escoteiros do brasil

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Faculdade de Tecnologia SENAI Antoine Skaf
ESCOTEIROS DO BRASIL
Da origem ao redesign do uniforme da
modalidade Básica.
Ivy de Brito Rocha Pires
03/06/2013
Desde o surgimento do movimento escoteiro no Brasil em 1909, até os dias de hoje, o
uniforme da modalidade Básica mantém sua tradição e significado, apesar de ser
apontado por alguns participantes do movimento como o responsável pela não adesão
de novos membros. Este artigo visa repassar sua história e sua simbologia,
ressaltando a importância deste para o movimento e trazendo a questão do redesign
como proposta de modernização, através da aplicação de beneficiamentos
tecnológicos aplicados ao tecido, sem alterar sua modelagem e apresentação.
PALAVRAS-CHAVE: Escoteiros, escotismo no Brasil, uniforme, UEB, beneficiamento.
Escoteiros do Brasil – Do surgimento do Movimento ao Redesign do
uniforme da modalidade Básica.
1. Escotismo
Conforme consta no livro Escotismo para Rapazes, de 1908, o
movimento escoteiro foi fundado por Lorde Robert Stephenson Smyth BadenPowell (B-P), em 1907. É descrito como um movimento mundial, educacional,
voluntariado, apartidário e sem fins lucrativos. A proposta é desenvolver os
jovens, por meio de um sistema de valores que prioriza a honra, baseado na
Promessa 1e na Lei escoteira2, através da prática do trabalho em equipe e da
vida ao ar livre, fazendo com que o jovem assuma seu próprio crescimento e
torne-se um exemplo de fraternidade, lealdade, altruísmo, responsabilidade,
respeito e disciplina.
1.2. Escotismo no Brasil
De acordo com a matéria elaborada em janeiro de 1999 pelo Centro
Cultural do Movimento escoteiro, a primeira notícia sobre o Escotismo foi
publicada no Brasil no dia 1º de dezembro de 1909, no 13º número da revista
Ilustração Brasileira, editada no Distrito Federal, na época no Rio de Janeiro, e
com circulação nacional. A reportagem tinha o título: Scouts e a Arte de
Scrutar. A matéria foi preparada na Inglaterra por Eduardo Henrique Weaver,
1º Tenente da Marinha de Guerra, onde se encontrava a serviço. O Tenente
Weaver teve assim, a oportunidade de presenciar o nascimento do Movimento
Escoteiro – Scouting for Boys, criado em 1907 pelo General Inglês BadenPowell – B. P. Na época, juntamente com o Tenente Weaver, encontrava-se na
Inglaterra numeroso contigente de Oficiais e Praças da Marinha – preparava-se
para guarnecer os novos navios da esquadra brasileira em construção. Um
grupo de suboficiais se entusiasmou com o método de educação complementar
imaginado por B-P considerado por eles como revolucionário. Entre eles estava
1
Promessa feita em cerimônia solene perante a bandeira nacional, que prioriza a honra e os
deveres para com a Pátria, Deus e o próximo.
2
No Brasil, a Lei Escoteira é composta por dez artigos, que se baseiam na honra, honestidade,
lealdade, cortesia, coragem diante de dificuldades, e companheirismo.
1
o Suboficial Amélio Azevedo Marques que fez com que seu filho Aurélio
ingressasse em um dos Grupos Escoteiros locais. Assim, o jovem Aurélio
Azevedo Marques foi o primeiro Escoteiro Brasileiro ou, mais precisamente, o
primeiro Boy Scout Brasileiro.
Ao retornarem para o Brasil, os militares trouxeram consigo uniformes
escoteiros ingleses, no valor de trinta libras esterlinas3. O Encouraçado "Minas
Gerais", navio onde estava embarcada a maioria dos militares interessados em
trazer para o Brasil o Movimento Escoteiro, chegou ao Rio de Janeiro em 17 de
abril de 1910. No dia 14 de junho do mesmo ano, na casa número 13 da Rua
do Chichorro no Catumbi, Rio de Janeiro, reuniram-se, formalmente, todos
interessados pelo escotismo e embarcados nos navios que haviam chegado ao
Brasil. Naquele local foi oficialmente fundado o Centro de Boys Scouts do
Brasil. O evento foi informado ao Correio da manhã, o qual publicou a carta
recebida da Comissão Diretora em 19 de junho de 1910.
