4.1.2 O Quadro Natural - Portal da Prefeitura da Cidade do Rio de

Propaganda
4.1.2 O Quadro Natural
4.1.2.1 Solos
Os solos predominantes nos terrenos mais elevados dos maciços estão associados as
ocorrências dominantes do Latossolo Vermelho Amarelo associado ao Cambissolo. O Latossolo
Vermelho Amarelo apresenta-se com boa permeabilidade, bastante profundo e sua textura varia
de argilosa a muito argilosa sendo, também, muito resistente à erosão. O Cambissolo é menos
profundo, está relacionado às ocorrências de afloramentos da rocha-mãe, possui um horizonte B
rico em minerais primários e boa drenagem mas é mais susceptível à erosão, (ver Mapa de solos
– JAC-20-0003, em anexo).
No maciço da Tijuca, nas áreas que margeiam os terrenos elevados dos maciços, o predomínio é
do Podzólico Vermelho Amarelo; já nas áreas equivalentes do maciço da Pedra Branca a
predominância é Podzólicos Vermelho Amarelo Eutrófico. Com texturas e estruturas bastante
variadas, esses solos pouco profundos possuem um horizonte B arenoso, sendo muito
susceptíveis à erosão.
Na Baixada de Jacarepaguá, especialmente nas zonas de relevo mais rebaixado que ocorre entre
os dois maciços, existem associações do Latossolo Vermelho Amarelo com o Podzólico
Vermelho. Estes solos são muito profundos e intemperizados, não apresentando muitos vestígios
de minerais primários. Mais próximo da linha de costa ocorrem o Podzol e os Solos ArenoQuartzosos profundos ocorrem nos cordões litorâneos. São muito porosos e extremamente
permeáveis. Esses solos, no reverso do cordão mais recente e na frente e reverso do cordão
mais antigo, encontram-se em posições topográficas mais baixas. No entanto, como estão muito
próximos do nível das lagunas possuem algum teor de umidade, assim como um horizonte
superficial mais espesso.
Na região da Vargem Grande, mais precisamente nos campos inundáveis de Sernambetiba,
ocorrem Solos Orgânicos Distróficos, mal drenados. Aqui ocorre a maior e mais espessa área de
turfa da baixada.
Na área de domínio das margens das Lagoas de Jacarepaguá, Camorim e Tijuca ocorrem solos
de Mangue e Salinos Thiomórficos. Mais em direção aos maciços e relacionados aos baixos
cursos fluviais, aparecem os solos Gley Diastróficos e Aluviais Eutróficos e Distróficos.
Entre os maciços, onde ocorrem relevos planos ou levemente ondulados, está presente o
Planossolo, muito lixiviado e sem uma boa drenagem, estando relacionado à presença de
depósitos sedimentares antigos.
Assim como o clima exerce sua influencia na pedogênese local, seus efeitos podem ser sentidos
no desenvolvimento das formações vegetais. As condições normais médias de temperatura e
pluviosidade determinam a distribuição das grandes formações de vegetação. Em micro-escala,
clima, relevo, solo e vegetação interrelacionam-se criando fisionomias próprias para cada
paisagem natural.
4.1.2.2 As Chuvas e as Vazões dos Rios
As chuvas são as principais responsáveis pelo crescimento das vazões dos rios que descem dos
maciços como, também, pelo desencadeamento da ação de processos que levam ao
deslocamento de carga em direção aos canais fluviais. Ocorrência, freqüência, tempo de duração
54
e intensidade da chuva, assim como sua distribuição em área, são elementos fundamentais para
criar e condicionar os processos de escoamento e infiltração.
No momento em que as chuvas ocorrem, encontram um ambiente previamente definido, um certo
estado antecedente, para o qual também as condições climáticas contribuíram, em diversas
escalas de intensidade e tempo. Um material intemperizado, passível de ser trabalhado por um
processo erosivo é, antes de mais nada, um produto da alteração das rochas para qual o clima
contribuiu de modo expressivo, ao longo do tempo, principalmente através da combinação de
elevadas temperaturas e precipitações, no caso das áreas tropicais.
A freqüência e a intensidade de chuvas, nessa região, estão muito relacionadas à atuação das
frentes frias vindas do sul e à presença do relevo, pela sua altitude e posicionamento. Entre as
características e comportamentos da precipitação pluvial no Sudeste Brasileiro destacam-se os
trabalhos de Nimer (1971). A Região Sudeste é, conjuntamente com a Região Norte, uma das
regiões brasileiras de mais elevada pluviometria anual. Entretanto diferem-se pela distribuição
espacial e pela irregularidade no tempo. “... na Região Sudeste, a altura das precipitações,
quando comparadas de um ano para outro, isto é, o desvio pluviométrico, é tão notável que torna
os índices, baseados em normais climatológicas, uma mera caricatura da realidade..., verões são
caracterizados não apenas por um elevado número de ocorrências diárias, mais ainda por
intensos aguaceiros de notável concentração horária... e ...precipitações elevadas não são
anomalias nem mesmo um acontecimento extraordinário.”
A existência dessas características e comportamentos não são, entretanto, exclusivas dessa
região brasileira. Elas enquadram-se nas condições gerais inerentes ao clima Tropical. Nesse
sentido, Ayoade (1986) destaca o fato de que a variabilidade da precipitação pluvial é mais
importante nos trópicos do que na região temperada, assim como sua intensidade é maior. No
caso das tempestades, procura demonstrar que elas "tendem a produzir um padrão desigual de
precipitação pluvial para qualquer determinado dia, ou, até mesmo, para um período tão longo
quanto um mês”. Aborda também a questão da existência de variações sazonais e espaciais nas
chuvas dos trópicos, chamando atenção para o padrão randômico da ocorrência de tempestades,
dificultando a análise da distribuição espacial das médias de precipitação. Quanto às
características das tempestades, demonstra que são fenômenos altamente localizados, levando
em conta que seus diâmetros de ocorrência, geralmente, são inferiores a 25 Km com duração
média menor a sessenta minutos.
O comportamento da precipitação reflete-se na atuação dos processos geomorfológicos. Nesse
sentido, Monteiro recomenda que "o conhecimento regional das circulações e do ritmo de
sucessão característico do verão deverá preceder às análises dos episódios catastróficos nele
ocorridos", referindo-se aos eventos de movimentos de massa que aconteceram em
Caraguatatuba (SP), Serra das Araras e Município do Rio de Janeiro (RJ). Indicava, também, que
para serem geográficas, as análises dos episódios deveriam ser correlacionadas a outros
fenômenos, uma vez que a importância e freqüência dos eventos seriam fundamentais para a
caracterização dos sistemas morfológicos vigentes.
Contrastando com esses momentos de grande precipitação, ocorrem períodos mais quentes e
mais secos. No trabalho de Ferraz (1939) este aspecto é estudado. São citados como anos
secos, no período que vai de 1880 a 1938, os anos de 1924-1925. A partir de 1924, vários
períodos secos antecederam épocas muito chuvosas, especialmente na década de 60.
A definição mais detalhada de anos chuvosos ou secos, muitas vezes esbarra na forma de
apresentação das informações disponíveis dos totais pluviométricos. O serviço nacional de
meteorologia expressa suas estatísticas dentro de um ano civil, contabilizando os registros do
período mais chuvoso, que vai de outubro a março, em dois anos distintos. Para as grandes
55
chuvas, entretanto, pelos transtornos que causam, as informações são precisas em suas datas,
fazendo com que sejam, bem identificados, os verões mais chuvosos. Nos grandes centros, como
o Rio de Janeiro, onde há muito existem observações meteorológicas, é possível reconstituir
esses períodos e também obter informações sobre o registro de grandes tempestades.
Tais temporais são mencionados em todas as crônicas da cidade. Causaram desmoronamentos
tal qual hoje em dia. “Ulisses Alcântara que nos dá notícia de dois grandes nas encostas do Morro
do Castelo. O primeiro, em abril de 1759, foi tão forte e tanto encheu a cidade que uma canoa
com sete pessoas pode navegar desde o Valongo até a Sé”, atual Igreja do Rosário. Ocorreram
ainda, segundo Amarante (1960), grandes temporais em fevereiro de 1811, outubro de 1864 e
março de 1919, assim como chuvas com mais de 100 mm, em 24 horas, conforme demonstra o
Quadro 4.1:
Quadro 4.1 - Eventos de grandes temporais
DATA
16/05/06
13/02/13
18/04/14
30/03/22
04/03/24
14/04/54
20/12/54
PRECIPITAÇÃO
(mm)
126,7
102,4
112,3
105,8
171,8
102,2
124,3
Fonte: Marques, 1990.
Nimer (1971) apresenta uma relação para as estações meteorológicas do Sudeste, no período de
1910 a 1933, com os valores de ocorrência de precipitação de totais elevados, em cada uma
delas. Os maiores valores obtidos em todas não coincidem, necessariamente, com uma mesma
ocasião de chuva em toda a região. No Rio de Janeiro, no estudo desenvolvido pela SURSAN
(1965), é possível observar que até mesmo a freqüência de temporais, ao longo do ano, não é a
mesma em todos os pontos do município, embora a grande maioria esteja concentrada entre os
meses de dezembro a março. Alguma dúvida poderia existir, observando-se que esses resultados
foram alcançados tomando períodos diferentes em cada estação, porém, Argento (1974) ao
analisar e classificar as estações do Rio de Janeiro, com dados mensais do período de 1963 a
1972, quanto aos valores de precipitação e de temperatura, verificou quantitativamente a
formação de grupos distintos entre elas, evidenciando portanto diferenças significativas. Os
resultados deste trabalho apontam que o número de dias com chuva é grande, variando de 90
dias na Baixada de Jacarepaguá a 150 dias nas áreas mais elevadas dos maciços da Tijuca e
Pedra Branca. Um aumento de 67 % para um raio inferior a dez quilômetros, que representa a
distância média em linha reta entre as estações de Jacarepaguá e a do Alto da Boa Vista.
Para o período de 1966 a 1975, Mattos (1976) apresenta, para a estação do Alto da Boa Vista, os
seguintes valores de precipitação média, conforme o quadro 4.2, a seguir:
56
Quadro 4.2 - Precipitação (1966/75) - Alto da Boa Vista
MÊS
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Total Anual
PRECIPITAÇÃO
(mm)
261
231
257
250
141
108
152
141
164
206
269
243
2423
Fonte: Mattos (1976)
Com um total de 2.431 mm para 153 dias de chuva, é possível estimar em 15,8 mm o valor de
uma precipitação média para 24 horas. Comparando os valores apresentados anteriormente, o de
chuvas intensas no Rio de Janeiro, com o valor de uma chuva média, pode-se afirmar que as
grandes chuvas descarregam em um único dia o volume correspondente ao de uma semana de
precipitações médias.
No Alto da Boa Vista, os meses mais chuvosos vão de outubro a abril, com médias superiores a
200 mm. Na baixada os meses mais chuvosos concentram-se de novembro a março, com uma
média de 168,7 mm e os meses menos chuvosos os totais médios são inferiores a 100 mm. O
mês menos chuvoso, junho, tem 43,2 mm. No Maciço da Tijuca, o período mais seco possuem
médias superiores a 100 mm, mesmo o menos chuvoso, junho, recebe 108 mm.
Quando analisa-se um período muito curto nota-se que para as duas estações os desvios, em
relação às médias, serão muito elevados. Os anos de 1985 e 1986 apresentaram muitas
variações em relação às médias do período de 1931 a 1975. Em 1985, o mês de dezembro foi
muito chuvoso com um total superior à média e, para 1986, dezembro praticamente teve o dobro
da precipitação média, 303,70 mm. O período de julho a abril (1985/1986) foi seco, inclusive o
mês de janeiro, com um valor muito baixo, menor inclusive que o valor mínimo médio do mês de
junho, o menos chuvoso. Para o ano de 1987, várias diferenças, em relação à média, podem ser
apontadas: um dos meses menos chuvosos foi o de novembro, com um valor inferior ao valor
mínimo das médias mensais, que corresponde ao mês de junho; o mês mais chuvoso foi abril
que, em média, é o de menor precipitação entre os meses da estação chuvosa; o mês de março
apresentou um valor três vezes inferior à média desse mês; o total pluviométrico foi mais elevado
do que o total anual médio, colaborando para isto os valores das precipitações de abril e junho,
que historicamente correspondem com totais mais modestos.
No quadro 4.3 são apresentados os valores diários para a precipitação, na Baixada de
Jacarepaguá e para a Estação do Alto da Boa Vista, relativos ao período de 1985 a 1986, época
que coincide com o período de amostragem e medição das vazões e sedimentos transportados
pelos principais rios da bacia hidrográfica de Jacarepaguá por Marques (1988).
Neste quadro observa-se que as precipitações têm valores mais elevados nos maciços. São
diferenças bastante acentuadas nos totais de chuva, principalmente nos dias de precipitações
57
mais intensas, como exemplificam alguns casos selecionados, em média, para as chuvas abaixo
listadas, encontramos valores de três a quatro vezes maiores para a estação do Alto da Boa
Vista.
Quadro 4.3 – Precipitação – 1988
PRECIPITAÇÃO (mm)
DATA
JACAREPAGUÁ
(a)
ALTO DA BOA
VISTA (b)
11/07/85
04/11/85
05/11/85
04/12/85
05/12/85
08/03/86
16/04/86
07/07/86
22/07/86
12/11/86
20/12/86
3,2
15,7
30,7
52,5
20,0
30,4
67,3
33,0
18,2
18,4
12,3
28,4
42,4
74
68,9
41,8
90,9
132,8
96,0
102,6
72,1
51,4
RELAÇÃO
(b)/(a)
8,9
2,7
2,4
1,3
2,1
3,0
2,0
2,9
5,6
3,9
4,2
Fonte: Marques (1990)
Embora com pequena freqüência, também ocorrem, totais pluviométricos maiores na baixada do
que no maciço. Em, dezembro de 1986, no dia 30, choveu 61,0 mm na baixada e 42,8 mm no
maciço. Outro ponto a destacar, são as seqüências de dias chuvosos, onde, aparece, pelo
menos, um dia com um valor excepcionalmente elevado em relação aos outros.
Segundo cartograma elaborado pelo IplanRio, presente no anuário estatístico de 1996, o Maciço
da Pedra Branca possui totais pluviométricos inferiores ao do Maciço da Tijuca. Como
demonstrado, os totais elevados, a alta freqüência de dias de chuva e a alta intensidade delas,
são características das áreas elevadas. Chove mais nas áreas elevadas dos maciços e menos
nas áreas planas da baixada, isto é evidente quando observa-se a relação entre os totais
proposta por Marques (1990), no quadro 4.3.
4.1.2.3 A Ação do Escoamento de Águas Pluviais
A presença de sedimentos, como carga, nos canais fluviais decorre da erosão promovida pelo
próprio fluxo da água e da contribuição trazida pelos processos que atuam nas vertentes dos
vales. Abordando essa questão, Christofoletti (1981) afirma que o transporte de sedimentos
depende de fatores hidrológicos controladores das características que são impostas ao regime
fluvial.
Os fatores hidrológicos mais importantes são a quantidade e a distribuição das precipitações. A
estrutura geológica, as condições topográficas e a cobertura vegetal influenciam na formação do
material intemperizado que pode ser transportado pelos rios. Atualmente, nos estudos
hidrológicos, acrescenta-se a participação da ação antrópica, por exercer uma elevada
interferência sobre os fatores hidrológicos, especialmente nas bacias hidrográficas fortemente
urbanizadas, como a de Jacarepaguá. Os processos antrópicos acabam por contribuir com mais
água e sedimentos para os rios, uma vez que o destino final dos efluentes são os corpos d’água.
58
O efeito de fortes chuvas e suas conseqüências são acontecimentos que já estão agregados a
historia do Município do Rio de Janeiro. As inundações acabam por chamar muito mais a atenção
do que o volume de detritos que são carreados por essas águas.
A expansão contínua da cidade do Rio de Janeiro, se faz principalmente sobre as baixadas
litorâneas, muitas vezes sob a forma de aterros artificiais. Esse fenômeno alonga o percurso dos
rios ao mesmo tempo em que são diminuídos ainda mais a os gradientes dos baixos cursos,
naturalmente excessivamente fracos. A estrutura geomorfológica do município, composta por
maciços costeiros e baixadas litorâneas, proporciona a ruptura muito brusca no perfil longitudinal
dos rios que, ao alcançarem a base dos maciços, espraiam-se e ganham volume para compensar
a perda de velocidade. Quando ocorrem chuvas mais fortes é enorme o trabalho da sedimentação
nas ruas situadas na base de encostas. As vezes, vêm-se reconstituir em pouco mais de uma
hora as antigas lagunas e os antigos cursos d'água hoje desaparecidos da paisagem urbana.
(Ruellan, 1953).
4.1.2.4 Escoamento de Águas e Erosão
As águas pluviais ao chegarem ao solo percorrem dois caminhos em direção aos canais fluviais.
O primeiro, mais lento, inicia-se pela infiltração das águas e o segundo, mais rápido, pelo
escoamento superficial. A partir da infiltração, constitui-se um armazenamento de águas que
exerce o papel de abastecedor contínuo do canal fluvial. Com o escoamento superficial, a
resposta é mais imediata e o valor das vazões dos canais são acrescidos em função da área
drenada, da declividade da bacia e da intensidade da chuva e da duração do processo. A
urbanização faz com que as águas que seriam infiltradas para o solo sejam escoadas
superficialmente.
A definição por um dos caminhos de mobilização das águas passa, antes de tudo, pelo modo de
como a precipitação pluvial ocorre. Nos Maciços da Pedra Branca e Tijuca as precipitações são
freqüentes, ao longo do ano, porém, apresentam muitas variações quanto ao volume, a
intensidade e as suas distribuições espaciais e temporais. As condições de umidade do solo, por
sua vez, ao interagirem com as precipitações, promovem novos resultados, determinando uma
intensidade maior ou menor para o processo de infiltração. Assim, quanto mais úmido estiver o
solo, maior será a parcela disponível para o escoamento superficial.
A capacidade de infiltração da água em um solo é controlada, principalmente, pela sua textura,
pelo grau de cobertura da vegetação e pelo grau de saturação existente. Acrescenta-se que, as
taxas de infiltração variam inversamente ao aumento da intensidade da chuva e da declividade
do terreno, (Leopold, 1964).
Nos dois maciços os solos mais expressivos, em área, ocupam posições altimétricas diferentes e
refletem, por suas propriedades maior ou menor predisposição em absorver água. Nas áreas
mais elevadas, encontram-se afloramentos rochosos, praticamente impermeáveis, geram grandes
taxas de escoamento superficial. Os latossolos, geralmente profundos, com boa capacidade de
infiltração e com boa resistência à erosão, desenvolvem-se sobre compartimentos menos
movimentados. Nas áreas de colinas, junto ao pé dos maciços ocorrem os podzólicos, com
horizonte A arenoso, mais susceptíveis à erosão e ao escoamento superficial. Ainda nos maciços,
além das características do solo e dos declives, é necessário mencionar a existência de depósitos
de colúvios nas encostas, que trazem variações nas condições de permeabilidade dos terrenos.
Na baixada, os terrenos de origem marinha, mais altos e com grande permeabilidade, contrastam
com os terrenos mais baixos, constantemente saturados de água, que circundam as lagoas mais
interiores e compõem a área dos Campos de Sernambetiba.
59
Muitas são as características favoráveis ao aumento dos níveis de escoamento na área, tais
como desmatamento, urbanização, queimadas, dentre outros. A presença da vegetação nos altos
cursos dos rios é um elemento restritivo à aceleração desse processo. Vários são os trabalhos
realizados que demonstram os efeitos do desmatamento sobre o escoamento superficial.
Exemplificando esses efeitos, com dados relativos às bacias localizadas nos Montes Apalaches,
nos Estados Unidos, que vêm sendo monitoradas desde a década de 30, a vazão de um rio
principal registrou uma vazão equivalente a uma precipitação 20% maior que a observada, após
um desmatamento ocorrido em 1940 (Drew, 1986).
A floresta, pelo seu papel controlador da infiltração e do escoamento, funciona como reguladora
dos excedentes hídricos, no momento em que armazena águas, via infiltração, e eleva as taxas
de evapotranspiração. A sua ausência expõe o solo à erosão, favorecendo a ocorrência de
desmoronamentos (Suguio & Bigarella, 1978).
Em função da ocorrência de chuvas, de seu volume e intensidade, três cenários podem ser
formulados:
a) Chuvas fracas, de baixa intensidade e volume, são absorvidas via infiltração. Ampliam-se as
reservas para o abastecimento contínuo dos canais fluviais. Os fluxos nos canais, muito pouco
acrescidos pela chuva direta sobre eles, e não recebendo maiores contribuições do lençol
freático, praticamente não promovem oscilação nas vazões. Não existem também
contribuições externas de sedimentos. O nível de energia nos canais tende a manter-se baixo,
crescendo em trechos em que atuam os gradientes mais elevados. O transporte de
sedimentos restringe-se apenas ao material do leito.
b) A chegada da estação das chuvas, faz aumentar o volume e a intensidade média das chuvas,
criando condições favoráveis para o aparecimento do escoamento superficial. Dependendo da
resistência dos materiais disponíveis para à erosão, chegam aos canais fluviais mais água e
sedimentos, elevando suas vazões. O nível de energia no canal aumenta em função do novo
volume, ganhando mais poder erosivo e de transporte.
c) Com maior volume e intensidade das chuvas, observam-se enxurradas, em que o escoamento
se processa em forma de lençol até que, concentrada, chega aos canais fluviais, (Ruellan,
1953). O lapso de reação entre o inicio do escoamento superficial e a chegada de novas
contribuições de água e energia ao canal fluvial, tempo de concentração, tende a diminuir
muito, trazendo respostas mais rápidas para o incremento da energia no canal, promovendo
mais transporte de sedimentos e maior poder erosivo. Situações desse tipo fazem os rios
assumirem picos de vazão com características torrenciais. Terminada essa chuva, o fluxo no
canal retorna ao seu nível condicionado pelas contribuições do lençol freático. Um novo canal
é construído nas fases de cheias torrenciais, a erosão do fundo e das margens do canal são
reativadas e os sedimentos passíveis de serem transportados são deslocados rio abaixo,
(Strahler, 1982). Normalmente, podem ser identificados sinais bem visíveis da ocorrência
desses eventos torrenciais. Cargas excessivas de sedimentos são deixadas nos pontos de
ruptura de declive e cicatrizes nas margens são indicativos da erosão fluvial (Pires Neto,
1988).
As situações apresentadas, de uma chuva fraca a uma chuva forte, na verdade correspondem a
pontos de referência no encadeamento dos processos. Essa normalidade só existiria se as
características da chuva fossem assumidas como homogêneas em toda a área, se os
componentes do ambiente não estivessem evoluindo e, consequentemente, estabelecendo novos
60
limites para a atuação dos processos; se não houvessem influências de um ambiente sobre outro,
se não existisse a interferência humana e finalmente se a escala de observação fosse uma só.
Existem variações espaciais na distribuição de chuvas sobre os maciços, em termos de
freqüência, volume e intensidade. Isto ocorre não só em um determinado instante mas, também,
ao longo do tempo, quer seja em relação a uma chuva, a uma seqüência de chuvas, a uma
estação do ano ou a um largo espaço de tempo.
O surgimento de ravinamentos e movimentos de massa, o ressecamento da vegetação durante
um período mais seco e quente e o aprofundamento erosivo do canal fluvial, modificando os
declives, são exemplos de fatos que alteram as condições preexistentes.
Há encadeamentos entre processos, tornando o estado de equilíbrio de um ambiente dependente
do que está ocorrendo em outro. A ampliação ou redução do processo erosivo, em uma área,
pode gerar alterações no comportamento do processo deposicional em outra. As lagoas de
Jacarepaguá, Camorim e Tijuca encontram-se em situação de dependência quanto ao volume de
águas e sedimentos que recebem dos maciços, via canais fluviais.
Os resultados da ação antrópica tendem a ser expressos pelo aumento significativo do
escoamento superficial. Os altos valores da densidade de drenagem em áreas urbanas, pela
instalação de galerias pluviais e impermeabilização do solo, tornam mais rápido o escoamento
das águas. A cidade de Harlow, na Inglaterra, construída em uma bacia de 21 Km2, sobre
terrenos bastante impermeáveis, passou a produzir grandes variações no escoamento: o córrego
Canon’s Brook, para uma chuva de 5 mm em uma hora aumentou em 460% sua vazão, teve o
tempo de alcance do pico de vazão e da duração da cheia reduzidos para a metade (Drew, 1986).
Aumentando o escoamento superficial, a infiltração é diminuída criando menor disponibilidade de
água para abastecer os rios, fora do momento de chuva. Os canais efêmeros tendem a crescer,
em extensão, para jusante. Na drenagem permanente, a redução do fluxo permite a expansão da
vegetação no leito do canal, fato observado em muitos pontos da bacia hidrográfica de
Jacarepaguá. O crescimento da vegetação é estimulado também pelo lançamento de entulho e
águas servidas, que acabam por dificultar o escoamento das águas ao mesmo tempo em que são
lançados nutrientes (Nitrogênio e Fósforo) favorecendo a proliferação de micro organismos, algas,
insetos, anfíbios e roedores. Com o processo de expansão urbana na área, pode-se deduzir que
chuvas de mesma intensidade serão responsáveis por vazões cada vez maiores, ao longo do
tempo. Essa diferença representa uma inversão na lógica do processo. Ao mesmo tempo, os
canais tendem a ficar cada vez mais estreitos, colmatados e assoreados.
Ao estudar os processos erosivos, no maciço da Tijuca, destacam-se as chuvas entre 0,1 e 10,0
mm como a classe mais freqüente (24%) e as chuvas entre 10,1 e 70,0 mm como as
responsáveis pelo maior volume precipitado (61%). Entretanto as grandes chuvas, superiores a
100,0 mm, possuem uma freqüência menor que 1% (Coelho Netto, 1979).
Como foi colocado anteriormente, mesmo que as freqüências de chuvas, de determinado nível,
não estejam aumentando, seus efeitos assumem valores maiores pela interferência humana.
Assim é possível que, nos dias atuais, chuvas de menor intensidade produzam efeitos
semelhante aos provocados por temporais no passado, intensificando o trânsito de águas e
sedimentos para a baixada. A importância das possibilidades de repetições de eventos raros vem
merecendo a atenção de inúmeros pesquisadores, (Hirschbueck, 1987).
Os fluxos de água e sedimentos são levados do maciço para a Baixada de Jacarepaguá, não
existem condições necessárias e suficientes de transferência dos pacotes sedimentares para o
61
mar. Em praticamente todos os níveis de fluxo o destino final dos sedimentos são as lagunas
costeiras, especialmente a da Tijuca, que encontra-se num estágio avançado de assoreamento.
4.1.2.5 Movimentos de Massa
Entre os processos responsáveis pelo fornecimento de carga para os canais fluviais estão os
movimentos de massa. Ocorrem como conseqüência da ação da força de gravidade sobre os
materiais existentes em encostas. Podem acontecer de diversos modos, com velocidades que
variam de muito lentas a muito rápidas, atingindo, periodicamente, grandes proporções em área e
em volume de massa deslocada.
Nos relevos elevados da borda atlântica brasileira, vários eventos dessa natureza têm ocorrido e
sido descritos, tomando-se conhecimento do modo como se manifestaram, da grandeza que
atingiram e de suas conseqüências, entre eles destacam-se os eventos ocorridos no Vale do
Paraíba, em dezembro de 1948, (Sternberg, 1949); na cidade de Santos, em março de 1956,
(Pichler, 1957); na cidade do Rio de Janeiro, em janeiro de 1966 e fevereiro de 1967, (Meis &
Silva, 1968); na Serra das Araras, em janeiro de 1967, (Domingues, 1971); na Serra de
Caraguatatuba, em março de 1967 (Cruz, 1974); na cidade de Angra dos Reis, fevereiro de 1985,
(Marques, 1988), nas cidades do Rio de Janeiro e Petrópolis em fevereiro de 1988, (Barros, 1988)
e mais recentemente os deslizamentos de Jacarepaguá, ocorridos em 1996.
Todos esses eventos estão associados a períodos de grande volume e intensidade de chuvas,
indicando ser a água um importante componente para ocorrência desse tipo de movimento. Dos
fatores comumente apontados como capazes de predispor o ambiente para esse processo, estão
presentes: a topografia com declives elevados; encostas com mantos espessos de material
decomposto; blocos soltos em superfície ou embutidos em material fino; pouca coesão do
material existente nas encostas; presença de fraturas, diques e contatos litológicos; ocorrência de
planos de deslizamento no contato dos afloramentos com o regolito; sobrecargas nas encostas
por acúmulo de água, edificações, construção de estradas e arruamentos; modificações na
circulação de águas em superfície e subsuperfície; solapamento da base das encostas por erosão
natural e cortes na base de tálus e colúvios.
Nos movimentos de massa ocorridos no Rio de Janeiro, em 1966 e 1967, muitos desses fatores,
com maior ou menor importância, estiveram presentes. Os movimentos eclodiram, principalmente,
no Maciço da Tijuca durante um período de muitas chuvas, sendo algumas de excepcional
intensidade. O evento ocorrido nas Furnas da Tijuca foi um dos maiores já ocorridos. Sua cicatriz
teve cerca de 600 metros de eixo longitudinal por cerca de 40 metros de eixo transversal. Foram
mobilizados materiais grosseiros, incluindo matacões de grande porte, embebidos numa matriz
fina, composta por materiais de fração argilosa. O material desceu a encosta em duas corridas
sucessivas num um intervalo de 15 horas. O material foi lançado no canal do Rio Cachoeira,
represando-o temporariamente. O destino final dos materiais mais finos foi a Lagoa da Tijuca
(Meis & Silva, 1968).
62
Em Furnas da Tijuca, Caraguatatuba e Serra das Araras, o material deslocado das encostas foi
conduzido ao canal fluvial, produzindo represamentos temporários do fluxo de água. Após o
rompimento da barragem ocorre uma onda de choque capaz de provocar um enorme desastre,
geralmente acompanhado por perdas materiais e humanas (Marques, 1988).
Trata-se, portanto, de contribuição de grande volume de carga para os rios. São ocorrências que
podem ser únicas ou múltiplas dentro de uma bacia e que têm baixa freqüência. O nível de
energia, nesses eventos é alto e eles podem acontecer, simultaneamente, com ações de
escoamento torrencial. Ambos, pela energia que possuem, são capazes de mobilizar materiais de
maior talhe do que aqueles normalmente levados pelo escoamento superficial, via de regra
constituídos de areia fina, silte e argila.
Os movimentos de massa desempenharam importante papel no desenvolvimento das vertentes
do Brasil Sudeste e Meridional. Encontram-se especialmente ligados às condições climáticas
úmidas, ao intemperismo químico profundo e a inclinação e altura das vertentes. Eles ocorrem
freqüentemente nas áreas montanhosas e acidentadas, sendo característicos dos terrenos
antropicamente degradados. Os depósitos de colúvio que recobrem, freqüentemente, as
vertentes do sudeste brasileiro, constituem testemunhos de antigos movimentos de massa (Meis
& Silva, 1968).
No passado geológico os movimentos de massa tiveram um controle climático de caráter cíclico.
A paisagem mostra uma seqüência de cicatrizes por movimentos de massa em épocas distintas.
Sua recorrência está relacionada às mudanças climáticas, as quais alteram as condições de
cobertura vegetal e hidrológicas do subsolo (Bigarella, 1978).
O maciço da Tijuca está repleto de cicatrizes nas encostas que evidenciam as ações erosivas
mais recentes. O mesmo ocorre no maciço da Pedra Branca, porém em menor escala. Hoje, a
cada chuva no Rio de Janeiro, aumenta a expectativa da Defesa Civil e da população, quanto à
ocorrência de inundações e de deslizamentos nas encostas. Isto decorre das conseqüências
catastróficas presenciadas em eventos anteriores.
Ao eleger a cicatriz do movimento de massa de Furnas da Tijuca para acompanhamento da sua
evolução, pelas facilidades de ali retornar sucessivas vezes, foi possível observar
comportamentos que continuaram promovendo o deslocamento de material rumo às calhas
fluviais. A vegetação rapidamente colonizou toda a cicatriz. A área não se estabilizou: novos
movimentos ocorreram nas posições mais a montante, seguindo várias linhas de cisalhamento.
Os novos deslizamentos acompanhavam a forma côncava da calha e, na superfície do terreno,
dispunham-se como degraus em arco. Antes que o processo fosse acelerado, novas obras foram
realizadas. No fundo da calha havia ficado muito material de talhe heterogêneo, destacando-se os
grandes matacões. Esse material passou a ser trabalhado pelo escoamento superficial de águas
pluviais e pela ação de um riacho, que se instalou, após o movimento de massa, no centro da
cicatriz. As águas do riacho, em alguns trechos, retiraram o material fino existente entre matacões
e, em outros locais, penetram entre os blocos, aflorando mais adiante em superfície (Marques,
1990).
Cabe ainda ressaltar que esses processos são capazes de construir novos depósitos sobre as
planícies na baixada e assorear o fundo dos vales, mais a montante. Em Caraguatatuba, houve
energia suficiente para carrear a maior parte do material liberado pelos movimentos de massa até
o baixo curso do rio, tornando a planície mais alta, plana e com um declive mais acentuado de
montante para jusante. O rio encaixou-se. Na Serra das Araras, sedimentos foram levados para o
baixo curso, mas vales em forma de “V” passaram, com o entulhamento, a ter fundo plano.
Lentamente o rio foi se encaixando, transformando os depósitos em pequenos terraços.
63
Os aluviões e colúvios antigos, que constituem os depósitos que circundam o sopé dos maciços,
na Baixada de Jacarepaguá, possuem rios encaixados sem evidências de construções de diques
marginais. Há, portanto, razões para relacionar esses depósitos às antigas cicatrizes das
encostas dos maciços e, consequentemente, a processos como os descritos, responsáveis pela
deposição de grandes volumes de material.
4.1.2.6 Altitudes
A área ocupada pelas bacias fluviais que compõem a Macrobacia de Jacarepaguá é de
aproximadamente 300 km². Tomando-se como referência a curva de nível de 20m, pode-se
deduzir que a área ocupada pelas bacias fluviais em terrenos elevados no Maciço da Tijuca
representam cerca de 70% da área total da Macrobacia. Os demais 30% correspondem as áreas
de baixada.
Nos quadros 4.4 e 4.5 apresentados estão separadas, por classes, as altitudes existentes nas
bacias analisadas, respectivamente, por valores absolutos, relativos e relativos acumulados.
Delas derivam as observações apresentadas a seguir.
As bacias do rio do Anil e do Arroio Fundo, além de serem as maiores em área, são as que
possuem terrenos em maiores altitudes, acima dos 1.000 m; com exceção da bacia do Rio
Piabas, com terrenos que atingem a faixa dos 400 a 500 m, todas as demais drenam terrenos
com altitudes superiores a 600 m; as bacias dos Rios Pavuninha, Vargem Pequena, Piabas e
Arroio Pavuna têm, relativamente, menor percentagem de terrenos elevados do que as demais;
as bacias dos rios Cachoeira e Camorim possuem altitudes médias superiores a 400 m; 63% da
bacia do rio Vargem Grande tem, altitudes superiores a 200 m; metade da área das bacias dos
Rios da Barra, Anil e Branco, possuem altitudes superiores a 100 m; as bacias dos rios da Barra,
Cachoeira, Anil, Arroio Fundo, Camorim e Vargem Grande apresentam mais de 80% de sua área
ocupada por terrenos de altitudes superiores a 20 m.
Esses dados mostram, de maneira expressiva, a grande amplitude de relevo existente em todas
as bacias, considerando-se que as áreas totais de cada uma são relativamente pequenas, pois a
maior delas, a do Arroio Fundo, tem apenas 55 Km2. Portanto, há o predomínio dos terrenos de
altitude elevada, em quase todas as bacias. Os altos declives existentes nos dois maciços estão
associados aos terrenos elevados e suas grandes amplitudes constituem elementos que
favorecem os processos de escoamento de águas (Costa, 1986).
Quanto aos terrenos baixos, com altitudes inferiores a 20 m, destacam-se em termos relativos, as
Bacias dos Rios das Pedras (39%), Pavuninha (54%), Vargem Pequena (56%), Piabas (50%) e
Arroio Pavuna (56%). Em termos absolutos, as bacias mais expressivas, em áreas de terrenos
com altitudes baixas, são as do Rio Piabas, com 9 Km2, a do Arroio Fundo com 11 Km2 e a do
Arroio Pavuna com 12 Km2.
Desníveis acentuados ocorrem entre as cotas de 200 e 600 m de altitude na bacia do Rio da
Cachoeira e o mesmo pode ser observado entre as cotas de 500 e 700 m para o Rio Camorim.
As altitudes intermediárias entre esses valores representam conjuntos de área significativos, no
total, correspondendo a 65% na Bacia do Rio Cachoeira e 46% na do Rio Camorim. Essas
posições correspondem à presença de níveis de base locais, que ocorrem nos perfis longitudinais
desses rios, correlacionados às formações lito-estruturais dos maciços.
64
Quadro 4.4 – Área das bacias, por classes de altitude (km2)
CLASSES DE
RIO DA
RIO
RIO DAS
RIO DO
ARROIO
ARROIO
RIO PAVU-
RIO
RIO VARGEM
RIO
RIO VARGEM
RIO
ALTITUDE (m)
BARRA
CACHOEIRA
PEDRAS
ANIL
FUNDO
PAVUNA
NINHA
CAMORIM
PEQUENA
BRANCO
GRANDE
PIABAS
0-20
0,900
1,350
4,600
5,425
11,350
12,650
5,800
1,075
9,320
2,475
1,475
10,100
20-100
1,275
1,125
2,250
7,200
22,130
3,650
2,175
0,475
2,650
1,375
2,175
3,450
100-200
1,175
1,225
1,750
4,025
6,870
2,350
1,075
0,575
2,480
1,475
2,325
3,400
200-300
0,450
2,200
1,225
3,600
4,700
1,325
0,725
0,700
1,250
1,100
2,775
1,925
300-400
0,275
3,725
0,700
2,725
2,675
1,075
0,350
0,475
0,700
1,025
2,500
1,125
400-500
0,325
3,525
0,400
1,725
2,225
0,725
0,250
1,375
0,230
0,700
1,925
0,150
500-600
0,250
3,550
0,325
1,225
2,600
0,425
0,175
1,900
0,170
0,450
1,225
0,000
600-700
0,100
1,675
0,200
0,975
1,975
0,050
0,075
0,500
0,050
0,375
0,625
0,000
700-800
0,050
1,000
0,100
0,525
0,850
0,025
0,000
0,025
0,000
0,200
0,575
0,000
800-900
0,025
0,300
0,050
0,375
0,525
0,000
0,000
0,000
0,000
0,025
0,525
0,000
900-1000
0,000
0,075
0,025
0,150
0,075
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,175
0,000
1000-1100
0,000
0,000
0,000
0,025
0,025
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
0,000
Total
4,825
19,750
11,625
27,975
56,000
22,275
10,625
7,100
16,850
9,200
16,300
20,150
Fonte: Marques (1990)
Quadro 4.5 – Distribuição percentual da área das bacias, por classes de altitude
CLASSES DE
RIO DA
RIO
RIO DAS
RIO DO
ARROIO
ARROIO
RIO PAVU-
RIO
RIO VARGEM
RIO
RIO VARGEM
RIO
ALTITUDE (m)
BARRA
CACHOEIRA
PEDRAS
ANIL
FUNDO
PAVUNA
NINHA
CAMORIM
PEQUENA
BRANCO
GRANDE
PIABAS
0-20
18,65
6,84
39,57
19,39
20,27
56,79
54,59
15,14
55,31
26,90
9,05
50,12
20-100
26,42
5,70
19,35
25,74
39,52
16,39
20,47
6,69
15,73
14,95
13,34
17,12
100-200
24,35
6,20
15,05
14,39
12,27
10,55
10,12
8,10
14,72
16,03
14,26
16,87
200-300
9,33
11,14
10,54
12,87
8,39
5,95
6,82
9,86
7,42
11,96
17,02
9,55
300-400
5,70
18,86
6,02
9,74
4,78
4,83
3,29
6,69
4,15
11,14
15,34
5,58
400-500
6,74
17,85
3,44
6,17
3,97
3,25
2,35
19,37
1,36
7,61
11,81
0,74
500-600
5,18
17,97
2,80
4,38
4,64
1,91
1,65
26,76
1,01
4,89
7,52
0,00
600-700
2,07
8,48
1,72
3,49
3,53
0,22
0,71
7,04
0,30
4,08
3,83
0,00
700-800
1,04
5,06
0,86
1,88
1,52
0,11
0,00
0,35
0,00
2,17
3,53
0,00
800-900
0,52
1,52
0,43
1,34
0,94
0,00
0,00
0,00
0,00
0,27
3,22
0,00
900-1000
0,00
0,38
0,22
0,54
0,13
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
1,07
0,00
1000-1100
0,00
0,00
0,00
0,09
0,04
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
100,00
Total
Fonte: Marques (1990)
4.2.1.7 Drenagem
Um dos primeiros passos para caracterizar e analisar a rede de drenagem é dado quando é
realizada a sua restituição. Diferenças ocorrem nos resultados, dependendo entre outras causas
da documentação utilizada e sua escala. Outro problema ocorre na restituição da rede de
drenagem quando são mapeados canais permanentes, intermitentes e efêmeros, (Christofoletti,
1983)
A restituição realizada, por (Marques, 1990), na escala de 1:50.000 para a Bacia Hidrográfica de
Jacarepaguá, incluiu os canais efêmeros, tendo o cuidado de mapeá-los somente quando
existiam vertentes em seus flancos. Em bacias de pequena área as respostas às chuvas são
muito rápidas e os canais efêmeros representam os caminhos preferenciais, de início de
concentração de águas, não só superficiais como também subsuperficiais.
A maior ordem hierárquica de canais fluviais corresponde a 6a ordem, identificadas para o Rio do
Anil e Arroio Fundo; na 5a ordem estão incluídos os rios Cachoeira, das Pedras, Arroio Pavuna,
Pavuninha, Vargem Pequena e Vargem Grande; na 4a ordem os Rios Camorim e Branco. O Rio
da Barra é o de menor hierarquia, seu canal é de 2a ordem (Marques, 1990).
Sobre os Maciços da Tijuca e Pedra Branca, os canais restituídos como de 1a ordem são todos
efêmeros. Nas maiores bacias, há canais efêmeros que chegam a atingir a 3a ordem. Não
existem diferenças acentuadas entre as áreas elevadas dos maciços da Tijuca e da Pedra
Branca. As relações entre o número de canais de primeira e segunda ordem possuem
coeficientes em torno de quatro. O Rio da Barra com o valor de 3,3 e o Piabas com o valor de 4,4
constituíram os casos mais extremos, (Marques, 1990) .
O mesmo ocorreu com os respectivos comprimentos dos canais; os de 1a ordem têm um
comprimento médio em torno de 200 m. O valor mais afastado foi encontrado para o rio Piabas
com 286 m. Para os de 2a ordem, o comprimento médio ficou em torno de 300 m, tendo como
situações mais extremas os valores encontrados para os rios das Pedras, com 490 m e do Anil,
com 540 m. As relações de bifurcação entre a 2a e a 3a ordem variaram mais, ficando entre 3 e 5
(Marques, 1990).
