guilherme ferraresi zinezi

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Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
GUILHERME FERRARESI ZINEZI
COMPARAÇÃO DE DOIS PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
UTILIZANDO CORRENTE DE BAIXA FREQUÊNCIA ASSOCIADO OU
NÃO A CONTRAÇÃO ISOMÉTRICA VISANDO O AUMENTO DA
FORÇA MUSCULAR DE PREENSÃO PALMAR EM INDIVÍDUOS
SAUDÁVEIS
CASCAVEL
2005
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
GUILHERME FERRARESI ZINEZI
COMPARAÇÃO DE DOIS PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
UTILIZANDO CORRENTE DE BAIXA FREQUÊNCIA ASSOCIADO OU
NÃO A CONTRAÇÃO ISOMÉTRICA VISANDO O AUMENTO DA
FORÇA MUSCULAR DE PREENSÃO PALMAR EM INDIVÍDUOS
SAUDÁVEIS
Trabalho de conclusão de curso como requisito
parcial à conclusão do curso de Fisioterapia, do
centro de Ciências Biológicas e da Saúde, da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
UNIOESTE
Orientador: Profº. Gladson Ricardo Flor
Bertolini
CASCAVEL
2005
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
TERMO DE APROVAÇÃO
GUILHERME FERRARESI ZINEZI
COMPARAÇÃO DE DOIS PROTOCOLOS DE TRATAMENTO
UTILIZANDO CORRENTE DE BAIXA FREQUÊNCIA ASSOCIADO OU
NÃO A CONTRAÇÃO ISOMÉTRICA VISANDO O AUMENTO DA
FORÇA MUSCULAR DE PREENSÃO PALMAR EM INDIVÍDUOS
SAUDÁVEIS
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para a obtenção do
título graduado em Fisioterapia, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
___________________________________
Orientador: Prof. Ms. Gladson Ricardo Flor Bertolini
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
_________________________________
Prof. Carlos Eduardo Albuquerque
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
________________________________
Prof. Ms. Rodrigo Daniel Genske
Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE
Cascavel, 23 de novembro de 2005.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço...
...primeiramente a Deus que me deu a oportunidade de viver e poder concluir mais esta etapa
importante da minha vida com sucesso;
...aos meus pais, José Ângelo e Célia, que compartilharam comigo meus ideais, que me
incentivaram a prosseguir em minha caminhada e que deixaram alguns de seus sonhos para que
eu realizasse os meus;
...à minha família, por tudo aquilo que me ensinaram e fizeram por mim, em todos os momentos
da minha vida;
...à minha namorada, Viviane, por estar sempre ao meu lado nesses quatro anos na Universidade
e pelo amor e apoio que sempre me deu;
...aos amigos que fiz, que provavelmente não estarão mais comigo no seguimento da vida, e que
com certeza jamais esquecerei;
...aos meus professores, pelos momentos de dedicação e conhecimentos compartilhados durante a
graduação;
...a todos aqueles que, embora não citados aqui, contribuíram de alguma forma no decorrer de
mais esta etapa completada em minha vida.
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RESUMO
A Estimulação Elétrica Neuromuscular (EENM) é um recurso bastante utilizado para favorecer o
aumento da força e hipertrofia muscular, sendo que o protocolo e a técnica de aplicação são
fatores importantes para a efetividade dos resultados. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi
verificar os efeitos de dois protocolos de EENM sobre a força de preensão palmar do membro
superior direito e esquerdo em 17 voluntários, sadios, não treinados, com idade variando entre 18
a 25 anos, sem história de doença ósteo-muscular nos membros superiores, divididos em três
grupos distintos. O protocolo aplicado nos grupos 1 e 2 constou da utilização de uma corrente de
baixa freqüência, modulada em 54 Hz, com pulso quadrático bifásico simétrico, com tempo de
subida e descida de 0,5 s cada, 6 s de manutenção e 13 s de repouso, sendo que o protocolo
aplicado no grupo 2 associava-se a uma contração isométrica voluntária, . O grupo 3 foi o
controle, o qual não foi submetido a nenhum tipo de tratamento. Avaliou-se a força de preensão
palmar dos membros superiores através da dinamometria, antes da aplicação da EENM, após ter
completado 12 sessões e ao término das 24 sessões. O procedimento de eletroestimulação
totalizou 10 contrações nos 12 primeiros dias de tratamento, finalizando com 20 contrações nos
12 dias restantes. A postura adotada para a mensuração e aplicação dos protocolos foi sentada
com 90º de flexão de quadril e joelhos, ombros na posição de adução, junto ao tronco e flexão em
torno de 45º; cotovelo a 45º com antebraço e punho na posição neutra. Os eletrodos eram fixados
por meio de uma fita adesiva sobre o ponto motor da musculatura extrínseca flexora de punho e
dedos, e o outro colocado em uma região adjacente, e outro colocado sobre o ponto motor da
musculatura extrínseca extensora de punho e dedos, e o outro colocado em região adjacente. Os
resultados mostraram que houve um ganho significativo da força de preensão palmar (p < 0,05),
nos grupos 1 e 2. O grupo 1 finalizou o estudo com um aumento de força de 15,83%. O grupo 2
obteve um aumento de 13,95% ao completar as 24 sessões e no grupo 3 o aumento foi de 4,67%.
Com base nestes resultados concluiu-se que os dois protocolos de EENM promoveram aumento
da força de preensão palmar, porém, evidenciou-se que o aumento ocorreu de forma mais
acentuada no grupo que realizou apenas a EENM.
Palavras-chave: Estimulação Elétrica Neuromuscular, força muscular, preensão palmar,
dinamometria.
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ABSTRACT
The Neuromuscular Electrical Stimulation (NMES) is one resource is used to promote gain of
power and muscle hypertrophy. The protocol and technique used are important factors to the
effectivity of the results. The aim of this study was to verify the effects of two protocols of
NMES measuring the strength of palmar grip of the right and left upper limb among 17
volunteers, non trained without history of bone and muscular disease, they were divided in three
different groups. The protocol of the group 1 and 2 consisted of utilization of a low frequency
current modulate in 54 Hz, with symmetric, quadratic, diphase pulses, with the up and down time
on 0,5s each one, 6s of sustentation and 13s off, being that the protocol applied in group 2 it
associated with the isometry. Group 3 was used as the control group, wich wasn't submited of any
type of treatment. The palmar grip was evaluated by dynamometer, before the application of the
NMES, after 12 sessions and after the conclusion of 24 sessions. The procedures of electrical
stimulation add up 10 contractions on the first 12 days of treatment concluding with 20
contractions on the others remaining days. The posture used to measurement and application of
the protocols was sat down with flexion of 90º of the hip and knees, shoulders in position of
adduction next to the trunk and flexion about 45º; elbow at 45º with forearm and wrist in a
neutral position. The results had shown that it had a significant increase of the force to palmar
grip (p < 0,05), in groups 1 and 2. The group 1 finished the study with an increase of 15,83%
force. The group 2 got an increase of 13,95% when completing the 24 sessions and in group3
the increase was of 4,67%. With base in these results we concluded that the two protocols of
EENM had promoted increase of the force of the palmar grip, however, it was proven that the
increase occurred more accented form in the group that carried through only the EENM.
Key - words: Neuromuscular electrical stimulation, muscle strength, palmar grip, dynamometry.
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SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIAÇÕES......................................................................................................... 8
LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................................9
LISTA DE GRÁFICOS............................................................................................................... 10
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 11
1.1 Justificativa........................................................................................................................... 11
1.2 Revisão Bibliográfica........................................................................................................... 12
1.3 Objetivos............................................................................................................................... 14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................................. 15
2.1 Eletroestimulação................................................................................................................. 15
2.1.1 Princípios Básicos da Eletroestimulação....................................................................... 15
2.1.2 Efeitos Eletrofisiológicos.............................................................................................. 16
2.1.3 Características da corrente elétrica................................................................................ 20
2.2 Musculatura Esquelética....................................................................................................... 26
2.2.1 Anatomia e fisiologia da musculatura esquelética.........................................................26
2.2.2 Contração Muscular....................................................................................................... 37
2.2.3 Preensão Palmar............................................................................................................ 41
2.2.4 Treinamento de força sobre a musculatura esquelética................................................. 43
3 METODOLOGIA......................................................................................................................49
3.1 Materiais............................................................................................................................... 49
3.2 Critérios de inclusão e exclusão........................................................................................... 50
3.3 Amostra................................................................................................................................ 50
3.4 Métodos................................................................................................................................ 51
4 RESULTADOS.......................................................................................................................... 57
4.1 Resultados do Grupo 1 ........................................................................................................ 57
4.2 Resultados do Grupo 2......................................................................................................... 58
4.3 Resultados do Grupo 3 ....................................................................................................... 59
5 DISCUSSÃO.............................................................................................................................. 62
6 CONCLUSÃO............................................................................................................................66
7 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA......................................................................................... 67
ANEXO I – FICHA DE AVALIAÇÃO...................................................................................... 71
ANEXO II – AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA.................................................................. 73
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LISTA DE ABREVIAÇÕES
Acth - Acetilcolina
ADM – amplitude de movimento
ADP - Adenosina difosfato
ATP - Adenosina trifosfato
AVAL. - Avaliação
CA – Corrente alternada
CC – Corrente contínua
DIF. - Diferença
EENM – Eletroestimulação neuromuscular
FES – Estimulação elétrica funcional
IN. - Inicial
MEC – Meio extracelular
MIC – Meio Intracelular
OTG – Órgão Tendinoso de Golgi
REAV. - Reavaliação
UM – Unidade motora
UMs – Unidades motoras
UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - a) Corrente com forma de onda senoidal, de característica bifásica simétrica; b)
Outra forma de representação gráfica da onda senoidal; c) Representação gráfica de pulsos
bifásicos simétricos, quadrados e triangulares; e, d) Corrente modulada por rajada de
pulsos............................................................................................................................................. 22
Figura 2 - Anatomia do sistema músculo-esquelético............................................................... 27
Figura 3 - O retículo sarcoplasmático e os túbulos transversos (túbulos T) de uma fibra
muscular........................................................................................................................................ 30
Figura 4 - Actina e o Complexo Troponina-Tropomiosina; Miosina e as Pontes Cruzadas. 31
Figura 5 - Estriações da miofibrila............................................................................................. 32
Figura 6 - Motoneurônio liberando acetilcolina na fenda sináptica da placa motora da fibra
muscular ....................................................................................................................................... 38
Figura 7 - – Dinamômetro utilizado durante as avaliações e reavaliações............................. 49
Figura 8 - Posicionamento do indivíduo durante as mensurações da dinamometria............ 53
Figura 9 - Posicionamento dos eletrodos durante a aplicação da técnica de
eletroestimulação de baixa freqüência, 1º em flexores de punho e dedos, 2º em extensores de
punho e dedos................................................................................................................................55
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Comparação das médias obtidas em l/cm2 durante as avaliações pelo Grupo 1 58
Gráfico 2 - Comparação das médias obtidas em l/cm2 durante as avaliações pelo Grupo 2 59
Gráfico 3 - Comparação das médias obtidas em l/cm2 durante as avaliações pelo Grupo 3 60
Gráfico 4 - Comparação entre os 3 grupos em relação a dinamometria medida em l/cm2
durante as avaliações....................................................................................................................61
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1 INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa
A Estimulação Elétrica Neuromuscular (EENM) é uma técnica de fortalecimento
muscular baseada na estimulação dos ramos intramusculares dos motoneurônios, que induzem a
contração muscular. Essa técnica é utilizada como um recurso adicional para reabilitação
envolvendo o tratamento de hipotrofias, espasticidade, contraturas e na aquisição de aumento de
força. Observa-se também a sua inclusão em programas de treinamento em atletas, para gerar
ganhos de torques isométricos, objetivando promover, aperfeiçoar ou adaptar as capacidades
iniciais de cada indivíduo (PICHON et al., 1995).
O treinamento isométrico foi desenvolvido no início do século XX, mas tornou-se popular
em meados da década de 1950 em conseqüência de novas pesquisas realizadas por cientistas
alemães. Esses estudos indicaram que o treinamento de força estático causa enormes ganhos de
força e que esses ganhos são superiores aos dos métodos de ação dinâmicos, porém estudos
subseqüentes não foram capazes de reproduzir os resultados dos originais. No entanto, as ações
estáticas permanecem sendo uma forma importante de treinamento, particularmente na
reabilitação pós-operatória quando o membro é imobilizado e, conseqüentemente, incapaz de
realizar ações dinâmicas. As ações estáticas facilitam a recuperação e reduzem a atrofia muscular
e a perda de força (WILMORE e COSTILL, 2001).
