módulos de condensadores, com carga não linear Nesta simulação tem-se como objectivo observar a distorção nas formas de onda quando o modelo comuta os módulos de condensadores. Assim com o sistema a funcionar com a carga linear de 10 kVAr e com a carga não linear que é o rectificador, vai ser ligada a carga de 30 kVAr, ambas as cargas lineares têm um factor de potência de 0,707, como se pode observar na figura 3.48. Figura 3.48: Diagrama de blocos da simulação da comutação, para carga linear e não linear 50 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC 3.5.1 PSCAD De seguida serão apresentados os resultados dos modelos, obtidos no Pscad, quando simulados para analisar o instante de comutação de módulos de condensadores num sistema com carga linear e uma não linear. 3.5.1.1 TSC em estrela Nas figuras 3.49, 3.50 e 3.51 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga, a fonte e o módulo de condensadores de maior potência. Figura 3.49: Tensão e corrente (a negrito) na carga Para a carga no instante da comutação, o factor de potência é igual a 0,65, a potência reactiva indutiva corresponde a 33 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 5%, enquanto que a da corrente é igual a 54%. Depois de estabilizado, o factor de potência é igual a 0,78, a potência reactiva indutiva corresponde a 37 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 5%, enquanto que a da corrente é igual a 13%. 51 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR Figura 3.50: Tensão e corrente (a negrito) na fonte Para a fonte no instante da comutação, o factor de potência é igual a 0,88, a potência reactiva capacitiva corresponde a 15 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 65%. Depois de estabilizado, o factor de potência é igual a 0,98, a potência reactiva indutiva corresponde a 7 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 4%, enquanto que a da corrente é igual a 30%. Figura 3.51: Tensão e corrente (a negrito) no módulo de maior potência Para compensar o factor de potência devido à alteração da carga, o modelo substitui o módulo de condensadores com a potência de 14284 VA pelo de 28568 VA. 52 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC 3.5.1.2 TSC em triângulo Nas figuras 3.52, 3.53 e 3.54 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga, a fonte e o módulo de condensadores de maior potência. Figura 3.52: Tensão e corrente (a negrito) na carga Para a carga no instante da comutação, o factor de potência é igual a 0,67, a potência reactiva indutiva corresponde a 31 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 51%. Depois de estabilizado, o factor de potência é igual a 0,75, a potência reactiva indutiva corresponde a 38 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 4%, enquanto que a da corrente é igual a 12%. Figura 3.53: Tensão e corrente (a negrito) na fonte 53 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR Para a fonte no instante da comutação, o factor de potência é igual a 0,89, a potência reactiva capacitiva corresponde a 15 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 3%, enquanto que a da corrente é igual a 53%. Depois de estabilizado, o factor de potência é igual a 0,98, a potência reactiva indutiva corresponde a 7 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 4%, enquanto que a da corrente é igual a 30%. Figura 3.54: Tensão e corrente (a negrito) no módulo de maior potência Para compensar o factor de potência devido à alteração da carga, o modelo adiciona o módulo de condensadores com a potência de 28568 VA ao módulo de 7142 VA, corresponde ao nível 5 com a potência de 35710 VA. 3.5.2 Matlab De seguida serão apresentados os resultados dos modelos, obtidos no Matlab, quando simulados para analisar o instante de comutação de módulos de condensadores num sistema com carga linear e uma não linear. 3.5.2.1 TSC em estrela Nas figuras 3.55, 3.56 e 3.57 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga, a fonte e o módulo de condensadores de maior potência. 54 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC Figura 3.55: Tensão e corrente (direita) na carga Para a carga no instante da comutação, o factor de potência é igual a 0,65, a potência reactiva indutiva corresponde a 32 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 210%, enquanto que a da corrente é igual a 400%. Depois de estabilizado, o factor de potência é igual a 0,78, a potência reactiva indutiva corresponde a 41 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 5%, enquanto que a da corrente é igual a 16%. Figura 3.56: Tensão e corrente (direita) na fonte Para a fonte no instante da comutação, o factor de potência é igual a 0,78, a potência reactiva indutiva corresponde a 17 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 130%, enquanto que a da corrente é igual a 220%. Depois de estabilizado, o factor de potência é igual a 0,99, a potência reactiva indutiva corresponde a 6,5 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 5%, enquanto que a da corrente é igual a 23%. 55 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR Figura 3.57: Tensão e corrente (direita) no módulo de maior potência Para compensar o factor de potência devido à alteração da carga, o modelo adiciona o módulo de condensadores com a potência de 28568 VA ao módulo de 7142 VA, corresponde ao nível 5 com a potência de 35710 VA. 3.5.2.2 TSC em triângulo Nas figuras 3.58, 3.59 e 3.60 são apresentadas as formas de onda da tensão e corrente, para a carga, a fonte e o módulo de condensadores de maior potência. Figura 3.58: Tensão e corrente (direita) na carga Para a carga no instante da comutação, o factor de potência é igual a 0,57, a potência reactiva indutiva corresponde a 37 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 91%, enquanto que a da corrente é igual a 89%. Depois de estabilizado, o factor de potência é igual a 0,78, a potência reactiva indutiva corresponde a 40 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 4%, enquanto que a da corrente é igual a 18%. 56 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC Figura 3.59: Tensão e corrente (direita) na fonte Para a fonte no instante da comutação, o factor de potência é igual a 0,9, a potência reactiva indutiva corresponde a 27 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 82%, enquanto que a da corrente é igual a 135%. Depois de estabilizado, o factor de potência é igual a 0,98, a potência reactiva indutiva corresponde a 6 kVAr. A distorção da forma de onda na tensão é igual a 4%, enquanto que a da corrente é igual a 32%. Figura 3.60: Tensão e corrente (direita) no módulo de maior potência Para compensar o factor de potência devido à alteração da carga, o modelo adiciona o módulo de condensadores com a potência de 28568 VA ao módulo de 7142 VA, corresponde ao nível 5 com a potência de 35710 VA. 57 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 3.6 Conclusões Para cargas com o factor de potência igual a 0,707 e nas simulações efectuadas, tanto o modelo do TSC como o do TCR, conseguem compensar o factor de potência para valores considerados aceitáveis, pelas empresas de distribuição de energia eléctrica. Na simulação das cargas lineares, a interferência no sistema devido à utilização do modelo do TSC é reduzida, tanto no programa Matlab como no Pscad. As formas de onda do modelo do TCR são diferentes entre os programas informáticos, apesar de os valores da distorção, potência reactiva e factor de potência serem semelhantes, excepto na ligação em triângulo do modelo do Pscad que tem uma potência reactiva capacitiva, devido à dificuldade de ajustar o ângulo do módulo de bobinas. Os modelos baseados no TCR, para esta simulação apresentam uma taxa de distorção considerável, tendo em conta que a carga é linear. Na simulação de carga linear com um rectificador como carga não linear, a inclusão dos modelos do TSC aumenta a distorção da carga não linear do sistema, os modelos com ligação em