Esses dados demonstram que há similaridade nas características da malha mais fina de
drenagem, em todas as bacias, conforme ilustra o mapa de sub-bacias em anexo, inclusive para
os canais de 3a ordem, cujos comprimentos médios variam apenas entre 450 a 730 m, com
exceção do Rio Pavuninha, com 1000 m. Em cada uma das bacias, a malha da drenagem tem
muito maior comprimento nas áreas mais elevadas. A participação relativa do comprimento dos
canais na área elevada é apresentada no quadro 4.6:
67
Quadro 4.6 – Participação relativa do comprimento dos canais
em áreas elevadas
NOME DO RIO
PARTICIPAÇÃO EM ÁREAS ELEVADAS DOS CANAIS DE
1a ORDEM EM RELAÇÃO AO COMPRIMENTO TOTAL (%)
Cachoeira
98
Camorim
98
Anil
97
Arroio Pavuna
97
Vargem Grande
97
Branco
95
Arroio Fundo
92
das Pedras
87
da Barra
80
Piabas
79
Pavuninha
72
Vargem Pequena
70
Fonte: Marques (1990)
Nesses valores, calculados para as áreas com cotas superiores a 100 metros de altitude,
observa-se que a drenagem na área elevada é mais expressiva. Portanto, as águas chegam na
baixada de modo concentrado, uma vez que a densidade de drenagem nas áreas baixas é
bastante pequena.
A rede de drenagem existente nas bacias deve ser vista, também, em função de sua densidade.
Na natureza dinâmica da bacia hidrográfica, a densidade de drenagem possui duas funções
distintas:
a) Responder aos controles exercidos pelo clima, vegetação, litologia e outras características da
área drenada;
b) Influenciar o escoamento e o transporte de sedimentos para a bacia de drenagem.
Os valores obtidos para a densidade de drenagem das bacias apresentam-se no quadro 4.7, a
seguir:
68
Quadro 4.7 – Densidade de drenagem
NOME DO RIO
D1 (total) D2 (área elevada)
Arroio Pavuna
Rio das Pedras
Rio Vargem Grande
Rio Branco
Rio Cachoeira
Rio Camorim
Rio do Anil
Rio Paraminho
Rio Piabas
Arroio Fundo
Rio Vargem Pequena
Rio da Barra
5,85
8,93
9,18
7,27
8,79
7,17
6,40
4,77
4,68
6,42
4,56
2,16
13,00
12,88
9,80
9,44
9,24
8,29
7,69
7,52
7,43
7,42
7,11
2,12
D2/D1
2,22
1,44
1,07
1,30
1,05
1,16
1,20
1,58
1,59
1,16
1,56
0,98
Fonte: Marques (1990)
Nos valores obtidos para a densidade de drenagem, para o total das bacias, pode-se afirmar que
as bacias dos Rios da Barra, Anil, Arroio Fundo, Arroio Pavuna, Rio Pavuninha, Vargem Pequena
e Piabas possuem baixa densidade e as demais média densidade, segundo método proposto por
Strahler (1982).
Os resultados obtidos para a densidade, apenas para a área elevada, refletem melhor o
desempenho da rede de drenagem, no sentido de explicar a sua importância na captação de
águas do escoamento superficial e subsuperficial. Estes valores atribuem para as bacias do Rio
das Pedras e do Arroio Pavuna, uma classificação de alta densidade e todos os demais, com
exceção do Rio da Barra que tem densidade baixa, são classificadas como de média densidade.
A alta freqüência de lineamentos estruturais e o alto grau de dissecação do relevo, fatos comuns
as Bacias do Rio das Pedras e ao Arroio Pavuna, respondem como principais fatores na
determinação do alto valor da densidade de drenagem nelas existentes.
Ao comparar as densidades de drenagem do conjunto de bacias de um maciço com as do outro,
verifica-se que não há o aparecimento de dois grupos distintos. Existem similaridades, inclusive
quanto às diferenças internas encontradas nos dois maciços.
4.1.2.8 Perfis Longitudinais dos Rios
O perfil longitudinal dos rios permite inferir, pelas suas características, as condições oferecidas ao
transito das águas. O perfil longitudinal corresponde ao resultado da ação fluvial exercida sobre o
terreno, ao longo do tempo. Os perfis longitudinais dos rios dos maciços da Tijuca e da Pedra
Branca foram modelados sobre relevos que se originaram pela atuação de forças tectônicas. O
modelado foi sendo esculpido sob condições climáticas diferentes, que sucederam-se do final do
Terciário até o presente. De fato, "o perfil longitudinal de um rio mostra a sua declividade, ou
gradiente, sendo a representação visual da relação entre a altimetria e o comprimento de
determinado curso de água, para diversas localidades situadas entre a nascente e a foz"
(Christofoletti, 1981).
69
Em todas as bacias, do Maciço da Tijuca e do Maciço da Pedra Branca, os gradientes possuem
valores elevados, principalmente, nas áreas de maiores altitudes e valores bastante baixos na
faixa de altitude inferior a 20 m. A partir disto podem ser realizadas algumas observações:
a) Rio da Barra, o Rio do Anil e o Rio Vargem Pequena são os que apresentam os maiores
gradientes em seus perfis, nos trechos mais elevados. Com gradientes fortes, porém menos
elevados, no alto curso e com gradientes mais fracos no médio curso estão o Rio das Pedras,
Arroio Fundo, Arroio Pavuna, Rio Pavuninha, Rio Branco e Rio Vargem Grande;
b) Os perfis longitudinais dos Rios Cachoeira e Camorim evidenciam a presença de rupturas de
declives tendo gradientes mais baixos;
c) Rio Piabas tem, ao longo do seu perfil, gradientes que se aproximam de valores constantes,
com exceção da área de sua cabeceira onde possuem valores mais expressivos, mesmo
assim, possui o perfil mais suave de todos;
d) Os gradientes dos perfis, nos baixos cursos, têm valores pequenos, inferiores a 1, com
exceção do Rio Piabas;
e) Rio do Anil e o Arroio Fundo são os que possuem trechos com os mais baixos gradientes, que
aparecem na faixa de 20 a 100 m de altitude;
f)
Os canais fluviais, antes de atingirem os terrenos embrejados da baixada, possuem
gradientes menores do que os dos terrenos sedimentares em que estão encaixados,
indicando assim o condicionamento estrutural das drenagens.
4.1.2.9 Dados sobre Chuvas Observadas
Existem diferenças nos valores de chuva entre os maciços e a baixada e às vezes nas datas de
precipitação, indicando que pode chover na baixada e não chover nos maciços e vice-versa. Os
dados de precipitação diária (coletados por Marques, 1990) para os postos de Jacarepaguá e
Capela Mayrink indicam a ocorrência dos dias em que foram registradas precipitações. Os dados
obtidos de precipitação totalizam a chuva diária, não permitindo sincronizar o momento das
mensurações de vazão com a parcela da chuva naquele instante ou mesmo antes, conforme
mostra o quadro 4.8.
Observando os valores de precipitação apresentados no quadro 4.8 e, principalmente, os valores
obtidos na relação (b)/(a), pode-se afirmar que os totais precipitados na Capela Mayrink são, via
de regra, muito maiores que os observados em Jacarepaguá.
70
Quadro 4.8 – Chuvas observadas
PRECIPITAÇÃO DIÁRIA (mm)
DATA
(b)/(a)
JACAREPAGUÁ (a) CAPELA MAYRINK (b)
24/07/85
25/07/85
01/09/85
04/11/85
04/12/85
05/12/85
03/01/86
13/02/86
20/03/86
21/03/86
23/04/86
24/04/86
02/07/86
03/07/86
27/12/86
28/12/86
29/12/86
30/12/86
9,00
3,00
24,20
15,70
52,50
20,00
2,20
17,90
8,50
9,40
8,80
0,10
0,20
17,10
21,90
26,50
15,60
15,40
15,00
6,30
35,60
42,40
68,90
41,80
4,70
21,20
4,20
26,20
47,80
1,90
0,00
27,30
28,00
16,00
13,30
42,80
1,67
2,10
1,47
2,70
1,31
2,09
2,14
1,18
0,49
2,79
5,43
19,00
0,00
1,60
1,28
0,60
0,85
2,78
Fonte: Marques (1990)
4.1.2.10 Dados sobre Vazões e Transporte de Sedimentos
Os dados relativos a vazão dos rios e canais e o transporte de sedimentos correspondem àqueles
levantados por Marques (1990), de acordo com os procedimentos que se seguem:
−
definição das bacias fluviais que compreendem a Macrobacia de Jacarepaguá – rio da Barra,
rio Cachoeira, rio da Pedras, rio do Anil, Arroio Fundo, Arroio Pavuna, rio Paraminho, rio
Camorim, rio Vargem Pequena, rio Branco, rio Vargem Grande, rio Piabas, canal de
Sernambetiba, canal da Barra, canal de Marapendi e canal de Camorim.
−
as medidas de vazão e o recolhimento de amostras seguiram o método preconizado por
Marques & Argento (1988):
n
n
n
n
−
Levantamento do perfil topográfico transversal dos canais,
Medição de velocidade de fluxo com a utilização de flutuadores, bóias e cronômetro,
Recolhimento das amostras de água com sedimentos,
Pipetagem para determinação dos valores de silte e argila presente nas amostras.
Os trabalhos compreenderam coletas mensais no período de agosto de 1985 até julho de
1986, cobrindo uma rede de 16 pontos de coleta distribuidos pela Macrobacia de
Jacarepaguá.
Quanto ao débito de margem plena, definido "como o débito que preenche, na medida justa, o
canal fluvial e acima do qual ocorrerá transbordamento para a planície de inundação", em se
tratando de canais encaixados, que não apresentam uma planície de inundação, optou-se por
71
delimitá-lo na altura do nível que promove, no local mais próximo a foz de cada canal
(Christofoletti, 1981).
Para os canais das lagoas foi considerado, como nível de margem plena, a posição delimitada
pela presença de vegetação, que marca o nível maior de oscilação do espelho d’água da lagoa.
É necessário esclarecer, ainda, que poderá ser observada, nas seções dos canais,
principalmente, de rios de menor porte, a presença de muros nas margens. Para o
estabelecimento da vazão e da quantidade de sedimentos transportados estas construções não
interferem nos cálculos, mas provocam alterações no regime dos canais, aumentando as
velocidades e o conseqüente transporte de sedimentos para jusante.
4.1.2.11 Os Canais das Lagoas
As observações relativas às lagoas, realizadas por Marques (1990) durante o período de julho
1985 a julho de 1986, buscavam mensurar as quantidades de água e sedimentos que eram
lançados para o mar pelo Canal da Joatinga e Canal de Sernambetiba. Outras seções foram
observadas, com o objetivo de estimar as trocas realizadas entre as lagoas de Marapendi e Tijuca
que se dá através do Canal de Marapendi e, finalmente, mensurar a circulação existente entre a
lagoa de Jacarepaguá com a da Tijuca, através da colmatada Lagoa do Camorim.
Para as lagoas, as variações de nível representam os resultados da chegada de águas
continentais e as ações das marés. Como para os canais fluviais, as amostras de água e
sedimentos foram recolhidas a uma profundidade de 10 a 20 cm da superfície. Os resultados
obtidos para os sedimentos incluem o peso da matéria orgânica e do sal. Este fato fica bem
evidente, para o Canal da Barra, que possui uma abertura franca para o mar. Neste canal, o de
maior presença de água salgada, os resultados foram extremamente elevados em relação aos
demais por incluir o sal. Nos outros canais, embora o sal esteja presente em menores
proporções, a ocorrência de matéria orgânica ganhou destaque (Marques, 1990).
♦
Canal de Sernambetiba
A ligação do Canal de Sernambetiba, com o mar, sofreu várias interrupções durante o período de
julho de 1985 a julho de 1986, em virtude de bancos arenosos que se formaram, diversas vezes,
na saída do canal. Nessas ocasiões não havia fluxo e as águas ficavam estagnadas.
A vazão máxima foi de 7,66 m3/s com uma largura de 34,95 m, uma profundidade de 1,50 m e
uma velocidade de 0,38 m/s. A variação máxima entre o maior e o menor nível no canal foi de
0,95 m. O menor valor de carga obtido foi de 11,50 Kg/s e o maior de 201,98 kg/s. Em ambos os
casos predominavam materiais de tamanho coloidal, equivalentes à fração argila, isto é, com
diâmetros inferiores a 0,002 mm.
♦
Canal da Barra
A vazão mínima observada foi de 25,52 m3/s para uma largura de 54,3 m, profundidade de 3,6 m
3
e velocidade de 0,24 m/s. A vazão máxima observada foi de 125,49 m /s, com uma largura de
54,3 m, profundidade de 3,6 m e velocidade de 1,18 m/s. Essa medida correspondeu a um fluxo,
em direção ao mar, dando saída às águas acumuladas a partir de chuvas ocorridas.
72
A vazão máxima observada foi de 65,07 m3/s, para uma largura de 46,10 m, profundidade de 4,0
m e velocidade de 0,5 m/s. A carga mínima transportada foi de 98,21 Kg/s e a carga máxima, de
3017 Kg/s, predominando material "equivalente à fração argila", porém com valores elevados de
material "equivalente à fração silte". A diferença do total de carga, desse dia para os demais, foi
extremamente grande. A maior variação de nível das águas foi de 0,40 m.
4.1.2.12 Algumas Relações sobre a Geometria Hidráulica
As medidas obtidas nos canais dos rios, foram trabalhadas, visando estabelecer uma primeira
aproximação do papel que os rios desempenham, com os seus fluxos de água e de sedimentos,
nos processos de sedimentação na Baixada de Jacarepaguá. Com os dados constantes das de
vazões e sedimentos em suspensão foram feitas regressões simples, uma para cada canal. Os
Coeficientes de Correlação (R) e os Coeficientes de Determinação (R2) calculados para cada
regressão estabelecida, apresentaram valores elevados.
Constata-se que as variações de vazão são absorvidas principalmente pela profundidade/largura
e velocidade, isto é, quando a vazão aumenta tanto a profundidade quanto a largura aumentam,
provocando o transporte de sedimentos depositados no leito do canal. No Rio das Pedras, no Rio
do Anil, no Arroio Fundo e no Arroio Pavuna o valor mais sensível é o da profundidade, vindo a
seguir o da velocidade, com exceção do Arroio Pavuna. Para o Rio Piabas, Vargem Grande,
Branco, Vargem Pequena, Pavuninha, Camorim, Cachoeira e da Barra as alterações são,
principalmente, na velocidade e, a seguir, na profundidade, com exceção do Rio Pavuninha.
A explicação da variação da largura é função da posição do trecho do canal estar mais próximo
do nível dos terrenos, embrejados. Quanto ao Arroio Pavuna, a sinuosidade é a provável causa
para uma grande sensibilidade à variação de largura. Os trechos dos rios, onde foram feitas as
observações, não apresentam variações de profundidade, decorrente de trabalho erosivo vertical.
Portanto, as variações de profundidade referem-se, apenas, à altura do nível das águas.
Para o transporte de sedimentos em função da vazão, os Coeficientes de Correlação (R) e os
Coeficientes de Determinação (R2) calculados para cada regressão estabelecida, apresentaram
valores elevados. Os valores menos significativos foram: argila/vazão para o Rio Piabas. A
variação da quantidade de material transportado, em função das mudanças do valor da vazão, é
grande. Os altos coeficientes angulares demonstram essa sensibilidade pela grande inclinação
das retas. O coeficiente angular, das equações que relacionam vazão e sedimentos em
suspensão, quando é superior a 1,0 indica que o aumento da carga ocorre em maior proporção
do que as outras variáveis da geometria hidráulica, (Leopold & Maddock, 1953).
O aumento da carga, além de estar relacionado ao aumento do volume do fluxo, tem uma estreita
ligação com a velocidade da corrente. Nesse sentido, as concentrações maiores de sedimentos
estão relacionados a velocidades mais altas que por sua vez estão dependem de uma vazão
maior. Desta forma, a intensidade, duração e distribuição das chuvas, numa bacia de drenagem,
são responsáveis pelos totais de sedimentos passíveis de serem transportados assim como pela
velocidade do fluxo, (Christofoletti, 1981).
O fato do fluxo de água conter sedimentos tem grande importância para o desenvolvimento do
trabalho erosivo fluvial. A capacidade de erosão de um rio depende das partículas por ele
transportadas. As águas que descem, dos maciços para a baixada, trazem consigo sedimentos
extraídos das áreas das vertentes pelo escoamento das águas pluviais, assim como, sedimentos
resultantes da ação erosiva do fluxo, no fundo e nas paredes dos canais fluviais. Os elevados
gradientes dos canais principais aumentam o nível da energia potencial dos fluxos. Com isto,
ganha-se capacidade erosiva. Grandes volumes de água deslocando-se a velocidades altas,
73
tendem a caracterizar o fluxo torrencial. Nessas condições, o alto nível de energia está disponível
para produzir erosão, (Suguio & Bigarella, 1979).
Na área em questão, a maior parte dos canais corre por vales encaixados, às vezes ladeados por
depósitos de sedimentos antigos. Assim, quando ocorrem temporais, grandes volumes de água
descem pelos canais a grandes velocidades e como não podem entalhar rapidamente o fundo do
canal, repleto de lajes, blocos e matacões, acabam por erodir suas margens. Cicatrizes dessa
ação aparecem ao longo dos canais. A magnitude alcançada pelo deslocamento de água e
sedimentos nos canais fluviais, que chegam à baixada, alcança valores elevados, para o Rio da
Barra, o menor de todos, em sua maior vazão observada, deslocou um fluxo de 59,82 m3/minuto
com uma carga de 6,2 Kg/minuto. O Arroio Fundo, o maior rio, em sua maior vazão observada,
deslocou um fluxo de 2.917,32 m3/minuto e 4.419,7 Kg/minuto de sedimentos.
4.1.2.13 Dinâmica Lagunar
Aplicando para os canais das lagoas os mesmos procedimentos adotados para os canais fluviais,
foram estabelecidas regressões relacionando vazão, velocidade, largura e profundidade do Canal,
com a quantidade de sedimentos transportados. A vazão dos canais das lagoas é dependente
dos desníveis existentes entre o nível do mar e o nível da lagoa. Quanto maior o desnível
provocado pela maré, maior será o deslocamento de águas e sedimentos. A ocorrência de
grandes vazões fluviais, no mesmo momento de subidas de marés altas, acumula a água no
interior da lagoa, propiciando o surgimento de inundações nas porções mais a jusante dos rios.
Nesses momentos, a saída de águas dependerá, somente, das condições de infiltração nos
terrenos do cordão arenoso que separa as lagoas mais interiores da Lagoa de Marapendi. Níveis
elevados ou baixos da lagoa podem corresponder a altas ou a baixas velocidades e vazões. Disto
resulta uma relação mais indeterminada entre a vazão e as variáveis Largura e Profundidade
(Marques, 1990).
O Canal de Sernambetiba mesmo não estando ligado às lagoas, deveria apresentar um
comportamento similar aos demais canais para a relação velocidade/vazão; porém a formação de
bancos arenosos na sua foz, no mar, modificou seus fluxos e a relação não foi significativa.
Como foram realizadas medidas de vazão no Canal da Barra e deste saem ou entram águas
para a lagoa da Tijuca e a lagoa de Marapendi. Do total de água que passa pelo Canal da Barra,
cerca de 3 a 16% entram ou saem da lagoa de Marapendi e cerca de 84 a 97% entram ou saem
da lagoa da Tijuca. Essa proporção deve-se ao menor tamanho da seção do Canal de Marapendi
e aos bloqueios induzidos pelo maior fluxo que se dirige ou sai da lagoa da Tijuca (Marques,
1990)
Nas medidas de velocidade efetuadas, não foi levado em conta a distribuição vertical de
densidade da água relativa a presença de cunhas salinas.
Continuamente chegam águas e sedimentos à baixada. Nos períodos mais secos, o fluxo natural
é pequeno, porém ele cresce com a chegada de esgotos, cada vez em maior volume. Quando as
chuvas chegam esse volume aumenta chegando a valores muito elevados por ocasião de
temporais. Anteriormente foram apresentados os resultados da contribuição fluvial de águas e
sedimentos, de cada bacia, com os valores máximos que foram amostrados e calculados para
situações críticas. A ordem de grandeza anual de transporte de águas para a baixada é de 593
milhões de metros cúbicos e o total de sedimentos alcançam a cifra de 636 milhões de toneladas.
Evidentemente, esses valores são passíveis de alterações em função da intensidade, freqüência
e duração das chuvas para um determinado ano. Esses valores, comparados com os de bacias
maiores, podem ser considerados insignificantes, porém águas e sedimentos que chegam à
74
baixada não seguem diretamente para o mar ficando grande parte dos sedimentos retidos nas
lagoas.
Cada vez há menos área de terrenos embrejados e mais facilidade para que o fluxo seja
conduzido para as lagoas e outros canais. O escoamento superficial tende a aumentar com a
ocupação da área. O crescimento dos fluxos, elevando a sua quantidade de energia, nas áreas
de baixada, tende a ampliar a erosão nas margens dos canais e a mobilização de sedimentos.
Esse fato associado à expansão da mancha urbana acaba propiciando condições de inundações
em posições cada vez mais a montante das áreas onde elas ocorriam naturalmente.
Hoje, as águas das bacias dos Rios Piabas, Branco e Vargem Grande, são conduzidas para o
Canal de Sernambetiba e através deste para o mar. Quando ocorrem chuvas mais intensas, suas
águas se espraiam nos Campos de Sernambetiba, já tendo ocorrido inundações na área de
confluência dos Rios Branco e Vargem Grande com o Canal de Sernambetiba. Os Rios da bacia
da Vargem Pequena lançam suas águas no Canal do Portelo e por este para a Lagoa de
Jacarepaguá. Em época de muita chuva, o Canal do Portelo, extravasa suas águas para os
Campos de Sernambetiba.
Os Rios da bacia do Pavuninha e o Rio Camorim projetam suas águas na porção oeste da lagoa
de Jacarepaguá. A leste desta lagoa desemboca o Arroio Pavuna que possuí a maior vazão.
Os Rios do Anil e do Arroio Fundo, ambos com grandes vazões, principalmente o segundo,
desaguavam na lagoa do Camorim que, atualmente não passa de um canal, repleto de
sedimentos e macrófitas aquáticas. As desembocaduras dos dois rios foram interligadas por um
canal artificial, que projeta mais para leste a saída das águas. A antiga desembocadura dos dois
rios estava provocando o rápido assoreamento da lagoa, no local, dificultando a saída das águas
da lagoa de Jacarepaguá (Marques, 1990).
O Rio das Pedras e o Rio Cachoeira tem suas saídas na lagoa da Tijuca. O Rio Cachoeira possui
maior vazão, desembocando na porção mais a leste da lagoa, mais próximo ao Canal da Barra da
Tijuca; as vezes, em função da direção do fluxo, suas águas podem ganhar diretamente, o mar.
O Rio da Barra deságua no Canal da Barra da Tijuca.
De acordo com Marques (1990), as Lagoas de Jacarepaguá, Camorim e Tijuca têm,
aproximadamente 8, 29 km2 de área. Em 60% das suas superfícies a profundidade média é
inferior a 1 metro, profundidades superiores a 5 m estão presentes em apenas 10% das lagunas.
Os trechos de maior profundidade correspondem a um sistema de depressões que se alinham,
formando um canal descontinuo, em posição próxima e paralela a margem norte das lagunas
costeiras.
Por outro lado, essas considerações e exercícios são pouco úteis, quando sabemos que a
deposição é feita preferencialmente nas proximidades dos pontos onde os canais fluviais
deságuam. Assim, a área crítica de deposição compreende a foz do Arroio Fundo e do Rio do Anil
no extremo noroeste da lagoa da Tijuca. Juntos transportam cerca de 400.000 toneladas de
sedimentos por ano. A posição de lançamento dessa carga, que representa mais de 70 % do total
de sedimentos mobilizados para a baixada, é muito delicada, pois é feita numa das regiões mais
estreitas da lagoa da Tijuca e que serve de comunicação para as lagoas do Camorim e
Jacarepaguá.
Pelo fato de sair mais água do sistema continental para o mar do que entrar, no sentido inverso,
parte dos sedimentos em suspensão são retirados das lagoas. Entretanto, a possibilidade de
retenção de sedimentos é ampliada, por diversos obstáculos, como aterros, vegetação e bancos
arenosos, abundantes na região crítica apontada acima.
75
A própria circulação interna das águas e as oscilações induzidas pela maré acabam por facilitar a
retenção de sedimentos nas reentrâncias existentes no contorno irregular das margens. A este
fator pode ser acrescido o importante papel de entrada de matéria orgânica, fenômeno recente na
região e que precisa ser melhor estudado. Sabe-se que a grande quantidade, cerca de 0,600
Kg/s, de matéria orgânica que entra no sistema em suspensão colabora para manter os
sedimentos no interior das lagoas, servindo de núcleo aglutinador das partículas inorgânicas que,
ao se adensarem, ganham maior condição de precipitação (Mota, 1988).
Cerca de 10% das vazões, dos rios que atravessam a região, correspondem aos lançamentos de
águas servidas e que cerca de 5 % da carga de sedimentos é de origem orgânica. Por
possuírem uma densidade menor, os sedimentos orgânicos são depositados mais lentamente
quando comparados com os sedimentos de origem inorgânica. Este fato é o responsável, dentre
outros, pela formação dos lodos orgânicos presenciados em muitos pontos das lagunas costeiras,
principalmente nas regiões mais abrigadas dos ventos e correntes.
A Lagoa de Marapendi, só recebe sedimentos fluviais na medida em que as águas do Canal da
Barra penetram pelo Canal de Marapendi, sendo que isto representa uma pequena parcela do
que circula naquele canal. Ha ligações pelo lençol freático entre a Lagoa de Marapendi e as
demais lagoas da baixada, o mesmo raciocínio se aplica às suas áreas já colmatadas, a oeste,
por onde foi aberto o Canal das Taxas. A lagoa é rasa, mais de 50% de sua área tem
profundidades inferiores a 1 metro. A maior profundidade registrada, cerca de 8 metros, está
localizada em sua porção leste, numa depressão estreita. Não há nenhuma evidência topográfica
da existência de um canal central.
Em todas as lagoas, dragagens e aterros são realizados, alterando a circulação das águas e
diminuindo os espaços naturais de expansão dos espelhos d'água em ocasiões de cheias. Na
Lagoa de Marapendi, na sua porção oeste, até ilhas surgiram como resultado da deposição de
refugos provenientes da exploração de conchíferos naturais. Nessa mesma lagoa, os aterros, na
sua margem sul, são feitos com areias do fundo da lagoa e na margem norte, com a
descaracterização das bordas do cordão litorâneo mais antigo. Nas Lagoas da Tijuca e
Jacarepaguá aterros também são feitos com dragagens das lagoas, com material das encostas
dos maciços ou através de depósitos de lixo urbano. As áreas embrejadas das margens da lagoa,
além de aterradas, são também isoladas da lagoa com a construção de estradas, como exemplo
pode ser mencionada a avenida Emb. Abelardo Bueno que liga o RIOCENTRO e o Autódromo à
Avenida Ayrton Senna.
A Lagoa de Marapendi tornou-se salobra após a abertura do Canal de Marapendi. Sua condição
anterior indicava uma influência maior das águas da chuva e continentais, o fechamento de sua
ligação com o mar deixaria sua evolução na dependência dos lançamentos de águas servidas e
outras ações antrópicas.
Deve ser citada, ainda, a presença de uma pequena lagoa, chamada Lagoinha, a oeste da Lagoa
de Marapendi com a qual está interligada através do Canal das Taxas. Situada entre os cordões
litorâneos, como um prolongamento da Lagoa de Marapendi, está em avançado estágio de
eutroficação, sendo que grande parte de sua extensão é ocupada por tifas.
Para as Lagoas de Jacarepaguá, Camorim e Tijuca acrescenta-se a ação fluvial. O fechamento
de sua ligação com o mar implicaria na subida de nível de suas águas mas, em contrapartida, a
acumulação de todos os sedimentos trazidos pelos rios. Os Campos de Sernambetiba voltariam a
ser embrejados, assim como áreas baixas às margens das lagoas. Os baixos cursos dos rios
diminuiriam a velocidade de seus fluxos. A situação inversa, uma maior abertura para o mar,
reduziria o nível de suas águas, permitindo uma saída maior de sedimentos e, ao mesmo tempo,
76
aumento da ação erosiva dos rios que teriam seus gradientes elevados em relação ao novo nível.
Sem a implantação de uma rede coletora de esgotos a poluição orgânica seria sentida mais
regularmente na Praia da Barra da Tijuca.
A situação atual das lagoas mais internas é a de um alto nível de eutroficação, recebendo uma
carga de sedimentos com volume considerável e com tendência a aumentar em função do
crescimento populacional da região.
4.2 CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA E HIDROSSEDIMENTOLÓGICA
Este item está estruturado em três partes. Na primeira, Aspectos Climáticos da Bacia Hidrográfica
de Jacarepaguá, busca-se analisar as distribuição, intensidade e freqüência das chuvas que
ocorrem na região, pressuposto básico para a determinação das vazões máximas dos canais
fluviais e cálculo do total de sedimentos transportados para as lagunas costeiras de Jacarepaguá
e Tijuca. Na segunda parte apresenta-se uma classificação climática segundo os pressupostos
teóricos propostos por Thornthwaite, quais sejam: índice global de umidade efetiva, variação
sazonal da umidade efetiva, eficiência térmica média anual, identificação de tipos climáticos,
distribuição dos tipos climáticos e indicadores de balanço hídrico. A terceira e última parte
apresenta algumas observações sobre as condições naturais de dispersão atmosférica,
identificando zonas com distintos graus de criticidade.
4.2.1 Aspectos Climáticos da Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá
Localizada ao sul do município do Rio de Janeiro, a área de estudo possui um microclima típico
de região litorânea tropical, influenciada por fatores estáticos - latitude, proximidade do mar e
topografia e outros de ordem dinâmica – penetração das frentes frias. A baixada de Jacarepaguá
é delimitada pelo Maciços Litorâneos da Tijuca – a Leste, e da Pedra Branca – a Oeste.
Formando um grande arco, os maciços acabam por condicionar toda a drenagem para as lagunas
costeiras ou para áreas embrejadas como a Vargem Grande e Vargem Pequena, cortadas pelo
canal de Sernambetiba, Rio Portela e Cortado. Esta região sofreu várias intervenções de macrodrenagem e muitos canais foram abertos, retificados e dragados, sobretudo ao longo dos anos
40. Barrando as lagunas ao Sul e alguns dos canais que cortam a baixada, a restinga arenosa
estende-se por cerca de 21 km, desde a Barra de Guaratiba até a Ponta da Joatinga.
Em virtude da orientação geral do relevo, que para o Estado do Rio de Janeiro assume o
alinhamento Sudoeste - Nordeste, e particularmente, pela presença dos maciços litorâneos no
município do Rio de Janeiro, que se elevam a mil metros de altitude a menos de 10 km da linha
de costa, confinando entre os alvéolos intermontanos a ampla planície de Jacarepaguá, os ventos
locais sofrem elevada turbulência, principalmente durante o verão. Correntes convectivas ou
termais são freqüentemente formadas quando do ar entra em contato com as amplas superfícies
rebaixadas e densamente urbanizadas. Com o superaquecimento grandes quantidades de vapor
d’água são transferidas para a baixa atmosfera formando nuvens colunares que podem atingir
mais de 10.000 metros de altitude. A ascensão forçada do ar também pode ser provocada pelo
grande desnível altimétrico observado no território carioca, gerando células de instabilidade, por
vezes acompanhada por pesados temporais.
O relevo possui papel decisivo na distribuição das precipitações por conjugar ao mesmo tempo
ganho de turbulência com perda de capacidade de suporte de vapor d’água. Pode-se demonstrar,
partindo das equações propostas por Poisson, citado em Hufty (1984), a relação entre
temperatura e pressão de uma partícula de ar que sofre transformações adiabáticas quando
desloca-se verticalmente. Para o ar desprovido de umidade a temperatura cai cerca de 0,98 °C
77
para cada 100 metros de ascensão. Quando o ar está repleto de umidade e existe troca de calor
entre o ar ascendente e o meio esta taxa cai para cerca de 0,65 °C. Desta forma, a diferença de
temperatura média calculada para um ponto situado no centro da planície de Jacarepaguá e outra
no Pico da Tijuca a 1021 metros de altitude estará situada na casa dos 8°C. Tomando estes
dados como base de cálculo e utilizando a tábua de pressão de vapor e umidade absoluta
máxima, proposta por Stralher (1963), é possível determinar a quantidade de água que se pode
extrair da atmosfera para a condensação e precipitação. Em outras palavras, para uma
temperatura média de 35°C na baixada existe cerca de 35 gramas de água em forma de vapor
por metro cúbico de ar, já para uma altitude equivalente à do Pico da Tijuca a temperatura
provável seria de 27°C e a quantidade máxima de vapor d’água suportado para cada metro
cúbico seria de aproximadamente 25 gramas. Desta forma a perda de calor, motivada pela queda
de pressão atmosférica e conseqüente expansão do ar disponibiliza para condensação cerca de
10 gramas de água para cada metro cúbico de ar resfriado.
A circulação geral da baixa atmosfera apresenta, no Rio de Janeiro, como primeira predominância
os ventos que sopram do Sul (S) e Sudoeste (SO), com cerca de 55% da freqüência. A segunda
predominância está associada aos ventos de Norte (N) e Nordeste (NE), com 41% do total. Os
primeiros, relativamente mais frescos e úmidos, estão associados às perturbações atmosféricas,
geralmente acompanhadas por chuvas, proporcionadas pelo deslocamento das frentes frias sobre
o território, já os ventos de N – NE partem do Anticiclone semi-fixo do Atlântico Sul, responsável
por altas pressões atmosféricas e tempo bom, com ventos relativamente mais quentes e secos.
Quanto à velocidade do vento, uma amostragem de 77.376 observações horárias registradas na
estação meteorológica de superfície da Base Aérea de Santa Cruz, no período 1981/89,
constatou que o percentual de calmaria regional é da ordem de 19,4% do tempo. As velocidades
mais comuns dos ventos situam-se entre 1,5 a 5,0 m/s (67,7%). Em síntese, pode-se concluir que
em 96% da freqüência dos ventos estará relacionada a um (S – SO) ou a outro (N – NE) sistema
geral de circulação e durante 80% do tempo a região apresenta ventos fracos a moderados.
Como a direção geral das correntes perturbadas provem do Sudoeste, é fácil perceber diante de
uma carta topográfica regional na escala de 1:50.000 que as vertentes expostas a esta direção
estão numa razão de 2:1 quando comparamos os alinhamentos do maciço da Tijuca, com os do
maciço da Pedra Branca. Grosso modo, a barreira de barlavento do maciço da Tijuca é da ordem
de 20 km de extensão, enquanto na Pedra Branca a linha atinge cerca de 10km. Este simples fato
permite, em teoria, que as encostas do maciço da Tijuca recebam, ao longo de um ano, milhares
de metros cúbicos a mais de água em relação às encostas do maciço da Pedra Branca uma vez
que as áreas que os maciços ocupam dentro da bacia são relativamente da mesma ordem de
grandeza.
A falta de longas séries históricas de dados primários inviabiliza estudos estatísticos comparativos
e confiáveis. Entretanto, os ganhos de precipitação, do maciço da Tijuca em relação ao maciço da
Pedra Branca, motivados pela maior exposição de superfícies sujeitas à precipitação orográfica
deve representar em média algo em torno de 125 a 250 mm por ano, conforme os dados
apresentados no Anuário Estatístico do Município do Rio de Janeiro 93/94, IplanRio (1994).
Quando são confrontados os dados das estações de Jacarepaguá com os dados da estação do
Alto da Boa Vista, situada a cerca de 350 m acima do nível do mar é que se pode entender o
espetacular ganho de pluviosidade com acréscimos de altitude. Chove cerca de 1000 mm a mais,
em média, na estação do Alto da Boa Vista, que dista cerca de 10 km, em linha reta, da estação
de Jacarepaguá.
Os dados climáticos para a estação de Jacarepaguá são:
a) Período de precipitação pluviométrica máxima vai de dezembro a março (verão) e o de
precipitação mínima, de junho a agosto (inverno). O mês mais seco é julho, com uma
78
precipitação média mensal de 50 mm, e o mais chuvoso é janeiro, com média mensal de 300
mm;
b) Média anual de nebulosidade é de 6/8 e os períodos de maior e menor nebulosidade são
setembro - dezembro e maio - agosto, respectivamente;
c) Insolação total anual média observada da ordem de 2.280 h, com valores mais elevados
registrados no trimestre junho - agosto. Os valores mais baixos são encontrados no período
setembro - dezembro;
d) Temperatura média anual de 23,5ºC, sendo que a média das mínimas é de 19ºC e a média
das máximas 29ºC;
e) Evaporação, medida em tanque classe A do USWH (United States Weather Bureau),
apresenta valores mais elevados de dezembro a março e menos elevados entre maio e julho,
sendo de 700 mm a evaporação média anual;
f)
Umidade média relativa do ar atinge valor máximo (88%) no período de maior pluviosidade
(dezembro - março) e valor mínimo (65%) entre maio e setembro. A umidade relativa média
anual observada é de 80%;
g) Pressão atmosférica apresenta uma média anual da ordem de 1.015 hPa (hectopascal). Os
maiores valores de pressão são registrados nos meses de junho a agosto, enquanto que os
mais baixos ocorrem entre dezembro e março.
Revisando a bibliografia existente, sobretudo os trabalhos de Barry & Chorley (1984), Roth (1979)
e Hufty (1984), foram empregados na determinação das chuvas e consequentemente das vazões
dos principais rios das sub-bacias de drenagem de Jacarepaguá, métodos bastante práticos para
estimar totais pluviométricos em áreas com relevo muito movimentado.
Destacam-se ainda, no método de trabalho proposto por Barry & Chorley (1984), as curvas gerais
que indicam a relação entre altura e a precipitação anual média, propostas para as encostas
orientadas para o Oeste na América do Norte e Central. Tais curvas descrevem parábolas onde a
precipitação cresce proporcionalmente com a altitude até aproximadamente os 1200 m, a partir
desta cota os totais observados tendem a cair com ganhos de altitude. Esta curva foi bem
ajustada para as terras altas da Guatemala, nas proximidades dos 14 graus de latitude Norte,
numa região onde predomina o clima tropical. Outros ajustes propostos para as precipitações
projetadas levam em conta a experiência alemã desenvolvida na estação de Hohenpeissenberg,
na Alta Baviera. Os cálculos realizados nesta estação mostram que os pluviômetros correntes
podem sobrestimar as chuvas, em 10% aproximadamente, nas encostas de sotavento e
subestimá-las, em 14%, nas de barlavento. Só a introdução de uma correção dessa natureza
para as leituras observadas no pluviômetro da estação do Alto da Boa Vista, elevaria em cerca de
7% os volumes das vazões máximas e em decorrência em 8 % os totais de sedimentos
transportados para as lagunas costeiras de Jacarepaguá e Tijuca.
4.2.2 Classificação Climática e Balanço Hídrico
A classificação do clima da região em que se situa a bacia hidrográfica de Jacarepaguá foi
realizada segundo critérios de classificação de Köppen e Thornthwaite. A classificação de Köppen
se baseia nos valores médios de temperatura do ar (média mensal e anual do mês mais frio) e de
precipitações pluviométricas, porém sua sazonalidade não permite caracterizar os mecanismos,
descritos anteriormente, de circulação geral, embora forneça uma descrição útil dos aspectos
79
climáticos. De acordo com Köppen, o clima da região pode ser classificado como tropical –
temperatura média superior a 18°C em todos os meses, com totais de precipitação excedendo a
evaporação. Nas áreas mais montanhosas há uma suavização das temperaturas médias, o que
levou Bernardes (1953) a classificá-lo como Tropical de Altitude. Além das elevadas temperaturas
o clima tropical apresenta duas estações relativamente bem demarcadas no tempo: a estação
chuvosa, quando o sol está próximo do zênite, e a estação mais seca, quando o sol está mais
baixo no céu. Invernos brandos e secos e verões quentes e chuvosos são as principais
características do clima tropical.
A classificação segundo Thornthwaite se baseia na aplicação de índices efetivos de precipitação,
evaporação e temperatura que, na área de estudo, apresentam, ambos, valores na faixa de 64 a
128, o que caracteriza o clima como de floresta úmida mesotermal a megatermal.
A maioria dos métodos de classificação climática leva em conta apenas elementos
meteorológicos, principalmente temperatura e pluviosidade, realçando um ou outro elemento, ou
buscando combinações entre eles. Alguns desses métodos utilizam, simplesmente, os dados
médios dos elementos climatológicos, enquanto outros consistem na aplicação de modelos
matemáticos, cujos índices expressam diferentes combinações dos mesmos. É nesta segunda
alternativa que se insere a classificação climática proposta por Thornthwaite, adotada no presente
documento.
A classificação climática proposta por Thornthwaite fundamenta-se nos resultados obtidos através
do balanço hídrico, identificando os seguintes índices:
4.2.2.1 Índice Global de Umidade Efetiva (IM)
Com este índice pode-se determinar se o clima é úmido ou seco através dos valores de
evapotranspiração potencial e das precipitações, bem como do excedente e da deficiência
hídrica, calculados em polegadas ou em milímetros.
O IM é calculado pela seguinte fórmula:
IM = [(EXC x 100) - (DEF x 60)]/EP
onde,
EXC = Excedente Hídrico Anual;
DEF = Deficiência Hídrica Anual;
EP = Evapotranspiração Potencial Anual.
Os resultados obtidos para cada unidade de observação possibilitam classificar o clima, quanto à
umidade, de acordo com os seguintes parâmetro, apresentados no quadro 4.9:
Quadro 4.9 – Índice global de umidade efetiva (IM)
TIPOS CLIMÁTICOS
Úmidos
Secos
ÍNDICE DE UMIDADE (IM)
Superúmido
Úmido
Subúmido-úmido
Subúmido-seco
Semi-árido
Árido
80
> 100
100 ---20
20 --- 0
0 --- (20)
(20) --- (40)
(40) --- (60)
Fonte: SECPLAN (1978)
4.2.2.2 Variação Sazonal da Umidade Efetiva
Este índice é calculado a partir de duas premissas:
Quando o clima, através do primeiro critério, é classificado como úmido (Im>0), calcula-se o
Índice de Aridez, segundo a seguinte fórmula:
Ia = 100 x DEF/EP
Onde:
DEF = Deficiência Hídrica Anual;
EP = Evapotranspiração Potencial Anual.
Quando o clima, através do primeiro critério, é classificado como seco (IM<0), calcula-se o Índice
de Umidade, segundo a seguinte fórmula:
Ih = 100 EXC/EP
Onde:
EXC = Excedente Hídrico Anual
EP = Evapotranspiração Potencial Anual.