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Devido a uma grande variedade de protocolos que veiculam a eletroestimulação muscular
associada ou não a uma contração isométrica, e ao grande número de controvérsias encontradas;
justifica-se a elaboração de um estudo afim de verificar se a estimulação elétrica neuromuscular
de baixa freqüência, associada ou não ao exercício voluntário isométrico, é eficaz para a obtenção
de ganho de força de preensão palmar, por meio de protocolos específicos para tais fins.
1.2 Revisão Bibliográfica
Segundo a American Physical Therapy Association, a EENM é a ação de estímulos
elétricos terapêuticos aplicados sobre o tecido muscular íntegro, ela é um recurso bastante
utilizado na prática fisioterapêutica, sendo aplicada atualmente em diversas condições clínicas
(BRASILEIRO, CASTRO e PARIZOTTO, 2002).
A contração muscular induzida por ativação elétrica dá-se de modo diferente daquela que
ocorre durante a contração voluntária. Observa-se um maior recrutamento das unidades motoras,
sendo as do tipo II as primeiras a serem recrutadas, isto porque as unidades motoras de condução
rápida (tipo II) necessitam de menores intensidades de estimulação, o que pode explicar a
capacidade da eletroestimulação em produzir fortalecimento muscular com níveis menores de
intensidade, que aqueles requeridos durante a contração voluntária (SALGADO, 1999).
A eletroestimulação pode causar alterações na propriedade contrátil do músculo, estas
estão associadas às alterações na composição das proteínas miofibrilares, ao aumento da área das
fibras musculares isoladas e decorrente a um aumento na síntese de proteínas contráteis. Essas
adaptações fazem-se necessárias para que o músculo possa melhorar seu desempenho durante a
realização das atividades em questão (GUYTON e HALL, 2002).
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A estimulação elétrica máxima no fortalecimento muscular pode fazer com que quase
todas as unidades motoras (constituídas por um neurônio motor simples e a fibra muscular que
este inerva) em um músculo, se contraiam de forma sincronizada, algo que não pode ser
conseguido na contração voluntária. Isso permitiria o desenvolvimento de contrações musculares
mais fortes, acompanhada de uma maior hipertrofia muscular, com o uso da eletroestimulação
(LOW e REED, 2001).
Um componente neural importante explica pelo menos parcialmente o ganho de força.
Enoka (1988) apresentou um argumento convincente de que o ganho de força pode ser obtido
sem alterações estruturais do músculo, mas não sem adaptações neurais. Assim, a força não é
somente uma propriedade do sistema motor; o recrutamento de unidades motoras é muito
importante no ganho de força, ele pode explicar todo ou a maior parte do ganho de força que
ocorre na ausência de hipertrofia.
Por muito tempo, os ganhos de força foram considerados resultados diretos do aumento
do tamanho do músculo (hipertrofia). Essa suposição era lógica, uma vez que a maioria dos
indivíduos submetidos a um treinamento de força era do sexo masculino e eles, freqüentemente,
desenvolviam músculos grandes e volumosos. Além disso, um membro imobilizado com gesso
durante semanas ou meses começa a diminuir de tamanho e perde força quase que
imediatamente. Os ganhos de tamanho muscular geralmente ocorrem paralelamente aos ganhos
de força e as perdas de tamanho muscular estão altamente correlacionadas a perdas de força.
Assim, somos tentados a concluir que existe uma relação de causa efeito entre o tamanho
muscular e a força muscular. No entanto, a força muscular envolve muito mais do que
simplesmente o tamanho muscular (WILMORE e COSTILL, 2001).
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1.3 Objetivos
O objetivo geral deste trabalho é avaliar a força de preensão palmar, por meio de um
dinamômetro de preensão, de acordo com dois protocolos de eletroestimulação, utilizando uma
corrente de baixa freqüência (EENM), com um grupo realizando em associação uma contração
voluntária isométrica e outro não.
Os objetivos específicos consistem em comparar os grupos eletroestimulados com o grupo
controle, visando observar qualquer alteração com relação à força de preensão palmar; comparar
o grupo apenas eletroestimulado com o grupo em que a eletroestimulação está associada à
contração isométrica, visando observar qualquer alteração com relação à força de preensão
palmar; verificar através da dinamometria, em qual protocolo há um maior ganho de força de
preensão palmar; obter dados e informações sobre qual é o melhor protocolo para ganho de força
de preensão palmar em indivíduos saudáveis.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Eletroestimulação
2.1.1 Princípios Básicos da Eletroestimulação
A eletricidade é uma das formas básicas de energia na ciência da física, podendo produzir
efeitos significativos, sobre os tecidos biológicos (ROBINSON e SNYDER-MACKLER, 2001).
Para entender como o fluxo da corrente afeta o tecido biológico, primeiro é necessário conhecer
alguns dos princípios, que descrevem as características da eletricidade (PRENTICE, 2002).
Para propósitos conceituais, a corrente elétrica (i) é definida como a quantidade de carga
(elétrons), que se move livremente dentro de um condutor, em determinado intervalo de tempo
(AMATUZZI e GREVE, 1999). A unidade de medida padrão utilizada para designar a corrente
elétrica é o ampére (A), que é igual ao movimento de 1 Coulomb (6,25x10-18 elétrons) de carga
passando em um determinado ponto em 1 segundo (KITCHEN e BAZIN, 1998). No caso das
modalidades terapêuticas, as correntes usadas são muito pequenas, e por isso geralmente são
mensuradas em miliampéres (1/1000 de ampére, indicado por mA) ou microampéres
(1/1.000.000 de ampére, indicado por μA) (ROBINSON e SNYDER-MACKLER, 2001).
O fluxo de elétrons acontece apenas em vias relativamente fáceis de serem percorridas.
Materiais que permitam essa livre movimentação de elétrons são chamados de condutores
(KITCHEN e BAZIN, 1998). Utiliza-se o termo condutância, para definir a facilidade com que a
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corrente flui ao longo de um meio condutor (metais e soluções eletrolíticas). Em contrapartida,
materiais que resistem a esse fluxo de elétrons são denominados de isolantes (ROBINSON e
SNYDE-MACKLER, 2001).
A propriedade que todas as substâncias têm de se opor à passagem de corrente elétrica,
denomina-se resistência (R) ou impedância elétrica. Essa propriedade tem como unidade padrão o
Ohm (Ù). Dessa maneira observa-se que um circuito elétrico que possui alta resistência terá o
fluxo de elétrons reduzido. Em contrapartida, em um circuito elétrico de baixa resistência
evidencia-se um maior fluxo de elétrons (AMATUZZI e GREVE, 1999).
A condutividade, dos diversos tipos de tecido do corpo, é variável. Normalmente, o tecido
que contém mais água e, conseqüentemente, maior conteúdo de íons é melhor condutor de
eletricidade. A pele tem camadas diferentes que variam em conteúdo hídrico, mas geralmente
oferece resistência primária ao fluxo da corrente, sendo considerada um isolante. Quanto maior a
impedância da pele, maior será a voltagem da corrente elétrica necessária para estimular o nervo
e o músculo subjacente (PRENTICE, 2002).
2.1.2 Efeitos Eletrofisiológicos
A indicação do tipo de corrente elétrica a ser utilizada na eletroterapia é o fator
fundamental para o sucesso terapêutico. Desta forma, é importante que se entenda o
comportamento do tecido nervoso e muscular frente ao estímulo elétrico (AMATUZZI e
GREVE, 1999).
A disposição estrutural da membrana celular, constituída por cadeias de polipeptídeos
imersas em uma bicamada lipídica, permite um acúmulo de cargas elétricas distintas ao longo de
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sua superfície, funcionando como o dielétrico de um capacitor (AMATUZZI e GREVE, 1999).
Assim, em um estado normal, as fibras nervosas mais calibrosas e as fibras musculares
esqueléticas apresentam uma diferença de potencial entre os meios intra e extracelulares, que
equivale no estado de repouso a aproximadamente -90 milivolts (mV) (GUYTON e HALL,
2002). Isso se deve às diferentes concentrações iônicas de sódio (Na+) e potássio (K+) nos dois
meios, apresentando uma eletronegatividade no meio intracelular (MIC) em relação ao meio
extracelular (MEC) (AMATUZZI e GREVE, 1999).
A maior concentração de K+ é encontrada no MIC e a maior concentração de Na + está no
meio MEC. A negatividade da célula é conseqüente não só a esta diferença de concentrações
iônicas, mas também à permeabilidade da membrana, que é maior aos íons K+. A tendência do K+
é de migrar para o MEC e, inversamente, o Na + para o MIC na tentativa de igualarem as
respectivas concentrações (PRENTICE, 2002). Tal diferença de potencial é mantida à custa da
bomba de Na+/K+, que efetua um transporte ativo contra o gradiente de concentração, eliminando
os íons Na+ e levando os íons K+ para o interior da célula, gerando um potencial de repouso
médio de -90 mV, ou seja, a célula se encontra polarizada (GUYTON e HALL, 2002).
Além da habilidade das membranas do nervo e do músculo em desenvolver e manter o
potencial de repouso, elas possuem a propriedade de serem excitáveis. No entanto, para que
proceda a transmissão de um impulso elétrico nesses tecidos, faz-se necessário que o potencial de
membrana atinja um nível superior ao seu limiar. Fato este, que desencadeia variações muito
rápidas na permeabilidade de membrana, deflagrando o potencial de ação. O potencial de ação é
caracterizado por uma seqüência de três fases: (1) a fase de despolarização; (2) fase de
repolarização e (3) a fase de repouso (LUCENA, 1999).
Um potencial de ação desencadeado por um estímulo elétrico, sempre gera como
resultado a despolarização da membrana. A fase de despolarização é caracterizada pelo aumento
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da concentração de íons carregados negativamente no MIC, conduzindo o potencial de ação, este
tende a se propagar ao longo da fibra nervosa, transmitindo o estímulo elétrico aos tecidos
adjacentes (AMATUZZI e GREVE, 1999).
Assim que o impulso nervoso chega ao seu órgão efetor ou a outra célula nervosa, ele é
transferido entre os dois em uma placa motora terminal, onde serão liberadas substâncias
neurotransmissoras, que irá desencadear uma excitação tecidual. No que se refere à excitação
muscular, esta resulta em uma contração muscular espasmódica, que uma vez iniciada por um
estímulo elétrico, é igual a uma contração resultante de uma atividade voluntária, a qual difere
apenas na taxa e sincronia da contração da fibra muscular (PRENTICE, 2002).
Porém, nem todos os estímulos são eficientes para desencadear um potencial de ação. Para
ser eficiente, o estímulo tem que ter uma intensidade adequada e durar tempo suficiente para
igualar ou exceder o limiar básico de excitação da membrana. O estímulo deve alterar a
membrana de forma que vários íons sejam impulsionados através delas, excedendo a habilidade
das bombas de transporte ativo para manter os potenciais de repouso. Um estímulo de curta
duração precisa ter alta intensidade para que ocorra a despolarização da membrana, enquanto o
estímulo de baixa intensidade necessita de longa duração para ser eficaz (PRENTICE, 2002). O
potencial de ação é interrompido, quando ocasionalmente, este alcança um ponto da membrana,
que não gera uma voltagem suficiente para estimular a área adjacente da membrana (GUYTON e
HALL, 2002).
Caso o limiar básico de excitação da membrana (potencial de repouso) não atinja um
determinado nível, suficiente para provocar uma rápida despolarização, e apenas mantém um
lento fluxo de K+ por um longo período de tempo, o potencial de ação não será deflagrado; se o
estímulo sublimiar persistir, haverá o fenômeno de acomodação da célula, sendo necessário um
estímulo muito maior para que se atinja o potencial novamente (AMATUZZI e GREVE, 1999).
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Após a despolarização, a célula precisa de um tempo para se repolarizar (por meio da
bomba de Na+/ K+) e recuperar seu potencial de repouso, antes que outro potencial de ação seja
deflagrado. Este tempo é conhecido por período refratário absoluto. No entanto, há um período
durante o qual, embora a célula não tenha se repolarizado totalmente, ela é capaz de atingir o
potencial de ação, mediante um estímulo de maior intensidade, denominado período refratário
relativo. Assim, o tempo de recuperação da membrana celular limita a freqüência efetiva de
pulsos na estimulação elétrica (ROBINSON e SNYDERMACKLER, 2001).
Os tecidos excitáveis respondem diferentemente aos estímulos elétricos. As fibras
nervosas necessitam de corrente de baixa intensidade e de curta duração, enquanto as fibras
musculares necessitam de correntes de alta intensidade e longa duração. Assim dependendo da
qualidade do estímulo elétrico, obtêm-se diferentes respostas do tecido estimulado.
Segundo PRENTICE (2002), a eletricidade terá um efeito sobre cada célula e tecido que
atravessa. No entanto, o tipo e a extensão dessa resposta dependem: (1) do tipo de tecido e suas
respostas características; e, (2) natureza da corrente aplicada (direta ou alternada, intensidade,
duração, voltagem e densidade). O tecido deve responder à energia elétrica de maneira
semelhante àquela na qual funciona normalmente ou se desenvolve.
