MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) Subprojeto-Biologia PRODUÇÃO DE CAIXA ENTOMOLÓGICA COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM DO CONTEÚDO DE ARTRÓPODES Sheila Alves Pinheiro; Anderson Pereira, Bruna Lorena Valentim da Hora; Evanoel Fernandes Nunes; Thiago Laurentino Araújo; Ivaneide Alves Soares da Costa. OBJETIVO Este trabalho tem o objetivo de estimular a aprendizagem significativa a cerca dos organismos pertencentes à classe Insecta bem como provocar o reconhecimento da importância biológica, médica e econômica destes animais. ABORDAGEM METODOLÓGICA Este trabalho trata de uma ação curricular desenvolvida pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID/UFRN atuando na Escola E. Estadual Lourdes Guilherme, localizada na cidade de Natal-RN, com os alunos do 2° ano do Ensino Médio. Esta ação foi organizada por meio de uma sequencia didática a qual reuniu o conteúdo de artrópodes especificamente a classe dos insetos. Na primeira etapa foi aplicado aos alunos um pré-teste de sondagem dos conhecimentos prévios que objetiva identificar a carga informacional que os alunos constroem em suas relações cotidianas sobre o assunto em questão. Na segunda etapa foi realizada uma abordagem conceitual da classe insecta através de uma aula expositiva dialógica utilizando Aprendizagem Baseada em Problemas - ABP. Os conceitos gerais tratados nesta aula foram: morfologia, ecologia e importância médica e social desses organismos. Neste momento foi utilizada, como organizador prévio, uma situação problema. Esta se baseia em uma propaganda enganosa, que trata escorpião, sapo e aranha como insetos. Para esta atividade os alunos identificaram o erro e se posicionaram de forma a defender a propaganda como verdadeira ou falsa e argumentar sobre sua ideia. Com isso foi-se introduzindo a fundamentação teórica fazendo relações do conteúdo com as questões do pré-teste para que o aluno perceba sua concepção errônea e a corrija. Nesta terceira etapa foi trabalhado com os alunos uma investigação aos Insetos, através da estratégia de ensino CTS – Ciência, Tecnologia e Sociedade, fazendo uso de textos de divulgação científica. Nesta aula os alunos discutiram (em grupo) e socializaram para a turma as temáticas abordadas nos textos (curiosidade, importância biológico-médica entre outros). O objetivo desta atividade é estimular os alunos a conhecer melhor algumas espécies de insetos e tentar molda-lo para uma nova visão, fazendo com que estes percam o medo desses bichos e passe a vê-los de modo mais natural e cientifico. Ao final desta aula os alunos foram orientados quanto à coleta de insetos que vai compor a caixa entomológica. Esta etapa visou estimular os alunos quanto à coleta dos insetos, uma vez que estes estavam apresentando resistência em tocar nestes organismos alegando nojo e medo. Os alunos também foram orientados a conservar adequadamente estes animais até o dia de prepara-los para colocar na caixa. No quarto momento os discentes visitam a coleção Entomológica da UFRN e conheceram um pouco mais sobre o que é uma coleção (organização, técnica de captura e informações básicas que deve conter na mesma), como é organizada e importância da diversidade de insetos para a sociedade e pesquisas cientificas. Neste mesmo encontro, os discentes também fizeram uma visita à “trilha do Sagui” situada na mesma instituição com o intuito de conhecer técnicas de captura de insetos e melhor se familiarizar com estes organismos de modo prático. Nesta quinta etapa houve a coleta de insetos para Caixa Entomológica, ao qual, ocorreu em um terreno ao lado da escola, que serviu para coletarem insetos para enriquecer a caixa entomológica. Na sexta etapa os alunos participaram da consolidação dos conceitos trabalhados por meio de uma dinâmica com uso de placas contendo informação referente a alguns insetos, no qual, os alunos deveriam descobri de qual bicho o texto falava e confeccionar suas estruturas através de desenhos (asa, perna, pata e antena). Na sétima etapa os