Através destes índices chega-se às subdivisões climáticas quanto à variação sazonal da umidade
efetiva, definidas pela seguinte classificação, conforme o quadro 4.10:
81
Quadro 4.10 – Variação sazonal de umidade efetiva
TIPOS CLIMÁTICOS
SUBDIVISÕES
Pouco ou nenhum déficit de
água
Moderada deficiência. de
água no verão
Moderada deficiência. de
água no inverno
Grande deficiência de água
no verão
Grande deficiência de água
no inverno
Pouco/nenhum excesso de
água
Moderado excesso de água
no inverno
Moderado excesso de água
no verão
Grande excesso de água no
inverno
Grande excesso de água no
verão
Úmidos
Secos
ÍNDICES
ARIDEZ (Ia) e
UMIDADE (Ih)
0 --- 16,7
16,7 --- 33,3
16,7 --- 33,3
> 33,3
> 33,3
0 --- 10
10 --- 20
10 --- 20
> 20
> 20
Fonte: SECPLAN (1978)
4.2.2.3 Eficiência Térmica Média Anual
Partindo da concepção de que a evapotranspiração potencial é função da temperatura e da
duração da radiação solar, Thornthwaite estabelece o índice de eficiência térmica, que é
determinado através do valor da evapotranspiração potencial. Mediante os valores obtidos para
evapotranspiração potencial, identificam-se os tipos climáticos, quanto à temperatura, pela
seguinte classificação, apresentado no quadro 4.11:
Quadro 4.11 – Eficiência térmica média anual
EVAPOTRANSPIRAÇÃO
POTENCIAL ANUAL (mm)
TIPOS CLIMÁTICOS
Megatérmico
Mesotérmico
Microtérmico
Clima de Tundra
Clima de Gelo
> 1140
1140 --- 570
570 --- 285
285 --- 142
< 142
Fonte: SECPLAN (1978)
82
4.2.2.4 Concentração da Eficiência Térmica no Verão
Este índice avalia a variação da temperatura no decorrer do ano, permitindo constatar se há
concentração térmica no verão ou não. Ele é obtido através do valor da evapotranspiração
potencial dos meses de verão (dezembro, janeiro e fevereiro) multiplicado por 100 e dividido pela
evapotranspiração potencial anual. Quanto mais baixo é o seu valor, menor é a variação de
temperatura no decorrer do ano. De acordo com este índice, o clima é classificado conforme o
quadro 4.12:
Quadro 4.12 – Concentração de eficiência térmica no verão
TIPOS CLIMÁTICOS
Megatérmico
Mesotérmico
Microtérmico
Tundra
CONCENTRAÇÃO NO VERÃO (%)
< 48,0
48,0 --- 68,0
68,0 --- 88,0
> 88,0
4.2.2.5 Tipos Climáticos Identificados
Calculando-se os índices para as estações meteorológicas consideradas, identifica-se a
ocorrência dos seguintes tipos climáticos na Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá:
− clima superúmido, com pouco ou nenhum déficit hídrico, mesotérmico, com calor bem
distribuído durante o ano, para as regiões que estão acima da estação do Alto da Boa Vista;
− clima úmido, com pouco ou nenhum déficit hídrico, megatérmico, com calor bem distribuído
durante o ano, para as regiões de pé-de-serra, entre as cotas de 20 a 300 metros;
− clima subúmido-úmido, com pouco ou nenhum déficit hídrico, megatérmico, com calor bem
distribuído durante o ano para a baixada de Jacarepaguá.
4.2.2.6 Distribuição Espacial dos Tipos Climáticos
Uma vez identificados os tipos climáticos das estações meteorológicas consideradas, realizou-se
a delimitação das áreas correspondentes através de interpolação, adotando-se os seguintes
critérios:
− para climas com o mesmo tipo de umidade, a diferenciação foi estabelecida pelo índice de
eficiência térmica média anual;
− para a delimitação de áreas com tipos de umidade diferentes, adotou-se o índice global de
umidade efetiva.
A distribuição espacial dos diferentes tipos climáticos evidencia a predominância dos climas
megatérmicos com pouco ou nenhum déficit hídrico e calor bem distribuído durante o ano. Essa
predominância decorre, como foi observado na análise dos indicadores térmicos, da
homogeneidade espacial e sazonal das temperaturas na região em questão.
As variações mais significativas dos tipos climáticos são decorrentes da maior ou menor umidade.
Os climas superúmidos aparecem, apenas, nas encostas mais elevadas e de maior exposição
83
aos ventos litorâneos, onde a maior umidade, ao lado das maiores altitudes, amenizam as
temperaturas locais.
Os climas úmidos, por sua vez, ocorrem no sopé dos Maciços Litorâneos, diferenciando-se
daqueles sob ponto de vista térmico. Os trechos de pé-de-serra são mais quentes (megatérmicos)
em função de sua localização no interior das baixadas, onde é menor a influência da circulação
geral dos ventos em função do confinamento intermontano.
Na baixada litorânea, aparece o clima subúmido-úmido, com temperaturas elevadas,
características do tipo megatérmico.
4.2.2.7 Indicadores de Balanço Hídrico
No estabelecimento das alternativas e limitações climáticas ao uso do solo, o conhecimento das
disponibilidades de água constitui um dos mais importantes elementos a considerar. O cálculo do
balanço hídrico permite estimar, com razoável exatidão, indicadores das disponibilidades hídricas,
oferecendo condições de avaliar a compatibilização entre a água retida no solo e as diferentes
formas de utilização do mesmo. Através desses indicadores pode-se classificar térmica e
hidricamente uma região.
Para o cálculo do balanço hídrico, adotou-se o método de Thornthwaite e Mather (1955) que se
constitui em processo contábil no qual o solo funciona como “caixa ou reservatório” de água. Na
estimativa do balanço hídrico não basta apenas os dados de pluviosidade, ou seja, a quantidade
de água que o solo recebe normalmente da atmosfera. É necessário, também, levar em
consideração as perdas de água, sendo de grande importância as que ocorrem por evaporação e
transpiração vegetal (evapotranspiração).
A evapotranspiração, segundo Thornthwaite, pode ser conceituada de duas formas: a
evapotranspiração potencial (EP), que representa a quantidade máxima de água evaporada e
transpirada pela vegetação em função da temperatura média mensal, da duração média do dia no
mês e do número de dias do mês; e a evapotranspiração real (ER), que representa a quantidade
de água efetivamente evaporada e transpirada pela vegetação. Quando a evapotranspiração real
(ER) é igual à evapotranspiração potencial (EP), a quantidade de água disponível no solo é
suficiente para manter a vegetação verde e turgescente. Quando as disponibilidades de água no
solo superam a quantidade máxima evaporada (EP), ocorrem outras perdas, denominadas de
excedente hídrico (EXC).
Um terceiro elemento a definir é o armazenamento (ARM), que indica a quantidade de água retida
no solo.
Dentro deste sistema contábil, as entradas são a pluviosidade (P), as saídas a evapotranspiração
(EP) e o excedente hídrico (EXC), enquanto os estoques constituem o armazenamento (ARM).
Portanto, pode-se dizer que o armazenamento, num determinado período, é função do
armazenamento anterior e das entradas e saídas de água no período considerado. Existe, no
entanto, um limite máximo para o armazenamento, que é função do tipo de solo e das exigências
hídricas específicas da vegetação. A este limite dá-se o nome de capacidade de campo. Quando
os valores do armazenamento superam a capacidade de campo, ocorre excedente hídrico (EXC).
Por outro lado, caso a pluviosidade seja inferior à evapotranspiração potencial (EP) e a
quantidade de água efetivamente evapotranspirada (ER) inferior à evapotranspiração potencial
(EP), ocorre deficiência hídrica (DEF=EP-ER). A quantidade de água efetivamente
evapotranspirada (ER) é função da pluviosidade (P) e do nível de armazenamento de água no
84
solo (ARM). Assim, na ocorrência de deficiência hídrica (DEF), parte da água armazenada é
perdida por evapotranspiração (ER (t)=P(t)-ARM(t-1)). A quantidade de água armazenada que o
solo fornece à evapotranspiração num determinado período (A(t)=ARM(t)-ARM(t-1)) é função do
nível de armazenamento no período anterior (ARM (t-1)) e da diferença entre o volume de água
precipitada e a evapotranspiração potencial no período (P(t)-EP(t)). Assim, quanto menor ARM
(t-1), menor é A(t), bem como, quanto maior, em valor absoluto, P(t)-EP(t), maior é A(t).
Se num determinado período t a diferença P(t)-EP(t) é positiva, então ER(t)=EP(t) e esta
diferença é adicionada ao armazenamento do período anterior, ocorrendo reposição de água no
solo. A reposição hídrica ocorre toda vez que o nível de pluviosidade supera a evapotranspiração
potencial (EP) e o armazenamento (ARM) é inferior a capacidade de campo (CAD), ou seja,
ocorre reposição hídrica toda vez que P>EP e ARM<CAD. Esta reposição prossegue até que o
armazenamento atinja a capacidade de campo, o que, quando se dá, propicia o surgimento de
excedente hídrico (EXC(t)).
Para o cálculo do balanço hídrico, segundo o método de Thornthwaite e Mather (1955), foi
adotado o nível de 125 mm para definir a capacidade de campo. Os dados de entrada são as
médias mensais de temperatura e pluviosidade para cada unidade de observação, no período
padrão considerado (1931 a 1975). Foram utilizadas as médias estimadas de temperatura,
obtidas através da reta de regressão entre temperatura e altitude calculadas pela Secretaria
Estadual de Planejamento e Controle (1975), presentes na publicação indicadores climatológicos
do Estado do Rio de Janeiro, para determinar a temperatura em função da altitude temos:
T = -0,00581(ALT) + 23,125
onde:
T = temperatura (°C);
ALT = altitude (m).
De posse dos dados de entrada, determinou-se, em primeiro lugar, a evapotranspiração potencial
não ajustada, através da seguinte expressão:
e(t) = 1,6 (10T(t)/I)a
onde:
I = St=1,12 (T(t)/5) 1,514;
a = 0,000 000 675 I³ - 0,000 077 4 I² + 0,017 921 I + 0,49;
T(t) = Temperatura do mês t;
e(t) = evapotranspiração potencial não ajustada no mês t .
A partir daí, fez-se o ajustamento de e(t) levando-se em consideração a duração média do dia no
mês e o número de dias do mês, obtendo-se o valor da evapotranspiração potencial ajustada no
mês t(EP(t)), o que, junto com o valor da pluviosidade (P(t)) no mês t, permitiu o cálculo de todos
os demais valores resultantes do balanço hídrico:
ER (t) = evapotranspiração real no mês t;
ARM(t) = armazenamento no mês t;
EXC(t) = excedente hídrico no mês t, e
DEF(t) = deficiência hídrica no mês t.
Para avaliar a influência da altitude no comportamento dos elementos do balanço hídrico, utilizouse o modelo de análise de regressão linear. A variável dependente considerada foi a
evapotranspiração real (ER) e como variável independente a altitude.
85
O significativo coeficiente de correlação simples (R) encontrado entre evapotranspiração potencial
(EP) e a altitude é explicado pelo fato da evapotranspiração potencial ser, por definição, função
da temperatura, que, por sua vez, se mostra altamente correlacionada com a altitude.
No que se refere à deficiência e ao excedente hídricos, sendo esses função da pluviosidade e da
evapotranspiração potencial, os baixos valores encontrados para os coeficientes de correlação
simples ocorrem em função da pequena correlação entre pluviosidade e a variável altitude.
Para Jacarepaguá a evapotranspiração potencial anual é de 1187,2 mm, enquanto a precipitação
média está em torno de 1243,0 mm. A diferença portanto é muito pequena, cerca de 55,8 mm,
representando menos de 4,5% do total de precipitações. O período de junho a setembro
representa o período mais seco do ano e o déficit de água no solo é absoluto. A recarga de água
se faz, principalmente, de dezembro a março. Nesta época o solo encontra-se sempre muito
próximo da capacidade de campo e após uma chuva de média intensidade pode-se mostrar
saturado de água. Em março registra-se o maior valor de excedente hídrico, 39,4 mm e em
setembro o maior déficit, 9,9 mm.
Para a estação do Alto da Boa Vista a evapotranspiração potencial é da ordem de 999,4 mm e a
precipitação média está em torno de 2160,4 mm, gerando uma coluna d’água para o escoamento
superficial e infiltração de água no solo de 1161,0 mm, número equivalente ao total da
precipitação que cai em Jacarepaguá. Um pequeno período mais seco ocorre de junho a
setembro, provocando déficit de água muito pequeno, já de novembro a março ocorrem
expressivos excedentes hídricos.
4.2.3 Análise das Condições Pluviométricas
Para essa análise, foram utilizadas as informações mensais relativas à altura total das chuvas, no
período 1931 a 1975, disponíveis em FIDERJ/SECPLAN (1978). Através da análise estatística,
foram mensurados os valores médios da pluviosidade, bem como os respectivos desvio-padrão e
coeficientes de variação.
Verifica-se que os coeficientes de variação anual para a Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá
apresenta pequena amplitude entre os valores máximos e mínimos, ao passo que os valores
mensais possuem enormes variações, principalmente quando comparamos os dados das
estações climatológicas do Alto da Boa Vista e de Jacarepaguá. Existe, de fato, uma
irregularidade da distribuição mensal das chuvas. Os menores coeficientes ocorrem nos meses
de dezembro e novembro (estação chuvosa), enquanto os maiores valores nos meses de junho,
julho e agosto (estação seca).
Constata-se, também, variações espaciais na distribuição da pluviosidade. Os maiores valores
dos coeficiente de variação localizam-se, de modo geral, nas áreas mais interiorizadas, situadas
entre os contrafortes dos Maciços Litorâneos, enquanto os menores são registrados nas áreas
litorâneas, mais abertas e expostas à circulação atmosférica do Atlântico.
A utilização de dados médios anuais e mensais possibilita a observação da distribuição temporal
e espacial da pluviosidade, deixando de revelar, porém, o ritmo climático da área em estudo. Esse
ritmo permite identificar a sucessão dos tipos de tempo, tornando-se indicador fundamental na
investigação climática de determinado espaço geográfico.
Como indicador do ritmo pluvial adotou-se o modelo de Schröder, que permite detectar os
períodos mais chuvosos e mais secos. Estes pluviogramas evidenciam as variações percentuais
86
mensais das chuvas em relação aos totais anuais, revelando variações anuais e irregularidades
rítmicas da pluviosidade.
O exame do comportamento mensal e anual da pluviosidade para a estação selecionada (Alto da
Boa Vista) permite corroborar as conclusões anteriores, obtidas através da análise estatística.
Verifica-se que, normalmente, os maiores totais pluviométricos anuais ocorrem nas áreas
litorâneas e expostas às influências da maritimidade, e, também, naquelas que, apesar de
interiorizadas, localizam-se em áreas de relevo movimentado e expostas à circulação atmosférica
geral.
Por sua vez, as áreas interiorizadas e confinadas, menos expostas à circulação atmosférica
regional, tendem a apresentar menores índices pluviométricos anuais.
No que concerne ao ritmo pluvial, as irregularidade observadas nos totais mensais de chuvas
estão relacionadas ao deslocamento das massa de ar (entrada de frentes frias) e exposição do
relevo, a barlavento ou a sotavento das linhas de instabilidade. No entanto, não são observadas
grandes irregularidades quanto à sazonalidade da distribuição pluviométrica. Verifica-se
predominância de chuvas nos meses de primavera e verão (setembro a março) como os mais
chuvosos, e os de outono e inverno (maio a setembro) como os mais secos.
As variações da pluviosidade podem ser explicadas:
a) Pela sua posição geográfica, com grandes porções da região expostas ao oceano e sujeitas
aos efeitos da circulação atmosférica do Atlântico;
b) Pela orientação e exposição do relevo, fatores fundamentais na distribuição espacial da
pluviosidade, atuando como barreira aos sistemas de circulação atmosférica e, finalmente;
c) Pelo afastamento do equador térmico no solstício de verão do Hemisfério Norte, facilitando a
penetração de frentes frias, bem como a sua aproximação no solstício de verão do Hemisfério
Sul, possibilitanto a ocorrência de chuvas de convecção.
Da análise dos cartogramas climáticos existentes em FIDERJ/SECPLAN (1978) sobre a região,
fica evidenciado que, em sua distribuição espacial, as isoietas apresentam um aumento gradativo
de seus valores médios em função da orientação do relevo (SO/NE) e sua exposição aos ventos
litorâneos.
Constata-se assim que, na maior parte da Bacia, os índices pluviométricos médios anuais situamse entre 1.000 e 2.000 mm, ocorrendo a maior concentração da pluviosidade na porção oeste
(nas proximidades do Pico da Tijuca), onde o relevo, que avança pela linha de costa em direção
ao mar, atua como barreira às penetrações de massas de ar úmidas provenientes do litoral,
ocasionando chuvas orográficas (chuvas de relevo). Por outro lado, nas áreas das baixadas mais
distantes do mar registram-se médias inferiores à 1.200 mm anuais.
As isoietas de janeiro, representativas dos meses de verão, registram valores elevados em toda
a região, revelando forte concentração das chuvas nesse período do ano, caracterizadas, em sua
maior parte, como de convecção. Em oposição, as isoietas de julho, representativas dos meses
de inverno, apresentam os menores valores médios. Nesses meses, as chuvas são conseqüência
da penetração das massas frias.
As isoietas de abril e de outubro, características do outono e da primavera, respectivamente,
correspondem a períodos intermediários na diminuição ou aumento dos índices médios de
chuvas. A diminuição acentuada da pluviosidade em abril é decorrente da influência da
87
maritimidade, ocasionando os maiores índices nas áreas de relevo expostos às penetrações de
massas de ar úmidas.
As isoietas de outubro denotam aumento dos índices médios de pluviosidade, condicionados,
entre outros fatores, pelo aumento das médias térmicas. Observa-se, também, comparativamente
ao mês de abril, inversão da distribuição espacial da pluviosidade. Enquanto no outono as áreas
expostas às influências da maritimidade apresentam índices maiores de pluviosidade que as
áreas do reverso dos maciços litorâneos, na primavera constata-se uniformidade dos índices
pluviométricos, exceto em áreas de altitudes mais elevadas. Isto é justificado, quanto ao outono,
pela influência da maritimidade associada ao avanço das frentes frias devido ao afastamento do
equador térmico em direção ao Hemisfério Norte. Na primavera, a aproximação do equador
térmico provoca diminuição do avanço das frentes frias e predominância da Massa Tropical
Atlântica, ocorrendo aumento relativo das precipitações em decorrência do aumento das
temperaturas.
A variação sazonal das temperaturas é pequena (cerca de 7 graus) , enquanto a distribuição da
pluviosidade mostra variação sazonal bem definida (2/3 das chuvas ocorrem de setembro a
março), com períodos mais chuvosos nos meses de verão e mais secos nos meses de inverno,
comportamento característico dos regimes tropicais.
4.2.4 Aspectos Hidrossedimentológicos
4.2.4.1 Influência Antrópica no Cálculo das Vazões e Transporte de Sedimentos
Outro aspecto extremamente importante, na alteração hidrológica que sofre a bacia hidrográfica
de Jacarepaguá, diz respeito ao elevado crescimento da população da bacia. Com cerca de 600
mil habitantes (1998) e dezenas de grandes indústrias, destacando-se a de bebidas, se faz
necessário estimar a carga de contribuição de esgotos e sólidos em suspensão.
Segundo Mota (1988) o valor de 54 gramas de sólidos em suspensão por habitante por dia tem
sido largamente utilizado no dimensionamento de obras hidráulicas e, particularmente, de
estações de tratamento de esgotos. Outro valor apresentado como referência é o de 180 litros de
consumo de água por habitante por dia. Desta forma pode-se facilmente calcular a contribuição
direta de água e sólidos em suspensão proveniente dos esgotos domésticos. Para a bacia
hidrográfica os valores são da ordem de 1,25 m3/s de águas servidas e 0,375 Kg/s para sólidos
em suspensão. Estes valores colocam a contribuição de esgotos domésticos, tanto em termos de
vazão como em relação a carga de sólidos em suspensão a frente de diversos níveis médios
estimados para cinco dos principais rios da região (Rio da Barra, Rio Cachoeira, Rio das Pedras,
Rio Vargem Pequena e Rio Piabas).
Para ajustar mais corretamente a contribuição de esgotos seria importante calcular os diferentes
equivalentes populacionais gerados pelas principais indústrias da região, contabilizando também,
o impacto gerando pelo setor terciário local. O crescimento expressivo da contribuição de águas
servidas e sólidos em suspensão poderá ser observado quando são somadas as contribuições
individuais de grandes empreendimentos locais, quais sejam: cervejaria, indústria farmacêutica,
indústria química, centros comerciais, hipermercados, parques temáticos e complexos de
escritórios. Desta forma, para adoção de número base, seria conveniente corrigir os números
3
apresentados acima para 2,100 m /s para as águas servidas e 0,630 Kg/s para sólidos em
suspensão, sem a inclusão de estimativas de perdas.
Finalmente, deve-se computar as cargas poluidoras proveniente das águas de escoamento
superficial. Como em praticamente toda a região não existe um sistema de esgotamento sanitário
88
eficiente é possível estimar a partir do tamanho da mancha urbana a carga poluidora lançada aos
rios através do escoamento superficial, Espanhol (1982). As contribuições médias da Demanda
Bioquímica de Oxigênio – DBO, do Nitrogênio Total - NT e do Fósforo Total - PT. Assim, para uma
área aproximada de 78 km2, segundo dados do mapeamento digital da Fundação CIDE (1996),
teríamos: uma DBO de 1.762,8 kg, uma carga de 382,2 kg de NT e de 119,34 de PT . A elevada
quantidade de DBO, associada às contribuições expressivas de Nitrogênio e Fósforo, contribui
para a proliferação de macrófitas aquáticas (algas e aguapés) que fixam parte da carga poluidora,
em muitos trechos foram observadas ocorrências de tifas e algumas espécies de gramíneas, fato
que revela o processo de eutrofização das lagunas costeiras da Tijuca e Jacarepaguá.
4.2.4.2 Cálculo das Vazões
Os estudos anteriores de vazão apresentados nos relatórios hidrológicos constantes dos Projetos
Executivos das obras de Macrodrenagem, SMO/HIDROTERRA (1997) e SMO/STAEL (1997)
trabalham com os dados de Jacarepaguá, estação que possui uma coluna de precipitação com
cerca de 1200 mm.
Já o presente relatório busca determinar que tipo de influência (sobre as vazões) ocorre quando
são considerados os dados do Alto da Boa Vista. Aqui, os totais de chuva são da ordem de 2200
mm, com geração de grandes excedentes hídricos.
Para a determinação das novas vazões máximas, manteve-se a mesma metodologia empregada
nos estudos mencionados, isto é, o emprego do método de Ven Te Chow, largamente utilizado no
dimensionamento de obras hidráulicas.
O método Ven Te Chow é baseado na seguinte relação:
Q=
X .Y . Z . A
3,6
onde: Q = vazão máxima (m3/s)
X = intensidade da chuva efetiva (mm/h)
Y = fator climático da bacia em estudo (adimensional)
Z = fator de redução de pico (adimensional)
A = área de drenagem da bacia (km2)
A correção aqui apresentada consistiu em determinar um valor diferenciado por sub-bacia para o
fator climático Y, que representa a relação entre as chuvas nas diferentes sub-bacias e no posto
de referência do estudo (Posto de Jacarepaguá) e considerado igual a 1 nos estudos da STAEL e
da HIDROTERRA.
Partindo-se da constatação de que a intensidade das chuvas nas diferentes sub-bacias não é
igual a do posto de referência, mas influenciada pela sua altitude, estimou-se o fator Y a partir de
informações dos postos de Jacarepaguá e do Alto da Boa Vista, em cuja área encontram-se as
cabeceiras de vários rios da Bacia.
Tendo em vista a disponibilidade dos dados, particularmente quanto a distribuição das áreas das
sub-bacias segundo as classes de altitude, foram consideradas apenas as sub-bacias dos rios
principais.
As tabelas adiante, com dados obtidos por Marques (1990), apresentam as distribuições das
áreas segundo as classes de altitude. A área de cada sub-bacia foi dividida, numa segunda
89
etapa, segundo a altitude, em duas classes: abaixo ou acima da cota de 300 m. Esta divisão leva
em conta a altitude dos postos ou estações meteorológicas: a de Jacarepaguá, a 12,0 m de
altitude e a do Alto da Boa Vista, a 347,1 m.
Na metodologia de cálculo considerou-se que a área abaixo da cota de 300 m recebe as chuvas
com intensidade igual a da estação de Jacarepaguá e a área acima da cota de 300 m recebe as
chuvas com intensidade igual a da estação do Alto da Boa Vista.
A chuva média de cada sub-bacia foi calculada como média ponderada das chuvas nas estações
meteorológicas consideradas:
C=
CJ .b + CA. c
100
onde: C = média da chuva na sub-bacia (mm)
CJ = média da chuva observada na estação de Jacarepaguá (mm)
CA = média da chuva observada na estação do Alto da Boa Vista (mm)
b = percentual da área da sub-bacia abaixo da cota de 300 m (%)
c = percentual da área da sub-bacia acima da cota de 300 m (%)
As médias das chuvas observadas nas estações de Jacarepaguá e Alto da Boa Vista
correspondem às normais climatológicas de 1931/75, calculados pela SECPLAN (1978) e têm os
seguintes valores:
CJ = 1.243 mm
CA = 2.250 mm
O fator Y corrigido é, então, obtido a partir da comparação entre a média da chuva da sub-bacia e
a média da chuva na estação de Jacarepaguá, mantida como referência, uma vez que as curvas
de intensidade-freqüencia-duração foram calculadas para dados deste posto.
O quadro 4.13 abaixo resume as informações utilizadas para este cálculo:
Y=
C
CJ
90
Quadro 4.13 - Dados utilizados e fator Y corrigido, segundo as sub-bacias
ABAIXO DE
300 m (%)
RIOS
Rio da Barra
Rio Cachoeira
Rio das Pedras
Rio do Anil
Arroio Fundo
Arroio Pavuna
Rio Pavuninha
Rio Camorim
Rio Vargem Pequena
Rio Branco
Rio Vargem Grande
Rio Piabas
ACIMA DE
300 m (%)
78,8
29,9
84,5
72,4
80,4
89,7
92,0
39,8
93,2
69,8
53,7
93,7
21,2
70,1
15,5
27,6
19,6
10,3
8,0
60,2
6,8
30,2
46,3
6,3
CHUVA
ESTIMADA
(mm)
1.456,9
1.949,2
1.398,9
1.521,1
1.439,9
1.347,0
1.323,6
1.849,3
1.311,7
1.546,7
1.709,4
1.306,7
Y
CORRIGIDO
1,172
1,568
1,125
1,224
1,158
1,084
1,065
1,488
1,055
1,244
1,375
1,051
Com base nas informações acima, foram corrigidas as vazões máximas apresentadas nos
estudos da SMO/STAEL (1997) e da SMO/HIDROTERRA (1997). O quadro 4.14 a seguir
apresenta estas vazões bem como a taxa de correção e as novas vazões máximas calculadas.
Quadro 4.14 - Taxa de correção e vazões de projeto calculadas
3
RIOS
Rio da Barra
Rio Cachoeira
Rio das Pedras
Rio do Anil
Arroio Fundo
Arroio Pavuna
Rio Pavuninha
Rio Camorim
Rio Vargem Pequena
Rio Branco
Rio Vargem Grande
Rio Piabas
CORREÇÃO
(%)
17,2
56,8
12,5
22,4
15,8
8,4
6,5
48,8
5,5
24,4
37,5
5,1
VAZÃO DE PROJETO (m /s)
TR=10
anos
10,3
53,2
30,2
67,7
151,5
58,6
27,2
23,5
11,3
5,0
54,6
25,0
TR=20
anos
14,5
72,9
40,0
89,9
199,2
75,8
34,9
32,0
15,3
6,7
74,1
33,4
TR=50
anos
19,2
94,1
50,3
113,0
247,8
93,3
43,0
41,2
19,5
8,5
95,0
42,4
VAZÃO DE PROJETO CORRIGIDA
3
(m /s)
TR=10
TR=20
TR=50
anos
anos
anos
12,1
83,4
34,0
82,8
175,5
63,5
29,0
35,0
11,9
6,2
75,1
26,3
17,0
114,3
45,0
110,0
230,8
82,1
37,2
47,6
16,1
8,3
101,9
35,1
22,5
147,6
56,6
138,3
287,1
101,1
45,8
61,3
20,6
10,6
130,6
44,6
O quadro 4.15 apresenta um resumo das informações das vazões máximas e das vazões
máximas corrigidas referentes a toda a Bacia de Jacarepaguá:
91
Quadro 4.15 – Resumo das informações para a bacia de Jacarepaguá
VAZÕES
TR = 10 anos
3
Vazão máxima (m /s)
3
Vazão máxima corrigida (m /s)
3
Diferença (m /s)
TR = 20 anos
TR = 50 anos
518,1
688,7
867,3
634,8
845,5
1.066,6
116,7
156,8
199,3
22,5
22,8
23,0
Diferença relativa (%)
4.2.4.3 Cálculo do Transporte de Sedimentos
O cálculo do volume de sedimentos transportados por cada um dos principais rios considerados
utilizou as informações apresentadas por Marques (1990). Esse cálculo considera uma relação
exponencial, proposta por Leopold & Maddock (1953), entre a vazão do rio e o volume de
sedimentos transportados, da forma:
L = pQg
onde L = quantidade total de sedimentos transportados (kg/s)
Q = vazão média do rio (m3/s)
p e g são os parâmetros do modelo
Para os rios principais da Bacia de Jacarepaguá, Marques (1990) estimou os valores para os
parâmetros p e g. Com base nesses valores e nas suas observações, foram realizadas duas
estimativas para a quantidade média de sedimentos transportados pelos rios.
A primeira, mais conservadora, considera apenas os valores típicos das vazões dos rios, isto é,
não foram incluídas as medidas observadas de vazões após as chuvas mais intensas. Para a
seleção dos dados, excluiu-se todos os valores maiores que a média mais dois desvios-padrão,
ou seja, consideraram-se típicos aqueles valores correspondentes a cerca de 95% das
observações. A partir deles, calculou-se a vazão média de cada rio e, daí, o transporte médio de
sedimentos.
92
Quadro 4.16 – Valores estimados de p e g, vazão média e transporte médio de sedimentos
RIOS
Total
Rio da Barra
Rio Cachoeira
Rio das Pedras
Rio do Anil
Arroio Fundo
Arroio Pavuna
Rio Pavuninha
Rio Camorim
Rio Vargem Pequena
Rio Branco
Rio Vargem Grande
Rio Piabas
p
g
VAZÃO
MÉDIA
3
(m /s)
TRANSPORTE
MÉDIO
(kg/s)
TRANSPORTE
ANUAL
(t)
...
...
...
9,480
298.965
0,408
0,528
0,760
0,664
0,503
0,862
0,646
0,650
0,458
0,468
0,537
0,329
0,971
0,997
1,542
1,506
1,550
1,049
1,071
1,551
0,943
1,108
1,013
1,036
0,131
0,414
0,440
1,618
4,070
1,164
0,572
1,095
0,134
0,689
1,219
0,143
0,057
0,219
0,214
1,370
4,427
1,011
0,355
0,748
0,069
0,310
0,657
0,044
2.736
9.903
6.750
96.818
359.845
54.575
23.898
40.206
3.512
16.507
20.712
1.388
Fonte: calculado com dados de Marques (1990)
Quadro 4.17 - Contribuição de sedimentos fluviais para a laguna da Tijuca
RIOS
TRANSPORTE
MÉDIO (kg/s)
TRANSPORTE
ANUAL (t)
PERCENTUAL
NA LAGOA
PERCENTUAL
NO TOTAL
Total
6,287
198.265
100,0
66,3
Rio da Barra
Rio Cachoeira
Rio das Pedras
Rio do Anil
Arroio Fundo
0,057
0,219
0,214
1,370
4,427
1.785
6.902
6.750
43.215
139.613
0,9
3,5
3,4
21,8
70,4
0,6
2,3
2,3
14,5
46,7
Quadro 4.18 - Contribuição de sedimentos fluviais para o sistema
lagunar de Jacarepaguá
RIOS
TRANSPORTE
MÉDIO (kg/s)
TRANSPORTE
ANUAL (t)
PERCENTUAL
NA LAGOA
PERCENTUAL
NO TOTAL
Total
2,114
66.656
100,0
22,3
Arroio Pavuna
Rio Pavuninha
Rio Camorim
1,011
0,355
0,748
31.876
11.194
23.586
47,8
16,8
35,4
10,7
3,7
7,9
93
Quadro 4.19 – Contribuição de sedimentos fluviais para a
baixada de Jacarepaguá
RIOS
TRANSPORTE
MÉDIO (kg/s)
TRANSPORTE
ANUAL (t)
PERCENTUAL
NA BAIXADA
PERCENTUAL
NO TOTAL
Total
1,080
34.043
100,0
11,4
Rio Vargem Pequena
0,069
2.167
6,4
0,7
Rio Branco
0,310
9.776
28,7
3,3
Rio Vargem Grande
0,657
20.712
60,0
6,9
Rio Piabas
0,044
1.388
4,1
0,5
A segunda estimativa considera todos os valores observados das vazões dos rios, isto é, foram
incluídas, também, as medidas observadas de vazões após a ocorrência de chuvas. A partir
deles, calculou-se a vazão média de cada rio e, daí, o transporte médio de sedimentos da mesma
forma como na primeira estimativa.
Quadro 4.20 - Valores estimados de p e g, vazão média e transporte médio de sedimentos
p
g
VAZÃO
MÉDIA
3
(m /s)
TRANSPORTE
MÉDIO
(kg/s)
TRANSPORTE
ANUAL
(t)
...
...
...
20,194
636.850
Rio da Barra
0,408
0,971
0,203
0,087
2.736
Rio Cachoeira
0,528
0,997
0,594
0,314
9.903
Rio das Pedras
0,760
1,542
0,440
0,214
6.750
Rio do Anil
0,664
1,506
2,765
3,070
96.818
Arroio Fundo
0,503
1,550
7,497
11,411
359.845
Arroio Pavuna
0,862
1,049
1,944
1,731
54.575
Rio Pavuninha
0,646
1,071
1,161
0,758
23.898
Rio Camorim
0,650
1,551
1,544
1,275
40.206
Rio Vargem Pequena
0,458
0,943
0,223
0,111
3.512
Rio Branco
0,468
1,108
1,106
0,523
16.507
Rio Vargem Grande
0,537
1,013
1,219
0,657
20.712
Rio Piabas
0,329
1,036
0,143
0,044
1.388
RIOS
Total
Fonte: calculado com dados de Marques (1990)
94
Quadro 4.21 – Contribuição de sedimentos fluviais para a laguna da Tijuca
TRANSPORTE
MÉDIO (kg/s)
RIOS
TRANSPORTE
ANUAL (t)
PERCENTUAL
NA LAGOA
PERCENTUAL
NO TOTAL
Total
15,096
476.052
100,0
74,8
Rio da Barra
Rio Cachoeira
Rio das Pedras
Rio do Anil
Arroio Fundo
0,087
0,314
0,214
3,070
11,411
2.736
9.903
6.750
96.818
359.845
0,6
2,1
1,4
20,3
75,6
0,4
1,6
1,1
15,2
56,5
Quadro 4.22 - Contribuição de sedimentos fluviais para o sistema
lagunar de Jacarepaguá
TRANSPORTE
MÉDIO (kg/s)
RIOS
TRANSPORTE
ANUAL (t)
PERCENTUAL
NA LAGOA
PERCENTUAL
NO TOTAL
Total
3,763
118.679
100,0
18,6
Arroio Pavuna
Rio Pavuninha
Rio Camorim
1,731
0,758
1,275
54.575
23.898
40.206
46,0
20,1
33,9
8,6
3,8
6,3
Quadro 4.23 – Contribuição de sedimentos fluviais para a
baixada de Jacarepaguá
RIOS
TRANSPORTE
MÉDIO (kg/s)
TRANSPORTE
ANUAL (t)
PERCENTUAL
NA BAIXADA
PERCENTUAL
NO TOTAL
Total
1,336
42.119
100,0
6,6
Rio Vargem Pequena
Rio Branco
Rio Vargem Grande
Rio Piabas
0,111
0,523
0,657
0,044
3.512
16.507
20.712
1.388
8,3
39,2
49,2
3,3
0,6
2,6
3,3
0,2
Com base nessas mesmas equações é possível calcular a quantidade de sedimentos
transportados por ocasião das fortes chuvas, que determinarão as vazões máximas dos rios e,
desta forma, estabelecer relações entre as quantidades médias e as máximas.
Conforme demostrado no quadro 4.24, após uma única grande chuva, de recorrência estatística
de 50 anos, a quantidade de sedimentos que entra no sistema equivale a de um período normal
médio de um ano para alguns rios. Desta forma, os canais fluviais podem passar para um regime
anastomosado (a carga de sedimentos em transporte supera a capacidade de transporte do rio
em condições de regime normais) logo após uma grande chuva. Este fato foi observado nos
trabalhos de campo e, em alguns trechos dos rios da Cachoeira, Anil e Paineiras, a carga de
95
sedimentos estava depositada no fundo dos leitos menores, comprovando o entulhamento
calculado.
Quadro 4.24 – Sedimentos transportados nas vazões máximas
SEDIMENTOS NA VAZÃO MÁXIMA (kg/s)
RIOS
Rio da Barra
Rio Cachoeira
Rio das Pedras
Rio do Anil
Arroio Fundo
Arroio Pavuna
Rio Pavuninha
Rio Camorim
Rio Vargem Pequena
Rio Branco
Rio Vargem Grande
Rio Piabas
TR=10
anos
TR=20
anos
4,6
43,5
174,5
513,9
1.513,0
67,1
23,8
161,0
4,7
3,5
42,7
9,7
6,4
59,5
269,2
787,7
2.312,5
87,8
31,0
260,0
6,3
4,9
58,2
13,1
TR=50
anos
RELAÇÃO
TR=50/VAZÃO
MÉDIA
8,4
76,7
383,3
1.111,5
3.243,8
109,2
38,8
384,7
7,9
6,4
74,8
16,8
148
351
1791
811
733
108
109
514
115
21
114
382
4.2.5 Dispersão Atmosférica e Qualidade do Ar
4.2.5.1 Direção e Velocidade do Vento
O deslocamento do ar, função dos graus variados de aquecimento da superfície, apresenta
diferentes direções e velocidades em dado momento, originando áreas dispersoras e receptoras
de ventos.
Para análise dos indicadores de freqüência e velocidade média por direção dos ventos recorreuse ao uso das normais climatológicas, cujas médias, sempre superiores a 20 anos de observação,
compreendem o período de 1931 a 1975. No que se refere à apresentação gráfica dos
indicadores, foi selecionada a estação meteorológica da Base Aérea de Santa Cruz, cujos
gráficos expressam:
− a distribuição das freqüências de cada direção, através do percentual em relação à média do
período;
− a velocidade média relativa às direções; e
− o percentual assumido pelas calmarias (ausência de ventos), ver anexo III.
A distribuição espacial dos ventos permite constatar expressivas diferenciações entre os diversos
compartimentos topográficos, podendo-se detectar a ocorrência de duas áreas nítidas.
A primeira, registra menor freqüência de calmarias, englobando os trechos mais elevados dos
Maciços Litorâneos, principalmente as áreas de cumeada (limites leste e oeste da área de
estudo). Verificam-se, nessas áreas, ventos com velocidades bastante expressivas.
O segundo compartimento, é representado pela baixada de Jacarepaguá, onde o percentual de
calmarias passa a ser cada vez mais elevado em função da posição dos terrenos em relação às
96
grandes linhas de relevo. A pior dispersão atmosférica deste compartimento é encontrada no Vale
do Rio Grande e a melhor ocorre ao longo da restinga arenosa cortada pela Avenida
Sernambetiba. O percentual de calmarias tende a crescer da linha de costa para o Norte.
Os indicadores mensais de velocidade média por direção dos ventos representam, de modo geral,
médias mensais com variações pouco significativas em relação à média de todo o período
considerado.
Na atmosfera, os sistemas de escala climatológica interagem com os sistemas de meso-escala e
estes, com os de micro-escala. Como a natureza da escala do estudo em foco é em micro-escala,
torna-se importante conhecer alguns conceitos básicos.
4.2.5.2 Estabilidade Atmosférica (inversão térmica)
O movimento vertical ascendente do ar é causado pela topografia, por deslocamentos de frentes
frias ou quentes e por convecção nos centros de baixa pressão. O deslocamento descendente é
típico dos centros de alta pressão.
Na atmosfera existem, em geral, três tipos de inversão térmica, que caracterizam a estabilidade
do ar: frontal, por subsidência e de radiação. A inversão térmica se caracteriza pelo aumento da
temperatura com a altura.
Para determinar a estabilidade e detectar a inversão térmica são utilizados os dados coletados
por radiossondagem, que consiste em observações reais e in loco da atmosfera, WMO (1964 e
1975). Além disso, a WMO recomenda que a área de estudo esteja situada a uma distância de
até 300 km da estação de observação do ar superior. Os dados do ar superior utilizados neste
trabalho foram obtidos diariamente, no período janeiro-agosto/90, na estação meteorológica de
altitude do aeroporto do Galeão, do qual a área de estudo dista em média 30 km. A partir da
análise dos diagramas aerológicos, ficou constatada a baixa ocorrência de inversões térmicas em
baixas altitudes. Os meses em que esse tipo inversão são mais freqüentes são os de inverno e os
de menor ocorrência, os de verão. Via de regra as inversões são desfeitas entre 24 a 72 horas
4.2.5.3
Compartimentação Topoclimática
Após análise sistemática da intensidade, duração e freqüência dos ventos reinantes na Bacia
Hidrográfica de Jacarepaguá, optou-se pela compartimentação do relevo segundo a orientação
das vertentes em relação à rosa dos ventos.
Tal processo justifica-se pela sua praticidade de visualização e entendimento do relevo enquanto
obstáculo a circulação geral da atmosfera (ver mapa Topoclimático – JAC-20-0004, em anexo).
Na região em questão, os ventos predominantes ou estão relacionados ao anticiclone semi-fixo
do Atlântico Sul (N, NE e E) ou estão associados aos processos de correntes perturbadas
provenientes das regiões polares (S, SO e O). Desta forma a freqüência dos ventos reinantes
coincidem em 90% do tempo com as grandes linhas estruturais do relevo, também conhecida por
Direção Geral Brasileira, que é SO/NE.
Desta forma são apresentadas quatro classes principais de compartimentação topoclimática: as
encostas de barlavento SO/ sotavento NE, encostas de sotavento SO/barlavento NE, vales
litorâneos N/S , compartimento baixada e compartimentos e vales intermontanos.
97
Em relação às potencialidades de dispersão atmosférica o compartimento que apresenta as
melhores condições é o das baixadas, seguidos pelos compartimentos de encostas orientadas
transversalmente em relação aos ventos dominantes (sistema barlavento/sotavento) e por fim,
com grau crítico de dispersão estão os vales intermontanos.
Para efeitos de análise, constata-se que, de modo geral, o mês de janeiro caracteriza-se pelo
predomínio do excedente hídrico devido à alta pluviosidade do período de verão. Verifica-se, mais
uma vez, que os valores registrados pelo excedente hídrico aumentam em função do relevo. A
deficiência hídrica é reduzida e ocorre pontualmente em alguns setores das baixadas.