Os efeitos podem ser divididos em efeitos diretos e indiretos. Dentre os efeitos diretos,
encontram-se aqueles que ocorrem ao longo das linhas do fluxo da corrente e sob os eletrodos,
pode ser representado pela contração muscular, resultado da estimulação do nervo ou do próprio
músculo. Os efeitos indiretos acontecem distantes da área do fluxo da corrente, e são geralmente
resultantes de efeitos fisiológicos, desencadeados pela passagem de corrente elétrica ao longo dos
tecidos. Dentre esses efeitos encontram-se a estimulação das células nervosas, mudanças da
permeabilidade da membrana celular, modificação da microcirculação (vasodilatação), aumento
da temperatura e analgesia (LOW e REED, 2001).
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2.1.3 Características da corrente elétrica
De uma forma geral, as correntes geradas pelos aparelhos terapêuticos contemporâneos
podem ser divididas em três tipos: (1) corrente contínua (CC); (2) corrente alternada (CA); e (3)
corrente pulsada (polifásica). A CC é caracterizada por possuir um fluxo unidirecional e contínuo
de elétrons para o pólo positivo (PRENTICE, 2002). Para uma CA, o fluxo de elétrons muda
constantemente de direção (bidirecional), ou seja, inverte sua polaridade. Os elétrons neste tipo
de corrente se movem sempre do pólo negativo para o positivo, invertendo a direção quando a
polaridade é invertida (ROBINSON e SNYDER-MACKLER, 2001).
As correntes pulsadas distinguem-se das demais, por possuir um fluxo unidirecional ou
bidirecional de partículas carregadas, que periodicamente são interrompidas, por um período de
tempo finito. Essas por sua vez, são caracterizadas pela presença de uma unidade elementar,
definida como pulso elétrico. (BRASILEIRO, CASTRO e PARIZOTTO, 2002).
A duração do pulso indica o período de tempo em que a corrente está fluindo,
normalmente são de pequena duração, e seguidos por um pequeno período de tempo em que a
corrente não flui, chamado de intervalo interpulsos. Um pulso excessivamente longo torna-se
desconfortável para a estimulação transcutânea, porém, pulsos muito curtos são ineficazes para
desencadear o processo de contração (PRENTICE, 2002).
Dentre os termos utilizados para descrever uma série de pulsos, encontra-se a freqüência
do pulso, que indica o número de pulsos por segundo, expressa pela unidade hertz (Hz)
(KITCHEN e BAZIN, 1998).
Os pulsos elétricos podem exibir formas diferentes, e como seqüência disso, várias
denominações apareceram na literatura ao longo dos anos, tais como a forma senoidal, quadrada
e triangular dentre outras (ROBINSON e SNYDERMACKLER, 2001) estas caracterizam as
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formas de ondas, que indicam uma representação gráfica da forma, direção, amplitude, duração e
freqüência de pulso da corrente elétrica produzida pelo aparelho eletroterapêutico (PRENTICE,
2002).
DELITTO et al. (1986) compararam as formas de ondas senoidal, triangular e quadrada, e
concluíram que nenhuma das três mostrou-se mais confortável para produzir contrações
musculares. Apesar disto, observaram através da modificação no tipo de onda, uma alteração na
percepção do conforto particular de cada sujeito submetido ao tratamento. Fato esse importante,
pois usando a forma de onda mais confortável para um paciente individualmente, pode-se
aumentar a intensidade da contração produzida.
Em um estudo conduzido por KANTOR, ALON e HO (1994), comparando 4 tipos de
corrente com forma de onda quadrática e senoidal, mostrou que as 4 correntes quadráticas
exibiram descargas muito mais rápidas, resultando em uma duração de fase mais efetiva. Essas
características comprovam que, utilizando correntes que possuem forma de onda quadrada, é
possível atingir o limiar motor de forma mais precisa, e conseqüentemente produzir uma
contração muscular mais eficaz.
Além do formato do pulso, os tipos de corrente apresentam outra forma de classificação:
monofásica ou bifásica. Por definição, monofásica indica que existe apenas uma fase para cada
pulso e, desta forma, o fluxo da corrente é unidirecional, sendo, que a polaridade de um eletrodo
será sempre positiva e a do outro negativa. Quando as duas fases opostas estão contidas em um
único pulso, a forma de onda é definida como um pulso bifásico, que por sua vez, pode ser
simétrico ou assimétrico (PRENTICE, 2002), (Figura 1).
Figura 1 - a) Corrente com forma de onda senoidal, de característica bifásica simétrica; b) Outra
forma de representação gráfica da onda senoidal; c) Representação gráfica de pulsos bifásicos
simétricos, quadrados e triangulares; e, d) Corrente modulada por rajada de pulsos
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Fonte: KITCHEN e BAZIN, 1998.
No Brasil, a maioria dos equipamentos utilizados na EENM produzem pulsos bifásicos,
normalmente simétricos. Os pulsos simétricos com intervalos interfase parecem ter preferência
clínica em relação aos pulsos assimétricos, particularmente se o alvo for à excitação de fibras
motoras. Pois a corrente bifásica simétrica é capaz de produzir contrações musculares uniformes.
Para isso é necessário que haja uma boa manipulação clínica dos parâmetros desta corrente
durante a aplicação, tornando-se assim uma técnica adequada para o tratamento de pacientes
incapacitados de realizar contrações voluntárias (BRASILEIRO e VILLAR, 1997). DELITTO et
al. (1988), compararam a capacidade de geração de torque entre as formas de ondas monofásica e
bifásica, e concluíram que as últimas produzem cerca de 20 a 25% mais torque que as primeiras.
No estudo efetuado por KANTOR, ALON e HO (1994), no qual avaliaram 4 formas de
ondas comumente usadas no processo de excitação do nervo periférico, verificaram que todos os
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tipos de corrente foram efetivas, tanto na excitação de fibras motoras quanto sensitivas. Porém, a
carga de pulso da forma de onda bifásica simétrica demonstrou ser a preferida para a estimulação
de nervos periféricos, visto que, não só houve uma redução da quantidade de energia elétrica
envolvida na estimulação, como também a eliminação de um potencial irritação da pele,
minimizando o desconforto da estimulação. O desconforto dentro da prática clínica torna-se um
item essencial, pois muitas vezes é o fator limitante do uso da EENM, sobretudo quando altas
forças contráteis são solicitadas.
Nos regimes de treinamento de força existe uma relação direta entre a intensidade
(amplitude) da contração produzida eletricamente e o aumento da força muscular. Os sujeitos têm
de estar capacitados para suportar contrações produzidas eletricamente em altas intensidades.
Quanto maior for a intensidade tolerada, maior será o número de unidades motoras (UMs)
recrutadas e maior será a profundidade de penetração da corrente, a partir dos eletrodos de
superfície (BRASILEIRO, CASTRO e PARIZOTTO, 2002). Portanto, quanto maior for a força
de contração em um treinamento elétrico, maiores ganhos de força serão gerados (PRENTICE,
2002).
A estimulação elétrica normalmente provocará respostas sensitivas antes das motoras. Se
a amplitude ou a duração do estímulo for suficientemente aumentada, respostas motoras serão
produzidas e sobrepostas à estimulação sensitiva. Se a intensidade for aumentada ainda mais, a
estimulação provocará uma resposta dolorosa, a qual ocorrerá simultaneamente às respostas
sensitivas e motoras (PRENTICE, 2002).
O nível de intensidade tolerada por um sujeito varia bastante em função de diversos
aspectos. LIEBER e KELLY (1991) sugerem que certos indivíduos são mais aptos que outros
para receber estimulação elétrica efetiva, provavelmente baseando-se em diferenças anatômicas e
fatores relacionados com a impedância tecidual. Tais fatores, como diferença no percentual de
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gordura corporal, podem contribuir para uma falta de correlação entre a intensidade e o torque
muscular. Pois, a gordura atua como um material isolante, impedindo a passagem da corrente
através dos tecidos.
As características das correntes relacionadas com a intensidade, e com o tempo de
duração dos pulsos, são muitas vezes variadas de maneira determinada. Essas mudanças podem
ser seqüenciais, intermitentes ou variáveis em natureza, e são referidas como modulações. As
modulações apresentam-se de forma contínua, interrompida, burts ou em rampa. Seus parâmetros
devem ser estabelecidos de acordo com as várias metas do tratamento (PRENTICE, 2002).
A modulação contínua significa que a amplitude do fluxo da corrente permanece a mesma
por vários segundo ou talvez minutos, é normalmente associada com pulsos de CC de longa
duração. A modulação contínua, também pode ser usada com a CA, com o propósito de se obter
contrações musculares (ROBINSON e SNYDER-MACKLER, 2001).
A modulação interrompida é caracterizada por uma corrente que flui por um certo período
de tempo, nomeado de tempo ligado (tempo on), seguido de um período em que a corrente não
prossegue, denominado tempo desligado (tempo off). Na maioria das unidades, o tempo ligado
pode ser fixado entre 1 a 60 s, ao passo que o tempo desligado pode permanecer entre 1 a 120 s.
Esse tipo de modulação é usada em correntes monofásicas ou bifásicas, apresentando formas de
onda senoidal, retangular ou triangular. A modulação interrompida é usada freqüentemente na
medicina esportiva, com o objetivo de promover a reeducação muscular, o fortalecimento, e a
melhora da amplitude de movimento (POORTMANS e WYNDAELE, 2002).
A modulação burst (trens de pulso) acontece quando a corrente pulsada flui com uma
pequena duração (ms) e é desligada por pouco tempo (ms), em um ciclo repetitivo. As
interrupções entre burst são denominadas de intervalos interburst, os quais são muito pequenos
para ter efeito sobre a contração muscular. Assim o efeito fisiológico de um burst será igual de
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um pulso simples. Eles podem ser usados em correntes monofásicas, bem como nas bifásicas
(KITCHEN e BAZIN, 1998).
Na modulação em rampa, a intensidade da corrente aumentará ou se inclinará para um
nível máximo, podendo também diminuir ou declinar em intensidade (PRENTICE, 2002). Essa
forma de modulação está associada com a parte on do ciclo. Com a rampa, a carga do pulso pode
aumentar gradativamente dentro de um determinado período de tempo, normalmente variando de
1 a 5 s, permitindo então um aumento progressivo da contração muscular (WARD e
SHKURATOVA, 2002).
As modulações de rampa no início e no fim do período de eletroestimulação, oferecem
uma forma mais confortável de contração, em uma variedade de aplicações, especialmente
quando níveis de estimulação mais altos são requeridos. Em aplicações de EENM, a inclusão de
um tempo de rampa de subida leva a um recrutamento gradual das UMs e, como conseqüência,
uma ativação gradativa das fibras musculares, o que resulta em uma elevação suave na geração
de força no músculo (ROBINSON e SNYDER-MACKLER, 2001).
O início gradual de estimulação muscular produz contrações que imitam aquelas
produzidas em atividades funcionais, durante a ativação muscular voluntária, sendo mais
confortável para indivíduo que recebe a estimulação (BRASILEIRO, CASTRO e PARIZOTTO,
2002).
2.2 Musculatura Esquelética
O corpo humano contém mais de quatrocentos músculos esqueléticos, os quais
representam 40 a 50% do peso corporal total. Eles são dotados da capacidade de contrair-se e
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relaxar-se, e em conseqüência transmitem seus movimentos aos ossos, sobre os quais se inserem,
formando o sistema passivo do aparelho locomotor. O músculo esquelético realiza três
importantes funções: (1) geração de força para a locomoção e respiração, (2) geração de força
para a sustentação postural e, (3) produção de calor durante períodos de exposição ao frio
(POWERS e HOWLEY, 2003).
O fortalecimento é resultado de uma série de adaptações que ocorrem no sistema
neuromuscular e energético da musculatura esquelética. Para que se tornem compreensíveis os
efeitos específicos dos estímulos de treinamento de força sobre esses dois sistemas, devem ser
descritos, os fundamentos anatomofisiológicos destes, apresentando as estruturas que compõem o
músculo esquelético, assim como a função de cada uma delas, além de descrição da forma de
funcionamento do conjunto neuromuscular e dos mecanismos de regulação dos comandos
motores do movimento (WEINECK, 2000).
2.2.1 Anatomia e fisiologia da musculatura esquelética
O músculo esquelético é composto por vários tipos de tecidos. Entre eles se encontram, as
fibras musculares, o tecido nervoso, o sangue e os vários tipos de tecido conjuntivo. Dentre os
tecidos conjuntivos encontra-se a fáscia, que tem como função manter os músculos individuais no
lugar e separados entre si. Além da fáscia, existem mais três camadas de tecido conjuntivo no
músculo esquelético (POWERS e HOWLEY, 2003).
