Dr. Paulo Behar

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10/04/2017
17/04/2017
27/04/2017
Gerência de Políticas Públicas de Cuidado em Saúde - Transmissíveis
Leishmaniose Visceral Humana
no RS e Porto Alegre
Apresentações • O vetor
prévias • Leishmaniose Visceral Canina
• Leishmaniose Visceral Humana
• Introdução
• Epidemiologia
• Agente Etiológico e Ciclo Evolutivo
• Quadro Clínico
• Diagnóstico
• Tratamento
• Profilaxia
• Fluxos em Porto Alegre
Para Médicos da APS, elaborado por Paulo Behar em 08/04/2017
incluindo slides cedidos pela Profa. Dra. Marilia Severo
https://goo.gl/OQojUw
Link pode ser acessado antecipadamente ou agora para
acompanhamento durante a apresentação
Contém esta apresentação e outros materiais do Matriciamento HIV
e de sífilis, hepatites virais e tuberculose
Matriciamento HIV
Leishmaniose
Visceral Humana
1a. Capacitação de Leishmaniose Visceral
Fev/2017
Prof. Dr. Erno Harzheim
Secretário da Saúde
Porto Alegre
(1 óbito em setembro/2016)
Profa. Dra. Marilia Severo
Disciplina de Infectologia da UFCSPA
Médica Infectologista da Santa Casa
LVH: Definição
Doença infecciosa comprometendo o sistema
reticuloendotelial cujo agente etiológico é o
protozoário do gênero Leishmania, transmitida
ao homem por insetos do gênero Lutzomya
(em Porto Alegre,
outros conforme
apresentação prévia)
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Definição
Caracterizada por
febre prolongada
emagrecimento acentuado
palidez
astenia
hepatoesplenomegalia exuberante
anemia, leucopenia e plaquetopenia)
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
“Atores e Cenário”
Leishmania
mosquito-palha
(não é mosquito)
cão
ambiente rural e/ou peridomiciliar
homem
Epidemiologia
90% dos casos
Sudão
Índia
Brasil
2015: 3.280 casos
(272 óbitos)
2008
1os. Casos de LVH no RS
2008
Severo, Deboni, Bercini,
Zwetsch, Behar
CEVS, FIOCRUZ
Santa Casa, UFCSPA
2014
Casos autóctones de Leishmaniose
Visceral Humana– LVH, RS,
2008-2017*
Fonte: SINAN – net. *2017 dados parciais até 10 de janeiro.
Casos autóctones LVH, RS, 2008-2017*
**até 10/04/17:
2 casos
Fonte: SINAN – net. *2017 dados parciais até 10 de janeiro.
Faixa etária - LVH, RS,
2008-2017*
Fonte: SINAN – net. *2017 dados parciais até 10 de janeiro.
Agente
Etiológico
Leishmania infantum (chagasi)
Parasita intracelular obrigatório
Reproduz no sistema fagocítico
mononuclear dos mamíferos
susceptíveis (SRE: Sistema
Retículo-endotelial)
Dimorfismo
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Forma promastigota
Forma amastigota intracelular
Dimorfismo
Complexo “Leishmania donovani”
L. donovani, L. infantum(chagasi)
Flebótomo injeta
promastigota
amastigotas
nos macrófagos
Promastigotas
no tubo digestivo
amastigotas
multiplicam
Flebótomo ingere
macrófagos com amastigotas
CDC
Transmissão Peridomiciliar
hospedeiro
ocasional
Fisiopatogenia
Resposta tecidual em várias escalas
Pólo hiperérgico
sistema macrofágico destrói as leishmanias e
resolve o processo inflamatório
(Cura espontânea)
Pólo anérgico a doença se desenvolve com
manifestações sistêmicas exuberantes
curso agudo
(Doença)
curso crônico
Formas intermediárias (oligossintomáticas)
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Fisiopatogenia
Leishmania no SRE
permanece, multiplica,
dissemina
Reagindo ao parasitismo, o SRE
faz hipertrofia e hiperplasia
fígado, baço e medula óssea
Link p/ quadro clínico
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Quadro Clínico
Evolução
Aguda, rápida
(óbito em semanas)
Crônica
Quadro Clínico
febre irregular prolongada
emagrecimento acentuado
palidez cutâneo-mucosa intensa
com aspecto escurecido da pele (de caucasianos - descrito na Índia)
astenia
hepatoesplenomegalia exuberante
anemia, leucopenia e
plaquetopenia (pancitopenia)
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Formas Clínicas
Infecção Assintomática
Infecção subclínica ou oligossintomática
Formas Agudas
Calazar Clássico
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Infecção Oligossintomática
Forma mais frequente nas áreas endêmicas
Sintomas inespecíficos
febrícula, tosse seca, diarreia, sudorese,
adinamia persistente com discreta
visceromegalia (em geral só hepatomegalia)
Evolução para
cura espontânea
calamar clássico
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Formas Agudas
Forma aguda disentérica
semelhante a quadro séptico com febre alta, tosse
seca e diarreia acentuada
alterações hematológicas discretas
em geral sem hepatosplenomegalia
História imprecisa, não mais que 2 meses de evolução
Característica
elevação de Igs com grande quantidade de IgM e IgG
anti-leishmania