estrela tem valores superiores aos ligados em triângulo, pois o valor da corrente é superior. Devido à limitação, para sistemas com distorção, do bloco utilizado para o cálculo da potência reactiva indutiva, pelos modelos do TSC no Pscad, obteve-se um valor de potência superior ao que o sistema possui, deste modo foi accionado um módulo de condensadores com um valor superior ao necessário, a potência reactiva desses modelos é capacitiva. Nesta simulação, a utilização dos modelos do TCR aumenta a distorção do sistema, excepto para o modelo ligado em triângulo do Matlab, em que esta diminuiu. No programa Matlab a ordem de valores da distorção dos modelos do TCR é a mesma dos do TSC, para o Pscad os modelos do TCR têm um valor ligeiramente superior. Assim para sistemas com distorção, os modelos do TSC deixam de ter a vantagem de reduzida interferência. Para a simulação com adição de carga linear ao sistema linear, o valor da distorção da corrente no instante de accionamento, para os modelos do Matlab é cerca de três vezes superior à dos modelos do Pscad. O sistema necessita de cerca de três ciclos para estabilizar, nesses ciclos o valor da distorção aumenta, o factor de potência pode durante 58 CAPÍTULO 3 – SIMULAÇÃO DA TOPOLOGIA TSC certos instante ser capacitivo. O valor de distorção do modelo de TSC ligado em estrela é praticamente igual ao ligado em triângulo. Na simulação em que é adicionada uma carga linear ao sistema composto por uma carga linear e uma não linear, a distorção dos modelos do Matlab para o instante de comutação é superior aos do Pscad e necessita de três ciclos para estabilizar. No intervalo seguinte a estabilizar, o modelo do Pscad ligado em estrela e o ligado em triângulo têm distorções quase iguais, enquanto que no Matlab o modelo ligado em estrela é inferior ao ligado em triângulo. Os modelos do TCR têm quase a mesma taxa de distorção, para sistema com apenas cargas lineares, como para sistemas em que além de cargas lineares inclui cargas não lineares. As diferenças observadas entre os modelos do Matlab e do Pscad não são significativas, embora algumas formas de onda sejam diferentes, a razão pode ser de particularidades dos programas, como o caso da carga e da impedância das linhas nos modelos do Matlab ter uma componente capacitiva para além da indutiva e resistiva. Embora esta esteja anulada pela indutiva, para sistemas com distorção na tensão e corrente o peso desta componente pode aumentar e alterar as condições de simulação. Outra diferença entre os programas reside no facto do Pscad ter passo de integração fixo e o Matlab ter variável. Para sistemas em que a tensão está pouco distorcida, os modelos baseados no TSC praticamente não perturbam o sistema em que são inseridos. Por outro lado, os modelos baseados no TCR, mesmo quando aplicados a sistemas com apenas cargas lineares, distorcem a tensão e a corrente do sistema, devido ao consumo de corrente não linear pelo módulo de bobinas. O modelo do TCR com condensadores tem taxas de distorção menores, quanto maior for o valor da energia reactiva capacitiva necessária para compensar o sistema, o ângulo de disparo do módulo de bobinas o maior possível. Apesar de a distorção da forma de onda da corrente na bobina ser maior, o valor da corrente é menor. 59 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR Para sistemas com uma distorção na tensão de cerca 5%, os modelos baseados no TSC têm uma distorção na corrente bastante elevada, devido às correntes distorcidas nos módulos de condensadores. Pode mesmo ficar com uma percentagem de distorção semelhante à dos modelos baseados no TCR. Como nas simulações efectuadas, o modelo baseado no TSC teve quase sempre, na medida correspondente à fonte, valores de distorção inferiores ao TCR, excepto para a situação do tópico 3.3.2.2 e tendo em conta que para as condições da simulação sempre compensou o factor de potência é uma solução com aplicabilidade e funcional. Nas simulações do TSC as transições de carga, bem como a comutação dos módulos de condensadores, não interferem muito o normal funcionamento do sistema. Embora a distorção da corrente aumente no momento da transição. Como o modelo do TSC ligado em estrela nunca apresenta desvantagens significativas em relação ao ligado em triângulo, é uma solução com boas possibilidades de ser implementada. A principal dificuldade face ao TSC ligado em triângulo é o facto de a corrente que circula nos condensadores ser superior. Para utilizar equipamentos baseado no modelo do TSC em sistemas com alguma distorção é necessário recorrer a filtros passivos. Os modelos ligados em triângulo apresentam taxas de distorção ligeiramente inferiores aos ligados em estrela, para sistemas com a mesma potência. A queda não linear na linha é menor, pois a corrente nos condensadores também é menor, bem como o facto de os ligados em triângulo eliminarem a componente de terceira ordem. Com a tensão menos distorcida, a corrente no condensador também é menos distorcida, pois o condensador comporta-se como um filtro de tensão. 60 4 – CONCEPÇÃO DO PROTÓTIPO TSC DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 4 CONCEPÇÃO DO PROTÓTIPO TSC O modelo que tem por base o trabalho utiliza módulos de condensadores ligados a cada fase, assim, conforme vá necessitando de mais energia reactiva o equipamento baseado neste modelo adiciona mais módulos. Atinge o máximo que consegue gerar, quando todos os módulos dessa fase estiverem ligados. O equipamento vai utilizar três módulos de condensadores por fase, todos com valores diferentes, o que faz com que tenha sete níveis de energia reactiva. Os valores entre os módulos de condensadores variam na proporção do dobro, assim consegue-se que o intervalo entre níveis de energia gerada seja igual. Para aumentar as funcionalidades do equipamento, este será ligado em estrela, sendo assim possível compensar individualmente as fases do sistema eléctrico, fases com factor de potência diferentes. Desta maneira consegue-se um equipamento mais completo e versátil, embora que se num sistema eléctrico as cargas forem bem distribuídas, o consumo de energias pelas fases é muito similar, para além do facto de na industria a maior parte das cargas serem trifásicas, e logo, equilibradas. 4.1 Princípio de Funcionamento O equipamento dimensionado utiliza três módulos de condensadores, com base no que foi referido é possível fazer sete níveis de potência, como se pode ver na figura 4.1. Caso se tivesse optado por quatro módulos seria possível ter quinze níveis, e no caso de cinco o número de níveis podia ir até os trinta e um. Assim para um determinado número de módulos identificado por n , o número de níveis rege-se pela seguinte função 2 n − 1 . 62 CAPÍTULO 4 – CONCEPÇÃO DO PROTÓTIPO TSC Potência TSC TSC 0 1 2 3 4 5 6 7 Nivel Figura 4.1: Gráfico da cobertura da potência do equipamento baseado no TSC Para um equipamento com uma potência de compensação de 50 kVA, com três módulos de condensadores a potência entre dois níveis seria de 7142 VA. Enquanto que para um equipamento de 4 módulos de condensadores já seria 3333 VA e por sua vez o equipamento com cinco módulos uma potência entre níveis de 1612 VA. Com base nos valores anteriores, pode-se observar como aumenta a resolução do equipamento com o aumento do número de módulos de condensadores. Tendo em conta que para o sistema estar compensado tem que ter um factor de potência maior ou igual a 0,93. De seguida são apresentadas as expressões para calcular que percentagem da potência total do equipamento, para a qual o sistema eléctrico fica compensado, independentemente se o sistema tiver a potência reactiva indutiva entre níveis. Assim para o equipamento de três módulos de condensadores, mesmo que o sistema tenha a potência de 7142 VA, a partir de um determinado valor de potência, o factor de potência é sempre superior a 0,93. Expressões utilizadas nos cálculos: fp comp = 0,93 (1) fp comp : Variável que correspondente ao valor do factor de potência, para o qual o sistema eléctrico está compensado, nos cálculos foi utilizado o valor 0,93. 