A camada mais externa de tecido conjuntivo, que envolve todo músculo e o mantém unido
é denominada de epimísio. Ao seccionar o epimísio, observa-se outro tecido conjuntivo,
denominado de perimísio, tecido este que envolve feixes individuais de fibras musculares,
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denominados de fascículos. Cada fibra muscular de um fascículo é revestida por um tecido
conjuntivo denominado de endomísio (FOX e MATHEWS, 1983), (Figura 2).
Figura 2 - Anatomia do sistema músculo-esquelético
Fonte: POWERS e HOWLEY, 2003.
A fibra muscular individual tem formato de um cilindro fino e alongado, que possui o
comprimento do músculo, o qual pertence, podendo chegar a 18 cm de comprimento e seu
diâmetro varia de 50 a 100 μm (WEINECK, 2000). A forma do músculo esquelético varia de
acordo com sua função, e a força de contração que este apresenta dependerá da quantidade de
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fibras nele inserida. Os músculos com pequenas fibras não são capazes de gerar muita força, ao
contrário dos músculos que possuem grande quantidade (GARDINER, 1995).
A fibra muscular é envolta por uma membrana celular verdadeira (membrana plasmática),
denominada sarcolema (POWERS e HOWLEY, 2003). O sarcolema é um revestimento externo,
constituído por uma fina camada de material polissacarídeo, que contém inúmeras e finas fibrilas
colágenas (GUYTON e HALL, 2002). Em cada extremidade da fibra muscular, essa camada
superficial do sarcolema, se funde com uma fibra tendinosa e por sua vez as fibras tendinosas
juntam-se em feixes para formar os tendões dos músculos, que a seguir se inserem nos ossos. Os
tendões por sua vez, são constituídos por cordões fibrosos de tecido conjuntivo que transmitem a
força gerada pelas fibras musculares aos ossos e conseqüentemente criam o movimento
(WILMORE e COSTILL, 2001).
No interior do sarcolema, verifica-se que uma fibra muscular contém subunidades cada
vez menores. Dentre essas subunidades, as maiores são as miofibrilas, que são estruturas que
possuem um aspecto de bastão e que percorrem a extensão das fibras musculares. Preenchendo os
espaços existentes entre as miofibrilas, encontra-se uma substância gelatinosa, trata-se do
sarcoplasma (WILMORE e COSTILL, 2001).
O sarcoplasma é a parte líquida da fibra muscular, que é composta, principalmente por
uma grande quantidade de potássio, magnésio e fosfato, assim como múltiplas enzimas protéicas
(GUYTON e HALL, 2002), é o local da obtenção de energia anaeróbia (glicólise), da síntese e
degradação do glicogênio e, da síntese dos ácidos graxos (WEINECK, 2000).
No sarcoplasma, também estão presentes grandes quantidades de mitocôndrias,
localizadas paralelamente a miofibrila (GUYTON e HALL, 2002). As mitocôndrias representam
a “usina de força” da fibra muscular, uma vez que é na mitocôndria que ocorre a queima
oxidativa do substrato energético, nelas encontram-se as enzimas do ciclo do ácido cítrico e da
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cadeia respiratória, encontra-se também a fosforilação oxidativa e a obtenção de energia para a
contração (WEINECK, 2000).
O sarcoplasma possui uma extensa rede de túbulos transversos (túbulos T), extensões do
sarcolema, que transpõem-se lateralmente à fibra muscular (FOX e MATHEWS, 1983). Esses
túbulos são interconectados, permitindo que os impulsos nervosos recebidos pelo sarcolema
sejam rapidamente transmitidos as miofibrilas. Os túbulos T, também provêem vias de acesso,
para substâncias transportadas nos líquidos extracelulares, como glicose, oxigênio e íons, para as
partes mais internas da fibra muscular (WILMORE e COSTILL, 2001).
Existe também no sarcoplasma, o retículo endoplasmático, que na fibra muscular, é
denominado de retículo sarcoplasmático. Esse retículo possui uma organização especial, e serve
como local de armazenamento de Ca2+(essencial para a contração muscular) (GUYTON e HALL,
2002). A fração volumétrica do sistema reticular e dos túbulos T é de aproximadamente 5% do
volume total de uma fibra muscular, com o treinamento de exercícios constantes, esse volume
aumenta, cerca de 12% (FOX e MATHEWS, 1983), (Figura3).
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Figura 3 - O retículo sarcoplasmático e os túbulos transversos (túbulos T) de uma fibra muscular
Fonte: WILMORE e COSTILL, 2001.
2.2.1.1 Estrutura da Miofibrila
Uma fibra muscular consiste de centenas a milhares de fibrilas, localizadas no
sarcoplasma, que correm paralelamente, chamadas de miofibrilas. Cada miofibrila, é formada por
cerca de 1500 filamentos de miosina e 3000 filamentos de actina, que são grandes moléculas
protéicas polimerizadas responsáveis pela contração muscular (GUYTON e HALL, 2002).
Segundo WEINECK (2000), os filamentos de actina são formados pela proteína muscular
específica actina, pela proteína reguladora troponina (composta por subunidades I, C, T) e pela
tropomiosina. A actina forma a estrutura de suporte do filamento, sendo composta por moléculas
globulares que se unem para formar os filamentos de actina. Cada molécula de actina possui um
sítio de ligação ativo, que serve como ponto de contato para a cabeça da miosina. A tropomiosina
é uma proteína em formato de tubo que se retorce em torno dos filamentos de actina, cobrindo os
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sítios ativos presentes. Já a troponina é uma proteína mais complexa que se fixa entre os
filamentos de actina e tropomiosina (WILMORE e COSTILL, 2001). A tropomiosina e a
troponina atuam em conjunto de maneira intrincada com os íons de Ca 2+ para manter o
relaxamento ou iniciar a ação de contração (GUYTON e HALL, 2002), (Figura 4).
Figura 4 - Actina e o Complexo Troponina-Tropomiosina; Miosina e as Pontes Cruzadas
Fonte: POWERS e HOWLEY, 2003.
Os espessos filamentos de miosina constituem-se de 300 a 400 moléculas de miosina,
dispostas paralelamente (SCOTT, STEVENS e BINDER-MAcLEOD, 2001). Cada molécula de
miosina é composta por dois filamentos protéicos retorcidos conjuntamente (WILMORE e
COSTILL, 2001). Em cada extremidade desse filamento encontra-se uma proteína, de formato
globular, denominada cabeça da miosina (FOX e MATHEWS, 1983). O filamento possui várias
dessas cabeças, as quais formam protrusões no filamento de miosina para formar as pontes
cruzadas, que se interagem durante a ação muscular com sítios ativos especializados sobre os
filamentos de actina (WEINECK, 2000). Esses filamentos de miosina são mantidos no eixo
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longitudinal, por um conjunto de filamentos finos, denominados titina (WILMORE e COSTILL,
2001).
Os filamentos de actina e miosina dispõem-se ordenadamente na fibra muscular de forma
paralela, provocando a aparência estriada da musculatura esquelética. Esses dois filamentos estão
contidos entre um par de linhas, denominadas de linhas Z (WEINECK, 2000). A estrutura
delimitada por cada par de linhas Z denomina-se sarcômero, sendo este a unidade funcional
básica de uma miofibrila. Uma miofibrila é composta por numerosos sarcômeros, unidos pela
extremidade da linha Z. Cada sarcômero inclui o que é encontrado entre cada par de linha Z, na
seguinte seqüência: (1) banda I clara indica a região do sarcômero onde existem apenas
filamentos de actina; (2) banda A escura contém tanto filamentos espessos de miosina, quanto
filamentos finos de actina; (3) banda H, porção central da banda A, aparecendo somente quando o
sarcômero se encontra relaxado (em repouso); (4) banda A, constituída pelos filamentos de
miosina; e, (5) segunda banda I (POWERS e HOWLEY, 2003), (Figura 5).
Figura 5 - Estriações da miofibrila
Fonte: KISNER e COLBY, 1998.
2.2.1.2 Estrutura da Unidade Motora
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As fibras musculares esqueléticas são inervadas por grandes fibras nervosas mielinizadas,
com origem nos grandes motoneurônios dos cornos anteriores da medula espinhal, a maioria, se
não todos os neurônios que inervam os músculos esqueléticos são da classificação A-α) (SMITH,
WEISS e LEHMKUHL, 1997).
Cada fibra nervosa após penetrar no ventre muscular, normalmente ramifica-se e estimula
de três a centenas de fibras musculares esqueléticas, sendo que, o fator determinante da
quantidade de fibras inervadas, deve-se exclusivamente ao tipo de músculo em questão. Todas as
fibras musculares inervadas por uma só fibra nervosa motora formam uma unidade motora (UM).
Em geral os pequenos músculos, que reagem rapidamente e cujo controle exige uma maior
precisão, têm poucas fibras musculares em cada UM; inversamente, os grandes músculos, que
não necessitam de um controle delicado, podem apresentar várias centenas de fibras musculares
em cada UM (GUYTON e HALL, 2002).
Todas as fibras musculares pertencentes a uma dada UM, contraem-se ou relaxam-se
quase simultaneamente, ou seja, elas são recrutadas de maneira assincrônica, pois são controladas
por alguns neurônios diferentes que podem transmitir impulsos excitatório ou inibitório. Logo o
fato do músculo contrair ou relaxar depende do somatório de muitos impulsos recebidos pela UM
num determinado momento (SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 1997).
A UM é ativada e as suas fibras motoras somente se contraem quando os impulsos
excitatórios
eferentes
ultrapassam
os
impulsos
inibitórios,
e
o
limiar
é
atingido
(MELLEROWICZ e MELLER, 1979). Se a estimulação for inferior a esse limiar, não ocorre a
ação da fibra muscular. No entanto, com qualquer estímulo igual ou superior ao limiar, ocorre à
ação máxima na fibra muscular, esse fenômeno é conhecido como resposta-de-tudo-ou-nada.
Como todas as fibras musculares de uma UM recebem a mesma estimulação neural, todas
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apresentam uma atuação máxima, sempre que o limiar é atingido (WILMORE e COSTILL,
2001).
Embora esta lei fisiológica seja verdadeira para cada fibra muscular e UM, ela não se
aplica ao músculo como um todo. Portanto, é possível que o músculo exerça forças de
intensidades gradativas, indo desde uma contração quase imperceptível até o tipo mais vigoroso
de contração. A existência dessa graduação em intensidades de força é resultado da capacidade
que a UM possui de se sobrepor a mais um estímulo, antes de relaxar completamente do
movimento prévio, caracterizando o efeito de somação. Se os estímulos são repetidos
regularmente com uma freqüência suficientemente alta, a somação continua até ocorrer fusão
completa de cada movimento, resultando em uma contração. Nessas condições, diz-se que a UM
se encontra em tetania, com a tensão sendo mantida num alto nível, enquanto os estímulos
continuam até surgir à fadiga (FOX e MATHEWS, 1983).
2.2.1.3 Tipos de fibra muscular
O músculo esquelético humano é composto por uma coleção heterogênea de fibras
musculares, que variam estrutural, histoquímica e metabolicamente. A maioria dos músculos
esqueléticos contém uma mistura de tipos de fibras, mas sempre há o predomínio de um tipo. A
existência dessa variabilidade ajuda a esclarecer a bioquímica e a fisiologia básica do trabalho
muscular esquelético, além de explicar como as estruturas e as funções musculares se adaptam ao
treinamento e aos estágios patológicos (FRONTERA, DAWSON e SLOVICK, 1999).
Para SCOTT, STEVENS e BINDER-MAcLEOD (2001), essa grande variabilidade entre
as fibras musculares, permite ao músculo esquelético diversas capacidades. Porém, essa
diversificação pode também ser causa de deficiências e incapacidades, verificadas em pacientes
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com descondicionamento físico, resultado por longo período de inatividade e imobilização, ou até
pela presença de musculatura denervada. Em outras palavras, a fisiologia do músculo depende
exclusivamente do sistema neuromotor, porém, a sua morfologia parece ser influenciada pelas
condições mecânicas do seu funcionamento (TRIBASTONE, 2001).
Os tipos de fibras musculares podem ser classificados através de características
histológicas, biológicas, morfológicas e físicas; entretanto, foi através das características
histológicas, que as fibras foram divididas em duas categorias principais: fibras do tipo I e II
(SCOTT, STEVENS e BINDER-MAcLEOD, 2001). As fibras do tipo I, também chamadas de
fibras de contração lenta, fibras tônicas, ou ainda Slow Twich, são mais adequadas para
contrações sustentadas ou repetitivas, que requerem tensão relativamente baixa, como caminhar,
ficar em pé e muitas atividades da vida diária (WEINECK, 2000). Tais funções são bem
sustentadas por um rico suporte sangüíneo (FRONTERA, DAWSON e SLOVICK, 1999). De
acordo com BIENFAIT (1993), as fibras tipo I contêm muitas enzimas oxidativas (grande
quantidade de mitocôndrias) e são envolvidas por mais capilares do que qualquer outro tipo de
fibra, possuindo uma grande quantidade de mioglobina, quando comparada com as fibras do tipo
II. Esses fatores proporcionam a essas fibras, um metabolismo aeróbio e de alta resistência à
fadiga (WILMORE e COSTILL, 2001).