No outono, representado pelo mês de abril, reduzem-se as áreas de excedente hídrico, em
relação ao período anterior. A diminuição da pluviosidade nesta época é responsável pela menor
extensão das áreas de excedentes hídricos, bem como pelos menores valores registrados. Assim,
os locais mais elevados, que no verão registram níveis de excedentes da ordem de 250 mm,
pouco ultrapassam o nível de 100 mm no outono. A faixa de reposição hídrica estende-se pela
baixada.
O mês de julho caracteriza-se por menores médias pluviométricas, registrando as maiores áreas
de deficiência hídrica. Estas aparecem, a grosso modo, no reverso dos maciços litorâneos do
município do Rio de Janeiro. A área de reposição hídrica amplia-se, dominando a baixada
litorânea, enquanto as áreas mais elevadas e mais expostas à entrada das massas de ar frio
continuam com índices de excedentes hídricos.
No mês de outubro, a faixa de reposição hídrica predomina, coincidindo com o início do período
das chuvas. As áreas de excedente continuam vinculadas às maiores altitudes e as de deficiência
são as de cotas mais reduzidas, limitando-se às baixadas com substratos do quaternário
(sedimentos inconsolidados areno-argilosos).
Este pressuposto teórico auxiliou a confecção da carta topoclimática, que acompanha este
trabalho, e identificação dos compartimentos classificados em relação aos seus graus e
condições de dispersão atmosférica.
A metodologia desenvolvida para a confecção dos mapa topoclimático, como visto anteriormente,
está apoiada na análise da intensidade, duração e freqüência dos ventos reinantes na baixada de
Jacarepaguá, optando-se, assim, pela compartimentação do relevo segundo a orientação das
vertentes em relação à rosa dos ventos.
♦
Compartimento: Maciços
O primeiro compartimento é representado pelos maciços, mais precisamente pelo sistema de
vales barlavento/sotavento. Os desníveis altimétricos são responsáveis pela abundância de
precipitações e, por conseguinte, apresentam um elevado potencial de “lavagem” das poeiras e
material particulado que possam ocorrer aí. Os grandes desníveis favorecem a ocorrência de
ventos de vale e de montanha que podem intensificar as velocidades das brisas marinhas,
reforçando, assim, às condições de dispersão atmosférica.
A ocupação e uso do solo deste compartimento estão relacionadas a dois vetores principais:
pequenos bairros e mais recentemente favelas intercalados com pequenas manchas de cultivo de
banana. Em ambos os casos não existem fortes restrições sob o ponto-de-vista da dispersão
atmosférica, uma vez que as condições naturais são altamente favoráveis à dispersão e estes
usos geram pequenas quantidades de material particulado para a atmosfera.
98
♦
Compartimento: Baixada
O segundo compartimento identificado corresponde ao compartimento da Baixada de
Jacarepaguá, formado por sedimentos areno-argilosos do quaternário. Este compartimento
possui uma forma ligeiramente trapezoidal, com sua base maior voltada para o Oceano Atlântico
e sua base menor para os alinhamentos de cristas dos morros do Valqueire e da Reunião. A
Leste e a Oeste o compartimento é barrado pelas colinas e maciços costeiros. Trata-se de uma
superfície ampla e muito uniforme do ponto-de-vista topográfico, não apresentando resistência à
circulação atmosférica.
Apesar deste compartimento apresentar boas condições de dispersão, durante boa parte do ano,
podem ocorrer nevoeiros de contato e inversões térmicas, sobretudo no período de
outono/inverno. A presença de importantes indústrias na região e grandes áreas urbanizadas
reforçam a atenção que deve ser dispensada no monitoramento das condições atmosféricas do
período crítico apontado acima, já que as más condições de dispersão podem provocar acidentes
de trânsito (nevoeiros), fechar as operações do Aeroporto de Jacarepaguá e promover irritações
oculares, bronquites e alergias nas populações que residem e trabalham na área.
Neste compartimento podem ser gerados cones (plumas) de poluição urbana durante um período
de estabilidade (ou seja, uma madrugada após uma noite clara). Cones de fumaça
horizontalizados são indicativos de estabilidade vertical e condições críticas de dispersão
atmosférica.
Com a rápida ocupação deste compartimento, extensão natural da cidade do Rio de Janeiro, e
substituição rápida das moradias unifamiliares por amplos conjuntos multifamiliares, a criticidade
de dispersão deverá aumentar rapidamente em função também do aumento do tráfego de
veículos automotores.
A intensificação da circulação de veículos e instalação de novas unidades industriais, sobretudo
na porção norte (mais precisamente no triângulo formado pelos bairros da Taquara, Pechincha e
Tanque), realimentarão negativamente a qualidade do ar que deverá registrar estados críticos,
principalmente no inverno.
A porção sul deste compartimento possui boas condições naturais de dispersão, mas com a
intensa ocupação urbana poderão ocorrer eventuais estados ruins de dispersão, principalmente
nos eixos a sotavento das brisas marinhas. Pequenos bolsões poderão ser provocados pela
intensa ocupação vertical e grande fluxo de veículos. Com o aumento da ocupação e instalação
de novas unidades habitacionais a qualidade do ar ao longo do eixo da Avenida das Américas
tenderá a cair, especialmente no inverno.
A subsidência ocorre durante a época das altas pressões, quando o ar mais frio e denso
encontrado em altitude flui para baixo, para as zonas de baixa pressão. Os ventos no nível do
solo deslocam-se procurando as capas mais baixas e menos densas. O ar mais frio das zonas
mais altas começa a descer, provocando um aumento gradativo de temperatura e diminuição da
umidade relativa do ar, formando nuvens baixas e de pequenas dimensões. A forte radiação,
comum nesta época do ano devido à baixa nebulosidade, conduz a formação de nuvens
esponjosas e passageiras. Este fenômeno natural ganha contornos dramáticos em regiões
intensamente ocupadas pois os poluentes são encapsulados próximos ao nível do solo.
99
♦
Compartimento: Vales Intermontanos
O terceiro compartimento identificado pelo trabalho refere-se às formações alveolares
intermontanas com condições naturais baixas de dispersão. Tratam-se de compartimentos em via
de ocupação por moradias. As principais manchas de criticidade de dispersão ocorrem no limite
Noroeste da Bacia Hidrográfica, mais precisamente no Vale do Rio Grande.
Com o processo de urbanização da Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá existe a tendência de
piorar a qualidade do ar. Calmarias associadas a geração de material particulado e aumento da
concentração de poluentes oriundos da combustão de derivados de petróleo serão cada vez mais
freqüentes. Reforçando ainda este quadro contribuem os arruamentos que não possuem
calçamento adequado e o adensamento de indústrias e tráfego de veículos automotores.
A mancha de maior criticidade ocorre ao longo da calha do Rio Grande, como dito anteriormente.
Por analogia, tomando-se os dados relativos à Bacia de Sepetiba (SEMA/ETEP/ECOLOGUS/SM
Group, 1997), para vales confinados, pode-se dizer que em uma região rebaixada e confinada por
um relevo mais acidentado, as calmarias ocorrem em praticamente 90% do tempo ao passo que
no compartimento baixada, descrito anteriormente, as calmarias ficam abaixo de 30%. A presença
de instalações industriais nestas áreas tende a agravar os problemas relativos à qualidade do ar.
Este compartimento é formado por um sistema de encostas transversais em relação aos ventos
dominantes. Ocorre principalmente ao norte da Bacia Hidrográfica e outras pequenas manchas
podem ser observadas nos limite Leste e Oeste. Via de regra, estas encostas não são utilizadas
para a ocupação de moradias e em grande parte as capoeiras e os pastos reinam absolutos
nestas vertentes. O alinhamento principal deste sistema de cristas e vales é Leste/Oeste e, desta
forma, durante boa parte do ano estarão barrando os ventos quer venham do sistema Nordeste
ou do sistema Sudoeste.
Além desta característica, este sub-sistema pode provocar precipitações localizadas, quando os
ventos sopram do Sul, e, quando sopram do Norte, podem intensificar o processo de
encapsulamento dos poluentes nos compartimentos baixada e alvéolos intermontanos devido ao
efeito de Föhn. Este fenômeno ocorre quando os ventos de transposição de obstáculos, no caso
específico a Serra do Mar, deixam no planalto parte de sua umidade e, ao dirigirem-se de
altitudes maiores para menores, sofrem aquecimento, sobretudo na área da baixada fluminense.
No processo de transposição das colinas e maciços costeiros, acabam por comprimir e reforçar o
encapsulamento de poluentes e material particulado em duas faixas, conhecidas como zona
principal - carregada de poluentes e material particulado, que vai do solo até uma latitude de
aproximadamente 250/300 m e uma zona secundária - menos carregada, que parte desta cota e
vai até uns 500 m, aproximadamente.
As condições naturais de dispersão ainda são relativamente boas e como o compartimento está
pouco ocupado a qualidade do ar foi pouco alterada. Este compartimento também necessita de
menos atenção que o compartimento baixada.
100
4.3 QUALIDADE DAS ÁGUAS E SEDIMENTOS DA BACIA
A caracterização da qualidade das águas teve como base o último levantamento sistemático
desenvolvido pela FEEMA, que realizou em 1989 levantamento de campo nas lagoas de
Jacarepaguá para uma avaliação das condições dos ecossistemas lagunares. Em visita a área
realizada em Fevereiro de 1998, já com vistas a elaboração deste EIA, foram também observados
na bacia os mesmos problemas diagnosticados pelo órgão ambiental na época, que interferem
na qualidade das águas:
− degradação das áreas de proteção das lagoas, com áreas utilizadas para vazadouro de lixo;
− assoreamento das lagoas, com o surgimento de espigões e ilhas que impedem a circulação de
pequenas embarcações;
− desnivelamento do leito das lagoas, determinado pela extração incorreta de areia, gerando
pequenos bolsões com grandes profundidades, principalmente na lagoa de Jacarepaguá
(grandes volumes foram retirados para os aterros de obras como Riocentro e Autódromo de
Jacarepaguá, segundo informações locais);
− represamento de rios poluídos, devido a presença de grande quantidade de vegetação
aquática (macrófitas aquáticas), cuja presença favorece a proliferação de mosquitos e
determina, ainda, através do seu processo de decomposição, um balanço negativo de oxigênio
dissolvido na água;
− desenvolvimento de condições anaeróbicas, em virtude da alta concentração de esgoto bruto e
a presença de vegetação aquática em decomposição, com a consequente liberação de gases
de odor desagradável;
− acréscimo de carga orgânica e nutrientes, contribuindo para a eutroficação;
− mortandade de peixes.
Dados do Anuário Estatístico do Município do Rio de Janeiro (IPLANRIO 1993/94) contabilizam,
com dados do Censo Populacional de 1991, 526.302 habitantes na bacia, distribuídos nas regiões
de Jacarepaguá (428.073 hab) e Barra da Tijuca (98.229 hab).
A situação atual de esgotamento sanitário da baixada de Jacarepaguá faz com que os rios e as
lagoas da bacia sejam o destino final da grande maioria dos efluentes domésticos e industriais.
Algumas indústrias possuem sistemas de tratamento de seus efluentes líquidos. Entretanto,
sabe-se que os padrões de qualidade das águas tanto dos rios como das lagoas já se encontram
excedidos para os usos preconizados.
Como corpo receptor natural, portanto, o sistema lagunar de Jacarepaguá continuará a
incorporar quantidades crescentes de poluentes com agravamento sério de seus já críticos
problemas, se medidas mitigadoras não forem rapidamente implantadas.
Deste modo, os projetos previstos neste Programa de Recuperação Ambiental da Baixada de
Jacarepaguá, principalmente o projeto de esgotamento sanitário e o projeto de macrodrenagem
devem proporcionar melhorias ao sistema lagunar como um todo.
101
4.3.1 Qualidade da Água dos Rios da Bacia
A baixada de Jacarepaguá vem sofrendo um processo acelerado de ocupação do solo, seja pela
implantação de indústrias na região de Jacarepaguá ou pelo crescimento das áreas urbanas. Este
crescimento é o responsável pelo aumento da carga poluidora lançada nos corpos d’água da
região, contribuindo, deste modo,
para a degradação do ecossistema aquático e o
comprometimento dos seus usos.
Segundo as Diretrizes No. 109 (Diretriz de Classificação dos Corpos Receptores da Bacia
Hidrográfica das Lagoas de Jacarepaguá) e No. 110 (Diretriz de Classificação das Lagoas de
Jacarepaguá) da FEEMA, a maior parte dos rios da bacia pode ser utilizado para fins de
preservação da fauna e flora e uso estético.
Alguns rios pode ser utilizados para abastecimento público com ou sem desinfecção (rio da
Cachoeira, rio Papagaio, rio Grande e rio Camorim nas suas nascentes) ou com filtração lenta e
desinfecção (rio Sangrador na sua nascente). Os rios Grande, Tindiba e Covanca podem ainda
ser utilizados para irrigação de hortaliças nas proximidades de suas nascentes.
O enquadramento atual das lagoas de Jacarepaguá, Camorim, Tijuca e Marapendi considera os
usos benéficos de recreação de contato secundário, preservação da fauna e flora e uso estético.
Dados de qualidade da água publicados do período 1982/83 mostravam que diversos parâmetros
de qualidade de água se encontram fora dos padrões estabelecidos para os usos de preservação
de flora e fauna. O Quadro 4.25 apresenta alguns destes critérios, que foram considerados
relevantes no problema de poluição das lagoas de Jacarepaguá.
Quadro 4.25 - Padrões de qualidade de água para preservação de
flora e fauna
PARÂMETRO
Materiais flutuantes
Óleos e graxas
Subst. que comuniquem gosto ou odor
Coliformes totais
Coliformes fecais
PH
Oxigênio Dissolvido (OD)
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
+
Nitrogênio Amoniacal (NH4 )
Fósforo Total (PT)
Ferro Total (FeT)
Clorofila “a”
PADRÃO
Virtualmente ausentes
Virtualmente ausentes
Virtualmente ausentes
< 20.000
< 4.000
6,5 a 8,5
> 4,0
< 10,0 (*)
< 0,4 (*)
< 0,05 (*)
< 0,3
< 10,0 (*)
UNIDADE
------NMP/100ml
NMP/100ml
u.pH.
mg/l
mg/l
mg/l
mg/l
mg/l
ug/l
Fonte: Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente - FEEMA.
(*) Padrões de acordo com normas internas da FEEMA, RJ; 1981.
O Quadro 4.26 apresenta os dados médios obtidos para as diversas estações amostradas nos
anos de 1982/1983. A localização das estações amostradas está apresentada na Figura 4.1.
Compilações mais recentes (FEEMA, 1991 in CONSAG, 1995) apresentam resultados
semelhantes quanto à qualidade dos corpos hídricos.
102
7467500
Ti
nd
iba
PRA}A SECA
3
1
ueno
Peq
TANQUE
GR-144
Rio
7465000
anca
Cov
Rio
Sub-bacia do Rio Grande
2
Rio
4
TAQUARA
Rio
9
DO
12
Ri
o
r
Sto.
18
o
Ri
Limite de Bairros
R.
1
BAIRROS
2
o
Co'rreg
ALTO DA BOA VISTA
3
Rio
da
Gavea
a
em
z
u
M
Pontos de Amostragem (FEEMA,1982/83)
Pequena
4
Pontos de Amostragem (FEEMA,1989)
Sub-bacia do Rio da Cachoeira
ITANHANGA'
Micro-bacia do Rio Muzema
BARRA DA TIJUCA
AME'RICAS
A
UC
TIJ
7457500
LEGENDA
CC-00
Esta{o~es de Amostragem nos Rios (FERNANDES,1993)
5
Esta{o~es de Amostragem nas Lagoas (FERNANDES,1989)
Rio
Jac
are
'
TJ-304
Barr
a
AVENIDA DAS
Limite de sub-bacias
7460000
Rio
Micro-bacia do
Rio da Barra
MR-370
MR-363
7455000
da
Unidade Especial de Restinga
L
CANA
Rio
CANAL
SERNAMBETIBA
DO
RECREIO DOS BANDEIRANTES
R
DO
A
LV
SA E
ND
DA LE
I
L
EN A
AV
R.
o
Ri
15
CM-320
Ta
qua
ra
16
Urubu
ADO
CORT
Caveira
S.
Rio
Anil
do
Ri
o
Pe d
10
BARRA DA TIJUCA
XXIV-RA
17
It
Ca
ch anhan
oe
ga'
ira
NHO
MARI
s
da
da
Ca
lem
ba
'
Ri o
Rio
RIO
11
1
TIJUCA
VIII-RA
as
14
6
5
MR-362
LOCALIZA}A~O
JOA'
ANTES
BANDEIR
DE
das
8
4
2
Reti
ro
Rio
Cancela
Rio
do
7
6
LO
RTE
O
P
Ve lha
13
3
im
JC-341
MN-240
RT-20
PV-180
AVENIDA AYRTON SENNA
Rio
Ri
o
Canudo
Pequena
Pasto
Canal
do
Morto
GRANDE
ho
al
sc
Ca
Bo
nit
o
ge
m
Rio
Rio
Branco
Rio
EM
ARG
DE V
do
Ri
o
Canal
Ca
mo
r
r
Va
DO
L
NA
CA
5
do no
C. rmi
Fi
Ca
na
l
VARGEM PEQUENA
Sub-bacia do Rio das Pedras
Rio
1
Rio
Lagoa
Limite da macro bacia da baixada de Jacarepagua'
de
A{u
Po
rta
~o
Ca{ambe
4
GARDE^NIA
AZUL
r.
Rio
JACAREPAGUA'
Papagaio
Rio
o
ndr
Sub-bacia da Zona dos Canais
ou
PN-480
Via urbana
Papagaio
ea
R. L
ado
Morg
CAMORIM CM-220
Rio
Ca
ch
oe
oca
ira
da T
Sub-bacia do Rio Camorim
7
NA
VU
A
P
Retiro
Rio ou canal
Rc
h.
Rio
ANIL
FN-100
Bom
'r
Co
Pa
ine
ir a
s
3
da
Rio
i nho
ar
s
Rio
Rio
Pa
ss
Rio
6
FUNDO
2
do
s
Rch.
e
itit
Qu
Rio
AN-40
OIO
ARR
o
Rio d
VARGEM GRANDE
Rio
a
res
Rep morim
Ca
do
Pa
vun
inh
a
c
Sa
~o
ara
CURICICA
JACAREPAGUA'
~
CONVENCOES
,
ha
in
at
sc
Ca
Cabungui
1
CIDADE
DE
DEUS
AR
R
O
IO
Mo
inh
o
Sub-bacia do
Rio dos Passarinhos
co
cis
an
Fr
Rio
Rio
Sub-bacia do Rio Guerengue^
7462500
da
GR-141
Sub-bacia do Rio do Anil
FREGUESIA
Ba
nc
a
Rio
Rio
5
a
ho
o
Ri
Estiv
da
TAQU
ARA
Rio
g en
En
GM-400
1
or
ad
r
ng
Sa
s
no
ga
Ci
a
Novo
^
UE
E REN G
GU
is
Div
JACAREPAGUÁ
XVI-RA
RI
O
PECHINCHA
do
s
Ar
ea
l
RI
O
1
Ri
o
An
t
o
^n
io
lo
njo
Mo
a
io
ro ch
Ar hin
c
Pe
Piabas
DAS
RIO
PRAIA
HAS
TAC
A
ETIB
22 47'30''
43 03'45''
22 52'30''
DOS
22 50'00''
22 55'00''
22 57'30''
Micro-bacia
Joatinga
43 48'45''
23 00'00''
43 45'00''
B
NAM
SER
23 02'30''
43 26'15''
43 41'15''
Canal
A
NID
AVE
CANAL
s
ba
Pia
43 22'30''
43 18'45''
43 15'00''
43 11'15''
43 07'30''
23 05'00''
43 37'30''
43 33'45''
43 30'00''
7452500
OCEANO
Rio
ATLA^NTICO
o
Ri
Micro-bacia da Prainha
s
da
GRUMARI
~
PROJECAO
,
UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR
ESCALA GRAFICA
Al
ma
s
Rio
1
0
1
2
3km
do
Sub-bacia de Grumari
0
un
M
Origem da quilometragem : Equador e Meridiano 45 W.Gr.
acrescidas as constantes 10.000km e 500km, respectivamente
7450000
Datum vertical : maregrafo Imbituba, SC
-
d o
-
Datum horizontal : Corrego Alegre, MG
FIG. 4.1
ESTA}O~ES DE MONITORAMENTO
DA QUALIDADE DAS A'GUAS
7447500
647500
650000
652500
655000
657500
660000
662500
665000
667500
670000
672500
675000
677500
Sondotecnica
Quadro 4.26 - Resultados mínimos e máximos de análise de parâmetros
de qualidade da água para estações localizadas nos rios
contribuintes às lagoas de Jacarepaguá
Período: 1982 – 1983
PARÂMETRO CRITICO /
PADRÃO DE QUALIDADE
ESTAÇÕES DE
MONITORAMENT
VIOLAÇÃO DO
NÚMERO DE
FAIXA DE
PADRÃO (%)
DADOS
VARIAÇÃO
O
Oxigênio Dissolvido (mg/l)
GR 141
100
9
0,4 - 2,2
4,0 <mg/l <10,0
FN100
100
9
0,0 - 1,6
PV180
100
9
0,0 - 0,4
PN480
100
9
0,0 - 1,6
AN 40
85
9
0,4 - 4,8
GN400
75
9
0,4 - 5,6
MN240
75
9
0,4 - 11,2
CM220
50
9
6,4 - 16,6
RT 20
37
9
1,8 - 7,0
Demanda Bioquímica de
AN 40
100
9
12 - 90
Oxigênio (mg/l) <10,0 mg/l
GR141
100
9
20 - 60
PV180
100
9
12 - 83
Nitrogênio Amoniacal
(mg/l) < 0,5mg/l
Nitrogênio Orgânico (mg/l)
< 1,0 mg/l
PN480
100
9
18 - 60
MN240
100
9
12 - 68
FN100
88
9
8 - 24
GN400
88
9
7 - 44
CM220
63
9
1,2 - 60
RT 20
50
9
4,0 - 12,0
RT 20
100
9
0,9 - 6,8
AN 40
100
9
3,2 - 11,1
GR 141
100
9
3,5 - 8,2
FN 100
100
9
2,3 - 7,6
GN 400
100
9
2,3 - 12,3
PV 180
100
9
2,8 - 11,6
PN 480
100
9
2,6 - 12,2
MN 240
63
9
0,01 - 1,44
CM 220
25
9
0,00 - 1,11
GR 141
100
9
1,6 - 5,4
MN 240
100
9
2,0 - 7,9
GN 400
88
9
0,7 - 4,1
PN 480
88
9
0,8 - 4,6
FN 100
88
9
0,7 - 6,6
AN 40
75
9
0,7 - 8,1
RT 20
63
9
0,6 - 3,2
PV 180
63
9
0,1 - 4,1
CM 220
63
9
0,5 - 3,1
CC 00
25
9
0,8 - 1,7
(continua)
104
(continuação, quadro 4.26)
PARÂMETRO CRITICO /
PADRÃO DE QUALIDADE
ESTAÇÕES DE
MONITORAMENT
VIOLAÇÃO DO
NÚMERO DE
FAIXA DE
PADRÃO (%)
DADOS
VARIAÇÃO
O
Fósforo Total (mg/l)
<0,1 mg/l
Surfactantes Aniônicos
(M.B.A.S) (mg/l) <0,5 mg/l
Níquel (mg/l) < 0,025 mg/l
Fenóis (mg/l) < 0,001 mg/l
Cianetos (mg/l) < 0,02 mg/l
DDT mg/l < 2 x 10
-6
DDT
mg/l
Dieldrin mg/l < 5 x 10
mg/l
Coliformes fecais
3
(NMP/100 ml x 10 )
3
< 4 NMP x 10 /100 ml
-6
RT 20
100
9
0,3 - 1,1
AN 40
100
9
0,6 - 3,0
GR 144
100
9
0,1 - 0,26
GR 141
100
9
1,1 - 2,2
FN 100
100
9
0,6 - 1,6
GN 400
100
9
0,7 - 2,9
PV 180
100
9
0,6 - 3,1
PN 480
100
9
0,5 - 3,2
MN 240
100
9
0,1 - 1,6
CM 220
88
9
0,07 - 0,48
CC 00
87
9
0,09 - 0,31
GR 141
88
8
0,22 - 1,78
AN 40
63
9
0,20 - 1,75
FN 100
50
9
0,16 - 0,88
GN 400
50
9
0,08 - 1,52
PV 180
50
9
0,21 - 1,43
RT 20
37
8
0,11 - 1,05
AN 40
37
9
< 0,01 - 0,074
AN 40
100
8
0,002 - 0,018
FN 100
100
8
0,001 - 0,007
PV 180
100
8
0,001 - 0,010
PN 480
100
8
0,010 - 0,108
GR 141
86
8
< 0,001 - 0,016
GN 400
86
8
0,0 - 0,012
PV 180
43
8
0,0 - 0,025
PN 480
75
4
0,0 - 2 x 10 -4
PN 480
100
4
(4 - 16) x 10 -4
CC 00
50
4
0,0 - 2 x 10 -5
RT 20
50
4
0,0 - 2 x 10 -5
PN 480
50
4
0,0 - 6 x 10 -5
CC 00
RT 20
AN 40
FN 100
GR 141
GR 144
PV 180
GN 400
PN 480
MN 240
CM 220
100
100
100
100
100
100
100
100
100
87
50
9
9
9
9
9
9
9
9
9
9
9
49
- 1.000
24 - > 24.000
79 - > 24.000
130 - >24.000
330 - >24.000
23 - 1.700
130 - 16.000
130 - 24.000
35 - >24.000
< 2,3 - 49
<2,3 - 23
Estes dados apresentados mostram que já na década de 1980 muitos dos parâmetros
amostrados apresentavam violação de padrão em diversas estações da bacia, demostrando o
grau de comprometimento da qualidade da água para usos estabelecidos.
105
As estações localizadas no Rio Grande (GR-141), Arroio Fundo (FN-100), Pavuninha (PN-480) e
Arroio Pavuna (PV-180) apresentaram em todas as amostras obtidas neste período valores de
Oxigênio Dissolvido (O.D.) extremamente baixos, assim como elevados teores de D.B.O.,
nitrogênio e fósforo. Nessas estações também foram detectados altos índices de coliformes
fecais, confirmando a forte contaminação desses rios por origem orgânica e doméstica.
As estações AN-40 (rio Anil), FN-100 (arroio Fundo), PV-180 (arroio Pavuna) e PN-480 (rio
Pavuninha) apresentaram também em todas as amostras tomadas valores acima do padrão para
fenóis, caracterizando contaminação por origem industrial. A estação AN-40 apresentou também
em algumas amostras teores de níquel acima do padrão.
Todas as estações amostradas na bacia, a exceção apenas das estações MN-240 (rio Marinho) e
CM-220 (rio Camorim), apresentaram elevados níveis de contaminação de origem fecal.
Embora os dados acima apresentados não sejam atuais, pouca coisa foi alterada no quadro
infraestrutural existente na bacia de Jacarepaguá desde a década de 1980. Considerando o
crescimento populacional e industrial na bacia, a situação atual da qualidade das águas deve ser
provavelmente mais crítica do que a apresentada no período de 1982/83. Em 1989 a FEEMA
realizou uma avaliação limnológica preliminar da qualidade da água da bacia de Jacarepaguá.
Nesta ocasião foram medidos parâmetros no campo (O.D., pH, condutividade elétrica e
temperatura) e coletadas amostras para posterior análise de outros parâmetros.
Foram amostrados os rios Camorim, Grande, Pequeno, Guerenguê, Cachoeira e Gávea e os
arroios Pavuna e Fundo. Os dados disponíveis, relativos as medições realizadas no campo,
mostram que os rios da região encontravam-se classificados como poluídos, a exceção das
cabeceiras dos rios Grande e Cachoeira, e da maior parte do rio Camorim. Um resumo dos
resultados obtidos neste levantamento estão apresentados no Quadro 4.27.
Dados mais recentes, obtidos por Fernandes (1994) em análise de metais pesados em amostras
de água tomadas próximo as áreas de descarga dos rios tributários às lagoas estão apresentados
no Quadro 4.28.
106
Quadro 4.27 - Avaliação limnológica preliminar da qualidade da água da bacia de Jacarepaguá – Dados do período OUT/86 – JAN/88
RIO
Cachoeira
PONTO
LOCALIZAÇÃO
APROXIMADA
1
2
3
4
5
Cascatinha Taunay
Montante Açude da Solidão
Estrada Maracaí (mont. Polygram)
Rua Itália Fausto
Foz do rio
1
1
2
3
4
Indústria Polygram
Montante reserv. CEDAE
Ponte próx. Furnas
(estação GR-144)
Estrada do Curumau (GR-143)
5
6
7
Pequeno
(estação GR-142)
Rua André Rocha
Fábrica Wella (GR-141)
Montante de GR-144
Arroio Fundo
(estação EN-110)
PARÂMETROS ANALISADOS
COND. ELÉT.
O.D.
(uS/cm)
(mg/l)
pH
Guerenguê
1
2
Estrada do Outeiro Santo
Próx. Industria Mane
Arroio Pavuna
1
2
3
Próx. fábrica Le Petit
Próx. Ind. Schering
Próx. ponte Via 5
Camorim
1
2
3
4
5
6
Montante Represa Camorim
Montante Represa Camorim
Jusante do reservatório
Estrada do Camorim
Próx. colonia férias Cronus Eng.
Próx. Riocentro
CLASSE
poluído
pouco contaminado
poluído
fortemente poluído
poluído
III
I
III
IV
III
condições tóxicas
não contaminado
mod. contaminado
poluído
extremamente poluído
VI
I
II
III
V
extremamente poluído
extremamente poluído
extremamente poluído
fortemente poluído
V
V
V
IV
biota pobre; vegetação marginal;
redução no sedimento
extremamente poluído
V
areia escura; redução
lodo negro; redução
extremamente poluído
fortemente poluído
V
IV
extremamente poluído
extremamente poluído
extremamente poluído
V
V
V
não contaminado
não contaminado
não contaminado
mod. contaminado
poluído
poluído
I
I
I
II
III
III
83-112
25
77-110
90-110
118
9,5-5,6
> 9,4
9,6
7,8-9,6
6,2
6,5-6,7
6,8
6,8
7,6
7,0
79-128
71
108
72-140
130-209
6,0-9,4
até 10,0
6,6-9,0
6,4-8,7
3,6-6,0
6,2
6,6-7,2
6,7-7,3
6,6-7,1
6,6-7,5
117-279
(caracteristicas semelhantes ao ponto 4)
(caracteristicas semelhantes ao ponto 4)
(caracteristicas semelhantes ao ponto 4)
3,6-7,5
6,6-7,5
lixo; águas cor marron
Gávea
Grande
CLASSIFICAÇÃO
FEEMA (DILAB-4)
ASPECTOS
307
0,9
7,0
192-458
114-221
0,0-2,4
2,0-5,8
6,3-6,9
6,7-6,9
660
lixo, DBO
lixo e óleo
lixo e detritos
vegetação marginal
favelas a montante
Óleo
águas claras, sem poluição
lixo nas margens
lixo no leito e margens
lixo no leito e margens; águas cor
marron
0,1
6,9
sedimento negro; óleo na água
(caracteristicas semelhantes ao ponto 1)
(caracteristicas semelhantes ao ponto 1)
43
alto
6,0
baixa
60
108
saturado
8,6
alto
7,2
6,0
7,5
6,6
água limpa
água limpa
água limpa
águas claras
extração de areia
águas cor marron
Quadro 4.28 – Concentração de metais pesados na água dos rios
CONCENTRAÇÃO
METAL
(n = 8)
Zn
Cu
Pb
Mn
MÉDIA
(ug/l)
DESVIO
(ug/l)
9,63
0,94
0,61
12,7
3,59
0,45
0,43
8,00
MINIMO
(ug/l)
MÁXIMO
(ug/l)
5,88
0,37
0,18
1,40
17,12
1,58
1,21
26,00
(Amostras coletadas nas áreas de descarga dos rios tributários a Lagoa de Jacarepaguá)
Fonte: Adaptado de Fernandes, H.M. et al., 1993
4.3.2 Fontes de Poluição
4.3.2.1 Industrial
Conforme mencionado anteriormente, a baixada de Jacarepaguá vem sofrendo um processo
acelerado de ocupação do solo, tanto pela implantação de indústrias como pela ocupação
residencial. A ausência de estruturas adequadas de saneamento geram o lançamento de uma
elevada carga poluidora nos corpos d’água da região, que por sua vez têm nas lagoas seu
destino final.
Foram contabilizadas na década de 1980 (Medeiros, 1982) cerca de 186 indústrias na bacia,
sendo que destas apenas 7 de grande porte, 28 de médio porte, e as restantes de pequeno
porte. Predominam na bacia os ramos de atividade Minerais não Metálicos e Químico/
Farmacêutico/Perfumaria. O Quadro 4.29 apresenta a distribuição das indústrias por ramo de
atividade e porte industrial. Essas duas atividades industriais predominantes contribuem
principalmente com carga orgânica e fenóis, além de cromo, cádmio e cianetos provenientes das
indústrias de material elétrico e das indústrias do ramo gráfico, têxtil e metalúrgico existentes. A
região conta também com indústrias do setor de alimentos e bebidas, que em geral contribuem
com grande carga orgânica.
Quadro 4.29 - Classificação das atividades
RAMO DE ATIVIDADE
Minerais não metálicos
Metalúrgicas
Mecânicas
Mat. Elétrico e de Comunicação
Papel e Papelão
Borracha
Química/Farmacêutica/Perfumaria
Material Plástico
Têxteis
Alimentícias/Bebidas
Abatedouros
Gráfica
Diversas
TOTAL
NÚMERO DE
EMPRESAS
PORTE
PEQUENO
MÉDIO
GRANDE
35
23
07
09
05
02
30
08
04
07
11
06
39
31
21
05
03
04
01
24
08
02
05
11
04
32
03
02
02
05
01
01
03
02
01
01
07
01
01
03
01
01
-
186
151
28
07
Fonte: Medeiros, 1982
Vale mencionar também que algumas unidades industriais possuem estações de tratamento de
efluentes. A operação dessas estações gera a formação de lodos, que contém resíduos de
108
metais pesados. Esses resíduos são acondicionados em tambores, no próprio local, podendo
constituir fonte potencial de poluição, em caso de acidentes.
O Quadro 4.30 apresenta uma estimativa da carga poluidora oriunda das indústrias da Bacia de
Jacarepaguá, estimada em termos de quilogramas por dia, com base nas informações referentes
aos efluentes industriais (período de 1977/80).
Quadro 4.30 - Carga poluidora industrial
CARGA INDUSTRIAL
(kg/dia) (*)
PARÂMETRO
Resíduos não filtráveis totais
DBO
Fósforo total
Nitrogênio total
Fenóis
Cianeto
Cádmio
Cromo
Ferro
5.300,00
3.619,00
9,10
48,60
1,60
0,30
0,09
0,34
0,59
Fonte: Medeiros, 1982
O Quadro 4.31 apresenta as principais indústrias poluidoras existentes na região e a composição
provável dos seus efluentes líquidos e resíduos sólidos, bem como a situação dos equipamentos
de controle ambiental existentes.
Em recente levantamento realizado junto a FIRJAN - Federação das Indústrias do Estado do Rio
de Janeiro - foi obtida uma listagem com informações cadastrais de 80 indústrias existentes na
bacia de Jacarepaguá, apresentada em Anexo.
Conforme observado nos resultados apresentados para a qualidade da água dos rios, as
indústrias são responsáveis por sérios problemas de contaminação dos principais rios da bacia,
principalmente nos arroios Pavuna e Fundo, e nos rios Grande e Gávea.
4.3.2.2 Doméstico
Na região da baixada de Jacarepaguá, a existência de favelas sem esgotamento sanitário e de
rede de esgotos ainda precária em alguns pontos da bacia, vem a ser os fatos causadores da
grande carga orgânica diariamente lançada nos rios e consequentemente nas lagoas de
Jacarepaguá.
Soma-se a isso a situação de operação e instalação das estações de tratamento de esgotos
(ETEs) existentes nos condomínios da Barra da Tijuca e Jacarepaguá, que deveriam estar
operando e desta forma contribuindo para a redução da carga orgânica nas lagoas. Em 1990,
data do levantamento apresentado no Quadro 4.32, dos 132 condomínios fiscalizados, apenas 72
possuiam ETEs (55%), sendo que dentre estas, cerca de 26% ainda não estavam funcionando.
109
De acordo com dados mais recentes obtidos junto à SMAC (1997), dos 130 condomínios
levantados nas proximidades da lagoa de Marapendi, entre a Av. Sernambetiba e Avenida das
Américas, no Recreio dos Bandeirantes e Barra da Tijuca, 15% apresentavam tratamento
secundário, 30% apresentavam tratamento primário e os restantes 55% não possuiam
tratamento.
Quadro 4.31 - Principais poluentes gerados pelas industrias localizadas na
bacia de Jacarepaguá
CORPO
RECEPTOR
RIO ANIL
NOME DA
INDÚSTRIA
HELIO BARKI S/A
Ind. e Com.
Ind. Bebidas
ANTÁRCTICA
ARROIO
PAVUNA
PRINCIPAIS POLUENTES
GENERO
EFLUENTES
LÍQUIDOS
TEXTIL
BEBIDAS
Lanifício LESLIE
TEXTIL
Fábrica de Papel
TIJUCA
PAPEL
RESÍDUOS
SÓLIDOS
Zn, Cr, CN, Fenóis Resíduos contendo
metais pesados.
SITUAÇÃO DE
CONTROLE
RESÍDUOS ATMOSFÉRICOS
Partículas, SOx, Tratamento em
NO2, CO, HC.
operação. Resíduos
entamborados.
DBO, Plot, Ntot
DBO, pH, cor, Zn,
Cr
(relocação)
Granja ANGOLA
ALIMENTÍCIO DBO
Coop. Avicultores e
Criadores de
Jacarepaguá
ALIMENTÍCIO DBO
Abatedouro Flor de
Jacarepaguá
ALIMENTÍCIO DBO
QUIMISSINTESA
Prod. Químicos
QUÍMICA
DBO,DQO, Plot,
Ntot
ESSEX Química Ind.
Com. Ltda.
QUÍMICA
DBO, DQO, Ptot,
Ntot
Lodo orgânico da
ETDI; embalagens
em geral.
Partículas, SOx, Tratamento em
NOx, CO, HC.
operação. Lodo
orgânico disposto
em área da
empresa.
Equipamento de
poluição do ar em
operação.
FARMACÊUTIC DBO, DQO, Ptot,
A
Ntot
Lodo orgânico da
ETDI; embalagens
em geral.
Partículas, SOx, Tratamento de
NOx, CO, HC.
efluentes em
operação. Lodo
orgânico disposto
em área da
empresa.
DBO, DQO, Fenóis, Lodo orgânico da
Ptot, Ntot, O & G
ETDI; embalagens
em geral.
acetona, odores Tratamento em
diversos.
operação;
equipamentos de
controle do ar
operando; lodo
orgânico enviado
para COMLURB.
Ind. Farmacêuticas
SCHERING
Cia. de Ceras
JOHNSON
QUÍMICA
Partículas, SOx, Tratamento em
NOx, CO, HC.
operação.
(continua)
110
(continuação, quadro 4.31)
CORPO
RECEPTOR
RIO
GRANDE
NOME DA
INDÚSTRIA
MERCK S/A Ind.
Química
BELFAM Ind.
Cosméticos
EFLUENTES
LÍQUIDOS
Granja e Abatedouro
CALDELAS
ALIMENTÍCIO DBO
Farmacêutica
DBO,DQO,SE, Ntot
TELETRA do Brasil
Telecom. Ltda.
MATERIAL
ELÉTRICO
Cr, Cd, CN
AGGS Indústrias
Gráficas
GRÁFICA
Fenóis, CN, Ag
Granja Avícola do
XOKO
Partículas, SOx, Sem tratamento.
NOx, CO, HC.
Equalização
vapores ácidos,
HC, vapores
alcalinos,
partículas.
Tratamento
desativado.
Partículas, SOx, Sem tratamento.
NOx, CO, HC.
METALURGICA Cu, CN, Hg, Zn
ALIMENTÍCIO
Tratamento de
efluentes em
operação
Lodo químico
contendo metais
pesados; resíduos
de cabine de pintura;
resíduos sólidos
provenientes do filtro
de areia que recebe
os efluentes de
lavagens ácidas e
alcalinas.
aparas de latão; lodo Partículas,
Tratamento em
contendo metais
fumos metálicos, operação. Resíduos
pesados.
vapores
entamborados.
alcalinos.
Tratamento Físicoquímico
Bijuteria
METALURGICA Cu, Ni, CN, pH
GRANSMUCK Ltda.
ARROIO
FUNDO
RESÍDUOS ATMOSFÉRICOS
QUÍMICA
ALIMENTÍCIO DBO
Metalúrgica
BRISTOL
RESÍDUOS
SÓLIDOS
QUÍMICA/FARM DBO,DQO, Fenóis
ACÊUTICA
SOAVES
RIO
Laboratório
GERENGUÊ DELANDE
SITUAÇÃO DE
CONTROLE
PRINCIPAIS POLUENTES
GENERO
DBO
Fonte: adaptado de FEEMA, 1985.
Quadro 4.32 – Situação de controle das estações de tratamento de
esgotos sanitários (1990)
BAIRRO
CONDOMÍNIOS
SOB
FISCALIZAÇÃO
POSSUEM
ETE
ETE
OPERANDO
ETE
PARALISADA
Barra/Recreio
108
56
49
7
Jacarepaguá
24
16
4
12
24a.+16a.RA
132
72
53
19
Fonte: FEEMA, 1991
111
A partir dos dados do monitoramento executado pela CEDAE nas ETEs particulares existentes na
região da Barra da Tijuca, está apresentado no Quadro 4.33 a estimativa de carga orgânica de
origem doméstica lançada diariamente nas lagoas da bacia.
No Quadro 4.34, estão estimadas as cargas orgânicas de origem doméstica provenientes da
baixada de Jacarepaguá, considerando-se que os efluentes sanitários das populações não
atendidas por rede de esgotamento, são lançados diretamente nos corpos hídricos da região.
4.3.3 Dados das Análises de Sedimentos
Devido à presença de expressivo número de indústrias na bacia de Jacarepaguá que lançam ou
lançaram efluentes líquidos tóxicos nos rios da região, é importante verificar a qualidade dos
sedimentos, principalmente no que se refere a sua contaminação por metais pesados.
Uma vez que as lagoas encontram-se bastante assoreadas, e que para que a circulação de água
seja restabelecida, será necessário executar serviços de dragagem não apenas dos rios e canais,
mas também das lagoas, torna-se mais relevante conhecer a situação atual de contaminação dos
seus sedimentos.
Fernandes et al. (1994) realizaram amostragem de sedimentos em diversos rios contribuintes às
lagoas. A amostragem cobriu basicamente as áreas sob influência direta das descargas
domésticas e industriais. Foram considerados os 10 cm da camada superficial do sedimento
como sendo a fração que representa o conteúdo de metais de origem antropogênica.