alunos participavam de um QUIZ de perguntas e respostas similar ao jogo “show do milhão” na qual objetivava revisar o conteúdo. Após esta consolidação do conteúdo foi aplicado um pósteste que tem o objetivo de identificar se os alunos obtiveram uma aprendizagem significativa do assunto tratado. RESULTADOS ALCANÇADOS Conferindo os conhecimentos prévios dos alunos foi possível identificar que 80% dos alunos, reconheciam barata, mosca, borboleta, formiga, gafanhoto e abelha como sendo inseto e 20% além de reconhecer os animais citados anteriormente como insetos também considerava escorpião, rato, emboar, lagartixa e aranha como sendo pertencentes a esta classe. A análise do questionário também revelou que 90% dos alunos não sabiam quais os benefícios e malefícios que os insetos podem gerar e 70% reconheciam as principais estruturas de um inseto (pata, antena, asa e corpo). Entretanto, foi possível identificar que os alunos não sabiam identificar que o “corpo” do inseto é dividido em cabeça, tórax e abdome. De acordo com PERONTI (1998) confundir os insetos com outros artrópodes e até de outros grupos animais é comum. Devido a isso, surge a necessidade de instruir os alunos a cerca da importância das estruturas que compõe esses animais pra que eles não permaneçam no erro. Esses dados alcançados nortearam as aulas subsequentes, tanto na abordagem teórica quanto a prática para a confecção da coleção entomológica. No estudo da ABP foi observado que apenas um grupo – dentre três - errou a questão, não apresentando argumentos convincentes que afirmasse que a propaganda era verdadeira. Já no estudo com textos foi notório que os alunos estavam dispersos e sem aptidão para concentrar-se. Estes discutiam em grupo, porém não conseguiam explicar para os demais da sala o que se tratava o texto, demonstrando que apresentam um déficit de leitura e interpretação de texto associado a não habilidade de oralidade em publico. No que se refere à visita a coleção entomológica, os alunos demonstraram bastante entusiasmados e participativos, interagindo e também motivados a fazer um vestibular para poder estudar na UFRN fazendo curso que posa trabalhar com insetos e posteriormente outros como medicina e nutrição (relato dos alunos). Vale ressaltar também que os alunos estavam bastante repulsivos aos insetos, entretanto durante a visita eles foram perdendo o medo e em poucos instantes, estavam pegando em barata, besouro e outros insetos. Na consolidação dos conceitos os alunos se apresentam bastante atentos e participativos, o que reflete no resultado dos alunos no momento da aplicação do QUIS. Apenas um grupo errou duas perguntas de sete que foram feitas. Acredito que o grupo errou, pois foram desatentos em identificar o que a pergunta pedia. IMPACTO DO TRABALHO/REFLEXÃO DA AÇÃO Apesar dos desafios enfrentados durante a execução desta proposta, a experiência foi bastante enriquecedora, principalmente levando em consideração as dificuldades. Embora um número reduzido de alunos tenha participado ativamente, aqueles que se dedicaram demostraram interessem em aprender, empenho na execução das atividades e contentamento a cada etapa realizada. O acontecimento mais marcante durante a excussão desse projeto foi ver os alunos abdicar de atividades festivas realizada na escola para concluir aulas do projeto, demonstrando que este foi reconhecido com devido valor. REFERÊNCIAS COSTA-NETO, E. M.; PACHECO, J. M. A construção do domínio etnozoológico “inseto” pelos moradores do povoado de Pedra Branca, Santa Terezinha, Estado da Bahia. Acta Scientiarum. Biological Sciences, Maringá, v. 26, n. 1, p. 81-90, 2004. PERONTI, A. L. B. G.; NARDY, R. M. C.; AYRES, O. M.; RONQUIM, J. C.; RONQUIM, C. C. Percepção ambiental da população de São Carlos (SP) sobre os insetos. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ETNOBIOLOGIA E ETNOECOLOGIA, 2, 1998, São Carlos. Anais... São Carlos: UFSCar, 1998. p. 98. ANEXO Figura 1: Aula conceitual Figura 2: Visita a coleção e Trilha do sagui Figura 3: Coleta de insetos