1.3. Scout – Escoteiro; Boys Scouts – Escoteirismo, Escotismo?
Os brasileiros que se encontravam na Inglaterra ao final da primeira
década deste século tiveram dificuldades para traduzir os termos ingleses
"Scout" e "Scouting forem Boys" adotados por B-P quando criou o novo método
educacional. O tenente Weaver procurou encontrar, no vasto vocabulário da
língua portuguesa, palavras que tivessem o mesmo significado; optou pela
linguagem correta, e empregou o verbo escrutar, que significa: "sondar,
examinar a fundo os corações, a consciência, perscrutar, fazer o possível para
entrar no perfeito conhecimento das coisas; procurar descobrir o que é oculto,
encoberto; indagar".
A origem é latina, de scrutare. Foi utilizada a grafia scrutar, vocábulo
cujas iniciais são as mesmas do scout / scouting. Já os Suboficiais, que haviam
tomado a decisão de concretizar a implantação do método criado por BadenPowell tão logo chegasse ao Brasil, não se preocuparam em criar uma nova
palavra e usaram o termo em inglês ao designarem a instituição que fundaram
no Brasil. Na Itália, a versão do Scouting for Boys foi "Scoutismo". Na maioria
3
Aproximadamente R$92,70 no câmbio do dia 23/05/2013.
2
dos países de língua espanhola são usados vocábulos ingleses. Em Portugal é
usado o termo Escuta.
No Brasil, o vocábulo Escoteiro e Escotismo, com os mesmo significados
das palavras adotadas por B-P na língua inglesa, surgiram em 1914, quando
surgiu a Fundação Brasileira de Escoteiros – ABE, em São Paulo. Só mais
tarde os dicionários brasileiros acrescentaram, no verbete Escoteiro, o
significado: membro de associação de meninos ou adolescentes, organizada
segundo o sistema de Baden-Powell. Até então, escoteiro era quem viajava
livre, desembaraçado, sem comitiva, sem bagagem; e escotismo era a doutrina
de Escoto, teólogo da doutrina de São Tomaz. Ao final da década de 10, sob
alegação de natureza semântica, foi também adotado o termo Escoterismo,
que caiu em desuso pouco mais tarde. Para definir o termo, a UEB consultou a
Academia Brasileira de Letras, que opinou pelo uso do vocábulo Escoteirismo.
Porém, o hábito consagrou o termo escotismo, embora aquele ainda seja
usado em alguns lugares. São considerados sinônimos.
1.4. A União dos Escoteiros do Brasil – UEB
A UEB iniciou sua vida pela justaposição de Federações que praticavam
o Escotismo por conta própria. Haviam elas construído seus patrimônios, suas
culturas próprias e gozavam de plena independência. No primeiro Estatuto da
UEB houve a preocupação em preservar a autonomia de que desfrutavam as
Federações. Foram necessários vinte e seis anos para que, ao longo de 1950,
se consolidasse a completa integração do Movimento Escoteiro no Brasil. No
bojo da imprescindível reforma foram extintas todas as federações, incluindose, obviamente, as de Terra, Mar e Ar, e se desfez a tradicional trindade
encontrada na natureza e que se refletia no Escotismo brasileiro; surgiram as
modalidades: Básica, Mar e Ar, que, entretanto, mantiveram sua terminologia e
uniformes próprios.
Fundada em quatro de novembro de 1924, é uma sociedade civil de
âmbito nacional, de direito privado e sem fins lucrativos, de caráter
educacional, cultural, beneficente e filantrópico, reconhecida de utilidade
pública, que congrega os Grupos de Escoteiros no Brasil e é filiada à
Organização Mundial do Movimento Escoteiro.
3
Hoje existem mais de 70.000 escoteiros filiados à União dos Escoteiros
do Brasil.
1.5. Organização
A UEB está organizada em três níveis: o Nacional, com autoridade em
todo o Território brasileiro; o Regional, denominado Região Escoteira, podendo
abranger uma ou mais unidades da federação, ou parte delas, com autoridade
sobre a área que lhe for fixada - normalmente compreende os Estados da
Federação; o Local, constituído pelos Grupos Escoteiros e Seções Escoteiras
Autônomas4, que são as organizações locais para a prática do Escotismo.
O Escotismo está estabelecido em nosso país há mais de 100 anos, e é
uma das maiores Organizações da Juventude Brasileira.
Seu Propósito fundamental, que ainda é tão relevante hoje como quando
do seu início, é incentivar e contribuir com o desenvolvimento físico, afetivo,
intelectual, espiritual, social e especialmente do caráter da juventude, para que
tomem um lugar construtivo na sociedade como cidadãos responsáveis,
participantes e úteis, assim como sejam membros ativos em suas comunidades
locais, nacionais e internacionais.