Infrequente encontrar o parasita no mielograma
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Calazar Clássico
PI impreciso
Evolução prolongada com
Desnutrição proteico-calórica
Aspecto edemaciado do paciente
abdome protruso por
hepatosplenomegalia volumosa
PI: Período de Incubação
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Calazar Clássico
A falta de especificidade nos sintomas
iniciais
tosse seca, diarreia, febre irregular
E o nível cultural insuficiente
impossibilita, em geral, precisar com
exatidão o início da doença
Alguns estudos sugerem PI de 2 a 8
meses
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Calazar Clássico
Febre persistente com 2 a 3 picos diários; às vezes,
intermitente
Associam-se frequentemente diarreia ou disenteria ou
obstipação, adinamia, prostração, sonolência, mal estar
e emagrecimento progressivo
Sangramentos no início são incomuns (epistaxe,
petéquias, gengivorragia)
As manifestações respiratórias lembram “resfriado que
não está passando” com tosse seca ou pouco produtiva
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Calazar Clássico
no Período de Estado
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Calazar Clássico
Características mais marcantes no Período de Estado
Febre quase sempre presente, ~38 oC, ocasionalmente 40 oC
Irregularidade: pode haver período de apirexia de até 2
semanas
Emagrecimento levando à caquexia, com cabelos secos e
quebradiços, com sinal da bandeira (cabelos com 2-3
colorações), cílios alongados, deambulação vagarosa e
edema do pés e das mãos
Abdome volumoso por hepatosplenomegalia gigante
(aspecto de útero gravídico nas mulheres e de cirrótico nos
homens
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Calazar Clássico
Esplenomegalia exuberante
consistência elástica ou levemente endurecido que
atinge a cicatriz umbilical podendo até repousar na
crista ilíaca do lado oposto com sensação de
desconforto abdominal
Hepatomegalia de diversos tamanhos
às vezes faz um plastrão único com o baço dando a
sensação de víscera única
Tosse, diarreia, náuseas, vômitos, dispneia aos esforços,
cefaleia, zumbido,mialgias, atralgias, epistoles,
gengivorragia, retardo da puberdade e amenorreia
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Abdome volumoso por
hepatosplenomegalia gigante
Hepatomegalia importante
Esplenomegalia exuberante
baço repousando na
crista ilíaca do lado
oposto
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Calazar Clássico
no Período Final
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Calazar Clássico
Gravemente enfermo
Dispneia aos mínimos esforços
Sopro sistólico plurifocal
Insuficiência cardíaca
Pancitopenia periférica
Globulinas bastante elevadas
Óbito por complicações
infecção bacteriana geralmente hospitalar
(PNM, sepse), sangramentos, gastroenterite,
insuficiência cardíaca por anemia grave,
caquexia, coagulopatias pós-transfusionais
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Clínica nos casos Gaúchos
Severo, Deboni, Bercini,
Zwetsch, Behar
CEVS, FIOCRUZ
Santa Casa, UFCSPA
2014
Visceral leishmaniasis arrives at Rio Grande do Sul, Brazil
1os. 8 casos, a partir de 2008
Severo MMS, Deboni, SC, Zwetsch A, Bercini MA, Behar PRP
[email protected]
The expansion of visceral leishmaniasis (VL) is caused by the presence and
adaptation of the vector Lutzomyia longipalpis to the environment, combined to
the circulation of Leishmania infantum chagasi in domestic dogs and to
socioeconomic and environmental factors that favor its occurrence. Rio Grande
do Sul (RS) enters the scene in November 2008 with the notification of the first
case of canine visceral leishmaniasis (CVL) in the city of São Borja,
diagnosed in October 2008. In January 2009 it was reported the first human
case of VL in that city, with symptoms beginning in late 2008. In light of
these findings research regarding the vector confirmed Lutzomyia longipalpis in
November 2008. Our purpose is to inform professionals of the current scenario in
the VL in RS describing clinical features and contributing to increase the degree
of early detection and treatment. From January 2009 until December 2012
there were 8 cases of VL, confirmed by antibody detection by
Immunofluorescence Assay (IFA) and / or parasitologic exam, 7 from São Borja
City and 1 from Uruguaiana. Both cities share mixed-environment urban /
suburban / rural characteristics with the presence of organic matter generated by
vegetation and pets. The factors of environmental changes generated in
peridomestic areas can be aggravated when there is bad sanitary conditions.
