IP/97/340 Bruxelas, 23 de Abril de 1997 A Comissão preconiza a criação de uma rede paneuropeia de transportes que satisfaça as necessidades do século XXI A Comissão Europeia anunciou hoje um plano de acção em cinco pontos destinado a criar uma rede paneuropeia de transportes abrangendo os países da Europa Central e Oriental, os países europeus da antiga União Soviética e os parceiros da UE na orla mediterrânica, com o objectivo de satisfazer as necessidades de transporte do século XXI. Num documento1 em que analisa a melhor forma de ligar a rede de transportes comunitária à dos países vizinhos no momento em que a União prepara o alargamento, a Comissão anunciou também que iria propor um programa plurinacional para o alargamento das redes transeuropeias de transporte (RTE-TR) à Europa Oriental no âmbito do Programa PHARE, cuja orientação foi recentemente revista. A Comissão propõe a criação de uma Associação Paneuropeia de Redes de Transporte, reunindo todas as partes intervenientes no desenvolvimento da rede: a União, os Estados-membros, os outros países envolvidos, as instituições financeiras internacionais e o sector privado. Antecedentes: Nas vésperas da celebração da 3ª Conferência Paneuropeia de Transportes em Helsínquia no próximo mês de Junho, e face ao alargamento preparado pela União, é importante considerar de que modo poderão ser desenvolvidas as ligações de transporte. A Comissão definiu cinco áreas de actuação: 1. Estabelecimento de corredores e zonas paneuropeus de transporte como quadro para garantir serviços de transporte eficazes com todos os países vizinhos. A Comissão continuará a encorajar todos os países europeus, as instituições financeiras internacionais e o sector privado a desenvolver esforços no sentido de concluir estes corredores, e procurará aplicar uma abordagem prática semelhante ao investimento em transportes na bacia mediterrânica. 1 "A conexão da rede de infra-estruturas de transporte da União aos seus vizinhos - para uma política cooperativa e paneuropeia de redes de transportes" 2. Preparar o alargamento das redes transeuropeias de transportes aos países candidatos à adesão no quadro do processo de pré-adesão. 3. Aplicar uma abordagem comum europeia às tecnologias de transporte em toda a rede paneuropeia. 4. Promover tecnologias de transporte inteligentes em toda a rede (p. ex., a aplicação de tecnologias informáticas, sinalização automática). 5. Maior cooperação em matéria de investigação e tecnologia. A Comissão considera que uma rede de transportes completa, respeitadora do ambiente e paneuropeia é fundamental para a competitividade, o crescimento e o emprego. Deve abranger o maior número possível de países e de aspectos ligados ao transporte. A acção baseia-se actualmente nos nove corredores de transporte da Europa Central e Oriental identificados na 2ª Conferência Paneuropeia dos Transportes realizada em Creta em 1994. As instituições financeiras internacionais deram o seu apoio aos esforços para financiar o desenvolvimento das infra-estruturas de transporte nestes corredores. Até à data, por razões práticas, os corredores têm coberto principalmente o transporte rodoviário e ferroviário e, em menor medida, o transporte fluvial (navegação no Danúbio). Observou-se, contudo, que o conceito de corredor não é totalmente aplicável a zonas como o Mar Negro e as suas ligações com o Mar Egeu, as regiões árcticas da Europa ou a bacia mediterrânica. Estas regiões exigem um esforço especial para se estabelecer a melhor combinação de ligações, nós e instalações portuárias. Por este motivo, a Comissão propõe que se complete o conceito de corredor com um novo conceito, o de zona paneuropeia de transporte. Estas zonas serão definidas segundo as mesmas normas e critérios que se aplicam à definição de corredores. Alargamento das RTE-TR à Europa Oriental Como parte desta abordagem global da integração dos transportes, a Comissão deve ter em conta a posição especial dos países candidatos à adesão à União Europeia, na medida em que deverão acabar por ficar integrados no próprio sistema RTE da UE. Este processo já foi iniciado com a avaliação das necessidades em infra-estruturas de transporte, que se destina a contribuir para identificar as medidas necessárias ao alargamento das RTE à Europa Oriental. Este trabalho é coordenado pelo Grupo TINA de altos funcionários dos Estados-membros e dos países candidatos à adesão. 2