63 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR cos ϕ = fp comp (2) ϕ : Variável do ângulo do factor de potência para o qual o sistema está compensado. ϕ = a cos( fp comp ) (3) cos θ = fp c arg a (4) fp c arg a : Variável do factor de potência da carga, num determinado instante. θ : Variável do ângulo do factor de potência da carga, num determinado instante. θ = a cos( fp c arg a ) P= QLentre _ níveis tan (ϕ ) (5) (6) P : Variável da potência activa correspondente a um sistema com o factor de potência compensado, com uma potência reactiva igual ao valor entre níveis. QLentre _ níveis : Variável que correspondente ao valor da potência reactiva da diferença entre níveis. QL = P × tan (θ ) (7) QL : Variável da potência reactiva indutiva correspondente à variável P com o factor de potência da carga. 64 CAPÍTULO 4 – CONCEPÇÃO DO PROTÓTIPO TSC ⎛ QL Val não _ comp = ⎜⎜ ⎝ QC total ⎞ ⎟⎟ × 100 ⎠ (8) Val não _ comp : Valor em percentagem até ao qual o sistema não está compensado, se o valor da potência reactiva indutiva é igual à potência entre níveis. QCtotal : Variável que contem o valor da potência reactiva capacitiva máxima, que o equipamento consegue gerar, neste caso 50 kVA. Val comp = 100 − Val não _ comp (9) Val comp : Percentagem do valor da potência reactiva capacitiva total que o equipamento compensa. A tabela 4.1 apresenta a percentagem da potência reactiva capacitiva total para a qual o sistema que está compensado, mesmo que possua a potência reactiva indutiva entre níveis. Tabela 4.1: Efeito do aumento do número de condensadores na percentagem de compensação 3 Módulos de 4 Módulos de 5 Módulos de Condensadores Condensadores Condensadores 0,7 (45,5º) 63,8 % 83,12 % 91,84 % 0,5 (60º) 37,38 % 70,78 % 85,87 % 0,25 (75,5º) -39,8 % 34,76 % 68,45 % Nº de módulos Factor de potência (ângulo) Como se pode ver na tabela 4.1, o equipamento com 3 módulos de condensadores e potência de 50 kVAr, num sistema eléctrico em que o factor de potência é de 0,7, tem uma prestação aceitável. Deste modo, para a parte superior da potência de 50 kVA, 63,8% dos valores têm o factor de potência dentro dos limites aceitáveis pela empresa 65 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR distribuidora de energia eléctrica. Isto verifica-se neste intervalo, mesmo que o valor por compensar seja igual ao da potência entre níveis, neste caso 7142 VAr. Para a parte inferior da potência de 50 kVA, valores correspondentes a 36,2%, é possível corrigir o factor de potência, embora a diferença entre o nível do equipamento e a potência reactiva indutiva do sistema não possa ser a potência entre níveis. Assim se a potência reactiva indutiva por compensar for próxima do nível, a percentagem de valores que o equipamento consegue compensar aumenta. Para o factor de potência de 0,5, a percentagem do equipamento de três módulos reduziu bastante, embora se o equipamento não funcionar com potências muito inferiores a 2/3 da potência de 50 kVA, terá um funcionamento aceitável. Com um factor de potência de 0,25, o equipamento de três módulos de condensadores apresenta uma percentagem negativa. Devido ao factor de potência ser muito baixo, o valor da potência activa para conseguir corrigir o factor de potência da potência reactiva entre níveis, faz com que a potência reactiva indutiva seja maior do que a potência do equipamento. Assim, se o valor da potência reactiva for igual à entre níveis, o equipamento não consegue compensar o sistema eléctrico em que está inserido. Para este factor de potência, apenas são compensados os valores, em que a diferença potência entre níveis e a potência reactiva indutiva do sistema é quase nula. Para além, que são raros os sistemas eléctricos que têm um factor de potência com um valor tão reduzido. Para os equipamentos de quatro e cinco módulos de condensadores, com um factor de potência de 0,7, a percentagem de valores compensados é elevada, tendo em conta que os valores da tabela são para a potência entre níveis. Nos valores correspondentes ao factor de potência de 0,5, estes equipamentos continuam com a percentagem elevada, a descida em relação à situação anterior é reduzida, o que faz com que para esta potência possam ser utilizados em sistemas com factor de potência muito baixo. Por outro lado, para o factor de potência de 0,25, o equipamento com cinco módulos de condensadores continua com uma boa cobertura de valores, enquanto que o de quatro já teve uma queda acentuada, a percentagem passou para aproximadamente metade. Embora não seja razão para excluir este equipamento, como já foi referido antes, devido ao facto de estes valores serem para a potência reactiva entre níveis, bem como o facto de não haver muitos sistemas eléctricos com um factor de potência tão reduzido. 66 CAPÍTULO 4 – CONCEPÇÃO DO PROTÓTIPO TSC 4.2 Estrutura do Equipamento Este equipamento é composto por uma unidade de medida, controlo, actuação e a fonte de alimentação, pode-se observar na figura 4.2 o diagrama de blocos correspondente. A unidade de medida é o módulo onde as tensões e as correntes são adquiridas e devidamente acondicionadas, bem como a obtenção de sinais de controlo para o cálculo da potência reactiva. A unidade de controlo é composta por uma unidade de processamento, em que mediante a informação recebida da unidade de medida, decide quais os semicondutores que deve accionar. A unidade de actuação é composta pelos semicondutores e pelo circuito de drive, esta unidade é responsável pela interface entre a unidade de controlo e os condensadores. A fonte de alimentação engloba a adequação e isolamento da tensão fornecida aos outros módulos. Figura 4.2: Diagrama de blocos da estrutura do protótipo 4.2.1 Unidade de Medida A unidade de medida é dividida em três partes, a aquisição do valor da tensão, corrente e um conjunto de sinais auxiliares. O diagrama de blocos desta unidade pode ser observado na figura 4.3. Para a aquisição da tensão, o módulo de medida é composto por três transformadores, um por fase, com o objectivo de adequar a tensão ao conversor analógico para digital (ADC), bem como isolar a tensão do sistema do módulo. Para além dos 67 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR transformadores, é necessário para cada fase, o recurso a um rectificador para converter a tensão alternada para contínua. A corrente de cada linha vai ser adquirida por sensor de efeito Hall. Através deste consegue-se o isolamento da corrente com o equipamento, visto este sensor, tal como o transformador para a tensão, interrompe o contacto eléctrico entre o equipamento e o sistema eléctrico acoplado. Como no caso da tensão, para a obtenção da corrente pela unidade de medida, torna-se necessário a rectificação da tensão de saída do sensor. Quanto aos sinais auxiliares, estes são obtidos com o objectivo de identificar em que semiciclo as tensões e correntes se encontram, para cada valor obtido pelo conversor analógico para digital. Estes sinais tornam-se necessários pois as ondas da tensão e corrente são rectificadas, para detectar os semiciclos, o positivo do negativo, utiliza-se um comparador com o valor zero. Figura 4.3: Diagrama de blocos da unidade de medida por fase 4.2.2 Unidade de Controlo A unidade de controlo, a qual pode ser observada no diagrama da figura 4.4, engloba a parte de conversão dos sinais analógicos para digitais, a componente de cálculo da potência reactiva, outra para determinar quais os módulos de condensadores necessários e o sincronismo dos sinais de comando para actuação dos condensadores. 