Em São Paulo, mais de 14.000 jovens com idades entre 7 a 21 anos
estão ativamente envolvidos em uma vasta gama de atividades escoteiras.
Mais de 4.000 adultos voluntariamente dedicam parte considerável do
seu tempo como parte do seu compromisso de fomentar nos jovens sua
progressão através do Programa Escoteiro visando tornarem-se cidadãos
ativos e líderes das sociedades no futuro.
Todos os membros adultos da União dos Escoteiros do Brasil passam
por um forte treinamento para atuar junto aos jovens no papel de educadores.
4
Seção escoteira autônoma é composta de membros de apenas uma seção normalmente
encontrada em Grupo Escoteiro. Pode ser uma Alcateia, Tropa ou Clã de Pioneiros.
4
2. O uniforme
O uniforme escoteiro tradicional, da modalidade Básica, é dividido por
ramos (Lobinho, Escoteiro, Sênior e Pioneiro), sendo diferenciado por suas
insígnias e distintivos.
O que diferencia o uniforme do ramo Lobinho dos demais ramos é a cor.
Enquanto este é de um azul marinho forte, o restante dos ramos e a chefia
utiliza o uniforme tradicional, de cor cáqui.
O uniforme é composto por cobertura (boné, boina Montgomery ou
chapelão escoteiro), camisa (chamada de gandola por alguns), bermuda ou
saia (existe também a calça cáqui, uma adaptação do uniforme tradicional),
cinto de couro ou lona (no caso do ramo Lobinho) com fivela personalizada,
meias ¾ cinzas e calçado preto.
O uso do boné é obrigatório do ramo Lobinho, se tornando opcional nos
demais ramos.
A boina Montgomery é utilizada principalmente no ramo Sênior e o
chapelão escoteiro, embora fosse usado antigamente em todos os ramos
(exceto Lobinho) é comumente associado à imagem do Mestre Pioneiro.
Uma das coisas que B.P mais prezava era o garbo que o escoteiro tinha
e o zelo com seu uniforme; chapéu na cabeça, lenço bem enrolado, camisa
bem abotoada e usada por dentro da calça, distintivos bem costurados, calça
bem passada e bem presa pelo cinto bem lustrado, meias erguidas até a altura
dos joelhos, aproximadamente, e sapatos bem engraxados.
Abaixo seguem alguns exemplos de uniforme.
5
Figura 1.
Uniformes
Fonte: Escritório Nacional UEB
2.1. Significado e importância do uniforme escoteiro
O uso correto do uniforme e a elegância na aparência de cada
membro do escotismo, individualmente, torna-o um motivo de crédito para o
movimento. É dada tanta importância à apresentação, que nos cursos de
formação de adultos há uma sessão intitulada “Garbo e Boa Ordem”. Um
escoteiro desleixado, mal vestido, pode causar, aos olhos do público, uma
péssima impressão sobre todo o movimento. O uniforme tem muitos valores
contidos, é sinal de pertencer ao movimento mundial que é chamado
"Escotismo", é um chamado à essência, à simplicidade e à praticidade. O
uniforme é para constar as características importantes, não fazendo
desaparecer no mundo a individualidade. A individualidade é demonstrada
pelas metas realizadas, as habilidades aprendidas, as capacidades
demonstradas, as experiências feitas, exibidas por cada membro em seu
uniforme através das insígnias e distintivos.
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2.2. Símbolos
As insígnias e distintivos escoteiros variam de acordo com cada ramo.
Identificam as etapas de progressão dos jovens, especialidades (e seus
níveis), insígnias especiais (Insígnia Mundial do Meio Ambiente, Cruzeiro do
Sul, Lis de Ouro, Escoteiro da Pátria e Insígnia de B-P) que são conquistadas
mediante execução de determinadas etapas e projetos.
2.2.1 Distintivos
2.2.1.1 Uso específico
O Lenço Nacional, na cor azul celeste, tem no ângulo que fica sobre a
nuca a constelação do cruzeiro do sul bordado na cor branca, deve ser usado
por todos os adultos a serviço do nível nacional e por adultos e jovens
integrantes de delegações brasileiras a eventos internacionais.
2.2.1.2 Uso geral
O Distintivo de Promessa Escoteira é entregue ao jovem ou adulto
durante a cerimônia que presta sua "Promessa Escoteira", é colocado sobre o
bolso esquerdo da camisa.
O lenço do Grupo Escoteiro é entregue ao jovem ou adulto quando faz
sua primeira Promessa, (aqueles que estão ingressando no Movimento
Escoteiro, ou renovando a Promessa, aqueles que são transferidos de outros
Grupos e por todos utilizados durante o tempo em que se mantiver a
vinculação com o Grupo). Podem existir outras variantes do lenço do Grupo,
como lenço Comemorativo do Grupo Escoteiro que é entregue ao jovem ou
adulto nos aniversários do Grupo Escoteiro a cada 10 anos e é utilizado
durante o ano do aniversario do GE.