Os resultados deste levantamento mostraram que os Arroio Pavuna (Cd, Cu, Zn e Pb), Arroio
Fundo (Pb, Cu e Zn) e o rio Anil (Pb, Cu e Zn) são as principais fontes potenciais de metais para
as lagoas. O rio Camorim apresentou-se relativamente bem preservado de descargas domésticas
e industriais.
As áreas mais contaminadas das lagoas correspondem aquelas próximas as desembocaduras
dos arroios Pavuna e Fundo, provavelmente devido a pouca circulação de água nas lagoas.
Os resultados obtidos para os metais pesados Zn, Cu, Pb e Mn em sedimento nas lagoas não
caracterizam as águas das lagoas como severamente poluídas, se comparados aos resultados
obtidos para outras áreas como a Baía de Guanabara.
Os resultados obtidos para as análises de metais pesados em sedimentos dos rios tributários e
das lagoas estão apresentados nos Quadros 4.35 e 4.36.
112
Quadro 4.33 - Carga orgânica de origem doméstica lançada nas lagoas
da bacia de Jacarepaguá
LAGOAS
CONDOMÍNIOS
LAGOA DE JACAREPAGUÁ
Superm. Paes Mendonça
Casa Shopping
Superm. Carrefour
Superm. Freeway
Makro Atacadista
Barra Shopping
DBO
AFLUENTE
DBO
EFLUENTE
702
471
898
632
409
822
567
75
135
296
116
283
REDUÇÃO
%
19,2
84,1
85,0
53,2
71,6
65,6
VAZÃO
ESTIMADA
(l/s)
3,2
2,3
3,4
2,3
2,5
5,2
DBO
LANÇADA
(kg/dia)
DBO
TOTAL
(kg/dia)
157
15
40
59
26
127
423
LAGOA DE MARAPENDI
Alfa Barra 1
Alfa Barra 2
Alfa Barra 3
Nova Ipanema
Pedra de Itaúna
Malibu
Barra Sul
Pontões da Barra
Mandala
Novo Leblon 1
Novo Leblon 2
236
271
214
258
148
508
288
402
237
462
272
40
81
43
108
89
508
288
337
160
220
145
83,1
70,1
79,9
58,1
39,9
0,0
0,0
16,2
32,5
52,4
46,7
15,0
11,6
6,9
26,0
1,0
1,0
25,0
17,4
8,7
1,0
1,0
52
81
26
243
8
44
622
507
120
20
13
1.735
CANAL DE MARAPENDI
Rio Hotel Residências
Mirante Cruzeiro do Sul
Los Angeles Beverly Hills
Barra Golden
Barra Palace
Barra Beach
As Terrazzas
Golden Coast
Winbledon Park
Blue Chip
Summer Place
Rosa do Sol
Jardim Europa
Vila di Genova
Aldeia do Mar
Atlântico Sul
Resid. Praia da Barra
Barramares
Barra Bella
Riviera dei Fiori 5
Riviera dei Fiori 3
Rosa dos Mares
Rosa Viva
Barra D'Oro
Liberty Place
Varanda das Rosas
Rosa Maior
Rosa da Praia
Rosa da Barra
Rosa dos Ventos
Akxe Sport Side
386
204
134
430
242
390
312
210
408
218
324
115
318
241
224
308
220
230
314
348
222
158
285
270
214
272
276
408
264
155
354
147
140
63
198
102
73
128
72
248
37
209
78
95
165
99
71
132
112
188
348
117
85
156
77
210
135
83
73
65
76
299
61,9
31,4
53,0
54,0
57,9
81,3
59,0
65,7
39,2
83,0
35,5
32,2
70,1
31,5
55,8
76,9
40,0
51,3
40,1
0,0
47,3
46,2
45,3
71,5
1,9
50,4
69,9
82,1
75,4
51,0
15,5
3,9
11,6
4,5
3,0
3,9
0,8
1,5
3,9
1,0
1,7
2,0
3,5
2,3
3,0
3,0
6,2
4,6
17,4
11,0
6,7
6,7
3,6
3,2
3,0
4,5
3,6
2,6
2,9
3,7
4,0
1,0
50
140
25
51
34
50
16
24
21
5
36
23
19
43
26
38
52
168
179
200
67
26
43
20
96
42
19
18
21
26
26
1.606
LAGOA DA TIJUCA
Marina Barra Clube
Itanhangá Hills
438
314
266
113
39,3
64,0
2,5
2,4
57
23
81
TOTAL
3.845
Fonte: CONSAG, 1995.
113
Quadro 4.34 - Estimativa de carga orgânica de origem doméstica
SUB-BACIAS
Rio Cachoeira e Itanhangá
POPULAÇÃO
ESTIMADA
(1991)
ESGOTAMENTO
SANITÁRIO
(% atendimento
médio)
ESTIMATIVA DE
CARGA
ORGÂNICA*
(kg DBO/dia)
9.466
26,3%
377
98
0,0%
5
13.968
8,5%
690
230.925
81,7%
2.282
Rio Camorim
11.061
2,4%
583
Rio Guerenguê
53.991
62,3%
1.099
Rio dos Passarinhos/Pavuninha
11.940
62,3%
243
Rio Anil
61.410
73,0%
895
Rio das Pedras
26.377
64,80%
501
Rio Muzema
1.930
26,30%
77
Rio da Barra
2.776
23,30%
115
73.493
60,20%
1.580
497.435
-
8.447
Rio Grumari
Zona dos Canais
Rio Grande/arroio Fundo
Unidade Especial de Restinga
TOTAL
TOTAL SEM ABATIMENTO
26.861
* Considerando o índice de 54g DBO/hab-dia
Fonte: IPLAN, para os dados populacionais e atendimento médio.
114
Quadro 4.35 – Concentração de metais pesados em sedimentos dos tributários a lagoa de Jacarepaguá
(concentração média na fase móvel dos sedimentos)
CONCENTRAÇÃO
CURSOS D'AGUA
o
N AMOSTRAS
Cd
(ug/g)
Pb
(ug/g)
Cu
(ug/g)
Zn
(ug/g)
Ni
(ug/g)
Cr
(ug/g)
Mn
(ug/g)
Fe
(%)
Arroio Fundo
12
0,52
(1,42)
81
(1,5)
73
(1,4)
291
(1,4)
5,6
(1,2)
8,0
(1,3)
141
(2,1)
1,18
(1,45)
Arroio Pavuna
17
2,25
(6,12)
52
(1,5)
97
(3,2)
254
(1,7)
26
(5,6)
16
(2,9)
185
(1,7)
1,50
(1,44)
Rio Anil
10
0,61
(2,06)
94
(3,0)
63
(3,1)
189
(2,5)
14
(4,7)
11
(2,2)
166
(3,3)
0,87
(1,54)
Rio Cacambe
8
0,35
(3,06)
23
(1,8)
163
(6,8)
92
(2,2)
2,9
(1,6)
5,5
(1,3)
114
(1,8)
1,00
(1,18)
Rio Pavuninha
7
0,22
(1,50)
30
(1,4)
22
(1,4)
147
(2,1)
2,8
(1,5)
6,4
(1,4)
148
(3,8)
0,73
(1,89)
Rio Camorim
4
0,15
(1,62)
17
(1,1)
9,8
(1,3)
56
(1,1)
1,8
(1,3)
4,0
(1,2)
285
(3,5)
1,10
(1,34)
Rio Marinho
5
0,26
(1,49)
35
(2,0)
17
(2,7)
136
(1,8)
3,5
(1,6)
4,0
(1,4)
69
(1,4)
0,59
(2,0)
Adaptado de Fernandes, H.M. et al., 1993
Obs: resultados entre parêntesis correspondem aos desvios.
Quadro 4.36 – Concentração de metais pesados em sedimentos das
lagoas de Jacarepaguá e Camorim
(concentração média na fase móvel dos sedimentos - < 63um)
CONCENTRAÇÃO
ESTAÇÃO
Pb
(ug/g)
Cu
(ug/g)
Zn
(ug/g)
Ni
(ug/g)
Cr
(ug/g)
Mn
(ug/g)
Fe
(%)
1
18
7,2
107
11
5,6
64
0,26
2
18
5,3
75
9,2
6,5
122
0,73
3
12
4,0
64
9,3
6,0
28
0,25
4
13
9,4
62
10
6,1
124
0,59
5
21
4,8
113
12
6,8
50
0,50
6
21
18
114
14
8,2
89
0,88
7
49
133
291
14
15
55
0,97
8
39
56
189
13
11
19
0,51
10
14
7,8
82
11
10
68
0,30
11
11
4,3
85
10
8,3
163
0,64
12
14
6,5
101
13
3,2
264
0,68
13
21
13
105
14
4,7
42
0,31
14
37
29
161
11
6,3
39
0,61
15
22
3,8
94
33
6,1
64
0,64
16
48
42
470
16
7,9
78
0,81
17
64
56
200
15
4,5
173
1,10
18
61
63
271
271
12
63
1,77
Adaptado de Fernandes, H.M. et al., 1993
116
4.4 GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA E CONDICIONANTES FÍSICO-AMBIENTAIS
A área de estudo compreende dois grandes sistemas geológico-geomorfológicos: os maciços
costeiros e a baixadas sedimentares. Formados por rochas de idade pré-cambriana e
apresentando litologias de gnaisses, granitos e intrusivas alcalinas, estas relacionadas a intensa
reativação ocorrida no terciário, os maciços costeiros da Pedra Branca e da Tijuca são os
responsáveis pela emolduração da bacia hidrográfica de Jacarepaguá. Os maciços são bastante
diferenciados do ponto-de-vista geológico uma vez que o da Tijuca é formado principalmente por
rochas gnáissicas e migmatíticas, com algumas intrusões graníticas, ao passo que o da Pedra
Branca é formado por rochas alcalinas.
Dispostos um a oeste e outro a leste, os maciços costeiros descrevem um amplo arco
montanhoso conectados por uma restinga, que partindo da Serra de Grumari, a oeste, avança
até tocar a ponta da Joatinga, a leste. A ampla planície sedimentar estende-se desde os contatos
com os maciços, até a face interna da restinga, formando uma baixada de aproximadamente 120
km2. Com sedimentos de idades pós-cambrianas, principalmente sedimentos areno-argilosos do
terciário e quaternário, estes depósitos assumem muitas feições na região, dentre as principais
destacam-se: as restingas, os alagadiços, pequenos manguezais e aluviões.
A segunda parte têm como objetivo estabelecer um disgnóstico geotécnico das principais feições
e formações encontradas nos grandes compartimentos regionais subdivididos em: restingas,
alagadiços, aluviões, tálus/colúvio, morros com substrato gnaíssico, morros com substrato
granítico e alcalino, montanhas e escarpas.
Durante as descrições são sugeridas providências e recomendações no sentido de diminuir os
riscos relacionados à ocupação destes compartimentos. Ao longo do trabalho são apresentadas
as metodologias de trabalho de identificação e mapeamento dos compartimentos.
4.4.1 Caracterização Geológica
A região da bacia hidrográfica de Jacarepaguá está localizada no Escudo Atlântico da Plataforma
Sul-Americana e é constituída de rochas de composição granito-gnáissica de idade précambriana, rochas intrusivas alcalinas e básicas mesozóicas e sedimentos coluviais, marinhos e
fluviais de idade cenozóica ( ver Mapa Geológico – JAC-20-0002, em anexo).
Ao norte, leste e oeste da Baixada de Jacarepaguá aparecem os contrafortes dos maciços
costeiros, relacionados ao Cinturão Móvel Atlântico (RADAMBRASIL, 1983). Trata-se do
compartimento que emoldura a Baixada. Suas rochas, em geral gnaisses bandados e migmatitos,
remontam ao Arqueozóico, tendo sido submetidas, tanto nesta era quanto no Proterozóico, a
metamorfismos diversos, em função de sucessivos ciclos orogênicos e, talvez, de colisão de
placas continentais. Tais eventos, além de produzirem a intrusão de novos corpos graníticos e a
metamorfização de rochas preexistentes, foram responsáveis por falhamentos e dobramentos,
gerando unidades geológicas diferenciadas. Os dobramentos, ocorridos tanto em litologias do
embasamento quanto em rochas supracrustais, colocoram lado a lado rochas de idades diversas,
gerando um grande paralelismo entre elas e tornando, muitas vezes, impossível separá-las, o que
dificulta a determinação radiométrica das mesmas.
O cinturão Móvel Atlântico subdivide-se, estruturalmente, em setores distintos, identificando-se
áreas graníticas com feições diversas e apresentando estruturas orientadas na direção NE-SO.
Falhas de grande extensão e de alto ângulo ocorrem por todo este compartimento. Nestes
setores fortemente tectonizados ocorrem basculamentos e rebaixamentos de blocos falhados,
117
desta forma, pode-se observar a formação de pequenos “horsts” e “grabens” na região, isto é,
contrafortes associados a vales estreitos e encaixados, o vale do Rio Grande é um bom exemplo.
Além do Complexo Paraíba do Sul, que, conforme mencionado anteriormente, constitui o
embasamento do Cinturão Móvel Atlântico, identificam-se neste compartimento tectônico
unidades supracrustais, de idades mais novas, maciços de rochas alcalinas e, também corpos
graníticos intrusivos.
As rochas alcalinas remontam ao Cretáceo Superior/Terciário Inferior. Apresentam-se em forma
de diques e brechas e abrangem áreas de dimensões diversas, destacando-se as ocorrências do
Complexo da Pedra Branca.
Dentre os corpos graníticos intrusivos destacam-se alguns presentes nas colinas e maciços
costeiros e em algumas porções do maciço da Tijuca. Suas rochas graníticas teriam sido geradas
em ambiente geossinclinal ou seriam fruto de uma granitogênese resultante de um choque de
placas tectônicas - placa americana com a africana, no Proterozóico Superior.
Os granito-gnaisses que ocorrem em grande parte na região pertencem a unidade
litoestratigráfica denominada de Supergrupo Paraíba do Sul. Estas rochas apresentam
bandamento marcante, com alternância de leitos claros e escuros contínuos e de espessuras
variáveis, atingindo dimensões milimétricas nos casos dos níveis biotíticos e anfibolíticos,
subordinados aos leitos claros, quartzo-feldspáticos, mais espessos. Os níveis máficos
geralmente compõem-se de biotita e anfibólio, mas com algum quartzo e feldspato. Os leitos
claros são constituídos de quartzo e feldspato em quantidades variáveis, exibindo geralmente
uma cor esbranquiçada. A granulometria varia de média a fina.
As rochas pré-cambrianas apresentam foliação metamórfica em grau mais ou menos acentuado,
em grande parte são acompanhadas do bandamento formado por migmatização. A lineação
mineral de origem metamórfica é freqüente e está associada a vários ciclos de deformação.
As rochas ígneas intrusivas ocorrem na forma de veios ou diques de dimensões variadas e são
formadas principalmente de sienitos e fonolitos. Esses diques seguem direções preferenciais N/E
e N/NW possivelmente associados a lineamentos pré-cambrianos, reativados durante o
cenozóico.
Quanto às áreas de rochas pós-cambrianas, são as mesmas formadas por sedimentos de idade
quaternária. Os sedimentos quaternários marinhos, representados predominantemente por areias
quartzosas, são encontrados, de modo mais expressivo, ao longo da Baixada de Jacarepaguá,
onde formam praias, cordões litorâneos e até mesmo dunas que podem ser observadas em
alguns pontos da Avenida das Américas.
Os sedimentos quaternários aluvionares, constituídos por cascalhos, areias, siltes e argilas
inconsolidados compreendem depósitos fluviais, fluviomarinhos e fluviolacustres. Os sedimentos
coluviais, marinhos e flúvio-marinhos da baixada de Jacarepaguá, ocorrem muitas vezes
superpostos em consequência das diversas etapas climáticas e eustáticas que atingiram o litoral
fluminense a partir do Pleistoceno. São formados basicamente por areias quartzosas, de cores
esbranquiçadas e amareladas, de granulação fina a grossa, com certo seleção, podendo também
ser mal selecionadas. Seus grãos variam de subangulares a arredondados, sendo encontrados
grãos de feldspatos e minerais máficos, principalmente biotita e mais raramente minerais
pesados.
Os depósitos coluviais encontram-se normalmente mais próximos às encostas, como os
depósitos expressivos da Vargem Pequena e Vargem Grande, resultado do transporte de material
118
de alteração dessas vertentes, em períodos mais secos, quando era menos densa a distribuição
da cobertura vegetal e ocorria a atuação mais efetiva de chuvas torrenciais. A estes depósitos
seguem-se os de origens marinha, principalmente nas partes mais baixas da topografia. Os
modelados de origem flúvio-marinha estão relacionados ao retrabalhamento de depósitos de
origem marinha, fluvial ou mesmo coluvial anteriormente localizados nos fundos das enseadas
que ocorriam em Jacarepaguá. Os sedimentos marinhos e flúvio-marinhos mais recentes
correspondem às praias atuais e às áreas sob influência das marés.
4.4.2 Caracterização Geomorfológica
A baixada de Jacarepaguá é um compartimento ou bloco rebaixado e afogado por sedimentos de
origem continental e marinha com cerca de 120 km², limitada ao sul pela Praia de Sernambetiba
(Barra da Tijuca e Recreio são hoje em dia denominações mais usuais), ao norte, a leste e a
oeste pelos maciços costeiros.
As diversas formas de relevo que cobrem a Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá resultam,
principalmente, da sua história geológica, da litologia e de fatores paleoclimáticos. Os eventos
geológicos causadores de amplos arranjos estruturais e de expressivas ocorrências litológicas,
geraram grandes conjuntos de formas de relevo, que constituem, na taxonomia adotada aqui, os
Domínios Morfoestruturais. Estes por sua vez, compartimentam-se regionalmente, em função não
mais de causas geológicas, mas sim de fatores de ordem essencialmente climática, sejam eles
atuais ou passados, e de determinadas condições fitoecológicas e pedológicas. Tais
compartimentos compreendem as Regiões Geomorfológicas, que, em decorrência de processos
morfogenéticos mais localizados, relacionados principalmente às características da rede de
drenagem, subdividem-se em Unidades Geomorfológicas.
São dois os Domínios Morfoestruturais que ocorrem na Região: Depósitos Sedimentares e Faixa
de Dobramentos Remobilizados. Os primeiros localizam-se, na faixa litorânea, estendendo-se
desde o oceano até as vertentes das Colinas e Maciços Costeiros.
Os depósitos sedimentares que ocorrem na região têm origem a partir do Terciário Superior,
estando relacionados à epirogênese positiva que, aliada às condições paleoclimáticas, propiciou a
deposição de sedimentos através da ação das águas continentais - rios e enxurradas
transportando grandes quantidades de aluviões e, das vagas marinhas - redistribuindo o material.
A região geomorfológica das planícies costeiras compreendem superfícies planas e de baixas
altitudes. Estendem-se desde a linha de costa até as encostas das Colinas e Maciços, além de
acompanhar os vales que penetram alguns quilômetros para o interior dos corpos dos maciços
costeiros, como no vale do Rio Grande.
Conhecidas pelo nome genérico de baixada, são constituídas por sedimentos quaternários, cuja
origem está relacionada a fatores diversos, dentre os quais se destacam as oscilações do nível
do mar (no Pleistoceno e no Holoceno) e as mudanças climáticas, além da influência da tectônica
regional. Estes sedimentos são de vários tipos - coluviais, aluviais, fluviomarinhos, fluviolacustres
e marinhos - e identificam-se com diversas formas de modelado:
119
a) cordões litorâneos, constituídos por sedimentos arenosos quaternários (origem marinha) que
se sucedem paralelamente entre si, formando, muitas vezes, feixes de restingas e que
testemunham o progressivo recuo do mar. Tais cordões respondem pela retilinidade do litoral
da Barra da Tijuca;
b) áreas embrejadas, paralelas aos cordões de praias, situadas nas depressões existentes entre
os cordões litorâneos, sofrem um processo de colmatação e constituindo grandes corpos de
áreas pantanosas, principalmente ao longo dos Canais do Cortado e Sernambetiba;
c) lagunas, cuja origem está relacionada à formação dos cordões litorâneos, acima
mencionados, que represaram ou confinaram porções de água do mar, fechando ou barrando
parcialmente antigas enseadas. As lagunas de Jacarepaguá e Tijuca contactam-se com o
oceano através do canal natural da Barra. Posteriormente foram abertos os canais de
Marapendi e de Sernambetiba, conectando as águas da laguna de Marapendi às da Tijuca e
Jacarepaguá. As lagunas costeiras, e principalmente a da Tijuca, passam por uma fase de
intensa colmatação e assoreamento generalizado devido ao grande aporte natural de
sedimentos de origem continental e mais recentemente servindo de destino final de grande
parte dos esgotos domésticos de uma população de cerca de 450.000 habitantes. Às suas
margens, depositaram-se sedimentos argilosos, resultantes da ação dos cursos d’água
oriundos das colinas e maciços próximos;
d) vales fluviais, constituídos por sedimentos aluviais e coluviais. Apresentam-se estreitos nos
seus médios vales, mas formam a ampla planície de Jacarepaguá, estendendo-se desde o
Largo do Tanque até a estrada dos Bandeirantes e o bairro da Gardênia Azul. A planície
apresenta um perfil horizontalizado e registrando cotas pouco superiores ao do nível do mar,
fazendo com que os cursos d’água atinjam o nível de base regional a centenas de metros, ou
até mesmo quilômetros, antes de se lançarem ao mar, o que dá origem a grandes extensões
pantanosas ao longo da borda litorânea. Estas planícies embrejadas foram e têm sido
submetidas a obras de drenagem, com a retificação de rios e a construção de canais
artificiais;
e) dunas, compreendendo depósitos arenosos, ocorrem sobre os cordões litorâneos e estão
particularmente desenvolvidas ao longo da Avenida das Américas, algumas ainda
estabilizadas por vegetação endêmica das praias.
À retaguarda das Planícies Costeiras, localiza-se o Domínio Geomorfológico das Faixas de
Dobramentos Remobilizados, compreendendo tipos de modelados diversos, mas com uma
origem comum - terrenos cristalinos que remontam ao Arqueozóico e Proterozóico, períodos
caracterizados por ciclos orogênicos responsáveis por dobramentos e falhamentos de grande
amplitude e que, após a ação dos agentes erosivos, atuando ao longo das eras geológicas que se
seguiram, foram, no terciário, novamente submetidos a eventos tectônicos, daí resultando
extensas linhas de falha, escarpas de grande altitude e relevos alinhados em função dos antigos
dobramentos e falhamentos mais recentes. Tais características respondem pela preponderância
do controle estrutural sobre outros fatores, como o climático, por exemplo, na evolução das
formas de relevo. Aí, identifica-se a região Geomorfológica que agrupa as Colinas e Maciços
Costeiros.
As Colinas e Maciços Costeiros localizam-se, grosso modo, entre as Planícies Costeiras , de um
lado, e os terrenos correspondentes à Serra do Mar, de outro. Comumente intercalam-se com as
Planícies, chegando por vezes, a atingir a costa, formando pontões, tais como o da Joatinga. As
colinas têm forma arredondada, como meias-laranjas, e possuem altitudes muito inferiores às dos
Maciços. Estão concentradas nas bordas interiores do arco formado pelas linhas de cristas dos
120
maciços costeiros. Os Maciços Costeiros chegam a atingir 1000 metros e constituem-se de
blocos falhados e ligeiramente basculados para o Norte, segundo Ruellan (1944).
4.4.3 Condicionantes Físico-Ambientais
A compartimentação dos terrenos contida no Mapa dos Condicionantes Físico-Ambientais
correspondente à Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá, foi elaborada de acordo com a sua
suscetibilidade natural ou induzida ao desenvolvimento de processos geomorfológicos no meio
físico. Significa uma primeira sistematização dos dados disponíveis, que permitem delimitar áreas
com maior probabilidade de ocorrência de problemas relativos ao uso do solo (principalmente
quanto às inundações e deslizamentos), de interesse para as áreas de planejamento e gestão do
território estudado (ver Mapa de Condicionantes Físico-Ambientais, JAC-20-0005, em anexo).
Investigações detalhadas, necessárias para a concepção e implantação de projetos específicos
de ocupação do solo, devem encontrar orientações neste mapa, aumentando a eficácia e
objetividade de tais trabalhos. Sua concepção e elaboração informatizada facilitam
complementações futuras, conferindo caráter dinâmico ao conjunto de dados aqui organizados.
4.4.3.1 Aspectos Metodológicos e Trabalhos Realizados
A seqüência dos trabalhos para a geração do Mapa dos Condicionantes Físico-Ambientais
baseou-se na metodologia de elaboração de cartas geotécnicas (IPT, 1994) enquanto que os
arquivos digitais encontram-se na mapoteca da Fundação CIDE, órgão vinculado à Secretaria de
Planejamento e Controle do Estado do Rio de Janeiro.
Sumariamente, esta metodologia parte da identificação dos problemas significativos existentes no
território e tem como eixo principal o estudo das características do meio físico e de sua ocupação,
condicionantes destes problemas.
A partir de um levantamento preliminar, baseado no estudo e análise da bibliografia compilada,
foram realizados trabalhos de investigação dirigida, que permitiram melhor identificação das
unidades físico-ambientais.
Para a delimitação das unidades foram utilizados mapas geológicos do Projeto Carta Geólogica
do Rio de Janeiro, executado pelo Departamento de Recursos Minerais - DRM/RJ, na escala
1:50.000, e compatibilizados pela Integração das Folhas Geológicas do DRM-RJ/Petrobrás, nas
escalas 1:50.000, 1:250.000 e 1:500.000.
Outras informações relativas ao relevo foram obtidas a partir das Cartas Topográficas do IBGE,
na escala 1:50.000, da carta de declividade gerada e imagens de satélite do Sistema Landsat 5,
banda 4, na escala 1:100.000.
A delimitação cartográfica das características do meio físico e dos condicionantes dos problemas
ambientais (identificados em campo) permitiram definir unidades singulares de terreno com
comportamento geral diferenciado ante a seu uso. Desta maneira, faz-se necessária a adoção de
práticas distintas na forma de ocupação de cada unidade.
A análise do desenvolvimento dos processos considerados, que potencializam a ocorrência de
problemas, permitiu, também, o estabelecimento de medidas e procedimentos voltados para sua
prevenção ou a correção dos problemas já deflagrados. As recomendações para ocupação de
cada unidade, normalmente baseadas em práticas correntes no meio técnico, serão apresentadas
assim como a metodologia utilizada para a confecção do mapa Geológico-Geomorfológico.
121
4.4.3.2 Metodologia para a Confecção do Mapa Geológico-Geomorfológico
O mapa geológico-geomorfológico, na escala de 1:50.000, apresentado neste relatório está
baseado no mapeamento digital elaborado pelo GEROE - Grupo Executivo para Obras
Emergenciais, atualmente sob a guarda da Fundação CIDE. É importante frisar que esta carta
apoia-se na metodologia consagrada e utilizada pelo IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológias,
vinculado à Universidade de São Paulo - USP.
A metodologia do IPT está fortemente relacionada à origem dos materiais. Desta forma os
compartimentos são subdivididos em ocorrências primárias e derivadas. As ocorrências primárias
são: morros graníticos associados à xistos, morros gnáissicos, afloramentos de migmatitos e
rochas alcalinas. Já as formações secundárias ou derivadas são: as areias de restinga, solos
argilosos, mangues, solos aluvionares indiferenciados (isto é, não apresentando a estrutura
tradicional dos horizontes pedológicos A, B e C), colúvios e solos aluvionares arenosos.
Ocorrências intermediarias, geralmente evidenciado superfícies arrasadas, rebaixadas e via de
regra entulhadas por sedimentos, estão relacionas às duas classes principais e são apresentadas
como uma classe de transição no mapeamento, Os representantes desta classe são os
compartimentos dos morrotes e solos residuais do cristalino, tálus e colúvios que podem ser
indiferenciados ou não.
Como pode ser percebido pela própria análise da legenda, o mapa possui forte orientação
geotécnica, relacionando de uma lado compartimentos “duros” e de outro os compartimentos
considerados “moles” entre estes estão os compartimentos intermediários ou de transição. Este
tipo de abordagem é interessante pois os processos geomorfológicos relacionam-se diretamente
com o tipo de substrato a ser trabalhado.
Desta forma, ravinamentos, voçorocamentos, desbarrancamentos e deslizamentos são processos
freqüentes nos compartimentos primários e de transição, já os processos de assoreamento,
colmatação, inundações e enchentes são freqüentes na classe secundária ou derivada.
4.4.3.3 Unidades Físico-Ambientais
Foram delimitadas oito grandes unidades geotécnicas, com algumas subdivisões, cujas
características físicas determinam comportamentos distintos, segundo o desenvolvimento de
diferentes tipologias de processos e/ou magnitudes variadas pela intensidade ou freqüência de
ocorrência:
a) Restingas;
b) Alagadiços;
c) Aluviões;
d) Colinas e Morrotes com Substrato Cristalino;
e) Tálus/Colúvio;
f)
Morros com Substrato de Migmatitos e Gnaisses;
g) Morros com Substrato Granítico e Alcalino;
h) Montanhas e Escarpas.
122
A ocupação de forma inadequada dos terrenos destas unidades geralmente acelera a ocorrência
de problemas associados a processos de erosão, assoreamento de drenagens, inundação,
escorregamento, recalque na fundação de edificações e pavimentos viários. Em certas situações,
estes problemas podem assumir proporções catastróficas, como os eventos das chuvas de 1996.
Na descrição das unidades são apresentadas as principais características de interesse do meio
físico, os aspectos do uso do solo e os processos existentes e/ou potenciais.
♦ Restingas
O principal cordão de restinga presente está sob a Avenida Sernambetiba, porém outros paleocordões podem ser identificados em sub-superfície ou até mesmo na mais interiorizada, após as
lagunas costeiras de Jacarepaguá e Tijuca, o que prova as diversas flutuações climáticas que a
região sofreu. Cordões de restinga são em realidade longos depósitos arenosos formados em
parte pelo trabalho das correntes marinhas e por outro pelo movimento de oscilação do nível
médio do mar.
Os cordões de restinga estão geralmente ancorados em maciços cristalinos e ilhas, que servem
de obstáculos às correntes marinhas, que perdem velocidade nas imediações destas formações
e, desta forma, competência para transportar sedimentos. Os sedimentos são depositados no
reverso dos obstáculos, regiões de remanso e abrigadas das vagas oceânicas. As restingas
podem possuir dezenas a centenas de quilômetros de extensão e via de regra são formadas por
terrenos de baixa declividade, compostos por dunas e bancos arenosos, suas faces externas
formam praias, constituídas por areias marinhas, pobres em argila, com intercalações eventuais
de solos argilosos de dimensão variável.
As restingas estão associadas a solos muito pobres, francamente arenosos e via de regra salinos.
As formações pioneiras, agrupamentos vegetais que colonizam as praias e restingas são
altamente especializadas, suportando a salinidade elevada, a falta de água, excesso de
iluminação e evaporação. Os tradicionais horizontes pedológicos dificilmente são encontrados em
tal ambiente e geralmente o horizonte A é pouco espesso ou ausente e o B pode apresentar
acumulação de óxido de ferro e/ou matéria orgânica.
As restingas possuem o lençol freático muito próximo da superfície em função do elevado nível
hidrostático provocado pelo mar. Os aqüíferos são abundantes porém existe uma forte presença
de água salobra, devido principalmente à intrusão da cunha salina em subsuperfície.
A Restinga de Sernambetiba, apesar da intensa especulação imobiliária que está sofrendo, ainda
possui algumas manchas relativamente preservadas, sobretudo ao longo da porção mais
ocidental da laguna de Marapendi. Existem neste trecho poucas obras civis e podem ser
observadas manchas de mata de restinga. Problemas eventuais de fundação ligados
principalmente a recalques podem ocorrer em alguns terrenos isolados em toda a formação,
principalmente quando ocorrem lentes argilosas intercaladas por pacotes arenosos. Este tipo de
ocorrência é muito freqüente nas proximidades dos corpos lagunares.
Existem evidências de modificação na dinâmica de sedimentação/erosão costeira em todo o litoral
do Estado do Rio de Janeiro e, foi particularmente notável o ataque que a face externa da
restinga de Sernambetiba sofreu durante as ressacas de inverno de 1997. Alguns postos de
observação do agrupamento de salvamar foram duramente atingidos, ameaçando as fundações
em pelo menos dois postos. A erosão da face externa pode provocar elevados custos ambientais
e materiais e a recuperação do cordão seria muito complexa do ponto-de-vista geomorfológico.
123
♦ Alagadiços
Ocorrem nas cotas mais baixas da planície litorânea da Baixada de Jacarepaguá, próximo aos
rios e canais artificiais de drenagem. Geomorfologicamente, os alagadiços são compostos por
solos hidromórficos. São solos de origem flúvio-lagunar, apresentando capas de argila, com
espessura normalmente inferior a 3 m, sobrepostas a camadas arenosas de origem marinha.
Os solos encontrados nos alagadiços são muito compressíveis, com alta plasticidade. Nos baixos
cursos dos canais fluviais estas manchas podem sofrer efeitos da ação das marés. O nível do
lençol d'água é bastante elevado, aflorante em muitos pontos, formando brejos e pântanos. Como
os terrenos possuem declividade muito baixa, apresentam má drenabilidade, o que favorece o
aparecimento de solos turfosos e orgânicos.
Toda a porção litorânea no reverso da restinga de Sernambetiba, desde a Vargem Grande até o
setor mais ocidental da laguna de Marapendi apresenta solos embrejados. Outras manchas
importantes ocorrem nos baixos cursos dos rios: Arroio Fundo, do Anil, das Pedras, Cachoeira e
da Barra. Viajantes do século XVIII, referem-se aos campos alagados dos sertões de
Jacarepaguá, Santa Cruz e Sepetiba como áreas de criação de extensiva de gado. Vários canais
de drenagem foram abertos, principalmente na década de 40, na tentativa de regularizar as
freqüentes inundações que ocorriam na região e, ao mesmo tempo, buscava-se uma melhoria na
drenabilidade dos solos, transformando charcos em pastos mais secos, liberando áreas inclusive
para a agricultura.
Hoje, grande parte destes terrenos apresentam-se cobertos por pastagens, e como eles estão
localizados na periferia de bairros já bastante ocupados, passarão a sofrer num futuro próximo os
efeitos da ocupação urbana.
As inundações e alagamentos são freqüentes durante os verões mais chuvosos, devido às
dificuldades de escoamento das águas superficiais associadas ao intenso assoreamento dos
canais que cortam a região. Como os canais também servem como vazadouros de lixo, durante
as fortes chuvas, muitas obstruções do fluxo das águas ocorrem sobre pontes. Desta forma, os
vãos das pontes passam a funcionar como um verdadeiro funil, promovendo o barramento das
águas e agravando a vocação natural desta unidade para sofrer alagamentos.
Em muitos pontos da região foram observados processos irregulares de ocupação das margens
dos canais de drenagem, quer sejam promovidos por favelas e sub-moradias, quer por
instalações comerciais. A ocupação inadequada destas regiões alagadiças, promove o recalque
em fundações, aterros, infra-estrutura subterrânea e pavimentos viários, por adensamento dos
pacotes argilosos.
A má utilização do solo em grandes parcelas da região reforçam os processos naturais de
assoreamento do sistema de drenagem, acentuando as condições de inundação e
comprometendo a qualidade de praias adjacentes, uma vez que a contaminação do lençol freático
é processada pela inexistência de um sistema eficiente de tratamento de águas servidas.
124
♦ Aluviões
Terrenos localizados ao longo das drenagens, nos trechos com declividades menores que 10%.
São pouco significativos nos vales encaixados, e ocorrem em pequenos trechos junto aos baixos
cursos das drenagens que cortam a região, sobretudo aquelas que descem das formações
alcalinas do maciço da Pedra Branca.
Os aluviões são pacotes sedimentares com matéria orgânica e textura que varia de argilosa a
arenosa, eventualmente com cascalheiras, construídos predominantemente por solos
hidromórficos, glei húmicos e pouco húmicos. Existe, aqui, a possibilidade de ocorrência de
turfeiras já que o nível d'água é aflorante ou próximo da superfície.
Nos pacotes aluvionares chegou-se a plantar culturas perenes como a da laranja e algumas
outras temporárias como a da mandioca. Em alguns sítios mais arenosos a prática de extração de
areias para a construção civil também foi muito freqüente. Hoje em dia as manchas de aluvião
estão servindo de palco para o avanço da expansão urbana não planejada, baseada na autoconstrução acompanhada de sistemas precários de aterros e infra-estrutura.
A rigor, os aluviões são solos periodicamente inundados e saturados de água, ocorrem nos leitos
maiores dos rios e o processo genético destes solos está associado ao período de cheia das
drenagens, quando estas depositam novos sedimentos sobre os pacotes anteriormente
depositados. Como pode ser observado ao longo de toda a bacia, os alagamentos e inundações
estão sendo amplificados já que em muitos pontos as calhas dos rios são ocupadas por
moradias, instalações comerciais e industriais. Dificuldades crescentes ao escoamento das águas
de chuva são impostos pela ocupação urbana desordenada. A construção de avenidas ao longo
das margens dos canais serviria para evitar o avanço da degradação das calhas dos rios.
O solapamento das margens e assoreamento do canal foram observados em praticamente todos
os rios e córregos que atravessam zonas urbanizadas, com o agravante de contaminação das
águas subterrâneas e de superfície, por lançamento de esgoto doméstico e industrial.
♦ Colinas e morrotes com substrato cristalino
Esta unidade é composta por relevos residuais de rochas cristalinas, em geral apresentam-se
bastante degradados em termos ambientais e encontram-se intensamente ocupados por
construções. Prevalecem, aqui, declividades inferiores a 20%, e ocorrem preferencialmente nas
franjas dos maciços costeiros e escarpas de blocos falhados. Trata-se de um compartimento
rebaixado, semi-confinado a norte, leste e oeste, podendo ocorrer também de forma dispersa já
que podem estar afogados e separados pela intensa acumulação sedimentar das planícies.
O substrato do compartimento de colinas e morrotes é geralmente gnáissico e migmatítico,
eventualmente granítico nas fraldas do maciço da Tijuca. Nas imediações do maciço da Pedra
Branca o substrato dominante é composto por intrusivas alcalinas. Desta forma os solos
relacionados são muito antigos, altamente desenvolvidos, com espessura média acima de 10 m,
em geral de textura siltosa, eventualmente pode ocorrer a presença de micas e, via de regra, são
altamente suscetíveis à erosão quando expostos.
São regiões de ocupação urbana e viária antiga e intensa, não existindo mais nenhuma mancha
expressiva de cobertura vegetal natural nos terrenos desta unidade. Nas colinas mais isoladas e
interiorizadas, ao longo de estradas secundárias podem ser observados vários pontos de áreas
antigas de mineração (saibro) que são abandonadas à medida que a urbanização avança e se
consolida.
125
Nos contrafortes do maciço da Pedra Branca a ocupação rural se faz, principalmente, com
pastagem, reflorestamentos isolados e vegetação de mata secundária ocorrem com alguma
freqüência. Eventualmente, algumas atividades agrícolas de pouca representatividade tanto em
termos de área como do valor da produção podem ocorrer.
Várias formas de processos erosivos podem ser geradas nesta unidade, dentre as quais
destacam-se os sulcos e ravinas no solo de alteração, devido a sua exposição por longos
períodos, erosão pouco significativa nos solos superficiais (horizontes A e B) lateríticos e erosão
acelerada por sulcos e ravinas, desenvolvidas a partir da concentração das águas do escoamento
superficial. O assoreamento é generalizado tanto nos canais de drenagem naturais e artificiais em
conseqüência da erosão das áreas de montante.
♦ Tálus/colúvio
Os colúvios e tálus são formações de relevo derivadas onde acumula-se o material detrítico
proveniente de superfícies de montante. Rampas de colúvio (predomínio de material fino) e
depósitos de tálus (predomínio de material grosseiro) ocorrem junto à base e à meia encosta de
morros, montanhas e serras. Em razão da escala, só são representativas algumas ocorrências.
Estas formações são constituídas por material de espessura, extensão e granulometria variada,
que envolve desde argila até blocos de rocha e matações e substrato de rochas cristalinas.
Os depósitos de tálus são de composição bastante heterogênea e apresentam-se normalmente
com muitos vazios no interior do depósito. Tal situação permite o acúmulo e a circulação intensa e
desordenada da água, cujos fluxos variam ao longo do processo de acomodação destas
camadas.
O caráter inconsolidado e heterogêneo deste tipo de material propicia alta suscetibilidade à
erosão por sulcos e ravinas caracterizando a frágil capacidade de suporte dos terrenos. Na região
de estudo a ocupação predominante é a urbana que avança sobre os terrenos mais declivosos.
Ao longo do rio da Cachoeira este fenômeno pode ser bem observado. Com a expansão das
manchas as matas naturais e secundárias vão sendo substituídas, facilitando a ocorrência de
movimentos de massa.
A erosão por sulcos e ravinas, natural nestas formações, pode provocar a reativação das
cabeceiras de drenagem devido à alta suscetibilidade desses terrenos ao processo erosivo.
Foram observados nos trabalhos de campo muitas cicatrizes de escoregamentos e
deslizamentos, até mesmo em áreas coberta por florestas.
Rastejos e possibilidade de escorregamentos em consequência de terraplenagens e mudanças
no regime de circulação d'água são comumente observadas ao longo das principais estradas e,
em alguns trechos, observa-se certa dificuldade nas escavações e implantação de infra-estruturas
subterrâneas, quando o material detrítico é formado por blocos de rochas e matações.
Nos canais de drenagem que vertem diretamente para a baixada foram observados lançamentos
de águas servidas e, invariavelmente, também servem como vazadouros de lixo doméstico.
Estas áreas, com declividade superior a 20%, deveriam ser utilizadas como áreas de
reflorestamento, admitindo-se a presença de pastagens e culturas perenes desde que praticadas
com o objetivo de conservação das propriedades físicas e químicas do solo. A ocorrência de
matações e blocos de rocha compromete a agricultura mecanizada. Por outro lado são
126
recomendadas medidas com o objetivo de proteger as cabeceiras de drenagem através de
sistema adequado de drenagem, para evitar reativações do processo erosivo.
♦ Morros com substrato de migmatitos e gnaisses
Esta unidade é composta principalmente por morros, com declividades predominantes que variam
de 20 a 58%, podendo ocorrer também morros isolados e outras formas de relevo de amplitude
variada com substrato de gnaisses e migmatitos.
A ocupação predominante nessa unidade é formada por pastagens e, eventualmente, por matas
secundárias. Algumas manchas urbanas ocupam terrenos dessa unidade, inicialmente nas faixas
de menor declividade, com início de expansão em terrenos mais abruptos e inclinados. Ocorrem
aqui alguns pontos abandonados de áreas de mineração de saibro, principalmente junto às zonas
de avanço da urbanização. Os solos que ocorrrem sobre migmatitos apresentam horizonte C
(solo de alteração) de composição granulométrica heterogênea e alto grau de erodibilidade. Devese notar que existe a possibilidade de ocorrência de corpos de tálus/colúvio, às vezes não
representativos na escala cartográfica de 1:50.000.