Visceral leishmaniasis arrives at Rio Grande do Sul, Brazil
7
1
1 HIV
Severo MMS, Deboni, SC, Zwetsch A, Bercini MA, Behar PRP
[email protected]
2008
The patients' ages ranged from 06 to 76 years, being 7 of them, men.
All patients lived at homes with dogs with CVL. The most common
symptoms were fever (100%) and asthenia (75%), the most common
findings on physical examination were hepatomegaly (87.5%), and
splenomegaly (75%). Laboratory abnormalities included anemia
thrombocytopenia, leukopenia, elevated aminotransferase, bilirubin and
lactate dehydrogenase levels. One patient was diagnosed with HIV
(human immunodeficiency virus). Another died before the specific
treatment for VL. The 7 patients were treated with liposomal
amphotericin B and until the conclusion of this study showed no
reactivation of VL.
The sporadic occurrence of cases complicate the clinical diagnosis, and
the report of the cases could contribute to improve the sensitivity of
diagnosis. Early treatment reduces the suffering and death of patients
and is a valuable management tool for the VL Program.
Severo, Deboni, Bercini,
Zwetsch, Behar
CEVS, FIOCRUZ
Santa Casa, UFCSPA
2014
Calazar em PVHA
Pessoa Vivendo com HIV/Aids
Pode ter comportamento oportunista
Pode reativar
> 70% forma visceral com pneumonite grave e outras
manifestações exóticas
febre (95%), hepatosplenomegalia (80%), hepato e esplenomegalia
isolada (92%), linfadenomegalia (57%), alterações da pele (10%)
Pancitopenia (82%), CD4 < 400 (90%), hipergamaglobulinemia
(89%), Ac anti-leishmania (35%), fácil demonstração do parasita
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Diagnóstico
Diagnóstico
Investigar sempre se história de
febre prolongada e hepatomegalia
Identificar 3 critérios
Epidemiológicos
Clínicos
Laboratoriais
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Critérios Epidemiológicos
Procedência de área endêmica ou
viagem nos últimos 12 meses
Se de área endêmica, investigar
presença de
casos caninos
vetor
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
“Atores e Cenário”
Leishmania
mosquito-palha
(não é mosquito)
cão
ambiente rural e peridomiciliar
homem
Critérios Clínicos
Febre irregular
Hepatosplenomegalia
Anemia
Manifestações hemorrágicas
Já apresentados
Pistas para a forma oligossintomática
Persistência de tosse
Diarreia intermitente (> 3 semanas)
Adinamia
Hepatosplenomegalia < 5 cm rebordo costal)
Ausência de febre, em geral
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Critérios Laboratoriais
Anemia (Hb < 10g%)
Leucopenia (< 2.000)
Plaquetopenia (< 100.000; < 40.000)
Transaminases > 2x normal
Albumina < 3,5 g%
Globulinas > 5 g%; > 10 g%
Eletroforese com aumento da fração gama
Presença de Ac anti-lesihmania
Formas oligossintomáticas
exames normais ou
alterações discretas
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Diagnóstico Laboratorial
3 grupos de exames
Gerais
hematológicos, coagulação, bioquímicos, eletroforese proteínas , EQU
Testes imunológicos
IgM e IgG (Elisa, Teste Rápido)
TR: Realizadas
Outros atualmente não utilizados
Capacitações por
PCR
CPPS-Transmissíveis
Exames parasitológicos
Diretos
sangue periférico (Giemsa) em PVHA
Aspirado de medula óssea
Aspirado esplênico
Isolamento
Cultura
Isolamento in vivo (em hamsters)
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Tratamento
Tratamento Específico