O Listel da Região Escoteira é usado por todos os membros da UEB de
uma mesma Região. Colocado na manga direita da camisa.
O distintivo Numeral do Grupo Escoteiro é usado por todos os
integrantes de cada Grupo Escoteiro. Colocado na manga direita da gandola
abaixo do Listel da Região Escoteira.
7
O distintivo Brasil é usado por todos os membros adultos e juvenis,
identificando-os como vinculados ao Escotismo Brasileiro, principalmente em
atividades internacionais. Colocado acima do bolso direito.
O distintivo Anual identifica os membros da UEB que renovaram seu
Registro Individual para o ano a que se refere. Deve ser usado por todos os
membros juvenis e adultos durante o ano a que se referir. Colocado acima do
bolso direito, entre o bolso e o Distintivo Brasil.
As Estrelas de Atividade destacam o tempo em anos de participação
escoteira de membros adultos e juvenis. Para cada ano de atividade, o membro
poderá usar, uma estrela de seis pontas bordada em branco sobre fundo
circular da cor correspondente a cada Ramo. Duas ou mais estrelas
conquistadas em um mesmo Ramo poderão ser substituídas por uma única
estrela, tendo ao centro um círculo em cujo interior aparece o número
correspondente ao número de estrelas substituídas. Usado acima do bolso
esquerdo.
Os distintivos de Especialidades são concedidos aos elementos pela
Diretoria do Grupo, aos jovens que cumprirem os requisitos previstos para cada
uma. De acordo com as normas, as especialidades estão distribuídas em cinco
Ramos de Conhecimento:
- Ciência e Tecnologia;
- Cultura;
- Desportos;
- Serviços;
- Habilidades Escoteiras;
Conquistando a Especialidade, ou seja, cumprindo os itens previstos, o jovem
recebe o Certificado de Especialidade e o distintivo:
Amarelo para o Nível Um, verde para o Nível Dois e grená para o Nível Três;
Lobinhos e Escoteiros ao serem transferidos para o Ramo subsequente
continuam
usando
os
distintivos
correspondentes
às
Especialidades
conquistadas no Ramo de Origem, que são substituídos de acordo com o nível
que forem atingindo.
Os distintivos de Especialidades correspondentes aos Ramos de
Conhecimentos Habilidades Escoteiras e Serviços são usados na manga
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esquerda da camisa do uniforme ou traje escoteiro, sendo os demais usados
na manga direita.
O Distintivo de Atividade é recebido mediante a participação em
atividades escoteiras (internacionais, nacionais, regionais, sub-regionais e
locais) e é permitido aos participantes utiliza-lo, nos seis meses subsequentes,
no bolso direito da camisa, em posição central.
O Distintivo da Organização Mundial do Movimento Escoteiro é utilizado
pelos sócios da UEB, como membros da Fraternidade Escoteira Mundial.
Colocado mais alto do que a de qualquer outro distintivo usado acima do bolso
esquerdo da camisa, disposto sobre a linha central do mesmo bolso.
2.2.1.3 Uso por ramo
Ramo Lobinho (jovens de 7 a 10 anos)
O Distintivo de Promessa é entregue ao Lobinho quando da cerimônia
em que presta sua Promessa, juntamente com o Certificado de Promessa de
Lobinho, é colocado sobre o bolso esquerdo da camisa.
O Distintivo de etapa de progressão Pata-tenra é entregue ao Lobinho
com sete anos ou de acordo com a avaliação da chefia quanto a sua
integração na Alcateia e no Movimento Escoteiro.
O Distintivo de etapa de progressão Lobo-saltador é entregue ao
Lobinho com oito anos ou de acordo com a avaliação da chefia quanto a sua
integração na Alcateia e no Movimento Escoteiro.
O Distintivo de etapa de progressão Lobo rastreador é entregue ao
Lobinho com nove anos ou de acordo com a avaliação da chefia quanto a sua
integração na Alcateia e no Movimento Escoteiro.
O Distintivo de etapa de progressão Lobo caçador é entregue ao
Lobinho com 10 anos ou de acordo com a avaliação da chefia quanto a sua
integração na Alcateia e no Movimento Escoteiro.
O Distintivo de Matilha é usado pelo lobinho na cor que dá nome à
Matilha. Deve ser usado na manga esquerda da camisa, cerca de cinco cm
abaixo do ombro. É um triangulo equilátero com 3,5 cm de lado, em tecido.