Processos erosivos generalizados podem ser observados nesta unidade de mapeamento. Sulcos,
ravinas e voçorocas são frequentes. A reativação de cabeceiras de drenagem, principalmente
nos fundos de vale e nas partes mais declivosas do relevo também são comuns, muitas cicatrizes
foram formadas após as chuvas de 1996, principalmente nas áreas onde não existem proteção
superficial do solo e sistemas adequados de drenagem.
Assoreamento dos corpos d'água são frequentes outros processos induzidos pela ocupação,
como queda de blocos, escorregamentos de taludes de corte/aterro e vazadouros de lixo
contribuem para aumentar a sobrecarga de sedimentos, impossível de ser transportada nas
vazões médias observadas pelos pequenos rios e córregos desta unidade.
Várias formas de escorregamento estão presentes e associadas ao relevo de morros gnáissicos e
migmatíticos, dentre as principais que podem ser observadas destacamos:
a) Escorregamentos planares de solo, geralmente no contato solo/rocha, nos trechos de
declividades maiores que 40%;
b) Escorregamentos circulares restritos a trechos de solo espesso e sapropelito muito fraturado,
geralmente induzidos por escavações na base de taludes;
c) Rastejamentos associados a depósitos detríticos (tálus/colúvio), principalmente nos setores
localizados abaixo das zonas de maior declividade e, finalmente;
d) Escorregamentos associados à presença de estruturas de alteração (rochas decompostas
associadas à foliação, xistosidade e fraturas) muito próximas da superfície do solo.
Terrenos que se situam nas franjas desta unidade devem ser considerados como possíveis áreas
de espera de material de escorregamento, desta forma, é necessário disciplinar as intervenções
que resultam em modificações drásticas na geometria e dinâmica das águas nas encostas. Devese dispensar muita atenção às reformas e recuperação de sistemas viários que realizem
terraplenagens ou cortes e aterros em geral. O mesmo raciocínio pode ser aplicado nos trechos
onde podem ocorrer escorregamentos estruturados. A presença de formações geológicas, com
orientações desfavoráveis à estabilidade, obriga a realização de maiores cuidados na execução
de cortes, inclusive a realização de obras de contenção.
127
♦ Morros com substrato granítico e alcalino
Esta unidade é composta principalmente por um sistema de relevo onde destacam-se os morros,
com declividades predominantes que variam de 20 a 58%, podendo ocorrer, de forma
subordinada, morros isolados e outras formas de relevo de amplitude variada. O substrato
dominante é composto por rochas graníticas e alcalinas, apresentando solos com horizonte C
(solo de alteração) de composição granulométrica heterogênea e alto grau de erodibilidade.
A ocupação predominante nessa unidade é formada por campos e, eventualmente, por matas
naturais e secundárias. Áreas urbanas estão, atualmente, expandindo sua ocupação sobre
terrenos dessa unidade. Corpos de tálus/colúvio são encontrados entre os morros e, por vezes,
não são representativos na escala deste trabalho.
Erosão por sulcos, ravinas e voçorocas são formadas por reativação de cabeceiras de drenagem,
principalmente nos fundos de vale e nas partes mais declivosas do relevo. Valem as
recomendações realizadas na unidade anteriormente descrita, incluindo aquelas específicas para
os principais movimentos de massa (quedas e rolamentos de blocos de rocha por
descalçamento). Nesta situação, torna-se necessário proceder à drenagem específica, à
contenção e ao desmonte dos blocos de rocha instáveis dos taludes.
O assoreamento dos corpos d'água por sedimentos provenientes do processo erosivo encontram
reforços nas áreas ocupadas por moradias. Rastejos e escorregamentos associados a depósitos
detríticos (tálus/colúvio) principalmente nos setores localizados abaixo das zonas de maior
declividade são encontrados e quedas e rolamentos de blocos por erosão e descalçamento
podem ocorrer. Escorregamentos naturais, inclusive em áreas florestadas, ocorrem nas regiões
de contato entre solo e pacotes de rocha alterada, comuns nesta unidade.
♦ Montanhas e escarpas
Encostas com declividade predominante superior a 58%, em sistemas de relevo constituídos
pelos colinas e maciços costeiros. Montanhas isolados podem ocorrer embutidas em
compartimentos mais rebaixados e entulhados por sedimentos. O embasamento é composto por
rochas cristalinas, com solos, em geral, pouco espessos, predominantemente litólicos,
cambissolos e afloramentos de rocha, ocupados em grande parte por mata natural.
No sopé dos maciços existem pequenas áreas de pastagem e faixas urbanizadas de dimensões
limitadas começam a galgar os principais vales que cortam esta região. Os principais processos
geomorfológicos que ocorrem nesta unidade são os movimentos gravitacionais de massa,
condicionados pela declividade acentuada dos terrenos e deflagrados por condições de alta
pluviosidade. De fato, as bacias hidrográficas desta unidade possuem um elevado potencial de
geração de corridas de massa, fato observado nos maciços da Pedra Branca e Tijuca.
Atualmente, ocorrem processos naturais em razão da ocupação ainda incipiente, porém o
incremento desta ocupação pode provocar acidentes de maiores proporções e freqüência, dentre
os quais destacam-se:
a) Escorregamentos em solos, com geometria predominantemente planar;
b) Quedas de blocos de rocha e desplacamento nos trechos de encosta com afloramentos
rochosos;
128
c) Rastejos e escorregamentos condicionados por estruturas da rocha.
4.4.4 Solos e Geotecnia
Este item aborda os aspectos relativos aos solos sob os pontos de vista pedológico e geotécnico
conforme descrito a seguir.
4.4.4.1 Aspectos Pedológicos
Os dados utilizados para a classificação de solos foram extraídos do Levantamento
Semidetalhado e Aptidão Agrícola dos Solos do Município do Rio de Janeiro (EMBRAPA, 1980),
em escala 1:50.000, e complementado por informações do Mapa Exploratório de Solos
1:1.000.000, do Projeto RADAMBRASIL (1983).
A abordagem adotada na caracterização dos solos fundamentou-se nas relações entre os
processos pedogenéticos e a atuação, por vezes determinante, de um ou mais dos fatores de
formação dos solos.
♦ Classes mapeadas
A área da bacia hidrográfica da Baixada de Jacarepaguá constitui-se de variados tipos de
ambientes, compondo paisagens específicas: baixada, restingas, manguezais, serras e colinas.
Identifica-se, de uma maneira geral, as baixadas e os morros e serras como os dois grandes
domínios geomorfológicos na área da bacia. A influência das formas de relevo são marcantes na
configuração e na distribuição dos diversos tipos de solos que constituem esses ambientes e que
podem ser divididos como solos das baixadas e solos das encostas.
Os terrenos planos e as depressões da baixada, apresentam geralmente condições de drenagem
imperfeita formando quase sempre ambientes hidromórficos, com grande influência do lençol
freático, que nessa área aparece muito próximo à superfície. Constituem-se basicamente de
sedimentos quaternários que foram retrabalhados por diversos agentes (vento, ondas, correntes e
etc.), associados ao desenvolvimento de restingas e dunas (depósitos arenosos), mangues
(depósitos argilosos, argilo-siltosos e mistura de sedimentos arenosos e materiais orgânicos) e
ainda aos alagadiços e aluviões nas áreas planas e represadas junto à costa (depósitos
aluvionares). As classes de solos relacionadas a essas zonas de baixada são: Areias Quartzosas
Marinhas, solos Gley, Podzol, Planossolos, solos Aluviais e solos Orgânicos (EMBRAPA, 1980).
O aumento da declividade em direção às serras reflete-se na presença de solos associados às
variações de gradientes das encostas e à maior exposição à erosão, originários da
intemperização de rochas e sedimentos mais antigos. Nesse contexto, solos Podzólicos
Vermelho-Amarelo associados à solos Litólicos e afloramentos rochosos, Latossolos VermelhoAmarelo, Cambissolos e Brunizem Avermelhado, ocorrem nas áreas que apresentam um relevo
ondulado a fortemente ondulado, sendo os solos Podzólicos Vermelho-Amarelo característicos
das colinas e morrotes isolados nas baixadas.
129
♦ Areias Quartzosas Marinhas
As Areias Quartzosas Marinhas constituem solos essencialmente quartzosos, podendo
apresentar fragmentos de conchas, excessivamente drenados, geralmente profundos, de textura
arenosa (-de 15% de argila), com horizonte A pouco espesso ou ausente (via de regra
moderado), horizonte B inexistente ou muito pouco desenvolvido, configurando uma sequência
típica A, C1, C2, C3, etc., com horizonte C de grande espessura e com textura das classes areia
ou areia franca (RADAMBRASIL,1983). São solos bastante permeáveis, apresentando problemas
de retenção de água, possuem baixa capacidade de troca de cátions e poucos nutrientes. Por
outro lado, não apresentam problemas para o desenvolvimento de vegetação específica.
Apresentam grande susceptibilidade à erosão e problemas para a atividade mecanizada
(atolamento), em virtude da fraca coerência do substrato arenoso. Pelas características
apresentadas, estes solos devem ser mantidos com cobertura permanente, prestando-se mais à
conservação de flora e fauna do que a atividades extrativas.
Nesta área são encontradas areias quartzosas marinhas distróficas (pouco férteis, baixo teor de
nutrientes). Em algumas áreas estas areias ocorrem contíguas aos solos Podzóis Hidromórficos
que são solos com horizonte B Podzol, também muito profundos e que se desenvolvem sobre os
sedimentos arenoquartzosos de origem marinha. Esses solos apresentam horizontes bem nítidos,
numa sequência de horizontes A1, A2 seguidos de Bhir ou Bh ou Bir e C e sua textura é arenosa. O
horizonte B apresenta uma espessura variável e se caracteriza por acumulação iluvial de matéria
orgânica (h)e/ou sesquióxidos livres, especialmente ferro (ir). Esses podem funcionar como
agentes cimentantes, conferindo dureza de graus diversos a este horizonte, além de uma
coloração específica amarronzada ou café. Se desenvolvem em áreas mal drenadas, com
excesso de água permanente ou temporária. São solos ácidos, de baixa fertilidade natural, e
apresentam uma dominância da vegetação natural em suas áreas (EMBRAPA, 1980). Pela sua
textura arenosa, especialmente no horizonte A, apresenta susceptibilidade à erosão moderada.
♦ Solos Gley
Os solos predominantemente hidromórficos do tipo Gley caracterizam-se pela presença de um
horizonte subsuperficial (g), de coloração cinzenta e/ ou mosqueada, evidenciando a sua
formação por reações de oxi-redução. Apresentam seqüências de horizontes A e Cg ou A (B)g e
Cg. A grande presença de matéria orgânica no horizonte A, evidencia, junto com o horizonte gley,
a má drenagem do terreno e a condição de hidromorfogenia. Os solos gley são, em geral, pouco
profundos, com o horizonte superficial espesso pelo acúmulo de matéria orgânica, de coloração
escura (preta ou cinza-escura) e os horizontes subsuperficiais (g) de cores cinzentas e neutras, de
textura argilosa ou muito argilosa e estrutura maciça. Ocorrem comumente nas várzeas dos rios.
Os sedimentos constituintes desses solos em geral são de origem flúvio-lagunar.
Podem ser identificados duas classes de solos Gley: Gley Húmico, Gley Pouco Húmico. Os solos
Gley Húmico e Gley Pouco Húmico diferenciam-se basicamente pelo teor de matéria orgânica no
horizonte A, que é maior no primeiro do que no segundo.
Na Baixada de Jacarepaguá, ocorrem os vários tipos de solos gley, predominando os gleys
húmicos de argila de atividade alta, álicos, em altitudes que variam de 10 a 20 m, sob campos de
várzeas. Por ocuparem terrenos em relevo plano, os solos gley praticamente não são
susceptíveis à erosão. Quanto à sua utilização para agricultura, apresentam limitações referentes
ao excesso de água, já que o lençol freático encontra-se normalmente alto. Com medidas de
drenagem adequada, os gley húmicos e pouco húmicos podem se prestar para a agricultura,
principalmente com culturas de arroz e hortícolas. Os solos álicos e distróficos, necessitam de
correção da acidez e de adubação para sua perfeita utilização. além de drenagem. Já os que
130
apresentam caráter sódico não despertam interesse para a agricultura, sendo mais indicados
para pastagens (RADAMBRASIL, 1983).
♦ Manguezal
Como ambiente de transição entre o continente e o mar, os manguezais recebem grande carga
de sedimentos provenientes de transporte fluvial. Constituem-se de material que variam de
textura arenosa a muito argilosa e grande produção de matéria orgânica com restos de conchas e
vegetais, com intercalação de areias finas, formando vastas lamas. A coloração típica desses
sedimentos é a acinzentada, evidenciando as condições redutoras desse ambiente. A sua
vegetação típica, o mangue propriamente dito, possui um fundamental papel na deposição e
fixação desses sedimentos.
Pelas características desse ambiente, a vegetação assenta-se sobre solos compatíveis com os
solos do tipo gley salinos tiomórficos e a associação complexa de solos gley salinos e solos gley
salino tiomórficos ambos indiscriminados. Também podem ser encontrados associados aos solos
orgânicos salinos tiomórficos. Os gley salinos tiomórficos apresentam sequência típica de
horizontes do tipo A sobre C, com cores escuras no horizonte A e cinzento-esverdeada escura no
horizonte C. Possuem alta condutividade elétrica, altos teores de sais solúveis e de enxofre. São
solos extremamente ácidos, e quando drenados artificialmente, apresentam torrões de enxofre
secos próximos às escavações, por isso não se prestam ao uso agrícola (EMBRAPA, 1980).
♦ Solos Aluviais
Os solos aluviais são solos pouco desenvolvidos, de sequência de horizontes A e C, com um
horizonte A diferenciado sobre um C de camadas estratificadas, não consolidadas e em geral
gleyzadas. Em alguns casos podem aparecer um horizonte B incipiente e pouco espesso.
Ocorrem nas várzeas dos rios, em relevo plano, e podem variar em relação à textura, coloração,
consistência e estrutura de acordo com a natureza dos sedimentos depositados (RADAMBRASIL,
1983). Também variam quanto à saturação de bases, atividade da argila, tipo de horizonte A e
tipo de vegetação. A sua profundidade depende da altura do lençol freático, mas esse fator não
limita o desenvolvimento de raízes, apesar do risco de inundações (EMBRAPA, 1980).
♦ Solos Orgânicos
Os solos Orgânicos são solos hidromórficos, pouco evoluídos por não apresentarem horizonte B
ou com B pouco desenvolvido. Sua composição orgânica, em graus de decomposição variável,
provém da acumulação de restos vegetais em ambiente palustre. São solos muito ácidos, com
teores elevados de carbono e de hidrogênio(H+), de coloração escura (preta), textura orgânica e
com estrutura ausente ou fraca angular. Estão situados principalmente em áreas de bacias, onde
a matéria orgânica se acumula sobre sedimentos fluvio-lacustres. Em áreas de permanente
influência das marés, os altos teores de sais solúveis e compostos de enxofre, caracterizam os
solos orgânicos salinos tiomórficos. Com drenagem artificial, os solos orgânicos podem ser
utilizados para culturas como o arroz e hortícolas (EMBRAPA, 1983).
São solos com boas condições para utilização agrícola, apresentando limitações somente
relacionadas com a fertilidade. Podem aparecer associados aos Cambissolos eutróficos e
distróficos, de argila de atividade baixa, compostos de sedimentos provenientes de rios e
materiais carreados das partes mais elevadas e depositados nas partes mais baixas. São solos
131
pouco desenvolvidos e apresentam um horizonte Ap sobre um horizonte B incipiente, seguido de
camadas estratificadas gleyzadas.
♦ Planossolo
Os Planossolos são solos com horizonte B textural, ou seja, uma mudança textural abrupta entre
os horizontes A (menos argila) e B (mais argila) e características de hidromorfismo, como cores
cinzentas e mosqueado nos horizontes subsuperficiais. Em geral, apresentam uma sequência do
tipo A1, A2, B2tg, B3tg e Cg. O acúmulo de argila no horizonte B diminui sensivelmente a
permeabilidade desses solos. Elas podem ser de atividade alta (Ta) ou baixa (Tb). Esses solos
variam ainda devido a textura, estrutura e consistência no horizonte B. Este solo sofre um
excesso de umidade no período de chuvas e um grande ressecamento nos períodos secos.
Devido ao regime hídrico, apresenta problemas para o desenvolvimento radicular e às vezes,
perigo de acúmulo de sais, dificultando um pouco a sua utilização para a agricultura. Ocorrem em
relevo praticamente plano e a sua susceptibilidade à erosão é praticamente nula.
♦ Podzólico Vermelho-Amarelo
Os solos podzólicos vermelho-amarelo são solos minerais, bem a moderadamente drenados, em
geral profundos, com sequência de horizontes A, Bt e C, sendo a principal característica a
presença do horizonte B textural.
O horizonte A é um horizonte mineral com matéria orgânica, moderadamente desenvolvido, de
colorações muito escuras, podendo ocorrer ou não horizonte A2 de coloração mais clara. A textura
varia de franco arenoso a franco argilo-arenoso, podendo ocorrer cascalhos, predominando
estrutura do tipo granular. Possuem poros pequenos a grandes, médios e grandes; consistência
ligeiramente dura (seco), muito friável a friável (úmido) e plástico e pegajoso (molhado). O
horizonte B textural (Bt), é iluvial, com acúmulo de material lavado da parte superior, de textura
argilosa ou muito argilosa. Possui uma coloração vermelho-amarelada, com teores de ferro
significativos, podendo ocorrer em alguns perfis mosqueados provenientes do material de origem.
Apresentam estrutura do tipo em blocos subangulares e/ou angulares de pequena a média
fortemente desenvolvidas, cerosidade abundante, porosidade comum, consistência dura a muito
dura (seco), friável (úmido) e plástica e pegajosa (molhado). O horizonte C apresenta menos
argila do que o Bt, maior relação silte/argila dentro do perfil e a coloração mais freqüente é a
variegada. (EMBRAPA, 1980).
Esses solos normalmente apresentam argilas de atividade baixa, o que lhe confere pouca
capacidade de retenção de bases, sendo desfavorável para a utilização agrícola em face da
necessidade de um maior número de adubações. Se o solo é álico ou distrófico, necessita de
maiores quantidades de insumos para adubação no caso de argilas de atividade alta. As argilas
expansivas em que a atividade seja muito alta, também são desfavoráveis para o uso agrícola
além de reunir situações desfavoráveis ao uso da engenharia em virtude da forte expansão e
contração que gera fendilhamentos no solo.
As condições físicas desse tipo de solo dependem da profundidade, das condições de drenagem
e de outras características modificadoras, além da atividade da argila. Essas condições físicas
apresentadas pelo solo influirão na sua capacidade de desenvolvimento radicular (EMBRAPA,
1980).
132
Em geral, a descontinuidade textural abrupta entre os horizontes A e B, os tornam solos
susceptíveis à erosão. A existência de argila dispersível em água e o tipo de estrutura, entre
outros fatores, contribuem também para aumentar esta susceptibilidade. Dentro dos graus de
limitação do uso do solo, a susceptibilidade desses solos à erosão vai de moderada a muito forte,
dependendo da declividade e da classe de textura do horizonte B. No caso do relevo suave
ondulado, a susceptibilidade dos podzólicos vermelho-amarelo enquadra-se no grau moderado.
Quando não adotadas práticas conservacionistas, poderão ocorrer dificuldades para a exploração
agrícola, além da perda rápida desses solos.
Nas colinas e morrotes ocorrem os tipos podzólicos vermelho-amarelo distróficos associados ao
álico latossólico; distrófico associado ao eutrófico e, os distróficos planossólicos. Todos de argila
de atividade baixa. A característica distrófica dos solos refere-se à saturação de bases baixa que
reflete o baixo nível de nutrientes no solo e portanto, sua pouca fertilidade natural. O caráter álico
significa que além de distrófico, o solo possui um alto teor de alumínio trocável (Al +++ ) no
horizonte B, num nível tóxico para as plantas. O caráter eutrófico significa uma alta saturação de
bases, grande reserva de nutrientes e portanto, maior fertilidade.
No município do Rio de Janeiro, os podzólico vermelho-amarelo, de argila de atividade baixa (Tb)
álicos, normalmente com horizonte A moderado e textura média/argilosa são encontrados em
associação com os podzólicos vermelho-amarelo Tb eutróficos e solos litólicos indiscriminados,
podendo também ser associados à afloramentos de rocha (no relevo forte ondulado), em geral
em substrato de rochas gnáissicas.
Os solos podzólicos vermelho-amarelo eutróficos com horizonte A moderado e textura
média/argilosa, ocasionalmente rasos (podzólicos com menor profundidade) podem ser
encontrados em associação com os podzólicos vermelho-amarelo eutróficos com A
chernozêmico, e também com solos litólicos indiscriminados e afloramentos de rocha. Quando
rasos, podem ocasionar limitações para o uso agrícola ou pela dificuldade de armazenamento de
água ou pela pouca espessura para o desenvolvimento de raízes (dependendo de seu substrato
fraturado ou não). Ocorrem ainda o eutrófico com horizonte A chernozêmico, textura
argilosa/muito argilosa associada a brunizem avermelhado e, em menor proporção os podzólicos
vermelho-amarelo distróficos associados ao podzólicos vermelho-amarelo eutróficos.
♦ Latossolo Vermelho-Amarelo
A classe dos latossolos vermelho-amarelos compreende solos minerais, não hidromórficos, com
sequência de horizontes A, B, C, apresentando estágio avançado de intemperismo, sendo
normalmente muito profundos ou profundos O horizonte B é latossólico, o que significa um
horizonte subsuperficial com pouca quantidade de minerais primários de fácil intemperização,
com concentração de argila, tipo 1:1 (caulinita) e sesquióxidos livres e conseqüentemente baixa
capacidade de troca de cátions (valor T). São solos de textura muito argilosa e argilosa, sendo
que o contraste textural não é muito nítido. O limite do B latossólico com o horizonte A
suprajacente, escurecido pela matéria orgânica, é normalmente claro ou gradual. Com o horizonte
C subjacente, é normalmente difuso (RADAMBRASIL, 1983). Em relação à estrutura, o contraste
é mais nítido, sendo do tipo granular no horizonte A e nos horizontes B e C de aspecto maciça
pouco coesa in situ. São solos friáveis, fofos, muito porosos, bem drenados e com boa aeração.
O tipo de horizonte A predominante é o moderado, ocorrendo também o húmico e o proeminente.
O horizonte B apresenta cores que variam de bruno-forte, vermelho-amarelada e vermelha.
De um modo geral, ocorrem em área de relevo forte ondulado e montanhoso, ocasionalmente em
relevo ondulado e até suave. Sendo muito porosos, propiciam maior resistência à erosão. Apesar
do relevo movimentado, esses solos são bastante utilizados para pastagens, culturas de café e
133
milho, pois não apresentam problemas físicos para o desenvolvimento radicular, embora sejam de
baixa fertilidade natural (RADAMBRASIL, 1983)
♦ Afloramentos de Rocha
Os afloramentos de rocha que aparecem em associação nos relevos fortemente ondulados,
referem-se à exposição de rochas nuas ou com reduzidas porções de materiais detríticos
grosseiros, largas porções de fragmentos provenientes da desagregação das rochas locais com
algum material terroso (RADAMBRASIL, 1983).
♦ Brunizem
O Brunizem Avermelhado é uma classe de solos que ocorre predominantemente em relevo forte
ondulado, e suas características são a alta atividade da argila (Ta) , pouco profundos, com
espessura entre o horizonte A e o B entre 1 m e 1,5 m, com horizonte A chernozêmico e horizonte
B iluvial de acumulação de argila (Bt). A transição do A para o Bt é gradual e do B para o C, o
percentual de argila decresce acentuadamente. São solos bem estruturados, do tipo granular
(estrutura forte) no horizonte A e do tipo blocos angulares e sub-angulares com cerosidade forte
abundante no Bt. Possui altos valores de base trocável ao longo do perfil. Tem origem na
decomposição de granodioritos e gnaisses da série inferior, com intrusões de rochas básicas e
intermediárias do pré-cambriano. O horizonte A possui cores que variam do bruno escura a bruno
acizentada muito escura.(EMBRAPA, 1980). São solos naturalmente férteis e com boas
condições físicas, não limitando o desenvolvimento radicular, porém pelas altas declividades,
apresenta uma muito forte susceptibilidade à erosão. Podem ainda apresentar problemas ligados
à falta d’água.
♦ Podzol
É constituido por solos com horizonte B podzol, muito profundos, arenosos, ácidos a
moderadamente ácidos, com saturação de bases baixa e saturação com alumínio trocável alta.
São desenvolvidos sobre sedimentos arenoquartzosos de origem marinha, referidos ao Holoceno,
em relevo plano e suave ondulado da Baixada de Jacarepaguá. (EMBRAPA, 1980)
4.4.4.2 Aspectos Geotécnicos
Do ponto de vista geotécnico, os solos da bacia de Jacarepaguá podem ser classificados e
descritos conforme a seguir.
♦ Afloramentos rochosos
Decorrentes dos processos de degradação do relevo, enormes massas de granito e gnaisses
afloram em toda a área de maciços, tanto sob a forma de imensos monólitos esculpidos pelos
agentes de intemperismo ou como patamares escarpados e isolados pelos padrões de
fraturamento locais. Os afloramentos rochosos concentram-se principalmente nas cotas mais
altas dos maciços que envolvem a baixada pelos flancos leste, norte e oeste.
Os granitos afloram a noroeste da área de estudo, constituindo a grande intrusão do maciço da
Pedra Branca e corpos de formas bastante irregulares que penetram discordantemente nos
gnaisses. As intrusões graníticas são amplamente distribuídas cortando a xistosidade dos
134
gnaisses, apresentando-se também sob a forma de pegmatitos, com grandes quantidades de
quartzo e feldspatos, e em alguns casos concentrações de biotita, indicando uma fase de intrusão
posterior.
Os afloramentos de gnaisses encontrados nesta área distinguem-se em: leucocráticos
(microclina-gnaisses), melanocráticos (microclina e/ou plagioclásio-gnaisses), gnaisses
quartzíticos e gnaisses-graníticos da Série Inferior. À exceção desse último, ocorrem no Maciço
da Tijuca, a norte e nordeste da baixada.
♦ Solos de Encostas
Os solos residuais provenientes da decomposição de granitos aparecem a noroeste e a nordeste
da área, recobrindo o Maciço da Pedra Branca e as bossas graníticas dos topos do Maciço da
Tijuca. Esses solos, tanto dos tipos com textura equigranular quanto os da textura porfiróide, são
predominantemente arenosos, caracterizando melhores desenvolvimentos do horizonte C.
Os solos residuais provenientes de gnaisses localizam-se a norte, nordeste e sudoeste da área
de estudo, em unidades isoladas, distinguindo-se em microclina-gnaisses, microclina/
plagioclásio-gnaisses e biotita-gnaisses. Ainda foram encontrados solos resultantes da alteração
de diques de diabásio.
Comparando-se esses dois solos, os solos residuais de gnaisses são mais heterogêneos do que
os solos residuais de granito. As variações granulométricas são mais bruscas nos solos residuais
de gnaisses devido às variações de textura e composição mineralógica da rocha de origem, assim
como dos seus índices de plasticidades. Os primeiros horizontes de formação dos solos residuais
de ganisses apresentam concentrações sílticas e/ou argilosas em uma massa
predominantemente arenosa. Quando existem essas concentrações argilosas, são as
responsáveis pela plasticidade encontrada nesses horizontes. As concentrações sílticas e
argilosas são herdadas, respectivamente, das concentrações de biotita e feldspatos da rocha de
origem. Os horizontes superiores (B) que não conservem qualquer vestígio textural ou estrutural
da rocha de origem, podem estar influenciados pelas concentrações citadas, mas suas
características granulométricas resultam, também, dos processos de iluviação que neles se
desenvolvem.
Os solos coluviais são classificados, principalmente, como areias mal graduadas, areias siltosas,
areias argilosas, siltes ou areias finas micáceas. É difícil estabelecer as relações entre as
características físicas e a gênese desses solos, pois os elementos que neles participam podem
ser extremamente aleatórios, ainda podendo ser resultado de processos de acumulação
característicos de cada local de ocorrência.
♦ Solos da Baixada
Há uma variabilidade das distribuições granulométricas dos solos aluviais da baixada. “A própria
gênese dos solos aluviais e, consequentemente, devido as suas proximidades aos maciços
rochosos, faz com que tenham características distintas de todos os outros tipos de solos da
baixada.”(Cabral, 1979, p. 123) Estes solos possuem aspectos arenosos em superfície, passando
a areno-siltosos ou areno-argilosos a poucos centímetros de profundidade, sendo que, em alguns
casos, camadas francamente siltosas ou argilosas podem ser encontradas. Essas variações de
características granulométricas devem ser resultantes de variações do regime de fluxo do agente
transportador, no caso a água de escoamento superficial e os rios que drenam as regiões mais
135
altas, às diversas épocas em que se processa a remoção de materiais, e das próprias
características dos locais de recepção e acumulação desses materiais.
Nos solos arenosos foram reconhecidos por Cabral os seguintes tipos principais de areias: areias
de praia, areias de fundo de enseada e areias de restinga. Associadas a estas, foram
identificadas ainda: areias resultantes de remoção e retrabalhamento por correntes de circulação
da laguna formada pela restinga interna e areias originadas pelo rompimento dessa restinga por
correntes marinhas. Por suas próprias origens, essas areias apresentam-se com texturas de fina
a média1, e via de regra, bem graduadas. As areias resultantes do rompimento da restinga
interna, granulometricamente, são semelhantes às areias da praia. Com a exceção de algumas
amostras de areia proveniente do retrabalhamento da restinga, todas foram classificadas como
areias bem graduadas com pouco ou nenhum fino. “As semelhanças de suas características de
graduação e uniformidade, leva a admitir, apesar das origens diversas, que estiveram sujeitas a
ambientes cujas dinâmicas de trabalhamento dos grãos foram aproximadamente equivalentes”.
(Cabral, 1979, p.128)
Os solos orgânicos apresentam-se como camadas argilo-siltosas e silto-argilosas de espessuras
variáveis, muito compressíveis, intercaladas com camadas ou lentes de areia. Este material
localiza-se nas antigas lagunas da enseada de Jacarepaguá ou nos atuais mangues nas margens
da Lagoa da Tijuca. Esses solos oferecem péssimas condições para a construção civil, exigindo
fundações profundas em estaca ou tubulões devido a sua alta compressibilidade. Com relação a
aterros em geral e aterros para estradas de rodagem, estes solos exigem análises especiais de
estabilidade e controle de recalques que podem estar associados ao fenômeno de ruptura
hidráulica (piping), pois nestes solos o lençol freático freqüentemente está próximo à superfície.
♦ Geotecnia da Baixada de Jacarepaguá
A área da baixada é representada por sedimentos marinhos, lagunares e paludiais, cujas
formações foram decorrentes de um período transgressivo iniciado no Holoceno e, também, por
sedimentos aluviais Pleistocênicos depositados em bacias de acumulação interiores e na periferia
dos maciços circunvizinhos. Mas esses sedimentos somente podem ser diferenciados do ponto
de vista geotécnico nas seguintes classes: areias (as marinhas e lagunares), argilas moles, (as
paludiais) e areias argilosas ou siltosas (as aluviais).
Os terrenos arenosos, normalmente, possuem boa capacidade de suporte para fundações de
aterros e obras civis. Sempre revelaram compacidade crescente com a profundidade, mas há a
possibilidade da existência de camadas argilosas orgânicas, a profundidade variáveis, mesmo sob
as areias da restinga interna ou sob as areias resultantes do retrabalhamento dessa restinga.
Segundo Cabral (1979), é possível admitir a presença desse material em profundidade em função
da própria história evolutiva da baixada.
Houve um sincronismo de formação entre a laguna e a barreira arenosa que lhe originou, isto é,
no interior desenvolveram-se condições salobras propícias à deposição de clásticos finos e de
biodetritos, e houve também a interdigitação das areias da restinga com esses sedimentos
paludiais.
Na superfície da restinga mais externa, não foi verificada a existência desses sedimentos
orgânicos, já que a carga de finos trazida pelos rios que desembocam na baixada ficou restrita à
primeira laguna formada e, além disso, esse bloqueio impediu a diminuição de salinidade no
interior da segunda laguna formada posteriormente.
1
De acordo com a escala granulométrica da ABNT.
136
Os solos orgânicos, isto é, as argilas e os siltes orgânicos são dominantes nas porções oeste e
nordeste da baixada. No primeiro caso, no local denominado "Campos de Sernambetiba",
aparece a diversas profundidades em intercalações com lentes e camadas arenosas, e no
segundo caso ocorrem desde a margem setentrional da atual Lagoa da Tijuca até o encontro dos
solos aluviais da borda dos maciços. Essa segunda ocorrência e imediatamente reconhecida no
campo porque constitui-se no prolongamento natural dos manguezais ainda existentes nesta
área. Em profundidade constituem camadas contínuas com espessuras, máximas variando de 10
a 15 m.
Fundações diretas de obras civis em solos orgânicos são inexequíveis, sempre obrigando ao uso
de estacas ou tubulões, e as fundações de aterros, em função de suas estabilidades e métodos
de execução, são também problemáticas. As deformações nos aterros de estradas da baixada,
especialmente naquelas que estão sujeitas a um tráfego pesado, têm dado origem a problemas
sérios de conservação.
Observa-se que camadas turfosas ocorrem sobre as areias retrabalhadas da restinga e sobre os
solos orgânicos. As que se sobrepõem às areias não têm qualquer expressão em espessura,
variam de poucos centímetros até um máximo de 0, 50 m, e são responsáveis pela
impermeabilização superficial verificada nessas areias. As que recobrem os solos orgânicos, ao
contrário, alcançam espessuras maiores, atingindo até 3,70 m.
Os solos aluviais, têm como característica usual uma compacidade de média a rija, mas,
localmente, podem apresentar camadas com consistência variando de média a mole. Esta
variação resulta da presença de cama das de argilas cinza escuras, ou misturas de argila e areia,
sobpostas e areias de densidades a espessuras variáveis. Esses solos são classificados de
intermediários a bons em termos de qualificação de condições para fundações.
Os terrenos sedimentares, a exceção das restingas interna e externa, que possuem as cotas mais
altas da baixada (médias aproximadas de 7,0 e 4,0 m), necessitam de nivelamento e suporte.
♦ Geotecnia dos Maciços
Os maciços são representados por afloramentos de rochas, localizados normalmente nas cotas
mais altas, e por solos residuais (oriundos da decomposição de granitos e gnaisses) e solos
transportados (tálus e/ou colúvio). Os solos residuais de gnaisses são mais desenvolvidos do que
os de granito, em especial aqueles que mostram variações texturais e mineralógicas acentuadas,
tais como os gnaisses com texturas migmatítica e os gnaisses com intercalações de quartzitos.
Por este motivo esses solos apresentam-se mais heterogêneos e com mantos de intemperismo
mais espessos.
Os depósitos de tálus e colúvios são amplamente distribuídos nas vertentes dos maciços,
formando concentrações contínuas de material rochoso e/ou terroso, na base ou a meia encosta.
Esses depósitos são distinguíveis pela presença de blocos de dimensões variáveis nos primeiros
e pela forma de capeamentos provenientes da mobilização e transporte, a curtas distâncias, de
solos preexistentes sobre os mantos de intemperismos nos segundos.
137
O potencial de uso desses solos em jazidas de empréstimo para aterros é regida por suas
características geotécnicas. Quando os solos de granito e os coluviais contêm fragmentos
grosseiros, revelam-se com boas características de compactação e altos valores de CBR. Já as
jazidas de solos de gnaisses, mesmo apresentando bons resultados de CBR, são mais
dependentes de variações ou concentrações mineralógicas que existiam na rocha de origem.
A observação de cicatrizes antigas e a frequência de obras de contenção em áreas de solos
residuais de gnaisses e de depósitos de tálus induz a possibilidade desses materiais serem mais
falíveis a escorregamentos. Os mecanismos de deslizamento podem ser identificados pelas
próprias superfícies de movimentação, onde predomina a ruptura ao longo do contato tálus-solo
residual e ao longo de planos peferenciais da rocha de origem preservados nos solos residuais
imaturos. Os escorregamentos com superfícies circulares ocorrem , em menor escala, mas
somente em solos de gnaisses.
Os deslizamentos e desplacamentos de rochas também ocorreram nas encostas rochosas dos
maciços. Estes iniciaram-se e desenvolveram-se às expensas das estruturas locais das rochas
independentemente dos tipos litológicos a que estão associados. Em virtude da progressiva
ocupação das encostas com tálus, são mais inquietantes as possibilidades de instabilidade de
blocos de rocha que participam desses depósitos por processos naturais de erosão do solo que
os envolve. Normalmente obras preventivas de contenção devem ser realizadas quando a
freqüência ou as dimensões dos matacões impedem suas remoções.
4.4.5 Risco
A análise de risco pressupõe que sejam estabelecidos limites bem determinados para a sua
execução. Risco é a probabilidade dos danos à vida, propriedade e/ou meio ambiente que
poderão ocorrer em caso de acidente. No presente relatório a análise de risco está condicionada
pelos acidentes naturais que as grandes precipitações provocam: escorregamentos e inundações.
Na matriz de análise de risco proposta nesta seção, três vetores são considerados:
escorregamentos, inundações e áreas urbanas. Por definição uma sub-bacia de alto risco será
aquela que apresentar alta presença de sítios de escorregamento, manchas apreciáveis de solos
hidromórficos, leques aluviais, turfeiras e feições geo-pedológicas correlatas e expressiva
ocupação urbana.
4.4.5.1 Risco de Escorregamento
O mapa de risco é um instrumento técnico-científico capaz de assinalar os sítios mais sujeitos ou
susceptíveis aos processos de movimento de massa (ver Mapa de Risco – JAC-20-0001, em
anexo). Não deve ser encarado como um mapa de determinação da estabilidade dos taludes mas
sim como um indicativo de probabilidade maior de escorregamento.
O método de confecção do mapa de risco de escorregamento levou em consideração as
características das áreas afetadas por deslizamentos no passado e a avaliação em campo do
grau de estabilidade de algumas encostas previamente selecionadas.
O mapa de risco, na escala de 1:50.000, é uma adaptação do mapa preparado pela Sensora
Aerolevantamentos S. A., em 1991, sob encomenda da GEORIO, utilizando o sistema de
matrizes indicativas propostas por Graff & Romesburg, 1984.
A este trabalho, o presente relatório incorpora as considerações metodológicas e a experiência
obtida através da observação de inúmeros movimentos de massa, ocorridos em 1968, por Meis &
138
Silva, (1968). Posteriormente foi incorporada a tese desenvolvida por Marques, que relaciona a
presença de canais de drenagem de primeira ordem com movimentos de massa catastróficos.
Utilizou-se, para este fim, a argumentação de Marques (1990) e o trabalho de reconstituição da
rede de drenagem elaborado no mapeamento da Prefeitura do Rio de Janeiro.
O procedimento metodológico adotado para a confecção do item risco de deslizamento consistiu
na interseção de dois níveis de informação principais:
−
manchas de alto risco de deslizamentos (assinaladas no mapa da GEORIO), o mapa da
GEORIO já inclui, para a determinação de risco de deslizamento, vários níveis de informação,
dentre eles destacam-se: o tipo de solo, o uso atual do solo, o grau de declividade e o
substrato geológico;
−
rede de drenagem de primeira ordem (obtida através da utilização da base cartográfica da
Prefeitura do Rio de Janeiro na escala de 1:10.000).
A existência de canais de drenagem é a condição fundamental que orientou a geração do mapa
de deslizamentos apresentado neste relatório. A circulação hídrica é a responsável pela
mobilização e transporte de sedimentos do sistema compreendido pelos maciços costeiros para o
sistema das baixadas litorâneas. Durante as grandes chuvas, os canais fluviais crescem
rapidamente em volume e velocidade, aumentando exponencialmente a sua capacidade erosiva e
de transporte de sedimentos. Como visto anteriormente, a densidade de drenagem é dez vezes
maior nos maciços do que nas baixadas e a participação do comprimento dos canais dos maciços
em relação ao total é enorme, situando-se na faixa de 80 a 90 %.
Uma rede densa de drenagem espelha o grau de energia potencial e condição de realização de
trabalho de uma determinada unidade de mapeamento. A capacidade potencial de realização de
erosão e de geração de transporte dependem também do tamanho e superfície da vertente, sua
orientação em relação aos ventos úmidos, declividade média, posição e desnível altimétrico.
Como a rede de drenagem dos maciços costeiros são encaixados, o crescimento das vazões
promoverá a erosão lateral dos depósitos de colúvio situados nas vertentes das margens, já que
não existe a possibilidade de transbordamento e inundação dos terrenos situados nas margens
dos canais, em regiões montanhosas. Caso o nível do rio atinja a base de pacotes coluviais e
depósitos de tálus a encosta ficará descalçada e, assim, haverá a geração de movimentos de
massa (Meis & Silva, 1968).
A rede de drenagem, na região dos maciços está encaixada nas linhas estruturais do relevo e a
presença de flancos e vertentes fortemente inclinadas ao longo dos canais acaba por promover
contribuições expressivas de água em espaços de tempo relativamente muito curtos. As vertentes
inclinadas permitem a geração de escoamento superficial e a formação de canais de drenagem
efêmeros que surgem e desaparecem durante as chuvas. Estes canais foram mapeados por
Marques (1990) no trabalho de restituição da rede de drenagem de primeira ordem. Quando estes
canais efêmeros são formados o regime de escoamento tende a ser torrencial, arrastando
sedimentos de granulometria pouco selecionada vertente abaixo.
A formação dos canais efêmeros está relacionada ao tipo de solo que ocorre ao longo dos flancos
dos canais. Solos rasos, presença de textura arenosa, minerais primários e fragmentos de rocha
na matriz do solo são indicativos que estão relacionados a uma forte percolação, boa porosidade
e rápida passagem das águas. A concentração das águas subsuperficiais crescerá encosta
abaixo ao mesmo tempo em que a concavidade das vertentes permitirá a geração de pontos de
aumento de tensão e geração de escoamento superficial, acompanhados pela mobilização e
transporte de sedimentos.
139
A força de arrasto de um canal efêmero depende da intensidade, frequência e duração das
chuvas torrenciais. Assim, uma chuva forte, concentrada no tempo e no espaço, tão característica
da região promoverá a formação dos canais efêmeros e a geração de movimentos de massa
encosta abaixo, mesmo que os solos estejam cobertos por florestas, conforme pode ser
observado nas fotografias aéreas do IPLAN/RIO, na escala de 1:20.000, tomadas em 1996, logo
após as grandes chuvas que caíram sobre a cidade. Nitidamente, os deslizamentos ocorreram
em conformidade com as linhas estruturais do relevo e consequentemente com a drenagem dos
maciços em zonas de ambiente florestal, sem ocupação urbana.
A presença de lentes argilosas em alguns solos podzólicos promovem também a geração de
descontinuidades de percolação e porosidade favorecendo o escoamento sub-superficial laminar.