68 CAPÍTULO 4 – CONCEPÇÃO DO PROTÓTIPO TSC Para o cálculo da potência reactiva, determinar e accionar os módulos de condensadores nos vários instantes, necessita-se de um módulo de processamento. Entre as soluções possíveis, o microcontrolador surge o como o mais apropriado, pois para além da parte de processamento inclui outras componentes como é o caso do conversor analógico para digital. Com recurso a este módulo, deixa de ser necessário ter um módulo extra para efectuar a conversão. Deste modo, a unidade de controlo fica mais compacta, embora possa sobrecarregar o microcontrolador, pois tem que repartir a capacidade de processamento por todas as tarefas. Para ter esta unidade dimensionada, torna-se necessário seleccionar o microcontrolador que cumpra os requisitos, como a frequência de relógio para conseguir obter o número de amostras suficiente e números de portos para os sinais de entrada e saída, analógicos e digitais, bem como desenvolver o programa, essencial ao seu funcionamento. Figura 4.4: Diagrama de blocos da unidade de controlo 4.2.3 Unidade de Actuação O módulo de actuação é composto pelo circuito de drive e pelos semicondutores de potência, o qual pode ser observado na figura 4.5. O circuito de drive é responsável pela interface entre a unidade de controlo e os semicondutores, mediante o sinal de comando recebido acciona o semicondutor correspondente. A sua constituição inclui o circuito que adequa a tensão para controlar o semicondutor, elementos para isolar a unidade de controlo e a utilização de circuito auxiliar de comutação. 69 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR O circuito de drive vai ser isolado da unidade de controlo, necessário devido ao número de semicondutores e tensões desfasadas, bem como método de protecção da unidade de controlo. O equipamento vai utilizar circuitos auxiliares de comutação, para evitar os danos no semicondutor derivados das comutações. Por outro lado, esta unidade no que diz respeito aos semicondutores vai utilizar elementos do tipo TRIAC, uma vez que serão necessários apenas metade do número de tirístores, caso se tivesse optado por estes semicondutores, para além de simplificar o circuito de drive. Figura 4.5: Diagrama de blocos da unidade de actuação 4.2.4 Fonte de Alimentação A fonte de alimentação é responsável por garantir um conjunto de valores de tensão, mediante as necessidades dos vários componentes, para que seja possível o funcionamento do equipamento. Caso seja necessário, deve possuir isolamento das tensões para as diferentes unidades a alimentar, para este protótipo a tensão da unidade de actuação tem de estar isolada das restantes. Na figura 4.6, pode-se observar que a unidade de actuação tem a fonte isolada da unidade de medida, dentro da unidade de medida existe isolamento do conjunto de tensões utilizadas para a aquisição da tensão e da corrente. 70 CAPÍTULO 4 – CONCEPÇÃO DO PROTÓTIPO TSC Figura 4.6: Diagrama de blocos da fonte de alimentação 4.2.5 Sistemas de Protecção e Segurança Nesta área os sistemas de protecção serão os definidos pelo regulamento em vigor, desde disjuntores de protecção para sobrecargas e curtos circuitos, bem como elemento seccionador para isolar o equipamento do sistema eléctrico. Quanto a componentes adicionais e específicos do equipamento, colocar em paralelo com os condensadores, relé controlado electronicamente, com uma resistência em série para fazer a descarga dos condensadores, quando o equipamento é desligado. Desta forma, consegue-se que quando for para efectuar a manutenção ou reparação do equipamento, seja em condições de segurança, desde que o equipamento seja desligado com antecedência. 71 5 – MONTAGEM DO PROTÓTIPO TSC DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 5 MONTAGEM DO PROTÓTIPO TSC Neste capítulo, pretende-se descrever os passos seguidos para a realização do protótipo, desde equipamentos auxiliares a partes integrantes do protótipo. Na elaboração deste trabalho, foi desenvolvido todo um conjunto de módulos, tais como o programador do microcontrolador e a interface com um LCD. Equipamentos não necessários ao funcionamento do protótipo, mas indispensáveis para o seu desenvolvimento. O protótipo será monofásico, a diferença caso fosse trifásico ligado em estrela, consiste no número de componentes e na unidade de controlo considerar o desfasamento ao accionar os semicondutores, visto cada fase ser independente. O controlo do protótipo será em malha fechada, ao contrário do verificado nas simulações em que era em malha aberta. Entre cada alteração o equipamento espera 3 semiciclos, este tempo foi definido depois de se verificar através das simulações que é o tempo necessário para o sistema estabilizar. O protótipo, como já referido, será baseado no modelo do TSC com três módulos de condensadores. A potência total do equipamento é de 581 VA, quando os três módulos de condensadores estão ligados. A potência entre níveis é igual a 83 VA com a capacidade de gerar 7 níveis. 5.1 Programador No sistema de controlo, a unidade de processamento é composta pelo microcontrolador ATmega128 da Atmel, para o programar foi elaborado um programador, que recorre à característica do microcontrolador ser programado por SPI (Serial Peripheral Interface). O programador é constituído pelo programa desenvolvido no ambiente Microsoft Visual Studio. O programa abre o ficheiro em formato hexadecimal, gerado pelo simulador da 74 CAPÍTULO 5 – MONTAGEM DO PROTÓTIPO TSC Atmel o avr studio 4, retira a informação referente ao código do programa. De seguida, adiciona as linhas de controlo para a programação por SPI e envia por porta paralela para o microcontrolador da Atmel. Na figura 5.1 pode-se observar a janela de interface com o utilizador, o espaço destinado ao endereço de localização do ficheiro hexadecimal ainda não está implementado, torna-se necessário colocar o ficheiro na mesma localização do executável do programador. Figura 5.1: Ambiente visual do programador 5.2 Interface com o LCD (Liquid Crystal Display) Outro módulo auxiliar consiste na utilização de um LCD, apresentado na figura 5.2, para se conseguir analisar os resultados do microcontrolador, como o resultado do cálculo da potência reactiva, bem como para calibrar correctamente a leitura das tensões e correntes. Desenvolveu-se um módulo do programa para o microcontrolador, para a interface com o LCD. O módulo do LCD não é essencial para o funcionamento do protótipo, mas para além das funcionalidades referidas de ajuda ao desenvolvimento do equipamento, fornece a interface com o utilizador. 75 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR O LCD tem as dimensões de 52 mm de largura com 38,35 mm de altura, com uma resolução de 128 pixeis de largura por 64 pixeis de altura. Figura 5.2: LCD utilizado no equipamento Na secção seguinte são apresentados os menus do equipamento, a interface com o utilizador efectuada por um botão de pressão e três menus visualizados no LCD. Figura 5.3: Menu de créditos Na figura 5.3 pode-se observar o menu dos créditos, surge durante 3 segundos, quando se liga o equipamento. 76 CAPÍTULO 5 – MONTAGEM DO PROTÓTIPO TSC Figura 5.4: Menu base Passado o tempo correspondente ao menu dos créditos, este é substituído pelo menu base, pode-se observar na figura 5.4, em que o equipamento fica em espera até que o utilizador pressione o botão, não efectua nenhuma operação. Figura 5.5: Menu de funcionamento Quando o utilizador pressiona o botão do equipamento, o menu base é substituído pelo de funcionamento, que pode ser observado na figura 5.5, o equipamento começa a compensar a energia reactiva. O menu é utilizado para informar o utilizador dos valores de potência do sistema, que corresponde à medida na fonte, identifica o factor de potência, quais os módulos em condução, o valor da tensão e corrente. Caso o botão seja pressionado quando o equipamento está neste estado, volta para o menu base e interrompe o funcionamento. 