9
O Distintivo de Primo (o primeiro da matilha) é colocado na "portinhola"
do bolso esquerdo da camisa, em posição centralizada e é utilizado pelo Primo
da matilha (o primeiro lobo da formação, escolhido pela Alcateia).
O Distintivo de Segundo também é colocado na "portinhola" do bolso
esquerdo da camisa, em posição centralizada e é utilizado pelo Segundo da
matilha (o último lobo da formação, também escolhido pela Alcateia).
Ramo Escoteiro (jovens de 11 a 14 anos)
O Distintivo de Patrulha é usado pelo escoteiro nas cores características
da Patrulha. Deve ser usado pendente do lado esquerdo da camisa, encaixado
no martingale da manga. Geralmente é feito com tiras de feltro.
O Distintivo de Monitor é representado por dois cadarços na cor branca
colocados paralela e verticalmente no bolso esquerdo.
O Distintivo de Submonitor é representado por um cadarço na cor
branca colocado verticalmente no centro do bolso esquerdo.
Ramo Sênior (jovens de 15 a 17 anos)
O Distintivo de Rota Sênior é utilizado quando o escoteiro que ingressa
na Rota Sênior, acima do distintivo anual, com a agulha em sentido
ascendente, até sua investidura no Ramo Sênior.
O Distintivo de Patrulha de Seniores é usado pelo Sênior na manga
esquerda da camisa, cerca de cinco centímetros abaixo do ombro.
O Distintivo de Sênior Investido é usado na manga esquerda, na altura
do terço médio do braço, até que seja substituído pelo distintivo de Eficiência I,
ou até a passagem para o Ramo Pioneiro.
O Distintivo de Eficiência I usado no mesmo lugar do distintivo de Sênior
Investido, ao qual substitui, até a conquista da Eficiência II, ou a passagem
para o Ramo Pioneiro, assim como o Distintivo de Eficiência II.
O Distintivo de Monitor Sênior é representado por dois cadarços na cor
grená colocados paralela e verticalmente no bolso esquerdo.
O Distintivo de Submonitor Sênior é representado por um cadarço na cor
grená colocado verticalmente no centro do bolso esquerdo.
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Ramo Pioneiro (jovens de 18 a 20 anos)
Distintivo de Pioneiro Investido é usado até a conquista da Insígnia
Pioneira ou da Insígnia de Cidadania ou até a saída do Ramo.
2.2.1.4 Insígnias Especiais
A Insígnia Mundial do Meio Ambiente (IMMA) entrou em vigor em
01/05/2011, em substituição à Insígnia Mundial do Conservacionismo (IMC) e
deverá ser utilizado no mesmo local da antiga Insígnia Mundial do
Conservacionismo (IMC), ou seja, acima das estrelas de atividade e deverá ser
conquistada em cada Ramo, inclusive como pré-requisito para os distintivos
especiais. Ao mudar de Ramo, o membro juvenil deverá conquistá-lo
novamente, pois os objetivos são tratados com complexidade sucessivamente
maior e as cores dos distintivos são específicas dos Ramos. Ao passar para o
novo Ramo os jovens poderão continuar usando o distintivo conquistado no
Ramo anterior, até ser substituído pelo que lhe é oferecido no atual Ramo, ou
ao deixar este Ramo.
O Distintivo de Cruzeiro do Sul, concedido ao elemento no ramo Lobinho
é um distintivo quadrado de tecido azul marinho, com quatro cm de lado, dentro
do qual está bordado um círculo amarelo com 3,5 cm de diâmetro, debruado
em amarelo, tendo ao centro o Cruzeiro do Sul, também bordado em amarelo,
usado acima do bolso esquerdo da camisa, acima das estrelas de atividade.
Este distintivo pode ser usado até o jovem conquistar o distintivo Lis de Ouro,
ou, caso isto não aconteça, até sua saída do Ramo Escoteiro
O Distintivo de Lis de Ouro, concedido ao elemento no ramo Escoteiro, é
um distintivo em forma de elipse, com eixos horizontal e vertical medindo,
respectivamente, cinco cm e seis cm, debruada em ouro, bordado sobre tecido
azul; o interior da elipse é ocupado pelo emblema da UEB, também bordado
em ouro sobre fundo azul, usado na manga esquerda da camisa. Este distintivo
pode ser usado até o jovem conquistar o distintivo Escoteiro da Pátria ou, caso
isto não aconteça, até sua saída do Ramo Sênior.