As lentes argilosas quando hidratadas sofrem deformações plásticas, perdem resistência,
aumentando as chances da ocorrência de movimentos de massa. Por outro lado, solos
profundos, bem drenados e cobertos por vegetação nativa ou secundária possuiriam uma
capacidade maior de resistir à formação de canais efêmeros.
Em encostas ocupadas por cultivos, pasto ou utilizada por moradias o grau de criticidade aumenta
por razões muito conhecidas: impermeabilização, aumento de carga sobre os solos, realização de
cortes e aterros, lançamento de lixo e a geração de águas servidas. A densidade de ocupação foi
considerada na geração de instabilidade dos solos. Afloramentos de rocha e a ocorrência de
blocos e matacões em superfície e subsuperfície promovem também descontinuidades hídricas.
Desta forma, a combinação considerada crítica para escorregamentos e assinalada no mapa
combina o grau de declividade entre 20 e 35 graus, substrato de rochas ígneas, áreas de
ocupação urbana, ocorrência de depósitos de tálus e presença de canais efêmeros e perenes de
drenagem.
Fazendo o cruzamento acima descrito foram encontrados os resultados, relacionados no Quadro
4.37 abaixo e apresentados no Mapa de Risco (Desenho nº JAC-20-0001):
140
Quadro 4.37 – Zonas de alto risco para escorregamentos na bacia de Jacarepaguá
NOME DA SUB-BACIA
NÚMERO DE
ZONAS DE ALTO
RISCO
Total
Rio Cachoeira
Rio Vargem Grande
Rio do Anil
Arroio Fundo
Rio das Pedras
Arroio Pavuna
Rio Vargem Pequena
Rio Camorim
Rio da Barra
Rio Pavuninha
PERCENTUAL
151
100.0
45
32
25
20
11
6
5
4
2
1
29.8
21.2
16.6
13.2
7.3
4.0
3.3
2.6
1.3
0.7
PERCENTUAL
ACUMULADO
29.8
51.0
67.6
80.8
88.1
92.1
95.4
98.0
99.3
100
PERCENTUAL DA
BACIA ACIMA DE
20 m
93,2
80,6
79,7
60,4
43,2
44,7
84,9
81,4
46,4
A análise dos dados apresentados no quadro 4.33 indica que as duas primeiras sub-bacias (Rio
Cachoeira e Rio Vargem Grande) concentram metade das ocorrências de risco de deslizamento.
Caso sejam incluídas as ocorrências do Rio do Anil e Arroio Fundo ao primeiro grupo chega-se a
conclusão que 80% de zonas de alto risco estão concentradas em apenas quatro sub-bacias,
todas com mais de 80% de suas superfícies acima de 20m. É particularmente preocupante
encontrar as sub-bacias do Rio do Anil e Arroio Fundo neste grupo pois além de estarem no
momento atravessando um rápido processo de ocupação urbana, estas sub-bacias aparecem no
mapa de risco de inundações e descritas no ítem 4.4.5.2, a seguir, como áreas de alto risco.
Desta forma, a análise da matriz de risco de perdas materiais aponta a sub-bacia do Rio do Anil
como a mais vulnerável pois os três vetores estão combinados e presentes: zonas de alto risco de
escorregamentos, grandes áreas urbanas e áreas de alto risco de inundação.
Do ponto-de-vista da probabilidade de escorregamentos a sub-bacia do Rio da Cachoeira
destaca-se das demais com cerca de 30% das ocorrências e com mais de 90% da sua área
acima da cota de 20m. O Rio da Gávea Pequena, com 13 ocorrências, e o Rio do Açude, com 6,
formam calhas de elevado grau de criticidade. A bacia do Rio Vargem Grande, com 32
ocorrências, destaca-se o Rio das Paineiras com 10 pontos críticos. Outras bacias com muitos
pontos críticos são as do Anil, Arroio Fundo e das Pedras.
Os rios Camorim e da Barra possuem elevada participação de áreas acima de 20m, como pode
ser observado no quadro 4.37, entretanto como o povoamento destas bacias é relativamente
baixo o risco de deslizamento torna-se muito pequeno. Caso o povoamento nos próximos anos
seja dirigido para estas sub-bacias elas passarão a ter um comportamento muito semelhante as
dos rios do Anil, das Pedras e Cachoeira.
4.4.5.2 Risco de Inundação
Entende-se por inundação o fenômeno de transbordamento dos rios, isto ocorre quando a
descarga do rio não pode acomodar-se dentro das margens que definem o seu leito normal.
Assim, quando a descarga supera a capacidade de vazão do canal, a água verte sobre os
terrenos circundantes outrora cobertos por turfeiras, solos aluviais, areias de fundo de enseada,
solos orgânicos, planossolos, solos tipo gley, enfim, verte sobre os solos típicos de baixadas
141
sedimentares costeiras. O fenômeno da inundação é natural na região e muitas evidências podem
ser encontradas na literatura, Ruellan (1944) e Marques (1990).
Metodologicamente, para a elaboração do Mapa de Risco – JAC-20-0001, em anexo, foram
utilizadas informações disponíveis no corpo do relatório. Elas foram separadas em duas grandes
categorias, a primeira está relacionada às informações do substrato (geologia, solos e
condicionantes físicos-ambientais e a segunda às informações levantadas na seção de
determinação de descargas e transporte de sedimentos.
A estas duas classes de informação foram sobrepostas as informações de uso do solo com o
objetivo de identificar a área urbana assentada em regiões com algum risco significativo de
inundação.
Após estas fases foram plotados os limites das inundações que atingiram a região em 1996. O
traçado foi definido pela Prefeitura do Rio de Janeiro e numa análise preliminar do conjunto dos
poligonos de inundação pode-se afirmar que existem muitos controladores/desencadeadores
locais de inundação tais como pequenas construções, favelas, pontes, vazadouros de lixo e
vegetação.
O risco de inundação tende a crescer em função da combinação de uma série de fatores, dentre
os quais destacam-se:
−
a ordem do rio,
−
a descarga do canal,
−
a densidade de ocupação urbana da sub-bacia,
−
grau de impermeabilização do solo da sub-bacia,
−
a presença de descontinuidades e/ou rupturas de declive,
−
a presença de pontos de estrangulamento nas seções transversais,
−
gradiente do canal,
−
a presença nas margens dos canais de sedimentos finos (silte e argila),
−
a existência na sua foz dos rios e canais de corpos reguladores do nível de base local e
regional (lagunas, lagoas e.o próprio mar).
As inundações na região tendem a se agravar, uma vez que o processo de urbanização
incorpora, rapidamente, terrenos inadequados à edificação ao tecido urbano e por outro lado,
muitos canais são transformados em verdadeiros vazadouros de lixo. Em nível local, qualquer
ponte cujos pilares estejam fincados no leito dos rios pode funcionar como um ponto de
estrangulamento da seção transversal do canal. Áreas faveladas comumente ocorrem dentro dos
canais de drenagem, mais especificamente em seus leitos maiores.
No presente mapa de inundações foram sobrepostas as classes de solo sujeitas à inundação
anual periódica e solos que se desenvolvem em relevos planos, tais como:
−
solos aluviais,
−
solos orgânicos,
−
planossolos e
−
solos do tipo gley.
142
A estes agrupamentos foram acrescidas algumas classes do mapeamento geológico que indicam
feições relacionadas a corpos d’água ou que possuam descontinuidades hídricas importantes
quando observadas do ponto de vista da percolação, desta forma foram selecionadas as
seguintes classes:
−
turfas,
−
leques aluviais,
−
camadas de areia preta e
−
areias de fundo de enseada.
Para a confirmação das áreas sujeitas à inundação foi utilizado o mapa de condicionantes físicoambientais elaborado originalmente pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, vinculado à
Universidade de São Paulo – USP. Duas classes principais foram consideradas:
−
alagadiços e
−
colúvios.
Como existe uma proporcionalidade entre o tamanho da bacia, a ordem do rio principal, a
descarga e a população que habita a bacia, pode-se afirmar que no nível de análise regional e
para o presente caso, que quanto maior a bacia maiores serão os prejuízos materiais uma vez
que estas variáveis estão fortemente correlacionadas, conforme pode ser observado no quadro
4.38. É importante afirmar que a grande maioria das feições escolhidas ocorrem abaixo de 20m
de altitude, assim, o risco de inundação é função ainda da cota altimétrica.
Quadro 4.38 - População, vazões de projeto calculadas e risco de inundação
RIOS
Arroio Fundo
Rio Pavuninha
Rio do Anil
Rio das Pedras
Rio Cachoeira
Rio Camorim
Rio da Barra
POPULAÇÃO
DA SUB-BACIA
(1991)
230.925
11.940
61.410
26.377
9.466
11.061
2.776
RISCO DE
INUNDAÇÃO
(Área abaixo de 20m
de altitude em km²)
11,4
5,8
5,4
4,6
1,4
1,1
0,9
VAZÃO DE PROJETO
(m3/s) TR=50 anos
287,1
45,8
138,3
56,6
147,6
61,3
22,5
A análise do Quadro 4.38 permite afirmar que cerca de 300 mil habitantes estão concentrados
em pouco mais de 25 km² (ver Quadros 4.4 e 4.5). A sub-bacia do Arroio Fundo destaca-se das
demais pela sua magnitude, seja do ponto-de-vista da população, da área abaixo de 20m ou da
vazão de projeto. A área mais crítica é ocupada pela Cidade de Deus. A sub-bacia do Rio
Pavuninha encontra-se em processo de ocupação e desta forma o risco de perdas materiais é
relativamente baixo quando comparado ao do Arroio Fundo. Já o Rio do Anil apresenta uma
elevada descarga e consequentemente um elevado poder erosivo/destrutivo quando entra na
Baixada de Jacarepaguá, nas imediações do Largo do Anil, quando as águas do Rio Sangrador
encontram as águas do Rio Papagaio forma-se um ponto crítico desta sub-bacia, numa região já
bastante urbanizada. O Rio das Pedras apresenta problemas de inundação na altura da favela
que leva o seu nome.
143
4.4.5.3 Matriz de Risco
A matriz de risco (Quadro 4.39) indica que duas sub-bacias destacam-se das demais: Arroio
Fundo e Rio do Anil. Ambas são muito populosas quando comparadas com as demais, possuem
áreas relativamente amplas para a ocorrência de inundações e números expressivos de zonas de
alto risco de deslizamentos. Esta conjugação é extremamente nociva no rio do Anil que possui
uma elevada descarga e/ou poder erosivo. Esta sub-bacia está assim colocada numa posição de
elevada criticidade onde estão conjugados riscos de movimentos catastróficos de massa
acompanhados de elevada descarga e grande contingente populacional.
Quadro 4.39 - Matriz de risco
RIOS
POPULAÇÃO DA
SUB-BACIA (1991)
Arroio Fundo
Rio do Anil
Rio das Pedras
Rio Cachoeira
Rio Pavuninha
Rio Camorim
Rio da Barra
230.925
61.410
26.377
9.466
11.940
11.061
2.776
RISCO DE
NÚMERO DE
INUNDAÇÃO
ZONAS DE RISCO
(Área abaixo de 20m
DE DESLIZAMENTO
de altitude em km²)
11,4
20
5,4
25
4,6
11
1,4
45
5,8
1
1,1
4
0,9
2
O comportamento da sub-bacia do Rio das Pedras é semelhante ao do Rio do Anil com o
agravante de possuir extensa região favelada no seu baixo curso, por outro lado os valores
encontrados para população residente, número de áreas de alto risco e descarga são bem
inferiores, às vezes não chegam à metade dos valores encontrados na sub-bacia do Rio do Anil.
A sub-bacia do Rio Cachoeira destaca-se pelo lado do potencial de ocorrência de movimentos de
massa uma vez que a área abaixo de 20m é relativamente pequena. As perdas materiais e
vítimas fatais foram amplamente descritas por Meis e Silva (1968). Esta sub-bacia destaca-se
pelo elevado contingente populacional nas proximidades das áreas de risco de escorregamento.
As demais sub-bacias possuem baixos valores de criticidade.
4.5 ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Desde o início da ocupação da bacia de Jacarepaguá não existiam, na região, os serviços
públicos de distribuição de água e coletor de esgotos, o que provocou a adoção de soluções mais
simples e individuais, como a captação de água em poços rasos e o lançamento de esgotos em
fossas.
Mais recentemente, com o crescimento rápido e acentuado de algumas áreas da bacia, processo
semelhante ocorreu, existindo grandes loteamentos que foram iniciados sem que os
equipamentos de infra-estrutura básica estivessem devidamente instalados. Também o setor
industrial buscou alternativas as suas necessidades de grandes vazões de água buscando a
mesma em poços profundos escavados nos seus próprios terrenos.
Cabral (1979), estudando a geologia da região de Jacarepaguá, apresentou dados de qualidade e
quantidade das águas subterrâneas utilizadas pelo setor industrial, comercial e residencial na
bacia. Embora não expressivos, em termos quantitativos, os dados levantados apresentam uma
144
visão da qualidade das águas subterrâneas da bacia de Jacarepaguá, sendo a seguir
comentados.
Os poços foram perfurados em terrenos arenosos e aluviais existentes tanto na área de
Jacarepaguá como na região da Barra da Tijuca. Os poços perfurados em terrenos aluviais foram
a profundidades maiores, provavelmente devido a necessidade de maiores vazões. Apesar da
grande profundidade, alguns deles apresentaram águas salobras e salinas, com altos teores de
cloretos.
Na maior parte dos poços amostrados as águas apresentaram-se entre ácidas a neutras, com
baixos teores de cálcio, magnésio e sulfatos. Algumas amostras apresentaram elevados teores
de ferro. Não foram realizados exames bacteriológicos das águas.
Considerando-se que estas águas não sejam usadas para consumo humano, e sim para usos
industriais e diversos tais como limpeza, etc., a qualidade apresentada é bastante compatível com
esses usos. No caso dessas águas virem a ser utilizadas para consumo humano, as mesmas
deverão sofrer tratamento.
Uma seleção dos resultados levantados é apresentada no Quadro 4.40 a seguir, juntamente com
as concentrações máximas permitidas para os parâmetros analisados segundo a Organização
Mundial da Saúde (O.M.S.).
4.6 RECURSOS MINERAIS
Para a caracterização da exploração mineral na Macrobacia de Jacarepaguá, além do
mapeamento das áreas de exploração apresentadas no Mapa de Uso do Solo, da Cobertura
Vegetal e Espaços Territoriais Protegidos - JAC-70-0007 anexo ao Relatório JAC-70-0003 RE,
foram consultados os arquivos do DNPM, onde foram identificados aproximadamente 70
processos, conforme apresentado no Anexo I. Foram consultados ainda os arquivos
disponibilizados pela SMAC para avaliação da situação atual das mesmas.
Dos processos verificados junto ao DNPM identificou-se que apenas 11 possuem concessão de
lavra, embora 44 apresentem o status “ativo”.
A maior parte dos processos referem-se a atividade de extração de granito, com 58%, conforme
ilustra a Figura 4.2. Em segundo lugar aparece a exploração de águas minerais, com 9%. As
demais atividades de extração apresentam menor expressão.
Para a atividade de exploração do granito, dos 25 processos com status de ativos, apenas 11
possuem concessão de lavra.
Dos processos levantados junto à SMAC, apenas um relativo a extração de brita, apresentava-se
operando no bairro da Taquara, o que mostra uma certa desatualização ou carência de
informações mais precisas sobre a área.
Com relação as saibreiras a SMAC relata um total de 3 regulares e 8 irregulares na área.
145
Quadro 4.40 – Águas subterrâneas
ANÁLISES FISICO-QUÍMICAS
POÇO AMOSTRADO
PROF.
(m)
VAZÃO
(m3/h)
TIPO DE SOLO
TURBIDEZ
(UNT)
SOL. TOT.
(ppm)
DUREZA
(ppm)
Fe
(ppm)
Na + K
(ppm)
Ca
(ppm)
Mg
(ppm)
SO4
(ppm)
HCO3
(ppm)
7,0
-
-
-
-
-
-
6,5
-
-
-
-
-
ausente
-
-
30
-
4,8
pH
Cl
(ppm)
FÁBRICA DE PAPEL
Estrada Três Rios
70,0
7,2
aluviais
-
190
ANTÁRCTICA
Estrada Engenho D'Água
75,0
17,0
aluviais
-
787
ANTÁRCTICA
Estrada Engenho D'Água
80,0
4,4
aluviais
-
225
210
7,3
SCHERING IND. QUIM.
Estrada dos Bandeirantes
100,0
18,0
aluviais
15
435
186
6,7
3
88,6
38
20,9
38
43
ECISA S.A.
Estrada dos Bandeirantes
128,0
1,4
aluviais
10
1346
770
7,0
3,8
203
200
65
38
269
CARVALHO HOSKEN ENG.
Av. Américas km 2.5
21,0
9,0
areia
10
38
20
6,0
0,05
4,6
2
3,6
7
6
12
COND. NOVO LEBLON
Av. Américas km 10.5
27,0
6,0
areia
30
100
35
5,9
1,3
20
6
5
1
6
53
CARREFOUR SUPERM.
Av. Américas km 8
33,6
3,0
areia
150
1550
400
4,6
30
400
48
68
70
0
25
1500
500
6,5 a
9,2
1
200
150
400
CONCENTRAÇÕES MÁXIMAS PERMITIDAS SEGUNDO
O.M.S. (1971)
28,6
-
-
21,2
-
-
OBSERVAÇÕES
362 água salobra
-
0
670 água salgada
890 água salgada
600
Figura 4.2 - Quadro da Extração Mineral por Material Explotado segundo DNPM
Granito
Granodiorito/Diorito
Gnaisse
Migmatito
9%
3%
8%
3% 2%
Água Mineral
Areia
Argila/Saibro
6%
58%
11%
147
Conchas Calcárias
5. BIBLIOGRAFIA
AMARANTE, A.P. Problemas da Erosão e do Escoamento das Águas na Cidade do Rio de
Janeiro. Revista Brasileira de Geografia - Rio de Janeiro, 22 (4):637-665, 1960.
ARGENTO, M.S.F. Análise da Variabilidade da Temperatura e Pluviosidade em 10 Estações
Meteorológicas da Guanabara. III Encontro Nacional de Geógrafos, Anais Vol.1, P. 21,
Belém, 1974
BARRY, R & CHORLEY, R.J. Atmósfera, tiempo y clima. Ediciones Omega, Barcelona, 1985.
BERNARDES, L.M.C. Tipos de Climas do Estado do Rio de Janeiro. IBGE, separata da Revista
Brasileira de Geografia, 14(1), 24p.Rio de janeiro, 1953.
BERNARDES, N. Notas Sobre as Características Fisiográficas do Estado da Guanabara. Boletim
Geográfico, Rio de Janeiro, 25 (192): 368-370, 1966.
BIROT, P. Esboço Morfológico da Região Litorânea do Estado do Rio de Janeiro. Notícia
Geomorfológica, Campinas, 2 (3): 1-9, 1959.
CABRAL, Sergio. Mapeamento Geológico-Geotécnico da Baixada de Jacarepaguá e Maciços
Circunvizinhos. Dissertação de Mestrado Submetida ao Corpo Docente do Programa de PósGraduação em Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1979.
CHORLEY, R.J e KENNEDY, B.A. Physical Geography; a Systems Aproach. London, Prentice
Hall, 1971. 370p.
CHRISTOFOLETTI, A. Análise Morfométrica de Bacias Hidrográficas. Notícia Geomorfológica,
Campinas, 9 (18): 35-64, 1969.
____. Correlação de Variáveis para o Estudo Comparativo de Bacias Hidrográficas. Boletim
Geográfico. Rio de Janeiro, 30 (224): 101 -, 1971.
____. Geometria Hidráulica. Notícia Geomorfológica. Campinas, 16 (32): 3-37, 1976.
____. Capacidade e Competência no Transporte Fluvial. Boletim de Geografia Teorética, Rio
Claro, 6 (11/12): 67-77, 1976.
____. Geomorfologia Fluvial – O Canal Fluvial. Edgard Blücher, São Paulo, 1981.
COELHO NETO, A.L. Processos Erosivos nas Encostas do Maciço da Tijuca - Dissertação de
Mestrado, 1979.
148
____. Os solos e a Hidrologia das Encostas do Alto Rio Cachoeira. Revista Brasileira de
Geografia. 42 (3):585-611, 1980.
CONAMA. Resoluções do CONAMA (1984/91). (4 ed.). IBAMA, Brasília, 1992.
CONSAG, Conselho das Águas da Baixada de Jacarepaguá. Diagnóstico Ambiental Uso do
Solo (pp. 68). Rio de Janeiro, 1995.
CONSUB Equipamentos e Serviços Ltda.,). Relatório Final da Campanha para Coleta de
Dados Oceanográficos e Meteorológicos na Barra da Tijuca (Relatório Técnico 110R0005).
Rio de Janeiro, 1994.
COQUE, R. Geomorfologia. Alianza Universidad Textos, Madri, 1979.
COSTA, N.M.C. Geomorfologia Estrutural dos Maciços Litorâneos do Rio de Janeiro.
Dissertação de Mestrado, IGEO/UFRJ, 109 p., Rio de Janeiro, 1986.
DANSEREAU, P. Distribuição de Zonas e Sucessão na Restinga do Rio de Janeiro. Boletim
Geográfico, 6 (60): 1431-43, 1948.
DREW, D. Processos Interativos Homem-Meio. Ed. DIFEL, São Paulo, 1986.
DOMINGUES, A.J.P. Estudo Sumário de Algumas Formações Sedimentares do Distrito Federal.
Revista Brasileira de Geografia. 13 (5): 443-463, 1951.
EMBRAPA. Levantamento Semidetalhado e Aptidão Agrícola dos Solos do Município do Rio
de Janeiro. Rio de Janeiro, 1980.
FALCÃO, M. M. Estudo da Circulação Hidrodinâmica no Sistema Lagunar de Jacarepaguá.
Unpublished Mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1995.
FEEMA. Baixada de Jacarepaguá - Diagnóstico Ambiental. Fundação Estadual de Engenharia
do Meio Ambiente, Rio de Janeiro, 1979.
FEEMA. Estudo do Complexo Lagunar da Barra da Tijuca - FASET - Lagoa de Jacarepaguá.
Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente, Rio de Janeiro, 1982
FEEMA. Diagnóstico das Bacias Hidrográficas Estaduais. Fundação Estadual de Engenharia
do Meio Ambiente, Rio de Janeiro,1983.
FEEMA. Levantamento da Poluição Hídrica da Baixada de Jacarepaguá. Fundação Estadual
de Engenharia de Meio Ambiente, Rio de Janeiro, 1983.
FEEMA. Qualidade da Água e do Ar no Estado do Rio de Janeiro. Fundação Estadual de
Engenharia do Meio Ambiente. Rio de Janeiro, 1984.
FEEMA. Diagnóstico Ambiental do Estado do Rio de Janeiro. Volume 2. Fundação Estadual
de Engenharia do Meio Ambiente. Rio de Janeiro, 1985.
FEEMA. Projeto de Restauração Ecológica do Maciço da Tijuca. Fundação Estadual de
Engenharia do Meio Ambiente. Rio de Janeiro, 1985.
149
FEEMA. Avaliação Limnológica Preliminar da Qualidade da Água da Bacia de Jacarepaguá.
Projeto de Cooperação Técnica Brasil-Alemanha, Rio de Janeiro, 1989.
FEEMA. Relatório sobre as Áreas de Relevante Interesse Ecológico a serem Preservadas na
Baixada de Jacarepaguá. Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente. Rio de Janeiro,
1989.
FEEMA. Qualidade das Águas do Estado do Rio de Janeiro, 1987 - 1989 - V III - Corpos
D’água das Regiões Norte, Nordeste e Lagos do Estado do Rio de Janeiro. Fundação
Estadual de Engenharia do Meio Ambiente. Rio de Janeiro, 1991.
FELLENBERG, G. Introdução aos Problemas da Poluição Ambiental. EDUSP, São Paulo,
1980.
FERNANDES, H.M., et all. Heavy Metal Pollution Assessment in the Coastal Lagoons of
Jacarepaguá,. Env. Poll., 85, 259-264. Rio de Janeiro, 1994.
FERRAZ, J. de S. Subsídios para o estudo de um Ciclo Climatológico do Sudeste Brasileiro.
Revista Brasileira de Geografia. 1(3): 3-15, Rio de Janeiro, 1939.
FIDERJ/SECPLAN - Indicadores Climatológicos. Fundação Instituto de Desenvolvimento
Econômico e Social do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1978.
GALLEGO, L. O Sudeste: o Clima Tropical de Altitudes - a Natureza e a Orientação das
Massas de Ar. IBGE. Rio de Janeiro,1971.
GARCEZ, L.N. Hidrologia. Edgard Blücher. São Paulo,1967.
GOES, H. A. A Baixada de Sepetiba. Imprensa Nacional, Rio de janeiro, 1942.
GOMBERG, M. et alii.. Plano de Esgotamento Sanitário para a Baixada de Jacarepaguá.
CEDAE, Rio de Janeiro,. 1983
GRIGG, K.J. & WALLING, D.E. Drenagem Urbana e Controle de Enchentes no Brasil.
Saneamento, 53 (1/20): 40-45, Rio de Janeiro, 1979.
GUERRA, A. T. Paisagens físicas da Guanabara. Revista Brasileira de Geografia. 27 (4): 539565, Rio de Janeiro, 1965.
HART, M. G. Geomorphology Pure and Applied., Allen & Inwin. London, 1986.
HARVEY, D. Teorias, Leyes y Modelos en Geografia. Alianza Universidad Textos, Barcelona,
1983.
HIRSCHBOECK, K.K. Catastrophic flooding and Atmospheric Circulation Anomalies. Catastrophic
Flooding - The Binghampton Symposia in Geomorphology Internacional. p. 23-25, 1987.
HUFTY, A. Introducción a la Climatología. Ariel Geografia, Editorial Ariel, Barcelona, 1984.
IPLANRIO. Anuário Estatístico do Município do Rio de Janeiro, 1993/1994. Rio de Janeiro, 1995.
KING, L. A Geomorfologia do Brasil Oriental. Revista Brasileira de Geografia, 18 (20): 147-265,
Rio de Janeiro, 1956.
150
KOBLITZ, A. V. et alii. Lagoas da Restinga de Jacarepaguá. , Instituto de Engenharia Sanitária,
Rio de Janeiro, 1969.
LAMEGO. A. R. Ciclo Evolutivo das Lagunas Fluminenses. Boletim Geográfico. 5 (60): 14041430, Rio de Janeiro, 1938.
____. Escarpas do Rio de Janeiro. Serviço Geológico Mineral, DNPM, Boletim 93, Rio de
Janeiro, 1938.
____. Restingas na Costa do Brasil. Boletim DGM, (96): 1-39, Rio de Janeiro, 1945.
____. Ciclo Evolutivo das Lagunas Fluminenses. Boletim Geográfico. 6 (69): 1405-30, Rio de
Janeiro, 1948.
____. O Homem e a Guanabara. 2A. ed., IBGE. (Série Biblioteca Geográfica Brasileira), Rio de
Janeiro, 1964.
LEOPOLD, L. B. & MADDOCK, T. Jr. The Hidraulic Geometry of Stream Channels and Some
Physiographic Implications. U.S. Geol. Survey Prof. Paper, (252): 1-57, 1953.
LEOPOLD, L.B.; WOLMAN, M.G. & MILLER, J.P. Fluvial Processes in Geomorphology. San
Francisco, W. H. Freeman, 1964.
MAIA, M. do C. et alii. Evolução Holocênica da Planície Costeira de Jacarepaguá (RJ). In:
Congresso Brasileiro de geologia, 33, Rio de janeiro, 1984. Anais , p.105-118, Rio de Janeiro,
1984.
MAIO, C.R. (1978) Evolução Geomorfológica do Maciço da Pedra Branca. Rio de Janeiro,
Depto. Geografia/UFRJ. (Dissertação de Mestrado)
MARQUES, J.S. (1976) Comparações Quantitativas entre as Baixadas de Jacarepaguá e
Sepetiba. Rio de Janeiro, Depto. de Geografia/UFRJ. (Dissertação de Mestrado)
____. Estruturação do Sistema Ambiental da Baixada de Jacarepaguá. Geografia, 9 (17/18): 18794, Rio Claro, 1984.
____. Características de Sedimentos Obtidos em Perfurações na Restinga de Jacarepaguá.
Anuário do Instituto de Geociências da UFRJ, Rio de Janeiro, 1985.
____. Intensificação dos Processos Responsáveis pela Sedimentação em Lagoas Costeiras - o
caso da Lagoa de Jacarepaguá. In: II Congresso Brasileiro de Defesa do Meio Ambiente,
Anais..., CE/UFRJ, (2); 556-557, Rio de Janeiro, 1987.
____. A Participação dos Rios no Processo de Sedimentação da Baixada de Jacarepaguá.
Inst. de Geociências e Ciências Exatas/UNESP. (Dissertação de Doutorado). Rio Claro, 1990.
MARQUES, J.S. & ARGENTO, M.S.F. O Uso de Flutuadores para Avaliação da Vazão em Canais
Fluviais. Geociências, 7: 173-186, São Paulo, 1988.
MATTOS, C.C. de; MATTOS, M.D. de & LAROCHE, R.C. Aspectos do Clima e da Flora do
Parque Nacional da Tijuca. Brasil Florestal, 7 (95): 3-12, Rio de Janeiro, 1976.
151
MEDEIROS, K. L. Um modelo de programação matemática para o controle de poluição em
corpos d’água - aplicação ao sistema lagunar de Jacarepaguá. Niterói, Rio de Janeiro,
1982.
MEIS, M. & SILVA, J.X. da. Considerações Geomorfológicas a Propósito dos Movimentos de
Massa Ocorridos no Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Geografia, 30: 55-73, Rio de
janeiro, 1968.
MONTEIRO, C.A. de F. A Frente Polar Atlântica e as Chuvas
Sul/Oriental do Brasil. USP. São Paulo, 1969.
de Inverno na Fachada
MOREIRA. Estudo da Taxa de Renovação e Capacidade de Recuperação do Canal de
Marapendi (Monografia de Estágio Orientado ).: Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ. Rio de Janeiro, 1992.
____. Conseqüências Hidroclimáticas das Glaciações Quaternárias no Relevo Costeiro a Leste da
Baía de Guanabara. Revista Brasileira de Geografia/Geociências, 13 (4): 245-52, São Paulo,
1983.
MOTA, S. Preservação de Recursos Hídtricos. Associação Brasileira de Engenharia Sanitária,
Rio de Janeiro, 1988
MOUSINHO, M.R. & BIGARELLA, J.J. Movimentos de Massa no Transporte dos Detritos da
Meteorização das Rochas. Revista Paranaense de Geografia, 16/17: 43-84, Curitiba, 1965.
MUHE, D.C.E.H. Subsídios ao Estudo da Geomorfologia Costeira - Praia dos Bandeirantes Restinga de Jacarepaguá. Revista Brasileira de Geografia, 33 (2): 103-36, Rio de Janeiro,
1971.
____. Consequências Higroclimáticas das Glaciações Quaternárias no Relevo Costeiro a Leste da
Baía de Guanabara. Revista Brasileira de Geociências, 13(4): 245-252, São Paulo, 1983.
____. Evidências de recuo dos Cordões Litorâneos em Direção ao Continente no Litoral do Rio de
Janeiro. In: Simpósio de Restingas. Anais..., Niterói, 1984.
NIMER, E. Análise Dinâmica da Precipitação Pluviométrica na Região Serrana do Sudeste do
Brasil - Especialmente na Serra das Araras. Revista Brasileira de Geografia, 33(3): 53, Rio
de Janeiro, 1971.
____. Climatologia da Região Sudeste do Brasil: Introdução à Climatologia Dinâmica - Subsídios
à Geografia Regional do Brasil. Revista Brasileira de Geografia. 34 (1): 3-48, Rio de Janeiro,
1972.
NOGUEIRA, A. A. Vargem Grande (Alguns Aspectos Geográricos). Boletim Carioca de
Geografia, 9 (1/2): 49-70, Rio de Janeiro 1956.
152
ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT - OECD.
Eutrophication of Waters Monitoring, Assessment and Control. Final Report. OECD.
Cooperative Program on Monitoring Inland Waters (Eutrophication Control). Environment
Directorate, OECD, Paris, 1982.
PFAFSTETTER, O. Deflúvio Superficial. Bureau de Imprensa e Promoção. Rio de Janeiro,
1976.
PILCHER, E. Aaspectos Geológicos do Escorregamento de Santos. Boletim Soc. Bras.
Geologia, 6(2): 69-77, São Paulo, 1957.
PINTO, N. et alii. Hidrologia Básica. Edgard Blücher, São Paulo, 1976.
PIRES NETO, A.G.; CHRISTOFOLETTI, A. & GARCIA, J. Características das Planícies
Litorâneas e sua Importância para a Implantação de Obras Civil: Um Exemplo no Litoral
Paulista entre Barra do Say e Boiçucanga. In: Anais do Simpósio sobre Depósitos
Quaternários das Baixadas Litorâneas Brasileiras: Origem, Características Geotécnicas
e Experiências de Obras, Rio de Janeiro, 1988.
PONÇANO, W.L. et alii. Sobre a Origem da Baía de Sepetiba e das Restingas de Marambaia. In:
Atas do Simpósio Regional de Geologia, Rio Claro, 1979.
RADAMBRASIL - Levantamento de Recursos Naturais Folhas SF23/24 - Rio de
Janeiro/Vitória., Ministério das Minas e Energia, Rio de Janeiro, v. 32,1983.
REZENDE, C.E. et al. Heavy Metal Distribution in Sediments and Macrophytes (Ruppia
maritima L.) Coastal Lagoons of Rio de Janeiro State - Brazil. International Conference
Heavy Metals in the Environment - Vol.1. Toronto, Canadá, 1993.
RONCARATI, H. & NEVES, L.E. Estudo Geológico Preliminar dos Sedimentos Recentes
Superficiais da Baixada de Jacarepaguá - Município do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro,
Petrobrás/CENPES. (Relatório do Projeto Jacarepaguá, 1976.
ROTH, G. Meteorologia. Ediciones Omega, Barcelona, 1979.
RUELLAN, F. A Evolução Geomorfológica da Baía de Guanabara e das Regiões Vizinhas.
Revista Brasileira de Geografia, 4(4): 455-508, Rio de Janeiro, 1944.
____. O Papel das Enxurradas no Modelo do Relevo Brasileiro - Separata do Boletim Paulista
de Geografia. (13/14), 23p. São Paulo, 1953.
____. Estudos Geomorfológicos na Zona Costeira do Rio de Janeiro. Boletim Carioca de
Geografia, , 6 (3/4): 5-13, Rio de Janeiro, 1953.
SCHUMM, S.A. & LICHTY, R.W. Tempo, Espaço e Causalidade em Geomorfologia. Notícia
Geomorfológica, 13(25): 43-62, Campinas, 1973.
SCHUMM. S.A.; MOSLEY, M.P. & WEAVER, W.E. Experimental Fluvial Geomorphology., John
Wiley & Sons, New York, 1987.
SEMA/ETEP/ECOLOGUS/SM Group. Macroplano de Gestão Ambiental da Bacia Contribuinte à
Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro, 1997.
153
SILVEIRA, J.D. da. Baixadas Litorâneas Quentes e Úmidas. Boletim Fac. Fil. Ci. Letras
USP:GEOGR., 152(8): 1-128, São Paulo, 1952.
SMO/HIDROTERRA S.A. Projeto Executivo, Canalização, Pontes e Vias da Bacia de
Jacarepaguá, Lotes 1 e 2. Estudos Hidrológicos. Secretaria Municipal de Obras, Rio de
Janeiro,1997.
SMPC Plano Piloto da Baixada de Jacarepaguá e a Expansão Urbana da Cidade do Rio de
Janeiro. Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação Geral, Rio de Janeiro, 1977.
SMPC Baixada de Jacarepaguá - Diagnóstico Ambiental. Secretaria Municipal de
Planejamento e Coordenação Geral, Rio de Janeiro, 1980.
SMUMA. Plano Diretor - Meio Ambiente (pp. 38). Rio de Janeiro, 1991.
SMO/STAEL Engenharia Ltda. Projeto Executivo, Canalização, Pontes e Vias da Bacia de
Jacarepaguá, Lote 3. Estudos Hidrológicos. Secretaria Municipal de Obras, Rio de
Janeiro,1997.
STERNBERG, H. Enchentes e Movimentos Coletivos do Solo no Vale do Paraíba de Dezembro
de 1948 - Influência da Explotação Destrutiva das Terras. Revista Brasileira de Geografia,
11(2): 223-261,. Rio de Janeiro, 1949.
STRAHLER, A. Hypsometric Analysis of Erosional Topography. Geol. Soc. America Bulletin,
63(10): 923-938, 1952.
____. Dimensional Analysis Applied to Fluvial Eroded Landforms. Geol. Soc. America Bulletin,
69: 279-300, 1958.
____. Physical Geography. John Wiley & Sons, New York, 1982.
SUGUIO, K. Rochas Sedimentares, Propriedades, Gênese e Importância Econômica.,
Edgard Blücher. São Paulo,1982.
____. Influência das Flutuações do Nível relativo do Mar e da Deriva Litorânea de Sedimentos na
Formação dos Planos Costeiros Quaternários do Brasil. In: Anais do Simpósio Sobre
Depósitos Quaternários das Baixadas Litorâneas Brasileiras: Origem, Características
Geotécnicas e Experiências de Obras, Rio de Janeiro, 1988.
SUGUIO, K. BIGARELLA, J.J. & BECKER, R.D. Ambientes de Sedimentação - Sua
Interpretação e Importância - Ambiente Fluvial, UFP/ADEA, Curitiba, 1979.
SUGUIO, K. et alii. Interpretação Ecológica dos Foraminíferos de Sedimentos Modernos da Baía
de Sepetiba e Adjacências, RJ. Revista Brasileira de Geociências, , 9(4): 233-247, São
Paulo, 1979.
____. Flutuações do Nível Relativo do Mar durante o Quaternário Superior ao Longo do Litoral
Brasileiro e suas Implicações na Sedimentação Costeira. Revista Brasileira de Geociências,
15(4): 273-286, São Paulo, 1985.
SURSAN. Estudo Hidrológico das Chuvas Intensas no Estado da Guanabara. Departamento
de Saneamento, Rio de Janeiro, 1965.
154
TRICART, J. Problemas Geomorfológicos do Litoral Oriental do Brasil. Boletim Baiano de
Geografia, 1(1): 5-39, Salvador, 1958.
UERJ. Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Costeiros-Urbanos do Município do
Rio de Janeiro (Relatório de Atividades 3 Trimestre). Secretaria Municipal de Meio Ambiente SMAC, Rio de Janeiro, 1996.
UERJ. Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Costeiros-Urbanos do Município do
Rio de Janeiro (Relatório Final 7). Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SMAC. Rio de
Janeiro, 1997.
VIERS, G. Climatología. OIKOS-TAU, Barcelona, 1981.
_____. Geomorfologia. OIKOS-TAU, Barcelona, 1978.
VILLELA, S.M. & MATTOS, A. Hidrologia Aplicada. Mc-Graw-Hill Book Co. São Paulo, 1975.
Zee, D. M. W., Filippo, A. M., Sabino, C. M., Couto, R. J. d., & Gahyva, D. L.). Estudo Ambiental
Poluição dos Recursos Hídricos da Baixada de Jacarepaguá (pp. 75).: Universidade do
Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Rio de Janeiro, 1992.
Zee, D. M. W., Sabino, C. M., Moreira, M. H. d. R., Müller, S. L. P., & Gahyva, D. L.). Estudo
Ambiental da Faixa Marginal da Lagoa da Tijuca - RJ (pp. 108).: Universidade do Estado do
Rio de Janeiro - UERJ. Rio de Janeiro, 1993.
155
ANEXOS
ANEXO I
CADASTRO DAS INDÚSTRIAS
ANEXO I
Relação das Indústrias na Bacia de Jacarepaguá (Cadastro FIRJAN)
RAZAO
ATIVIDADE
ENDERECO
QTD_EMP
DESCRICAO
JACAREPAGUÁ
STEFFEN INDUSTRIAS QUIMICAS LTDA
2060 AV TEN CEL MUNIZ DE ARAGAO, 1480
SWING ARTES GRAFICAS LTDA
2999 EST MAL.MIGUEL SALAZAR MENDES DE
MORAIS, 460
1471 AV. ALVORADA, 2541 HANGARES 7 8 9 E 10
1434 ESTRADA DO TINDIBA, 1524
1720 RUA CAIDUBA, 363
MICRO LEVE COMERCIO E INDUSTRIA LTDA
NELCAR MECANICA LTDA
ONDUPEL IND. E COM.DE PAPEIS LTDA
INSULA INDUSTRIA E COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA
ETROS INDUSTRIA DE CONFECCOES LTDA
PLASTICOS NIPPON LTDA
2210 ESTRADA DOS BANDEIRANTES, 2447
INDUSTRIA E COMERCIO MUTANTE LTDA
IBRATA MINERACAO LTDA
JOLESSA CONFECCOES LTDA
FIX LAJE COMERCIO E INDUSTRIA DE MAT DE
CONSTR LTDA
EBID - EDITORA PAGINAS AMARELAS LTDA
2510
1011
2510
1060
R G TEXTIL LTDA
MAGATEC SERVICOS TECNICOS LTDA
2499 RUA EDGARD WERNECK, 481
1290 AV. TEN CEL MUNIZ DE ARAGAO, 895
ICS INDUSTRIA COMERCIO E SERVICOS LTDA
1116 EST DOS BANDEIRANTES, 10639
PLESTIN INDUSTRIAS QUIMICAS LTDA
2110 ESTRADA DO CALMETE,
PAOTEM INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
2680 EST DO TINDIBA
INDUSTRIA GERAL DE APARELHOS E LENTES
LTDA
3023 ESTRADA DOS BANDEIRANTES, 2871
2510 EST DOS BANDEIRANTES, 4852
2320 RUA ANDRE ROCHA, 1536 GALPAO
EST DOS BANDEIRANTES, 5541
EST. DOS BANDEIRANTES, 13840 PARTE
EST DOS BANDEIRANTES, 3936
ESTR. DOS BANDEIRANTES 2355
2999 EST. DOS BANDEIRANTES, 1700
18
381
LOJAS G E H
17 FAB.DE PREPARADO P/ LIMPEZA,POLIMENTO E
INSETICIDA
44 EXECUCAO DE SERVICOS GRAFICOS NAO
ESPECIFICADOS
73 CONSTRUCAO E MONTAGEM DE AERONAVES
21 RECONDICIONAMENTO DE MOTORES P/ VEICULOS
45 FABRICACAO DE PAPEL, PAPELAO, CARTOLINA E
CARTAO
20 FABRICACAO DE PRODUTOS DE PERFUMARIA
33 CONFECCAO DE ROUPAS E AGASALHOS
21 FAB. ART. DE MATERIAL PLASTICO PARA USO
INDUSTRIAL
14 CONFECCAO DE ROUPAS E AGASALHOS
83 BRITAMENTO DE PEDRAS
15 CONFECCAO DE ROUPAS E AGASALHOS
23 FABRIC. DE PECAS DE CIMENTO, GESSO E
AMIANTO
100 EXECUCAO DE SERVICOS GRAFICOS NAO
ESPECIFICADOS
94 FAB. ARTEFATOS TEXTEIS NAO ESPECIFICADOS
25 FAB DE MAQ., APAR. OU EQUIP. NAO
ESPECIFICADOS
12 PROD DE FIOS E ARAMES DE METAIS E LIGAS DE
METAIS
49 FAB. DE PRODUTOS FARMACEUTICOS E
VETERINARIOS
25 FABRICACAO DE MASSAS ALIMENTICIAS E
BISCOITOS
49 FABRICACAO DE INSTRUMENTOS E DE MATERIAL
OTICOS
ANEXO I (Continuação)
Relação das Indústrias na Bacia de Jacarepaguá (Cadastro FIRJAN)
RAZAO
ATIVIDADE
ENDERECO
BIOLAB DIAGNOSTICA S/A
2110 ESTRADA MAPUA, 491-PARTE
PANOTTICA IMP. EXP. E COMERCIO LTDA.