77 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 5.3 Fonte de alimentação Mediante a necessidade das unidades do equipamento, foi elaborada uma fonte a incorporar em cada unidade, o ajuste do valor da tensão recorre a reguladores lineares, os diferentes valores das tensões são 12 V, -12 V e 5 V. A unidade de medida necessita das tensões de 12 V e -12 V para o sensor de corrente, os detectores de semiciclo da tensão e da corrente, devido ao uso de amplificadores operacionais. A alimentação do módulo de aquisição da tensão e da corrente têm que estar isolados, a fonte tem dois módulos de tensão de 12 V e -12 V independentes. Para a unidade de controlo apenas é necessária a tensão de 5 V, para a alimentação do microcontrolador, e a parte de interface com o LCD. Na unidade de actuação é necessário a tensão de 5 V, para a interface dos semicondutores, composta por optoacopladores. Este módulo de tensão tem que estar isolado das outras componentes da fonte. Na figura 5.6 pode-se observar a fonte incluída na unidade de medida à esquerda e a fonte para accionar os semicondutores da unidade de actuação à direita. Figura 5.6: Imagem da fonte de medida (esquerda) e de actuação (direita) 78 CAPÍTULO 5 – MONTAGEM DO PROTÓTIPO TSC 5.4 Unidade de medida A unidade de medida é composta pelo módulo de aquisição de tensão e de corrente, ambos com alimentação independente. O módulo de tensão utiliza um transformador de 230 V para 5 V, com o objectivo isolar e adequar a tensão para a aquisição pela unidade de controlo. Visto a tensão ser alternada recorre-se a um rectificador a diodos, um potenciómetro é acoplado para ser possível calibrar as amostras da tensão, para o ADC (Analogic to Digital Converter) da unidade de controlo. Para obter a medida da corrente utiliza-se um sensor de efeito Hall, neste caso o LEM LA 55-P, o qual foi definido para um corrente de 10 A. Como a saída do sensor é uma corrente proporcional à da medida, esse sinal de corrente é convertido para tensão, através de uma resistência. Como o sinal é alternado, utiliza-se um rectificador de onda completa, com recurso a amplificadores operacionais. Para nivelar os valores máximos dos dois semiciclos no sinal rectificado, o semiciclo correspondente ao positivo em relação ao negativo, num dos ramos do rectificador é utilizada uma resistência variável. Quanto aos detectores de semiciclo, tanto o da tensão como da corrente utilizam amplificadores operacionais, na configuração de comparador com zero. Na figura 5.7 pode-se observar a placa da unidade de medida e o esquema eléctrico pode ser encontrado no apêndice B.2. Figura 5.7: Imagem da unidade de medida 79 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 5.5 Unidade de controlo A unidade de controlo é composta por um microcontrolador ATmega128 do fabricante Atmel. Para além de efectuar toda a gestão dos semicondutores, em que com base no valor da potência reactiva, liga em determinados instantes os condensadores necessários. Efectua uma parte de medida, visto que o microcontrolador inclui um conversor analógico para digital de 8 bits com 8 entradas, cada uma pode ser seleccionada através de um multiplexer. Tendo isto em consideração, coloca-se o microcontrolador a percorrer alternadamente a entrada da tensão e da corrente. Depois de obter as medidas da tensão e da corrente, calcula o valor da potência reactiva. Este microcontrolador foi seleccionado para integrar a unidade de controlo, devido a possuir 64 pinos, dos quais 54 são configuráveis para entrada e saída, 128 kB de memória de código e funcionar com uma frequência de 16 MHz. Na figura 5.8 pode-se observar a placa da unidade de medida e o esquema eléctrico pode ser encontrado no apêndice B.3. Figura 5.8: Microcontrolador ATmega128 Para que o microcontrolador da unidade de controlo efectue a sua função - calcular a potência reactiva do sistema e gerar os sinais de controlo dos semicondutores - necessita do programa para o microcontrolador. De seguida serão apresentadas algumas características referentes ao programa, configurações e soluções das várias funções. 80 CAPÍTULO 5 – MONTAGEM DO PROTÓTIPO TSC Na parte de medida, o conversor analógico digital (ADC) do microcontrolador ATmega128, apresentado na figura 5.8, foi configurado para utilizar uma frequência de 125 kHz, como o ADC é de aproximações sucessivas necessita de 13 ciclos para obter uma amostra. O conversor para cada ciclo de 50 Hz obtém cerca de 96 amostras por cada entrada, para a tensão e corrente. Para obter a potência reactiva, calcula-se através do teorema de Pitágoras entre a potência aparente e activa. A potência aparente obtém-se da multiplicação entre o valor eficaz da tensão e da corrente, enquanto que a potência activa é calculada através da média das amostras da potência instantânea. Depois de obtida a potência reactiva, o tipo e valor desta a considerar para comparar com os vários níveis do equipamento, é determinada pela proporção dos valores da corrente correspondentes à energia recebida na primeira metade do semiciclo da tensão, em relação aos valores da segunda. Desta maneira, se o maior valor da corrente pertencer à primeira parte do semiciclo, a potência reactiva é considerada indutiva, caso contrário considera-se capacitiva. Na parte de actuação, para determinar os instantes em que se activa os semicondutores, utilizam-se as amostras obtidas pelo ADC do microcontrolador, depois de sincronizar o equipamento com o sistema através do detector de semiciclo. O tempo em que o sinal de controlo tem de estar activo, necessário para o semicondutor entrar em condução, é controlado pelo número de amostras obtidas pelo ADC, deste modo não precisa de utilizar um temporizador dedicado. Quando um condensador é accionado pela primeira vez, desde que o equipamento entrou em funcionamento, é ligado no instante que corresponde ao zero da tensão. Das próximas vezes que for accionado, vai ser nos instantes em que a tensão está no valor máximo. O semiciclo é guardado numa variável para que quando for accionado depois de ter estado desligado, seja no semiciclo correcto. 81 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 5.6 Unidade de actuação Esta unidade inclui a parte da fonte para activar os semicondutores e o resto do drive, como a unidade está isolada das outras unidades do equipamento, a fonte tem que ser independente. O isolamento é conseguido através de optoacopladores do tipo 4n26, enquanto que a fonte tem uma saída de 5 V. Os semicondutores são do tipo TRIAC, concretamente o BTA16, suportam uma tensão de 800 V e uma corrente máxima de 16 A, visto que o módulo com a corrente maior é de 1,5 A, possui as características necessárias. A unidade de actuação para além de ser composta pelos semicondutores, componentes de isolamento e de accionamento dos semicondutores, inclui os circuitos auxiliares de comutação. Na figura 5.9 pode-se observar a placa da unidade de medida e o esquema eléctrico pode ser encontrado no apêndice B.1. Figura 5.9: Imagem da unidade de actuação Os condensadores utilizados são de 10μF de 250 V, em que associados dois em série, fica de 5μF e 500 V. Para efectuar os três módulos, associa-se conjuntos de condensadores em paralelo, o de 5uF é composto por um, o de 10μF por dois conjuntos 82 CAPÍTULO 5 – MONTAGEM DO PROTÓTIPO TSC e o de 20μF por quatro. Na figura 5.10 pode-se observar os três módulos de condensadores. Figura 5.10: Módulos de condensadores 5.7 Soluções Abandonadas Os semicondutores de potência inicialmente seriam tirístores, depois foram substituídos pelos do tipo TRIAC, visto ser necessário apenas metade destes para ligar os condensadores. O circuito de drive também fica mais simples, pois apenas é necessário accionar um semicondutor. Por vez do sinal analógico da corrente ser convertido para um sinal de tensão, ajustado o valor máximo para 5 V de pico e depois rectificado com amplificadores operacionais. Na solução anterior o valor de saída do sensor de efeito de Hall seria ajustado para ter 2,5 V de pico, utilizando na saída deste um somador de 2,5 V. Assim, para uma corrente alternada sinusoidal, o valor da tensão de saída do sensor seria entre 0 e 5 volts e com valor médio de 2,5 V. Esta solução foi abandonada devido ao facto de a resolução no conversor analógico para digital passar para metade. Esta solução abandonada depende da anterior, refere-se ao modo como era detectado o semiciclo da corrente. Deixou de ser por software, onde tinha a tensão de 2,5 V definida como zero, se o valor obtido pelo ADC do microcontrolador fosse superior era determinado como semiciclo positivo, caso fosse inferior seria o semiciclo negativo. A 83 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR solução utilizada passa por utilizar um amplificador operacional, para a entrada alternada analógica da corrente, em que é utilizado como um comparador com zero. Para sincronizar o instante de comutação dos semicondutores com o instante correcto da tensão, depois de identificar o início do semiciclo da tensão, utiliza-se o número das amostras do ADC. Na solução anterior, em vez utilizar a temporização do ADC utilizava outro temporizador do microcontrolador para obter o instante para accionar os semicondutores. 