O Distintivo de Escoteiro da Pátria, concedido ao elemento no ramo
Sênior, é um distintivo em forma de elipse, com eixos horizontal e vertical
medindo, respectivamente, cinco cm e seis cm, debruada em ouro, bordada
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sobre tecido verde; o interior da elipse é ocupado pelas Armas da República,
bordadas em ouro e prata sobre fundo verde, usado na manga direita da
camisa. Este distintivo pode ser usado até o jovem conquistar a Insígnia de B-P
ou, caso isto não aconteça, até sua saída do Ramo Pioneiro.
A Insígnia de B-P, concedida ao elemento no ramo Pioneiro, é um
distintivo em forma de elipse, com eixos horizontal e vertical medindo,
respectivamente, três cm e cinco cm, com cercadura bordada em vermelho
sobre tecido cinza, tendo ao centro o contorno da flor-de-lis, bordado em verde,
ladeado pelas letras “B” e “P”, bordadas em amarelo, usado acima do bolso
direito da camisa. Os pioneiros que o conquistarem poderão usá-lo até a saída
do Ramo.
O Cordão de Eficiência Verde e Amarelo, concedido ao elemento no
ramo Escoteiro, é concedido pela Diretoria do Nível Local a que se encontra
vinculado o jovem, por proposta dos escotistas da Seção, ao Escoteiro
especialmente recomendado pela Corte de Honra de sua Tropa. O distintivo a
ser usado, até o jovem conquistar o cordão de eficiência vermelho e branco ou
deixar o Ramo Escoteiro, pode ser um trançado com fio verde e outro amarelo,
posto em volta do ombro direito com a ponta presa por baixo da portinhola do
bolso direito da camisa ou um retângulo de tecido branco, com 9,5 cm de
comprimento e 2,5cm de altura, sobre o qual está bordado, a 0,3 cm de suas
extremidades, direita e esquerda, um retângulo debruado em verde bandeira;
tocando seus extremos, duas listras horizontais, uma verde e outra amarela. O
distintivo deve ser fixado à portinhola do bolso direito da camisa, em posição
centralizada.
O Cordão de Eficiência Vermelho e Branco, também para elementos do
ramo Escoteiro, também é concedido pela Diretoria do Nível Local a que se
encontra vinculado o jovem, por proposta dos Escotistas da Seção, ao
escoteiro portador do Cordão de Eficiência Verde e Amarelo e especialmente
recomendado pela Corte de Honra de sua Tropa. O distintivo, a ser usado em
substituição ao do Cordão de Eficiência Verde e Amarelo e até o jovem
conquistar o Distintivo Lis de Ouro ou deixar o Ramo Escoteiro, pode ser um
trançado com um fio vermelho e outro branco, posto em volta do ombro direito
com a ponta presa por baixo da portinhola do bolso direito da camisa ou
12
um retângulo de tecido branco, com 9,5 cm de comprimento e 2,5 cm de altura,
sobre o qual está bordado, a 0,3 cm de suas extremidades, direita e esquerda,
um retângulo debruado em verde bandeira; tocando seus extremos, duas
listras horizontais, uma vermelha e a outra branca. O distintivo deve ser fixado
à portinhola do bolso direito de sua camisa, em posição centralizada.
O Cordão Dourado é concedido pela Diretoria do Nível Local, concedido
ao elemento no ramo Sênior, por proposta dos Escotistas da Seção, ao Sênior
especialmente recomendado pela Corte de Honra de sua Tropa. O distintivo
correspondente, a ser usado até o jovem conquistar o Distintivo de Escoteiro
da Pátria ou deixar o Ramo Sênior, pode ser um trançado com dois fios
dourados posto em volta do ombro direito com a ponta presa por baixo da
portinhola do bolso direito da camisa ou um retângulo de tecido branco, com
9,5 cm de comprimento e 2,5 cm de altura sobre o qual está bordado, a 0,3 cm
de suas extremidades, direita e esquerda, um retângulo debruado em grená;
tocando seus extremos, uma listra horizontal, central, de 1,0 cm de largura,
dourada. O distintivo deve ser fixado à portinhola do bolso direito da camisa,
em posição centralizada.
2.3 Descaracterizações do uniforme
Na modalidade básica existe também o traje escoteiro, que difere do
uniforme nas cores e que pode ser utilizado com calças, bermudas ou saias
jeans, que era utilizado inicialmente por adultos membros da UEB, chefes e
formadores e que depois começou a ser utilizado como uma alternativa ao
uniforme.
Existe uma grande polêmica em torno do traje escoteiro, embora muitos
grupos tenham adotado essa vestimenta. Há quem diga que o uso do traje
descaracteriza o movimento, há quem defenda o uso como uma alternativa
mais viável, visto que o uniforme escoteiro é mais dispendioso.