3023 ESTRADA DO TINDIBA, 350 - PARTE
TORRES RIO IMPORTACAO E EXPORTACAO
LTDA
TROIA INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
PRODUTOS ROCHE QUIMICOS E
FARMACEUTICOS S/A
BELFAM INDUSTRIA COSMETICA LTDA
2999 RUA TIROL, 536
2230 RUA CONEGO FELIPE, 285
2110 ESTRADA DOS BANDEIRANTES, 2020
FABRICA DE PAPEL TIJUCA S/A
2210 EST.MAL.MIGUEL SALAZAR M. DE MORAES,
747
1720 EST DOS TRES RIOS, 2386
HELIO BARKI S/A IND E COM
LABORATORIO CANONNE LTDA
2510 EST. DO ENGENHO DAGUA, 1330
2110 AV. CANAL DO ANIL, 1263
COBRA SUB S/A EQUIPAMENTOS
SUBMARINOS
TAMOIO S/A COMERCIO INDUSTRIA DE
AGREGADOS
IND QUIMICA E FARMAC SCHERING PLOUGH
LTDA
MERCK S/A INDUSTRIAS QUIMICAS
3080 EST ENGENHO DAGUA 1200
MOTORTEC INDUSTRIA AERONAUTICA S/A
CONFEITARIA BARAO DE JACAREPAGUA LTDA
1471 AV. AYRTON SENNA, 2541
2670 RUA MARANGA, 912 LOJAS A e B
LINIFICIO LESLIE S/A
CELLOPRESS EMBALAGENS INDUSTRIAIS
LTDA
DFL IND E COM LTDA
2420 ESTRADA ENGENHO D'AGUA, 1401
2350 EST DO RIO GRANDE, 3559 E 3567
CERAS JOHNSON LTDA
2060 EST. COMANDANTE GUARANYS, 599
1011 EST. DA LIGACAO , 1397 - TAQUARA
2110 ESTRADA BANDEIRANTES, 3091
2110 ESTRADA DOS BANDEIRANTES, 1099
3012 ESTRADA DO GUERENGUE, 2059
QTD_EMP
DESCRICAO
93 FAB. DE PRODUTOS FARMACEUTICOS E
VETERINARIOS
57 FABRICACAO DE INSTRUMENTOS E DE MATERIAL
OTICOS
30 EXECUCAO DE SERVICOS GRAFICOS NAO
ESPECIFICADOS
10 FABRICACAO DE VELAS
560 FAB. DE PRODUTOS FARMACEUTICOS E
VETERINARIOS
212 FABRICACAO DE PRODUTOS DE PERFUMARIA
160 FABRICACAO DE PAPEL, PAPELAO, CARTOLINA E
CARTAO
36 CONFECCAO DE ROUPAS E AGASALHOS
82 FAB. DE PRODUTOS FARMACEUTICOS E
VETERINARIOS
123 FAB ART. CACA, PESCA, ESPORTES E JOGOS
RECREATIVOS
84 BRITAMENTO DE PEDRAS
949 FAB. DE PRODUTOS FARMACEUTICOS E
VETERINARIOS
793 FAB. DE PRODUTOS FARMACEUTICOS E
VETERINARIOS
29 CONSTRUCAO E MONTAGEM DE AERONAVES
24 FAB.DE PROD. DE PADARIA, CONFEITARIA E
PASTELARIA
321 FIACAO, FIACAO E TECELAGEM, E TECELAGEM
57 FAB ARTIGO DE MAT. PLAST. P/ EMBALAGEM E
ACONDIC.
127 FAB. DE MATERIAL MEDICO,CIRURGICO E
ODONTOLOGICO
425 FAB.DE PREPARADO P/ LIMPEZA,POLIMENTO E
INSETICIDA
ANEXO I (Continuação)
Relação das Indústrias na Bacia de Jacarepaguá (Cadastro FIRJAN)
RAZAO
ATIVIDADE
ENDERECO
TECNOSTRAL S/A INDUSTRIA E TECNOLOGIA
1240 ESTRADA DO TINDIBA, 979
JOAOSITO DE OLIVEIRA
SIC SOBRASIL INDUSTRIA E COMERCIO DE
BOLSAS S/A
PADARIA E CONFEITARIA CISNE BRANCO
LTDA
CONFECCOES DINEMY LTDA
1370 RUA MARECHAL JOSE BEVILAQUA, 611
1930 RUA COMANDANTE SIMIAO, 135
GRANJA AVICOLA DO XOKO S/A
KNOLL PRODUTOS QUIMICOS E
FARMACEUTICOS LTDA
FUNDICAO CURICICA INDUSTRIA E COMERCIO
LTDA
NEXUS S/A
PEDREIRA COPACABANA LTDA
SOARES INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
2670 EST DE JACAREPAGUA 7836 LOJA
2510 AV. NELSON CARDOSO, 957 SALAS 201/6 E
301/6
2620 EST GABINAL, 1498 - PARTE
2110 ESTRADA DOS BANDEIRANTES, 2400
1106 ESTRADA DOS BANDEIRANTES, 4001
2510 RUA IPADU, 520
1011 RUA DR ODIM GOIS, 250
1899 ESTRADA DO CAPENHA, 913-GALPAO
RACIMEC INFORMATICA BRASILEIRA S/A
1290 ESTRADA DOS BANDEIRANTES, 10710
IND. E COM DE ART DE ALUMINIO ANOD
ARQMETAL S/A
JACARE INDUSTRIA DE PASSAMANARIA LTDA
1190 ESTRADA DO PAU FERRO, 507
PADARIA E CONFEITARIA NOVO MUNDO DE
JACAREPAGUA LTDA
ADINA IND E COM DE FECHOS LTDA
2670 EST DOS BANDEIRANTES 2627 LOJA B
2629
2440 ESTR DOS BANDEIRANTES, 20730
CISAPEL COM E IND DE SACOS E PAPEIS LTDA
DECORACOES BRANDARIZ LTDA
1730 RUA CAITUBA, 363
1699 RUA FRANCISCA SALES 168/178
CALDELAS ALIMENTOS LTDA
2620 ESTRADA DO CAFUNDA, 3214
2440 EST DE JACAREPAGUA 6660
QTD_EMP
DESCRICAO
100 FAB. MAQUINAS P/ AGRICULTURA E CRIACAO DE
ANIMAIS
26 FAB. MAT. ELETRONICO - EXC P/ COMUNICACOES
32 FAB. DE MALAS, VALISES E ARTIGOS P/ VIAGEM
17 FAB.DE PROD. DE PADARIA, CONFEITARIA E
PASTELARIA
32 CONFECCAO DE ROUPAS E AGASALHOS
35 ABATE DE ANIMAIS
486 FAB. DE PRODUTOS FARMACEUTICOS E
VETERINARIOS
339 PRODUCAO DE FUNDIDOS DE FERRO E ACO
544 CONFECCAO DE ROUPAS E AGASALHOS
71 BRITAMENTO DE PEDRAS
154 FAB. ARTEFATOS DE BORRACHA NAO
CLASSIFICADOS
44 FAB DE MAQ., APAR. OU EQUIP. NAO
ESPECIFICADOS
91 FABRICACAO DE ARTIGOS DE METAL NAO
ESPECIFICADOS
33 FAB.ART.DE PASSAMANARIA,FITAS,FILOS,RENDAS
E BORD.
22 FAB.DE PROD. DE PADARIA, CONFEITARIA E
PASTELARIA
207 FAB.ART.DE PASSAMANARIA,FITAS,FILOS,RENDAS
E BORD.
57 FABRICACAO DE ARTEFATOS DE PAPEL
15 FABR. E ACAB. DE MOVEIS E ARTIGOS DO
MOBILIARIO
359 ABATE DE ANIMAIS
ANEXO I (Continuação)
Relação das Indústrias na Bacia de Jacarepaguá (Cadastro FIRJAN)
RAZAO
ATIVIDADE
ENDERECO
DATATIPO GRAFICA E EDITORA LTDA
2999 EST. DOS BANDEIRANTES, 10.639
REPLAEX RESINAS PLASTICAS EXTRUDADAS
LTDA
NOITE FELIZ MODAS E CONFECCOES LTDA
COULTER ELECTRONICS IND E COM LTDA
2310 ESTR. DOS BANDEIRANTES, 2179 E 2265
SYNTHELABO ESPASIL QUIMICA E
FARMACEUTICA LTDA
GUERBET PRODUTOS RADIOLOGICOS LTDA
2099 AV. CANAL DO ARROIO PAVUNA, 600
BOB'S INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
2699 ESTR DOS BANDEIRANTES, 4935
SOARES NIPPON INDUSTRIA E COMERCIO
LTDA
COBRA COMPUTADORES E SISTEMAS BRAS
S/A
YEN INDUSTRIA E COMERCIO DE OTICA LTDA.
2320 EST DO CAPENHA, 913-PARTE
BARGOA CONECTORES IND E COM S/A
1380 ESTRADA CAMORIM, 633
COFIX MOLDES ESCORAMENTOS METAL.
LTDA
AQUANAUTA EQUIPAMENTOS SUBMARINOS
LTDA.
WARNER-LAMBERT INDUSTRIA E COMERCIO
LTDA.
ENGEGLASS IND. E COM.DE VEICULOS LTDA
1190 ESTRADA MACEMBU, 661
2510 EST DO ENGENHO D'AGUA, 496
2110 EST DO MAPUA 591
2110 RUA ANDRE ROCHA, 3000
1370 AV.COMANDANTE GUARANYS, 447
3023 ESTR. DOS TRES RIOS, 348
1899 AV. TEN-CEL. MUNIZ DE ARAGAO, 1032
2110 EST.MAL.MIGUEL SALAZAR M.DE
MORAES,969
1440 ESTR. MIGUEL SALAZAR MENDES DE
MORAES, 516
QTD_EMP
DESCRICAO
10 EXECUCAO DE SERVICOS GRAFICOS NAO
ESPECIFICADOS
26 FABRICACAO DE LAMINADOS PLATICOS
60 CONFECCAO DE ROUPAS E AGASALHOS
37 FAB. DE PRODUTOS FARMACEUTICOS E
VETERINARIOS
107 FABRICACAO DE PRODUTOS QUIMICOS NAO
ESPECIFICADOS
40 FAB. DE PRODUTOS FARMACEUTICOS E
VETERINARIOS
126 FAB. DE PRODUTOS ALIMENTARES NAO
ESPECIFICADOS
121 FAB. ART. DE MATERIAL PLASTICO PARA USO
INDUSTRIAL
285 FAB. MAT. ELETRONICO - EXC P/ COMUNICACOES
15 FABRICACAO DE INSTRUMENTOS E DE MATERIAL
OTICOS
440 FAB MATERIAL DE COMUNICACOES - INC PECAS E
ACESS.
78 FABRICACAO DE ARTIGOS DE METAL NAO
ESPECIFICADOS
42 FAB. ARTEFATOS DE BORRACHA NAO
CLASSIFICADOS
59 FAB. DE PRODUTOS FARMACEUTICOS E
VETERINARIOS
20 FABRICACAO DE CARROCERIAS P/ VEICULOS
AUTOMOTORES
ANIL
IND DE BEBIDAS ANTARCTICA DO RJ S/A
2730 EST. DO ENGENHO D'AGUA, 199
1958 FABRICACAO DE CERVEJAS, CHOPES E MALTE
ANEXO I (Continuação)
Relação das Indústrias na Bacia de Jacarepaguá (Cadastro FIRJAN)
RAZAO
ATIVIDADE
ENDERECO
QTD_EMP
DESCRICAO
BARRA DA TIJUCA
SIMAB S/A
2698 AV DAS AMERICAS 4430 GRUPO 301 PTE
JATO AVIACAO RIO LTDA
1472 AV. ALVORADA, 2541
19 FABRICACAO DE RACOES E ALIMENTOS PARA
ANIMAIS
26 REPARACAO DE AERONAVES, TURBINAS E
MOTORES AVIACAO
CURICICA
SYNTHELABO ESPASIL QUIMICA E
FARMACEUTICA LTDA
2099 ESTRADA DO GUERENGUE, 1851
116 FABRICACAO DE PRODUTOS QUIMICOS NAO
ESPECIFICADOS
1380 RUA ALBANO, 313
311 FAB MATERIAL DE COMUNICACOES - INC PECAS E
ACESS.
MEC PREC MECANICA DE PRECISAO IND E
COM LTDA
EMPER SISTEMAS PNEUMATICOS LTDA
2320 ESTRADA RODRIGUES CALDAS, 2191 A
BIJUTERIAS GRASMUCK LTDA
3099 RUA CONEGO FELIPE, 191/219
69 FAB. ART. DE MATERIAL PLASTICO PARA USO
INDUSTRIAL
47 FAB DE MAQ., APAR. OU EQUIP. NAO
ESPECIFICADOS
213 FABRICACAO DE ARTIGOS NAO ESPECIFICADOS
PRAÇA SECA
COOK ELECTRIC TELECOMUNICACOES S/A
TAQUARA
1290 ESTRADA DA LIGACAO, 839
ANEXO II
PROCESSOS DE EXTRAÇÃO MINERAL
Listagem do DNPM
Código DNPM
Nome Empresa
Data -Processo
Operacao
Situacao legal
Material
Local
Area (ha)
96 890291
EFMUC - Emp. Fornecedora Urban Mat Const Ltda
29/07/96 ativo
Licenciamento
Argila/Saibro
Pechincha
14.240,00
80 890057
Tamoio S.A Comercio e Ind. de Agregados
05/05/80 ativo
Licenciamento
Gnaisse/Granito
Taquara
3.330,00
69 809001
Cia Nacional de Mineracao Granito Tijuca
06/06/69 ativo
Concessao Lavra
Diorito/Gabro/Granito
Taquara
20.000,00
93 890389
Aguaban Ind. e Comercio de Bebidas Ltda
15/07/93 ativo
Requerimento de Pesquisa
Agua Mineral
Pedra da Rosilha
93 890137
Paradiso Aqua Fresh -Ind. Comercio Mineracao e Distribuidora Ltda
14/04/93 ativo
Concessao Lavra
Agua Mineral
Sitio Margarida
76 804426
Celso Guimaraes Fonseca
25/05/76 ativo
Alvara de Pesquisa
Granito
Fazenda Sto Antonio de Curicica
76 810649
G. B. Granitos do Brasil Ltda
18/10/76 ativo
Concessao Lavra
Granito
Taquara
77 802415
Ibrata Mineracao Ltda
28/04/77 ativo
Concessao Lavra
Granito
Vargem Pequena
78 890111
Marmim Ind. Ltda
11/10/78 ativo
Concessao Lavra
Granito
Estrada Paz, s/n - Morro Taquara da Tijuca
73 813398
Gutimpex Importadora e Exportadora Ltda
05/10/73 ativo
Concessao Lavra
Granito
Morro da Marimbeira
73 812773
Marmores e Pedras do Brasil Ltda
24/09/73 ativo
Concessao Lavra
Granito
Taquara do Meio
75 802125
Silva Areal Marmores e Granitos SA
13/03/75 ativo
Concessao Lavra
Granito
Furnas
26.000,00
75 808641
Ibrata Mineracao Ltda
29/09/75 ativo
Concessao Lavra
Granito
Vargem Pequena
12.000,00
46 004719
Mineracao Ind e Com Marapendi S.A
26/01/96 ativo
Concessao Lavra
Areia para Vidro
Restinga Jacarepagua
57 000390
Mineracao Ind e Com Marapendi S.A
16/01/57 ativo
Concessao Lavra
Areia para Vidro
Lagoa Marapendi
58 004245
Empresa de Caolim Ltda
12/06/58 ativo
Concessao Lavra
Areia para Vidro
Barra da Tijuca
94 891285
Ambep Mineracao Ltda
03/11/94 ativo
Alvara de Pesquisa
Agua Mineral
CEDIS
95 890161
Tarcisio de Oliveira e Paula
02/05/95 ativo
Requerimento de Pesquisa
Areia
Km 7,5 Av. das Americas - Restinga
95 890341
Marcel Marmores Com. Exp. Ltda
23/10/95 ativo
Requerimento de Pesquisa
Agua Mineral
Fab. Rica de Tecidos
95 890332
Marcel Marmores Com. Exp. Ltda
11/10/95 ativo
Requerimento de Pesquisa
Agua Mineral
Fabrica de Tecidos
50.000,00
95 890358
SUMACK - Transp. com Terraplanagem Ltda
17/11/95 inativo
Licenciamento
Saibro
Vale do Paraiso Campestre Club
16.000,00
96 890155
Tamoio S.A Comercio e Ind. de Agregados
07/05/96 inativo
Licenciamento
Granito
Estrada da Ligacao
82 890000
Helio Augusto de Carvalho
11/01/82 ativo
Alvara de Pesquisa
Granito
Pedra da Rosilha
82 890246
Ney Lafaiete Conceicao
29/11/82 inativo
Alvara de Pesquisa
Granito
Rio Camorim
81 890289
Silva Areal Marmores e Granitos SA
16/09/81 ativo
Alvara de Pesquisa
Granito
Fazenda do Quitite
82 890017
Aguas Minerais Santa Cruz Ltda
01/02/82 ativo
Alvara de Pesquisa
Agua Mineral
Serra Inacio Dias - Bairro Agua Santa
23,96
84 890024
Silva Areal Marmores e Granitos SA
27/01/84 ativo
Alvara de Pesquisa
Granito
Fazenda Carao
32,75
84 890318
Fontex Importadora e Exportadora Ltda
01/10/84 ativo
Requerimento de Pesquisa
Granito
Morro do Quilombo
761,25
84 890196
Jorge Alberto Asseis Carneiro
18/07/84 ativo
Requerimento de Pesquisa
Diorito
Morro do Pinheiro
819,31
84 890065
Granitos Brasileiros S.A
08/02/84 ativo
Requerimento de Pesquisa
Diorito
Estrada da Paz s/n - Taquara
84 890296
Fontex Importadora e Exportadora Ltda
14/09/84 ativo
Requerimento de Pesquisa
Granito
Jacarepagua
84 890192
Jorge Alberto Asseis Carneiro
17/07/84 ativo
Requerimento de Pesquisa
Granito
Pedra Grande
84 890084
Pedreira Copacabana Ltda
16/02/84 ativo
Licenciamento
Granito
Rua Dr. Odin Gois, 250 - Jacarepagua
4.000,00
0,70
12.500,00
4.000,00
34.000,00
1,89
46.000,00
1,55
0,95
17.000,00
3.000,00
4,48
40.004,00
19,00
3,01
7,51
22,82
5,65
4,00
1.000,00
134,35
31,60
Listagem do DNPM
Código DNPM
Nome Empresa
Data -Processo
Operacao
Situacao legal
Material
Local
Area (ha)
86 890466
Affonso Rongel Paz Ferreira
29/12/86 ativo
Requerimento de Pesquisa
Granito
Morro do Bruno
15,02
86 890241
Jorge Alberto Asseis Carneiro
14/07/86 ativo
Requerimento de Pesquisa
Diorito
Pedra de Itanhanga
105,46
86 890065
Haroldo da Fonseca Rodrigues
13/03/86 ativo
Alvara de Pesquisa
Granito
Estrada Velha de Curicica
119,85
86 890462
Fontex Importadora e Exportadora Ltda
23/12/86 ativo
Requerimento de Pesquisa
Granodiorito
Terrenos sem denominacao
86 890050
Alexander Maria F. G. Nei Marcovaldi
07/03/86 ativo
Requerimento de Pesquisa
Granito
Morro da Pedra Grande
131,30
87 890019
Pasquale Mauro Mineracao e Participacoes Ltda
21/01/87 ativo
Requerimento de Pesquisa
Areia para Vidro
Rio do Marinho
678,44
87 890479
STM - Santorio Terraplanagem Transporte e Mineracao Ltda
02/10/87 ativo
Requerimento de Pesquisa
Granito
Rua Eng. Pires do Rio
88,96
87 890416
STM - Santorio Terraplanagem Transporte e Mineracao Ltda
16/09/87 ativo
Requerimento de Pesquisa
Granito
Estrada do Rio Pequeno, s/n
78,38
87 890103
Rubens Maragno
19/02/87 ativo
Requerimento de Pesquisa
Granito
Estrada Rodrigues Caldas s/n
67,00
88 890095
Joao Vicente Cabral
19/03/88 ativo
Requerimento de Pesquisa
Granito
Fazenda do Quitite
21,37
88 890287
Josue Alves da Silva
28/06/88 ativo
Requerimento de Pesquisa
Granodiorito
Fazenda do Quitite
32,97
88 890525
Curicica Mineracao Ltda
14/10/88 ativo
Requerimento de Pesquisa
Granito
Fazenda Sto Antonio de Curicica
76,33
89 890136
Lazaro Xavier Pedreira
ativo
Requerimento de Pesquisa
Granito
Boiuna
41,16
80 890224
GIEMAC Mineracao Ltda
29/09/80 ativo
Concessao Lavra
Granito
Morro Muzema - Estrada Jacarepagua
13,36
72 806375
Silva Areal Marmores e Granitos SA
04/04/72 inativo
Concessao Lavra
Granito
Estrada da Sorima - Barra da Tijuca
16,00
73 801499
São Judas Tadeu Granitos e Marmores Ltda
25/01/73 inativo
Concessao Lavra
Granito
Estrada do Soberbo
1,04
73 800548
Gutimpex Importadora e Exportadora Ltda
09/01/73 inativo
Requerimento de Pesquisa
Granito
Taquara
4,00
78 890108
E. B. Moreira Marmores e Granitos Ltda
10/10/78 inativo
Requerimento de Pesquisa
Granito
Estrada da Faz. s/n
2,00
83 890166
Horacio Mello da Almeida
20/06/83 inativo
Alvara de Pesquisa
Granito
Estrada do Quitite - Jacarepagua
84 890151
Neydce dos Santos Faria
05/06/84 inativo
Alvara de Pesquisa
Granito
Morro do Calemba
84 890408
Jorge Alberto Asseis Carneiro
12/12/84 inativo
Requerimento de Pesquisa
Migmatito
Serra da Rosilha e Morro do Calemba
84 890156
Tamoio S.A Comercio e Ind. de Agregados
07/06/84 inativo
Alvara de Pesquisa
Granito
Estrada da Ligacao
84 890384
Fontex Importadora e Exportadora Ltda
14/11/84 inativo
Requerimento de Pesquisa
Migmatito
Morro Dois Irmaos - Pedras Negra e Grande
85 890098
Alcides Paulo Gaeta
05/03/85 inativo
Requerimento de Pesquisa
Gnaisse
Sitio do Clube ASIBC
86 890302
Ibrata Mineracao Ltda
02/09/86 inativo
Requerimento de Pesquisa
Granito
Vargem Pequena
86 890056
Ney Lafaiete Conceicao
11/03/86 inativo
Requerimento de Pesquisa
Granito
Morro Pau da Fome
86 890163
Paulo Jorge de Miranda Prata
22/05/86 inativo
Alvara de Pesquisa
Granito
Sitio do Cacambe ou do Prata
87 890104
Haroldo da Fonseca Rodrigues
19/02/87 inativo
Requerimento de Pesquisa
Granito
Fazenda Sto Antonio de Curicica
88 890688
Intergranit Mineracao Ltda
26/12/88 inativo
Granodiorito
Estrada de Curicica
88 890307
Alcides Paulo Gaeta
inativo
Requerimento de Pesquisa
Gnaisse
Sitio do Clube ASIBC
38,96
89 890955
CEDET - Engenharia Ltda
13/10/89 inativo
Requerimento de Pesquisa
Conchas Calcarias
Av. Alvorada - Ponte Placido de Castro
44,00
90 890399
GIEMAC Mineracao Ltda
11/09/90 inativo
Requerimento de Pesquisa
Gnaisse
Av. Arenopolis
16,48
12,45
17,24
372,90
6,15
991,27
38,96
21,50
204,25
9,76
76,33
102,33
2,78
ANEXO III
DISTRIBUIÇÃO DAS FREQUÊNCIAS
DOS VENTOS
ANO
Freqüência e velocidade média dos ventos
Direção
Total
Velocidade média, por direção
Freqüência Freqüência Velocidade
absoluta relativa (%) média (nós)
1.735
100,0
4,62
N
10,00
8,00
NO
NE
6,00
N
NE
E
SE
S
SO
O
NO
122
415
173
58
223
385
339
20
7,0
23,9
10,0
3,3
12,9
22,2
19,5
1,2
5,31
5,18
3,94
3,77
4,44
4,04
4,92
4,86
4,00
2,00
O
E
-
SO
SE
S
Velocidade dos ventos N, segundo as classes
%
Classes Freqüência Freqüência
(nós)
absoluta relativa (%)
Total
122
100,0
0
#REF!
1a2
2
1,6
2a3
13
10,7
3a4
17
13,9
4a5
18
14,8
5a6
32
26,2
6a7
16
13,1
7a8
10
8,2
8a9
10
8,2
9 a 10
1
0,8
10 a 11
3
2,5
Classes de velocidade dos ventos - N
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
0
1
2
3
4
5
6
7
8 9
10 11
Velocidade dos ventos NE, segundo as classes
Classes Freqüência Freqüência
(nós)
absoluta relativa (%)
Total
415
100,0
0
#REF!
1a2
6
1,4
2a3
31
7,5
3a4
57
13,7
4a5
104
25,1
5a6
86
20,7
6a7
67
16,1
7a8
36
8,7
8a9
24
5,8
9 a 10
3
0,7
10 a 11
1
0,2
%
Classes de velocidade dos ventos - NE
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
0
1
2
4
3
5
6
7
9
8
10 11
Velocidade dos ventos E, segundo as classes
Classes Freqüência Freqüência
(nós)
absoluta relativa (%)
Total
173
100,0
0
0a1
3
1,7
1a2
12
6,9
2a3
27
15,6
3a4
53
30,6
4a5
36
20,8
5a6
21
12,1
6a7
11
6,4
7a8
8
4,6
8a9
2
1,2
Classes de velocidade dos ventos - E
%
35,0
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
0
1
2
3
5
4
6
9
8
7
Velocidade dos ventos SE, segundo as classes
Classes Freqüência Freqüência
(nós)
absoluta relativa (%)
Total
58
100
1a2
7
12
2a3
14
24
3a4
16
28
4a5
6
10
5a6
7
12
6a7
5
9
7a8
2
3
8a9
9 a 10
1
2
Classes de velocidade dos ventos - SE
%
30
25
20
15
10
5
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Velocidade dos ventos S, segundo as classes
Classes Freqüência Freqüência
(nós)
absoluta relativa (%)
Total
223
100,0
0
0a1
2
0,9
1a2
12
5,4
2a3
42
18,8
3a4
50
22,4
4a5
39
17,5
5a6
24
10,8
6a7
25
11,2
7a8
17
7,6
8a9
6
2,7
9 a 10
3
1,3
10 a 11
2
0,9
11 a 12
1
0,4
Classes de velocidade dos ventos - S
%
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 11 12
Velocidade dos ventos SO, segundo as classes
Classes Freqüência Freqüência
(nós)
absoluta relativa (%)
Total
385
100,0
0
0a1
1
0,3
1a2
24
6,2
2a3
78
20,3
3a4
111
28,8
4a5
77
20,0
5a6
48
12,5
6a7
19
4,9
7a8
14
3,6
8a9
7
1,8
9 a 10
4
1,0
10 a 11
1
0,3
11 a 12
1
0,3
Classes de velocidade dos ventos - SO
%
35,0
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10 11 12
Velocidade dos ventos O, segundo as classes
Classes Freqüência Freqüência
(nós)
absoluta relativa (%)
Total
339
100,0
0
0a1
3
0,9
1a2
5
1,5
2a3
42
12,4
3a4
69
20,4
4a5
94
27,7
5a6
37
10,9
6a7
35
10,3
7a8
23
6,8
8a9
15
4,4
9 a 10
7
2,1
10 a 11
4
1,2
11 a 12
1
0,3
12 a 13
3
0,9
13 a 14
1
0,3
Classes de velocidade dos ventos - O
%
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
0
1
2
3
4
5 6
7
8
9
10 11 12 13 14
Velocidade dos ventos NO, segundo as classes
Classes Freqüência Freqüência
(nós)
absoluta relativa (%)
Total
20
100,0
2a3
2
10,0
3a4
5
25,0
4a5
3
15,0
5a6
6
30,0
6a7
3
15,0
7a8
8a9
1
5,0
Classes de velocidade dos ventos - NO
%
35,0
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0
2
3
4
5
6
7
8
9
ANEXO IV
DESENHOS
655000
660000
665000
670000
673000
MORRO
CACHAMBI
7467000
7467000
CEDAE
PRA}A SECA
MORRO DA CAIXA D`A'GUA
MORRO SA~O JOSE'
MORRO DA REUNIA~O
MORRO DA COVANCA
679000
675000
7465000
7465000
TANQUE
SE
RR
A
DO
FAZENDA TAQUARA
S
FURNAS
PRETOS
FORROS
TAQUARA
MORRO MONTE ALEGRE
CONDOMI'NIO
VALE DOS
CALHARES
PEDREIRA COPACABANA
PEDRAGRANDE
TO
SAN
IRO
E
T
OU
PECHINCHA
MERCK
MORROPAUDA FOME
FREGUESIA
MORRO DO ELEFANTE
JACAREPAGUÁ
XVI-RA
MORRO DE SANTA BA'RBARA
MORRO DO QUILOMBO
PAVILHA~O AGRI'COLA
COLO^NIA
JULIANO
MOREIRA
MORRO DA PENA
PEDRA DO QUILOMBO
S
TRE
CURICICA
S
DO
RIO SHOPPING
MORRO DA
PEDRA DO PADRE
JARDIM IV CENTENA'RIO
MORRO DA HELENA
MORRO DOS CABOCLOS
MORRO DO CAMORIM
648000
DO
GU
NO
A
RR
SE
PEDRA DO CONDE
A
EIR
SI'TIO DOIS IRMA~OS
MORRO DOIS IRMA~OS
CURICICA
A
RR
SE
650000
BICO DO PAPAGAIO
ANIL
PROJAC
VARGEM GRANDE
GARDE^NIA
AZUL
VILA CALMETE
7460000
JACAREPAGUA'
CIDADE
DE
DEUS
MORRO DO CABUNGUI
WICK BOLD
SHERING
PLOUGH
ACHE'
ANTARCTICA
PEDRANEGRA
TERMINAL
RODOVIA'RIO
7460000
MORRO MATA CAVALO
PROJAK
BOSQUE DOS ESQUILOS
JARDIM CLARICE
LIXA~O
SANTA MAURA
CAMORIM
DO
SERR
A
PER
I
ALTO
COND.
DA
AERONA'UTICA
VARGEM PEQUENA
PEDRA DA ROSILHA
ROSIL
H
A
RR
SE
A
MORRO DA MARIMBEI
POLO DE CINE E VI'DEO
AUTO'DROMO INTERNACIONAL
NELSON PIQUET
GLAXO
QUINTA DO ITANHANGA'
COND. FLORESTA DA BARRA
CASA DE
REPOUSO
MORRO
DO BRUNO
A'REA DE LAZER
MORRO DA
MUZEMA
VIA PARQUE
PISTA
INFRAERO
MORRO
CANTAGALO
FAC.
NUNO LISBOA
BOA VISTA
ALTO DA BOA VISTA
RIO CENTRO
MORRODOCALEMBA
DA
ZONA DE PEDRAS
COND. RIO 2
MORRO DO
OUTEIRO
BACIMEC
MORRO
TIJUCA
VIII-RA
MORRO DO
PINHEIRO
MORRO DA
PANELA
FAZ.
ALEGRIA
Pico do Morgado
JACAREPAGUA'
VILA
VERDE
RENAULT
GUANAUTO
TERRA ENCANTADA
ITANHANGA'
MORRO DO
PICA-PAU
AEROPORTO
TYCON
RIO SPORT CENTER
M.A.E.R.
MAKRO
FEEMA
novo horizonte
BARRA DA TIJUCA
XXIV-RA
CNEN
MORRO PEDRA BONITA
ITANHANGA' GOLF CLUB
CASA SHOPPING
MORRO AMORIM
PEDRA DO
CAMPING ITANHANGA'
HOSPITAL HELI PORTO
VAZADOURO DA COMLURB
INTERLAGOS DE ITAU'NA
RIO MAR
MORRO DO PORTELO
SANTA MO^NICA
SANTA MARIA
BARRA DA TIJUCA
NOVO LEBLON
MANDALA
PARK PRA}A
PALACE
BARRA SUL
PONTO~ES
DA BARRA
VIVENDAS DO SOL
JARDIM BARRA DA TIJUCA
FREE WAY
FAZENDA CLUBE MARAPENDI
PARQUE
NOVA IPANEMA
DAS ROSAS
UNIVERSIDADE
VEIGA DE
ALMEIDA
MALIBU
7455000
CENTRO DE
TREINAMENTO
ZICO
CARREFOUR
BARRA SHOPPING
ESPA}O DE CULTURA
E LAZER
Pedra da Gavea
MORRO DO FOCINHO
PAES MENDON}A
EST. ENERGIA
ELE'TRICA
RECREIO DOS BANDEIRANTES
MORRO DO COCHRANE
CONDOMI'NIO
PEDRA DE ITAU'NA
BARRA
GARDEM
PORTO DOS CABRITOS
RIVIERA
CITTA''
CENTRO
MAR SUL
DEI FIORI
AME'RICA
DA
BARRA BOM
ATAYDEVILLEJARDIM
MARCHE'DOWN TOWN
SANTA LUCIA
CLUBE DA BARRA
ATAYDEVILLE
SANTA HELENA
7455000
BARRA POINT
LAGOS BARRA BELA
BARRA BALI
CONDOMI'NIO
CRISTAL LAKE
VILAGE MARAPENDI
GOLDEN
BALI
ALFA BARRA
VIVENDA
ATLA^NTICO SUL
COUNTRY CLUB
BARRA DA TIJUCA
BARRA
GOLDEM GREEN
IGREJA
VILA BALNEA'RIO
POLYGRAN
JARDIM
OCEA^NICO
JOA'
COROA
JOATINGA
NOVO
COUNTRY
CAMPING
CLUB
RECREIO DOS BANDEIRANTES
CONDOMI'NIO RECANTO
DAS GAR}AS
MORRO S. ANTONIO DA BICA
c
CONDOMI'NIO MIRAMAR
OCEANO
MORRO DO RANGEL
MORRO DO CAETE
MORRO DAS PIABAS
ATLA^NTICO
COND.
LA PLACE
C.C.B.
MORRO DA BOA VISTA
MORRO
DO
PONTAL
GRUMARI
PEDRA DOS
CABRITOS
GARGANTA
GRUMARI
7450000
655000
660000
665000
670000
7451000
679000
675000
7450000
MORRO DO GRUMARI
MAPA DE RISCO
7447500
648000
650000
7447500
Texto.dgn
Text 0
Text 1
Grid.shp
Jc-grid.dgn
Text 0
Limite da macrobacia.shp
Limite serra-baixada.shp
Hidrografia.shp
Principais vias.shp
Risco-zona ruptura declive.shp
Risco-zonas criticas inundacao.shp
Risco-zonas criticas movimentos massa.shp
Risco-zonas passiveis inundacao marginal.shp
c Estacao elevatoria-construcao.shp
Espelho dagua.shp
2000
0
2000
4000 Meters
655000
660000
665000
670000
673000
MORRO
CACHAMBI
7467000
7467000
CEDAE
PRA}A SECA
MORRO DA CAIXA D`A'GUA
MORRO SA~O JOSE'
MORRO DA REUNIA~O
MORRO DA COVANCA
679000
675000
7465000
7465000
TANQUE
SE
RR
A
DO
FAZENDA TAQUARA
S
FURNAS
PRETOS
FORROS
TAQUARA
MORRO MONTE ALEGRE
CONDOMI'NIO
VALE DOS
CALHARES
PEDREIRA COPACABANA
PEDRAGRANDE
TO
SAN
IRO
E
T
OU
PECHINCHA
MERCK
MORROPAUDA FOME
FREGUESIA
MORRO DO ELEFANTE
JACAREPAGUÁ
XVI-RA
MORRO DE SANTA BA'RBARA
MORRO DO QUILOMBO
PAVILHA~O AGRI'COLA
COLO^NIA
JULIANO
MOREIRA
MORRO DA PENA
PEDRA DO QUILOMBO
S
TRE
CURICICA
S
DO
RIO SHOPPING
MORRO DA
PEDRA DO PADRE
JARDIM IV CENTENA'RIO
MORRO DA HELENA
MORRO DOS CABOCLOS
MORRO DO CAMORIM
648000
DO
GU
NO
A
RR
SE
PEDRA DO CONDE
A
EIR
SI'TIO DOIS IRMA~OS
MORRO DOIS IRMA~OS
CURICICA
A
RR
SE
650000
BICO DO PAPAGAIO
ANIL
PROJAC
VARGEM GRANDE
GARDE^NIA
AZUL
VILA CALMETE
7460000
JACAREPAGUA'
CIDADE
DE
DEUS
MORRO DO CABUNGUI
WICK BOLD
SHERING
PLOUGH
ACHE'
ANTARCTICA
PEDRANEGRA
TERMINAL
RODOVIA'RIO
7460000
MORRO MATA CAVALO
PROJAK
BOSQUE DOS ESQUILOS
JARDIM CLARICE
LIXA~O
SANTA MAURA
CAMORIM
DO
SERR
A
PER
I
ALTO
COND.
DA
AERONA'UTICA
VARGEM PEQUENA
PEDRA DA ROSILHA
ROSIL
H
A
RR
SE
A
MORRO DA MARIMBEI
POLO DE CINE E VI'DEO
AUTO'DROMO INTERNACIONAL
NELSON PIQUET
GLAXO
QUINTA DO ITANHANGA'
COND. FLORESTA DA BARRA
CASA DE
REPOUSO
MORRO
DO BRUNO
A'REA DE LAZER
MORRO DA
MUZEMA
VIA PARQUE
PISTA
INFRAERO
MORRO
CANTAGALO
FAC.
NUNO LISBOA
BOA VISTA
ALTO DA BOA VISTA
RIO CENTRO
MORRODOCALEMBA
DA
ZONA DE PEDRAS
COND. RIO 2
MORRO DO
OUTEIRO
BACIMEC
MORRO
TIJUCA
VIII-RA
MORRO DO
PINHEIRO
MORRO DA
PANELA
FAZ.
ALEGRIA
Pico do Morgado
JACAREPAGUA'
VILA
VERDE
RENAULT
GUANAUTO
TERRA ENCANTADA
ITANHANGA'
MORRO DO
PICA-PAU
AEROPORTO
TYCON
RIO SPORT CENTER
M.A.E.R.
MAKRO
FEEMA
novo horizonte
BARRA DA TIJUCA
XXIV-RA
CNEN
MORRO PEDRA BONITA
ITANHANGA' GOLF CLUB
CASA SHOPPING
MORRO AMORIM
PEDRA DO
CAMPING ITANHANGA'
HOSPITAL HELI PORTO
VAZADOURO DA COMLURB
INTERLAGOS DE ITAU'NA
RIO MAR
MORRO DO PORTELO
SANTA MO^NICA
CARREFOUR
BARRA SHOPPING
ESPA}O DE CULTURA
E LAZER
SANTA MARIA
BARRA DA TIJUCA
NOVO LEBLON
BARRA SUL
PONTO~ES
DA BARRA
CENTRO DE
TREINAMENTO
ZICO
MANDALA
PARK PRA}A
PALACE
VIVENDAS DO SOL
FREE WAY
FAZENDA CLUBE MARAPENDI
PARQUE
NOVA IPANEMA
DAS ROSAS
UNIVERSIDADE
VEIGA DE
ALMEIDA
MALIBU
7455000
JARDIM BARRA DA TIJUCA
Pedra da Gavea
MORRO DO FOCINHO
PAES MENDON}A
EST. ENERGIA
ELE'TRICA
RECREIO DOS BANDEIRANTES
MORRO DO COCHRANE
CONDOMI'NIO
PEDRA DE ITAU'NA
BARRA
GARDEM
PORTO DOS CABRITOS
RIVIERA
CITTA''
CENTRO
MAR SUL
DEI FIORI
AME'RICA
DA
BARRA BOM
ATAYDEVILLEJARDIM
MARCHE'DOWN TOWN
SANTA LUCIA
CLUBE DA BARRA
ATAYDEVILLE
SANTA HELENA
7455000
BARRA POINT
LAGOS BARRA BELA
BARRA BALI
CONDOMI'NIO
CRISTAL LAKE
VILAGE MARAPENDI
GOLDEN
BALI
ALFA BARRA
VIVENDA
ATLA^NTICO SUL
COUNTRY CLUB
BARRA DA TIJUCA
BARRA
GOLDEM GREEN
VILA BALNEA'RIO
IGREJA
POLYGRAN
JOA'
JARDIM
OCEA^NICO
COROA
JOATINGA
NOVO
COUNTRY
CAMPING
CLUB
RECREIO DOS BANDEIRANTES
CONDOMI'NIO RECANTO
DAS GAR}AS
MORRO S. ANTONIO DA BICA
c
CONDOMI'NIO MIRAMAR
OCEANO
MORRO DO RANGEL
MORRO DO CAETE
MORRO DAS PIABAS
ATLA^NTICO
COND.
LA PLACE
C.C.B.
MORRO DA BOA VISTA
MORRO
DO
PONTAL
GRUMARI
PEDRA DOS
CABRITOS
GARGANTA
GRUMARI
7450000
655000
7450000
MORRO DO GRUMARI
7447500
648000
650000
7447500
660000
665000
Texto.dgn
Text 0
Text 1
Grid.shp
Jc-grid.dgn
Text 0
Limite da macrobacia.shp
Limite serra-baixada.shp
Hidrografia.shp
Principais vias.shp
c Estacao elevatoria-construcao.shp
Espelho dagua.shp
Geologia.shp
Embasamento cristalino
Remanescentes de sedimentos pliocenicos
Leques aluviais
Camadas de areias pretas
Areias de fundo de enseada
Cordoes de praia de enseada
Restinga interna
Cuspides de laguna interna
Cordoes de laguna
Leques de arrombamento
Cordoes meia-lua de arrombamento
Cordoes litoraneos paralelos
Restinga externa
Cuspides de laguna externa
Mangue
Turfa
Praia atual
Talus
670000
7451000
679000
675000
MAPA GEOLÓGICO
2000
0
2000
4000 Meters
Download