Dados: Fechamento em 19/08/2016. = Tendência de alta/baixa/estabilidade em relação ao fechamento em 12/08/2016. SITUAÇÃO GLOBAL UE: crescimento no 2º trimestre e inflação em julho de 2016 Cresce preocupação com a persistência do fraco desempenho da economia italiana. No quadro das dificuldades europeias para retomada do crescimento, teme-se que a Itália venha a ser o novo foco de preocupação para a Zona do Euro. Segundo o Serviço Europeu de Estatísticas (Eurostat), no segundo trimestre de 2016, na média, o PIB da zona do euro (ZE-19) cresceu 0,3%, e o da União Europeia (UE-28), 0,4%, em relação ao primeiro trimestre. Entre os países, os melhores desempenhos econômicos foram observados na Romênia (1,5%), Hungria (1,1%), Polônia e Eslováquia (0,9% cada), sendo a Eslováquia parte da zona do Euro. A Espanha continuou apresentando a maior taxa entre as maiores economias: 0,7%, à frente do Reino Unido e dos Países Baixos (0,6%). As taxas mais baixas foram verificadas na França, Itália e Áustria, cujas economias permaneceram estagnadas no período de abril a junho, em relação aos três primeiros meses do ano. Também foram publicados dados de inflação anual: tanto na média da ZE-19 quanto da UE-28, o índice elevou-se para 0,2%, de 0,1% em junho. Não obstante os significativos estímulos monetários providos pelo Banco Central Europeu (BCE) desde 2014, a nova taxa inflacionária (0,2%) equivale à registrada há um ano nas duas regiões. Dos 28 países membros da UE, 12 registraram taxas de inflação anual negativas em julho, sendo as mais baixas em Bulgária e Croácia (-1,1%, em ambos) e Eslováquia (-0,9%). De outro lado, os maiores índices continuaram sendo observados na Bélgica (+2,0%), Suécia (+1,1%) e Malta (+0,9%). Japão tem crescimento nulo no 2º trimestre de 2016 PIB nulo do Japão entre abril e junho de 2016, em termos reais, decepciona o mercado. Governo do país segue estudando medidas a serem adotadas para estimular a economia. Segundo dados divulgados pelo governo japonês, o PIB do país no segundo trimestre de 2016, em comparação com o trimestre anterior, cresceu 0,2%, em termos nominais, e 0,0%, em termos reais, o que foi considerado decepcionante, em particular se comparado com o crescimento alto de 0,5%, no primeiro trimestre do ano, em termos reais (0,8% em termos nominais). Os principais fatores que explicam esse resultado são as quedas nos investimentos e nas exportações, e o desempenho aquém do esperado do consumo privado, que equivale a cerca de 60% do PIB japonês. O investimento privado apresentou contração real de 0,4%, repetindo o desempenho insatisfatório do trimestre anterior, quando houve contração real de 0,7% no setor. Já o setor de exportações teve queda real de 1,5% no trimestre (-3,5% em termos nominais), em consequência não apenas do desaquecimento da economia global, mas também da valorização do iene nos últimos meses. O governo defende que o pacote de estímulo fiscal a ser implementado ainda esse ano deve intensificar o crescimento do PIB. Inflação e taxa de juros na Argentina Para o mercado, a expectativa é a de encerrar o ano com inflação em torno de 1,75% ao mês (42% ao ano) e juros na faixa de 25-26%. Dados oficiais indicam que o aumento do índice de preços ao consumidor na Argentina foi de 2% em julho. Cálculos de consultorias privadas, divulgados em relatório conjunto por parlamentares (o chamado "IPC Congresso"), indicam aumento acumulado de 30,2% de janeiro a julho de 2016, e de 46% nos últimos 12 meses, sem sinais claros de desaceleração. O Banco Central da Argentina (BCRA) entende que a ausência de novos aumentos tarifários, a valorização do peso, a perda do poder aquisitivo dos salários, a política monetária contrativa e a queda do consumo fomentam a perspectiva de queda da inflação. Nesse quadro, o BCRA tencionar prosseguir com política de redução da taxa de juros, atualmente em 29,5% ao ano. PUBLICAÇÕES DE ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS Impactos da adulteração de faturas no comércio de commodities (UNCTAD) A prática de adulteração de faturas é responsável por um dos maiores canais de fluxo ilícito de capitais de países em desenvolvimento. O estudo preparado pela UNCTAD, "Trade Misinvoicing in Primary Commodities in Developing Countries", faz uso de estudos de caso do comércio de commodities na África do Sul, Chile, Costa do Marfim, Nigéria e Zâmbia para tentar quantificar o problema, com foco nos mercados de cacau, cobre, ouro e petróleo. O estudo inclui análise da prática de adulteração de faturas na exportação de commodities para a Alemanha, China, Índia, Itália, Japão, Países Baixos, Espanha, Suíça, Reino Unido e EUA. Entre as conclusões do documento, destacam-se: que o custo do subfaturamento no comércio de ouro da África do Sul entre 2000-2014 totalizou US$ 78,2 bilhões (67% do total de exportações de ouro); no caso do subfaturamento do petróleo nigeriano para os EUA, o custo chega a US$ 69,8 bilhões entre 1996-2014 (25% do total das exportações de petróleo para os EUA); e que, entre 1995-2014, as exportações de cobre da Zâmbia para a Suíça não foram registradas nas contas de importações suíças. <http://unctad.org/en/PublicationsLibrary/suc2016d2.pdf> A crescente influência chinesa nos mercados financeiros asiáticos (FMI) No estudo "Chinas’s growing influence on Asian Financial Markets", os autores identificaram o aumento dos efeitos financeiros da economia chinesa sobre mercados regionais. Os "spillovers" são transmitidos, primeiramente, por meio do comércio; porém, aumenta a transmissão direta via fluxos financeiros. Embora não tenha impacto global como os EUA, a influência chinesa nos mercados regionais já é equiparável à japonesa. Choques relacionados à China, que coincidam com um aumento do risco global, como ocorrido em agosto de 2015 e janeiro de 2016, geram repercussões significativamente mais relevantes para a região. A médio prazo, o impacto financeiro da economia da China tende a aumentar, dada o aprofundamento dos elos financeiros com a região, notadamente através da internacionalização do renminbi e da liberalização da conta de capital chinesa. <http://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2016/wp16173.pdf>