As fibras tipo II, também chamadas de fibras de contração rápida, fibras fásicas ou Fast
Twich, são subdivididas em fibras tipo IIa, IIb e IIc. Essas por sua vez, são mais adequadas às
atividades que requerem desenvolvimento rápido e de alta tensão, atividades estas, que acabam
resultando na hipertrofia muscular, Estas fibras exibem um número diminuído de mitocôndrias,
uma capacidade limitada de metabolismo aeróbio e pouca densidade de capilares, fatores que
contribuem para uma baixa resistência à fadiga, quando comparadas com as fibras do tipo I. No
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entanto, são ricas em enzimas glicolíticas, as quais lhes provêem uma grande capacidade
anaeróbia, a partir da glicólise (WEINECK, 2000).
Para SMITH, WEISS e LEHMKUHL (1997), as diferenças existentes entre as fibras de
contração rápida, não são totalmente esclarecidas, mas acredita-se que as fibras do tipo IIa,
também chamadas de fibras glicolíticas rápidas, sejam mais freqüentemente recrutadas, em
comparação com as demais fibras de contração rápida. Essas por sua vez, são maiores em
diâmetro, e capazes de desenvolver maior força de contração, em um tempo significativamente
mais curto, quando comparada às fibras do tipo I. Exibem também, características bioquímicas e
de fadiga, que se enquadram entre as pertencentes as fibras do tipo IIb e do tipo I. Além de serem
extremamente adaptáveis, podendo elevar sua capacidade oxidativa para níveis iguais aos das
fibras tipo I (WEINECK, 2000).
A tensão específica das fibras tipo IIb é similar à das fibras tipo IIa, mas é maior do que as
fibras tipo I. As fibras tipo IIb, são menos eficientes, quando comparadas com os outros tipo de
fibras existentes. Essa baixa eficiência se deve à alta atividade da ATPase, que acarreta maior
consumo energético por unidade de trabalho realizado (POWERS e HOWLEY, 2003).
As fibras do tipo II apresentam um retículo sarcoplasmático mais desenvolvido do que as
fibras do tipo I, por isso apresentam uma maior facilidade na liberação de cálcio no interior da
fibra muscular quando estimulada. Portanto, essas fibras tornam-se portadoras de uma alta
capacidade para a transmissão eletroquímica dos potenciais de ação, um alto nível de atividade de
miosina ATPase, e um alto ritmo de renovação das pontes cruzadas. Características essas que se
relacionam com sua capacidade de gerar energia rapidamente, para produzir contrações rápidas e
vigorosas (McARDLE; KATCH e KATCH, 1998).
Com o retículo sarcoplasmático mais desenvolvido, as fibras tipo II apresentam uma
maior velocidade de ação, em torno de 5 a 6 vezes mais rápida que as do tipo I (BIENFAIT,
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1993). Em média, os músculos são compostos por aproximadamente 50% de fibras tipo I, 25% de
fibras de tipo IIa e os 25% restantes são representados por fibras de IIb, sendo que, as fibras IIc
representam apenas 1% a 3% dos músculos (WILMORE e COSTILL, 2001).
Essa porcentagem dos tipos de fibras lentas e rápidas contidas no músculo esquelético
pode ser influenciada pela genética, pelos níveis hormonais no sangue e pelos hábitos de
atividade física que o indivíduo apresenta (POWERS e HOWLEY, 2003). De acordo com
WEINECK (2000), as fibras do tipo I e as do tipo II são assim denominadas, pela diferença na
estrutura molecular de suas miosinas ATPase. Diferenciando entre miosina lenta e rápida, ou
seja, pela diferença em sua velocidade de ação (WILMORE e COSTILL, 2001).
As unidades motoras podem também influenciar se a fibra será tipo I ou tipo II. O
motoneurônio de uma UM da fibra I possui um pequeno corpo celular e inerva um conjunto de 10
a 180 fibras musculares. Em contraste, o motoneurônio de UM de fibra tipo II possui um corpo
celular maior e mais axônios, e inerva mais fibras musculares. Conseqüentemente quanto mais
fibras musculares o motoneurônio estimula, maior a tensão de força gerada (WILMORE e
COSTILL, 2001).
2.2.2 Contração Muscular
O processo é iniciado por um impulso motor originário do cérebro ou na medula. Esse
impulso chega às terminações nervosas (terminais axônicos), as quais se localizam muito
próximas do sarcolema, e, secretam uma substância neurotransmissora denominada acetilcolina
(Acth). A Acth se liga a receptores localizados no sarcolema, formado por uma membrana
invaginada, denominada de goteira sináptica (POWERS e HOWLEY, 2003).
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Para GUYTON e HALL (2002), as fibras nervosas se ramificam em sua extremidade para
formar um complexo de terminações nervosas ramificadas, que, por sua vez, invaginam-se para
dentro da fibra muscular, permanecendo fora da membrana plasmática, caracterizando uma
estrutura denominada placa motora (WILMORE e COSTILL, 2001).
A extremidade do motoneurônio não entra em contato físico com a fibra muscular, sendo
separada por um pequeno espaço denominado fenda neuromuscular (fenda sináptica). Quando
um impulso nervoso alcança a junção neuromuscular, cerca de 125 vesículas de Acth são
liberadas dos terminais para o espaço sináptico. A Acth se difunde pela fenda neuromuscular para
ligar-se aos sítios receptores da placa motora muscular, inervada pela respectiva terminação
nervosa (POWERS e HOWLEY, 2003), (Figura 6).
Figura 6 - Motoneurônio liberando acetilcolina na fenda sináptica da placa motora da fibra
muscular
Fonte: WILMORE e COSTILL, 2001.
Se uma quantidade suficiente de Acth ligar-se aos receptores, será transmitida uma carga
elétrica em toda a extensão da fibra muscular, resultando na abertura dos canais iônicos de sódio
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na membrana muscular, permitindo que este entre. Esse processo caracteriza a despolarização da
membrana muscular, que acaba resultando na geração de um potencial de ação (WILMORE e
COSTILL, 2001).
Além da despolarização da membrana da fibra muscular, o impulso elétrico se propaga
através da fibra, por intermédio dos túbulos T, desencadeando a liberação de Ca2+ pelas vesículas
localizadas no retículo sarcoplasmático. O Ca2+ é captado imediatamente pelas moléculas de
troponina, localizadas sobre os filamentos de actina. Isso resulta na ligação da “cabeça” da
miosina com os sítios ativos localizados sobre o filamento de actina (FOX e MATHEWS, 1983).
Em estado de repouso, as moléculas de tropomiosina, repousam sobre os sítios ativos dos
filamentos de actina, impedindo ou enfraquecendo a ligação existente entre o sítio ativo do
filamento de actina com as cabeças da miosina. Quando os íons Ca2+ são liberados do retículo
sarcoplasmático, eles se ligam a subunidade C da troponina sobre os filamentos de actina
(WEINECK, 2000). A troponina com sua forte afinidade pelos íons Ca 2+ inicia o processo de
ação através da retirada das moléculas de tropomiosina de cima dos sítios ativos dos filamentos
de actina permitindo que as cabeças de miosina se fixem a esses sítios (WILMORE e COSTILL,
2001).
Ocorre então, uma ligação forte das diversas cabeças de miosina (ponte cruzada) com os
sítios localizados no filamento de actina, havendo a liberação da energia armazenada na molécula
de miosina (energia esta originada dentro das mitocôndrias localizadas próximas à miofibrila e
degradada pela enzima ATPase localizada na molécula de miosina), produzindo um movimento
angular de cada ponte cruzada resultando no encurtamento do músculo. A ligação de uma nova
ATP às pontes cruzadas da miosina rompem o estado de ligação forte da ponte cruzada da
miosina ligada a actina, acarretando num estado de ligação fraca, proporcionando ao músculo um
período de relaxamento (POWERS e HOWLEY, 2003).
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A enzima ATPase degrada novamente a molécula de ATP ligada à ponte cruzada da
miosina para que haja o reacoplamento a outro sítio ativo da molécula de actina. Esse ciclo de
contração pode ser repetido enquanto houver Ca2+ livre e disponível para se ligar a troponina, e a
possível degradação de ATP para fornecer energia (POWERS e HOWLEY, 2003).
O sinal para a interrupção da contração é a ausência do impulso nervoso na junção
neuromuscular. Quando isso ocorre, uma bomba de Ca2+ localizada no retículo sarcoplasmático
começa a mover os íons Ca2+ de volta para ele. Essa remoção do cálcio da troponina faz com que
a tropomiosina se mova para trás a fim de cobrir os sítios ativos da molécula de actina,
impedindo a interação desses sítios com a cabeça da miosina (WILMORE e COSTILL, 2001).
2.2.2.1 Trabalho muscular
Para GARDINER (1995), o trabalho muscular envolve um aumento da tensão intramuscular. Quando o aumento é acompanhado de uma mudança no comprimento do músculo, dizse que a contração é isotônica. Quando a tensão muscular é aumentada, sem que haja alteração no
comprimento do músculo, denomina-se contração isométrica. Segundo CANAVAN (1995), neste
tipo de contração, não há alteração no comprimento muscular, e é utilizado para trabalhar com
uma articulação estabilizada, pois a força da sua contração é exatamente igual e oposta às forças
que se opõem a ela. Nesse caso, as ligações do músculo permanecem estacionárias, fazendo com
que este trabalhe estaticamente.
O trabalho estático é mais econômico do que qualquer outro tipo de contração isotônica
(concêntrica e excêntrica), mas é fatigante quando mantido por períodos longos. Esse tipo de
contração realizada contra resistência máxima fornece o método mais rápido para se obter
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hipertrofia muscular em um determinado ponto de amplitude, porque a resistência necessita do
maior aumento possível da tensão intra-muscular (BIENFAIT, 1993).
A velocidade de encurtamento presente em uma contração isométrica é zero. Essas
baixas velocidades o número máximo de pontes cruzadas podem ser formadas, pois, quanto mais
rápido os filamentos de actina e miosina deslizam um em relação ao outro, menor o número de
ligações são formadas entre os filamentos em uma unidade de tempo, e como conseqüência
menor quantidade de força será desenvolvida (SMITH, WEISS e LEHMKUHL 1997).
Segundo TRIBASTONE (2001), um músculo que trabalhe habitualmente em contração
isométrica ou estática, com movimentos lentos e de pouca amplitude, com o tempo aumenta o
volume do seu sarcoplasma. Isso ocorre devido à necessidade do músculo solicitar glicogênio e
oxigênio diretamente do seu sarcoplasma, não podendo solicitá-los da corrente circulatória,
porque a contração determina uma ruptura oclusiva vascular, como resultado, há um aumento
bastante significativo da potência muscular. Para CANAVAN (1995), a contração isométrica é o
tipo de contração mais utilizada nas fases iniciais da reabilitação, pois nesta fase não é permitido
a realização de qualquer exercício em grandes amplitudes.
2.2.3 Preensão Palmar
A força de preensão palmar é categorizada em preensão de força e de pinça. A preensão
de força é usada quando se necessita força completa, como aquela utilizada em atividades de
força dos dedos e polegar agindo contra a palma da mão, com o propósito de transmitir força para
um objeto. Cada dedo deve acomodar-se de modo a conter o objeto, desta forma o polegar é
aduzido e posicionado para opor-se à polpa dos dedos. Já na preensão de pinça, o objeto é
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pinçado entre as superfícies flexoras de um ou mais dedos, com o polegar em oposição, sendo
usada quando é necessária exatidão e refinamento de tato.
O movimento de preensão provoca intensa atividade dos músculos flexor superficial e
profundo dos dedos e dos interósseos, bem como nota-se atividade de músculos que realizam
movimentos de contrapressão observado pelo polegar, através do músculo flexor longo do
polegar, de músculos tenares (oponente do polegar, adutor do polegar e flexor curto do polegar),
hipotenar (flexor curto do dedo mínimo) e do 4º lumbrical, agindo como agonistas e contraindose isotonicamente (LONG et al., 1970).
O músculo flexor superficial dos dedos fixa-se na base da falange média e movimenta a
articulação interfalangeana proximal, enquanto o flexor profundo dos dedos após perfurar o
tendão superficial, fixa-se na base da falange distal e movimenta a articulação interfalangeana
distal e também a proximal, sendo estes os músculos que imprimem maior potência no
movimento de preensão. A flexão dos dedos é quase simultânea nas articulações, sendo o
movimento iniciado a partir das articulações interfalangeanas distais, porém a maior quantidade
do movimento é realizado pelas articulações interfalangeanas proximais e metacarpofalangeanas
(LONG et al., 1970).