Anfotericina Lipossomal
3mg/kg/dia por 7dias
Anfotericina B Deoxicolato
1mg/kg/dia por 14 a 20 dias
Antimoniato de N-metil glucamina
20mg/kg/dia por 20 a 40 dias
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Profilaxia
Identificação e combate ao vetor
Identificação de cães doentes
Busca ativa e tratamento de
casos humanos
Saneamento e ações educativas
Política direcionada
Veronesi Tratado de Infectologia, 1996
Fluxos da SMS
Secretário Erno Harzheim estabeleceu Sala de Situação em Janeiro de 2017
para desenvolver fluxo de atendimento de pacientes com LVH
NOTA TÉCNICA No 01/2017/ GAB/SMS – CGPPS -TRANSMISSÍVEIS
10/03/2017
Fluxos
Considerando que, em nível nacional, a doença é uma endemia em franca
expansão geográfica e vem se expandindo para áreas urbanas;
Considerando que em 2016 ocorreu o primeiro caso autóctone da doença em
Porto Alegre, com óbito de uma criança de 1 ano e 7 meses de idade, por
LVH, residente na zona leste;
Considerando a necessidade de se implementar ações de detecção de casos
de LVH, classificação de risco e manejo clínico;
…
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio de sua GPPCS –
Transmissíveis, recomenda o seguinte fluxograma de encaminhamento:
Paciente de qualquer idade, residente em Porto Alegre, apresentando
NOTA TÉCNICA No 01/2017/ GAB/SMS – CGPPS -TRANSMISSÍVEIS
10/03/2017
Anexo à
NOTA TÉCNICA No 01/2017/
GAB/SMS – CGPPS -TRANSMISSÍVEIS
10/03/2017
Leishmaniose Visceral Humana
FLUXOGRAMA DE ENCAMINHAMENTO
(em 1 página)
3289-2475
NOTA TÉCNICA No 01/2017/
GAB/SMS – CGPPS -TRANSMISSÍVEIS 10/03/2017
NOTA TÉCNICA No 01/2017/
GAB/SMS – CGPPS -TRANSMISSÍVEIS
10/03/2017
3289-2475
Condições Especiais
a) idade < a um ano
b) idade > a 50 anos
c) transplantados
d) HIV/AIDS
e) gestantes
f) comorbidades ou uso de
imunossupressores
g) falha terapêutica
h) recidiva
NOTA TÉCNICA No 01/2017/ GAB/SMS – CGPPS -TRANSMISSÍVEIS
10/03/2017
Fatores Associados a Óbito
i) insuficiência renal, hepática ou cardíaca
j) dispnéia, edema, icterícia ou
sangramento
k) infecção bacteriana
l) plaquetopenia (< 50.000/mm )
m) leucopenia (< 1.500/ mm )
n) desnutrição grave ou emagrecimento
acentuado
o) diarréia e/ou vômito
p) febre há mais de sessenta dias
3
NOTA TÉCNICA No 01/2017/ GAB/SMS – CGPPS -TRANSMISSÍVEIS
10/03/2017
Mais informações
Videoaula diagnóstico e tratamento da LVH - módulo I da FIOCRUZ.
Disponível em: http://www.aulas.cvspbrasil.fiocruz.br/enrol/index.php?
id=2 - Leishmaniose Visceral no Brasil: diagnóstico e tratamento - Módulo
I
Capacitação à distância em teste rápido IT Leish LVHH. Fundação
Ezequiel Dias (FUNED). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=ezN8ed-qEXE BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Vigilância Epidemiológica. Leishmaniose visceral:
recomendações clínicas para redução da letalidade / Ministério da Saúde.
Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
Epidemiológica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2011. 78 p.: il. – (Série A.
Normas e Manuais Técnicos). ISBN 978-85-334-1795-3. 1. Leishmaniose
visceral. 2. Agravos à saúde. I. Título. II. Série. NOTA TÉCNICA No 01/2017/ GAB/SMS – CGPPS -TRANSMISSÍVEIS
10/03/2017
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Gerência de Políticas Públicas de Cuidado em Saúde - Transmissíveis
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