Geralmente, a bancada contra o traje escoteiro baseia seus argumentos
na tradição. O uniforme cáqui foi o uniforme criado por B-P na fundação do
movimento.
Em 2012 houve rumores sobre uma nova vertente que poderia substituir
o traje, então em uso. Na época, foi denominado “vestuário escoteiro”,
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composto por camiseta nas cores dos ramos e uma calça utilitária, que poderia
ser transformada em bermuda.
Foi apresentado no 19º Congresso Escoteiro Nacional, realizado nos
dias 27 e 28 de abril deste ano, em Recife, a versão final do vestuário
escoteiro, a entrar em vigor ainda este ano, para os grupos que fazem uso do
traje. O vestuário escoteiro entrará em pré-venda em junho deste ano e os
grupos adotantes do traje escoteiro terão dois anos para fazer a substituição.
A polêmica que gira em torno desse novo vestuário coloca em cheque o
próprio termo “uniforme”, já que existem 21 combinações diferentes possíveis.
Os ramos lobinhos, escoteiro, sênior e pioneiro utilizam a cor azul, os
escotistas e dirigentes usam o verde. Calçado, cinto e cobertura são de uso
livre, não seguindo padrões de um modo geral, ficando abertos à definição da
Unidade Escoteira.
A ideia por trás dessa criação é tornar a vestimenta escoteira moderna,
confortável, versátil e atraente. Porém, o desagrado foi expresso logo após a
sua divulgação nas redes sociais, mesmo por membros do movimento adeptos
do uniforme, que não serão atingidos por essa mudança.
Figura 2.
Vestuário escoteiro
Fonte: https://www.facebook.com/equipandoparaaventura?fref=ts
14
2.4. O uniforme e a identidade escoteira
Sejam por meio de filmes, desenhos animados, revistas em quadrinho, o
escoteiro é sempre retratado utilizando o uniforme tradicional cáqui.
Mesmo para quem não faça ideia do que é ou o que faz o movimento
escoteiro, a imagem de jovens de bermudas e camisas cáquis, exibindo
medalhas e praticando boas ações está fortemente ligado à palavra escoteiro.
2.5. Redesign
O uniforme escoteiro é confeccionado, tanto a camisa, quanto a
bermuda ou saia em Brim Solasol Santista, 100% algodão cardado, com trama
em sarja 3/1, gramatura aproximada de 260 g/m², nas cores 723 (cáqui) para o
uniforme dos ramos escoteiro, sênior, pioneiros e chefia, e 517 (marinho) para
o uniforme do ramo lobinho. Padrão este aprovado pela Diretoria Executiva
Nacional da UEB.
Apesar de resistente, o uniforme acaba sendo desconfortável. Por ser
inteiramente confeccionado em sarja de gramatura alta, torna-se muito quente
quando submetido a altas temperaturas ou exposição prolongada ao sol,
devido ao fato da camisa ser utilizada sempre completamente abotoada.
Há quem diga também que o uniforme tradicional não inspira aos jovens
o desejo de participar do movimento escoteiro, pela sua aparência antiquada e
“militarizada”.
É louvável que as especulações por novos tipos de vestimentas sejam
para conquistar o público mais jovem, visto que o movimento escoteiro é feito
para eles, porém, por que não desmistificar o uniforme como algo austero?
Com os avanços da tecnologia têxtil atualmente é possível se aprofundar
em diversas formas de modernizar e aprimorar o uniforme escoteiro, sem
modificar seu design.
Como o movimento escoteiro visa à vida ao ar livre e atividades de
aventura, a proposta é implantar um tecido de igual durabilidade ao utilizado
atualmente, porém com tratamentos tecnológicos como: fator de proteção
ultravioleta, repelência a líquidos, antibactericida e antichamas.
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Nos últimos anos tornaram-se comuns as empresas químicas voltadas
para a área têxtil, que fornecem para as tecelagens e confecções o processo
de beneficiamento dos tecidos.
Dentro da proposta de aplicar beneficiamentos tecnológicos ao tecido
utilizado no uniforme escoteiro da modalidade básica, destacam-se a
Companhia RCA Acabamentos Têxteis Especiais e a Clariant.