Como na preensão a flexão destas articulações metacarpofalangeanas e interfalangeanas
são necessárias, enquanto que a flexão do punho é indesejável pelo fato de diminuir a força
exercida pelos flexores dos dedos, torna-se importante a ação sinérgica dos músculos extensores
do punho (extensor radial longo e curto do carpo, extensor ulnar do carpo) que contraem-se
isometricamente. A força de contração dos extensores do punho está diretamente relacionada com
o esforço de preensão (MOREIRA et al. 2001). Portanto, a força máxima de preensão estática, é
obtida quando, o punho está em leve extensão, e quando o punho é flexionado a força de
preensão é acentuadamente diminuída (FRONTERA, DAWSON e SLOVIK, 1999).
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2.2.4 Treinamento de força sobre a musculatura esquelética
Como um elemento de reabilitação física, o treinamento de força tem um impacto
positivo, não só no músculo esquelético, mas também na excitação neuromotora, na integridade,
na viabilidade do tecido conjuntivo e inclusive na sensação de bem-estar de uma pessoa
(FRONTERA, DAWSON e SLOVIK, 1999).
Para propósitos conceituais, defini-se força como a capacidade máxima que um músculo
ou grupo muscular pode gerar (WILMORE e COSTILL, 2001). Já para FRONTERA, DAWSON
e SLOVIK (1999) a definição é a “habilidade do músculo esquelético em desenvolver força, com
o objetivo de fornecer estabilidade e mobilidade dentro do sistema musculoesquelético, de modo
que possa ocorrer em um movimento funcional”.
A força, nas suas formas de manifestação, pode ser dividida em diferentes tipos, de acordo
com a forma de observação: (1) sob o aspecto da parcela de musculatura envolvida, diferencia-se
força geral de local (músculos isolados, ou grupos musculares); (2) sob o aspecto de
especificidade da modalidade esportiva, força geral e especial; e, (3) sob aspecto do tipo de
trabalho do músculo, força dinâmica e estática (WEINECK, 2000).
A força estática é aquela tensão, que um músculo ou um grupo muscular pode exercer
arbitrariamente, em uma determinada posição, contra uma resistência fixa. A força máxima
estática que um músculo é capaz de desenvolver está diretamente relacionada à área de secção
transversa do músculo, que é composta sumariamente das secções transversas das diversas UMs
(SHANKAR, 2002).
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A secção transversa de uma UM, por sua vez, depende do número de miofibrilas
presentes, do seu sarcoplasma e do tecido conjuntivo intersticial e gordura. Em conseqüência, ao
aumento da secção transversa (em função da hipertrofia das fibras), obtida através do
treinamento, a força total do músculo aumenta (MELLEROWICZ e MELLER, 1979).
As vantagens de estar utilizando um treinamento estático consistem em: (1) treinamento
de fácil execução; (2) altas taxas de aumento de força, treinamento econômico em relação ao
tempo, isto é, alta efetividade do treinamento; (3) possibilidade de influenciar de forma local e
objetiva um grupo muscular escolhido, com o necessário ângulo articular; e, (4) pode também ser
melhorada a capacidade para executar força rápida e explosiva. No entanto, esse tipo de
treinamento possui diversas desvantagens como: (1) influência negativa sobre a elasticidade
muscular; (2) soltura e capacidade de distensão, como conseqüência da tensão muscular máxima;
(3) monotonia do treinamento; e, (4) provoca um rápido aumento da secção transversa, mas não
uma capilarização do músculo (WEINECK, 2000).
Os fatores mecânicos do tipo de contração muscular, do comprimento muscular e da
velocidade de contração afetam a habilidade do músculo para gerar força, pois a força criada
pelas fibras musculares durante a ação muscular, depende da quantidade de pontes cruzadas que
se encontram em contato com os filamentos de actina num determinado momento. Quanto mais
pontes cruzadas estiverem em contato com os sítios ativos de actina, mais potente será a ação
muscular (WILMORE e COSTLL, 2001).
O comprimento muscular afeta a capacidade de ligação entre as moléculas de actina e
miosina. Em fibras musculares hiperalongadas, os filamentos de actina e de miosina encontramse afastados, esta diminuição resulta em menos pontes cruzadas ligando-se para produzir a força.
Preconiza-se que exista um comprimento favorável, no qual o maior número de pontes cruzadas
entre as moléculas pode ser formado. A velocidade de contração, também afeta a capacidade de
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ligação, entre as moléculas de actina e miosina. Há uma velocidade ideal, na qual pode ser
verificada a formação de um maior número de pontes entre as moléculas (FRONTERA,
DAWSON e SLOVIK, 1999).
A força surge de uma interação entre o sistema músculo esquelético e os sistemas que
fornecem os suportes neurológicos, metabólicos e hormonais requeridos. O bem-estar
psicológico, o estilo de vida, a nutrição, o nível de atividade física e de condicionamento, bem
como o estado de saúde geral, também influenciam a performance muscular, portanto os
profissionais de reabilitação devem considerar todos esses fatores ao estabelecerem um
programa. Os efeitos da idade, o desuso, a imobilização e o trauma músculo-esquelético exigem
consideração especial, por causa de seu impacto imediato e direto na função muscular
(CANAVAN, 1995).
Para POWERS e HOWLEY (2000), a habilidade para gerar força diminui com a idade,
pois, verifica-se a perda de massa muscular, processo que resulta, do declínio da área de secção
transversa do músculo (sarcopenia). Nota-se também, que o tamanho da fibra muscular do tipo I,
não muda substancialmente com a idade, mas as fibras do tipo II, caminham para uma atrofia
seletiva, produto do declínio do número de neurônios motores, principalmente aqueles que
inervam as fibras musculares do tipo II. Ao decorrer do envelhecimento, torna-se notável o
declínio da taxa de síntese de proteína pelos músculos, e uma redução da concentração de íons de
Ca2+ no retículo sarcoplasmático (WILLIAMS, HIGGINS e LEWEK, 2002).
As adaptações do treino de fortalecimento induzido em idosos são recorrentes do aumento
do tamanho do número de fibras (diminuição da sarcopenia), aumento da massa magra
esquelética, e um aumento da produção de força. Logo, o ganho de força é maior que a
hipertrofia em idosos submetidos a um programa de treinamento de força. Esse achado é
entendido, porque o aumento da produção de força ocorre não somente devido ao aumento da
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hipertrofia, mas como resultado da adaptação neural ao treinamento (WILLIAMS, HIGGINS e
LEWEK, 2002).
Além do envelhecimento, o trauma músculo esquelético, envolvendo o tecido conjuntivo
ou estruturas articulares, pode causar atrofia e performance muscular diminuída, fato este,
resultado do processo inflamatório, da tumefação, da dor e dos eventos que ocorrem durante o
processo de cicatrização, pois, o tecido cicatricial imaturo diminui a força tensil, tornando o
músculo vulnerável a sofrer uma nova lesão (CANAVAN, 1995).
Outro fator de fundamental importância, para o incremento da força muscular, detém-se
na quantidade de UMs que se contraem simultaneamente, e da freqüência de contração de uma
UM. Na contração voluntária, as UMs são recrutadas de maneira assincrônica. Portanto, o
músculo voluntariamente inervado nunca desenvolve sua força latente absoluta, mas somente a
sua força máxima (MELLEROWICZ e MELLER, 1979).
O ganho de força pode ser resultante, do recrutamento de UMs adicionais, que atuam de
forma sincrônica, facilitando a contração e aumentando a capacidade do músculo em gerar força.
Essa melhoria do padrão de recrutamento pode ser resultante de um bloqueio ou de uma redução
de impulsos inibitórios, permitindo que mais UMs sejam ativadas simultaneamente (POWERS e
HOWLEY, 2003).
Para FRONTERA, DAWSON e SLOVIK (1999), a seqüência normal de ativação da UM
invoca primeiro as menores. Entretanto, com esforço fraco, as UMs do tipo I são recrutadas. À
medida que a demanda, para níveis de força mais altos aumenta, as UMs do tipo II tornam-se
ativas. Esse fenômeno é conhecido como princípio do recrutamento, ele tem implicações para o
treinamento de força. Os pacientes cujo programa de exercícios é limitado ao esforço submáximo
podem estar estressando somente as fibras do tipo I, porém quando o limiar desse estímulo
aumenta, são as UMs do tipo II que experimentarão os efeitos do treinamento.
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O resultado mais óbvio do treinamento de força é um aumento na capacidade funcional do
músculo em gerar força, aumento que surge de várias alterações na morfologia e fisiologia,
causado pelo estresse do exercício. Essas alterações são provocadas por uma variedade de efeitos
fisiológicos, desencadeados na musculatura esquelética (CARVALHO, SHIMANO e VOLPON,
2002).
Os efeitos fisiológicos desencadeados na musculatura esquelética, durante períodos de
treinamento de fortalecimento, incluem os fatores neurais, o aumento muscular, a hipertrofia e
hiperplasia. Tornou-se claro, que parte do ganho de força que ocorre com o treinamento,
especialmente no início de um programa, deve-se às adaptações neurais, e não à hipertrofia. As
adaptações neurais relacionadas ao treinamento de força incluem, um recrutamento aumentado
das UMs e sincronização de descarga das UMs (POWERS e HOWLEY, 2003).
À medida que a eficácia dos elementos neurais melhoram, ocorre hipertrofia do músculo
esquelético, quando o exercício é adequado. As mudanças que resultam no aumento do diâmetro
da fibra muscular, incluem remodelação das proteínas musculares (actina e miosina), aumento no
tamanho e no número de miofibrilas por fibra muscular, aumento da densidade capilar, aumento
quantitativo de substâncias (há um aumento na quantidade de glicogênio e mioglobina em
músculos treinados), aumento no número de sarcômeros, e aumento na quantidade e na força dos
tecidos conjuntivos tendinosos e ligamentares (MELLEROWICZ e MELLER, 1979).
Cada um dos tipos de fibras pode ser afetado diferencialmente, dependendo da intensidade
da resistência imposta e do tipo de contração. Há um aumento da área de secção transversa das
fibras do tipo I e do tipo II. Além disso, observa-se uma resposta metabólica dos dois tipos de
fibra, com uma conversão das fibras do tipo IIb para fibras do tipo IIa, indicando um aumento na
capacidade oxidativa, após o treinamento de força (WILLIAMS, HIGGINS e LEWEK, 2002).
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Embora a hipertrofia seja verdadeira tanto para o homem quanto para mulher, o fenômeno
é muito menos pronunciado na mulher. Pois, a hipertrofia é regulada principalmente pelo
hormônio testosterona, cujos níveis são cerca de 10 vezes, mais altos no sangue de homens, do
que nas mulheres. Outros fatores podem ser considerados como: (1) menor quantidade de massa
corporal; e, (2) maior reserva de gordura corporal (POLLOCOK e WILMORE, 1993).
Evidencia-se também, que o exercício pode induzir a hiperplasia, que é um aumento no
número de fibras musculares. O mecanismo para a hiperplasia pode ser resultado de uma ruptura
da fibra muscular, ou ativação das células satélites; esta ativação, pode ser causada por exercício
de forte resistência, uso excessivo, ou pelo alongamento prolongado induzido pelo uso de pesos
(WILMORE e COSTILL, 2001).
Outro fator fisiológico, que se destaca auxiliando no incremento da força muscular é a
inibição autogênica. Os mecanismos inibitórios do sistema neuromuscular, como o Órgão
Tendinoso de Golgi (OTG), podem ser necessários para impedir que os músculos exerçam mais
força do que os ossos e o tecido conjuntivo possam suportar. O efeito do treinamento de
fortalecimento, sobre essas estruturas, baseia-se na neutralização, ou na redução de forma
gradativa desses impulsos inibitórios. Isso permite ao músculo atingir níveis maiores de força
(POWERS e HOWLEY, 2003).
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3 METODOLOGIA
Nesta seção serão detalhados os materiais utilizados, os indivíduos selecionados e os
métodos utilizados no presente estudo.
3.1 Materiais
Para as avaliações de preensão palmar dos membros superiores, foram utilizados como
instrumentos de pesquisa, uma ficha de avaliação (anexo1), um termo de autorização para
pesquisa (anexo2), um goniômetro de acrílico, uma fita métrica, um dinamômetro da marca
North Coast Medical, modelo NC70154, medido em l/cm2, uma cadeira e uma mesa (Figura 7).
Figura 7 - – Dinamômetro utilizado durante as avaliações e reavaliações
Fonte: O autor
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Durante a aplicação dos protocolos, também foram utilizados como instrumentos para a
pesquisa: o aparelho Kinesis da marca KW, apresentando certificado de calibração válido no
período da pesquisa; eletrodos de silicone; papel toalha; fita adesiva; travesseiro; algodão e
álcool; maca e banco regulável; e, gel hidrossolúvel.