5.8 Testes Depois de construído o protótipo foi realizado um conjunto de testes para analisar o funcionamento, tendo como objectivo abordar as diversas situações. Nos testes em que é utilizado o osciloscópio, para a aquisição de tensão utilizou-se um divisor de tensão com duas resistências, a corrente foi obtida através da inclusão de uma resistência em série com a carga. O valor das resistências para a tensão são de 1 MΩ e 100 kΩ com uma potência de 0,25 W, a resistência da corrente é de 0,1 Ω e 5 W de potência. 5.8.1 Valores das amostras obtidas para uma carga linear Para testar a parte de aquisição de valores por parte do ADC do microcontrolador, foi utilizada uma carga linear com uma potência de 40 VA. Neste caso, o equipamento guarda um conjunto de amostras, obtidas através do ADC e o estado dos sinais de detecção de semiciclo para cada amostra, depois apresenta-as com recurso ao LCD. Foram recolhidas amostras de quatro sinais, sendo a onda da tensão, da corrente, de indicação de semiciclo da tensão e da corrente. Na figura 5.11 pode-se observar o gráfico elaborado com as amostras da tensão. 84 CAPÍTULO 5 – MONTAGEM DO PROTÓTIPO TSC Valores da Tensão 350 1,2 300 1 250 0,8 (V) 200 0,6 150 Tensão Semiciclo 0,4 100 0,2 50 96 91 86 81 76 71 66 61 56 51 46 41 36 31 26 21 16 11 6 0 1 0 Nº de Amostras Figura 5.11: Amostras da tensão As amostras da corrente de um semiciclo para o outro são ligeiramente diferentes, como se pode observar na figura 5.12. O mesmo acontece com as ondas que indicam a detecção de semiciclo, visto que o atraso do sinal da corrente em relação à da tensão é superior no semiciclo positivo do que no negativo. Valores da Corrente 250 1,2 1 200 (mA) 0,8 150 0,6 Corrente Semiciclo 100 0,4 50 0,2 96 91 86 81 76 71 66 61 56 51 46 41 36 31 26 21 16 11 6 0 1 0 Nº de Amostras Figura 5.12: Amostras da corrente 85 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 5.8.2 Sinal de controlo para accionar o semicondutor Nesta secção, com recurso ao osciloscópio pode-se observar na figura 5.13 o instante em que o microcontrolador activa o sinal de controlo dos semicondutores, bem como o tempo que de cada estado. Figura 5.13: Onda da tensão (10V/div) e sinal de controlo para os semicondutores (2V/div), escala de tempo (2ms/div) Como o TRIAC conduz nos dois sentidos, o sinal de comando define o estado activo, em dois instantes por ciclo. O semicondutor vai ser accionado no segundo e terceiro quadrante, tendo em consideração que o primeiro quadrante consiste quando o valor da corrente do sistema e a da gate no TRIAC são positivas. Deste modo, deixa de ser necessário uma corrente negativa e positiva na gate, para colocar o semicondutor em condução nos dois semiciclos é suficiente uma corrente negativa. 5.8.3 Condensador accionado pelo microcontrolador Este teste tem como objectivo observar a forma de onda da corrente no condensador, quando accionado pelo equipamento, apresentado na figura 5.14, verificar a capacidade de colocar o semicondutor em condução, bem como diferenças em relação à configuração com interruptor. Deste modo, o programa do equipamento foi alterado para enviar o sinal de controlo do semicondutor, sem potência reactiva indutiva no 86 CAPÍTULO 5 – MONTAGEM DO PROTÓTIPO TSC sistema por compensar, o módulo de condensadores utilizado no teste tem uma potência de 83 VA. Figura 5.14: Onda da Tensão (10V/div) e corrente (0,5A/div) no condensador accionada pelo equipamento, escala de tempo (2ms/div) Na figura 5.15 pode-se observar a forma de onda da tensão e da corrente do módulo de condensadores ligado através de um interruptor. A diferença entre o módulo accionado pelo equipamento e o ligado manualmente consiste numa pequena interferência, no instante em que o sinal de controlo muda de estado, quando controla o semicondutor que acciona no condensador. Figura 5.15: Onda da tensão (10V/div) e da corrente (0,5A/div) no condensador, escala de tempo (2ms/div) 87 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 5.8.4 Carga utilizada nos testes Para efectuar os testes, o sistema deve apresentar energia reactiva indutiva, a carga utilizada foi um auto-transformador variável, ligado para funcionar como uma bobina variável. Com esta carga, apresentada na figura 5.16, consegue-se variar o valor da potência reactiva. O factor de potência é praticamente zero, visto a potência ser praticamente toda indutiva. Quanto a características técnicas, a carga quando aplicada uma tensão de 230 V, a corrente pode atingir o valor de 5 A, o que permite uma potência de 1150 VA. Figura 5.16: VARIAC utilizado como carga A forma de onda da corrente da carga não é linear, como se pode verificar na figura 5.17, a potência é praticamente toda reactiva indutiva e concentrada na zona correspondente a 180 graus da tensão. 88 CAPÍTULO 5 – MONTAGEM DO PROTÓTIPO TSC Figura 5.17: Onda da Tensão (10V/div) e corrente (1A/div) no VARIAC, escala de tempo (2ms/div) 5.8.5 Testes experimentais De seguida são apresentadas as imagens dos testes experimentais, o objectivo passa por verificar o funcionamento do equipamento. Para um conjunto de valores regulados pela variação da carga, verificaram-se os valores apresentados pelo equipamento e a forma de onda da tensão e da corrente depois de compensada. Os testes foram baseados no diagrama apresentado na figura 5.18. Como a carga é praticamente toda indutiva, quando forem accionados os condensadores, o valor da potência vai diminuir mas o factor de potência vai manter-se inalterado com o valor próximo de zero. Figura 5.18: Diagrama de blocos do sistema dos testes 89 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 5.8.5.1 Carga com uma potência de 150 VA Como se pode ver na figura 5.19, a carga é não linear e a corrente associada a esta, está concentrada nos instantes próximos dos 180 graus da tensão. Como a corrente do condensador tem uma forma mais aproximada a uma onda sinusoidal, a corrente da carga é atenuada nesses instantes, nos restantes a corrente corresponde à do condensador. Como o módulo de condensadores tem um valor de potência próximo da potência da carga, no instante em que a corrente da carga é máxima, esta não é toda compensada. Como o programa do equipamento quando calcula o valor da potência reactiva, distingue entre a componente da energia recebida na primeira metade do semiciclo da tensão da componente recebida na segunda, neste caso tem energia recebida nas duas partes. Figura 5.19: Forma de onda da tensão (10V/div) e corrente (0,5A/div) na fonte, escala de tempo (2ms/div) Na figura 5.20 pode-se observar os valores obtidos e apresentados no LCD, para uma potência reactiva indutiva de 150 VAr com o módulo de 83 VA, o valor depois de compensado é igual a 124 VAr. 90 CAPÍTULO 5 – MONTAGEM DO PROTÓTIPO TSC Figura 5.20: Imagem do LCD para o teste da carga de 150VA 5.8.5.2 Carga com uma potência de 550 VA Neste teste pode-se observar o mesmo que na anterior, embora os valores de potência da carga e do módulo de condensadores sejam maiores, na figura 5.21 pode-se observar