A RCA disponibiliza os acabamentos Ultrafresh, tratamento
antimicróbico de alto desempenho, contra a proliferação de ácaros, fungos e
bactérias causadoras de odores. Desta forma, o tratamento atua na prevenção
de problemas alérgicos e respiratórios causados por estes agentes; Flamaway,
tratamento de retardamento a chamas que diminui ativamente a ação
inflamável em artigos tratados e, na eventualidade de um incêndio, retarda o
processo de queima, minimizando o impacto do fogo e Addiguard, tratamento
químico de alto desempenho realizado nas fibras dos tecidos e não tecidos que
tem como finalidade promover a proteção das mesmas evitando manchas
provocadas por substâncias aquosas e oleosas e também pela sujeira sólida
do dia-a-dia.
A Clariant disponibiliza tratamentos mais elaborados, como melhora na
maciez e costurabilidade dos tecidos, resistência ao amarrotamento, repelência
a líquidos e resíduos sólidos, manutenção da umidade corporal, aumento de
força e flexibilidade nas fibras, proteção antichamas, proteção antimicrobiana,
entre outros, além de oferecer suporte ao cliente para desenvolvimento de
novos processos, de acordo com o desejado.
Existem também tecelagens que já fornecem seus tecidos com diversos
tipos de tratamentos tecnológicos para as confecções.
A tecelagem Tavex, detentora da marca Santista Têxtil dentro do
mercado nacional, mesma fabricante do tecido padrão utilizado atualmente nos
uniformes, possui em sua linha Operacional o tecido Tapé Mais, sarja 2/1, com
gramatura aproximada de 190 g/m², 100% algodão, que pode receber os
acabamentos antimosquito, que protege o usuário contra agentes
transmissores de doenças como dengue, malária, febre amarela, entre outras
(a substância ativa do acabamento mantém os mosquitos afastados), e
repelência à água, óleo e agentes químicos, que evita manchas causadas por
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esses produtos, aumentando a proteção ao usuário e a durabilidade do
uniforme.
A tecelagem Santanense trabalha com a linha Workwear, com tecidos
próprios para o uso diário, resistentes ao desgaste.
Dentro da família Master, um tecido que se assemelha ao tecido padrão
utilizado atualmente nos uniformes, é o Unileve, sarja 2/1, com gramatura
aproximada de 208g/m², e na família Cargo, o tecido Unisoft, sarja 3/1, com
gramatura aproximada de 200 g/m², ambos 100% algodão, é que podem
receber acabamentos tecnológicos, feitos pela própria tecelagem, como
repelente a água e óleo, que não permite a absorção de líquidos no tecido e
evita que poeira se fixe no tecido, aumentando a durabilidade do uniforme e
facilitando na limpeza, e acabamento antimicrobiano, que combate as bactérias
Sthaphylococcus aureus (que pode causar alergias, infecções e até
pneumonia) e Scherichia coli (que pode causar infecções, gastroenterite,
apendicite e até meningite), impedindo, assim, sua proliferação.
Com uma gama tão ampla de processos disponíveis, é possível utilizar
tecidos de menor gramatura, tornando o uniforme mais leve e confortável,
aliado a proteções químicas que o tornam também funcional dentro do
ambiente em que é utilizado, trazendo também segurança para os participantes
do movimento escoteiro.
Apesar dessas vantagens e desvantagens, a polêmica em torno do traje
continuará por muito tempo, pois o Movimento Escoteiro, do alto de seu século
de existência e presença em todo o território nacional abriga dezenas de
subculturas, práticas e visões, nem sempre concordantes entre si.
A discussão propriamente dita é parte da práxis escoteira, que se
assume como “Movimento Escoteiro”; expressão que nos alerta contra os
perigos de uma estrutura congelada no tempo. Movimento significa
movimentar-se para atualizar-se aos novos tempos e tecnologias, embora estar
atualizado não signifique ser perfeito.
Nos dizeres do Almirante Benjamin Sodré, a “possibilidade de divergir é
o que une quem diverge”. Consciente desse axioma, os escoteiros continuarão
a divergir sobre o traje por muito tempo. Talvez para sempre.
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3. Referências bibliográficas
PROCTOR, Tammy M. "A Separate Path: Scouting and Guiding in Interwar South
Africa". Comparative Studies in Society and History, 2010
JEAL, Tim. The boy-man : the life of Lord Baden-Powell, 1990.
BADEN-POWELL, R. Scouting for Boys: A Handbook for Instruction in Good
Citizenship, 1908.
3.1. Referências virtuais
http://www.escoteiros.org/
http://www.ccme.org.br/
http://www.ibiraguacu.com.br/Downloads/Texto%20Explicativo%20IMMA.pdf
www.gebrapa.com.br/index65.htm
http://www.santanense.com.br/workwear/
http://www.santistaworkwear.com.br/
http://www.rcaacabamentostexteis.com.br/
http://www.latam.clariant.com/
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