3.2 Critérios de inclusão e exclusão
A pesquisa em questão caracteriza-se por ser uma pesquisa experimental teórico-prática,
quantitativa, envolvendo a análise de força de preensão palmar de 17 voluntários que exibiam
características preestabelecidas nos critérios de inclusão e exclusão.
Os critérios de inclusão foram: voluntários de idade variando entre 18 e 25 anos, sendo a
totalidade composta por 17 universitários, independentemente do sexo. Dentre os critérios de
exclusão estavam: indivíduos usuários de substâncias tóxicas, etilistas, possuidores de história
pregressa de lesão muscular, óssea, nervosa ou articular recente no membro a ser analisado.
3.3 Amostra
O processo de seleção do grupo amostral foi realizado de forma aleatória e voluntária
através de convite verbal. Os voluntários foram esclarecidos sobre os procedimentos
experimentais que seriam efetuados. Aqueles indivíduos que se mostraram de acordo com os
procedimentos, assinaram antes do início dos experimentos, um termo de autorização,
demonstrando ter conhecimento na íntegra das etapas do trabalho, aceitando a participação e a
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utilização dos resultados obtidos, bem como imagens. Prévia a realização do trabalho, este foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas em Humanos da Universidade Estadual do Oeste do
Paraná (UNIOESTE).
Os voluntários foram inseridos de forma aleatória nos 3 grupos, por meio de sorteio, para
a realização deste, foram recortados 17 papéis de mesmo tamanho e cor, dobrados da mesma
forma, sendo que cada papel representava um participante. Destes 17 papéis foram separados os
que pertenciam ao sexo masculino (totalizando 7 papéis) e os que pertenciam ao sexo feminino
(totalizando 10 papéis), sendo que eram sorteados separadamente (por sexo) entre os grupos 1, 2
e 3 respectivamente.
O grupo 1 finalizou o sorteio com 6 voluntários, os quais foram submetidos à terapia com
corrente de baixa freqüência (54Hz) em músculos flexores e extensores de punho e dedos, de
ambos membros superiores. O grupo 2 concluiu o sorteio com 6 voluntários, de forma
semelhante ao grupo 1, submeteram-se à terapia com corrente de baixa freqüência, diferenciandose apenas pela adição da contração isométrica voluntária. O grupo 3 definido como grupo
controle, constituído de 5 voluntários, não foi submetido a nenhum protocolo de
eletroestimulação ou isometria.
3.4 Métodos
A pesquisa foi composta por 5 etapas: (1) avaliação inicial; (2) estimulação com 10
contrações, associadas e não à isometria; (3) reavaliação após aplicação do protocolo presente na
etapa 2; (4) estimulação com 20 contrações associadas e não à isometria; e (5) reavaliação final.
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A primeira etapa constituída pela primeira avaliação foi realizada no primeiro dia do
experimento, utilizando como instrumento de pesquisa uma ficha de avaliação. Essa ficha incluía
questionamentos como: nome, profissão, raça, endereço e qual membro era dominante.
Compunha-se de uma breve anamnese, verificando presença de histórias pregressas de lesões nos
últimos 12 meses, ou até mesmo anterior a estes, no membro a ser analisado. Após a coleta
desses dados foi procedida uma inspeção das partes óssea, muscular, articular e cutânea dos
membros superiores, seguida por palpação das mesmas estruturas observadas durante a inspeção.
A perimetria foi também um item apenas da primeira avaliação, indicando observar
diferença extrema dos membros analisados. A perimetria foi realizada com uma fita métrica,
realizada após a divisão do antebraço em 3 partes, tendo como ponto de referência o processo do
olecrano. A partir desse ponto foram demarcados mais 3 pontos localizados a: 5cm, 10cm e
15cm; o indivíduo permanecia na posição sentada, com os membros superiores ao longo tronco
em posição anatômica. Observou-se também a presença de limitações de amplitude de
movimento (ADM) ativamente, e se necessário seria realizada a goniometria, com a utilização de
um goniômetro de acrílico, fato este que não ocorreu. Verificou-se também a sensibilidade
através dos dermátomos, estes dados auxiliaram na aleatoriedade da amostra, mas não eram
usados para avaliações futuras.
Para a mensuração da força muscular de preensão palmar, realizou-se a dinamometria, por
meio de um dinamômetro de preensão palmar, da marca North Coast Medical, modelo NC70154,
com escala em libras por centímetro quadrado (l/cm2). Cada voluntário foi orientado a
permanecer na posição sentada em uma cadeira, de tal maneira que os quadris e joelhos ficassem
com 90º de flexão, mantendo os pés apoiados no chão; os membros superiores foram
posicionados com o ombro na posição de adução, junto ao tronco e flexão em torno de 45º;
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cotovelo a 45º com antebraço e punho em posição neutra (entre pronação e supinação), apoiados
sobre a mesa, sem que houvesse desvios (Figura 8).
Figura 8 - Posicionamento do indivíduo durante as mensurações da dinamometria
Fonte: O autor
Cada voluntário foi submetido a um período de adaptação ao dinamômetro, com 1
repetição mantidas por 6 s. Após esse período o voluntário realizou 3 contrações sustentadas por
6 s, com 30 s de repouso entre cada contração. Dos 3 valores obtidos, de cada membro superior,
realizou-se uma média determinando a força de preensão do voluntário em ambos os membros
superiores. A dinamometria foi realizada em 3 momentos da pesquisa, na primeira avaliação, na
segunda avaliação após a aplicação do protocolo da etapa 2 e na terceira avaliação, completando
24 sessões de tratamento. Esse procedimento foi realizado com o objetivo de verificar se houve
aumento de força dos músculos estimulados.
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A segunda etapa constou da aplicação do protocolo de eletroestimulação com corrente de
baixa freqüência no grupo 1, e a aplicação do protocolo de eletroestimulação associado com a
isometria no grupo2. Nos grupos 1 e 2, antes da realização da estimulação, efetuou-se a limpeza
da pele na região de antebraço, com um algodão embebido em álcool comum.
A EENM foi realizada, através do aparelho Kinesis da marca KW. Esse equipamento
caracteriza-se pelas correntes alternadas, bifásicas simétricas, de intensidade variável de 0 a 60
miliamperes (mA), com 8 canais independentes, produzindo correntes que podem ser moduladas
de 0 a 100 Hz, sendo utilizada em 54 Hz.
Utilizaram-se eletrodos de silicone com gel hidrossolúvel na superfície, fixados na pele do
paciente através de fita adesiva. Eram utilizados 2 canais para cada antebraço, sendo que um era
posicionado na região anterior sobre o ponto motor da musculatura extrínseca flexora de punho e
dedos, tendo como ponto de referência o epicôndilo medial, o outro eletrodo era posicionado
distalmente ao primeiro; o segundo canal era colocado sobre a musculatura extrínseca extensora
de punho e dedos, tendo como ponto de referência o epicôndilo lateral, e o outro colocado em
uma região adjacente, totalizando a utilização de 4 canais (2 para cada antebraço) (Figura 9).
A postura adotada durante a realização da EENM foi à mesma utilizada durante a
dinamometria. O membro superior permaneceu apoiado sobre a mesa, com o ombro em adução,
junto ao corpo e uma flexão de aproximadamente 45º, cotovelos mantidos em 45º de flexão, com
antebraço e punho em posição neutra e relaxada.
Os procedimentos foram efetuados na Clínica de Fisioterapia da UNIOESTE, em um box
contendo um divã (1.90 x 0.65 x 0.80 cm) e, um banco de altura regulável. Para que o tratamento
fosse realizado com a mesma postura determinada durante a avaliação, foi necessário o uso de
um travesseiro de courvin (6 x 18,5 cm) sob os antebraços.
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A aplicação dos protocolos de eletroestimulação ocorreu 3 vezes por semana, durante um
período de 8 semanas, totalizando 24 terapias. Sendo que durante os 12 primeiros procedimentos,
foram realizadas 10 contrações, caracterizando a segunda etapa; nos outros 12 procedimentos
foram 20 contrações, caracterizando a quarta etapa.
Durante a aplicação, a intensidade da corrente foi mantida, após ser atingido o limiar de
excitabilidade motor, na intensidade referida pelo paciente como intensa, mas, suportável. Os
parâmetros utilizados durante a aplicação dos protocolos de eletroestimulação com corrente de
baixa freqüência foram: corrente portadora de 54 Hz, ciclo de subida de 0,5 s; tempo de
manutenção de 6 s; tempo de descida de 0,5 s e tempo de repouso de 13 s.
O aparelho produziu uma contração sincrônica entre a musculatura extensora e flexora de
punho e dedos, surgindo isometria não voluntária para os 2 grupos estimulados, além de ter sido
solicitado para os voluntários do grupo 2 realizarem junto com a contração provocada pela
corrente a contração isométrica da musculatura extrínseca flexora e extensora de punho e dedos
voluntária.
Figura 9 - Posicionamento dos eletrodos durante a aplicação da técnica de eletroestimulação de
baixa freqüência, 1º em flexores de punho e dedos, 2º em extensores de punho e dedos.
Fonte: O autor
Após o décimo segundo procedimento foi realizada a segunda avaliação de maneira
semelhante à primeira (terceira etapa), e a terceira avaliação após o vigésimo quarto (quinta
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etapa), monitorando o ganho de força através do dinamômetro de preensão palmar, como relatado
anteriormente. Com o grupo controle as avaliações foram realizadas de forma semelhante aos
grupos estimulados, verificando alterações na sua força de preensão palmar, para posteriormente
comparar com os resultados obtidos com os demais grupos que realizaram o tratamento.
A análise dos resultados foi feita através de uma avaliação quantitativa, comparando os
resultados dos indivíduos dos 3 grupos. Os dados foram analisados através da estatística
discritiva e do teste t de student pareado e não pareado, do programa Excell 2000 Microsoft
Office, com nível de significância de 5%, a fim de verificar as relações intra e entre os grupos.
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4 RESULTADOS
Nesta parte do estudo serão apresentados os resultados obtidos através da dinamometria.
Esses, por sua vez foram colhidos em três etapas: (1) primeira avaliação; (2) segunda avaliação,
realizada após 12 sessões de tratamento e (3) terceira avaliação ou reavaliação final realizada
após as 24 sessões de tratamento. Em cada avaliação, foi efetuado três mensurações, mantendo
sempre 30 s de intervalo entre elas, com o objetivo de ser evitado a fadiga muscular. Essas
mensurações foram realizadas em ambas as mãos utilizando o mesmo procedimento. Em cada
mensuração foi obtido um valor que discrimina a força que o indivíduo possui. Contudo, para se
obter um resultado mais significativo, foi realizada a média das três mensurações.
4.1 Resultados do Grupo 1
A dinamometria foi realizada em ambas as mãos do indivíduo, a fim de se obter a média
de força de preensão palmar dos voluntários. No grupo 1 obteve-se uma média de 14,40 ± 2,00
l/cm² durante a primeira avaliação, passando para 15,15 ± 2,30 l/cm² na segunda avaliação, e
terminando com 16,68 ± 3,47 l/cm² na terceira avaliação (Gráfico 1).
Analisando a dinamometria no grupo 1, verificou-se que houve um aumento das médias
com o decorrer das avaliações. Porém, nota-se também, que o desvio padrão também aumentou.
Portanto esse acréscimo das médias pode evidenciar um aumento da força de preensão palmar
entre as avaliações, mas não se pode deduzir que esse aumento seja realmente significante, pelo
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aumento do desvio padrão. Para verificar tal fato fez-se necessário o uso da análise desses
resultados através do teste t de student pareado, com nível de significância de 5%.
De acordo com os valores obtidos com o teste t pareado, ao analisar a primeira avaliação
com a segunda avaliação, obteve-se como resultado p = 0,1663 (p>0,05). Como o nível de
significância estabelecido foi de 5%, foi provado que não existiram diferenças entre a primeira
avaliação e a segunda avaliação, apesar de um aumento de 5,21% nos valores obtidos.
Ao analisar os resultados obtidos durante a segunda avaliação com os resultados da
terceira avaliação, foi possível observar um p = 0,0064 (p<0,05), evidenciado que houve um
aumento significativo da força de preensão palmar, constatando-se um aumento de 10,10% sobre
os resultados colhidos. E quando se comparam os resultados da primeira avaliação com a da
terceira avaliação, têm-se um p = 0,0222 (p<0,05), dado este que representa um aumento
significativo da força de preensão palmar de 15,83% nos indivíduos que foram submetidos
somente ao protocolo de eletroestimulação.
Gráfico 1 - Comparação das médias obtidas em l/cm2 durante as avaliações pelo Grupo 1
Fonte: O autor
4.2 Resultados do Grupo 2
Assim como a dinamometria realizada no Grupo 1, esta também foi aplicada ao Grupo 2,
com mesma metodologia estatística aplicada ao grupo que foi submetido apenas à
eletroestimulação. Esse grupo obteve uma média de 12,97 ± 2,42 l/cm² durante a primeira
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avaliação, passando para 14,09 ± 2,90 l/cm² na segunda avaliação, e terminando o estudo com
uma média de 14,78 ± 3,16 l/cm² na terceira avaliação (Gráfico 2).