as características referidas. Figura 5.21: Forma de onda da tensão (10V/div) e corrente (2A/div) na fonte, escala de tempo (2ms/div) 91 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR Neste teste o valor da potência da carga é igual a 550 VA e com a utilização do equipamento este valor passou para 441 VA, está no nível 3 de compensação para um total de 7. Os valores apresentados na LCD do microcontrolador podem ser observados na figura 5.22. Figura 5.22: Imagem do LCD para o teste da carga de 550VA 5.8.6 Conclusões As amostras obtidas pelo equipamento são suficientes, bem como a diferenciação entre amostras, tendo em conta que a carga tem uma potência reduzida. A detecção de semiciclos não é exactamente igual de um semiciclo para o outro, mas a diferença é desprezável. Os equipamentos auxiliares revelaram-se importantes para a elaboração do protótipo, o LCD na visualização de resultados do microcontrolador, bem com na calibração das medidas para o conversor analógico para digital. Devido ao programa da unidade de controlo ter sido desenvolvido para sistemas lineares, quando aplicado a sistemas com a distorção na forma de onda da corrente acentuada como é o caso da carga disponível para os testes, o valor da potência reactiva tem algum erro. Tendo em consideração que a tensão pode ser considerada sinusoidal, 92 CAPÍTULO 5 – MONTAGEM DO PROTÓTIPO TSC com o método de cálculo a potência reactiva obtida corresponde à parte da potência aparente que não é activa, assim essa potência inclui a potência reactiva e harmónica. Independentemente do sistema eléctrico, com o acoplamento da carga não linear utilizada nos testes, o equipamento não compensaria a totalidade da potência reactiva associada à carga, mesmo que esta tivesse um valor de potência igual a um dos níveis do equipamento. A corrente nos condensadores está distorcida devido à distorção da tensão, a deformação da corrente do módulo de condensadores não é tão pronunciada como a da carga. O equipamento ao accionar os condensadores gera uma pequena distorção na forma de onda da corrente, embora seja desprezável, principalmente quando comparada com a distorção devido à distorção da tensão. Caso o equipamento active um módulo de condensadores, com um valor de potência igual à potência da carga, o sistema eléctrico a que estes estão acoplados vai receber energia na primeira metade e na segunda do semiciclo da tensão, quando se analisa as figuras 5.19 e 5.21. Enquanto que com apenas a carga acoplada, ou seja o equipamento desligado, a energia recebida pelo sistema corresponderia à primeira parte do semiciclo. A energia recebida na segunda parte do semiciclo, corresponde à corrente do condensador que não possui correspondência com uma corrente de valor oposto, nesses instantes. Se o equipamento compensar a parte reactiva indutiva totalmente, o sistema fica com potência reactiva capacitiva, a potência reactiva indutiva é máxima no ângulo de 180 graus em relação à tensão. 93 6 – CONCLUSÕES DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR 6 CONCLUSÕES 6.1 Objectivos Atingidos As simulações do modelo do TSC foram efectuadas com sucesso, para duas configurações, ligado em estrela e em triângulo. Como trabalho adicional, foram efectuadas simulações para o TCR, ligado em estrela e em triângulo, a fim de se ter uma referência para determinar se algumas características do TSC são vantagens, desvantagens ou características comuns aos vários modelos. As simulações referidas nos tópicos anteriores, foram efectuadas em dois programas de simulação, o Pscad e o Matlab, com o objectivo de analisar os modelos em diferentes situações. Como sistemas auxiliares para o desenvolvimento do protótipo, foram elaborados o programador e a interface com o LCD. Desenvolveu-se o código para a unidade de controlo, com as funcionalidades de cálculo da potência reactiva e gestão da entrada em funcionamento dos semicondutores. Realizou-se a construção de um equipamento com três módulos de condensadores e uma potência de 581 VA, constituído por unidade de medida, de controlo e de actuação. O protótipo é monofásico, para além de baixa potência, visto ser um equipamento para análise e de demonstração de funcionamento. Com o protótipo desenvolvido foram realizados testes, com recurso a uma carga reactiva indutiva, com o objectivo de analisar as características deste. 96 CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES 6.2 Principais Resultados e Conclusões O modelo do TSC cumpre com os requisitos, quanto à compensação do factor de potência. No entanto para sistemas com um factor de potência muito baixo, nem sempre consegue obter os mesmos resultados, devido a baixa resolução dos níveis ser mais realçada para estes valores do factor de potência. Para sistemas com um conteúdo harmónico na tensão reduzido, a inclusão do equipamento não afecta significativamente o sistema. Por outro lado, para sistemas que tenham alguma distorção na forma de onda da tensão, torna-se necessário a utilização de filtros passivos, para o equipamento não distorcer a tensão do sistema ainda mais, através da corrente com conteúdo harmónico. A partir de certo valor de distorção da tensão, o modelo baseado em TSC tem uma taxa de distorção da corrente na fonte à volta de 50 %, semelhante ao modelo do TCR que apresenta nessas situações uma distorção de 60 %. Nas transições entre módulos de condensadores, a distorção causada pelo modelo aumenta, com um valor superior no Matlab do que no Pscad, mas estabiliza em poucos ciclos. O equipamento apesar de conseguir medir uma potência de 2300 VA, a resolução para uma potência de 40 VA é aceitável, tendo em conta que o ADC do microcontrolador está configurado para 8 bits. Para aumentar o valor máximo possível de ser medido, depois de esgotado o número de bits do ADC, passa por duplicar o circuito de aquisição de corrente calibrado para um valor superior. Para valores reduzidos utiliza o circuito de menor potência, se a potência for superior a esse circuito, o equipamento utiliza o outro. Se o número de módulos de condensadores ou o valor de potência do protótipo aumentar, o regulador de tensão da unidade de actuação tem de ser substituído, possivelmente por uma fonte comutada. O microcontrolador utilizado na unidade de controlo é suficiente para as funções desenvolvidas, pelo menos para um sistema monofásico. O programa cumpre os 97 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR requisitos, tanto no cálculo da potência como accionamento dos semicondutores, foi optimizado para minimizar o tempo das tarefas. A carga disponível para ser utilizada nos testes não é linear e a potência é praticamente toda reactiva indutiva, estas características não são as ideais para o tipo de equipamento, como resultado a potência reactiva apenas é atenuada. Tendo em consideração a figura 5.19 e que para o valor negativo da potência é considerado como energia recebida para esses intervalos. Com o incremento do nível de potência do equipamento, a parte da energia recebida correspondente à carga diminui até ser cancelada, mas a parte da energia recebida associada aos módulos de condensadores aumenta. A inclusão do equipamento não causa interferências significativas, embora devido à corrente distorcida nos condensadores pela tensão, a distorção da tensão aumenta ligeiramente. Pode-se recorrer ao uso de filtros passivos, para reduzir a distorção da tensão e por consequência diminuir o erro do cálculo da potência reactiva pelo programa. Nos testes realizados a potência reactiva reduziu ligeiramente, embora seja accionado um módulo de condensadores, com um valor de potência próximo ao da potência reactiva a compensar, a descida do valor da potência reactiva não é proporcional ao aumento do valor de potência do módulo de condensadores. A construção do protótipo foi efectuada com sucesso, desde a aquisição da tensão e corrente ao cálculo da potência e determinação e accionamento dos módulos de condensadores. Com a elaboração deste projecto, pode-se verificar que é possível efectuar um equipamento do tipo TSC com um custo acessível, embora para as condições em que foram efectuados os testes não tem o funcionamento desejado, devido às características da carga indutiva utilizada nos testes. Com o contínuo desenvolvimento dos componentes electrónicos, estes encontram-se cada vez mais acessíveis. Assim, o custo adicional da unidade de controlo pode compensar tendo em conta as vantagens. Fornece energia reactiva para diversos valores e permite ter uma maior flexibilidade no manuseamento dos equipamentos. 