Durante a análise dos resultados obtidos na primeira avaliação com os resultados da
segunda avaliação, obteve-se um p = 0,0547 (p>0,05), não evidenciando um aumento
significativo de força de preensão palmar, apesar do aparente ganho de força de 8,63% de acordo
com os resultados.
Entretanto, quando se comparam os resultados obtidos durante a segunda avaliação com
os da terceira avaliação, observa-se um p = 0,0406 (p<0,05), mostrando que houve aumento de
significativo de força durante esse período, observando-se um aumento de 4,90% nesses
resultados.
Enfim, quando se comparam os resultados da primeira avaliação com os resultados da
terceira avaliação, o valor de p foi de 0,0154 (p<0,05), sendo possível perceber um aumento
significativo de força de preensão palmar de 13,95% nos indivíduos que foram submetidos ao
protocolo de eletroestimulação associado a uma contração isométrica voluntária.
Gráfico 2 - Comparação das médias obtidas em l/cm2 durante as avaliações pelo Grupo 2
Fonte: O autor
4.3 Resultados do Grupo 3
Aplicando-se a mesma metodologia estatística, que foi utilizada nos Grupo 1 e Grupo 2,
os resultados obtidos do Grupo 3 demonstram uma média de 17,97 ± 5,23 l/cm² durante a
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primeira avaliação, 18,48 ± 5,20 l/cm² na segunda avaliação, e 18,41 ± 4,89 l/cm² na terceira
avaliação (Gráfico 3).
De acordo com a análise dos valores obtidos na primeira avaliação quando comparado
com os resultados da segunda avaliação, obteve-se um p = 0,3809 (p>0,05), mostrando que não
houve um aumento significativo de força de preensão palmar, apesar do ganho aparente de 2,84%
de acordo com os valores colhidos.
Quando é realizada a análise dos resultados colhidos na segunda avaliação com os
resultados da terceira avaliação, obtêm-se um p = 0,0201 (p<0,05), evidenciando-se que houve
aumento significativo de força de preensão palmar no grupo controle, aparentando um ganho de
1,79% de força nesses indivíduos.
Entretanto, quando faz-se a comparação dos resultados colhidos da primeira avaliação
com a terceira avaliação, observa-se um p = 0,1763 (p>0,05), constatando-se que não houve um
aumento significativo na força muscular de preensão palmar nos indivíduos que compuseram o
grupo controle, apesar de um aumento aparente de 4,67%.
Gráfico 3 - Comparação das médias obtidas em l/cm2 durante as avaliações pelo Grupo 3
Fonte: O autor
Ao realizar a análise conjunta dos 3 grupos, não foi possível verificar diferenças
significativas entre os grupos 1 e 2, sendo os valores de p>0,05 (Gráfico 4).
Gráfico 4 - Comparação entre os 3 grupos em relação a dinamometria medida em l/cm 2 durante
as avaliações
Fonte: O autor
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5 DISCUSSÃO
Nesta parte do estudo, serão discutidos os resultados que foram apresentados no item
acima, os quais mostraram um aumento significativo da força muscular de preensão palmar nos
indivíduos que foram submetidos tanto ao protocolo de eletroestimulação somente, quanto aos
que foram submetidos ao protocolo de eletroestimulação associado a uma contração isométrica
voluntária dessa mesma musculatura; evidenciando um acréscimo de força muscular de 15,83% e
13,95%, respectivamente.
O uso da EENM em músculos normais com o objetivo de aumento de força muscular,
ainda é uma questão que não está inteiramente resolvida. A essência do problema parece ser o
fato de que a estimulação elétrica aumenta a força muscular, embora não na mesma extensão que
ocorreria com o exercício voluntário equivalente (LOW e REED, 2001).
No entanto os achados de pesquisas referentes a efeitos da eletricidade terapêutica sobre a
força muscular são confusos e controversos, em parte devido as diferenças entre as metodologias
de pesquisa, assim como na escolha dos indivíduos (CANAVAN, 1995).
O fortalecimento muscular induzido pelo uso da estimulação elétrica do músculo tem sido
usado com bons resultados em atletas com fraqueza ou denervação de um grupo muscular
(PRENTICE, 2002).
De acordo com ENOKA (1988), essa condição reabilitadora é explicada pelo fato de que a
estimulação elétrica produz contrações musculares, respeitando sempre as condições do músculo.
Levando-se em consideração os argumentos acima descritos, a estimulação elétrica deveria ser o
método de tratamento mais utilizado. Porém, isso não ocorre devido ao temor por parte dos
fisioterapeutas, quanto aos reais efeitos do estímulo elétrico. Esse receio advém da falta de
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aparelhos adequados e, principalmente, devido à quase total ausência de procuras bibliográficas
sobre o assunto.
Autores como NUNES, GUIRRO e DAVINI (2000) analisaram o efeito da EENM na
atividade eletromiográfica e na força dos músculos extensores da perna, submetidos a um
protocolo que constou de 2 tipos de correntes com pulso quadrático bifásico. Sendo uma de
média freqüência (2500 Hz modula em 50 Hz), e a outra corrente de baixa freqüência (50 Hz). Os
resultados obtidos através deste estudo demonstram ter ocorrido um aumento significativo da
força (p < 0,05) nos grupos eletroestimulados, tanto em baixa como em média freqüência, sem,
no entanto apresentarem alterações na atividade elétrica.
No estudo de SNYDER-MACKLER et al. (1994) são ilustrados os benefícios da
utilização da EENM sobre a força do quadríceps após uma reconstrução do ligamento cruzado
anterior, no início do processo da reabilitação. Os pacientes foram divididos em 4 grupos de
forma aleatória, sendo o grupo 1 efetuado apenas a EENM de alta intensidade clínica, o grupo 2
submetido apenas a EENM com estimulador portátil, o grupo 3 onde foi associada as duas
técnicas e, o grupo 4 identificado como grupo controle, os quais não foram submetidos a
nenhuma medida terapêutica. Os autores evidenciaram que o grupo 1, apresentou cerca de 70%
de aumento da força do quadríceps.
Esse modelo experimental contempla umas das teorias de DELLITO e SNYDERMACKLER (1990) que sustentam e explicam o aumento da força muscular através da EENM.
Esses autores discutem que o aumento da força muscular pela EENM envolve o mesmo
mecanismo do exercício voluntário, ou seja, o aumento da força depende do aumento da carga
funcional. Já para SELKOWITZ (1989) e SNYDER-MACKLER et al (1994), o aumento na
força isométrica, em um grupo muscular treinado somente com EENM, apresenta correlação
positiva com a intensidade da contração do treino.
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No presente estudo, foi possível observar, de acordo com os resultados obtidos, um
aumento significativo da força muscular de preensão palmar, em ambos os grupos que foram
submetidos à EENM quando comparados ao grupo controle. Não evidenciando, entretanto, uma
diferença significativa de ganho de força muscular entre o grupo que foi submetido apenas ao
protocolo de eletroestimulação, em relação ao grupo que sofreu eletroestimulação associado a
uma contração isométrica voluntária.
Segundo CANAVAN (1995), o fato de se estar associando uma contração isométrica à
eletroestimulação, torna a corrente mais confortável aprimorando a tolerância do paciente a
corrente. Com isso torna-se possível encorajar o paciente a utilizar a mais alta intensidade
tolerável (PRENTICE, 2002). A intensidade de corrente suportada pelo indivíduo, a freqüência e
a duração individual dos pulsos, além da posição dos eletrodos; são os três parâmetros
determinantes para a obtenção de um maior output de força e efetividade da técnica e,
conseqüentemente dos resultados (VILLAR et al., 1997).
De acordo com BRASILEIRO e VILLAR (1997), quanto maior a intensidade suportada
pelo indivíduo, dentro do limite da dor, maior será o incremento de força muscular. Assim como
NUNES, GUIRRO e DAVINI (2000) também concluem que o aumento de força está relacionado
com a intensidade suportada, em conseqüência do aumento do recrutamento das unidades
motoras.
Alguns estudos que correlacionam a EENM com a contração isométrica voluntária
máxima demonstram que a contração obtida pelo uso da eletroestimulação isolada, aplicada na
musculatura de quadríceps, não consegue exceder a produzida pela contração isométrica
voluntária máxima do mesmo. De acordo com KRAMER et al.,(1984), em indivíduos que foram
submetidos a EENM obtiveram-se uma contração muscular em torno de 53% quando comparado
a contração máxima realizada, e os indivíduos que realizaram uma contração isométrica do
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mesmo grupo muscular obtiveram-se um contração aproximadamente de 93% quando comparado
também a contração muscular máxima. Para WASMSLEY e VOSSY (1984), esses valores são de
46% e 87% respectivamente. Contudo, LAUGHMAN et al., (1983), que discorda, e demonstra
em seu estudo, que o uso da eletroestimulação neuromuscular sozinha é mais efetiva no
fortalecimento muscular do que o exercício isométrico voluntário.
Dessa forma pode-se observar nos estudos realizados por NUNES, GUIRRO e DAVINI
(2000); SNYDER-MACKLER et al (1994); DELLITO e SNYDER-MACKLER (1990);
SELKOWITZ (1989) e também no presente estudo, evidências de um aumento significativo de
força muscular com o uso da EENM. No entanto, não encontrou-se na literatura estudos que
comprovem que a técnica de EENM associada a isometria voluntária seja capaz de gerar um
aumento de força relativamente maior quando comparado com uso apenas da eletroestimulação,
de acordo com CANAVAN (1995) e PRENTICE (2002). Tal fato também não foi evidenciado
com os resultados obtidos, no presente estudo.
Com base na análise dos resultados do presente estudo, observa-se uma tendência, embora
não significativa, de um maior ganho de força muscular de preensão palmar do Grupo2 no
primeiro mês de aplicação do protocolo de tratamento; e um maior e já significativo aumento de
força no Grupo 1 no segundo mês de aplicação do protocolo. Sendo que no primeiro mês os
indivíduos foram submetidos a 10 contrações no período da EENM, e no segundo mês foram
submetidos a 20 contrações.
A pequena alternância observada no grupo controle pode ser facultada ao aprendizado do
uso da técnica de avaliação.
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6 CONCLUSÃO
Conclui-se com este estudo que os grupos submetidos à eletroestimulação de baixa
frequência, associada ou não à isometria, desenvolveram um aumento estatisticamente
significativo de força muscular de preensão palmar, quando comparados ao grupo controle.
Entretanto, não houve uma diferença significativa entre os grupos que foram submetidos ao
protocolo de eletroestimulação, em relação ao ganho de força.
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isométrica do quadríceps. Revista Fisioterapia Universidade São Paulo, v. 7, n.1/2, p.10-5,
2000.
WEINECK, J. Biologia do Esporte. São Paulo: Manole, 2000.
WILLIAMS, N. G.; HIGGINS, J. M.; LEWEK, D. M. Aging skeletal muscle: physiologic
changes and the effects of training. Physical Therapy, v. 82, n. 1, p. 62-68, 2002.
WILMORE, H. J.; COSTILL, L. D. Fisiologia do Esporte e do Exercício. 2. ed. São Paulo:
Manole, 2001.
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
ANEXO I – FICHA DE AVALIAÇÃO
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
AVALIAÇÃO
Nome:
Idade: Data de nascimento:
Sexo:
Endereço:
Telefone:
Raça:
Membro dominante:
Anamnese:
Sofreu algum tipo de lesões nos últimos doze meses? Que tipo? Existem seqüelas?
E anterior há esse tempo?
Inspeção:
Palpação:
Perimetria:
ADM: restrito - ( ) sim ( ) não
Goniometria –
Força muscular:
Direita Esquerda Sensibilidade:
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
ANEXO II – AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA
Por meio deste instrumento, dou pleno consentimento aos discentes do curso de
Fisioterapia da Unioeste, vinculados ao projeto de pesquisa “Comparação dos efeitos de 4
protocolos de estimulação elétrica neuromuscular sobre a força muscular dos flexores e
extensores do punho e dedos em indivíduos normais”, de realizarem as atividades relacionadas ao
tratamento para o ganho de força em minha pessoa.
Concordo também que todas fotografias, resultados de exames físicos e quaisquer outras
informações recorrentes à pesquisa, constituem propriedade exclusiva desta pesquisa, à qual dou
plenos direitos de uso para fins de ensino, pesquisa e/ou divulgação em jornais ou revistas do país
ou estrangeiras, respeitando o código de ética.
Cascavel, ____ de _________________ de ______.
_________________________________
assinatura do paciente.
Documento apresentado_____________________, nº_____________________________.
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