98 CAPÍTULO 6 – CONCLUSÕES Para o estado actual e futuro, com a proliferação das cargas não lineares, torna o equipamento obsoleto, incapaz de cumprir na totalidade os objectivos para que foi projectado. Assim para o futuro prevê-se a sua substituição por filtros activos, pois não sofrem dos problemas deste equipamento, para além de solucionar os problemas relacionados com os harmónicos. 6.3 Sugestões para Trabalho Futuro Para trabalho futuro, pode-se optimizar as placas da unidade de medida e de actuação, com vista a atenuar as interferências a que os circuitos estão sujeitos. A interface com o utilizador pode ser melhorada, pode-se aumentar o número de botões para ser possível colocar várias opções no menu base, como um menu para monitorização onde o equipamento apenas recolhe informação. Para melhorar o equipamento, pode-se aplicar o sistema de segurança, para a descarga dos módulos de condensadores, quando o equipamento é desligado. Por fim pode-se efectuar o equipamento baseado no modelo Híbrido, em que para além do modelo TSC, utiliza um módulo de bobinas para compensar a energia reactiva entre níveis do TSC. 99 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1].http://www.edp.pt/EDPI/Internet/PT/Group/Clients/Energy_services/Reactive_energ y/Reactive_energy_effectc.htm , (02/10/2009) [2].FUCHS, E. F. e MASOUM, M. A. S., Power Quality in Power Systems and Electrical Machines, Elsevier Inc., 2008 [3].DORF, R. C., The Electrical Engineering Handbook, 2ª Edição, CRC Press LLC 1997 [4].RYAN, H. M., High Voltage and Testing, 2ª Edição, The Institution of Electrical Engineers, 2001 [5].RASHID, M. 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Revised SPECIFICATION FOR 300 KVAR STATIC COMPENSATOR Enq No 570903381, http://www.bhel.com/dynamic_files//tender_files/pdf/Revised%20SPECIFICA TION%20FOR%20300%20KVAR%20STATIC%20COMPENSATOR%20E nq%20No%20570903381.pdf, (04/10/2010) 103 APÊNDICE A – MODELOS DAS SIMULAÇÕES DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR A MODELOS DAS SIMULAÇÕES Este apêndice apresenta as imagens dos modelos utilizados nas simulações, para os programas informáticos Pscad e Matlab. Em primeiro será apresentado os modelos do Pscad, com as configurações TSC em estrela e triângulo, seguidas do TCR em estrela e triângulo. Depois serão apresentadas as mesmas configurações para o Matlab. A.1 PSCAD Os modelos do Pscad são compostos por um conjunto de módulos, todos incluem um módulo base diferente, cada modelo tem associado um conjunto de módulos auxiliares, para fazer tarefas específicas ou simplesmente para expansão. Da secção A.1.1 até à A.1.4, são apresentadas imagens do módulo base de cada um dos modelos. Para demonstrar os módulos base são utilizadas três imagem, em que a primeira tem a vista geral, seguindo-se duas imagens onde é possível ver a parte superior e inferior mais a pormenor A secção A.1.5 apresenta os módulos comuns, utilizados em todos os modelos, excepto o módulo de controlo que é utilizado apenas nos modelos do TSC. 106 APÊNDICE A – MODELOS DAS SIMULAÇÕES A.1.1 TSC Ligado em Estrela Imagem 1: Visão geral do módulo base Imagem 2: Visão superior do módulo base 107 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR Imagem 3: Visão inferior do módulo base A.1.2 TSC Ligado em Triângulo Imagem 4: Visão geral do módulo base 108 APÊNDICE A – MODELOS DAS SIMULAÇÕES Imagem 5: Visão superior do módulo base Imagem 6: Visão inferior do módulo base 109 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR A.1.3 TCR Ligado em Estrela Imagem 7: Visão geral do módulo base Imagem 8: Visão superior do módulo base 110 APÊNDICE A – MODELOS DAS SIMULAÇÕES Imagem 9: Visão inferior do módulo base A.1.4 TCR Ligado em Triângulo Imagem 10: Visão geral do módulo base 111 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR Imagem 11: Visão superior do módulo base Imagem 12: Visão inferior do módulo base A.1.5 Módulos comuns Para além do módulo base, denominado de main no Pscad, as simulações incluem um conjunto de módulos para expansão. O módulo cargas, onde inclui um conjunto de cargas lineares e não lineares, bem como os interruptores para seleccionar as que estão ligadas num determinado momento. O módulo de controlo, utilizado apenas nas simulações do modelo TSC, em que recebe o valor da energia reactiva indutiva do sistema e liga os condensadores correspondentes. O seguinte é utilizado para o cálculo do factor de potência, na carga e na fonte, para se ter um ponto de comparação. Por fim, este módulo calcula o valor da distorção na tensão e corrente de uma das fases, apresenta o resultado em percentagem. 112 APÊNDICE A – MODELOS DAS SIMULAÇÕES A.1.5.1 Módulo Cargas Imagem 13: Visão geral do módulo cargas Imagem 14: Visão superior do módulo cargas Imagem 15: Visão inferior do módulo cargas 113 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR A.1.5.2 Módulo de controlo Imagem 16: Visão geral do módulo de controlo Imagem 17: Visão superior do módulo de controlo 114 APÊNDICE A – MODELOS DAS SIMULAÇÕES Imagem 18: Visão inferior do módulo de controlo A.1.5.3 Módulo de cálculo do factor de potência Imagem 19: Visão do módulo de cálculo do factor de potência 115 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR A.1.5.4 Módulo de cálculo da distorção harmónica Imagem 20: Visão do módulo de cálculo da distorção A.2 Matlab De seguida são apresentados os modelos em Matlab, em que se mostra a vista geral do modelo, com o objectivo de se ter uma ideia acerca da constituição dos modelos. 116 APÊNDICE A – MODELOS DAS SIMULAÇÕES A.2.1 TSC Ligado em Estrela Imagem 21: TSC ligado em estrela 117 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR A.2.2 TSC Ligado em Triângulo Imagem 22: TSC ligado em Triângulo 118 APÊNDICE A – MODELOS DAS SIMULAÇÕES A.2.3 TCR Ligado em Estrela Imagem 23: TCR ligado em estrela 119 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR A.2.4 TCR Ligado em Triângulo Imagem 24: TCR ligado em triângulo 120 APÊNDICE B – ESQUEMAS DO EQUIPAMENTO DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR B ESQUEMAS DO EQUIPAMENTO Neste apêndice, serão apresentados os esquemas das placas que constituem o equipamento, a unidade de medida, controlo e actuação. A fonte está distribuída pelas placas, mediantes as necessidades para o funcionamento, inclui também os transformadores. Os esquemas apresentados foram elaborados no programa EAGLE. B.1 Unidade de Actuação A unidade de actuação é composta pela interface entre a unidade de controlo e os semicondutores, a fonte de alimentação necessária com o objectivo de isolar do resto do equipamento. Imagem 25: Esquema da unidade de actuação 122 APÊNDICE B – ESQUEMAS DO EQUIPAMENTO B.2 Unidade de medida De seguida é apresentado o esquema da unidade de medida, composta pela aquisição e adequação para a tensão e corrente, detecção de semiciclos e a parte da fonte necessária para a alimentação desta unidade. Imagem 26: Esquema da unidade de medida 123 DESENVOLVIMENTO DE UM THYRISTOR SWITCHED CAPACITOR B.3 Unidade de controlo Esta unidade é constituída praticamente pelo microcontrolador ATmega 128, tem dois portos como entradas, uma para sinais analógicos e outra digital para os detectores de semiciclo, as saídas têm três portos, um para os sinais de controlo dos TRIACS e duas para a comunicação com o LCD. Imagem 27: Esquema da unidade de controlo 124